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Aluno: José Roberto Hoffmann Filho (16101208)

Professores: Valcir Gassen e Ronaldo Barbosa


CASO 1 – DIREITO ADMINISTRATIVO II
A licitação, como se sabe, é um procedimento administrativo instaurado pela Administração Pública cuja
finalidade é selecionar a proposta mais vantajosa para a celebração de contrato de seu interesse.
Norteia-se pelos princípios elencados no Art. 3º da Lei 8.666/93. Em alguns casos, por sua vez, a licitação
é dispensada e o ordenamento jurídico aceita a contratação direta, a depender da adequação do caso concreto aos
ditames legais.
No que diz respeito a indicação de marca nos editais, como regra, não é possível especificar uma marca
como referência, conforme vedações expressas no Art. 7º, § 5º e no Art. 15º, §7º, da Lei 8.666, ficando vedada
a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e
especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento
de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato
convocatório, bem como, a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca.
Pois bem. Não obstante as vedações legais, como toda regra, a vedação a especificação de marca comporta
exceção, conforme se vê do teor da Súmula 270 do TCU: Em licitações referentes a compras, inclusive de
softwares, é possível a indicação de marca, desde que seja estritamente necessária para atender exigências
de padronização e que haja prévia justificação.
Neste sentido: “a indicação de marca na especificação de produtos de informática pode ser aceita frente ao
princípio da padronização previsto no art. 15, inciso I, da Lei nº 8.666/1993, desde que a decisão administrativa
que venha a identificar o produto pela sua marca seja circunstanciadamente motivada e demonstre ser essa opção,
em termos técnicos e econômicos, mais vantajosa para a administração”. (TCU, Acórdão nº 2.376/2006, Plenário,
Rel. Min. Marcos Vinicios Vilaça, DOU 13/12/2006).
Ou seja, resta consolidado o entendimento de que a indicação de marca nos editais é constitucional e
legal, desde que observados certos requisitos, como medida excepcional, em decorrência do dever que a
Administração possui de caracterizar o objeto licitado de forma adequada, sucinta e clara, de acordo com os arts.
14, 38, caput, e 40, inciso I, da lei nº 8.666/93.
Na mesma senda, Carvalho Filho leciona: “[…] a indicação de determinada marca pode acontecer em três
situações: 1. Continuidade da utilização de marca já adotada no órgão; 2. Para a utilização de nova marca mais
conveniente; e 3. Para o fim de padronização de marca no serviço público, todas evidentemente justificadas pela
necessidade da Administração.”
Por fim, diante do explanado, pode-se concluir, no caso 4 apresentado, em que a UFSC pretende adquirir
implante coclear para o Hospital Universitário, para cirurgia de um segundo implante (bilateral), seria justificável
a indicação de marca, visando a padronização.

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