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AQUI DENTRO VOCÊ

ENCONTRARÁ
Contexto do advento
da Lei 14.300

A nova metodologia de
valoração de créditos

LEI 14.300:
VALORAÇÃO
DOS CRÉDITOS
DE ENERGIA

PREPARADO POR

POWERED BY

BÁRBARA RUBIM
CONHECIMENTO QUE TRANSFORMA

Minha parceria com a Genyx nasceu da


certeza compartilhada de que o
conhecimento é a melhor ferramenta
para transformar nossa sociedade e nos
fazer chegar mais rápido a um futuro
renovável.

Não é atoa que, ao longo dessa


caminhada, diversos produtos foram
criados com esse objetivo - da
Academia do Setor Elétrico a, por
exemplo, este ebook.

Na mesma linha, a Genyx inaugurou o


seu programa de relacionamento que
visa elevar ainda mais o nível dos
integradores, o Maestria EnerGenyx.

Espero que você faça um ótimo uso


dessas ferramentas e que elas te
ajudem, em um ano tão importante
quanto 2022, a compreender melhor
todas as transformações pelas quais
nosso setor tem passado e como você
pode estar preparado para elas.

Espero que você goste.

Um abraço,
A LEI 14.300, DE 06.01.2022

VAMOS COM UM POUCO DE CONTEXTO


DE ONDE VEIO A LEI 14.300?

A Resolução Normativa 482/2012 (REN 482), da Agência


Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), criou o Sistema de
Compensação de Energia Elétrica (SCEE), permitindo aos
consumidores cativos gerar a sua própria energia por meio
de sistemas de micro ou minigeração distribuída de fontes
renováveis e receber créditos de energia equivalentes em
sua conta de luz ao final do mês.

Em maio de 2018, a ANEEL deu início ao processo de revisão


da REN 482, tendo como objetivo principal rever a forma
como é feita a valoração dos créditos gerados e injetados
na rede frente ao valor da energia consumida da rede de
distribuição. Isso porque hoje, cada 1 kWh de energia
injetado pelo prossumidor é capaz de compensar todas as
componentes tarifárias, tendo, assim, paridade tarifária com
o kWh consumido da rede de distribuição. Por isso, diz-se
que a compensação ocorre de 1 para 1.

Durante o processo de revisão das QUANDO FALAMOS DE


regras da geração distribuída (GD), a PARIDADE TARIFÁRIA
ESTAMOS FALANDO DE
ANEEL trouxe seis alternativas COMPONENTES
possíveis para a valoração dos créditos TARIFÁRIAS E NÃO DE
TRIBUTOS, OK?
de energia oriundos do SCEE.

03 | A LEI 14.300/2022
É porque isso, ainda hoje, você pode ouvir alguém falar sobre
o tema da revisão ou da Lei 14.300 usando as nomenclaturas
"Alternativa 01" ou "03", e assim por diante - a referência
utilizada, nesses casos, é essa antiga proposta da ANEEL.

Na alternativa 0, mantinha-se a compensação tal qual é


hoje (integral), e em cada uma das seguintes perdia-se uma
componente tarifária, como mostrado na imagem abaixo:

AS ALTERNATIVAS TRAZIDAS PELA ANEEL EM 2018

AS COMPONENTES TARIFÁRIAS

A tarifa de energia possui duas macro-componentes: a TE, que


congrega todos os custos referentes à energia elétrica em si, e a
TUSD, que reúne os custos referentes ao transporte dessa energia.
Em ambas, encontram-se também parcelas referentes aos
encargos pagos em nosso setor. Se você tiver curiosidade sobre o
cálculo da tarifa de energia, pode consultar os Procedimentos de
Regulação Tarifária - PRORET, da ANEEL.

PARA ENTENDER MELHOR

04 | A LEI 14.300/2022
Em outubro de 2019, a ANEEL
apresentou o que seria a sua “proposta
final” para a valoração de créditos no
SCEE: a aplicação - mais cedo ou mais
tarde - da Alternativa 05.

Considerando-se a composição
tarifária média nacional (conforme
imagem acima), temos que - pela
antiga proposta da ANEEL - cada kWh
produzido pelo prossumidor somente
seria capaz de compensar cerca de 38%
do kWh compensado da rede. O
equivalente aos outros 62% precisariam
continuar a ser pagos (não havendo,
portanto, a possibilidade de se gerar
mais energia para “compensá-los”).

Esta proposta levou a um profundo


descontentamento no setor, que
entendeu ser urgente a criação de uma
lei que assegurasse o direito de
produzir a própria energia, trazendo
mais segurança jurídica, previsibilidade
e estabilidade ao segmento.

05 | A LEI 14.300/2022
ASSIM NASCE A LEI 14.300
Após mais de 2 anos de tramitação no Congresso
Nacional, acompanhada de intensa mobilização
setorial, o PL 5.829/2019 é publicado na forma da
Lei 14.300 no dia 07 de janeiro de 2022.

FICHA TÉCNICA - LEI 14.300/2022


PROJETO DE LEI 5.829/2019
AUTOR: DEPUTADO SILAS CÂMARA (REP-AM)
PROTOCOLO EM: 05/11/2019
RELATORES: DEP. LAFAYETTE DE ANDRADA (REP-
MG) E SENADOR MARCOS ROGÉRIO (DEM-RO)
APROVAÇÃO NO CONGRESSO: 16/12/2021
SANÇÃO PRESIDENCIAL: 06/01/2022
PUBLICAÇÃO E INÍCIO DA VIGÊNCIA: 07/01/2022

O TEXTO PUBLICADO DA LEI É MUITO


SEMELHANTE AO DO PL 5829/2019...
Tendo havido somente dois vetos pelo
Presidente da República (que, até o momento de
publicação deste ebook ainda não haviam sido
apreciados pelo plenário do Congresso Nacional).
VETO AO § 3ºDO ARTIGO 11: LOTEAMENTO SOLAR
Que abria exceção à vedação de
desmembramento de usinas e permitia a
construção de tantas usinas quantas fossem
desejadas (com qualquer potência), desde que
em lâmina d'água.

06 | A LEI 14.300/2022
VETO AO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 28:
INSTRUMENTOS PARA AUMENTAR A FINANCIABILIDADE
Que permitia o enquadramento de projetos de minigeração
distribuída em programas como o Regime Especial de
Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI),
Fundos de Investimento em Participação (FIP) e debêntures
incentivadas.

E AGORA, O QUE ACONTECE?


Conforme brevemente mencionado na página anterior, o
Congresso Nacional irá se reunir e deliberar, em plenária
conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados, se o veto
será mantido ou não. Caso seja derrubado, os trechos vetados
serão inseridos na Lei 14.300/2022. Aqui é importante termos
duas coisas em mente:
A inclusão desses dispositivos não altera o início de
vigência da Lei 14.300, que continua sendo o dia 07 de
janeiro de 2022;
O Congresso Nacional pode votar por derrubar somente
um dos vetos e manter o outro, mas não pode derrubar
parcialmente o veto a um único artigo. Por exemplo: no
parágrafo único do artigo 28, não seria possível derrubar o
veto para as debêntures incentivadas e manter para o
restante, pois tudo faz parte de um único dispositivo legal.

Vamos, então, entender a principal alteração trazida pela Lei


14.300: a mudança na forma de valoração dos créditos de
energia.

07 | A LEI 14.300/2022
A VALORAÇÃO DOS CRÉDITOS

Conforme explicamos na contextualização, a discussão sobre a


forma como se dará a valoração de cada kWh gerado pelo
prossumidor sempre foi o cerne de todo o processo que
originou a Lei 14.300/2022.

Nesse sentido, a Lei 14.300 criou 3 importantes momentos para


o tema da valoração de créditos e é essencial que entendamos
bem cada um deles:

O PERÍODO DE VACÂNCIA
(OU, 12 MESES PARA TER DIREITO ADQUIRIDO)

De acordo com a Lei, projetos cuja solicitação de acesso seja


protocolada em até 12 meses após a publicação da Lei (por
isso falamos em "vacância") permanecerão com a compensação
integral (a tal paridade tarifária, ou compensação de 1 para 1) de
créditos de energia até 31/12/2045. Após essa data, os sistemas
passarão a ser faturados pela regra que estiver vigente lá em
2045.

Após essa data, os sistemas A VACÂNCIA AQUI É


passarão a ser faturados pela SOMENTE PARA A
VALORAÇÃO DOS
regra que estiver vigente lá CRÉDITOS, E NÃO PARA
em 2045. TODOS OS PONTOS
DA LEI, OK?

08 | A LEI 14.300/2022
A PERDA DO DIREITO ADQUIRIDO
As unidades consumidoras que façam jus
ao popularmente conhecido "direito
adquirido" somente o perderão na
ocorrência de uma das 3 hipóteses
abaixo:

Encerramento da unidade
consumidora em que a usina está
instalada. A mera troca de titularidade
não se enquadra aqui, ok?

Constatação de irregularidade no
sistema de medição por ação de
responsabilidade do consumidor;

Ampliação do sistema instalado


posteriormente ao período de
vacância, para a parte ampliada. Ou
seja, o projeto originário manterá o
direito adquirido, mas a parte
ampliada terá que remunerar o uso
do fio - mas ainda não sabemos como
a distribuidora vai mensurar qual
injeção veio de cada parte da usina.

Nesse sentido, importante destacar que


alteração nas unidades beneficiárias
não é hipótese de perda de direito
adquirido.

09 | A LEI 14.300/2022
O PERÍODO DE TRANSIÇÃO
(APÓS OS 12 MESES DE VACÂNCIA)
Este período se inicia imediatamente após o fim do período de
vacância, tratado no item 1.

Aqui, os projetos cuja solicitação de acesso seja protocolada


após 12 meses da publicação da Lei receberão, no momento
da compensação dos créditos de energia, a aplicação de novas
regras de valoração dos créditos - que implicam o pagamento
de uma ou mais componentes tarifárias, a depender das
características do projeto. Vejamos:

Projetos em (a) autoconsumo local (a antiga modalidade de


geração junto à carga), (b) geração compartilhada, (c)
empreendimento de múltiplas unidades consumidoras, (d)
autoconsumo remoto até 500 kW, e (e) fontes despacháveis
em qualquer potência, deverão remunerar o uso da rede
pelo pagamento gradual da componente tarifária
equivalente ao Fio B (que remunera as distribuidoras).

Se fôssemos usar a nomenclatura da ANEEL (apresentada na


página 3 deste ebook), estaríamos falando da aplicação de uma
Alternativa 1 escalonada conforme abaixo:

(*) A depender de quando o projeto for apresentado, a data de 2029 se estende para
2031 - este ponto será melhor explicado à frente, quando falarmos sobre o período
das regras definitivas.

10 | A LEI 14.300/2022
Já os projetos em (a) autoconsumo remoto
cuja potência instalada supere os 500 kW e
(b) os projetos em geração compartilhada nos
quais um único consumidor receber mais do
que 25% dos créditos de energia oriundos da
usina, deixarão de compensar 100% do Fio B,
40% do Fio A (que remunera as
transmissoras), além dos encargos da Taxa de
Fiscalização do Serviços de Energia Elétrica
(TFSEE) e de Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D).

Um importante ponto aqui é que, diferente da


situação anterior, em que o pagamento da
componente tarifária é escalonado ao longo dos
anos, aqui o pagamento das 4 componentes
citadas já ocorrerá de imediato, não havendo
gradação na cobrança.

UMA TRANSIÇÃO DE 6 OU 8 ANOS


É aqui que esse período de transição começa a
ficar mais complicado: como o próprio nome
indica, ele é somente um período intermediário,
que antecede a aplicação da regra definitiva
(período 3) - que ainda será calculada.

Portanto, quem protocolar a solicitação de acesso


após a vacância e antes da publicação da regra
definitiva terá uma transição de 8 anos (até
31/12/2030). Quem protocolar após, terá uma
transição de 6 anos (até 31/12/2028).
11 | A LEI 14.300/2022
O PERÍODO DAS REGRAS "DEFINITIVAS"
(PARA PROJETOS SEM DIREITO ADQUIRIDO)
Este período se inicia após o período de transição. Portanto,
para alguns consumidores (aqueles que protocolarem a sua
solicitação de acesso a partir de julho de 2023) ele se iniciará
em 1º de janeiro de 2029, e para outros (os que protocolarem a
solicitação de acesso após o término do período de vacância e
antes de julho de 2023) ele se iniciará em 1º de janeiro de 2031.

MAS... QUE REGRAS SERÃO ESSAS?


Um ponto muito importante previsto na Lei 14.300/2022 é a
realização do chamado "encontro de contas", que consiste no
cálculo de todos os benefícios e todos os custos trazidos
pela micro e minigeração distribuída ao setor elétrico, sob 5
aspectos:
Transmissão;
Distribuição;
Geração;
Perdas;
Sinal locacional.

Esse cálculo será feito em duas etapas. A primeira deve ser


concluída em até 6 meses da publicação da Lei e consiste na
publicação, pelo Conselho Nacional de Política Energética,
das diretrizes para a análise de cada um desses aspectos.

A segunda, que deverá ser concluída em até 12 meses após a


primeira, é a realização da conta em si pela ANEEL, observados
os trâmites de consulta e audiência pública.

12 | A LEI 14.300/2022
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A Lei 14.300 trouxe alterações
importantes ao Sistema de Compensação
de Energia Elétrica. Neste ebook, nos
dedicamos a analisar com detalhes uma
das principais - que é o tema da
valoração dos créditos de energia.

Além dessa, há diversas outras que


precisam ser estudadas e aprofundadas e
cuja completa aplicação conheceremos a
partir do momento em que a ANEEL
regular o tema - em até 180 dias da
publicação da Lei.

Ou seja: ainda há muito por vir. Da


regulação da Lei pela ANEEL à realização
do encontro de contas, é essencial que o
setor esteja atento e se engaje nessas
discussões.

Esperamos que este ebook ajude você


em sua jornada de melhor entender
como ficará o SCEE, e lhe convidamos a
conhecer também a Academia do Setor
Elétrico como uma forma de continuar a
aprofundar seus estudos.

13 | A LEI 14.300/2022
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para um futuro que seja movido 100% por energias
renováveis. Como? Por meio da minha empresa de
consultoria, a Bright Strategies, que auxilia investidores
e empresas a desenvolverem os melhores modelos de
negócio para seus projetos, atuando junto ao poder
público para o desenvolvimento de boas políticas
públicas para o setor e compartilhando conhecimento
e experiências com você.

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14 | A LEI 14.300/2022

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