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Resultados e Discussões
Para melhor compreensão dos resultados obtidos, os mesmos serão divididos
conforme o procedimento experimental.
70
60
50
40
30
20
10
0
1 10 100 1000
Alguns autores afirmam que para um material ser classificado como pó, o mesmo
deve apresentar o diâmetro de partícula médio na ordem de micrometros [4,13,21].
Com a análise da classificação granulométrica, obtém-se também o diâmetro médio
das partículas com o valor de 16,70 μm. Conforme o objetivo no procedimento experimental,
o resultado esperado era que fosse 85% de passante em 45 μm. Entretanto, o valor obtido a
85% de partículas passantes é entorno de um diâmetro de 32 μm. A 45 μm obteve-se 97,98%
de partículas passantes. Como se trata de escala laboratorial essa diferença, das partículas
serem menores do que estipulado, não afetaram nos resultados a serem obtidos. Contudo,
quando se realiza o scale-up, esse valor pode significar várias horas a mais de moagem para
se obter esse tamanho de partícula.
A análise em DRX foi realizada na frita desenvolvida, antes e após o processo de
incorporação de nitrogênio por adsorção. A Fig. 5 demonstra o resultado obtido da análise de
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DRX do material vítreo antes do processo de adsorção de nitrogênio, e a Fig.6 demonstra a
análise de DRX após o processo de adsorção de nitrogênio.
400
300
200
100
0
0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00
2θ
400
300
200
100
0
0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00
2θ
Navarro [4] afirma que a cristobalita, uma das fases existentes do quartzo, tem a sua
estrutura cristalina bem definida. Mas, com adição de íons alcalinos, como sódio, e o
resfriamento da composição de forma drástica, faz com que o vidro não tenha uma formação
cristalina correta e bem definida. Isso se mostra com a Fig. 5 do material vítreo produzido,
onde o mesmo não possui nenhum pico de identificação de compostos, sendo totalmente
amorfo.
Durante a preparação da solução para adsorção de nitrogênio, verificou-se que com a
adição do carbonato de potássio, o sistema produzia liberação de bolhas. Uma hipótese para
este efeito é a dissociação do sal e a formação do ânion carbônico (HCO 3-), este por sua vez é
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instável a temperatura ambiente e decompõe-se em gás carbônico. Sendo assim, o excesso de
íons potássio e a troca iônica obtida entre o nitrogênio e sódio podem ter gerado algum
composto ou complexo insolúvel ao meio. Dessa forma, o mesmo fica impregnado no
fertilizante, o que resulta nas diferenças entre os difratogramas Fig. 5 e Fig. 6 [13].
Alguns estudos relacionados a zeólitas, que também utilizaram o método de adsorção
de algum componente químico ou até mesmo a impregnação do material, demonstram
diferenças nas análises de DRX antes e após o processo de utilizado. Merg et al. [22]
afirmaram que essa mudança de morfologia estaria correlacionada com a desaluminação que a
zeólita sofreu durante o processo de impregnação do material. Porém, Inácio [23] afirmou que
essa alteração se deu pelo fato da zeólita conseguir absorver o material em teste e mudar
levemente a sua estrutura morfológica.
4500
Fósforo Nitrogênio
Potássio
4000
3500
3000
2500
mg/L
2000
1500
1000
500
0
1 2 3 4
Ciclo de dessorção
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As dessorções 2, 3 e 4 apresentaram liberação gradativa dos elementos nutrientes.
Conforme o decorrer das dessorções, a quantidade de material foi liberada gradualmente. Esse
fator de liberação lenta e gradual é de extrema importância para os fertilizantes, pelo fato dos
fertilizantes comerciais sofrerem a lixiviação e a perda dos elementos nutrientes já na primeira
lavagem ou chuva. Já o fertilizante desenvolvido, pode-se afirmar que conseguirá aguentar no
mínimo três lavagens e ainda terá elementos nutrientes para serem liberados para o solo.
Outra relevância para essa característica, é que o fertilizante desenvolvido irá liberar
os seus elementos nutrientes de forma lenta e gradativa para o solo ao decorrer do tempo. Esta
ação fomenta as necessidades das plantas em cada período, enriquecendo o solo e deixando-o
fértil para a planta desde o crescimento até a maturação.
Já a quinta dessorção também apresentou quantidades significativas de elementos
nutrientes. Entretanto, esses valores não estão dentro dos padrões experimentais. Deve-se
ressaltar que mesmo após cinco ciclos de dessorção houve material que foi liberado para o
solvente, corroborando para que o material é de liberação lenta e de forma gradual.
Fonte: [24].
Conforme a Fig. 8, o pH ideal para um solo, seria em torno 6,5. Esse valor, observa-
se as melhores disponibilidades dos nutrientes. O pH pode ter sido um dos fatores que
influenciaram para fósforo liberar mais que o potássio, por exemplo, na quarta e quinta
dessorção. Outro fator é a elevada liberação de nitrogênio nas dessorções iniciais, onde este
elemento sendo bastante eletronegativo e a capacidade dele de deixar a solução com caráter
ácido, por ter sido um dos fatores para concentrações baixas de fósforo nas primeiras
dessorções [13].
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Analisando-se novamente as dessorções 2, 3 e 4. Observa-se que o elemento
nutriente que ocorreu maior lixiviação foi o potássio. Isso se deve por este elemento tem
características bem próximas ao sódio, ser bastante eletropositivo e fácil remoção de cadeias.
Já o elemento que sofreu uma menor dessorção foi o nitrogênio. Este comportamento pode ser
explicado, por este elemento não estar presente na estrutura da frita, onde houve a necessidade
do mesmo ser adsorvido e não ter consigo uma elevada quantidade de material
adsorvido/dessorvido pela frita.
Figura 9 – Resultados obtidos com 3 dias de cultura: (a) sem fertilizante, (b) fertilizante
comercial, (c) fertilizante vítreo.
Observa-se que nos primeiros 25 dias da cultura, o vaso que não continha fertilizante
se desenvolveu de forma mais efetiva em relação aos demais. Também pode-se observar que
as plantas, nos vasos que continham os fertilizantes, ficaram um pouco menores e as pontas
das plantas sofreram pequenas queimaduras. Conforme já descrito anteriormente, essas
queimaduras podem ocorrer pelo o excesso de fertilizante, onde ocorreu a inibição do
desenvolvimento da planta [16].
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Figura 10 – Resultados obtidos com 24 dias de cultura: (a) sem fertilizante, (b) fertilizante
comercial, (c) fertilizante vítreo.
Figura 11 – Resultados obtidos com 31 dias de cultura: (a) sem fertilizante, (b) fertilizante
comercial, (c) fertilizante vítreo.
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as plantas dos demais vasos. Ao 52º dia de cultura das plantas, verificou-se que todos os
parâmetros citados anteriormente se intensificaram.
Figura 12 – Resultados obtidos com 45 dias de cultura: (a) sem fertilizante, (b) fertilizante
comercial, (c) fertilizante vítreo.
Figura 13 – Resultados obtidos com 66 dias de cultura: (a) sem fertilizante, (b) fertilizante
comercial, (c) fertilizante vítreo.
Figura 14 – Folhas colhidas dos vasos: (a) sem fertilizante; (b) fertilizante comercial; (c)
fertilizante desenvolvido.
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A Tab. 2 demonstra os valores obtidos de fertilidade do solo sem e com fertilizante. o
fertilizante desenvolvido conseguiu liberar os elementos nutrientes para o solo de maneira
bastante eficiente. Para o elemento potássio, obteve-se um acréscimo de 5 vezes em relação à
quantidade inicial deste elemento no solo. Já para o elemento fósforo, este acréscimo foi de
quase 4 vezes. Outro fator que corrobora para o crescimento da planta no solo é o aumento da
capacidade de troca de cátions (CTC). Quanto maior este número, maior será a
disponibilidade de elementos nutrientes para planta e mais fácil será para a mesma absorver
os elementos. Como demonstrado na análise, no solo com o fertilizante houve um acréscimo
de quase 2 pontos neste fator. Sendo assim, o fertilizante promoveu um aumento na
quantidade de elementos trocáveis para o solo e, consequentemente, na absorção destes
elementos pela planta [25].