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O ser humano Neste mundo tão cheio, não há vazio, buraco negro, negação,
que se serve inversão. Tudo é plano e funciona na maneira silenciosa das
dessas
máquinas tem
conexões eletrônicas. Apenas uma campainha de vez em
metas de quando, e ainda assim pode ser suprimida. Comunicar é fácil
rentabilidade a quando a questão se reduz a colocar em conexão máquinas, a
curto prazo, estabelecer uma relação através das máquinas. Quando se quiser
pois, neste parar de comunicar e reencontrar a si mesmo, é fácil: coloca-se o
sistema, não há
longo prazo
fone no gancho e apaga-se a tela.
O significado da pane
Consolidando a cibercultura
Este ser É bom lembrar, para quem finge se espantar, o pânico de quem
humano é usa o computador quando ele não funciona, do telespectador
indissociável
das máquinas:
quando o aparelho não liga ou do usuário quando o telefone
vive de suas quebra. A falta se torna gritante -- e mesmo angustiante. Não
qualidades e saberíamos dizer de outra forma: essas máquinas fazem parte de
tem suas nós, ou melhor, nós fazemos parte dessas máquinas. A pane é
características. um sofrimento. O temor da pane, um pesadelo.
Ele é servido, da
mesma forma
que serve a elas Ela é a única contradição possível do sistema, o único mal
concebível. O temor da pane substituiu o medo do diabo no
apocalipse. 3 Concluindo, só a ameaça de pane dá ao sistema a
vida e a emoção de que ele é desprovido. Ë a última
oportunidade vital do sistema de comunicação. Northrop Frye,
em sua Anatomie de la critique, 4 mostra que o apocalipse faz
parte de um conjunto de textos que prioriza a unidade desejada
da Cidade, do ser humano e de Deus. De onde se conclui que,
assim como o medo do apocalipse existe para servir a crença, o
medo da pane existe para consolidar a cibercultura.
O sentimento da inutilidade
A sociedade da lentidão
A prova da escravidão
* Professor na Universidade de Paris I - Sorbonne. [voltar]
3 Ler, de Ted Byfield, "Le bogue, petite peur de l'an 2000", Le Monde
Diplomatique, agosto de 1999. [voltar]