Você está na página 1de 3

O bom perfume - 2Co 2.

14-17

É interessante como é o nosso olfato! Um mesmo cheiro, uma mesma fragrância pode ser
agradável para uns e desagradável para outros. Por exemplo, muitos gostam de determinada
fragrância de perfume enquanto outros não, pelo contrario, querem distancia daquele cheiro.
Muitos sentem o cheiro de determinado alimento e o cheiro lhe abre o apetite, enquanto para
outros (para usar a linguagem popular) aquele cheiro chega a embrulhar o estômago.

Hoje vamos falar sobre o olfato como ultimo sentido da nossa serie de mensagens e quero
ler para você um texto bíblico que fala a respeito da fragrância de um mesmo perfume que causa
reações diferentes para pessoas que o cheiram. Abram suas Bíblias em 2Co 2.14-17 e
acompanhem a leitura comigo.

Narrativa

Para falar de coisas espirituais Paulo lançou mão de um exemplo que seria muito
conhecido dos crentes da igreja de Corinto, tendo em vista que aquela igreja era formada por
muitos gregos. Nas batalhas que os romanos empreitavam contra outros povos era muito comum
que ao retornarem vitoriosos fizessem um cortejo queimando os incensos que simbolizariam a
vitória. Acontece que neste cortejo os prisioneiros também vinham e eram obrigados a cheirar os
mesmos incensos que eram queimados, assim, para os soldados que voltavam vitoriosos da
guerra a fragrância era recebida como um cheiro bom, mas para os prisioneiros a fragrância era
recebida como o cheiro da derrota, portanto, um cheiro ruim.

Na passagem bíblica fica evidente que Paulo está considerando-se a si mesmo como o
bom perfume de Cristo, bem como alertando a igreja para o fato de que ela própria, também é
este bom perfume de Cristo (nós somos para com Deus). Coloco-me como ouvinte e leitor do que
Paulo escreve e aprendo três coisas importantes com o texto e compartilho com vocês nesta
noite.

1) Nós somos o bom perfume de Cristo

O que Paulo estava dizendo a igreja é que por meio dela a essência, a fragrância de Cristo
era disseminada no mundo, ele diz: “nós somos para com Deus, o bom perfume de Cristo”. Na
fala de Paulo não cabe objeções, não cabe o estabelecimento de condições! Ele é enfático e
imperativo ao dizer que somos o bom perfume de Cristo. Mas o que significa ser o bom perfume
de Cristo?

O verso quatorze nos informa que por meio da igreja Cristo manifesta em todo lugar a
fragrância do seu conhecimento. Então ser o bom perfume de Cristo implica em meu
entendimento em duas questões. A primeira delas é que como igreja devemos conhecer
profundamente a Cristo. Talvez você tenha interesse pela historia da igreja, pela doutrina da
igreja e tudo isso tem o seu lugar e valor, mas urge que como igreja, sejamos conhecedores de
Cristo e conhecer Cristo é ter clareza de quem Ele é, do que Ele fez, faz e fará. A segunda
implicação de sermos o bom perfume de Cristo é que por meio da nossa vida este conhecimento
que sabemos sobre Cristo é disseminado no mundo. Por meio da evangelização que compreende
o nosso testemunho verbal e o nosso testemunho vivencial a respeito de Cristo o perfume do seu
conhecimento é espalhado pelo mundo.

E a fragrância do perfume de Cristo que por meio de nós alcança todos os espaços será
recebida como um aroma de vida por aqueles que entendem a dinâmica do reino de Deus, mas
poderá ser recebida como aroma de morte por aqueles que se opõem aos valores deste reino.
Nós somos o bom perfume de Cristo e as implicações de sermos o bom perfume são as de
conhecermos e de compartilharmos este conhecimento e a nossa oração deve ser para que mais
e mais pessoas sejam seduzidas pela fragrância deste perfume que é bom.

2) Ser o bom perfume é um privilegio

No final do verso 16 Paulo pergunta: “Quem, porém, é suficiente para estas coisas?”. É
como se Paulo olhasse para si mesmo, para as suas próprias limitações e olhasse para a própria
igreja, uma igreja que possuía grande resistência quanto ao seu apostolado e, portanto, não sem
motivo, a pergunta brotou do seu coração: “Quem, porém, é suficiente para estas coisas?”.

Se formos sinceros conosco mesmos reconheceremos nossas imperfeições e nossas


limitações que poderiam ser empecilhos intransponíveis para sermos estes que tem a
responsabilidade de espalhar a fragrância do conhecimento de Cristo.

Percebam que Deus nos chamou para sermos aqueles que compartilham a mensagem de
o evangelho que ao ser exalada por todos traz ao mesmo tempo consolo e confronto, e nos
apresenta um conhecimento de Deus e de nós mesmos, um conhecimento que fala da graça,
mas que também nos alerta para a necessidade de uma conversão genuína. Em termos humanos
eu não me acho competente para tamanha responsabilidade, mas ainda assim, Deus me chamou
e chamou cada um de vocês para termos o privilegio de sermos o bom perfume de Cristo.

Que privilégio! Porque “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os
sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes”. Eis ai o privilégio,
irmãos e irmãs, porque apesar de nós, somos o bom perfume de Cristo e este privilégio me leva a
considerar mais um ensinamento do texto.
3) A responsabilidade de exalarmos uma fragrância pura

A Palavra de Deus não pode ser para nós uma mercadoria a partir da qual o vendedor
lucra. Penso que o Apostolo Paulo estava enfatizando que como ministro do evangelho e como
alguém que sabia do privilegio de ser este bom perfume, a ele competia compartilhar fielmente o
que havia recebido, na correlação dessa pregação autentica com a analogia do perfume, a ele
competia a responsabilidade de exalar uma fragrância pura.

Uma fragrância pura, sem aditivos que alteram a essência do perfume! Sem conchavos
que retiram do evangelho a sua essência profética que denuncia o mal e o pecado. É assim que
Paulo se posicionava pregando para a igreja e por vezes num tom extremamente exortativo,
porque tantas vezes a igreja se apresentava destoante dos valores do reino. Nós já estudamos
essa segunda carta em nossa Escola Dominical e bem sabemos o quanto Paulo sofreu, mas o
quanto ele lutou para que aquela igreja fosse mais amorosa, mais solidária, mais empática, e
menos voltada para os seus próprios interesses.

A postura que Paulo assume em relação a pregação era de igual modo, um convite para
que a própria igreja assumisse igual postura, de não mercadejar, de não baratear a Palavra de
Deus, pelo contrario, se mostrar responsável por exalar uma fragrância pura, livre de quaisquer
intenções de lucrar ou de fazer da Palavra de Deus produto de barganha.

Estamos vivendo um tempo, em que os princípios da Palavra de Deus estão sendo


mercadejados. Tempos em que o amor se esfria! Em que a justiça é torcida! Em que a paz é
condicionada! Em que a fragrância do mal e de toda forma de pecado nos seduz! Tempo em que
o cheiro da morte é mais atraente do que o cheiro da vida, porque ao invés de fazermos
prevalecer a Palavra de Deus queremos dar destaque à nossa própria Palavra que está a serviço
dos nossos desejos. Aplicação

Por certo vocês já ouviram essa expressão: Fulano não fede nem cheira! Essa expressão
popular quer enfatizar que determinada pessoa não toma partido, pelo contrario, fica em cima do
muro. Com essa ultima pregação da série cinco sentidos, o meu desejo é que nenhum de nós
sejamos pessoas assim, que não fedem e nem cheiram.

Que possamos assumir a postura de pessoas que sabem ser o bom perfume de Cristo.
Agora, este bom perfume em nós pode perder a fragrância e o modo deste perfume não perder a
fragrância está em nossa busca constante pelo conhecimento de Cristo, conhecimento que deve
ser assimilado e compartilhado em todos os espaços para que vidas sejam geradas e
transformadas. Alguns poderão não gostar do cheiro, mas a nós compete sabermos o que somos,
reconhecermos o privilegio e sermos responsáveis pelo que somos. O bom perfume de Cristo!

Você também pode gostar