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Formas de Recolhimento do IR

Formas de Recolhimento do IR

Regime Básico de Tributação da Renda


da Pessoa Física

Formas de recolhimento do imposto

Retenção na fonte

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incide sobre rendimentos auferidos por pessoas físicas ou
jurídicas:
― Residentes no Brasil;
― Domiciliadas no exterior.

Como regra, a responsabilidade pelo pagamento do IRRF é da fonte pagadora dos


rendimentos e o imposto é devido no momento do pagamento ou crédito dos
rendimentos (dos dois, o que ocorrer primeiro) ao seu beneficiário.

Para as pessoas físicas residentes no País, o IRRF pode ser uma antecipação do IRPF devido na
Declaração de Ajuste Anual ou definitivo.

É antecipação, por exemplo, o IRRF incidente sobre:

― Salários;

― Rendimentos da prestação de serviços a pessoas jurídicas;

― Rendimentos de aluguel recebidos de pessoas jurídicas.

Em todos esses exemplos, o IRRF é calculado por meio da aplicação da tabela progressiva mensal
sobre os rendimentos mensalmente atribuídos à pessoa física pela pessoa jurídica contratante.

O IRRF de pessoa física é definitivo, essencialmente, nos casos em que incide sobre
rendimentos decorrentes de Juros sobre o Capital Próprio e sobre rendimentos
líquidos de aplicações financeiras, tais como: renda fixa, renda variável, fundo de
investimento financeiro – FIF e fundo de ações.

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Formas de Recolhimento do IR

Pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil

O IRRF é sempre considerado uma antecipação do IRPJ devido.

Todos os rendimentos auferidos pela pessoa jurídica, sujeitos ao IRRF, devem


ser normalmente incluídos na apuração da base de cálculo do IRPJ (Lucro Real ou
Presumido).

O IRRF, nestes casos, adquire natureza de crédito tributário que pode ser utilizado pela pessoa jurídica
para compensar o IRPJ devido e, na falta deste, outros tributos federais administrados pela Receita
Federal (CSLL, PIS, COFINS, IOF etc.).

Pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no exterior

Os rendimentos auferidos por pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior (“não
residentes”) também se sujeitam à incidência do IRRF.

Dependendo da natureza do rendimento atribuído ao não residente, a alíquota do IRRF pode variar ou
mesmo haver isenção.

De outro lado, o domicílio do beneficiário também pode afetar a alíquota do IRRF, em dois casos:

― Se o beneficiário não residente tiver domicílio em jurisdição considerada Paraíso Fiscal pela
Receita Federal brasileira;

― Se o beneficiário não residente tiver domicílio em país com o qual o Brasil tenha formalizado
Tratado em Matéria Tributária.

Auto recolhimento
Recolhimento mensal obrigatório
(“Carnê-leão”)

O contribuinte pessoa física residente no Brasil


que recebe rendimentos de outra pessoa física
sem vínculo empregatício, do exterior, com ou
sem vínculo empregatício, está sujeito ao “carnê-
leão”: recolhimento mensal obrigatório do
imposto de renda, ou acréscimos patrimoniais
não justificáveis por outros rendimentos.

Se o contratante é pessoa física, não há retenção na fonte e, logo, a


responsabilidade de recolher o imposto de renda recai sobre o próprio autônomo,
que deve recolher mensalmente o carnê-leão, para cujo cálculo deve utilizar a tabela
progressiva mensal (vide tabela abaixo).

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Formas de Recolhimento do IR

Alguns exemplos de rendimentos sujeitos ao recolhimento mensal (carnê-leão):

― Aqueles provenientes da locação ou sublocação de bens móveis ou imóveis;

― Trabalho sem vínculo empregatício (não assalariado);

― Importâncias recebidas a título de pensão alimentícia; ou

― Qualquer acréscimo ao patrimônio não justificado.

Uma particularidade do profissional autônomo é que, ao contrário do empregado, ele


pode deduzir, na apuração do carnê-leão e na declaração de ajuste anual, despesas
escrituradas no chamado Livro Caixa, consideradas necessárias para a sua atuação
(despesas de aluguel, despesas com livros, despesas com material de escritório etc.).

Observação: rendimentos recebidos de pessoa jurídica com sede no Brasil ou de empregador


(pessoa física ou jurídica) não estão sujeitos ao carnê-leão, pois, nestes casos, o imposto deverá ser
calculado e retido pela fonte pagadora.

Empregador
(PF ou PJ)

Recolhimento mensal complementar facultativo (“mensalão”).

O recolhimento complementar, também chamado de “mensalão”, é facultativo


e efetuado pelo contribuinte para antecipar o pagamento do imposto devido
na Declaração de Ajuste Anual, no caso de recebimento de duas ou mais fontes
pagadoras, pessoa física e jurídica, ou mais de uma pessoa jurídica.

O recolhimento deve ser efetuado no curso do ano-calendário mediante aplicação da tabela


progressiva do imposto de renda da pessoa física até o último dia útil de dezembro.

Como se trata de uma antecipação espontânea e não obrigatória, é uma modalidade pouquíssimo
utilizada na prática.

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Rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica

Rendimentos do trabalho assalariado


A remuneração atribuída pelo empregador ao empregado, o salário, sujeita-se à incidência do
Imposto de Renda da Pessoa Física, calculado de acordo com a tabela progressiva.

No pagamento do salário, o empregador é obrigado a reter e repassar à União o Imposto de


Renda Retido na Fonte (IRRF), também calculado de acordo com a tabela progressiva mensal.

Na entrega da declaração de ajuste anual, no mês de abril do ano seguinte, o empregado é obrigado
a declarar o total do salário recebido no ano anterior, assim como os outros rendimentos tributáveis
que tiver auferido, o total retido na fonte pelo empregador, e outras fontes.

A partir do total de rendimentos tributáveis e do total de imposto retido na fonte,


o programa gerador da declaração de ajuste, aplicando a tabela progressiva anual,
apura eventual saldo a pagar ou a restituir em favor do empregado.

Veja, as Tabelas Progressivas Mensais e Anuais vigentes.

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto de Renda de Pessoa Física para o
exercício de 2020, ano-calendário de 2019

Tabela Progressiva Anual


Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)
Até 22.847,76 - -
De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58
De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51
Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32

Os benefícios continuarão tributados com base na Tabela Progressiva mensal do IR abaixo


(Rendimentos do Trabalho: 0% a 27,5% conforme tabela progressiva mensal abaixo reproduzida):

Tabela Progressiva Mensal


Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,50 142,80

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Formas de Recolhimento do IR

De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 354,80


De 3.751,06 até 4.664,68 22,50 636,13
Acima de 4.664,68 27,50 869,36

A utilização da tabela se dá da seguinte forma:

a. Primeiramente, é preciso conhecer a base de cálculo (receita menos deduções), para então
enquadrá-la em uma das faixas de tributação da tabela;

b. Sobre a base de cálculo, devemos aplicar a alíquota correspondente à faixa de


enquadramento;

c. Do resultado obtido, diminui-se a parcela a deduzir da 3ª coluna da Tabela.

Para exemplificar, utilizamos a dedução da contribuição previdenciária do empregado (INSS), na


alíquota de 11%.

BASE DE CÁLCULO X ALÍQUOTA - PARCELA A DEDUZIR.

Imposto de renda sobre salário de R$ 5.000,00

Base de cálculo (rendimentos, menos deduções) = R$ 4.450,00

Enquadramento na Tabela - 4ª faixa - alíquota de 22,5%

Cálculo do IRRF:

4.450,00 X 22,5% = R$ 1.001,25

1.001,25 - 636,13 (parcela a deduzir - 3ª coluna da Tabela) = 365,12

Além do Imposto de Renda, o pagamento de salário é, também, fato gerador das


contribuições previdenciárias do empregado e do empregador.

A contribuição do empregado incide sobre o salário de contribuição, valor que


equivale ao salário recebido pelo empregado, limitado ao salário de contribuição
máximo fixado em lei, que é de R$ 6.101,06.

A contribuição do empregado incide sobre o salário de contribuição, valor que equivale ao montante
total dos rendimentos pagos, devidos ou creditados pela empresa, durante o mês e a qualquer
título, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma (e.g. salário, ganhos habituais,
gorjeta, adiantamentos decorrentes de reajuste, etc). Para o ano de 2020, o valor máximo do salário
de contribuição fixado para a determinação do montante mensal de contribuição previdenciária a ser
paga é de R$ 6.101,07.

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Até fevereiro de 2020, o valor da contribuição do empregado era determinado a partir da aplicação,
sobre o salário-de-contribuição, da alíquota equivalente à faixa na qual se inseria o respectivo salário-
de-contribuição, conforme se observa na tabela abaixo:

Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para
pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2020

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota


até R$ 1.830,29 8%
de 1.830,30 até 3.050,52 9%
de 3.050,53 até 6.101,06 11%
de 6.101,07 em diante R$ 671,12

A partir de março de 2020, o valor da contribuição do empregado passou a se sujeitar à tabela


progressiva abaixo, que limita o valor máximo a ser pago, por mês, a título de contribuição
previdenciária ao montante de R$ 713,09

Tabela progressiva de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador


avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de março de 2020

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota


até R$ 1.039,00 7,5%
de R$ 1.039,00 até R$ 2.089,60 9%
de R$ 2.089,60 a R$ 3.134,61 12%
de R$ 3.134,61 a R$ 6.101,06 14%

A contribuição do empregador, de outro lado, é calculada mediante a aplicação da alíquota de 20%


sobre o salário efetivamente pago ao empregado.

Diferentemente do que ocorre com a contribuição do empregado, não existe limite máximo para a
contribuição devida pela empresa.

É preciso lembrar que sobre o pagamento de salário incidem, também, as chamadas


contribuições para terceiros (salário-educação, seguro acidente
de trabalho, SESC, SESI, SENAI etc.), cuja alíquota conjunta varia, geralmente,
entre 5 e 7%.

Participação nos lucros ou resultados


A participação nos lucros ou resultados é uma verba de natureza não salarial, calculada sobre os
lucros e/ou resultados da empresa.

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A verba é regulada nos termos da Lei 10.101/2000, e serve como incentivo à produtividade.
Geralmente, são estipuladas metas que, quando atingidas, servem como base de cálculo.

Quem decide é a diretoria das empresas juntamente com representantes dos funcionários e com o
Sindicato, que deverá homologar acordo se não houver nada estipulado em convenção coletiva.

A utilização de PLR como forma de remuneração possui como vantagem adicional para
o empregador o fato do valor pago não ser considerado salário para nenhum efeito
trabalhista ou previdenciário, reduzindo o custo deste pagamento com reflexos nas demais
verbas trabalhistas e incidência para fins de INSS.

A pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas aos
empregados nos lucros ou resultados.

Em relação aos empregados, a PLR será retida na fonte em separado dos demais rendimentos
recebidos, no ano do recebimento ou crédito, com base na tabela progressiva anual específica abaixo,
e não integrará a base de cálculo do imposto devido pelo beneficiário na Declaração de Ajuste Anual.

A tributação da PLR segue os mesmos moldes do imposto de renda retido na fonte. A empresa
pagadora aplica a alíquota de acordo com a tabela abaixo, deduzindo o valor da terceira coluna.

Tabela vigente a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015:

Parcela a deduzir do
Alíquota (%)
IRPF (R$)

De 0,00 a 6.677,55 0,0 -

De 6.677,56 a 9.922,28 7,5 500,82

De 9.922,29 a 13.167,00 15 1.244,99

De 13.167,01 a 16.380,38 22,5 2.232,51

Acima de 16.380,38 27,5 3.051,53

Rendimentos recebidos acumuladamente – RRA


O recebimento de rendimentos acumulados até 2010 estava sujeito à incidência da tabela progressiva
do Imposto de renda pessoa física.

Isso gerava certo desconforto aos contribuintes que, em alguns casos, saltavam para a alíquota de
27,5% devido à quantia acumulada, ainda que se tivessem recebido os rendimentos regularmente
estivessem sujeitos às alíquotas menores ou mesmo isentos.

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Atualmente, a Instrução Normativa RFB 1.500/2014 regula a matéria em seus art.


36 e seguintes, onde se estabelece que os rendimentos recebidos acumuladamente
a partir de 11 de março de 2015 serão submetidos à incidência do imposto sobre a
renda com base na tabela progressiva.

De outro lado, quando correspondentes a anos-calendário anteriores ao do recebimento, serão


tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais
rendimentos recebidos no mês.

A sistemática aplica-se:

― Aos rendimentos decorrentes de decisões das Justiças do Trabalho, Federal, Estaduais e


do Distrito Federal;
― Décimo terceiro salário e quaisquer acréscimos e juros deles decorrentes; e
― Desde 28 de julho de 2010, aos rendimentos decorrentes de aposentadoria, pensão,
transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e do trabalho.

É importante ressaltar que da base de cálculo dos RRA serão excluídas as despesas com ação judicial
necessárias ao seu recebimento, inclusive com advogados, quando pagos pelo contribuinte
e não indenizadas.

As despesas judiciais e os honorários advocatícios pagos pelo contribuinte devem ser


proporcionalizados entre os rendimentos tributáveis, os sujeitos à tributação exclusiva e os isentos e
não tributáveis.
Deduz-se também da base de cálculo as importâncias pagas a título de contribuição previdenciária e
pensão alimentícia decorrente de decisão judicial ou por escritura pública.

Tabela Progressiva Mensal

Parcela a deduzir do
Base de cálculo em R$ Alíquota
imposto em R$

Até (1.903,98xNM) - -

De (1.903,98xNM) até (2.826,65xNM) 7,50% 142,80xNM

De (2.826,65xNM) até (3.751,05xNM) 15,0% 354,80xNM

De (3.751,05xNM) até (4.664,68xNM) 22,50% 636,13xNM

Acima de (4.664,68xNM) 27,50% 869,36xNM

NM = Número de meses a que se refere o pagamento acumulado.

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Empresa “X” pagará em abril/2016 o valor de 12 alugueis mensais de R$ 1.500,00 cada,


referente aos meses de março/2015 a março/2016.

Se o valor de cada parcela fosse pago dentro do prazo contratual não haveria incidência
do IRRF, já que estaria dentro da faixa de isenção da Tabela Progressiva.

O primeiro passo é calculo o tributo referente ao exercício anterior. Então, multiplica-


se cada um dos valores base da tabela progressiva por 9 (número de meses a que se
refere o pagamento acumulado). Utilize a tabela progressiva mensal logo acima.

Percebe-se que no caso em tela o valor de R$ 13.500,00 cairia dentro da faixa


de isenção.

Em seguida passa-se ao cálculo do imposto dos valores recebidos dentro do exercício.


No caso aplica-se a tabela progressiva normalmente, ou seja, sobre os R$ 4.500,00
aplica-se a alíquota de 22,5% com a devida dedução.

Antes da alteração o valor de R$ 13.500,00 seria tributado integralmente no momento


do pagamento com a alíquota de 27,5%, onerando injustamente
o beneficiário.

Rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício


Autônomo é a pessoa física que presta serviços sem vínculo empregatício.

A existência, ou não, de vínculo empregatício não é passível de opção pelas partes, mas
determinada pelos aspectos fáticos da relação com os traços típicos da relação de emprego,
descritos pela lei trabalhista.

Assim, a contratação de autônomo que preste serviços em caráter habitual e com


subordinação é, em verdade, a contratação de um empregado, ainda que tal fato
seja desconhecido ou mesmo negado pelas partes.

Todo aquele que tiver sido prejudicado pelo descumprimento das leis trabalhistas ou de outras
normas dela decorrentes pode fazer valer seus direitos mediante a simples demonstração, em juízo,
da existência da relação de emprego.

Isto funciona para o INSS, para o Fisco e, naturalmente, para o próprio empregado.

Quando, porém, estão de fato ausentes os traços distintivos da relação de emprego, tem-se a
contratação de profissional autônomo.

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A primeira e principal diferença entre a contratação de empregado e de autônomo é


que aquela corresponde ao campo de incidência das obrigações trabalhistas (FGTS,
décimo - terceiro salário, multa por demissão sem justa causa etc.), ao passo que
esta recai no campo de incidência do ISS.

O profissional autônomo, portanto, é contribuinte do ISS, devendo se cadastrar na Prefeitura do


Município em que atua e recolher o imposto calculado sobre as remunerações por ele percebidas
conforme a legislação municipal.

A alíquota do ISS varia de município para município. Atualmente, a alíquota máxima do imposto é
5% (art. 8° da LC n° 116/2003) e a alíquota mínima é 2% (art. 8-A da LC n° 116/2003).

No mais, há muita semelhança entre a carga tributária incidente sobre a contratação de empregado e
sobre a contratação de autônomo.

A remuneração atribuída ao autônomo é tributada pelo Imposto de Renda da Pessoa Física, de modo
idêntico ao que se passa com o salário do empregado.

A empresa contratante deve reter o imposto de renda sobre as remunerações


atribuídas ao autônomo e este deve declarar o total dos rendimentos auferidos e do
imposto retido em sua declaração de ajuste do ano seguinte.

Além da contribuição ao INSS, o prestador pessoa física contratado por tomador pessoa física
estará obrigado a recolher o próprio imposto de renda próprio do mês, de acordo com a tabela
progressiva mensal, descontadas as deduções do livro-caixa, mais o imposto sobre serviços (ISS)
municipal, de acordo com a legislação de cada município.

Prestador Tomador
(presta o serviço) (contrata o serviço)
serviço

$$

IRPF - Antecipação
Tabela progressiva

Livro-Caixa
(Deduções)
+
ISS (2% a 5%)

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Por outro lado, se o tomador que contratou o serviço não é uma pessoa física, mas uma pessoa
jurídica, a empresa contratante deverá recolher e reter o imposto de renda devido (tabela
progressiva mensal, modalidade antecipação).

Prestador Tomador
(presta o serviço) (contrata o serviço)
serviço
Pessoa
Jurídica
$$

Livro-Caixa Retenção
(Deduções) (IRRF)
+
ISS (2% a 5%)

Tributação de pessoa física (autônomo) X pessoa jurídica


(prestadora de serviço)
A contratação de pessoa jurídica prestadora de serviços envolve aspectos tributários
substancialmente distintos daqueles relativos à contratação de empregados e
profissionais autônomos.

Primeiramente, o fato de o prestador ser sociedade leva a relação ao campo de


incidência de tributos distintos, que recaem sobre as operações das pessoas
jurídicas, os chamados tributos corporativos.

Assim, nessas relações não há que se falar em Imposto de Renda de Pessoa Física e contribuição
previdenciária de empregador, empregado ou segurado individual.
Aqui se incide o PIS, a COFINS, o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o ISS.
O ISS, aliás, é o único ponto de conexão entre as cargas tributárias que recaem sobre as prestações
de serviços por pessoa física e por pessoa jurídica, pois onera de forma similar as remunerações
percebidas por autônomos e sociedades prestadoras de serviços.
A apuração dos tributos corporativos é afetada por toda uma gama de variáveis que produzem
efeitos significativos sobre as apurações do PIS, da COFINS, do IRPJ e da CSLL.
Assim, empresas que adotam o Lucro Presumido apuram o IRPJ e a CSLL de forma substancialmente
distinta das empresas que estão sujeitas ao Simples ou ao Lucro Real.
De outro lado, a apuração do PIS e da COFINS por empresas sujeitas ao regime não cumulativo
dessas contribuições é muito diferente daquela aplicável às empresas sujeitas ao regime cumulativo.

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Prestador Tomador
(presta o serviço) (contrata o serviço)
serviço
Pessoa
Jurídica
$$

Simples
Lucro Presumido
Lucro Real
+
ISS (2% a 5%)

Por fim, quando tanto a prestadora como a tomadora são pessoas jurídicas, a empresa contratante
do serviço deverá realizar retenções na fonte, que a empresa contratada poderá utilizar
posteriormente para compensar com os seus tributos devidos.

Prestador Tomador
(presta o serviço) (contrata o serviço)
serviço
Pessoa Pessoa
Jurídica Jurídica
$$

Simples RETENÇÕES
Lucro Presumido
Lucro Real
+
ISS (2% a 5%)

No pagamento da remuneração devida à empresa que lhe prestadora de serviços, em regra a pessoa
jurídica contratante (tomadora) deverá reter e recolher os seguintes tributos:

IRRF à alíquota de 1,5%, nos casos de serviços de natureza profissional – isto é,


serviços típicos de profissões regulamentadas, e.g., medicina, advocacia, contabilidade,
engenharia, consultoria, perícia –, e à alíquota de 1%, nos casos de serviços de limpeza,
conservação, segurança, vigilância e por locação de mão-de-obra;

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Formas de Recolhimento do IR

PIS, COFINS e CSLL à alíquota conjunta de 4,65%, desde que o valor da remuneração
total atribuída ao prestador no mês seja maior do que R$ 5.000,00, nos mesmos
serviços em que há retenção do IRRF (vide acima);

Contribuição previdenciária à alíquota de 11%, nos casos em que a prestação de


serviços envolva cessão de mão-de-obra ou em que, mesmo sem haver cessão de
mão-de-obra, os serviços se refiram a limpeza, conservação, vigilância, segurança,
construção civil, digitação, processamento de dados e serviços de natureza rural.

Todos estes tributos, uma vez retidos na fonte, são passíveis de aproveitamento pela prestadora
de serviços para a compensação dos tributos por ela devidos, apurados sobre suas receitas (PIS e
COFINS), seu lucro (IRPJ e CSLL) e sua folha de pagamento (contribuição previdenciária).

Aluguéis e royalties
São rendimentos tributados na fonte, a título de antecipação da declaração de ajuste anual, os valores
mensais pagos por pessoa jurídica a pessoa física a título de aluguéis e royalties.

Observe-se que a modalidade “aluguel e royalties” inclui também outras categorias, tais como a
sublocação, o aforamento, o arrendamento, o direito de uso ou passagem de terrenos, os direitos
autorais, o pagamento por exploração de películas cinematográficas, os juros pelo atraso no
pagamento dos royalties, e as demais espécies de rendimentos percebidos em virtude da ocupação,
uso, fruição ou exploração de bens e direitos pagos.

Resgate de planos de previdência


O resgate de contribuições de entidade de previdência privada, em virtude de desligamento do plano
ou do fundo, respectivamente, pagos a pessoa física residente no Brasil, será tributado mediante
utilização da tabela progressiva ou regressiva.

Desde o ano de 1996, há previsão de portabilidade. Não se configura como fato gerador do imposto
de renda a transferência direta de reserva entre entidades de previdência privada, desde que não
haja mudança de titularidade e que os recursos correspondentes, em nenhuma hipótese, sejam
disponibilizados para o participante ou para o beneficiário do plano.

Rendimentos recebidos de pessoas físicas


Aqueles rendimentos tributáveis recebidos de outras pessoas físicas sofrem a incidência do imposto
de renda, que deverá ser recolhido pelo beneficiário mensalmente por meio do carnê-leão e
calculado de acordo com a tabela progressiva.

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Os rendimentos poderão ser provenientes de diversas origens, tais como rendimentos


do trabalho, de aluguéis e royalties, de pensões ou alimentos, de juros recebidos em
decorrência de empréstimos, entre outros, inclusive o acréscimo patrimonial não
justificado pelos rendimentos declarados pelo contribuinte.

Um contribuinte residente no brasil


presta serviços de consultoria como
profissional autônomo e recebe R$ 2.600,00
de honorários e, no mesmo mês, percebe R$
2.500,00 a título de aluguel proveniente de um
imóvel de sua propriedade.

Neste caso, os dois rendimentos auferidos no


mesmo exercício deverão ser somados, totalizando
R$ 5.100,00.

Deste valor serão subtraídas eventuais deduções e despesas constantes no livro-


caixa e, sobre o rendimento líquido, será a aplicável a alíquota correspondente de
acordo com a tabela progressiva.

O imposto de renda será recolhido a título de antecipação.

Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis

Indenizações por rescisão do contrato de trabalho


É necessário realizar uma distinção entre os ganhos tributáveis daqueles meramente
indenizatórios decorrentes de uma rescisão de contrato de trabalho.

Mesmo na realização de acordo entre empregado e empregador no âmbito da Justiça do Trabalho


devem ser discriminadas exatamente a quais categorias se referem cada uma das frações do valor a
ser pago, evidenciando-se, desta forma, os fatos geradores ou não de diferentes tributos.

Assim, são isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos recebidos pela


pessoa física: a indenização e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de
contrato de trabalho, até o limite garantido por lei, bem como o montante recebido
pelos empregados e diretores, ou respectivos beneficiários, referente aos depósitos,
juros e correção monetária creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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Muitas vezes, verbas não pagas regularmente são cobradas em ações perante a Justiça do Trabalho e,
por este motivo, acabam sendo tratadas como “verbas rescisórias”.

De qualquer forma, independentemente do momento em que forem adimplidas, são isentas do


imposto de renda por determinação legal:

― A alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas especiais de trabalho,


fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados;

― As indenizações por acidente de trabalho;

― As diárias destinadas ao pagamento de despesas de alimentação e pousada por serviço


realizado em município diferente do da sede de trabalho;

― A ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do


beneficiado e seus familiares em caso de remoção de um município para outro, e o valor
recebido a título de vale-cultura.

Discute-se, atualmente, na jurisprudência, sobre a natureza jurídica, entre outros, do vale-


alimentação, do vale-refeição e do vale-transporte, havendo uma forte inclinação para que sejam
considerados como indenizatórios e, portanto, não tributáveis pelo imposto de renda, pois tendentes
não a acrescer o patrimônio do empregado, mas restituí-lo ao estado anterior àquele em que a
despesa foi incorrida.

A Receita Federal já se manifestou anteriormente, através de Soluções de Consulta, pela não


incidência do Imposto sobre a renda sobre apenas o auxílio concedido aos servidores públicos
federais civis ativos da Administração Pública Federal, direta, autárquica e fundacional.

Lucro de Alienação de Bens ou Direitos de Pequeno Valor


O ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário
de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil
reais) será considerado rendimento isento.

Exceção: no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão, a


isenção será aplicável apenas para valores de alienação de até R$ 20.000,00.
O critério para a delimitação do valor da isenção é o valor de alienação, e não o
ganho de capital.

Art. 22. Fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido na alienação de
bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta
se realizar, seja igual ou inferior a:
I. R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no
mercado de balcão;
II. R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos.

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Formas de Recolhimento do IR

Portanto, um veículo de colecionador adquirido pela pessoa física pelo custo de aquisição de
R$ 30.000,00, e, posteriormente, vendido por R$ 35.800,00 não é isento, uma vez que o valor de
alienação excede o limite legal (R$ 35.000,00).

Nesse caso, o ganho apurado de R$ 5.800,00 será tributado normalmente, da seguinte forma:

Valor de alienação R$ 35.800,00

Custo de aquisição (–) R$ 30.000,00

GANHO DE CAPITAL (=) R$ 5.800,00

Alíquota aplicável (X) 15%

VALOR DO RECOLHIMENTO (=) R$ 870,00

Observe-se que teria sido mais vantajoso ao vendedor (alienante) ter realizado a venda por um valor
mais baixo, de R$ 35.000,00, pois mesmo reduzindo o preço do veículo, ingressaria no limite legal,
podendo se aproveitar da isenção.

Cuidado: Para fins de aplicação da isenção, é necessário que se considere o valor


do bem ou do conjunto de bens ou direitos da mesma natureza alienados em um
mesmo mês.

Desta forma, considere um contribuinte pessoa física que possua dois lotes de terra, adquiridos
cada um pelo valor de R$ 20.000,00, e venda o primeiro lote no dia 1ª de janeiro por R$ 28.000,00 e o
segundo no dia 30 de janeiro por R$ 32.000.

No exemplo, o valor de alienação total do conjunto de bens no mês foi de R$ 60.000,00. Então deverá
pagar 15% sobre R$ 20.000,00 (ganho de capital), ou seja, R$ 3.000,00. Caso este mesmo contribuinte
houvesse vendido o segundo imóvel no dia 1º de fevereiro, não recolheria nada, pois ambas as
operações estariam contempladas pela isenção.

Por outro lado, se uma pessoa física alienar no mesmo mês um imóvel por R$ 30.000,00 e uma obra
de arte por R$ 25.000,00, apurando ganho de capital em ambas as operações, nada terá a recolher,
pois “imóvel” e “obra de arte” não são bens da mesma natureza e não formam um mesmo conjunto
de bens, não devendo ser somados. Cada um deles, individualmente, terá um valor de alienação
abaixo de R$ 35.000,00 e serão isentos.

Lucro e Dividendos

Desde 1996 até os dias de hoje, os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados que
são pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou
arbitrado (ou seja, residentes ou domiciliadas no país), não estão sujeitos à incidência do imposto

16
Formas de Recolhimento do IR

na fonte, nem integram a base de cálculo do imposto do beneficiário, pessoa física ou jurídica,
domiciliado no País ou no exterior.

Por este motivo, todos os valores recebidos pelo sócio ou acionista a título de distribuição de lucros
e dividendos devem ser considerados como rendimentos isentos, sejam eles provenientes de pessoa
jurídica que apure seus tributos pelo Simples Nacional, pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real.

A percepção de rendimentos isentos acima de R$ 40.000,00 por ano-calendário


implica a obrigatoriedade da declaração anual de ajuste do imposto de renda.

Neste caso, a pessoa física tem a obrigação de declarar o nome e o CNPJ da fonte pagadora do
dividendo, sobretudo para fins de controle e de cruzamento de informações.

Observe que, apesar de os ganhos e perdas serem comuns a todos os sócios e acionistas na
proporção de sua participação social, é possível a distribuição desigual ou desproporcional dos
lucros e dividendos, desde que o contrato social preveja a deliberação dos sócios sobre a forma
da distribuição.

Não havendo esta cláusula, na prática, não haverá infração tributária federal se todos os sócios
forem pessoas físicas, pois será como se o sócio que recebeu menos houvesse feito uma doação
para aquele que recebeu mais, havendo, a possibilidade da cobrança de ITCMD estadual sobre a
parcela doada.

Já no caso de não haver a previsão e se tratar de sócios pessoas jurídicas que recebem distribuição
desproporcional, a doação será indedutível para a doadora e tributável na donatária, persistindo
também neste caso a possibilidade da cobrança do imposto de doação.

Observação: os lucros e dividendos recebidos de fonte situada no exterior


serão considerados rendimentos tributáveis pelo imposto de renda, por meio da
aplicação da tabela progressiva (carnê-leão).

Vale lembrar a diferença de tributação para títulos ADR e BDR:

— ADR: dividendos, quando aplicável, são pagos em dólares americanos e normalmente


incidem impostos da mesma maneira que as ações americanas. Além disso, impostos
podem ser retidos na fonte pelo governo do país da empresa emissora.

— BDR: tabela progressiva nacional. Carnê leão para dividendos. Para ganho de capital
são 15% tradicionais.

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Formas de Recolhimento do IR

Aposentadoria, reserva remunerada, reforma, pensão ou pecúlio

Acima de 65 anos
Estão isentos a pensão e os proventos da inatividade pagos pela Previdência Social ou por entidade
de previdência privada, a partir do mês em que o pensionista ou inativo completar 65 anos de idade,
até o valor de R$ 1.903,98*, por mês, sem prejuízo da parcela isenta prevista na tabela de incidência
mensal do imposto.

O valor excedente a esse limite está sujeito à incidência do imposto sobre a renda na fonte e
na declaração.

Os demais rendimentos recebidos pela pessoa física, inclusive aluguéis, estão sujeitos à tributação
pelo Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.

Decorrente de morte ou invalidez permanente

São isentos do imposto os seguros (pecúlio) recebidos de entidade de previdência privada decorrente
de morte ou invalidez permanente do participante.

Observe que aquela importância paga em prestação única, também em razão de morte ou invalidez
permanente do participante, que é correspondente à devolução das contribuições efetuadas ao
plano, acrescida ou não de rendimentos financeiros, não caracteriza pagamento de pecúlio (seguro),
não sendo portanto, isenta.

A parcela de devolução, também chamada de “reversão”, será tributável na fonte como antecipação
do imposto devido na declaração de ajuste anual da pessoa física, ou de forma exclusiva, nos casos
em que houve opção por aquele regime de tributação.

Doença grave ou acidente de trabalho


Os portadores de doenças graves são isentos do imposto de renda, sem limites, desde que se
enquadrem cumulativamente nas seguintes situações:

― Os rendimentos sejam relativos a aposentadoria, pensão ou reforma (outros


rendimentos não são isentos), incluindo complementação de entidade privada e pensão
alimentícia; e

― Seja portador de uma doença grave (exemplo: tuberculose ativa, AIDS, cardiopatia grave,
cegueira, doença de Parkinson, hanseníase, esclerose múltipla etc.).

O Superior Tribunal de Justiça entente que a lista de doenças graves é taxativa, em conformidade
com o Art. 111 do Código Tributário Nacional. Também são isentos os proventos de aposentadoria

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Formas de Recolhimento do IR

ou reforma motivada por acidente de trabalho e os percebidos pelos portadores de moléstia


profissional.

― Não gozam de isenção os rendimentos se o contribuinte for portador de uma


moléstia, mas ainda não se aposentou; e

― Não gozam de isenção os rendimentos decorrentes de atividade empregatícia ou


de atividade autônoma, recebidos concomitantemente com os de aposentadoria,
reforma ou pensão.

Transferências patrimoniais (doação, herança,


legado, meação, separação)
Na transferência de direito de propriedade por sucessão, nos casos de herança, legado ou por doação
em adiantamento da legítima, os bens e direitos poderão ser avaliados a valor de mercado ou pelo
valor constante da declaração de bens do de cujus ou do doador.

Um pai tem um imóvel que está declarado em seu nome na ficha “declaração
de bens e direitos” pelo valor de custo de aquisição de R$ 200.000,00, mas que
atualmente no mercado está avaliado por R$ 450.000,00. O pai deseja realizar
uma doação a seu filho pelo valor constante em sua declaração, ou seja, por
R$ 200.000,00.

O filho, ao reconhecer o imóvel em sua próxima declaração, terá tido um acréscimo


patrimonial. Porém, como a origem desta variação positiva foi uma doação, estará
ele isento do imposto de renda.

Caberá ao filho recolher somente o imposto sobre transmissão causa morte ou


doação (ITCMD) sobre o valor venal (que deve ser entendido como valor de mercado,
ou, neste caso, R$ 450 mil), cuja alíquota varia de 1% a 8% conforme o Estado ou
Distrito Federal.

Isto porque este tributo será devido pelo donatário (quem recebe), a menos que seu
domicílio seja em outro Estado, o que dificultaria a cobrança. Por uma questão de
praticabilidade, neste caso de donatário sem domicílio no Estado, inverte-se a regra
e o ITCMD deverá ser recolhido pelo doador.

*Valor vigente a partir do mês de abril do ano-caldenário 2015, mas que pode ser alterado pela Receita Federal.

Não há imposto de renda para o pai, afinal ele experimentou um decréscimo (e não um acréscimo) ao
destacar o imóvel do seu patrimônio e transmiti-lo ao filho.

No esquema, temos:

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Formas de Recolhimento do IR

Declarado por Doa ao filho por


R$ 200 mil R$ 200 mil

Valor de mercado: R$ 450 mil

Acréscimo patrimonial
isento de IRPF
ITCMD sobre R$ 450 mil

Se o filho, um mês depois de receber a doação do imóvel, vendê-lo pelo valor de mercado (R$ 450.000,00),
deverá apurar o ganho de capital correspondente, ou seja, R$ 250.000,00.

Desprezando-se eventuais isenções ou aplicação de fatores de redução, sobre esta base de cálculo
incidirá o imposto de renda à alíquota de 15 % a 22,5% dependendo do valor do ganho auferido, na
modalidade definitiva, resultando em um recolhimento de R$ 37.500,00, a ser pago até o último dia útil
do mês subsequente ao da operação.

A doação efetuada em dinheiro (moeda nacional) não é tributada pelo imposto


sobre a renda, mas está sujeita à comprovação da sua efetivação, bem como da
disponibilidade econômico-financeira do doador.

Não se comprovando a efetivação (por meio de um extrato que registre a transferência bancária, por
exemplo), ou a disponibilidade do doador (caso o doador não tinha recursos para realizar a doação),
então o acréscimo patrimonial do donatário será considerado rendimento não justificado e sujeito à
aplicação da tabela progressiva mensal.

O exemplo utilizado é de uma doação, mas as mesmas regras se aplicam para o caso de uma herança,
legado, meação ou separação.

Assim, no caso de falecimento do pai, ou do adiantamento de parte legítima em vida a um dos


herdeiros, a transmissão do bem ou direito pelo valor constante na declaração de bens ou direitos
do pai não gerará a obrigação de o herdeiro recolher imposto de renda.

O valor constante na declaração de bens e direitos será sempre o custo de


aquisição, que em regra não pode ser atualizado.

Apenas se incorporam ao custo do imóvel as despesas com construção, ampliação ou reforma,


autorizadas, declaradas e comprovadas por documentação hábil e idônea (notas fiscais para as

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Formas de Recolhimento do IR

despesas com pessoas jurídicas, recibos para as despesas com pessoas físicas), deverá ser mantida
por pelo menos cinco anos após a alienação do imóvel.

Situações em que doações ou heranças podem gerar ganho de capital


Exclusivamente para fins de imposto de renda, existe a opção fiscal de o bem ou direito ser transmitido
em doações ou heranças não pelo valor declarado pelo doador ou de cujus (custo de aquisição), mas
pelo valor de mercado.

O exercício ou não desta opção possibilitada pelo legislador caberá ao doador no caso de uma doação
ou ao inventariante no caso de uma herança.

Assim, no exemplo utilizado, o pai realizaria a doação ao filho não pelo valor declarado originalmente,
mas por R$ 450.000,00. Neste caso, o filho reconhecerá em sua declaração do próximo exercício este
valor em sua ficha de bens e direitos, mas continuará isento do imposto de renda sobre o acréscimo
patrimonial experimentado. Nada se altera também quanto ao ITCMD.

Porém, ao transferir, por sua opção, o imóvel pelo valor atualizado, o pai deverá realizar o recolhimento
do imposto de renda na modalidade definitiva mediante aplicação da alíquota de 15% a 22,5% sobre
a diferença entre o valor de mercado e o custo de aquisição declarado, ou seja, sobre R$ 250.000,00,
conforme esquema:

Declarado por Doa ao filho por


R$ 200 mil R$ 450 mil

Valor de mercado: R$ 450 mil

IR-Alíquota Acréscimo patrimonial


15% X R$ 250 mil isento de IRPF

ITCMD sobre R$ 450 mil

O imposto de renda será devido, portanto na:

― Doação ou adiantamento de legítima: pelo doador até o último dia do mês


subsequente ao da doação;

― Transmissão causa mortis: pelo inventariante, até a entrega da declaração final de


espólio; e

― Separação (dissolução da sociedade conjugal ou unidade familiar): pelo ex-cônjuge


titular do bem ou direito transmitido, até o último dia útil do mês subsequente ao
da sentença homologatória da partilha.

É importante destacar que algo semelhante poderá ocorrer quando uma pessoa
jurídica entregar bens ou direitos do seu ativo para o titular ou a sócio/acionista a
título de devolução de sua participação no capital social.

21
Formas de Recolhimento do IR

Tais bens poderão ser avaliados pela empresa ou pelo valor contábil ou de mercado.

Se decidir avaliar pelo valor de mercado, a diferença constituirá ganho de capital tributável na
pessoa jurídica investida. Deste ponto de vista, nada se altera também se o sócio ou acionista
investidor for uma pessoa física ou jurídica.

Se uma pessoa jurídica tem registrado em seu ativo um imóvel cujo valor contábil (de
custo de aquisição) é de R$ 300 mil e um dos seus sócios deseja se retirar da sociedade,
a empresa restitui a participação respectiva e entrega o imóvel, enquanto que o sócio
pessoa física o registra em sua ficha de bens e direitos de sua declaração de ajuste
referente a este ano-base pelo mesmo valor da participação extinta (R$ 300 mil).

Neste caso, não haverá ganho de capital tributável. Caso o sócio investidor fosse uma pessoa jurídica,
bastaria baixar as quotas correspondentes e registrar o imóvel pelo valor da participação extinta.

Se, por outro lado, a pessoa jurídica restitui o capital social do sócio mediante
entrega de bens e direitos (no caso, o imóvel cujo custo de aquisição registrado
contabilmente é de R$ 300 mil), mas resolve avalia-lo por R$ 500 mil, a diferença,
ou seja, o valor de R$ 200 mil será considerado ganho de capital tributável na
pessoa jurídica que está devolvendo o investimento.

Contudo, a diferença entre o valor investido pelo sócio, pessoa física ou jurídica, e o valor do imóvel
reconhecido em sua próxima declaração de ajuste (ficha “bens e direitos”) não será computada, pelo
titular, sócio ou acionista, na base de cálculo do imposto de renda ou da contribuição social sobre o
lucro líquido.

Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva


de Fonte ou Definitiva
Diferentemente do imposto recolhido por antecipação e sujeito ao ajuste anual, sobre determinadas
espécies de rendimentos pagos por pessoas jurídicas a pessoas físicas, incidirá a tributação de modo
exclusivo, ou seja, o imposto de renda retido na fonte na modalidade exclusiva (IRF-E).

Uma vez realizada a retenção pela fonte pagadora, o rendimento (agora líquido) não precisará
ser submetido a um novo cálculo no final do ano, e não implicará nenhum efeito sobre a
complementação anual obrigatória ou sobre o valor a ser restituído.

A tributação exclusiva na fonte do imposto de renda poderá ser proporcional, como no caso de
rendimentos financeiros, ou progressiva, como no caso do 13º salário.

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Formas de Recolhimento do IR

A modalidade proporcional é a mais comum e se aplica, via de regra, aos


rendimentos financeiros (renda fixa ou variável) e também sobre os não residentes
que percebem rendimentos de fonte brasileira.

Neste último caso, a fonte pagadora está obrigada a realizar a retenção do imposto, cuja alíquota
variará, em regra, de 15 a 25%.

Estão isentos do imposto de renda exclusivo na fonte:

― Rendimentos de cadernetas de poupança e juros de letras hipotecárias;

― Juros produzidos por Bônus do Tesouro Nacional e Notas do Tesouro Nacional;

― Rendimentos produzidos por Títulos da Dívida Agrária; e

― Rendimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento.

Décimo terceiro salário


O recolhimento do imposto de renda retido na fonte na modalidade exclusiva (IRF-E) pode também
ser calculado por meio da modalidade progressiva e com as mesmas deduções autorizadas para
o imposto de renda retido na fonte por antecipação, o que ocorrerá no pagamento da gratificação
natalina, conhecida como 13º salário.

Por uma expressa disposição legislativa, o 13º salário não ingressa no cálculo do ajuste anual. Deverá
ele ser tributado de maneira exclusiva na fonte e de maneira separada dos demais rendimentos que
o contribuinte venha a receber no mês.

Se uma empresa efetua o pagamento a seu empregado do salário referente ao mês


de novembro e também a primeira parcela do 13º salário, haverá dois rendimentos que
serão reconhecidos de maneiras diferentes.

O salário ficará sujeito ao cálculo do imposto de renda retido na fonte do mês, por
antecipação e, portanto, afetará o ajuste anual da pessoa física.

Já o imposto devido sobre o 13º salário será calculado em dezembro, não importando
se houve ou não o pagamento de parcelas em meses anteriores, uma vez que não há
retenção no pagamento de antecipações: todas as parcelas deverão ser somadas e
oferecidas à tributação em dezembro, quando a empresa deverá realizar o cálculo e o
recolhimento respectivo.

Desta forma, no mês de dezembro, a empresa (fonte pagadora) deverá realizar dois
cálculos separados:

― Primeiro, relativo aos pagamentos do mês, calculando o imposto devido por


antecipação;

23
Formas de Recolhimento do IR

― Segundo, para o 13º salário, apurando o imposto devido na modalidade exclusiva


na fonte.

Observação: tanto o cálculo como também as deduções destas duas modalidades de


rendimento serão as mesmas.

A principal diferença é que o rendimento relativo ao salário será tributado na modalidade


antecipação, enquanto que o relativo ao 13º salário na modalidade exclusiva:

Rendimento Bruto do 13º salário

Dedução de dependentes (-)

Dedução da contribuição previdenciária (-)

BASE DE CÁLCULO (=
)

Alíquota aplicável (X)

VALOR APURADO (=)

Parcela a deduzir (3ª coluna da tabela) (-)

VALOR DE RETENÇÃO (=)

Rendimentos de aplicações financeiras


Os rendimentos de aplicações financeiras serão também sujeitos à tributação exclusiva, em
conformidade com os comprovantes de rendimentos emitidos pela respectiva instituição
financeira, aplicando-se alíquotas diversas conforme a natureza de cada aplicação, de renda fixa
ou de renda variável.

Juro sobre capital próprio creditado a acionistas


Os “juros sobre o capital próprio” (JCP) podem ser vistos como uma forma bastante vantajosa de
remuneração de sócios e acionistas para pessoas jurídicas que apuram os seus tributos pelo lucro
real frente à distribuição de dividendos.

Na verdade, enquanto os dividendos representam os lucros da sociedade, os JCP representam uma


espécie de despesa (dedutível) paga pela pessoa jurídica ao sócio como compensação (remuneração)
pelo capital investido na sociedade, que deixa de render em outras aplicações.

Da perspectiva da integração entre sociedade e sócios/administradores, apesar de isentos do imposto


de renda, os dividendos não são passíveis de dedução para a pessoa jurídica.

Na outra extremidade está a figura do pró-labore, que será reconhecido pelo administrador como
rendimento sujeito ao imposto de renda retido na fonte por antecipação mediante aplicação da
tabela progressiva a uma alíquota que pode chegar a 27,5% (idêntica à tributação dos salários em

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Formas de Recolhimento do IR

uma relação de emprego, incidindo, inclusive, a contribuição previdenciária), porém é reconhecido


como despesa dedutível para a empresa.

Os juros sobre o capital próprio (JCP) têm um tratamento diferenciado: quando


distribuídos a uma pessoa física (ou pessoa jurídica não tributada pelo lucro real,
inclusive isenta), serão tributados pelo imposto de renda retido na fonte de modo
definitivo a uma alíquota de 15%, devido na data do pagamento ou crédito ao
beneficiário e, ao mesmo tempo, serão reconhecidos como uma despesa dedutível
para a sociedade. Não estão sujeitos ao ajuste anual da pessoa física e nem
representam fato gerador da contribuição previdenciária.

Apesar de implicar uma tributação mais vantajosa, a empresa não pode distribuir exclusivamente
JCP, pois há regras de limitação decorrentes da lei. Isto porque o objetivo deste instituto jurídico é
permitir ao sócio e ao acionista receber um rendimento equivalente ao que receberia se buscasse
outra aplicação financeira de longo prazo, incentivando o investimento de seus recursos na própria
empresa da qual participa.

Assim, para efeitos de apuração do lucro real, serão dedutíveis os JCP distribuídos até o limite da
Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) aplicada sobre o patrimônio líquido da sociedade.

Além disso, a dedutibilidade dos JCP será limitada também ao maior dentre os seguintes referenciais:
50% do lucro líquido do exercício (antes da dedução dos juros), ou 50% dos lucros acumulados.

Do mesmo modo que os dividendos, o pagamento de JCP dependerá da aprovação da assembleia


geral dos acionistas ou da reunião dos sócios.

Uma empresa, que apura os seus tributos pelo lucro real, aprovou seu balanço
patrimonial em 31 de dezembro, onde constatou que seu patrimônio líquido era de
R$ 420.000,00.

Apurou, ainda, R$ 120.000,00 de lucros acumulados. O resultado de lucro do


exercício foi de R$ 40.000,00. Qual será o montante de JCP bruto que a empresa
poderá distribuir como despesa dedutível?

Dado: considere a TJLP = 6%.

Primeiro, deve ser aplicada a TJLP X Patrimônio Líquido:

JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO – JCP

JCP (420.000 x 6% TJLP) 25.200


Em segundo lugar, devem ser considerados os dois limites referenciais:

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Formas de Recolhimento do IR

LIMITES DE DEDUTIBILIDADE

50% x Resultado de lucro do Exercício (40.000 x 50%) 20.000

50% x Reserva de lucros acumulados (120.000 x 50%) 60.000

JCP Dedutíveis 25.200

Como o maior entre os dois limites referenciais é de R$ 60.000,00, então a empresa


poderá deduzir integralmente os JCP apurados, ou seja, R$ 25.200,00.

Observe que, caso esta mesma empresa não tivesse lucros acumulados de outros exercícios, ela
deveria aplicar apenas o primeiro limite e, assim, somente R$ 20.000,00 de JCP seriam dedutíveis.

Por fim, cabe saber agora quanto será distribuído de JCP líquidos aos sócios ou acionistas, ou seja,
depois de oferecidos à tributação, uma vez que a empresa é responsável pelo cálculo, apuração e
retenção do imposto de renda retido na fonte na modalidade definitiva.

Para este cálculo, sabe-se que o JCP está sujeito a uma alíquota de 15%:

JCP LÍQUIDOS

JCP brutos 25.200

Alíquota de 15% (IRRF – Definitivo) (3.780)

JCP líquidos 21.420

A empresa do exemplo poderá distribuir a seus sócios ou acionistas o valor de R$ 21.420,00 a título
de JCP líquidos.

Como a tributação foi realizada na fonte de maneira definitiva, o imposto de renda retido (IRRF) não
trará qualquer consequência para o cálculo da complementação anual obrigatória ou do valor a
restituir da pessoa física beneficiária dos JCP no momento da declaração anual de ajuste (DAA).

Prêmios obtidos em loterias, sorteios, título de capitalização


O prêmio em dinheiro pago por loterias, concursos desportivos em geral, bingos e títulos de capitalização,
está sujeito ao imposto retido na fonte, na modalidade exclusiva, em regra a uma alíquota de 30%.

O caso de uma aposta conjunta realizada em nome de um único titular e


contemplada, em que o ganhador precisa distribuir o prêmio aos demais
apostadores, como se trata de retenção exclusiva na fonte, o beneficiário já terá
recebido o rendimento líquido, podendo realizar a distribuição das suas frações
sem qualquer incidência tributária, cabendo aos demais beneficiários o ônus da
comprovação da origem destes valores.

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Formas de Recolhimento do IR

Já os prêmios pagos em bens ou serviços em concursos e sorteios de qualquer natureza estarão


sujeitos igualmente ao imposto de renda exclusivo na fonte, porém a uma alíquota de 20%.

A base de cálculo do tributo será o valor de mercado o prêmio na data da sua distribuição, que será
considerado, para fins de declaração, como o custo de aquisição.

No caso de concursos com avaliação de desempenho do participante, tais como


concursos artísticos, literários, desportivos, científicos ou assemelhados, a natureza
do rendimento assume o aspecto de remuneração sobre o trabalho.

Neste caso não haverá a tributação exclusiva como nos demais casos, mas sim a
incidência do imposto de renda retido na fonte, calculado de acordo com a tabela
progressiva mensal, a título de antecipação do devido na declaração de ajuste
anual (com impacto direto, portanto, na complementação anual obrigatória ou no
valor a restituir).

O pagamento do imposto competirá à pessoa jurídica que distribuir o prêmio respectivo.

Alienações a prazo
As alienações a qualquer título realizadas por pessoas físicas estão sujeitas ao imposto de renda, na
modalidade definitiva, a uma alíquota a 15% sobre o ganho de capital apurado (valor de alienação –
custo de aquisição).

Assim, desprezadas eventuais isenções e aplicação de fatores de redução, um bem imóvel adquirido
por R$ 200.000,00 e vendido por R$ 1.000.000,00 implicará um ganho de capital de R$ 800.000,00.

Ocorre que, caso o valor seja parcelado (alienação a prazo) em 100 parcelas de R$ 10.000,00, o
ganho de capital apurado será oferecido à tributação na exata proporção das parcelas recebidas
em cada mês.

Veja que não seria razoável exigir do contribuinte a tributação total sobre o ganho de capital (neste
exemplo, R$ 120.000,00) de uma só vez, sendo que ele ainda não recebeu nenhum centavo pelo
imóvel vendido.

A regra geral é de que o ganho de capital decorrente de alienações de bens e direitos a prazo (por
pessoa física) é apurado como se a venda fosse realizada à vista (fato gerador do IR ocorre já no
momento em que formalizada a alienação), ficando o seu recolhimento diferido para o momento
em que as parcelas forem efetivamente pagas. Sobre as parcelas recebidas, deverá ser pago o
valor proporcional do imposto de renda devido. O recolhimento do valor proporcional do IR deve
sempre ser realizado até o último dia útil do mês subsequente ao do recebimento da parcela.

O que se calcula, considerando-se a eventual correção monetária, é a relação


percentual entre o ganho de capital sobre o valor de alienação. O percentual
calculado deverá ser aplicado sobre cada parcela recebida.

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Formas de Recolhimento do IR

No exemplo acima, o ganho de capital foi de R$ 800.000,00, o que representa 80% do valor de
alienação (R$ 1 milhão).

Assim, a cada parcela de R$ 10.000,00, efetivamente recebida, o contribuinte deverá reconhecer o


montante de R$ 8.000,00 como ganho de capital proporcional, e é sobre este valor que deverá incidir
a alíquota de 15%.

Neste caso, o contribuinte deverá proceder ao recolhimento de R$ 1.200,00 sobre a parcela mensal
percebida, conforme cálculo a seguir:

ALIENAÇÃO A PRAZO

Valor de alienação 1.000.000

Custo de aquisição (200.000)

Ganho de capital (total) 800.000

Proporção (Ganho de capital


sobre Valor Alienação) 80%

Valor de cada parcela (100 parcelas) 10.000

Proporção de ganho de
capital por parcela (80%) 8.000

15% sobre ganho de


capital proporcional 1.200

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