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Guaratinguetá
2011
LEONARDO EMIDIO LOPES
Guaratinguetá
2011
Lopes, Leonardo Emidio
Dimensionamento de pavimentos flexíveis para aeroportos / Leonardo
L864d
Emidio Lopes – Guaratinguetá : [s.n], 2011.
50 f. : il.
Bibliografia : f. 45-46
CDU 625.021
Dedico este Projeto Integrado aos
meus pais, Seu Jorge e Dona Hilda por todo
esforço e dedicação a mim até o momento.
AGRADECIMENTOS.
Primeiramente agradeço a Deus, Jesus Cristo e Nossa Senhora Aparecida, por todas as
bênçãos derramadas sobre mim durante todos os dias da minha vida e principalmente durante
a minha graduação.
Aos meus pais Jorge e Hilda por representarem tudo que sou pela confiança em
acreditar que seria possível me tornar Engenheiro Civil e pelo amor incondicional.
A minha namorada Ana Paula, pelo amor, força e principalmente paciência, por ser
meu porto seguro nos momentos difíceis.
Ao Prof. Dr. Luiz Eduardo de Oliveira, por ter aceitado ser meu orientador e ter
acreditado no meu potencial para desenvolver esse trabalho de graduação.
A Danielle Regiane Matheus, pessoa pela qual devo todo meu amor, minha amizade e
meu respeito, sem ela durante a minha graduação esse momento jamais teria chegado,
obrigado por tudo, pelo amor e pelo companheirismo.
Aos meus amigos, de um modo especial Eduardo Costa, Bruno Ozai, Maíra Cortez,
Ana Carolina Dutra, Alexandre Almeida, Bruno Hideo e Daniel Lima, parentes que me
ajudaram e apoiaram para esse momento chegar.
E finalmente a minha amada e inesquecível República Vamointão, e a todos os
moradores que a compõem, obrigado pela amizade, pelo amor, pelos momentos alegres e
tristes, sem você o caminho para chegar até aqui teria sido pior.
“O homem é do tamanho do seu sonho”
Fernando Pessoa.
LOPES, L. E. Dimensionamento de pavimentos para aeroportos. 2011. 46 f. Trabalho de
Graduação (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2011.
RESUMO.
ABSTRACT.
This work discusses the design of flexible pavements for airports, with the aid
techniques and tools necessary for the calculation and design critical aircraft as the Boeing
777-300ER.
Also discussed the layers that make up the pavement, the materials used and the
method used for design pavement (FAA method).
AD - Advisory Circular
CAP - Cimento Asfáltico de Petróleo
CBR - Califórnia Bearing Ratio
CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado a Quente
DIRENG - Diretoria de Engenharia da Aeronáutica
DNIT - Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transportes
ER - Extended Range
ETOPS - Extended Twin Engine Operations
FAA - Federal Aviation Administration
GE - General Electric
ISC - Índice de Suporte Califórnia
LR - Long Range
MTOW - Maximum Take-Off Weight
NBR - Norma Brasileira
PMD - Peso Máximo de Decolagem
PMF - Pré Misturado a Frio
PMQ - Pré Misturado a Quente
VTA - Volume de Tráfego Anual.
VTD - Volume de Tráfego Diário.
LISTA DE SÍMBOLOS.
% - Porcentagem
Cº - Grau Celsius
γs - Massa Específica Aparente Seca
cm - Centímetro
cm³ - Centímetro Cúbico
g - Gramas
h - Teor de Umidade
in - Polegada
H20 - Espessura da Base
Hsb - Espessura da Sub Base
Hrev - Espessura do Revestimento Asfáltico
kg - Quilograma
Km - Quilômetro
kN - Kilonewton
m - Metro
Mh - Massa Úmida
min - Minuto
mm - Milímetro
pol - Polegada
V - Volume
SUMÁRIO.
1 - INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 14
1.1 – Apresentação............................................................................................................ 14
1.2 – Objetivo. ................................................................................................................... 15
1.3 – Metodologia. ............................................................................................................ 15
2 – PAVIMENTO FLEXÍVEL. ........................................................................................................ 16
2.1 – Conceito de Pavimento. ........................................................................................... 16
2.1.1 – Definição de Pavimento Flexível. ................................................................... 16
2.2 – Camadas do Pavimento Flexível. .............................................................................. 17
2.2.1 – Subleito. ......................................................................................................... 17
2.2.2 – Reforço de Subleito. ....................................................................................... 17
2.2.3 – Sub Base. ........................................................................................................ 17
2.2.4 – Base. ............................................................................................................... 17
2.2.5 – Revestimento. ................................................................................................ 17
2.3 – Materiais Empregados.............................................................................................. 18
2.3.1. – Bases e Sub Bases Flexíveis. .......................................................................... 18
2.3.1.1 – Materiais de Bases e Sub Bases Granulares. ....................................... 19
2.3.1.2 – Materiais de Bases e Sub Bases com Aditivos. .................................... 20
2.3.2 – Revestimentos Betuminosos.......................................................................... 20
2.3.2.1 – Revestimento Betuminoso por Penetração Invertida. ........................ 21
2.3.2.2 – Revestimento Betuminoso por Penetração Direta. ............................. 21
2.3.2.3 – Revestimento por Mistura. .................................................................. 21
3 – MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO FAA. ............................................................................ 23
3.1 – Volume de Tráfego Anual. ........................................................................................ 23
3.2 – Peso Máximo de Decolagem (MTOW). .................................................................... 23
3.3 – Configuração do Trem de Pouso Principal. .............................................................. 23
3.4 – Aeronave Crítica de Projeto. .................................................................................... 26
3.5 – Capacidade de Suporte do Subleito. ........................................................................ 26
3.6 – Número Equivalente de Decolagens Anuais (R1). .................................................... 26
3.7 – Determinação da Espessura do Pavimento.............................................................. 28
3.8 – Espessura Mínima da Base. ...................................................................................... 30
3.9 – Espessura Mínima do Revestimento. ....................................................................... 30
4 – AERONAVE CRÍTICA DE PROJETO........................................................................................ 31
5 - O CBR – CALIFORNIA BEARING RATIO. ................................................................................ 34
5.1 - Execução do Ensaio. .................................................................................................. 35
5.2 – Resultados Obtidos................................................................................................... 37
5.2.1 – O CBR. ............................................................................................................. 37
5.2.2 – Umidade Ótima. ............................................................................................. 38
6 – EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO. ................................................................................... 39
6.1 – Memorial de Cálculo. ............................................................................................... 39
6.1.1 – Determinação da Espessura Total. ................................................................. 40
6.1.2 – Determinação da Espessura Mínima do Revestimento e da Base. ............... 41
6.1.3 – Determinação da Espessura da Sub Base. ..................................................... 42
6.2 – Resultado Final. ........................................................................................................ 43
7 – CONCLUSÃO. ....................................................................................................................... 44
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .......................................................................................... 45
ANEXO A. .................................................................................................................................. 47
ANEXO B. .................................................................................................................................. 48
ANEXO C.................................................................................................................................... 49
14
1 - INTRODUÇÃO.
1.1 – Apresentação.
Desde o início do século passado, mais precisamente em 1906 quando Santos Dumont
decolou com o lendário “14-Bis” no Campo de Bagatelle em Paris (França), o avião se tornou
um modal de transporte importantíssimo para a população mundial, não somente pelo fato de
ter encurtado as distâncias entre os continentes devido à rapidez e agilidade no transporte, mas
também por aliar essa velocidade com grande capacidade de transporte de passageiros e carga
num único vôo, hoje em dia temos o exemplo do Airbus A380 (figura 1), o maior avião
comercial já produzido, que se for configurado em classe única pode transportar até 845
passageiros.
1.2 – Objetivo.
1.3 – Metodologia.
2 – PAVIMENTO FLEXÍVEL.
2.2.1 – Subleito.
É o terreno de fundação que irá receber o pavimento, sua profundidade será dada até o
limite onde as tensões irão atuar, há casos em que o índice CBR poderá ser menor que 2%,
nesse caso haverá a necessidade de troca de material por um melhor, se o CBR for maior que
20% esse mesmo solo poderá ser usado como subleito.
2.2.4 – Base.
2.2.5 – Revestimento.
É a camada que recebe o contato direto com o tráfego, tem como finalidade garantir a
proteção, segurança e durabilidade do pavimento, assim como resistir aos esforços horizontais
provocados pelas aeronaves nas operações de pouso e decolagem.
Na figura 3 tem-se um esquema das camadas que compõe o pavimento.
18
x Estabilização Granulométrica.
Segundo o manual do DNIT (2006), são as camadas constituídas por solos, britas de
rocha, de escória de alto forno, ou ainda pela mistura desses materiais. Essas camadas
são puramente granulares, flexíveis e são compactadas granulometricamente pela
compactação de um material ou pela mistura.
Para a obtenção de solo brita, ocorre a mistura do solo natural e pedra britada, quando
essa mistura ocorre somente com material de britagem tem-se ai a brita graduada
(quando o diâmetro dos materiais forem iguais) ou a brita corrida (agregados com
diâmetros diferentes).
x Macadame Hidráulico.
Segundo o DNIT (2006), é a camada de base ou sub base compactada com agregados
graúdos, após a compactação os vazios existentes são preenchidos com pó de brita e
em alguns casos com solos de granulometria calculadas anteriormente. Num primeiro
momento ocorre a distribuição uniforme dos materiais e o solo está seco,
posteriormente ocorre o adensamento com a adição de água até obter a espessura final
desejada.
20
x Solo Cimento.
Como o próprio nome já diz, é uma mistura constituída por solo, cimento Portland e
água, sua dosagem é feita em laboratório de forma a apresentar determinadas
características de resistência e durabilidade.
x Solo Melhorado com Cimento.
É o material semelhante ao de solo cimento, porém a diferença fica na proporção de
cimento utilizado, entre 2 a 4% de cimento em relação ao peso total da mistura.
x Solo Cal.
Segundo o manual do DNIT (2006) é uma mistura de solo, cal, água e às vezes, cinza
volante, uma pozolana artificial, o teor de cal fica entre 5 a 6%, e o processo de
estabilização ocorre.
o Por modificação do solo, no que se refere a sua plasticidade e sensibilidade à
água;
o Por carbonatação, que é uma cimentação fraca;
o Por pozolanização, que é uma cimentação forte.
x Solo melhorado com Cal.
Idêntico ao anterior, porém com baixos teores de cal, não ocorre cimentação, somente
diminuição da plasticidade e sensibilidade à água.
x Solo Betume.
É uma mistura de solo, água e material betuminoso, totalmente flexível.
x Bases Betuminosas Diversas.
Por serem exatamente iguais ao revestimento, esse tópico será abordado
posteriormente.
Segundo o DIRENG, é o peso máximo que uma aeronave pode decolar mantendo a
segurança do vôo. Para fim de dimensionamento o que importa é o MTOW e não o peso no
momento do pouso.
No dimensionamento considera-se que 95% do peso máximo da aeronave esteja
concentrada no trem de pouso principal e o restante fica na bequilha ou trem de pouso de
nariz.
Nas páginas seguintes, têm-se algumas figuras (6 a 11) com os tipos de trem de pouso
e sua configuração.
24
É o valor do CBR empregado no momento do projeto, esse valor é vinculado pelo tipo
de aeronave que irá operar no aeroporto de projeto, ou seja, não há a necessidade de se obter
um suporte de subleito elevado se a operação do aeroporto se restringir a aeronaves de
pequeno ou médio porte.
Abaixo segue o quadro 1 com os valores do CBR do Subleito.
ܹʹ
݈ ͳܴ ݃ൌ ሺ݈ʹܴ ݃ሻݔඨ ሺʹሻ
ܹͳ
Onde:
R1 = Número equivalente anual de operação da aeronave de projeto.
R2 = Número de operações da aeronave em questão.
Ͳǡͻͷܦܯܲݔ
ܹʹ ൌ ሺ͵ሻ
݊͑݀݁ݏܽ݀ݎ
Onde:
PMD = Peso Máximo de Decolagem
Nº de rodas = Número de Rodas do Trem de Pouso Principal.
28
Segundo FORTES (2007), para o cálculo da espessura total que o pavimento deve ter
para uma determinada aeronave de projeto, deve-se ter um ábaco onde constam as áreas
críticas do pavimento flexível. No ábaco, entra-se com o valor do CBR do subleito no eixo
das abscissas, traçando uma vertical nesse valor até chegar ao valor onde consta o peso
máximo de decolagem, a partir desse ponto obtido, traça-se uma reta horizontal até a reta
onde consta o valor das partidas anuais de decolagem da aeronave de projeto, novamente a
partir desse ponto novo traça-se uma reta vertical até chegar ao ponto onde estará informado o
valor da espessura total do pavimento.
Na figura 12 segue o ábaco do Boeing 727 – 200, note que no próprio ábaco já
demonstra como obter o valor da espessura total como exemplo, através da linha pontilhada
pode-se notar que o CBR do Subleito é 6%, o peso máximo de decolagem de 200.000 lbs
(libras), o numero de partidas anuais é 1200 e finalmente obtêm-se o valor da espessura total
do pavimento de aproximadamente 34 in (polegadas)
29
Abaixo segue o quadro 2 com as espessuras mínimas da camada de base para algumas
aeronaves e configurações padrão de trem de pouso.
Conforme foi descrito acima, para fim de dimensionamento foi escolhido o Boeing
777-300ER dentro as quatros maiores aeronaves comerciais utilizadas na aviação comercial
mundial, (Airbus A380-800, Airbus A340-600 e o Boeing 747-400), o motivo da escolha se
deve ao fato de ser a aeronave em maior utilização no Brasil e possuir uma carga por roda
maior que o do Boeing 747-400 que é a segunda aeronave com maior movimentação no país.
A configuração do trem de pouso e informações relevantes da aeronave está nos anexos A, B,
C e D.
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Colocam-se os corpos de prova no tanque de imersão com água durante 4 dias e fazer
a leitura no extensômetro a cada 24 horas, passado esse período retira-se o corpo de prova e
deixe escoar por 15 minutos, após esse tempo o corpo de prova está pronto para a penetração;
A penetração é feita através de uma prensa conforme figura 15, com uma velocidade
constante de 0,05 pol/min;
Esse procedimento deve se repetir quantas vezes forem necessárias, sempre alterando
com teores crescentes os corpos de prova, a fim de se obter ao final a curva de compactação;
O cálculo da massa especifica seca é obtida pela seguinte fórmula;
ͲͲͳݔ݄ܯ
ߛ ݏൌ ሺͶሻ
ܸሺͳͲͲ ݄ሻ
Onde:
γs = Massa especifica aparente seca, em g/cm³.
Mh = Massa úmida do solo compactado, em g.
V = Volume útil do molde cilíndrico, em cm³.
h = Teor de umidade do solo compactado, em %
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5.2.1 – O CBR.
6 – EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO.
Dados:
x Aeronave de Projeto: Boeing 777-300ER;
x Trem de Pouso: Triplo Tandem (dimensões se encontram no Anexo A);
x Peso Bruto da Aeronave: 352.441 kg;
x Nº de movimentos anuais: Conforme tabela 4;
Pelo ábaco, conclui-se que o valor da espessura mínima da base mais o revestimento é
de 55 cm.
De acordo com as especificações, o CBR da sub base no projeto é 60%, plotando esse
valor no ábaco abaixo (figura 20), obtêm-se o valor da espessura da sub base.
7 – CONCLUSÃO.
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
AIRBUS. A380 Airplane Characteristics for Airport Planning. Blagnac - France, 2005.
FAA, Federal Aviation Administration. Airport pavement design and evaluation. Advisory
circular number 150/5320-6D. USA Department of Transportation. AASAC, 1995.
ANEXO A.
ANEXO B.
ANEXO C.