Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CDU: 618
Créditos
GOVERNO FEDERAL
Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde (SAS)
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas
Coordenação-Geral de Saúde das Mulheres
5
Créditos
Equipe executiva
Dalvan Antonio de Campos
Gisélida Vieira
Patrícia Castro
Sheila Rubia Lindner
Tcharlies Schmitz
Thiago Ângelo Gelaim
Consultoria técnica
Carmem Regina Delziovo
6
Créditos
AUTORIA DO MÓDULO
Odaléa Maria Bruggemann
Rita de Cássia Rangel
Roxana Knobel
Assessoria pedagógica
Márcia Regina Luz
Diagramação
Paulo Roberto da Silva
Esquemáticos
Laura Martins Rodrigues
Naiane Cristina Salvi
Ajustes e finalização
Adriano Schmidt Reibnitz
7
8
Atenção à saúde das mulheres
no período gravídico puerperal
9
Atenção à saúde das mulheres
no período gravídico puerperal
30 horas
10
Sumário
Unidade 1 – UN1
Unidade 2 – UN2
Unidade 3 – UN3
Resumo do módulo 65
Referências 67
Sobre as autoras 74
11
12
UN1
Atenção obstétrica no Brasil
13
14
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
Temos muitos avanços na atenção obsté- Figura 1 – A autonomia da mulher gestante: uma conquis-
ta fundamental
trica a partir das políticas públicas, porém
o Brasil ainda vive uma realidade obstétri-
ca com prevalência alta de intervenções
(muitas delas prejudiciais) e a mortalidade
materna e neonatal por causas evitáveis
continua se mantendo. As mudanças neces-
sárias para modificar esta realidade podem
ser potencializadas com fortalecimento da
Atenção Básica por ações em rede, incluin-
do a Atenção Básica (AB). Desta forma, re-
conhecer as políticas públicas referentes à
atenção obstétrica e relembrar as condutas
assistenciais pode potencializar a imple-
mentação das boas práticas na atenção,
bem como ações voltadas para o empode-
ramento da gestante e seu acompanhante. 1.1 Avanços e desafios
15
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
de nascimento de seu filho e passou de sujeito Figura 2 – A transformação das práticas obstétricas Como resultado, foram elaboradas uma série
para objeto, chamando a atenção as altas ta- de recomendações, baseadas na revisão do
xas de cesariana (TANAKA, 1995; NAGAHAMA, conhecimento sobre as práticas obstétricas,
SANTIAGO, 2005). objetivando resgatar o nascimento como um
processo natural, sem o uso de intervenções
Na década de 1980, um movimento mundial desnecessárias, no qual a mulher possui um
em prol da humanização do parto e nasci- papel central na assistência (WHO, 1985).
mento chamou a atenção para a necessidade
de transformação da assistência, de estimu- Entre as recomendações da Organização
lar os profissionais de saúde a repensarem Mundial da Saúde (OMS) para um nascimento
sua prática e a preocupação com a valoriza- natural, estão em destaque:
ção do papel da mulher neste processo.
16
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
que marcou a abertura do movimento brasileiro ainda persistem muitos desafios a serem en-
Você pode conhecer mais sobre este
processo lendo o artigo de RATTNER, para o âmbito internacional (RATTNER, 2009). frentados no Brasil.
D. Humanização na atenção a nasci-
mentos e partos: ponderações sobre Neste contexto de mudanças da atenção obs- A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
políticas públicas. Interface – Comu-
nicação Saúde Educação, Botucatu, tétrica no país, o Ministério da Saúde tem pro- da Criança e da Mulher (PNDS), realizada em
v. 13, p. 759-768, 2009. Disponível em: posto, incentivado e monitorado programas e 2006, mostrou que vem ocorrendo ampliação do
<http://www.scielo.br/pdf/icse/v13s1/ estratégias, dentre os quais destacamos al- acesso das mulheres e criança aos serviços de
a27v13s1>.
guns, acompanhe no esquemático. saúde. No entanto, foram encontrados baixos
índices na utilização das práticas recomenda-
Em 1996, as recomendações da OMS origina- É importante destacar que apesar de todo o das e não redução das intervenções na aten-
ram o relatório ”Maternidade Segura – Assis- movimento para a redução de intervenções na ção obstétrica (LAGO; LIMA, 2009). Do mesmo
tência ao parto normal: um guia prático”, no atenção obstétrica e dos avanços alcançados, modo, a pesquisa Nascer no Brasil, estudo mul-
qual as práticas de atenção ao parto foram
recomendadas ou não de acordo com evidên-
Programa de
cias científicas (WHO, 1996). Humanização do Lei no 11.108, conhecida
Pré-natal e Nascimento como a “Lei do Resolução nº 36/2008 -
Programa de Assistência acompanhante”
No Brasil, em 1993, dentro do movimento para Integral à Saúde (PHPN) Funcionamento dos
da Mulher Serviços de Atenção
a humanização da atenção ao parto, foi cria- Obstétrica e Neonatal
2000 2005
da a Rede de Humanização do Nascimen-
to (ReHuNa). Esta organização, por meio da 1984 2008
Carta de Campinas, denunciou a violência
2004
na assistência à saúde reprodutiva, mais es-
2007
pecificamente no momento do parto e nas- 1999
2011
cimento, e passou a divulgar amplamente Pacto Nacional pela
Redução da Mortalidade Lei n 11.634, sobre o
o
17
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, conhecido amplamente como PAISM, no de amniotomia (40,7%); a adoção da posição de
1984 qual a mulher passou a ser compreendida em seu ciclo vital e não mais somente no ciclo repro- litotomia no período expulsivo (91,7%) e a ma-
dutivo (BRASIL, 1984). nobra de Kristeller (37,3%) (LEAL et al., 2014). A
Portaria no 985, que instituiu a criação do Centro de Parto Normal, uma unidade de saúde que
1999 proporção de cesarianas elevou-se ainda mais
presta atendimento humanizado exclusivamente ao parto normal sem distócia (BRASIL, 1999).
na última década, sendo que os índices em
Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN) com princípios de assegurar a
2011, considerando o total de nascidos vivos,
melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência
2000 apontam que 53,9% das mulheres são submeti-
ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania
(BRASIL, 2002). das a essa cirurgia (BRASIL, 2011b). A pesquisa
Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal (BRASIL, 2004). Política Nascer no Brasil mostra, por sua vez, que 45,5%
2004
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher de cesarianas são realizadas em mulheres de
Lei no 11.108, conhecida como a “Lei do acompanhante”, que obriga as instituições a permiti- risco obstétrico habitual (LEAL et al., 2014).
rem a presença de um acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho de parto, parto e
2005
puerpério imediato em todos os serviços de saúde do âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
Se você tem dúvidas sobre o que é uma
(BRASIL, 2005). gestação de risco habitual, leia sobre
Lei no 11.634, dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e ‘a vinculação à maternidade classificação de risco gestacional no
2007 Caderno de Atenção Básica n. 32 –
onde receberá assistência (BRASIL, 2007a).
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC no 36 para regulamentar o funcionamento dos Serviços Atenção ao pré-natal de baixo risco.
2008 Disponível em: <http://189.28.128.100/
de Atenção Obstétrica e Neonatal (BRASIL, 2008).
dab/docs/publicacoes/geral/caderno_
Portaria no 1.459/2011 – Rede Cegonha, uma estratégia para assegurar às mulheres o direito ao
atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf>.
planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como
2011
assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento sau-
dáveis (BRASIL, 2011a).
A OMS afirma que taxas de cesariana
superiores a 15% não estão relaciona-
ticêntrico, realizado em todas as regiões do Bra- trico habitual a prevalência de episiotomia foi das com uma melhoria nos indicadores
sil, com amostra de 23.894 puérperas atendidas elevada (56,1%), assim como de outras práticas maternos e infantis. Pesquisas apontam
que, apesar de algumas mulheres dese-
nas instituições de saúde entre os anos de 2011 que interferem na fisiologia do trabalho de parto jarem cesariana, esse número não ultra-
e 2012, também mostrou o excesso de interven- e parto, quando utilizadas rotineiramente e de passa os 30% (MAZZONI et al., 2011).
ções nas práticas obstétricas durante o trabalho modo inadequado, como: a utilização de cateter Então, que fatores podem explicar as al-
tíssimas taxas de cesarianas no Brasil?
de parto e parto. Em mulheres de risco obsté- venoso periférico (73,8%), de ocitocina (38,2%);
18
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
Para responder estas questões é impor- É importante que você saiba, também, que Figura 3 – Os desafios na atenção ao parto
tante que você saiba que no cenário obs- nessa realidade assistencial, a violência
tétrico, a pesquisa Nascer no Brasil mos- obstétrica, embora muitas vezes “invisí-
trou intervenções desnecessárias e uma vel” e difícil de ser percebida como tal, tem
minoria de mulheres com acesso às boas sido relatada pelas mulheres. Situações
práticas que contribuem para o seu confor- de violência são frequentemente expres-
to e bem-estar. Somente 46,3% das mulhe- sas em falas grosseiras e desrespeitosas,
res informaram livre movimentação durante uso de jargões pejorativos e muitas vezes
o trabalho de parto, 28,0% tiveram acesso expressas na falta de atendimento às ne-
a procedimentos não farmacológicos para cessidades da parturiente e também por
o alívio da dor, 25,6% receberam alimen- agressões (AGUIAR; OLIVEIRA; SCHRAIBER,
tação no trabalho de parto e 18,8% tiveram 2013). Pesquisa da Fundação Perseu Abra-
acompanhante em todos os momentos da mo (2010) constatou que uma a cada qua-
internação (LEAL et al., 2014; DINIZ et al., tro mulheres refere ter sofrido algum tipo Como você pode perceber, os desafios para
2014). de violência obstétrica durante seu pro- a mudança na atenção ao parto são muitos.
cesso de parto, em diferentes proporções Apesar de experiências exitosas de algumas
de acordo com o gênero, a etnia e a classe instituições de saúde, que conseguiram redu-
Você pode conhecer mais sobre como
social. zir as intervenções e implementar boas prá-
as mulheres são assistidas no parto
no país acessando o Sumário Sinté- ticas na atenção ao parto, esta ainda não é
tico Nascer no Brasil, disponível em: É importante destacar ainda que, muitas ve- a realidade em todos os serviços de atenção
<http://www.ensp.fiocruz.br/portal- zes, na atenção pré-natal, as mulheres não ao parto no Brasil. A implementação das mu-
-ensp/informe/site/arquivos/anexos/
nascerweb.pdf>.
são preparadas para serem protagonistas danças depende de um trabalho em rede, com
do seu parto e não recebem informações destaque para o papel importante dos profis-
sobre as boas práticas, contribuindo para sionais de saúde que realizam pré-natal na AB,
a manutenção dessa situação (LEAL et al., e que, reconhecendo as melhores evidências
2014). científicas atuais e disponíveis para a atenção
ao parto, possam, entre outras ações, contri-
buir para o empoderamento das mulheres na
19
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
20
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
nos últimos anos no Brasil. No entanto, os níveis de Nascido Vivo. Estes documentos alimentam
Importante! Entre as principais causas de
de mortalidade ainda são elevados e não con- morte materna no Brasil estão hemorra- os Sistemas de Informação de Nascidos Vivos
dizem com o desenvolvimento do país. gia, distúrbios hipertensivos e infecções, (SINASC) e Mortalidade (SIM) no Brasil.
quase todas as mortes são evitáveis. En-
tre as principais causas de morte infantil
Em termos de mortalidade materna, a redução estão a prematuridade e o baixo peso ao Ainda para qualificar as informações de mortali-
não atingiu os objetivos do milênio e o Brasil nascer, e muitas dessas mortes são evi- dade, é preciso existir o comprometimento com
táveis. Vamos ficar atentos!
foi o quarto país que menos reduziu a taxa no a investigação e análise dos óbitos, suas causas
mundo em 2015 (FEBRASGO, 2015). Tanto nos e sua evitabilidade, assim como investimentos
óbitos maternos quanto nos infantis consta- Cabe lembrar que os óbitos representam a “pon- para conseguir diminuir as mortes e agravos
ta-se a manutenção de óbitos evitáveis, o que ta do iceberg”, pois muitas mulheres e crianças evitáveis (BRASIL, 2007b; BRASIL, 2009).
indica iniquidade no acesso à atenção à saúde ficam seriamente doentes, carregam sequelas e
e nas condições de vida de mulheres e crian- não aparecem nas estatísticas de mortalidade. Você, como profissional da AB, tem um pa-
ças. No país existem desigualdades regionais pel importante na investigação dos óbitos
e intra-urbanas, com concentração dos óbitos Figura 4 – O profissional de saúde e a investigação da sua de mulheres em idade fértil (com idade de
área de abrangência
maternos e infantis na população mais pobre, 10 a 49 anos), maternos, infantis e fetais da
afrodescendentes ou indígenas, que traba- sua área de abrangência. As informações da
lham em situação precária e ilegal e expostas atenção no pré-natal e no puerpério, bem
a contextos de violência (CARDOSO, 2010; como do recém-nascido, fazem parte do pro-
TEIXEIRA et al., 2012; BRASIL, 2009). cesso de investigação destes óbitos, sendo
de sua responsabilidade contribuir para es-
Com relação às mortes maternas, a maioria clarecer a causa do óbito e seu potencial de
ocorre por causas obstétricas diretas – resul- evitabilidade. Os óbitos maternos e infantis
tantes de complicações obstétricas no estado devem servir como alerta para a equipe de
grávido puerperal (gestação, parto e puerpério), Destaca-se ainda que não há possibilidade de saúde, e são de investigação obrigatória.
por intervenções, omissões, tratamentos incor- melhoria sem conhecer as causas e as reais Os dados coletados precisam ser analisa-
retos ou uma série de eventos resultantes de estatísticas de mortalidade e nascimento. Por dos e servir de base para analisar as poten-
qualquer um dos anteriores (LEAL, 2008). isso, faça sua parte, verifique o correto preenchi- ciais falhas de atenção ofertada, assim como
mento da Declaração de Óbito e da Declaração compreender as possibilidades de mudança
21
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
nos processos de trabalho, tanto no âmbito da ÎÎ Melhorias na atenção ao parto. 1.3 Práticas baseadas em evidências
AB como no hospitalar. ÎÎ Diminuição do número de cesarianas desne- e garantias de direitos
cessárias.
Figura 5 – Trabalhar pela vida é a missão do profissional da AB ÎÎ Promoção do aleitamento materno. “If I don’t know my options, I don’t have
ÎÎ Melhoria no manejo de casos graves. any” [“Se eu não conheço minhas op-
ÎÎ Classificação de risco. ções, eu não tenho nenhuma”]
Diana Korte
Além destas intervenções elencadas é impor-
tante destacar, por exemplo, o papel da rede A Medicina Baseada em Evidências (MBE) é
de atenção à saúde, da vinculação, transporte definida como o elo entre a boa pesquisa cien-
seguro, da implementação e qualificação do tífica e a prática clínica. Utiliza as melhores
acolhimento e classificação de risco, da pre- evidências científicas existentes e disponíveis
sença do acompanhante, bem como da quali- no momento, com boa validade interna e ex-
ficação dos profissionais para atendimento às terna, para a aplicação de seus resultados na
urgências e emergências obstétricas e a orga- prática clínica (EL DIB, 2007).
Destacamos a seguir algumas intervenções nização dos serviços para este atendimento.
com potencial para reduzir óbitos maternos e Você sabe como acontece a atenção
obstétrica nos serviços de saúde de
infantis. Veja como muitas delas estão no âm- Procure conhecer e analisar se estas ações são seu município? Os direitos reproduti-
bito da AB (VICTORA, 2001): desenvolvidas por sua equipe e como estas vos são assegurados para as mulhe-
têm contribuído para evitar as mortes mater- res? Como é a assistência ao parto na
maternidade de referência para sua
ÎÎ Promover o planejamento reprodutivo. nas e infantis no seu território. Unidade de Saúde?
ÎÎ Melhorias na cobertura e qualidade do atendi-
mento pré-natal. A seguir, traremos informações sobre a atenção
ÎÎ Prevenção de malformações fetais (suplementa- obstétrica, as práticas baseadas em evidências Cabe lembrar que, historicamente, a meto-
ção de ácido fólico e prevenção de agentes tera- e também os direitos das mulheres e crianças dologia de revisão sistemática, que é a base
togênicos). que você pode potencializar a partir da articula- da MBE, surgiu de uma colaboração interna-
ÎÎ Melhorias do estado nutricional materno. ção em rede de atenção. cional apoiada pela Organização Mundial de
ÎÎ Diminuição do tabagismo materno. Saúde (OMS) para sistematizar os estudos
22
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
Desse movimento surgiram as “recomendações ÎÎ Pode levar a um aumento da atividade uterina com consequente hipóxia fetal.
Uso indiscriminado de ocitocina ÎÎ Ocitocina isoladamente não diminui a possibilidade de cesariana em mulheres com anal-
da OMS de 1996” (WHO, 1996), que classificam gesia peridural.
as práticas de assistência quanto a sua efetivi-
Amniotomia para acelerar traba- ÎÎ Amniotomia isolada parece diminuir um pouco a duração do trabalho de parto, mas au-
dade e segurança. O surgimento de proposta de lho de parto menta a possibilidade de cesariana.
assistência ao parto mais fisiológica e respeitosa,
ÎÎ Posições verticalizadas reduzem o tempo de trabalho de parto e não estão associadas a
que a MBE comprovou ser mais eficaz e segura, é Posição de litotomia aumento de intervenções ou efeitos negativos.
concomitante com a luta dos movimentos de mu- ÎÎ São bem descritos os benefícios da posição verticalizada para mulher e feto.
lheres para a atenção aos direitos reprodutivos e ÎÎ Aumenta o risco de laceração perineal de terceiro e quarto graus, de infecção e de hemor-
sexuais como direitos humanos (DINIZ, 2005). Episiotomia ragia, sem diminuir complicações a longo prazo de dor e incontinência urinária e fecal.
ÎÎ Seu uso rotineiro vem sendo constantemente desestimulado.
O documento Atenção ao Parto Normal: Manobra de Kristeller (aplicação
ÎÎ Associada a lacerações perineais graves e internação em UTI neonatal para o bebê.
um guia prático. Genebra: 1996 é mais de pressão na parte superior do
ÎÎ Há recomendação de que seja evitada.
conhecido como “as recomendações da útero para a expulsão da criança)
OMS de 1996”.
ÎÎ Se prolongada, pode levar a desconforto da parturiente. Há recomendação de que as mu-
Restrição alimentar e hídrica lheres tenham liberdade para ingerir líquidos e outros alimentos leves durante o trabalho
As pesquisas continuam e novas evidências de parto.
surgem a cada ano, corroborando para a cons- ÎÎ Dificulta lidar com a dor.
trução de uma assistência ao parto seguro. Restrição aos movimentos cor- ÎÎ Aumenta a chance de necessidade de analgesia.
porais ÎÎ Aumenta a chance de cesariana.
ÎÎ Aumenta a duração do trabalho de parto.
A seguir, você pode conhecer algumas práticas
ÎÎ A presença de acompanhantes é altamente protetora contra todas as formas de violência
ainda comuns em alguns serviços de saúde Impedimento de acompanhante
durante a internação hospitalar.
que são consideradas prejudiciais e que devem
Fonte: TESSER et al., 2015.
ser abandonadas, junto com os motivos asso-
ciados a esta indicação:
23
UN1 Atenção obstétrica no Atenção à saúde das mulheres
Brasil no período gravídico puerperal
24
UN2
Pré-natal e puerpério na Atenção Básica
UN2 Atenção Obstétrica
26
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
É importante destacar que no Brasil temos um para facilitá-lo. Apenas 64% receberam orienta-
aumento na cobertura da atenção pré-natal. ções sobre amamentação na primeira hora de
Esta conquista envolve profissionais como vida do bebê (VIELLAS et al., 2014).
você, com interesse e compromisso com a
saúde das mulheres do seu território. Uma atenção qualificada durante o pré-natal e
puerpério pressupõe uma rede de serviços or-
Além de proporcionar acesso e cobertura ao ganizada, a fim de garantir, entre outros fato-
pré-natal, é necessário identificar precoce- res, o acesso ao pré-natal de baixo e alto risco,
mente os riscos e vulnerabilidades (física, psí- exames diagnósticos, vinculação da gestante
quica e social) das puérperas. A atenção pre- e puérpera aos serviços de referência de mé-
cisa contemplar ações voltadas a minimizar a dia e alta complexidade e uma prática clínica
influência destes riscos na determinação da adequada, com planejamento de ações de
doença e da morte. promoção à saúde, prevenção de doenças e
tratamento das patologias evidenciadas.
A cobertura da assistência pré-natal em todas
as regiões do país é elevada em mulheres de di- Figura 6 – Atenção qualificada durante o pré-natal e
puerpério
ferentes características demográficas, sociais
e reprodutivas. No entanto, somente 73,1% têm
o número mínimo de consultas previstas para
a idade gestacional no momento do parto, se-
gundo a pesquisa Nascer no Brasil. Uma eleva-
da proporção de puérperas informa não ter ini-
ciado o pré-natal precocemente por não saber
estarem grávidas, mostrando a dificuldade de
acesso aos métodos diagnósticos. A pesquisa
mostrou ainda que mais da metade das mulhe-
res não recebeu informação durante o pré-natal
sobre o início do trabalho de parto e atividades
27
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Destaca-se que a atenção durante o pré-na- A atenção no período gravídico-puerperal re- rede de apoio social e emocional (BRASIL,
tal e o puerpério não se restringe apenas ao quer a compreensão dos processos psicoa- 2013) e, em especial, se a gravidez foi dese-
cuidado à gestante e à criança; os profis- fetivos que cercam esse mesmo período, pois jada e planejada.
sionais de saúde devem incluir sua parceria, a assistência baseada apenas nos aspectos
bem como a rede social de apoio. físicos não é suficiente. A mulher deve ser Estas ações estão preconizadas na Rede
cuidada com sensibilidade na sua integrali- Cegonha, que possui diretrizes para nortear a
Conhecer, relembrar e refletir sobre as evi- dade, conhecendo-se a sua história de vida, reorganização dos processos de trabalho nos
dências científicas, estratégias e condutas o contexto em que vive, os seus sentimentos, serviços obstétrico-neonatais e se organiza a
para a atenção ao pré-natal e puerpério de a sua família e identificando se possui uma partir de quatro componentes:
qualidade possibilitará que sejam implemen-
tadas práticas de cuidado para além dos as-
pectos clínicos, que valorizem o protagonis-
mo da mulher e fortaleçam a sua capacidade
de tomada de decisão na gestação, trabalho
de parto, parto e puerpério.
28
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Dentro desta política de saúde, uma série de as que possuem interesse em engravidar, e Lembre-se que sua abordagem deve ser “cen-
ações fazem parte do componente pré-natal e que participam do planejamento reprodutivo. trada na pessoa”, ou seja, buscando a com-
são atribuições da Atenção Básica (AB): A captação precoce das mulheres para acon- preensão da gestante como um todo, valori-
selhamento pré-concepcional e início precoce zando a relação estabelecida entre você e a
ÎÎ realização de pré-natal na Unidade Básica de do pré-natal (antes de 12 semanas de gesta- pessoa assistida. Isso resgata os significados
Saúde (UBS) com captação precoce da gestante ção) aumenta quando se estabelece o vínculo essenciais das ações que são executadas co-
e qualificação da atenção; entre a equipe e as usuárias (BRASIL, 2013). tidianamente de forma mecânica.
ÎÎ acolhimento às intercorrências na gestação
com avaliação e classificação de risco e vulne- É importante conhecer as mulheres em situ- Mas para que isso ocorra, as consultas de
rabilidade; ação de vulnerabilidade, como as que vivem pré-natal devem ser planejadas de forma
ÎÎ acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo em áreas remotas ou em situação de rua, as a incluir um tempo para o diálogo e escuta
oportuno; privadas de liberdade, as negras, indígenas qualificada, e não somente para exames clí-
ÎÎ realização dos exames de pré-natal de risco e quilombolas, as usuárias de drogas, as que nicos. É esta organização e disponibilidade
habitual e de alto risco, e acesso aos resultados estão em situação de violência doméstica que possibilita ampliar a confiança e o vínculo
em tempo oportuno; e em situação precária ou ilegal de trabalho, (BRASIL, 2013).
ÎÎ vinculação da gestante desde o pré-natal ao local lembrando que estas têm menos acesso ao
em que será realizado o parto; serviço de saúde e merecem atenção redobra-
ÎÎ qualificação do sistema e da gestão da infor- da, incluindo busca ativa e investimento em Para o planejamento do acompanha-
mento da mulher durante o ciclo grá-
mação; ações de promoção à saúde. vido-puerperal, médicos e enfermeiros
ÎÎ implementação de estratégias de comunicação so- podem consultar as recomendações que
cial e programas educativos relacionados à saúde estão publicadas no Caderno de Atenção
ao Pré-natal de Baixo Risco, que apre-
sexual e à saúde reprodutiva; Importante! Fatores sociais, econô-
senta detalhadamente todas as ações.
micos, culturais, étnicos/raciais, psi-
ÎÎ prevenção e tratamento das Infecções Sexual- cológicos e comportamentais são de- Está disponível em: <http://bvsms.sau-
mente Transmissíveis (IST), HIV, AIDS e Hepatites terminantes sociais que influenciam a de.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_
ocorrência de problemas de saúde, po- atencao_basica_32_prenatal.pdf>.
virais (BRASIL, 2011).
dendo gerar alto risco gestacional, mui-
tas vezes culminando no óbito materno/
A equipe que atua na AB deve conhecer a po- fetal/infantil. Cabe destacar que o acompanhamento prevê
pulação adscrita de mulheres em idade fértil, a realização de no mínimo seis consultas
29
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
intercaladas entre médico e enfermeiro. Deve Figura 7 – Planejar a consulta de pré-natal faz parte da É importante que a consulta de pré-natal seja
construção de vínculos
ser iniciado o mais precocemente possível planejada de modo a:
e só se encerra após o 42o dia de puerpério
(BRASIL, 2013). Quanto ao calendário esta- ÎÎ Atender as necessidades da gestante (tire dúvi-
belecido para as consultas de pré-natal, estas das, esclareça fisiologia e modificações do orga-
devem ser mensais até a 28a semana, quinze- nismo materno, espaço para compartilhar medos
nais da 28a até a 36a semana e semanais da e ansiedades, etc.).
36a até a 41a semana. A maior frequência das ÎÎ Realizar as avaliações clínico-obstétricas ava-
consultas no final da gestação objetiva a ava- liando e classificando risco gestacional.
liação do risco perinatal e das intercorrências ÎÎ Avaliar, solicitar, interpretar exames laboratoriais.
clínico-obstétricas mais comuns nesse perío- ÎÎ Realizar a avaliação nutricional com orientação
do, como trabalho de parto prematuro, pré-e- para uma alimentação saudável, balanceada e de
clâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e acordo com a realidade sócio-cultural.
óbito fetal. ÎÎ Orientar quanto a hábitos de vida saudáveis
(atividade física, boa alimentação, não exposição
a agentes tóxicos).
Importante! A gestante deve ser ÎÎ Orientar quanto a fisiologia do parto, processo de
acompanhada na AB até o parto, não parturição e benefícios do aleitamento materno
existe alta do pré-natal. Em casos es-
exclusivo.
peciais, quando a gestante não entra
em trabalho de parto até a 41a sema- ÎÎ Avaliar e orientar sobre o calendário vacinal, com
na, deve ser encaminhada para a ava- as imunizações necessárias para cada caso.
liação do bem-estar fetal no serviço
ÎÎ Identificar precocemente problemas e co-morbi-
de referência para o parto (BRASIL,
2013). dades, encaminhando em caso de necessidade
para atendimento especializado e tratamento de
intercorrências da gestação (BRASIL, 2013).
ÎÎ Garantir, caso necessário, o acesso à medicação.
30
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Destacamos, abaixo, dez passos que devem fazer parte de um pré-natal de boa qualidade na Atenção Básica (BRASIL, 2013, p. 38):
10 Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12a semana de gestação (captação precoce).
PASSO
30 Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado
PASSO dos exames preconizados no atendimento pré-natal.
50 Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário.
PASSO
60 É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações)
PASSO antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)".
80 Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto".
PASSO
90 Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz
PASSO (vinculação).
100 As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal.
PASSO
31
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Em caso de dúvida sobre a gravidez deve ser ÎÎ Em articulação com a maternidade propi- Durante a gestação, o início precoce do acom-
avaliado: ciar a realização de visitas prévias para co- panhamento pré-natal é essencial para a assis-
ÎÎ O período de atraso menstrual e ofertado o Teste nhecer o serviço e a equipe onde poderá ser tência adequada. Ajuda, por exemplo, na corre-
Rápido de Gravidez (TRG). realizado o parto. ta datação da gestação (o que posteriormente
ÎÎ Acolher e ouvir a mulher sobre seu sentimento ÎÎ Acompanhar o andamento do pré-natal de pode diminuir as intervenções por pós-da-
em relação à gestação. alto risco de forma compartilhada com o tismo). Permite o diagnóstico precoce e tra-
ÎÎ Promover a participação em grupos de gestante. serviço especializado. tamento de patologias que também podem
ÎÎ Ofertar os Testes Rápidos de Sífilis e de HIV. mudar o desfecho dessa gestação, tais como
ÎÎ Quando o resultado do TR Sífilis é positivo reali- O acesso e a qualidade do cuidado no a sífilis, a infecção urinária e a anemia.
zar o tratamento imediatamente na UBS de acor- pré‑natal pressupõe o acolhimento como
do com o protocolo de atendimento. uma estratégia que orienta os processos de Uma estratégia para identificação precoce
ÎÎ No caso do resultado positivo do TR HIV deve produção de saúde e favorece a construção da gravidez é a disponibilização de teste
haver a vinculação ao Serviço de Atendimento de uma relação de confiança e compromisso rápido para diagnóstico desta. Lembrando
Especializado (SAE). das usuárias com as equipes e os serviços. O que esta pode ser também uma importante
ÎÎ Orientar as mulheres e parcerias em relação acolhimento não é apenas uma etapa do pro- ferramenta para assegurar o acolhimento da
aos seus direitos e ações de auto-cuidado. Uma cesso, devendo ser uma ação que deve ocor- mulher e gestante.
das estratégias recomendadas é a utilização rer em cada contato da mulher com o serviço
do plano de parto onde a equipe discute junto de saúde (BRASIL, 2015a; BRASIL, 2010). Conheça o Guia Técnico Teste Rápido de
Gravidez na Atenção Básica, acessan-
com a mulher sobre as boas práticas de aten-
do: <http://189.28.128.100/dab/docs/
ção ao parto e nascimento, como por exemplo, portaldab/publicacoes/protocolo_sau-
Importante! Construir vínculo, dar in-
a garantia do direito ao acompanhante de livre formação clara e objetiva durante o de_mulher.pdf>.
escolha e durante todo o tempo de internação, pré-natal evita que a gestante procure
ofertas de métodos não farmacológicos de alívio os serviços de urgência e maternidades, Estudos mostram uma enorme diferença entre
sem que exista uma indicação para tal.
da dor, etc. os riscos da população que não faz pré-natal
ÎÎ Discutir com a mulher qual é a sua maternidade e a que faz. Assim, o não acesso à assistência
de referência e as estratégias de vinculação.
32
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
pré-natal é um fator de risco diretamente re- mantendo a vinculação com a equipe da escuta qualificada, com o objetivo de es-
lacionado à morbimortalidade para a mulher AB e também acompanhando o plano de tabelecer vínculos e construir um plano de
e seu filho. cuidados elaborado pela equipe multipro- cuidados para cada gestante, considerando
fissional do estabelecimento que realiza o as necessidades e possibilidades desta e de
Destacamos também que mulheres com maior pré‑natal de alto risco (BRASIL, 2013a). sua família.
risco gestacional (por determinantes sócio-e-
conômico-culturais) podem ser as que apre- Na identificação das gestantes com poten- É importante considerar ainda que para ga-
sentam mais dificuldade de acesso ao servi- ciais riscos sociais e vulnerabilidades, que rantir a continuidade da assistência pré-natal
ço de saúde. Dessa forma, é importante que podem somar entre si e ainda a outras con- em todos os níveis de saúde, é imprescindível
você e sua equipe realizem o planejamento de dições que dificultam o acesso ao serviço um sistema eficiente de referência, contra re-
ações de saúde e busca ativa de gestantes, de saúde, causando agravos à saúde mater- ferência e de comunicação entre os serviços.
em especial as com maior risco gestacional. na e neonatal, é importante que você este-
ja atento a alguns fatores e condições pré- Na próxima página, acompanhe o esquemá-
Na atenção pré-natal, a avaliação do ris- vias à gestação e a própria gestação em si. tico onde elencamos algumas situações que
co gestacional determinará a necessida- você deve estar atento (BRASIL, 2015b).
de de encaminhamento para o atendimen- Você pode conhecer mais sobre este as-
to especializado. A Atenção Básica (AB) sunto acessando o Protocolo da Aten-
tem atribuições importantes para garantir o ção Básica – Saúde das Mulheres. Dis-
ponível em: <http://189.28.128.100/
pré‑natal dessas mulheres, que inclui a ela-
dab/docs/portaldab/publicacoes/pro-
boração de um plano terapêutico singular tocolo_saude_mulher.pdf>.
multiprofissional. Em caso de necessidade de
encaminhamento ao pré-natal de alto risco, é
preciso garantir o atendimento e o vínculo da Destacamos que para as gestantes de alto
gestante ao serviço de referência. risco a equipe de saúde pode construir, em
conjunto com estas e suas famílias, um Pro-
Lembre‑se que é atribuição da AB coordenar a jeto Terapêutico Singular (PTS). Para isso,
continuidade do cuidado na rede de atenção, os profissionais da saúde devem utilizar a
33
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
34
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Neste sentido, as informações a respeito das Ao retornar para a Unidade Básica de Saúde a possibilidade de visita das gestantes e seus
condições da gestação e sua evolução são de origem, a gestante precisa estar de posse acompanhantes antes do momento do parto,
importantes para a continuidade e qualidade das informações sobre o atendimento rece- oportunizando conhecer o local e as rotinas
da assistência. Para isso, o preenchimento bido na referência (BRASIL, 2013b). O pre- (Lei no 11.634).
da caderneta da gestante é importante e deve enchimento e uso da caderneta de gestante,
fornecer informações claras e completas, in- que é um instrumento de informação entre É atribuição da equipe de AB orientar so-
cluindo dados clínicos de interesse, sendo que os serviços de referência para o atendimen- bre essa possibilidade, agendar as visitas
toda gestante encaminhada para um serviço to das gestantes, precisa ser discutido pelos e acompanhar como se dá esta ação. Es-
de saúde deve levar a caderneta consigo. profissionais de saúde envolvidos na aten- timule e promova essa prática. Conhecer o
ção obstétrica e neonatal. A boa qualidade serviço onde acontecerá o parto diminui-
Figura 8 – Caderneta da Gestante deste preenchimento pode contribuir para a rá medos e ansiedades, aumentando o em-
redução da morbimortalidade de mulheres poderamento e a segurança da gestante
e crianças. e seu acompanhante no parto (BRASIL, 2013).
35
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Lembramos ainda que o período pré‑natal é Uma ferramenta que contribui para o empo-
Importante! O desenvolvimento de
ações educativas durante o pré‑na- propício para a preparação física e psicológica deramento da gestante é a elaboração de um
tal, sejam elas individuais ou cole- da mulher para o parto e para a maternidade. “plano de parto”. A construção do plano de
tivas, são fundamentais para que a
O profissional de saúde desenvolve o seu pa- parto convida a mulher a refletir sobre práti-
mulher vivencie a gestação, o parto, o
período puerperal de forma mais plena pel de educador como uma das dimensões do cas benéficas e danosas e sobre seus direi-
e positiva. processo de cuidar. Ao compartilhar saberes, ele tos durante o processo de parturição (TESSER
contribui para que a gestante desenvolva auto- et al., 2015).
confiança, autonomia e capacidade de enfrentar
Recomenda-se que o trabalho educativo conte situações estressantes. A ansiedade, as dúvidas
com a participação de toda a equipe de saúde sobre as modificações pelas quais vai passar, Plano de Parto é um documento escrito
onde a mulher lista os itens desejados
e seja desenvolvido por meio de diferentes es- sobre o desenvolvimento do feto, medo do parto, e não desejados quanto aos seus cui-
tratégias, dentre elas discussões em grupos, insegurança sobre a amamentação são preocu- dados no pré-parto, parto, pós-parto e
jogos e dramatizações que propiciem a tro- pações e sentimentos comumente presentes na com o recém-nascido.
ca de experiências entre participantes (BRA- gestação (RIOS; VIEIRA, 2007).
SIL, 2013a). Os temas a serem abordados nas O plano de parto exige um esforço da mulher
ações educativas (individuais ou coletivas) O conhecimento é a chave para o empodera- para entender e expressar seus valores pesso-
durante o pré-natal e após o parto, devem le- mento e protagonismo da mulher durante todo ais, medos e necessidades no processo de par-
var em consideração as necessidades da mu- o ciclo gravídico e puerperal, em especial no to, facilitando a comunicação dessas preferên-
lher e seu acompanhante e suas característi- momento do parto. Aumenta a confiança da cias aos profissionais da assistência (BAILEY;
cas individuais dentro da cultura local. mulher para identificar os sinais e sintomas de CRANE; NUGEN, 2008). A construção do plano
trabalho de parto, quais as práticas obstétricas de parto utiliza a consulta de pré-natal e os
Importante! Nas atividades educativas recomendadas e as inadequadas, os métodos grupos de gestantes como momento de com-
deve-se evitar que o tema seja desen- não farmacológicos para o alívio da dor que partilhamento de informações e pactuação de
volvido em forma de palestra. Estra-
podem utilizar as vantagens e desvantagens de estratégias. Ajudar as usuárias a construírem
tégias de participação ativa são mais
produtivas, pois estimulam a troca de cada tipo de parto (posição vertical e horizon- seus planos promove a reflexão das equipes
experiências entre os participantes tal, parto na água, parto instrumental), os ris- sobre a realidade da assistência ao parto na sua
(gestantes e acompanhantes) e favore-
cos de uma cesárea eletiva para ela e seu filho, região e sua atuação nesse cenário (TESSER
cem a expressão de dúvidas.
quais os cuidados com o recém-nascido. et al., 2015).
36
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Figura 9 – O plano de parto como estratégia de acordos Quanto mais equipes e usuárias conhecerem Figura 10 – O parceiro deve ser motivado a realizar o
evidências e direitos reprodutivos, e requisi- seu pré-natal
tarem um atendimento digno, mais possibili-
dades haverá de mudanças no atual cenário
obstétrico brasileiro (TESSER et al., 2015).
37
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Informar sobre o direito da mulher a um acompanhante no pré parto, parto e Acesse o Portal Saúde, todo baseado
puerpério e incentivar o parceiro a conversar com a gestante sobre a possibilidade em evidências. Disponível em: <http://
da sua participação. Esclarecer os futuros pais sobre a importância da participação
5º
PASSO psbe.ufrn.br/index.php>
do parceiro nesses períodos e dar exemplos do que ele poderá fazer.
38
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Lembramos que identificar fatores de risco e Destacamos aqui a importância de que a Uni- na maternidade, antes da alta hospitalar. É im-
desenvolver ações de prevenção reduz a mor- dade Básica de Saúde (UBS) realize os testes portante explicar sobre a efetividade do DIU,
bimortalidade materna e infantil. Por exemplo, rápidos para diagnóstico de sífilis, HIV e he- suas vantagens, etc. A mulher pode solicitar
uma gestante com anemia que não for tratada patites B e C por livre demanda. Estes testes esta ação quando chegar no hospital ou cen-
terá mais chance de morrer em consequência ampliam acesso rápido ao diagnóstico e ao tro de parto normal para o parto.
de um sangramento no pós-parto e também de tratamento oportuno. Condição essencial na
gerar um bebê com restrição de crescimento. gestação para reduzir danos relacionados a A anticoncepção de emergência é distribu-
Ainda, a hipertensão gestacional não tratada é estas patologias à mulher e à criança. ída pelo Ministério da Saúde para os esta-
causa frequente de morte materna e também dos, que por sua vez repassam aos municí-
importante fator causal de mortalidade perinatal Lembre-se que a doença inflamatória pélvica pios, a fim de que esteja disponível em todas
(partos prematuros e baixo peso ao nascer) decorrente de IST aumenta o risco de gesta- as UBSs.
(ASSUNÇÃO et al., 2012; FREIRE, TEDOLDI, 2009). ção ectópica, que é uma causa de hemorragia.
Ações de planejamento reprodutivo oportuni- Se você tem dúvidas quanto ao uso do
Nesse sentido, destacamos algumas ações zam não apenas a prevenção da gestação inde- medicamento, leia o Manual Anticon-
cepção de Emergência – Perguntas e
que podem ajudar a diminuir a morbimortalida- sejada, mas também que as gestações sejam Respostas para Profissionais de Saúde,
de materna e infantil. O ponto de partida des- programadas. Cabe destacar, nesse sentido, disponível em: <http://www.redesaude.
tas ações pressupõe o acesso ao serviço de que ainda persistem no país as complicações org.br/home/conteudo/biblioteca/bi
saúde, garantia de direitos humanos, sexuais de abortos realizados em condições inadequa- blioteca/normas-tecnicas/005.pdf>.
e reprodutivos, equidade e outros direitos so- das de segurança e higiene, causando mortes
ciais. Também, investir em ações de promoção por sangramento e infecção. Oportunizar aces- Outra ação que reduz morte materna e infantil
à saúde para fomentar hábitos de vida saudá- so a planejamento reprodutivo, assim como a é manter as imunizações em dia, entre elas a
veis, principalmente com relação a cessar o anticoncepção de emergência pode contribuir vacina contra influenza, indicada para reduzir
tabagismo, a ingestão de bebidas alcoólicas e para diminuir as mortes por aborto no Brasil. o risco que essa doença representa para mu-
incentivo à nutrição adequada e atividade física lheres gestantes. Orientar toda a população,
melhoram a saúde da mãe e do feto. Como profissional de saúde você pode infor- as gestantes em particular, para cuidados
mar à mulher gestante sobre a possibilidade básicos de prevenção de contágio de gripe e
Outra ação é a prevenção e tratamento ade- de colocação do DIU de cobre imediatamente doenças respiratórias deve estar na agenda
quado de ISTs, além do controle da sífilis e HIV. após o parto ou após um abortamento, ainda de todos os profissionais de saúde.
39
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Com relação às mortes infantis decorrentes de diminuir a contaminação do meato uretral pela BHUTTA, 2015). O uso de suplementação de
parto prematuro, este está relacionado com in- flora anal e urinar logo após as relações sexuais. ferro e orientações nutricionais para prevenir
fecções maternas, sendo a mais prevalente a in- A nutrição adequada certamente está relaciona- anemia pode ajudar a diminuir as consequên-
fecção do trato urinário. Algumas medidas sim- da a melhores resultados obstétricos; por isso, cias de uma hemorragia pós-parto, além de
ples estão associadas à prevenção de infecções a suplementação de vitaminas e micronutrien- diminuir a chance de fetos pequenos para ida-
urinárias (apesar de haver poucas evidências tes pode ser necessária. Assim, recomenda-se de gestacional e com baixo peso ao nascer. A
a respeito), como a ingestão hídrica adequada, iniciar ácido fólico (idealmente três meses an- suplementação de micronutrientes também
orientações para higiene íntima de maneira a tes da gestação ou o mais cedo possível) para está associada a menor risco de baixo peso ao
prevenção de defeitos do tubo neural (HAIDER; nascer, conforme revisão sistemática (HAIDER;
BHUTTA, 2015).
Figura 11 – A suplementação de vitaminas e micronutrientes
Destacamos que as gestantes em uso de su-
plementação de ferro precisam ser acompanha-
das a fim de oportunizar que estas relatem as
dificuldades na ingestão deste medicamento e
sejam estimuladas a mantê-lo. É comum que
as gestantes abandonem o uso por efeitos co-
laterais ou por intolerância ao odor ou paladar
do medicamento. Ressalta-se também a im-
portância de acompanhar a evolução da anemia
com exames laboratoriais, a fim de identificar a
melhoria da condição de saúde da mulher.
40
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Além disso, deve-se modificar as medicações Lembramos que, segundo a United States Pre- são imprescindíveis para tal diagnóstico
em caso de necessidade, verificando que dro- ventive Services Task Force (USPSTF), são cri- (ANTHONY; DAMASCENO; OJJII, 2016).
gas são mais seguras para o concepto pode térios de alto risco para pré-eclâmpsia: gesta-
reduzir mortalidade materna e infantil. Des- ção prévia com pré-eclâmpsia, principalmente A medida adequada da pressão arterial
tacamos que estudos buscaram formas de se com início precoce ou resultado adverso, a deve ser realizada idealmente após um
prevenir a pré-eclâmpsia e seus resultados gestação múltipla, hipertensão crônica, diabe- descanso de pelo menos cinco minutos,
com a mulher sentada confortavelmente,
desfavoráveis, poucos com sucesso. Alguns tes mellitus, doença renal e doença autoimune sem falar, pernas descruzadas, costas
mostraram que a suplementação de cálcio (Lupus ou síndrome antifosfolípide). apoiadas e braço apoiado, de modo que
para mulheres com baixa ingesta diminui a a medida seja feita com o braço na altura
do átrio direito (meio do osso esterno).
chance de pré‑eclâmpsia, e esse efeito é mais Como medidas de prevenção secundária, ou
significativo em mulheres com risco para seja quando a doença já está instalada, lembra-
pré‑eclâmpsia (HOFMEYR et al., 2014). O uso de mos que quadros de pré-eclâmpsia não severa Ainda, destacamos que edema e ganho de
ácido acetilsalicílico também parece ter um e hipertensão gestacional podem cursar com peso são condições muitas vezes associadas
leve efeito protetor, mas apenas para mulheres sinais e sintomas iniciais leves, muitas vezes à gestação sem patologias. Utilize o exame de
com alto risco para pré-eclâmpsia (BERGERON não valorizados, mas que são clinicamente proteinúria para identificar alteração, e lembre-
et al., 2016). diagnosticáveis. O seguimento e tratamento se: pode haver hipertensão gestacional sem
adequados da pré-eclâmpsia e eclampsia deve pré-eclâmpsia e pré-eclâmpsia sem proteinúria.
Figura 12 – Gestantes com patologias devem ser avaliadas
ser feito no hospital e/ou pré-natal de alto risco,
caso a caso
cabendo à Atenção Básica o correto e oportuno Outro fator de risco importante que leva a san-
diagnóstico e encaminhamento. Uma demo- gramento durante a gestação e parto são as
ra nesse diagnóstico pode levar a atrasos no anormalidades de placentação, como a pla-
encaminhamento e início do tratamento ade- centa prévia e o acretismo placentário. As duas
quado, piorando resultados maternos e fetais patologias têm como fator de risco a cirurgia
(KHOWAJA et al., 2016, SALAM et al., 2016). cesariana anterior. O diagnóstico no pré-na-
A busca de história clínica de sinais e sintomas tal e o devido acompanhamento em serviço de
(cefaleia, edema, dor epigástrica, ganho de referência para o alto risco melhoram o prog-
peso) e a medida adequada da pressão arte- nóstico para a mãe. No caso da placenta prévia,
rial e do peso da mulher em todas as consultas o diagnóstico é feito através do quadro clínico
41
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
de sangramento, mas há mulheres que podem Não há uma idade gestacional ideal para fe- No caso de placenta acreta, increta ou per-
permanecer assintomáticas e o diagnóstico ser char o diagnóstico, mas orienta-se encami- creta, o diagnóstico pode ser feito por ultras-
feito por ultrassom. Cabe lembrar que muitas nhar ao atendimento especializado mulheres som e doppler, mas também pode ser mais
mulheres apresentam placentas baixas ou pré- sintomáticas e as que mantenham a placenta difícil, requerendo a realização de Resso-
vias no início do pré-natal, mas a mesma locali- prévia no ultrassom com 32 semanas (BAUER; nância Nuclear Magnética. A placenta pré-
zação placentária não será mantida até o termo. BONANNO, 2009). via e o acretismo placentário são patologias
muitas vezes concomitantes. A hipótese de
uma placentação anômala deve sempre ser
Critérios para diagnóstico de pré-eclâmpsia
pensada em mulheres com mais de uma ce-
Hipertensão sariana anterior (BAUER; BONANNO, 2009).
Pressão sistólica maior ou igual a 140 mm/Hg ou pressão diastólica maior ou igual
a 90 mm/Hg em duas ocasiões com pelo menos quatro horas de diferença em gestante Placenta acreta: quando a placen-
com mais de 20 semanas e sem hipertensão prévia. ta fixa-se profundamente na parede
uterina, ultrapassando o limite normal
Pressão sistólica maior ou igual a 160 mm/Hg ou pressão diastólica maior ou igual a 110 mm/Hg, de fixação.
a hipertensão pode ser confirmada em duas medidas com menor intervalo de tempo. Placenta increta: quando a placenta
penetra mais profundamente no útero e
ou, na ausência de proteinúria: atinge a camada muscular (miométrio).
Proteinúria
Placenta percreta: quando a placenta
ultrapassa o miométrio e atinge a sero-
Maior ou igual a 300 mg em Trombocitopenia
sa (peritônio visceral).
urina 24 horas. Plaquetas menos de 100.00/ml
Insuficiência Renal
Índice de proteína(mg/dl)/creatinina Creatinina maior que 1,1 mg/dl ou o dobro
(mg/dl) na urina maior ou igual a 0,3. da creatinina normal sem outra patologia renal As infecções urinárias, mesmo a bacteriúria as-
Função hepática alterada sintomática, estão associadas com pielonefrite
Fita urinária com 1+ ou mais
Enzimas hepáticas o dobro da concentração materna, sepses e parto prematuro. Por isso, a
(apenas quando outros métodos
normal cultura de urina deve ser realizada no início do
não acessíveis).
Edema pulmonar pré-natal, mesmo para pacientes assintomáti-
Alterações cerebrais ou visuais cas. Em caso de culturas positivas, o tratamento
Fonte: ACOG (2012). deve ser prontamente iniciado. Mulheres com
42
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
bacteriúria assintomática podem apresentar re- Em 2015, no Brasil, observou-se uma taxa de e vigilância da sífilis devem ser prioridade para
corrência do quadro e a paciente deve ser segui- detecção de 11,2 casos de sífilis em gestantes as equipes de Atenção Básica. O acesso a tes-
da com uma cultura após o tratamento e outras por mil nascidos vivos, taxa superada pelas tagem rápida e ao tratamento com penicilina
periódicas durante o pré-natal. Em caso de novo regiões Sul (15,1 casos de sífilis em gestantes benzatina nas UBS deve ser uma realidade em
episódio, avaliar a possibilidade de antibiótico por mil nascidos vivos) e Sudeste (12,6 casos todos os municípios.
profilaxia (GLASER; SCHAEFFER, 2015). de sífilis em gestantes por mil nascidos vivos),
33% das gestantes com sífilis foram diagnos- Procure conhecer o caderno de boas
práticas sobre o uso de penicilina na
O diagnóstico de infecções maternas possivel- ticadas no 3° trimestre de gestação, 52% das AB para a prevenção da sífilis congênita
mente assintomáticas (ou que estão em perío- gestantes com sífilis eram da faixa etária de no Brasil disponível em <http://bvsms.
dos assintomáticos) pode resultar em importan- 20 a 29 anos. Neste mesmo ano, foram noti- saude.gov.br/bvs/publicacoes/penici-
lina_para_prevencao_sifilis_congeni-
tes melhorias das condições fetais e neonatais. ficados 19.228 casos de sífilis congênita em
ta%20_brasil.pdf>.
Exemplos mais significativos são a sífilis (que menores de 1 ano de idade, uma taxa de in-
deve ser prontamente tratada) e o HIV (que per- cidência de 6,5 casos por mil nascidos vivos
mite o tratamento durante a gestação e parto (BRASIL,2016). Neste contexto aprimorar as Por fim, fazemos um alerta com relação às
e diminui a possibilidade de transmissão ver- ações de prevenção, diagnóstico, tratamento intervenções no pré-natal e parto. No cenário
tical) (DESSALE et al. 2016). É indicado utilizar
os testes rápidos para triagem dessas infecções Figura 13 – A realização de cesarianas pode aumentar o risco de morbimortalidade
no início do pré-natal e repetir as sorologias no
último trimestre (BRASIL, 2013a). Destaca-se a
importância da realização do exame eletrofore-
se de hemoglobina por todas as gestantes para
identificação das mulheres com doença falci-
forme. Quando identificadas estas mulheres
deverão ser acompanhadas no pré‑natal de alto
risco mantendo também o acompanhamento
pela equipe de Atenção Básica.
43
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
obstétrico brasileiro, observam-se uma série prévia são potencialmente danosos para o 2.3 Atenção qualificada no puerpério
de intervenções que não só não colaboram binômio, e representam sério risco de vida
para a saúde materna e do concepto, como para a mãe (BAUER; BONANNO, 2009). A atenção à saúde da mulher e do recém-
chegam a colocá-la em risco. Por isso, é pre- -nascido no pós-parto imediato e nas pri-
ciso um olhar atento para a detecção de ges- Importante! Deve-se reforçar as meiras semanas após o parto é fundamen-
ações educativas grupais, incluin-
tantes em risco de tratamento excessivo para do as parcerias. A transmissão de tal para a saúde materna e neonatal. Os
protegê-las de novas intervenções inapro- informações qualificadas e a dis- profissionais que atuam na Atenção Básica
priadas e sugerir-lhes alternativas eticamente cussão sobre mitos e tabus relacio- (AB) precisam identificar fatores de risco,
nados ao parto normal podem ser
aceitáveis (NORMAN; TESSER, 2009). discutidos nesses espaços, possibili- vulnerabilidades (física, psíquica e social)
tando maior confiança da mulher em e estar preparados para apoiar a mulher e
O excessivo número de nascimentos via ce- relação à sua capacidade de parir. sua família (BRASIL, 2013). Na estratégia
sariana é o principal exemplo. A realização da Rede Cegonha, mais especificamente no
de cesarianas pode aumentar a morbimor- Com relação às infecções na gestante, estas componente do puerpério e atenção integral
talidade materna por infecção e hemorragia não podem ser negligenciadas, devendo à saúde da criança, estão incluídas ações de
quando comparada ao parto normal, mesmo ser tratadas e seguidas de forma adequada. (BRASIL, 2011):
ajustando-se outros fatores de risco. Tam- No entanto, dois fatores devem ser levados
bém está associada a um maior risco de his- em conta: a possibilidade de teratogenicida- ÎÎ promoção do aleitamento materno e da alimenta-
terectomia (MACHADO JUNIOR et al., 2009; de dos antibióticos e a resistência antimicro- ção complementar saudável;
DESALE et al., 2106), sendo ainda um fator biana (GLASER; SCHAEFFER, 2015). Antes de ÎÎ acompanhamento da puérpera e da criança na AB
de risco para prematuridade (OLIVERIA et al., prescrever um antibiótico (ou qualquer droga) com visita domiciliar na primeira semana após a
2016). Em gestações futuras, a cesariana au- para uma gestante, verifique os possíveis ris- realização do parto e nascimento;
menta o risco de placenta prévia e acretismo cos da medicação. ÎÎ busca ativa de crianças vulneráveis;
placentário, sendo que o risco é maior quanto ÎÎ implementação de estratégias de comunicação
maior o número de cesarianas prévias (sen- social e programas educativos relacionados à
O site “Safe Fetus” permite acesso a
do 3%, 11%, 40%, 61% e 67% para a primeira, pesquisas com diversas drogas e seus
saúde sexual e à saúde reprodutiva;
segunda, terceira, quarta e quinta ou mais possíveis efeitos na gestação e lacta- ÎÎ prevenção e tratamento das IST, HIV, AIDS e hepa-
cesarianas prévias). Os quadros de acre- ção. Disponível em: <http://www.safe- tites virais;
tismo placentário associados com placenta fetus.com>. ÎÎ orientação e oferta de métodos contraceptivos.
44
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Na primeira semana de vida devem ser A vinculação da mulher e seu filho à equi- sintomas são relatados por pouco mais de
realizadas atividades na atenção à saúde de pe da AB a partir da alta da maternidade é uma em cada quatro mulheres brasileiras, seis
puérperas e recém-nascidos, dentre elas as fundamental para que eles sejam atendidos meses após o nascimento do filho (THEME-
ações que objetivam a triagem neonatal, a entre 7 a 10 dias após o parto. A Rede Ce- FILHA et al., 2016).
triagem auditiva, a checagem de vacinação gonha preconiza não só o atendimento na
BCG, hepatite B e a avaliação do aleitamento ma- Unidade Básica de Saúde mas a realiza- Outra ação no puerpério, garantida por meio da
terno para orientação e apoio (BRASIL, 2013a). ção de uma visita domiciliar na primeira Lei no 9.263/96, é o planejamento reprodutivo.
semana de vida do recém-nascido. Nesse Entendida como o “conjunto de ações de re-
Ainda na maternidade deve ser realizado o teste atendimento, deve-se: gulação da fecundidade que garanta direitos
do coraçãozinho e o teste do olhinho. Caso não iguais de constituição, limitação ou aumen-
tenha sido feito o teste da orelhinha (triagem au- ÎÎ avaliar o estado de saúde da mulher e do to da prole pela mulher, pelo homem ou pelo
ditiva) e o teste do pezinho, estes deverão ser re- recém‑nascido; casal” (Art. 2) (BRASIL, 1996), o que deve
alizados na AB ou, no caso da triagem auditiva, ÎÎ orientar sobre a amamentação e cuidados com o estar contemplado nas ações de atenção à
ser referenciado para local onde realiza. recém-nascido; mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma
ÎÎ avaliar a interação da mãe com seu filho; visão de atendimento global e integral à saúde
Figura 14 – A primeira semana de vida exige diversos
ÎÎ identificar situações de risco ou intercorrências; (Art. 3) (BRASIL, 1996). Esta ação reduz o
cuidados
ÎÎ orientar o planejamento reprodutivo e agendar a número de gestações não desejadas e de
consulta de puerpério até 42 dias após o parto abortamentos provocados, de cesáreas rea-
(BRASIL, 2013a). lizadas para fazer a ligadura tubária, de liga-
duras tubárias por falta de opção e de acesso
No puerpério, existem riscos para o apare- a outros métodos anticoncepcionais.. Isso au-
cimento de sofrimento psíquico. O mais fre- menta o intervalo entre as gestações, o que
quente e brando é a tristeza puerperal (blues contribui para a redução do nascimento de
puerperal) que se inicia no 3o até o 4o dia do bebês de baixo peso e possibilita que eles
puerpério, acometendo cerca de 70% a 90% sejam adequadamente amamentados. Tam-
das mulheres (BRASIL, 2013). No entanto, o bém auxilia a planejar a gravidez em mulhe-
profissional deve estar atento para os casos res adolescentes ou com patologias crônicas
de depressão pós-parto, uma vez que os seus (BRASIL, 2013a).
45
UN2 Pré-natal e puerpério na Atenção à saúde das mulheres
Atenção Básica no período gravídico puerperal
Nas consultas e nas atividades educativas inibidor da fertilidade deixa de ser eficiente progesterona devem ser evitados nas primei-
realizadas no puerpério, a mulher deve ser (no retorno da menstruação, quando o bebê ras seis semanas por aquelas mulheres que
orientada sobre o planejamento reproduti- começa a receber outros alimentos além estão amamentando.
vo e a utilização de método contraceptivo do leite materno, e quando completa seis
(BRASIL, 2013a). Nesse sentido, o profissional meses) ou quando a mulher deseja utilizar A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem
de saúde deve: outro método anticoncepcional associado um vasto material para avaliar os critérios de
ao LAM (BRASIL, 2013a). elegibilidade dos métodos anticoncepcionais.
ÎÎ dar informação geral sobre os métodos que po-
dem ser utilizados no pós-parto; Ao indicar um método anticoncepcional,
ÎÎ explicar como funciona o Método da Amenorreia deve-se considerar prioritariamente os não
da Lactação (LAM); hormonais (DIU e os métodos de barreira)
ÎÎ orientar na escolha de outro método, caso a que não interferem na amamentação: O DIU Mais informações sobre planejamento
sexual e reprodutivo você pode acessar
mulher não deseja ou não pode usar a LAM; pode ser inserido imediatamente após o par-
nos endereços a seguir:
ÎÎ disponibilizar o método escolhido pela mulher, to ou a partir de quatro semanas pós-parto.
Infográfico. Disponível em: <http://apps.
orientá-la sobre o seu uso, possíveis efeitos ad- O uso do preservativo masculino ou femi-
who.int/iris/bitstream/10665/44096/68/
versos e qual o seguimento. nino deve ser sempre incentivado, inclusive 9789241547710_por.pdf>.
a dupla proteção. Os métodos comporta- Caderno da Atenção Básica no 26, Saú-
mentais – tabelinha, muco cervical, entre de sexual e saúde reprodutiva. Disponí-
Importante! Os profissionais de saúde outros – só poderão ser usados após a re- vel em: <https://mooc.campusvirtualsp.
devem encorajar a amamentação exclu- org/repository/coursefilearea/file.
siva nos primeiros seis meses pós-parto
gularização do ciclo menstrual. php/27/zika_es/res/u2/caderno_26.
e lembrar que certos métodos anticon- pdf>.
cepcionais no pós-parto interferem na O uso de anticoncepcionais com estrogênio
amamentação.
(orais, injetáveis, anéis ou adesivos) deve ser
evitado nos primeiros seis meses em mu-
lheres que estão amamentando, e nos pri-
O LAM precisa ser substituído por outro meiros 21 dias nas que não estão amamen-
método anticoncepcional quando seu efeito tando. Mesmo os anticoncepcionais só de
46
47
UN3
Atenção obstétrica na Rede
de Atenção à Saúde
48
49
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
A Atenção Básica (AB) tem como atribuição 3.1 Atributos e diretrizes da Rede
ser coordenadora e ordenadora do cuidado na de Atenção à Saúde
Rede de Atenção à Saúde, e ainda desenvolver
o cuidado centrado nas necessidades de saú- A Portaria MS/GM no 4.279, de 30 de dezem-
de da população (BRASIL, 2010). Na atenção bro, publicada em 2010, estabelece diretrizes
obstétrica e neonatal do país, a Rede Cegonha para a organização da Rede de Atenção à
é uma rede temática cuja implementação re- Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde.
presenta um avanço na organização do Sis- A estruturação de uma Rede de Atenção à
tema Único de Saúde e nos seus resultados. Saúde (RAS) é fundamental para o arranjo e
integração dos serviços e ações de saúde, as-
Discutir os avanços na implantação da Rede sim como para a integralidade e a qualidade do
Cegonha e os desafios que se impõem é cuidado. A organização dos serviços e dos re-
fundamental para conseguirmos produzir cursos em rede tem comprovado os melhores
ações que nos levem a construir possibilidades resultados mundialmente, com: diminuição de
de garantia de direitos às mulheres e crianças. internações, aumento da satisfação dos usu-
ários, uso adequado dos recursos, serviços
Figura 14 – Rede Cegonha com melhor custo-efetividade, melhor qua-
lidade dos serviços, maior colaboração entre
gestores dos serviços (MENDES, 2011).
50
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde.
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e
cuidados paliativos e integram os programas focalizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos.
3. Serviços de Atenção Primária em Saúde (APS) estruturados como primeiro nível de atenção e porta de entrada ao sistema, constituídos de equipe
multidisciplinar que cobre a população, integrando, coordenando o cuidado e atendendo às suas necessidades de saúde.
4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado.
5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da atenção.
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a
diversidade da população.
7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de
saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e longo prazos; articular as políticas institucionais; e desenvolver a
capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações.
8. Participação social ampla.
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico.
10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede.
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem
étnica e outras variáveis pertinentes.
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da rede.
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em saúde.
14. Gestão baseada em resultados.
51
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
As características da RAS descritas na sua Na ação de implantação das RAS, o Minis- para funcionamento da rede. Neste senti-
portaria (nº 4.279/2010) reconhecem a im- tério da Saúde orientou a observação da do, visa a promoção da saúde, qualidade
portância da formação de relações hori- gestão para a definição clara da população da assistência, vigilância em saúde, além
zontais entre os pontos de atenção, tendo a e território, percebendo o diagnóstico situa- de proporcionar o investimento, informação
Atenção Básica como centro de comunica- cional e a busca pela superação dos vazios e educação permanente dos profissionais
ção; o cuidado centrado nas necessidades assistenciais. Desta forma, a Rede almeja (BRASIL, 2014).
de saúde da população; a responsabilização que haja o planejamento de ações conside-
por atenção contínua e integral; o cuidado rando a efetiva necessidade, além da criação No país, a partir da Portaria no 4.279, de 30
multiprofissional; o compartilhamento de de um sistema logístico de suporte, o inves- de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010), foram
objetivos e o compromisso com resultados timento nas pessoas e equipes e a criação instituídas redes temáticas dentro da Rede
sanitários e econômicos (BRASIL, 2010). de um sistema de regulação e governança de Atenção à Saúde. Entre estas, estão:
52
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
A rede tem como prioridade o pré-natal de implementação da rede de atenção. Esses da-
Para entender as necessidades de mu-
qualidade, o acolhimento com classificação dança da atenção à gestação, parto e dos auxiliam na compreensão das diferentes
de risco e avaliação de vulnerabilidade, a vin- nascimento, acesse esta entrevista com questões de saúde de uma população, forne-
culação da gestante ao ambulatório de alto a coordenadora de saúde da mulher cendo subsídios para o planejamento em saúde.
do Ministério da Saúde. Disponível em:
risco, quando necessário, maternidade de <https://www.youtube.com/watch?-
referência, garantia de transporte seguro, se- v=eSPTCrHE54A>. Destacamos que as estatísticas vitais for-
gurança na atenção ao parto e nascimento, necem dados para avaliar a qualidade da
atenção à saúde das crianças com qualidade assistência e do acesso à saúde. Nesse sen-
e resolutividade, além de acesso às ações do 3.2 O papel da Atenção Básica na tido, é atribuição da AB o reconhecimento
planejamento reprodutivo (BRASIL, 2011). saúde obstétrica das necessidades de saúde das mulheres e
crianças no âmbito da atenção obstétrica e
A Rede Cegonha concebe um conjunto de A Atenção Básica (AB) tem por responsabili- neonatal no seu território. Assim, trazemos
ações que abrangem modificações (BRASIL, dade a coordenação do cuidado, com garantia a seguir um quadro que pode auxiliar você e
2011) no processo de cuidado à gravidez, ao de atenção à saúde progressiva, continuada sua equipe na análise de indicadores impor-
parto e ao nascimento; na articulação dos pon- e acessível a todas as mulheres, integrando- tantes para este diagnóstico, subsidiando o
tos de atenção em rede e regulação obstétrica se a atenção ao pré-natal de alto risco, que planejamento de ações.
no momento do parto; na qualificação técnica deverá ser realizado de acordo com as ne-
das equipes de atenção primária e no âmbito cessidades de cada mulher (BRASIL, 2013a).
das maternidades; na melhoria da ambiência
dos serviços de saúde (UBS e maternidades); Para a adesão e implantação da Rede Cegonha
na ampliação de serviços e profissionais para há a necessidade de realização de diagnóstico
estimular a prática do parto fisiológico e na com análise e apresentação dos dados de mor-
humanização do parto e do nascimento (Cen- bidades, mortalidade e nascimentos, além de
tro de Parto Normal, enfermeira obstétrica, informações sobre os serviços de atenção à
parteiras, Casa Gestante, Bebê e Puérpera). saúde e os investimentos necessários para a
53
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
Quadro 3 – Indicadores de morbimortalidade, atenção e capacidade instalada para a implantação da Rede materno-
infantil
Para a busca dessas informações você
pode contar com o Sistema do Plano de
Mortalidade e morbidade Indicadores de atenção
Ação das Redes Temáticas (SISPART), o
ÎÎ Incidência de sífilis congênita (Indicador – Pacto ÎÎ Número de nascidos vivos e % de gestantes com Sistema de Monitoramento e Avaliação
pela Vida). mais de sete consultas no pré-natal.
do Pré-Natal, Parto, Puerpério e Criança –
ÎÎ Cobertura de Estratégia de Saúde da Família. SisPreNatal web, e com os demais sistemas
ÎÎ Taxa de óbitos infantis (neonatal e pós-neonatal).
ÎÎ Tipo de parto: % de partos cesáreos e partos nor- do SUS, como o Sistema de Informação
ÎÎ Número absoluto de óbitos maternos por faixa etá- mais (Cesárea em primípara; cesariana por Idade
ria (10 a 14, 15 a 19, 20 a 24 anos) por município. sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema
materna).
de Informações sobre Mortalidade – SIM e
ÎÎ Nascidos vivos segundo idade da mãe, segundo IG ÎÎ % de gestantes captadas até a 12ª semana de ges-
tação. outros (BRASIL, 2011).
(< 37 semanas);
ÎÎ % de crianças com consultas preconizadas até 24
ÎÎ % de óbitos infantis e fetais investigados. meses. Para auxiliar na organização dos serviços
ÎÎ % de óbitos de mulheres em idade fértil (MIF) por ÎÎ % de crianças com as vacinas do calendário vacinal. e construir os planos de ação regionais, a
causas presumíveis investigados. partir do reconhecimento das necessida-
ÎÎ % de gestantes com todos os exames preconizados.
des da população, alguns parâmetros fo-
ram instituídos pelo Ministério da Saúde,
Indicadores de gestão Capacidade os quais também estruturam a Rede de
ÎÎ Número de leitos obstétricos total e por materni- Atenção Materna e Infantil. São destacados
ÎÎ % de investimento estadual no setor de saúde.
dade. a seguir.
ÎÎ Plano de Desenvolvimento Regional atualizado.
ÎÎ Identificação das maternidades habilitadas para
atenção a gestação de alto risco. ÎÎ Programação Pactuada atualizada.
ÎÎ Identificação de hospitais habilitados para aten- ÎÎ Identificação de centrais de regulação: urgências;
dimento ao recém-nascido e crianças de alto risco de internação e ambulatorial.
(leitos UTI neonatal existentes).
ÎÎ Identificação dos leitos UTI adulto existentes em
hospitais que realizam parto.
54
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
Quadro 4 – Parâmetros Populacionais da Rede de Atenção Materno-Infantil – proposições relacionadas aos parâmetros primários que definem a população alvo das ações propostas
Gestantes de
15% das gestantes estimadas
alto risco
Estimativa do
número total de Número de nascidos vivos no ano anterior + proporção de nascimentos não
crianças de registrados – número de óbitos ocorridos no período neonatal (= nascidos vivos
0 a 12 meses SINASC × fator correção sub-registro × 0,99)
Estimativa do
número total de Número de nascidos vivos no ano anterior + proporção de nascimentos não
crianças de registrados – proporção de nascidos vivos que morreram no primeiro ano de vida
12 a 24 meses (= nascidos vivos SINASC × fator correção sub-registro × 0,98)
População feminina 0,33 × (população total TCU projetada de acordo com taxa de crescimento
em idade fértil populacional no último período publicado)
55
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
Quadro 6 – Parâmetros Assistenciais da Rede de Atenção Materno-Infantil para as gestantes de alto risco.
56
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
O componente pré-natal deve oferecer todos no território, desde a confirmação da gra- A linha de cuidado da atenção obstétrica e
os procedimentos (consulta integrada, consul- videz até o nascimento, considerando a neonatal visa promover a vinculação das
ta odontológica, os exames pré-natais, ativida- avaliação do risco gestacional e os devidos gestantes e orientar a implementação de
des educativas), apresentados nas matrizes encaminhamentos. ações integrais, contínuas de cuidado e de
anteriores. Todavia, deve também garantir a promoção da saúde desde o pré-natal até a
captação precoce das gestantes, o acolhimen- Linha de Cuidados (LC) é a forma de maternidade de referência, na busca de di-
to com classificação de risco e vulnerabilidade, articulação de recursos e das práticas minuir a violação dos direitos reprodutivos
bem como a vinculação da gestante ao local de produção de saúde, orientadas por das mulheres, caracterizada pela peregri-
diretrizes clínicas entre as unidades
de parto (BRASIL, 2013a). de atenção de uma dada região de nação em busca de uma vaga não garanti-
saúde, para a condução oportuna, ágil da nas maternidades, bem como reduzir os
É importante você saber que a implementação e singular dos usuários pelas possibi- riscos de agravos, de morbidade e de mor-
lidades de diagnóstico e terapia, em
da Rede Cegonha no país foi organizada por resposta às necessidades epidemio- talidade materna e neonatal (BRASIL, 2014).
região de saúde. lógicas de maior relevância (BRASIL, Esta diretriz vincula os serviços que realizam
2010, p. 9). atenção pré-natal e ao parto, com o estabe-
Cada região de saúde construiu e pactuou a lecimento de referência e contrarreferência
partir de seus municípios e instâncias gesto- no cuidado à mulher e ao bebê, permitindo
ras os planos de ação municipais e regionais. a integração entre os níveis de atenção e
Após a construção destes planos aconteceu garantindo a continuidade do cuidado.
a contratualização com os pontos de atenção
pelos respectivos gestores dos serviços e uni-
dades federadas com o estabelecimento de Como está a implementação da Rede
Cegonha em seu município? Há uma
metas quantitativa e qualitativas do processo integração entre os pontos de atenção?
de atenção à saúde, que devem ser objeto de Você conhece o plano de ação e dese-
monitoramento. nho da rede?
57
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
Acompanhe mais detalhes sobre a linha de ÎÎ Quando o teste de gravidez é negativo, ou seja, do parto e realização do contato pele a pele na
cuidados: não é confirmada a gestação, esta é uma opor- primeira hora de vida.
tunidade para ofertar ações de planejamento
No pré-natal a captação precoce da gestan- reprodutivo, assim como outras ações de saú- Além disso, já no pré-natal é discutido junto
te, o acolhimento e avaliação de risco e suas de da mulher com foco na promoção da saúde, com a mulher qual é a sua maternidade de re-
vulnerabilidades, e a qualificação da atenção prevenção com diagnóstico precoce e tratamento ferência e as estratégias de vinculação. A par-
com exames em tempo oportuno e resolutivi- de doenças. ticipação e grupos de gestante e a realização
dade das necessidades da mulher é o foco da de visitas prévias para conhecer o serviço e a
organização do processo de trabalho da equi- No caso da gravidez ser confirmada, a mulher equipe são estratégias importantes que cola-
pe de referência. deve ser acolhida e ouvida sobre seu sen- boram para segurança e vinculação da mulher
timento em relação à gestação. E assim ini- com seu momento do parto.
A unidade básica de saúde deve ofertar ações ciar o acompanhamento pré-natal de acordo
de saúde sexual e saúde reprodutiva para a com o protocolo de Pré-Natal. Esse acom-
população de sua área de abrangência. Em panhamento também inclui a realização de
caso de dúvida sobre a gravidez deve ser ava- exames, e caso necessário o acesso à medi-
liado o período de atraso menstrual e ofertado cação. Além disso, durante o atendimento é
o Teste Rápido de Gravidez (TRG). Além disso, importante que as mulheres e parcerias se-
também devem ser ofertados os Testes Rápi- jam orientadas em relação aos seus direitos e
dos de Sífilis (TRSífilis) e de HIV. ações de auto-cuidado. Uma das estratégias
recomendadas é a utilização do plano de par-
ÎÎ Destaca-se que quando o resultado do TRSífilis é to onde a equipe discute junto com a mulher
positivo o tratamento deve ser iniciado imediata- sobre as boas práticas de atenção ao parto
mente na UBS com administração da penicilina, e nascimento, como por exemplo, a garantia
de acordo com o protocolo de atendimento. No do direito ao acompanhante de livre escolha
caso do resultado positivo do TRHIV deve haver e durante todo o tempo de internação, ofertas
a vinculação ao Serviço de Atendimento Especia- de métodos não farmacológicos de alívio da Nesse sentido, a rede deve estar organizada
lizado (SAE). dor, liberdade de escolha da posição na hora para evitar a peregrinação da gestante em
58
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
busca de atendimento. Para tal, além da iden- direitos. Na chegada ao serviço ela deve A CGBP é considerada um equipamento estra-
tificação do local de realização do parto e es- ser acolhida e realizada a classificação de tégico para a mudança do modelo de atenção
tratégias de vinculação, é importante que a re- risco e vulnerabilidades. Se for identifica- ao parto e nascimento. Tem como objetivo
gulação da atenção possa ser acionada, caso da alguma situação de risco que demande apoiar o cuidado às gestantes, recém-nas-
não haja vaga no serviço de referência, indi- assistência especializada, a equipe deve cidos e puérperas em situação de risco,
cando o local de parto e acionando o trans- encaminhar ao serviço de alto risco de re- contribuindo para um cuidado adequado às
porte seguro. Na Rede Cegonha este processo ferência, com a garantia, pelo serviço, de situações que demandem vigilância e proximi-
foi denominado Vaga Sempre. transporte seguro. dade dos serviços hospitalares de referência,
embora não haja necessidade de internação
Deve ser realizada a avaliação do risco ges- Este serviço de alto risco também deve hospitalar.
tacional a cada consulta de pré-natal. Al- ofertar assistência baseada nas boas prá-
gumas mulheres podem apresentar com- ticas de atenção ao parto e nascimento 1– UBS pré-natal de risco habitual (destacar aco-
plicações – são situações que precisam de e na garantia dos direitos. Estes serviços lhimento com avaliação de risco, exames, tes-
acompanhamento especializado. Neste caso, devem disponibilizar leitos de referência tes rápidos e planejamento reprodutivo)
a gestante será encaminhada ao serviço de para gestação e recém-nascido de alto ris- 2– UBS e serviço especializado de pré-natal de AR
pré-natal de alto risco, mas continuará ten- co, assim como a Casa de Gestante, Bebê (destacar fluxo entre esses serviços)
do o acompanhamento na Unidade Básica e Puérpera (CGBP). No caso dos recém- 3– Maternidades de risco habitual ou CPN
de Saúde. -nascidos de alto risco devem ser ofer- 4– Maternidade de alto risco (destacar leitos de
tados os leitos de Unidade de Terapia UTIN, UCINco e UCINca no caso de intercorrên-
No momento do trabalho de parto, no caso Intensiva Neonatal, Unidade de Cuidado In- cias com RN. Destacar leito de UTI Adulto, no
de uma gestante classificada durante o pré- termediário Convencional e Unidade de Cui- caso da intercorrência com a mulher) com CGBP
-natal como de risco habitual ela deve pro- dado Intermediário Canguru, de acordo com (destacar o fluxo com a maternidade e o cuidado
curar seu serviço de referência, que pode as necessidades. Além disso, os serviços de pode ser para gestante, RN ou puérpera)
ser um Centro de Parto Normal ou uma alto risco devem garantir o serviço de Uni- 5– Destacar que as ações de planejamento repro-
maternidade que devem ofertar assistên- dade de Terapia Intensiva para a mulher, dutivo também devem ser realizada após o par-
cia baseada nas boas práticas de atenção caso seja necessário, o que pode ocorrer no to e/ou abortamento.
ao parto e nascimento e na garantia dos próprio serviço ou referenciada.
59
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
Maternidade predefinida
e visitada pela gestante
UBS Acompanhante
GESTANTE PRÉ-NATAL
Acolhimento, UBS EMERGÊNCIA
REDE CEGONHA
consulta de rotina, SAMU
anticoncepção de Consultas com
emergência, suspeita Exames Avaliação
especialistas
de gravidez Risco Gestacional
Medicamentos
Suspeita de Gravidez: em geral
Teste rápido/ SIM
confirmatório de
gravidez, após teste NÃO
rápido e teste de sífilis MATERNIDADE
de alto risco
Programação de UTI e
UCI para intercorrências
MATERNIDADE Intercorrências e o
de baixo risco ou RN não sai da alta
centros de parto normal Casa de Gestante,
Bebê e Puerpéra
60
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
3.3 Estratégias para potencializar ção obstétrica, impulsionando a articulação Conheça mais sobre o Programa Mãe
boas práticas de atenção ao necessária entre a Atenção Básica e a aten- Curitibana, acessando: <http://www.
maecuritibana.com.br> e <http://
pré-natal e puerpério ção hospitalar. Dentre elas, selecionamos al-
www.ebah.com.br/content/ABAAA-
gumas, como o Programa Mãe Curitibana e a giacAI/protocolo-mae-curitibana-
Conhecer os planos construídos, e caso não Comissão Perinatal de Belo Horizonte. -2012?part=2>.
tenham sido construídos, fazer o diagnóstico
a partir dos indicadores que você conheceu Programa Mãe Curitibana Comissão Perinatal de Belo Horizonte
nesta unidade, são importantes ações para
potencializar as boas práticas de atenção ao No Brasil, o Programa Mãe Curitibana (1999) é A Comissão Perinatal de Belo Horizonte foi es-
pré-natal e puerpério em seu território. Além pioneiro na organização da atenção materna e truturada em 1994 como um fórum interinstitu-
disso, reconhecer iniciativas de outras equi- infantil. Começou a funcionar em 8 de março cional e interdepartamental, deliberativo e gestor
pes pode auxiliar na construção de estraté- de 1999 e, por ser tão simples quanto eficaz, das políticas de atenção à assistência de saúde
gias locais e regionais de garantias de acesso inspirou ações semelhantes. O Mãe Coru- da gestante e do recém-nascido, organizando
e qualidade na atenção obstétrica e neonatal. ja (Pernambuco), Mãe Paulistana (município o planejamento, a avaliação, o monitoramento,
de São Paulo) e, mais recentemente, a Rede divulgação e gestão das ações de saúde, envol-
Figura 15 – Planejamento de práticas pela equipe de saúde
Cegonha, lançado pelo Ministério da Saúde. vendo a rede integral de assistência, a linha de
cuidado integral (do planejamento reprodutivo e
A iniciativa se baseia no vínculo que se esta- saúde da mulher ao pré‑natal de baixo e de alto
belece com a mulher assim que ela recebe o risco, apoio propedêutico e terapêutico e a rede
resultado positivo para gravidez. A partir daí, hospitalar com leitos de obstetrícia e de alto ris-
ela e seu filho são acompanhados pelo sis- co) para adequação dos serviços à necessidade
tema público de saúde durante toda a gravi- da população (LANSKY, 2006; BRASIL, 2014).
dez e até 40 dias após o nascimento. Passa-
do esse tempo, a mulher recebe alta do Mãe Tem como prioridades a garantia de acessos a
Curitibana e a criança é automaticamente leitos de alto risco, aprimoramento da gestão
vinculada ao Programa do Lactente. hospitalar, investigação de óbitos de mães e
Algumas iniciativas no Brasil foram pioneiras crianças, implantação de uma política de huma-
na implementação de boas práticas na aten- nização da assistência pré-natal e maternidade,
61
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
e a criação do Movimento BH pelo Parto Normal. vo, além de caderneta da gestante. O progra- semanal de 30 minutos de duração, apresen-
Essas são iniciativas que contribuíram para que ma oferece todo o apoio dos profissionais de tam-se entrevistas com profissionais, ges-
a Comissão Perinatal da Secretaria Municipal saúde para a gestante se sentir mais segura tantes e parceiros institucionais sobre temas
de Saúde (SMS) recebesse o prêmio “Concur- (FERREIRA et al., 2013). de interesse. O programa disponibiliza ainda
so Nacional de Boas Práticas e Maternidade dicas de saúde e momento musical.
Segura das Américas”. Programa Mãe Coruja
Para socializar as atividades realizadas no
Em comum, estas estratégias de boas práticas O programa Mãe Coruja, em Pernambuco, é Programa Mãe Coruja Pernambucana, utiliza-
assumiram que a vinculação da gestante ao estadual e foi criado em 2007, por meio do De- -se o Facebook e o Instagram para informar
local para o parto e a garantia de acolhimento creto no 30.859. Tem por objetivo garantir uma o público em geral, com orientações sobre
imediato durante o trabalho de parto e nas in- gestação de qualidade e um puerpério com saúde, higiene, desenvolvimento infantil, em-
tercorrências durante a gestação são condições acompanhamento às mulheres; às crianças, preendedorismo, datas comemorativas, pres-
inequívocas para a promoção da saúde, preven- garante o direito a um nascimento e desenvol- tação de contas e informações institucionais.
ção de agravos, produção de bons resultados vimento saudável e harmonioso. A ação visa
e alcance de satisfação da mulher e da família reduzir a morbimortalidade materna e infantil, Enquanto o bebê não chega
neste momento da vida (BRASIL, 2014a). e estimular o fortalecimento dos vínculos afe-
tivos entre mãe, filho e família. Por fim, outra estratégia desenvolvida no norte
Programa Mãe Morena do país é denominada “Enquanto o bebê não
chega”. Existe há cinco anos, e busca diminuir
Outras experiências, como o “Programa Mãe Você pode conhecer mais sobre o Pro- a tensão e o estresse dos usuários e da equi-
grama Mãe Coruja acessando: <http://
Morena”, em Campo Grande, semelhante ao www.maecoruja.pe.gov.br/o-progra- pe de saúde. É desempenhada pelo Hospital
denominado “Projeto Mãe Curitibana”, desen- ma>. Acesse também: <www.facebook. Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em
volve ações com a finalidade de convidar e com/maecorujapernambucana> e Roraima.
<www.instagram.com/maecorujape>.
facilitar a adesão da gestante ao pré‑natal o
mais cedo possível. Acolhe a gestante desde O trabalho se constitui a partir de visita an-
a primeira consulta, que pode ser realizada Uma ação do programa Mãe Coruja para tecipada à maternidade. Busca-se garan-
tanto pelo médico como pelo enfermeiro. No fortalecer e divulgar esta estratégia é utili- tir a vinculação da gestante com o local do
primeiro contato, é fornecido material educati- zar rádio e redes sociais. Com um programa parto, acontecendo todas as quartas-feiras.
62
UN3 Atenção obstétrica na Atenção à saúde das mulheres
Rede de Atenção à Saúde no período gravídico puerperal
63
64
Resumo do módulo
65
Resumo do módulo
66
Referências
AGUIAR, J. M.; D’OLIVEIRA, A. F. P. L.; SCHRAIBER, L. BERGERON, T. et al. Prevention of Preeclampsia with As-
B.. Violência institucional, autoridade médica e po- pirin in Multiple Gestations: A Systematic Review and Me-
der nas maternidades sob a ótica dos profissionais ta-analysis. Am. J. Perinatol., New York, v. 33, n. 6, p. 605-
de saúde. Cad. saúde pública, Rio de Janeiro, v. 29, 10, 5 jan. 2016. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.
n. 11, p. 2287-2296, nov. 2013. Disponível em: <http:// nih.gov/pubmed/26731178>. Acesso em: 31 out. 2016.
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0102-311X2013001100015&lng=en&nrm=iso>. _____. Ministério da Saúde. Assistência integral à saúde da
Acesso em: 27 jul. 2016. mulher: bases de ação programática. Brasília: Ministério
da Saúde, 1984.
AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNE-
COLOGISTS et al. Hypertension in pregnancy. Report of _____. Ministério da Saúde. Portaria no 985, de 5 de agosto
the American college of obstetricians and gynecologists’ de 1999. Cria o Centro de Parto Normal-CPN, no âmbi-
task force on hypertension in pregnancy. Obstet. gynecol., to do Sistema Único de Saúde/SUS, para o atendimento
Hagerstown, v. 122, n. 5, p. 1122-1131, 2013. à mulher no período gravídico-puerperal. Diário Oficial
da União, Brasília, no 150-E, Seção 1, p. 51-2, 6 ago.
ANTHONY, J.; DAMASCENO, A.; OJJII, D.. Hypertensi- 1999. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/
ve disorders of pregnancy: what the physician needs to PORTARIAS/Port99/GM/GM-0985.html>. Acesso em:
know. Cardiovasc. J. Afr., Durbanville v. 27, n. 2, p. 104- 31 maio 2014.
10, 2016.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saú-
Bailey, J. M.;Crane, P.; Nugent, C. E. Childbirth Education de. Programa de humanização no pré-natal e nascimento.
and Birth Plans. Obstetrics and Gynecology Clinics of Nor- Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
th America. v. 35, p. 497-509, Sept. 2008.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
BAUER, S. T.; BONANNO, C. Abnormal placentation. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Pac-
In: Seminars in perinatology. WB Saunders, v. 22, n. 2, to nacional pela redução da mortalidade materna e neona-
p. 88-96. 2009. tal. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
67
Referências
_____. Ministério da Saúde. Lei nº 11.108, de 7 de abril de _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em _____. Ministério da Saúde, Portaria nº 1.459, 24 de junho
2005. Altera a Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990,
o
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de vi- de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde,
para garantir às parturientes o direito à presença de acom- gilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Preven- a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, Brasília, n. 121,
panhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto ção do Óbito Infantil e Fetal. 2. ed. Brasília: Ministério Seção 1, p. 109, 27 jun. 2011.
imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. da Saúde, 2009.
Diário Oficial da União, Brasília, seção 1:1, 8 abr. 2005a. _____. Ministério da Saúde. Portaria no 4.279, de 30 de de-
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em zembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização
_____. LEI N 11.634, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2007. Dis-
o
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de vi- da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único
põe sobre o direito da gestante ao conhecimento e a vincu- gilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Preven- de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, 31 dez.
lação à maternidade onde receberá assistência no âmbito ção do Óbito Infantil e Fetal. 2. ed. Brasília: Ministério 2010. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/ul
do Sistema Único de Saúde. Publicado no DOU de 28 dez. da Saúde, 2009a. timas_noticias/2011/img/07_jan_portaria4279_301210.
2007. Brasília, 2007a. Disponível em: <http://www.pla- pdf>. Acesso em: 10 out. 2016.
nalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11634. _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú-
htm>. Acesso em: 10 out. 2016. de. Departamento de Ações Programáticas e Estraté- _____. Ministério da Saúde, Portaria no 1.459, 24 de junho
gicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de 2011a. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde,
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à do Homem: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, Brasília, 27 jun.
Saúde. Manual dos Comitês de Mortalidade Materna. da Saúde, 2009b. 2011, no 121, Seção 1, p. 109.
Brasília, 2007b.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú- _____. Ministério da Saúde. Departamento de Informática
_____. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. do SUS. Indicadores e dados Básicos do Brasil. Brasília,
da Diretoria Colegiada RDC n 36, de 03 de junho de 2008.
o
Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília: 2011b. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/
Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento Ministério da Saúde, 2010a. tabcgi.exe?idb2012/f08.def>. Acesso em: 16 ago. 2014.
dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Diário Ofi-
cial da União, Brasília, no 105, Seção 1, p. 50, 4 jun. 2008. _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
O HumanizaSUS na Atenção Básica. 1. ed. 1. reimpr. Bra- Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de
sília: Ministério da Saúde, 2010b. baixo risco. 1. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
68
Referências
_____. Portaria no 1.020, de 29 de maio de 2013. Institui _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAVIS-FLOYD, R.. The technocratic, humanistic, and ho-
as diretrizes para a organização da Atenção à Saúde na Manual de acolhimento e classificação de risco em obste- listic paradigms of childbirth. Int. J. Gynecol. Obstet.,
Gestação de Alto Risco e define os critérios para a implan- trícia. Brasília: Ministério da Saúde, 2015a. Suppl. Limerix, v. 75, n. 1, p. S5-S23, 2001. Disponível
tação e habilitação dos serviços de referência à Atenção em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
à Saúde na Gestação de Alto Risco, incluída a Casa de _____. Ministério da Saúde. Instituto Sírio-Libanês de Ensi- S0020729201005100>. Acesso em: 20 out. 2016.
Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP), em conformidade com no e Pesquisa. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das
a Rede Cegonha. Brasília, 2013a. Disponível em: <http:// mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2015b. DESALE, M. et al. Ending preventable maternal and new-
www.husm.ufsm.br/janela/legislacoes/gestao-alto-ris- born deaths due to infection. Best Pract. Res., Clin. obstet.
co/gestao-alto-risco/portaria-no-1020-de-29-de-maio- _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú- gynaecol., Amsterdam, v. 36, p. 116-30, 2016. Disponível
de-2013.pdf>. Acesso: 10 out. 2016. de. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. S1521693416300347>. Acesso em: 13 nov. 2016.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2015c.
Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal DINIZ, C. S. G. Humanização da assistência ao parto no
de baixo risco. 1. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, CARDOSO, L. M.; SOUZA, M. M. C. F.; GUIMARAES, R. U. Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. saú-
2013b. C. Morte materna: uma expressão da “questão social”. de coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 627-637, sept.
Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 102, p. 244-268, jun. 2005. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
_____. Ministério da Saúde. Universidade Estadual do Cea- 2010 . Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0101- 81232005000300019>. Acesso em: 14 nov. 2016.
rá. Humanização do parto e do nascimento. Brasília: Mi- 66282010000200004>. Acesso em: 14 nov. 2016.
nistério da Saúde, 2014. _____ et al. Implementação da presença de acompanhan-
DATASUS. Tecnologia da Informação à Serviço do SUS. tes durante a internação para o parto: dados da pesquisa
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú- Óbitos maternos segundo morte grav/puerperio, 2014. nacional Nascer no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Ja-
de. Departamento de Regulação. Avaliação e Controle de Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi. neiro, v. 30, supl. 1, p. S140-S153, ago. 2014. Disponível
Sistemas Critérios e Parâmetros para o Planejamento e exe?sim/cnv/mat10uf.def>. Acesso em 19 jan. 2017. em: <http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00127013>.
Programação de Ações e Serviços de Saúde no âmbito do Acesso em: 24 maio 2016.
Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2015.
69
Referências
EL DIB, R. P. Como praticar a medicina baseada em evidên- GLASER, A. P.; SCHAEFFER, A. J. Urinary Tract Infection JORGE, M. H. P. M.; LAURENTI, R.; GOTLIEB, S. L. D. Análi-
cias. J. Vasc. Bras., Porto Alegre, p. 1-4, 2007. Disponível and Bacteriuria in Pregnancy. Urol. Clin. Philadelphia, v. 42, se da qualidade das estatísticas vitais brasileiras: a expe-
em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v6n1/v6n1a01.pdf>. n. 4, p. 547-60, 2015. Disponível em: <http://www.scien- riência de implantação do SIM e do SINASC. Ciênc. saúde
Acesso em: 31 out. 2016. cedirect.com/science/article/pii/S0094014315000452>. coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p.643-54, maio/jun.
Acesso em: 3 nov. 2016. 2007. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
FEBRASCO. Mortalidade materna: Brasil é o 4 país que o
81232007000300014>. Acesso em: 31 out. 2016
menos reduz no mundo. 2015. Disponível em: <http:// HAIDER, B.; BHUTTA, Z. Multiple-micronutrient supple-
www.febrasgo.org.br/site/?p=10885>. Acesso em: mentation for women during pregnancy. Cochrane databa- KHOWAJA, A. R. et al. The feasibility of community level
31 out. 2016. se Syst. Rev. Oxford, v. 11, n. 1, 1 nov. 2015. Disponível interventions for pre-eclampsia in South Asia and Sub-Sa-
em: <http://dx.doi.org/10.1002/14651858.cd004905. haran Africa: A mixed-methods design. Reprod. health.,
FERREIRA, O. C. et al. A importância do pré-natal para pub4>. Acesso em: 31 out. 2016. London, v. 13, n. 1 (suppl), p. 1, 2016. Disponível em:
o nascimento saudável em uma maternidade de Cam- <https://reproductive-health-journal.biomedcentral.com/
po Grande-MS. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, HERRMANN, A. (Coord.); SILVA, L. S. CHAKRA, E. S.; articles/10.1186/s12978-016-0133-0>.
Agrárias e da Saúde, v. 17, n. 3, p. 9-19, 2013. LIMA, D. C.(Org.). Guia do Pré-Natal do Parceiro para
Profissionais de Saúde. Rio de Janeiro: Ministério da LAGO, T. D. G. D.; LIMA, L. P. D. Assistência à gestação, ao
FREIRE, C. M. V.; TEDOLDI, C. L. Hipertensão arterial Saúde, 2016. parto e ao puerpério: diferenciais regionais e desigualda-
na gestação. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 93, n. 6, des socioeconômicas. In: BRASIL. Ministério da Saúde.
p. 159-165, dez. 2009. Disponível em: <http://dx.doi. HOFMEYR, G. J. et al. Calcium supplementation during Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da
org/10.1590/S0066-782X2009001300017>. Acesso pregnancy for preventing hypertensive disorders and re- Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo
em: 31 out. 2016. lated problems. Cochrane Database Syst. Rev. Disponível e da saúde da criança. Brasília: Centro Brasileiro de Análise
em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20687064>. e Planejamento, 2009.
FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Mulheres Brasileiras e Gê- Acesso em: 15 nov. 2016.
nero nos espaços Público e Privado. 2010. Disponível em: LEAL, M. D. C. Desafio do milênio: a mortalidade materna
<http://novo.fpabramo.org.br/sites/default/files/pesqui- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Brasil no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.
saintegra_0.pdf>. Acesso em: 1 mar. 2016. em síntese. População. Taxa de mortalidade infantil. 2017. 8, p. 1724, ago. 2008. Disponível em: <http://dx.doi.
Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/popu org/10.1590/S0102-311X2008000800001>. Acesso em:
lacao/taxas-de-mortalidade-infantil.html>. Acesso em 4 nov. 2016.
19 jan. 2017.
70
Referências
LEAL, M. D. C. et al. Intervenções obstétricas durante o MAZZONI, A. et al. Women’s preference for caesarean sec- RATTNER, D. Humanização na atenção a nascimentos e
trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco tion: a systematic review and meta-analysis of observa- partos: ponderações sobre políticas públicas. Interface Co-
habitual. Cad. saúde pública, v. 30, n. supl. 1, p. S17-S47, tional studies. RCOG BJOG: An International Journal of mun. Saúde Educ., Botucatú, v. 13, n. supl. 1, p. 759-768,
2014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/ Obstetrics and Gynaecology. 2010. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?s-
0102-311X00151513>. Acesso em: 20 out. 2016. cript=sci_arttext&pid=S1414-32832009000500027>.
NAGAHAMA, E. E. I.; SANTIAGO, S. M.. A institucionalização Acesso em: 24 out. 2016.
LOTHIAN, J. Birth Plans: The Good, the Bad, and the Fu- médica do parto no Brasil. Ciênc. saúde coletiva., Rio de
ture. Journal of Obstetric, Gynecologic & Neonatal Nurs- Janeiro, v. 10, n. 3, p. 651-57, 2005. Disponível em: <http:// RIOS, C. T. F.; VIEIRA, N. F. C. Ações educativas no pré-
ing, v. 35, Issue 2, p. 295-303, mar.-apr. 2006. dx.doi.org/10.1590/S1413-81232005000300021>. -natal: reflexão sobre a consulta de enfermagem como
Acesso em: 25 out. 2016. um espaço para educação em saúde. Ciênc. Saúde Co-
LANSKY, S. Gestão da qualidade e da integralidade do cui- letiva, v. 12, n. 2, p.477-86, Mar/abr. 2007. Disponí-
dado em saúde para a gestante e a criança no SUS – BH: NORMAN, A. H.; TESSER, C. D. Prevenção quaternária na vel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art
a experiência da Comissão Perinatal. Saúde Debate, v. 36, atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema text&pid=S1413-81232007000200024>. Acesso em:
p. 10-7, 2006. Único de Saúde. Cad. saúde pública, Rio de Janeiro, v. 25, 03 nov. 2016.
n. 9, p. 2012-2020, 2009. Disponível em: <http://dx.doi.
MARQUES, C. P. C.(Org.). Redes de atenção à saúde: a org/10.1590/S0102-311X2009000900015>. SALAM, Rehana A. et al. Potential for task-sharing to Lady
Rede Cegonha. São Luís: UNA-SUS/UFMA, 2015. Health Workers for identification and emergency manage-
OLIVEIRA, L. L. et al. Maternal and neonatal factors re- ment of pre-eclampsia at community level in Pakistan. Re-
MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. 2. ed. Brasília: lated to prematurity. Rev. esc. enferm. USP, São Pau- prod. Health., London, v. 13, n. 2 , p. 107, 2016.
Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. lo, v. 50, n. 3, p. 382-389, jun. 2016. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& TANAKA, A. C. Maternidade: dilema entre nascimento e
MACHADO JUNIOR, L. C. et al. Associação entre via de par- pid=S0080-62342016000300382&lng=en&nrm=iso>. morte. São Paulo: Hucitec, 1995.
to e complicações maternas em hospital público da Gran- Acesso em: 3 nov. 2016.
de São Paulo, Brasil. Cad. saúde pública, Rio de Janeiro, v. TESSER, C. D. et al. Violência obstétrica e prevenção
25, n. 1, p. 124-132, jan. 2009. Disponível em: <http://dx. OLIVEIRA, G. N. O. Projeto terapêutico como contribuição quaternária: o que é e o que fazer. Rev. Bras. Med. Fam.
doi.org/10.1590/S0102-311X2009000100013>. Acesso para a mudança das práticas de saúde. Dissertação (Mes- Comunidade, Rio de Janeiro, v. 10, n. 35, p. 1-12, 2015.
em: 3 nov. 2016. trado) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Disponível em: <https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/
Estadual de Campinas, São Paulo, 2007. view/1013/716>. Acesso em: 31 out. 2016.
71
Referências
TEIXEIRA, N. Z. F. et al . Maternal mortality and race in WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Ottawa charter for
the Brazilian State of Mato Grosso. Rev. Bras. Saude health promotion. Geneve: WHO, 1986.
Mater. Infant., Recife, v. 12, n. 1, p. 27-35, mar. 2012.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1519- _____ (Org.). Appropriate technology for birth. Lancet,
38292012000100003>. Acesso em: 04 nov. 2016. . London, v. 2, n. 8452, p. 436-437, 1985.
VICTORA, C. G. Intervenções para reduzir a mortalidade _____. Care in normal birth: a practical guide. Geneva:
infantil pré-escolar e materna no Brasil. Rev. Bras. Epide- WHO, 1996.
miol., São Paulo, v. 4, n. 1, p.3-69, abr. 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S1415-790X2001000100002&lng=en&nrm=iso&
tlng=pt>. Acesso em: 31 out. 2016.
72
73
Sobre as autoras
74
75