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Projeto Leitura

Introdução:

Após uma grande dificuldade em encontrar um livro que realmente


me desperta-se interesse encontrei “loucura” de Mário Sá Carneiro, um
livro que retrata uma pessoa com distúrbios psicológicos, uma doença
invisível que levava ao afastamento das pessoas causado pelas suas
atitudes inconstantes e desreguladas. Nessa época, século XX, pessoas
diferentes, com costumes e atitudes diferentes eram bastante
discriminadas, daí, como conta no livro, Raúl, sendo “louco”, a sociedade
achava-o diferente não querendo ter ligações com ele.

Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa, no dia 19 de Maio de 189de


Camarate, às portas de Lisboa, aí passando grande parte

Biobibliografia:

Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa, no dia 19 de Maio de 1890.


Faleceu em Paris, em 26 de Abril de 1916. Nasceu, no seio de uma
abastada família alto-burguesa, sendo filho e neto de militares. Órfão de
mãe com apenas dois anos, ficou entregue ao cuidado dos avós, indo viver
para a Quinta da Vitória, na freguesia de Camarate, às portas de Lisboa, aí
passando grande parte da infância. Inicia-se na poesia aos doze anos,
realizando aos quinze anos a tradução de Victor Hugo, e, aos dezasseis,
Goethe e Schiller. No liceu teve ainda algumas experiências episódicas
como ator, quando principia a escrever. Em 1911, com vinte e um anos,
vai para Coimbra, onde se matricula na Faculdade de Direito, mas não o
conclui. Em 1912 veio a conhecer aquele que se tornou o seu melhor
amigo, o poeta Fernando Pessoa.

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Título / Subtítulo

“loucura”, palavra chave de todo o desenlace desta obra em que


analisa e explora a temática. O título é directo ao assunto, visto que Mário
Sá Carneiro conta a história de Raúl Vilar, amigo íntimo dele. E é esta
personagem de teorias únicas e de críticas severas que nos vai elucidar
acerca de muito do que pensa o autor sobre loucura, o que me revelou
bastante interesse. Com isto pensamos que o livro irá retratar algo
incomum para a sociedade. O titulo está bastante apropriado à obra pois,
após a sua leitura vê-mos Raúl vilar, personagem principal, louco pelas
suas atitudes suicidas e pelas suas alterações repentinas no seu estado de
humor, a maneira como olhava a vida e todos os que a rodeavam, era,
sem dúvida, muito pouco comum, este tipo de personalidades como Raúl,
bipolares, intensivas, suicidas, prefecionistas e de tal modo violentas, são
consideradas mentes doentes, isto é, loucas, daí se interligar tão bem o
conteúdo da obra com o seu titulo.

Imagem da capam

da capa Imagem

1a c 2

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No livro físico que li (2) o que nos pode cativar é apenas o título pois, a sua
capa não é apelativa, apesar de conter uma caricatura do escritor, na
minha opinião, acho que não seja suficiente para captar a atenção do
leitor.

Já a capa 1 pode captar mais a atenção do leitor pois nela, vê-mos uma
cabeça aberta com vários objetos que, depois de ler o livro estão muito
bem relacionados com as atitudes de Raúl vilar, como por exemplo, o
relógio, que retrata o tempo que Raúl, jamais perderia para deixar de
viver a vida ou, o tempo que desejava morrer, pois este num momento
não queria deixar de viver, e noutro desejava morrer.

Apreciação crítica da obra literária, relativamente a:

- Ação e seu desenvolvimento

A obra de Mário Sá Carneiro está dividida em três partes, em


pouquíssimas páginas, o autor explora logo três dos temas sobre a
condição do mundo, tema que guiava as suas discussões com o amigo. A
morte é uma das primeiras reflexões. Raul Vilar, personagem principal,
dizia que gostava que todos os outros seres vivos na terra morressem,
“experimentar o medo de me ver completamente só, num mundo cheio
de cadáveres”. Apesar da absurdidade que as suas palavras possam
transmitir, a verdade é que a sua premissa vai de encontro com o desejo
da grande maioria das pessoas, o querer saber de como será a morte,
associando-a à possível solidão.

Segue-se a noção de tempo. Mário de Sá-Carneiro admite ter usado


a escrita, nos seus tempos de juventude, como um entretenimento. Será
através desta visão da escrita que Raul afirma repugnar o falso prazer do
entreter, referindo que a felicidade se encontra na capacidade de
entretermos o nosso pensamento com mais do que o simples ato de
pensar. Esta filosofia de vida do escultor vai de encontro com tantos
outros autores, como Fernando Pessoa.

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O amor é o terceiro e último tema abordado. Raul que, até ao
momento, só via o amor como uma necessidade humana, pensa também
que ao prender-nos a alguém estamos a contrariar as exigências das
nossas vontades. Raúl gostava imenso do físico das mulheres, pensando
até que era uma escultura perfeita. Além disso, questiona-se sobre as
obrigatoriedades impostas no casamento, a fachada de um matrimónio,
marcada pelo preenchimento de um papel oficial, e a convenção da lua-
de-mel, que é, nada mais, nada menos, do que duas pessoas colocadas
num cenário inexpressivo de paredes alheias, em vez do lar.

- Uma personagem favorita, caracterizando-a e justificando a


preferência:

A personagem que mais me marcou foi Raúl Vilar pois esta é a


personagem principal, bastante diferente das restantes pessoas daí se
destacar e, deslocar a atenção para as suas atitudes, intensivas, suicidas e
prefecionistas.

Por outro lado captou-me a atenção através da sua perspectiva e


estilo de vida, pois esta é relativamente diferente à da maioria das
pessoas.

- Principais características estilísticas da obra que leste, salientando os


dois recursos que mais apreciaste, comentando o seu efeito estilístico.:

O autor recorre a vário recursos expressivos para caracterizar e


expressar o pensamento, das várias personagens. Utiliza vários recursos
como a comparação “eu quero que tu me ames como eu te amo”;
metáforas, “procriar, é uma malvadez: é fazer desgraçados. É um crime
matar, preceituam as leis.”; utiliza também, antítese, “não era banalmente
no leito burguês- às escuras-que os corpos se estreitavam, era em plena
luz”,” morresse toda a gente e ficasse só”; Mário Sá Carneiro recorre
também às hipérboles: “gostava que morresse toda a gente”,” num
mundo cheio de cadáveres” e por fim “com todo o teu corpo, com as
mãos…com os braços…com a boca”,sendo enumeração e anáfora; deste

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modo Mário Sá Carneiro realça a sua escrita e as atitudes do seu amigo
Raúl Vilar.

- relações de Intertextualidade:

Uma obra que se enquadra com “loucura” é “O Jardim das Delícias


Terrenas” de Hieronymus Bosch, um pintor holandês  que marcou a
pintura do século XV.

Na pintura estão retratadas várias telas dentro de uma mesma tela


contendo micro-retratos fantásticos, parecendo até, esculturas perfeitas,
interligando-se às opiniões de Raúl em relação à sua mulher, pois este
achava-a uma escultura perfeita, evidenciando aos amigos a belezura que
tinha em casa. Os três painéis carregam elementos irracionais perfeitos,
enigmas excêntricos e o tema central da pintura é a criação do mundo,
com destaque para o paraíso e para o inferno. As duas obras estão
directamente relacionadas pois, estas relatam a loucura, a perfeição, a
vida e a morte, desta forma conclui que as ações do quadro e o livro se
associam comummente.

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Conclusão

O livro escolhido, por ser de Mário Sá Carneiro, um autor muito


amigo de Fernando Pessoa, mostrou-se de leitura simples e objectiva, algo
que não esperava. Para além disso, de uma leitura rápida e que nos
acrescenta mais algum conhecimento literário. Ademais, é de salientar
que me suscitou um maior interesse em livros idênticos, dado que não
têm uma grande complexidade na sua leitura e entendimento.

Em suma, gostei particularmente dos aspectos referidos


anteriormente, da história em si e, também, de ficar mais elucidado pelos
problemas psicológicos presente na sociedade.

Webgrafia:

https://pt.slideshare.net/12anogolega/anlise-de-loucura

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