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RODADA DE QUESTÕES
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CORPO DOCENTE
Lucas Losch Abaid. Promotor de Justiça no Estado do Paraná, aprovado nos concursos
públicos da Defensoria Pública do Estado do Paraná e Ministério Público do Estado de
Roraima, ex-assessor jurídico no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Or-
ganizado do Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul, Especialista em Direito
Penal e Processo pela Faculdade Damásio, Especialista em Direito Constitucional pela
Faculdade Damásio, Professor de Cursos Preparatórios para Concursos Públicos.
Caio César Espírito Santo do Nascimento. Promotor de Justiça do Estado de Minas Ge-
rais. Especialista em Direito Processual Civil pela Faculdade Baiana de Direito. Aprovado
no último concurso do MPMG.
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SUMÁRIO
CORPO DOCENTE................................................................................................................................ 2
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO........................................................................ 5
DIREITO ADMINISTRATIVO......................................................................................................... 5
DIREITO ELEITORAL................................................................................................................... 6
DIREITO TRIBUTÁRIO E DIREITO FINANCEIRO............................................................................ 7
DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................ 7
TEORIA GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO................................................................................... 8
DIREITO PENAL......................................................................................................................... 9
DIREITO PROCESSUAL PENAL...................................................................................................11
DIREITO CIVIL...........................................................................................................................13
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................14
DIREITO MATERIAL COLETIVO...................................................................................................15
DIREITO PROCESSUAL COLETIVO..............................................................................................16
DIREITO DO CONSUMIDOR.......................................................................................................18
DIREITO AMBIENTAL.................................................................................................................19
GABARITO..........................................................................................................................................20
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO......................................................................21
DIREITO ADMINISTRATIVO........................................................................................................21
DIREITO ELEITORAL..................................................................................................................28
DIREITO TRIBUTÁRIO E DIREITO FINANCEIRO...........................................................................31
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................32
TEORIA GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO..................................................................................43
DIREITO PENAL........................................................................................................................44
DIREITO PROCESSUAL PENAL...................................................................................................65
DIREITO CIVIL...........................................................................................................................77
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................82
DIREITO MATERIAL COLETIVO...................................................................................................86
DIREITO PROCESSUAL COLETIVO..............................................................................................90
DIREITO DO CONSUMIDOR.....................................................................................................104
DIREITO AMBIENTAL...............................................................................................................110
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CRONOGRAMA
Não haverá
7ª Rodada 02/10/19
discursiva.
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🏳🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO
A) Sempre que possível, as compras deverão ser processadas através do Sistema de Registro de
Preços.
C) O Sistema de Registro de Preços não é uma modalidade de licitação, mas um procedimento para
selecionar as propostas mais vantajosas, mediante concorrência, tomada de preços ou convite.
QUESTÃO 2. Ainda sobre licitações, para se dar a revogação do procedimento licitatório, deve haver
C) Conveniência da Administração.
B) A relação entre a concessionária de energia elétrica e o usuário final é considerada uma relação
de consumo.
Um ato praticado com excesso de poder atinge principalmente o elemento ____________ do ato
administrativo.
A) forma.
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B) motivo.
C) finalidade.
D) competência.
A) Se o prefeito realizar operação financeira sem observância das normas legais, poderá ser punido
pela lei de improbidade ainda que suas contas sejam aprovadas pelo Tribunal de Contas.
B) É crime a representação por ato de improbidade contra agente público quando o autor da
denúncia o sabe inocente.
C) Representar por ato de improbidade contra agente público quando o sabe inocente não é
considerado crime, mas impõe ao autor da denúncia a obrigação de indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
D) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às cominações da
referida lei até o limite do valor da herança.
QUESTÃO 6. Os meios de controle são instrumentos jurídicos que concretizam, efetivamente, a possi-
bilidade de ser efetuado o controle administrativo. Assim, tem-se que _____________ é a modalidade
de petição em que o interessado postula a revisão de um ato que lhe prejudica direito ou interesse.
A) Pedido de reconsideração.
B) Reclamação.
C) Representação.
D) Revisão.
🏳🏳 DIREITO ELEITORAL
QUESTÃO 7. O art. 72 da Lei Complementar n. 75/93 preceitua que compete ao MPF exercer, no que cou-
ber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias
do processo eleitoral. Acerca do Ministério Público Eleitoral assinale a alternativa correta:
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D) Compete à Justiça Eleitoral julgar mandado de segurança mediante o qual promotor se insurge
contra ato que o destituiu da função eleitoral.
QUESTÃO 8. Tratando-se de legislação tributária, exige-se lei em sentido formal para tratar de certas
matérias, salvo:
🏳🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL
B) Compete ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de ação popular contra ato do Presidente
da República.
C) Tem legitimidade ativa para a propositura de ação popular apenas o eleitor que vota no município
onde se aduz terem ocorrido as supostas ilegalidades.
D) Segundo os tribunais superiores, o cônjuge supérstite é parte legítima para impetrar habeas
data na defesa de interesses do falecido.
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QUESTÃO 11. Sobre o tema “sentidos e tipos de constituição”, assinale a alternativa incorreta:
A) A constituição em branco é aquela que não consagra limitações explícitas ao poder de reforma
constitucional.
D) A constituição simbólica é aquela que exprime total harmonia entre a realidade e o texto
constitucional. Assim, é tida pelos governados como uma garantia frente aos eventuais arbítrios
que possam ser praticados pelos governantes.
QUESTÃO 12. Acerca do tema “judicialização da saúde e igualdade”, assinale a alternativa incorreta.
A) Segundo precedente do STF, o Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a manter
quantidade mínima de determinado medicamento em estoque.
B) Além da teoria da reserva do possível, parte da doutrina já reconhece uma segunda teoria,
chamada de “reserva do impossível”.
C) O Supremo Tribunal Federal concedeu medida cautelar em ADI para suspender a lei que
autorizava o uso da “pílula do câncer (fosfoetanolamina)”.
QUESTÃO 13. De acordo com o Novo Código de Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA no que
se relaciona à atividade ministerial:
A) A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
B) Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício
ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem
jurídica.
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C) O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo
ou culpa grave no exercício de suas funções.
D) É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o
feito em que deva intervir. Porém, a nulidade somente poderá ser decretada após a intimação do
Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
🏳🏳 DIREITO PENAL
A) A função simbólica do direito penal manifesta-se, comumente, no direito penal do terror, que
se verifica com a inflação legislativa (Direito Penal de emergência), criando-se exageradamente
figuras penais desnecessárias, ou então com o aumento desproporcional e injustificado das penas
para os casos pontuais (hipertrofia do direito penal).
C) O direito penal subterrâneo consiste na prática de condutas ilícitas por meio das agências
estatais de controle social formal na investigação das infrações penais.
D) As cifras amarelas dizem respeito aos crimes patrimoniais que não são corretamente noticiados
aos órgãos competentes.
A) No caso de crime de apropriação indébita praticado por cônjuge judicialmente separado, a ação
penal só poderá ser instaurada mediante representação da vítima.
B) A escusa absolutória prevista no artigo 181 do Código Penal também alcança o parentesco por
afinidade, sempre aplicável, por exemplo, no caso de furto praticado por determinado indivíduo
em face sua sogra.
D) No caso de crime de furto realizado em caixa eletrônico, mediante o uso de artefatos explosivos
(explosão do caixa eletrônico para subtrair os valores nele contidos), o sujeito responde pelo crime
de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo em concurso formal impróprio com o crime de
explosão majorada, previsto no artigo 251, §2°, CP.
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A) Nos crimes tributários, o STJ entende que o princípio da insignificância só pode incidir quando
o débito tributário não ultrapassar R$ 10.000,00, enquanto o STF entende que o princípio pode
incidir quando o débito tributário não ultrapassar R$ 20.000,00.
B) É aplicável o princípio da insignificância ao réu que foi surpreendido na posse de quatro cartuchos
de munição calibre .38, sem nenhuma arma de fogo.
B) Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime
contra aquela.
A) A teoria social, criada por Johannes Wessels, parte do pressuposto de que os ideais clássico e
finalista são insuficientes para disciplinar a conduta, porque desconsideram o seu aspecto social.
Referida teoria define a conduta como o comportamento humano com transcendência social.
A) A culpa por assimilação está presente nas situações em que o sujeito, após prever o resultado, e
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desejar sua produção, realiza a conduta por erro inescusável quanto à ilicitude do fato.
D) Prevalece na doutrina que a autoria mediata não é admitida nos crimes de mão própria.
C) Com relação ao conceito de autor, prevalece na doutrina brasileira a adoção da teoria objetivo-
formal.
D) É autor de escritório o agente que transmite a ordem a ser executada por outro autor direto,
dotado de culpabilidade e possível de ser substituído a qualquer momento por outra pessoa, no
âmbito de uma organização criminosa.
QUESTÃO 21. Em relação aos meios de obtenção de prova, assinale a alternativa INCORRETA:
C) No âmbito da ação controlada, entende-se por “entrega vigiada interdição” aquela em que há
substituição das remessas ilícitas por outro produto, com o fim de se evitar o extravio do produto
criminoso.
D) A escuta ambiental consiste na captação ambiental de sinais por terceira pessoa, com o
consentimento de algum dos comunicadores.
A) A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi consumada a infração penal.
B) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem
a pena de multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário da
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A) Admite-se a saída temporária para os presos em regime fechado e semiaberto para fins de
participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social, desde que haja o
cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto),
se reincidente.
B) Em caso de falta grave, o juiz revogará 1/3 (um terço) do tempo remido, recomeçando a contagem
a partir da data da infração disciplinar.
D) O condenado que cumpre a pena em regime aberto não poderá remir parte da execução da pena
por trabalho.
QUESTÃO 24. De acordo com a Lei 12.037/2009, que trata da identificação criminal do civilmente iden-
tificado, assinale a alternativa INCORRETA:
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🏳🏳 DIREITO CIVIL
I - A liberdade de constituir família e a liberdade de não casar são formas de exercício da autonomia
privada no âmbito do direito de família.
II - O concreto uso da sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais.
C) O Código Civil adota um jogo de presunções, fundadas em probabilidades para os filhos havidos
ou gerados na constância do matrimônio. Tratam-se de presunções de natureza absoluta.
D) Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da
paternidade.
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QUESTÃO 28. Assinale a alternativa que não corresponde à jurisprudência do Superior Tribunal de Jus-
tiça:
A) A impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, III, da Lei n. 8.009/90 não pode ser
oposta ao credor de pensão alimentícia decorrente de vínculo familiar ou de ato ilícito.
B) É possível invocar direito real de habitação em demanda possessória, ainda que não se tenha
buscado o reconhecimento de união estável em ação declaratória própria.
A) Em virtude da existência de novos direitos ligados aos idosos, crianças e adolescentes, direito
do consumidor, direito ambiental, entre outros marcados pela relevância, a tutela inibitória surge
como mecanismo de defesa preventiva e satisfativa, falando-se em uma medida atípica.
C) A tutela inibitória ataca o ilícito em três dimensões: evitar sua prática, continuidade ou repetição.
QUESTÃO 30. Sobre a atuação protetiva do Ministério Público, assinale a alternativa correta:
III - A participação da Fazenda Pública configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério
Público.
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III - O membro do Ministério Público poderá oferecer lance em leilão judicial em localidade que não
exerça suas funções.
QUESTÃO 32. São princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), exceto:
QUESTÃO 33. Sobre o tema “racismo e direitos humanos”, assinale a alternativa incorreta.
A) O Brasil nunca foi condenado no sistema interamericano de direitos humanos pela prática do
chamado “racismo institucional”.
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B) Promoção do pluralismo.
QUESTÃO 35. Quanto às regras de competência no âmbito da tutela coletiva, assinale a alternativa
CORRETA:
A) Caso o dano abranja localidades diversas, sendo de âmbito nacional, a ação civil pública deverá
ser proposta no Distrito Federal.
B) Segundo o STJ, compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da justiça
federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a união figure no processo.
C) A circunstância de figurar o Ministério Público Federal como autor da lide não é suficiente para
determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento de ação civil
pública.
D) Compete à Justiça Eleitoral julgar ação civil pública proposta contra partido político em razão
de dano ao meio ambiente ocasionado por propaganda eleitoral.
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B) Não obstante prevista no rol de legitimados, entende-se que é possível a verificação, de ofício,
da legitimidade concreta de uma associação privada.
C) Ainda que ausente a relevância social, há casos em que o MP poderá promover ação civil pública
em defesa de direitos individuais homogêneos, dada expressa disposição legal.
D) A Ordem dos Advogados do Brasil não é legitimada concorrente para a propositura de ações
coletivas, nos termos dos diplomas que regem o processo coletivo.
A) A Lei de Improbidade Administrativa se aplica a fatos praticados antes de sua entrada em vigor,
dada a proteção máxima conferida pela Constituição ao patrimônio público.
B) O autor popular não tem legitimidade para pleitear a condenação por ato de improbidade
administrativa.
QUESTÃO 38. Quanto aos atos impugnáveis no bojo da ação popular, assinale a alternativa CORRETA:
A) Não se admite ação popular para a proteção de bens de valor exclusivamente turístico.
C) Ato praticado por juiz não pode ser objeto de ação popular.
QUESTÃO 39. A respeito da Resolução nº 23 de 2007 do CNMP, que rege o inquérito civil, marque a al-
ternativa correta:
A) O inquérito civil poderá ser instaurado em razão de representação formulada por qualquer
autoridade, sendo desnecessário que forneça elementos para a instauração, uma vez que incumbe
ao MP instruir o feito.
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B) Se, no curso do inquérito civil, novos fatos indicarem necessidade de investigação de objeto
diverso do que estiver sendo investigado, o membro do Ministério Público necessariamente aditará
a portaria inicial.
C) Em caso dos fatos narrados na representação já tiver sido objeto de ação civil pública, o membro
do Ministério Público indeferirá o pedido de instauração de inquérito civil, dando ciência pessoal
ao representante e, também, ao representado.
D) O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de seis meses, prorrogável pelo mesmo prazo
e quantas vezes forem necessárias, por decisão fundamentada de seu presidente, à vista da
imprescindibilidade da realização ou conclusão de diligências, dando-se ciência ao Conselho
Superior do Ministério Público.
🏳🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR
QUESTÃO 40. Em relação ao direito de informação, tabaco e produtos transgênicos, aponte a alterna-
tiva INCORRETA:
A) A inserção de cartões informativos no interior das embalagens de cigarros não constitui prática
de publicidade abusiva apta a caracterizar dano moral coletivo.
B) No que se refere à responsabilidade civil por danos relacionados ao tabagismo, é viável imputar
a morte de fumante exclusiva e diretamente a determinada empresa fabricante de cigarros.
C) De acordo com o Decreto Federal nº 4.680/2003, é obrigatória a informação na nota fiscal de que
se trata de produto transgênico, que contém ingredientes transgênicos ou ainda que é produzido a
partir de produto transgênico.
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🏳🏳 DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 42. Acerca dos espaços territoriais especialmente protegidos, assinale a alternativa CORRE-
TA:
B) A Reserva Particular do Patrimônio Público é criada por lei no caso em que se verifica interesse
público numa dada área privada.
D) A Reserva da Fauna é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, somente se
admitindo a criação de animais de pequeno porte.
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GABARITO
Q. 1 - GABARITO: A 22 Q. 24 - GABARITO: D 77
Q. 2 - GABARITO: A 23 Q. 25 - GABARITO: A 78
Q. 3 - GABARITO: C 24 Q. 26 - GABARITO: B 80
Q. 4 - GABARITO: D 25 Q. 27 - GABARITO: C 81
Q. 5 - GABARITO: C 26 Q. 28 - GABARITO: C 82
Q. 6 - GABARITO: B 27 Q. 29 - GABARITO: B 83
Q. 7 - GABARITO: B 31 Q. 30 - GABARITO: D 85
Q. 8 - GABARITO: D 32 Q. 31 - GABARITO: D 85
Q. 9 - GABARITO: D 35 Q. 32 - GABARITO: C 87
Q. 10 - GABARITO: D 38 Q. 33 - GABARITO: A 89
Q. 11 - GABARITO: D 40 Q. 34 - GABARITO: D 90
Q. 12 - GABARITO: D 42 Q. 35 - GABARITO: C 94
Q. 13 - GABARITO: C 44 Q. 36 - GABARITO: B 98
Q. 20 - GABARITO: A 64
Q. 21 - GABARITO: C 67
Q. 22 - GABARITO: B 71
Q. 23 - GABARITO: D 74
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🏳🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO
A) Sempre que possível, as compras deverão ser processadas através do Sistema de Registro de Preços.
C) O Sistema de Registro de Preços não é uma modalidade de licitação, mas um procedimento para
selecionar as propostas mais vantajosas, mediante concorrência, tomada de preços ou convite.
D) A proposta vencedora tem direito à celebração do contrato administrativo específico objeto da lici-
tação.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA (responde as demais alternativas): O item está de acordo com o art. 15, II, da Lei n.º 8.666/93.
É importante ter em mente a noção do SRP e sua forma de funcionamento. Nesse sentido:
“O sistema de registro de preços (SRP) pode ser definido como procedimento administra-
tivo por meio do qual a Administração Pública seleciona as propostas mais vantajosas, me-
diante concorrência ou pregão, que ficarão registradas perante à autoridade estatal para
futuras e eventuais contratações.
As compras e eventuais serviços, sempre que possível, serão contratadas pelo sistema de re-
gistro de preços (SRP) (art.15, II, da Lei 8.666/93). O Decreto 7.892/13 regulamenta o registro
de preços em âmbito federal, não se aplicando aos demais Entes federados que deverão
editar suas respectivas regulamentações. É possível, inclusive, que o Poder Judiciário, o
Poder Legislativo e os Tribunais de Contas tenham regulamentações próprias sobre o SRP.
(…) É importante ressaltar que o registro de preços não é uma modalidade de licitação,
mas, sim, um sistema que visa racionalizar as compras e os serviços a serem contratados
pela Administração.
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O registro de preços não tem a finalidade de selecionar a melhor proposta para celebração de
contrato específico, como ocorre normalmente nas licitações e contratações de objeto unitá-
rio. Ao contrário, o SRP o intuito é realizar uma licitação, mediante concorrência ou pregão,
para registrar em ata os preços de diversos itens (bens ou serviços), apresentados pelos lici-
tantes vencedores, que poderão ser adquiridos pela Administração dentro de determinado
prazo, na medida de sua necessidade1.”
💡💡 GABARITO: A
QUESTÃO 2. Ainda sobre licitações, para se dar a revogação do procedimento licitatório, deve haver
C) Conveniência da Administração.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA (responde as demais alternativas): a questão não exige conhecimento doutrinário, sendo
suficiente conhecer o disposto no art. 49 da Lei 8.666/93, que trata da fase final do procedimento licitató-
rio:
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá re-
vogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devida-
mente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la
por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devi-
damente fundamentado.
§1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação
de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no
parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a
ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dis-
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💡💡 GABARITO: A
B) A relação entre a concessionária de energia elétrica e o usuário final é considerada uma relação de
consumo.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: A assertiva está correta e já foi objeto de decisão pelo Supremo Tribunal Federal:
2 DE OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 7ª edição. Editora método. 2019, pág.479/480.
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Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, permissão e autorização para o ser-
viço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
D) CORRETA: A alternativa está correta, pois é o que dispõe o art. 40 da Lei n.º 8.987/95.
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que
observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, in-
clusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder conce-
dente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei
💡💡 GABARITO: C
Um ato praticado com excesso de poder atinge principalmente o elemento ____________ do ato admi-
nistrativo.
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A) forma.
B) motivo.
C) finalidade.
D) competência.
💡💡 GABARITO COMENTADO
D) CORRETA (responde as demais alternativas): em primeiro lugar, é preciso conhecer os elementos que
compõem o ato administrativo.
Competência (sujeito): (é sempre vinculado) é o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes
exercer legitimamente sua atividade. Funda-se na necessidade de divisão do trabalho. Objeto (conteú-
do): é a alteração no mundo jurídico que o ato se propor a processar. Forma é o meio pelo qual se exte-
rioriza a vontade administrativa. Motivo é a situação de fato e de direito que gera a vontade do agente
quando pratica o ato administrativo. Finalidade é o elemento pelo qual todo ato administrativo deve
estar dirigido ao interesse público.
Visto isso, importa mencionar que os agentes públicos praticam atos administrativos regularmente no
exercício de suas funções. Esse é um poder-dever, ou seja, ele não pode se abster de praticar os atos refe-
rentes à função pública.
Apesar disso, é possível que haja abuso por parte do agente público. Nesse caso, o abuso pode se dar de
duas formas: excesso de poder e/ou desvio de poder.
No excesso de poder o agente atua fora OU além de suas competências. Atinge-se, portanto, o elemento
competência. No “desvio de poder”, há a atuação não voltada para a finalidade pública. Portanto, há
vício no elemento finalidade do ato administrativo.
💡💡 GABARITO: D
A) Se o prefeito realizar operação financeira sem observância das normas legais, poderá ser punido
pela lei de improbidade ainda que suas contas sejam aprovadas pelo Tribunal de Contas.
B) É crime a representação por ato de improbidade contra agente público quando o autor da denúncia
o sabe inocente.
C) Representar por ato de improbidade contra agente público quando o sabe inocente não é consi-
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derado crime, mas impõe ao autor da denúncia a obrigação de indenizar o denunciado pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
D) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às cominações da referida
lei até o limite do valor da herança.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: A alternativa está correta, pois a conduta do agente público está tipificada no art. 10, VI, da
Lei de Improbidade Administrativa e o art. 21, II, do mesmo diploma legal evidencia que a aprovação das
contas não o isenta da aplicação das sanções da LIA.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denuncia-
do pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
C) INCORRETA: a alternativa está incorreta em razão do que dispõe o art. 19, acima mencionado. Repare
que além de constituir crime, a denúncia feita quando o autor sabe o sabe inocente sujeita o denunciante
à reparação dos danos causados (parágrafo único do art. 19 da LIA).
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicita-
mente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
💡💡 GABARITO: C
QUESTÃO 6. Os meios de controle são instrumentos jurídicos que concretizam, efetivamente, a possi-
bilidade de ser efetuado o controle administrativo. Assim, tem-se que _____________ é a modalidade
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de petição em que o interessado postula a revisão de um ato que lhe prejudica direito ou interesse.
A) Pedido de reconsideração.
B) Reclamação.
C) Representação.
D) Revisão.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: O pedido de reconsideração é dirigido à mesma autoridade que praticou o ato contra o
qual se insurge o recorrente. Não há lei especificando isso.
Observação importante aqui é que não interrompe o prazo para impetração de mandado de Segurança.
Assim, se o interessado interpõe o presente recurso administrativo e a autoridade não o aprecia no prazo
de 120 dias, prazo legal para impetrar o MS, a consequência é a decadência do direito de utilizar o Man-
dado de Segurança.
O Dec. 20910/32 regulamenta a reclamação. O decreto deixa evidente que o direito de reclamação ex-
tingue-se em um ano caso não haja lei fixando prazo diverso. Entretanto, é preciso deixar claro que esse
prazo pode ser mitigado em razão da própria autotutela da Administração.
Para José dos Santos Carvalho Filho, o peticionário pode ser qualquer pessoa, ainda que não afetada pela
irregularidade ou pela conduta abusiva. Entretanto, para o autor, nada impede que o peticionário seja
aquele afetado pela irregularidade da conduta.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o peticionário não é parte interessada, mas apenas alguém que
tem interesse genérico, como cidadão, em impugnar a medida.
D) INCORRETA: Revisão é a petição pela qual o interessado postula a reapreciação de determinada deci-
são, já proferida em processo administrativo (Carvalho Filho).
💡💡 GABARITO: B
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🏳🏳 DIREITO ELEITORAL
QUESTÃO 7. O art. 72 da Lei Complementar n. 75/93 preceitua que compete ao MPF exercer, no que cou-
ber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias
do processo eleitoral. Acerca do Ministério Público Eleitoral assinale a alternativa correta:
A) Viola a autonomia administrativa do Ministério Público Estadual o fato do promotor eleitoral (mem-
bro do MP estadual) ser designado pelo procurador regional eleitoral (membro do MPF).
D) Compete à Justiça Eleitoral julgar mandado de segurança mediante o qual promotor se insurge con-
tra ato que o destituiu da função eleitoral.
💡💡 GABARITO COMENTADO
“EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Ministério Público Eleitoral. Artigo 79, caput e parágrafo
único, da Lei Complementar nº 75/93. Vício formal. Iniciativa legislativa. Vício material. Ofensa à autono-
mia administrativa dos ministérios públicos estaduais. Não ocorrência. Improcedência da ação. 1. Detém
o Procurador-Geral da República, de acordo com o art. 128, § 5º, da Constituição Federal, a prerrogativa,
ao lado daquela já atribuída ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, d, CF), de iniciativa dos projetos
legislativos que versem sobre a organização e as atribuições do Ministério Público Eleitoral, do qual é che-
fe, atuando como seu procurador-geral. Tratando-se de atribuição do Ministério Público Federal (arts. 72
e 78), nada mais natural que as regras de designação dos membros do Ministério Público para desempe-
nhar as funções junto à Justiça Eleitoral sejam disciplinadas na legislação que dispõe, exatamente, sobre
a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União, no caso a Lei Complementar nº
75, de 20 de maio de 1993. 2. O fato de o promotor eleitoral (membro do ministério público estadual) ser
designado pelo procurador regional eleitoral (membro do MPF) não viola a autonomia administrativa
do ministério público estadual. Apesar de haver a participação do ministério público dos estados na
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A designação de Promotor Eleitoral é feita pelo Procurador Regional Eleitoral, em regra, após indica-
ção do Procurador-Geral de Justiça. Este, como Chefe do Ministério Público Estadual, detém o controle
administrativo do Promotor de Justiça. Somente ele poderia informar ao PRE os promotores que se en-
contram lotados nas diversas zonas eleitorais dos Estados, quem passou a gozar férias, quem foi promo-
vido, removido, exonerado (GOMES, 2018). Daí a se dizer, na toada do STF, que se trata de ato administra-
tivo complexo (indicação do PGJ seguida de designação do PRE).
“O Promotor Eleitoral desempenha suas funções na primeira instância, isto é, perante o juízo incumbi-
do do serviço de cada zona eleitoral e também perante a Junta Eleitoral.
A atuação do Ministério Público Estadual em matéria de natureza federal – como é a eleitoral – não deixa
de expressar, mais uma vez, a interferência do princípio da cooperação na organização político-eleitoral
brasileira. Reza o artigo 78 da LC nº 75/93: ‘As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante
os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.’ No mesmo diapasão é o disposto
no artigo 32, III, da Lei nº 8.625/93, ao estabelecer competir aos Promotores de Justiça ‘oficiar perante à
Justiça Eleitoral de primeira instância, com as atribuições do Ministério Público Eleitoral previstas na Lei
Orgânica do Ministério Público da União que forem pertinentes, além de outras estabelecidas na legisla-
ção eleitoral e partidária’”.
B) CORRETA: É o que se extrai dos comentários da assertiva “A”. Repisamos excerto do julgado do STF
supramencionado:
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“art. 128 (…) § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado
pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a apro-
vação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos,
permitida a recondução.
(…) § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice
dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será
nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.”
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: VIII – os mandados de segurança e os ‘habeas-
-data’ contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
(...)”
Impende esclarecer que MS contra ato de destituição do Procurador Regional Eleitoral não toca na temá-
tica eleitoral, sendo tão só uma questão administrativa.
Ademais, não existe previsão que implique na competência originária dos Tribunais Regionais Federais
para processar e julgar MS impetrado em face de ato de Procuradores Regionais da República, diferente-
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mente da hipótese de ato emanado de Juiz Federal (art. 108, I, “c”, da CF/88).
💡💡 GABARITO: B
QUESTÃO 8. Tratando-se de legislação tributária, exige-se lei em sentido formal para tratar de certas
matérias, salvo:
💡💡 GABARITO COMENTADO
D) CORRETA (responde as demais alternativas): O tema é comumente explorado nos concursos públicos.
Não há dificuldade em solucionar a questão, desde que se tenha em mente a forma como a legislação
trata da matéria. Assim, importa observar o disposto no art. 97 do Código Tributário Nacional:
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💡💡 GABARITO: D
🏳🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL
B) Compete ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de ação popular contra ato do Presidente da
República.
C) Tem legitimidade ativa para a propositura de ação popular apenas o eleitor que vota no município
onde se aduz terem ocorrido as supostas ilegalidades.
D) Segundo os tribunais superiores, o cônjuge supérstite é parte legítima para impetrar habeas data na
defesa de interesses do falecido.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: Embora o tema da ADPF “por equiparação”, também chamada de incidental, não seja
muito estudado e difundido na comunidade jurídica brasileira, o ordenamento jurídico admite a sua via-
bilidade, conforme art. 1º, parágrafo único, inciso I, da Lei nº 9.882/99. No entanto, para a propositura des-
sa ADPF “por equivalência”, exige-se que seja demonstrada a existência de controvérsia judicial relevante.
Sobre este ponto, é a lição de Bruno Taufner Zanotti: “Prevista no art. 1º, parágrafo único, inciso I da Lei
nº 9.882/99, será manejada sempre que for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei
ou ato normativo. O relevante fundamento da controvérsia constitucional se comprova, v.g., pela existência
de um número expressivo de processos análogos, pela gravidade ou relevância da tese em discussão ou,
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ainda, por seu alcance social, econômico, cultural e político. A ADPF, nesse caso, se dá de forma incidental a
diversos processos ordinários em curso, desde que comprovada a divergência jurisprudencial constitucional
relevante. Pressupõe a existência de litígios, de demandas concretas já submetidas ao Poder Judiciário.
Existe, portanto, uma integração entre os modelos difuso e concentrado no STF. Trata-se de um processo de
‘natureza subjetivo-objetiva’, no qual a arguição é proposta diretamente no Supremo Tribunal Federal, em
razão de uma controvérsia constitucional relevante, em discussão perante qualquer juiz ou tribunal, sobre
a aplicação de lei ou ato do poder público questionado em face de algum preceito fundamental”. (ZANOTTI,
Bruno Taufner. Controle de Constitucionalidade. 3. ed. Bahia: Juspodivm, 2014, p.218).
B) INCORRETA: Não há tal previsão no texto constitucional. Nesse sentido, é a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal:
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C) INCORRETA: Trata-se de uma pegadinha que aparece frequentemente em provas de concursos; afinal,
não há essa exigência na lei. Nesse sentido, é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
“PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. ELEITOR COM DOMICÍLIO ELEITORAL EM MUNICÍPIO ES-
TRANHO ÀQUELE EM QUE OCORRERAM OS FATOS CONTROVERSOS. IRRELEVÂNCIA. LEGITI-
MIDADE ATIVA. CIDADÃO. TÍTULO DE ELEITOR. MERO MEIO DE PROVA. 1. Tem-se, no início, ação
popular ajuizada por cidadão residente e eleitor em Itaquaíra/MS em razão de fatos ocorridos
em Eldorado/MS. O magistrado de primeiro grau entendeu que esta circunstância seria irre-
levante para fins de caracterização da legitimidade ativa ad causam, posição esta mantida
pelo acórdão recorrido - proferido em agravo de instrumento. 2. Nas razões recursais, sus-
tenta a parte recorrente ter havido violação aos arts. 1º, caput e § 3°, da Lei n. 4.717/65 e 42,
p. único, do Código Eleitoral, ao argumento de que a ação popular foi movida por eleitor de
Município outro que não aquele onde se processaram as alegadas ilegalidades. (...) 4. Note-se
que a legitimidade ativa é deferida a cidadão. A afirmativa é importante porque, ao contrário
do que pretende o recorrente, a legitimidade ativa não é do eleitor, mas do cidadão. 5. O que
ocorre é que a Lei n. 4717/65, por seu art. 1º, § 3º, define que a cidadania será provada por
título de eleitor. 6. Vê-se, portanto, que a condição de eleitor não é condição de legitimidade
ativa, mas apenas e tão-só meio de prova documental da cidadania, daí porque pouco im-
porta qual o domicílio eleitoral do autor da ação popular. Aliás, trata-se de uma exceção à
regra da liberdade probatória (sob a lógica tanto da atipicidade como da não-taxatividade
dos meios de provas) previsto no art. 332, CPC. 7. O art. 42, p. único, do Código Eleitoral es-
tipula um requisito para o exercício da cidadania ativa em determinada circunscrição elei-
toral, nada tendo a ver com prova da cidadania. Aliás, a redação é clara no sentido de que
aquela disposição é apenas para efeitos de inscrição eleitoral, de alistamento eleitoral, e
nada mais. 8. Aquele que não é eleitor em certa circunscrição eleitoral não necessariamen-
te deixa de ser eleitor, podendo apenas exercer sua cidadania em outra circunscrição. Se
for eleitor, é cidadão para fins de ajuizamento de ação popular. 9. O indivíduo não é cidadão
de tal ou qual Município, é “apenas” cidadão, bastando, para tanto, ser eleitor. 10. Não custa
mesmo asseverar que o instituto do “domicílio eleitoral” não guarda tanta sintonia com o
exercício da cidadania, e sim com a necessidade de organização e fiscalização eleitorais.(...)
(REsp 1242800/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 07/06/2011, DJe 14/06/2011; grifo nosso)”
D) CORRETA: Este tema é pouquíssimo trabalhado nos manuais de direito constitucional, que, por vezes,
não abordam o tema da habeas data com a profundidade necessária. Nessa linha, ressaltamos ao aluno
que os tribunais superiores admitem a possibilidade de o cônjuge supérstite impetrar habeas data para
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💡💡 GABARITO: D
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titucional adote uma postura deferente, atuando apenas como garantidora dos pressupostos da de-
mocracia.
D) Denomina-se “dificuldade contramajoritária” a crítica que se faz aos membros da jurisdição consti-
tucional em virtude de estes membros não serem eleitos pelo povo e, mesmo assim, deterem compe-
tência para reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei.
💡💡 GABARITO COMENTADO
B) INCORRETA: O efeito backlash consiste na mobilização das forças políticas e sociais em reação a uma
decisão do Judiciário; a oposição ferrenha dessas forças pode produzir um acirramento de tensões pree-
xistentes na ordem social que, na prática, pode levar à reversão da decisão judicial. É a indignação em
massa das forças políticas e sociais contra determinado posicionamento do Judiciário (na maioria dos ca-
sos, da jurisdição constitucional, já que os posicionamentos adotados no controle concentrado de cons-
titucionalidade atingem um número indeterminado de pessoas, graças à ampla incidência dos efeitos
da decisão). Nesse sentido, é a lição de Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto: “Decisões em
descompasso com estes valores podem gerar um efeito conhecido como backlash, que consiste em ampla
mobilização das forças políticas e sociais que se opõem à mudança, o que, além do aumento da polarização
da sociedade, pode acarretar, como resultado prático, a reversão da alteração” (id., p. 346).
Diante do conceito exposto, não há como se falar na impossibilidade da ocorrência do efeito backlash no
Brasil. O efeito, inclusive, foi mencionado pelo Min. Luiz Fux no julgamento das ADCs e ADI sobre a Ficha
Limpa.
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substancialistas advogam ideias contrárias àquelas propostas pelos procedimentalistas. Para os adeptos
do substancialismo, o papel da jurisdição constitucional deve ser enérgico, mesmo em casos em que não
se busque garantir os pressupostos da democracia. Nesta linha, o substancialismo defende que a jurisdi-
ção constitucional é dotada de legitimidade para fundamentar suas decisões em argumentos de origem
ética ou moral e deve incluir na sua pauta de julgamentos temas sociais e de grande relevância para a
sociedade. A postura substancialista da jurisdição constitucional é geralmente adotada por países em
que vigora uma Constituição dirigente e com um amplo rol de direitos fundamentais, já que estas carac-
terísticas facilitam a chegada de demandas sociais até a corte constitucional. Nessa linha de raciocínio,
lecionam Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto: “Já os substancialistas advogam um papel
mais ativo para a jurisdição constitucional, mesmo em casos que não envolvam os pressupostos da demo-
cracia. Numa questão altamente polêmica, como o aborto, um procedimentalista tenderia a defender a não
intervenção jurisdicional na matéria, enquanto um substancialista se inclinaria pela atuação do Judiciário
na resolução desse complexo conflito moral” (id., pp. 221-222).
Ainda sobre este ponto, lembro ao aluno que, nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal vem atuan-
do de maneira precipuamente substancialista. Isso porque a própria Constituição Federal de 1988 é
substancial, já que dela constam um longo rol de direitos fundamentais e uma série de hipóteses em que
a jurisdição constitucional brasileira pode ser provocada. Assim, com o advento do neoconstitucionalis-
mo e da doutrina da efetividade, as normas da constituição passaram a ser diretamente invocadas pelos
jurisdicionados no Poder Judiciário. Além disso, o STF vem decidindo sobre a constitucionalidade ou não
de diversos temas polêmicos para a sociedade, tais como: o reconhecimento das uniões homoafetivas
como entidade familiar (ADI 4277 e ADPF 132), a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa (ADI 4578 e
ADCs 29 e 30), o caso do aborto de feto anencéfalo (ADPF 54), entre outros.
D) CORRETA: O enunciado da assertiva “e” está de acordo com o conceito de “dificuldade contramajoritá-
ria”. Segundo parte da doutrina, os membros do Poder Judiciário não teriam legitimidade para controlar
a constitucionalidade de leis aprovadas pela maioria dos representantes do povo, já que os membros do
Poder Legislativo são escolhidos diretamente através do voto, o que não ocorre com os membros do Po-
der Judiciário; daí a denominação do conceito, pois o Judiciário, ao exercer o controle de constitucionali-
dade, atuaria contra a opinião majoritária do Legislativo, eleito pelo povo. Esta é uma discussão histórica
nos Estados Unidos da América, que, aos poucos, começa a ganhar força também no Estado brasileiro.
Sobre este ponto, é a lição de Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto: “A legitimidade democrá-
tica da jurisdição constitucional tem sido questionada em razão da ‘dificuldade contramajoritária’ do Poder
Judiciário, que decorre do fato de os juízes, apesar de não serem eleitos, poderem invalidar as decisões
adotadas pelo legislador escolhido pelo povo, invocando, muitas vezes, normas constitucionais de caráter
aberto, que são objeto de leituras divergentes na sociedade. [...] A crítica ao controle jurisdicional de cons-
titucionalidade insiste que, em casos assim, a decisão sobre a interpretação mais correta da Constituição
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deve caber ao próprio povo ou aos seus representantes eleitos e não a magistrados” (SARMENTO, Daniel e
SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho. Belo Hori-
zonte: Fórum, 2013, p. 31).
💡💡 GABARITO: D
QUESTÃO 11. Sobre o tema “sentidos e tipos de constituição”, assinale a alternativa incorreta:
A) A constituição em branco é aquela que não consagra limitações explícitas ao poder de reforma cons-
titucional.
D) A constituição simbólica é aquela que exprime total harmonia entre a realidade e o texto constitu-
cional. Assim, é tida pelos governados como uma garantia frente aos eventuais arbítrios que possam
ser praticados pelos governantes.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: As constituições em branco não possuem em seu texto constitucional qualquer limitação de
reforma constitucional. Assim, eventual mudança no texto constitucional do Estado fica ao arbítrio do os
órgãos revisores. Embora os órgãos competentes para a mudança de uma constituição sejam, na maioria
dos países, eleitos pelo povo, as constituições em branco possuem um certo déficit democrático, já que há
uma certa tendência de se asfixiar os direitos das minorias por estes órgãos revisores. Sobre o ponto em
estudo, é a lição de Uadi Lammego Bulos: “A constituição em branco (Blanko-Verfassung) é aquela que não
consagra limitações explícitas ao poder de reforma constitucional. O processo de sua mudança subordina-
se à discricionariedade dos órgãos revisores, que, por si próprios, ficam encarregados de estabelecer as
regras para a propositura de emendas ou revisões constitucionais. As primeiras constituições dos Estados da
união norte-americana possuíam o sentido em branco. Também foi o caso das Constituições da França de
1799, 1814 e 1830, do Estatuto do Reino da Sardenha de 1848 e da Carta espanhola de 1876”. (BULOS, Uadi
Lammego, Curso de Direito Constitucional . 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 107).
B) CORRETA: A Constituição Federal de 1988 pode ser considerada uma constituição compromissória,
afinal, ela é dotada de características de diversos pólos e grupos da sociedade. Sobre o ponto em estudo,
é a lição de Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto: “Constituições “pluralistas” ou “compro-
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missórias” são aquelas que possuem normas inspiradas em ideologias diversas. Geralmente resultam de
um “compromisso” entre os diversos grupos participantes do momento constituinte. O conceito de Consti-
tuição compromissória foi formulado a propósito da Constituição alemã de 1919, a chamada Constituição
de Weimar. Quando, no momento constituinte, nenhum grupo tem força suficiente para, sozinho, tomar a
decisão soberana, a Constituição resulta de um compromisso entre as correntes antagônicas. A Carta de
1988 é exemplo típico de Constituição compromissória”. (SARMENTO, Daniel e NETO, Cláudio Pereira de
Souza. Direito Constitucional. Teoria, Tópicos e Métodos de Trabalho. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum,
2016, pp. 63-64).
Por fim, lembro ao aluno que a figura da constituição compromissória também pode aparecer na sua
prova como “constituição pluralista”.
C) CORRETA: Já há países que possuem um canal sólido e direto entre os internautas e o Poder Legisla-
tivo. O tema da “constituição.com” ainda não é muito trabalhado no Brasil, embora exista um canal de
“e-democracia” que, de certa forma, é um sinal neste sentido. O canal pode ser acessado através do link:
https://edemocracia.camara.gov.br. O tema ainda não caiu em provas, portanto, resolvi abordar o assun-
to com o intuito de evitar qualquer surpresa para vocês na hora da prova. Sobre este ponto, é a lição de
Uadi Lammego Bulos: “Constituição.com é aquela cujo projeto conta com a opinião maciça dos usuários
da internet, que, por meio de sites de relacionamento, externam seu pensamento a respeito dos temas
a serem constitucionalizados. Desse modo, pelo sugestivo nome “constituição.com” os governos apro-
veitam as redes sociais de internet para escreverem novas cartas constitucionais para seus respectivos
Estados. Foi a Islândia que, pioneiramente, fez, no ano de 2011, uma “constituição.com” (crowdsourcing).
A Carta Maior islandesa era de 1944. Como este país, situado no norte da Europa, tem uma população
pequena, cerca de 311 mil habitantes, com elevado nível educacional, ficou fácil disseminar, pela web,
a terminologia crowdsourcing, isto é, feitura de projetos com ajuda de internautas. Na Islândia, 97% da
população usa a internet, sendo que 64,8% acessam o Facebook. Isso facilitou, sobremaneira, a discus-
são de várias propostas, dentre as quais a publicidade dos documentos governamentais, a definição das
permissões de uso dos recursos naturais, a mudança do semipresidencialismo pelo parlamentarismo, a
revisão do status de religião estatal, conferido à igreja evangélica luterana e a recuperação de proprie-
dades roubadas. Assim, as reuniões da Assembleia Constituinte foram transmitidas online, permitindo
aos internautas opinarem a respeito da nova Constituição islandesa. Tais opiniões foram convertidas em
um rascunho constitucional, entregue ao Parlamento em 29 de julho de 20 1 1. A ideia de constituição.
com, muito mais do que aquecer os debates sobre a importância do uso da rede mundial de computado-
res, serve para polarizar as discussões em torno do uso de sites no processo constituinte. Os islandeses
distribuíram-se em duas correntes sobre o tema. Para uns, a internet não ajuda a democracia. O que os
governos deveriam fazer é vigiar os cidadãos, identificar e prender dissidentes, em vez de permitir o uso
da web para se debater o próprio ato de feitura das constituições. Outros, numa linha mais avançada e
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condizente com a realidade de nosso tempo, acreditam que a internet amplia os canais democráticos,
pluralizando o debate constitucional, mediante a consagração de ferramentas cotidianas, como o Face-
book, o Twitter e o YouTube”. (BULOS, Uadi Lammego, Curso de Direito Constitucional . 8ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2014, pp. 112-113).
D) INCORRETA: O tema da constituição simbólica foi desenvolvido pelo jurista Marcelo Neves na sua clás-
sica obra “A constitucionalização simbólica” e foi cobrado na prova objetiva da DPE/RN (2015). A asser-
tiva está em desacordo com a tese formada por Neves, afinal, a constituição simbólica é aquela que não
corresponde à realidade social do Estado, sendo utilizada pelos governantes como verdadeira legislação
álibi para manutenção de um status quo instalado no país. Sobre este ponto, é a lição de Daniel Sarmento
e Cláudio Pereira de Souza Neto: “Trata-se de Constituição que não corresponde minimamente à realida-
de, não logrando subordinar as relações políticas e sociais subjacentes. Ela não é tomada como norma
jurídica verdadeira, não gerando, na sociedade, expectativas de que seja cumprida. Neste ponto, ela se
assemelha à categoria da Constituição nominal, de Lowenstein. Porém, a apreciação de Marcelo Neves é
mais negativa do que a do autor alemão. Para Neves, as constituições simbólicas tendem a servir como
álibi para manutenção do status quo”. (SARMENTO, Daniel e NETO, Cláudio Pereira de Souza. Direito Cons-
titucional. Teoria, Tópicos e Métodos de Trabalho. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2016, pp. 65).
💡💡 GABARITO: D
QUESTÃO 12. Acerca do tema “judicialização da saúde e igualdade”, assinale a alternativa incorreta.
A) Segundo precedente do STF, o Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a manter
quantidade mínima de determinado medicamento em estoque.
B) Além da teoria da reserva do possível, parte da doutrina já reconhece uma segunda teoria, chamada
de “reserva do impossível”.
C) O Supremo Tribunal Federal concedeu medida cautelar em ADI para suspender a lei que autorizava
o uso da “pílula do câncer (fosfoetanolamina)”.
D) A teoria do right to try é plenamente admitida na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e dos
tribunais brasileiros, não havendo qualquer discussão sobre sua aplicabilidade.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: No caso analisado pelo STF, o Estado se comprometeu a adquirir determinados medicamen-
tos para determinados cidadãos, mas não honrou o compromisso. Assim, ao se deparar com a questão, o
Supremo Tribunal Federal entendeu que, ao determinar que o Estado mantenha uma quantidade mínima
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de determinado medicamento em seu estoque, não há violação do princípio da separação dos poderes
(checks and balances); afinal, o Poder Judiciário não estaria determinando metas, prioridades ou como o
Estado deve gerir suas verbas, mas apenas coibindo um comportamento estatal abusivo que ocasionou
graves prejuízos à saúde dos administrados. Nesse sentido, colaciono o precedente do STF:
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gamento da ADIN 2.240-7/BA, interposta pelo Partido dos Trabalhadores contra a Lei n. 7.619, de 30-3-2000,
do Estado da Bahia, que criou o Município de Luís Eduardo Magalhães, decorrente do desmembramento de
área do Município de Barreiras. Esse julgado, relatado pelo Ministro Eros Grau e proferido antes do advento
da EC n. 57/2008, demonstra a aplicação da reserva do impossível em ação direta de inconstitucionalidade”
(BULOS, Uadi Lammego. Curso de Direito Constitucional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 375).
C) CORRETA: O Supremo Tribunal Federal ao julgar a medida cautelar na ADI 5501, suspendeu a eficácia
da Lei 13.269/2016, diploma este que autorizava o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como
“pílula do câncer”, aos pacientes diagnosticados com neoplasia maligna. A ação foi ajuizada pela Asso-
ciação Médica Brasileira (AMB), que, em virtude da ausência de testes da substância em seres humanos e
de desconhecimento acerca da eficácia do medicamento e dos seus efeitos colaterais, argumentou que
a sua liberação seria incompatível com direitos constitucionais fundamentais como o direito à saúde, o
direito à segurança e à vida (artigo 5°, caput), e o princípio da dignidade da pessoa humana (artigo 1°,
inciso III, da CF/88). O voto do relator pode ser conferido neste link: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/
noticiaNoticiaStf/anexo/adi5501MMA.pdf.
D) INCORRETA: teoria do right to try (“direito de tentar”) consiste na garantia de que o paciente possa ten-
tar a cura de uma doença por meio de tratamentos médicos experimentais, ainda que não exista prova da
eficácia do medicamento e de registros nos órgãos reguladores. O right to try visa garantir ao indivíduo a
manutenção do direito à vida, corolário do princípio mater do ordenamento jurídico brasileiro, qual seja,
a dignidade da pessoa humana. Antes da suspensão da lei que autorizava o uso da fosfoetanolamina pelo
STF, muitos juízes autorizaram a distribuição e uso da “pílula do câncer” com base no “direito de tentar”.
Para maior aprofundamento no tema, recomendamos a leitura da notícia “Justiça manda USP fornecer
‘cápsula contra o câncer’ a mulher de 41 anos”, que pode ser encontrada neste link: http://www.conjur.
com.br/2016-jan-30/usp-fornecer-capsula-cancer-mulher-41-anos.
Recomendamos também a leitura da reportagem “Direito de tentar: paciente consegue acesso à pílula do
câncer da USP”, que pode ser encontrada neste link: http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI232838,-
71043-Direito+de+tentar+paciente+consegue+acesso+a+pilula+do+cancer+da+USP.
No entanto, a teoria do right to try ainda é de controversa aplicabilidade nos tribunais superiores e na
jurisprudência brasileira como um todo.
💡💡 GABARITO: D
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QUESTÃO 13. De acordo com o Novo Código de Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA no que
se relaciona à atividade ministerial:
A) A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
B) Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou
a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
C) O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou
culpa grave no exercício de suas funções.
D) É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito
em que deva intervir. Porém, a nulidade somente poderá ser decretada após a intimação do Ministério
Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: art. 65, parágrafo único do CPC: Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não
alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser
alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
B) CORRETA: art. 82, § 1º, do CPC: Art. 82. [...] § 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato
cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção
ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
C) INCORRETA: art. 181 do CPC: Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente res-
ponsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a
acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o
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juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado.
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se mani-
festará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
💡💡 GABARITO: C
🏳🏳 DIREITO PENAL
A) A função simbólica do direito penal manifesta-se, comumente, no direito penal do terror, que se
verifica com a inflação legislativa (Direito Penal de emergência), criando-se exageradamente figuras
penais desnecessárias, ou então com o aumento desproporcional e injustificado das penas para os
casos pontuais (hipertrofia do direito penal).
C) O direito penal subterrâneo consiste na prática de condutas ilícitas por meio das agências estatais
de controle social formal na investigação das infrações penais.
D) As cifras amarelas dizem respeito aos crimes patrimoniais que não são corretamente noticiados aos
órgãos competentes.
💡💡 GABARITO COMENTADO
B) CORRETA: A teoria da tipicidade conglobante, proposta por Zaffaroni, preceitua que a tipicidade penal
é formada pela tipicidade formal (legal) e pela tipicidade conglobante, que abrange a tipicidade material
e a antinormatividade.
De acordo com essa teoria, um ato que é incentivado, tolerado ou permitido por determinado ramo do
direito não pode ser punido pelo direito penal, pois sendo incentivado, tolerado ou permitido, não se
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O estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular do direito configuram atos incentivados e per-
mitidos pelo direito, de modo que não são revestidos de antinormatividade. Por tal razão, nas situações
em que tais hipóteses restarem configuradas, não haverá ato típico3.
Por fim, trago a lição de Cleber Masson4 sobre a teoria da tipicidade conglobante:
“Criada pelo penalista argentino Eugenio Raúl Zaffaroni, essa teoria sustenta que todo fato
típico se reveste de antinormatividade, pois, muito embora o agente atue em consonância
com o que está descrito no tipo incriminador, na verdade contraria a norma, entendida
como o conteúdo do tipo legal.
O nome ‘conglobante’ deriva da necessidade de que a conduta seja contrária ao ordena-
mento jurídico em geral, conglobado, e não apenas ao Direito Penal. Não basta a violação
da lei penal. Exige-se a ofensa a todo o ordenamento jurídico. Em suma, para a aferição da
tipicidade reclama-se a presença da antinormatividade. Assim, ou o fato praticado pelo
agente, contrário à lei penal, desrespeita todo o ordenamento normativo, e há tipicidade,
ou, ainda que em desconformidade com a lei penal, esteja em consonância com a ordem
normativa, e ausente estará a tipicidade (...) Não basta, pois, a mera tipicidade legal, isto é,
a contrariedade do fato à lei penal. É necessário mais. A conduta do agente, contrária à lei
penal, deve violar todo o sistema normativo. Em suma, deve ser antinormativa”.
C) CORRETA: Trata-se do conceito de direito penal subterrâneo trazido por Christiano Gonzaga.
“(...) O nome subterrâneo remonta ao termo ‘às escuras’ ou aquilo que está encobertado,
como se fosse algo sujo (esgoto), de tal forma que os integrantes da persecução penal usam
de técnicas pouco convencionais para descobrir provas de crimes. São os casos de tortura
para que o agente confesse onde está a droga ou, em nível da criminalidade moderna de
colarinho branco, quando são feitas interceptações telefônicas sem autorização judicial ou
de pessoas que possuem foro por prerrogativa de função”.5
D) INCORRETA: Conforme ensina Christiano Gonzaga, as cifras amarelas “podem ser conceituadas como
as infrações penais praticadas por autoridades policiais contra os cidadãos e que não são devidamente
3 Lembrem que sempre analisamos primeiro se o ato é ou não típico. Se o ato não é típico, a ilicitude não chega nem a ser
analisada. Assim, para essa teoria, o estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular de direito afastam a tipicidade, e
não a ilicitude.
4 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. Ed. Método: São Paulo, 2016, pág. 282.
5 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia, Ed. Saraiva: São Paulo, 2018, p. 198.
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noticiadas para os órgãos competentes, como Corregedorias, Ouvidorias e Ministério Público (contro-
le externo) em razão do temor de represálias. Muito comum a pessoa do povo sentir medo de ir até os
órgãos citados para falar que foi vítima e não receber a devida atenção por motivos corporativos. Em
virtude disso, surgem as cifras amarelas, que são os fatos criminosos não relatados quando feitos por
autoridades policiais”6.
💡💡 GABARITO: D
A) No caso de crime de apropriação indébita praticado por cônjuge judicialmente separado, a ação
penal só poderá ser instaurada mediante representação da vítima.
B) A escusa absolutória prevista no artigo 181 do Código Penal também alcança o parentesco por afi-
nidade, sempre aplicável, por exemplo, no caso de furto praticado por determinado indivíduo em face
sua sogra.
C) A escusa absolutória é sempre aplicável no caso de crimes patrimoniais praticado em face de ascen-
dentes ou ascendentes.
D) No caso de crime de furto realizado em caixa eletrônico, mediante o uso de artefatos explosivos
(explosão do caixa eletrônico para subtrair os valores nele contidos), o sujeito responde pelo crime de
furto qualificado pelo rompimento de obstáculo em concurso formal impróprio com o crime de explo-
são majorada, previsto no artigo 251, §2°, CP.
💡💡 GABARITO COMENTADO
“Quando houver separação decretada pela Justiça, seja a separação judicial ou a sepa-
ração de corpos, aplica-se o art. 182, procedendo-se mediante representação, e não há a
imunidade absoluta do art. 181. É natural supor que, tendo havido divórcio, já não subsiste
qualquer tipo de imunidade”.
B) INCORRETA: O artigo 181 trata da escusa absolutória, estabelecendo que ela é aplicável apenas aos
ascendentes e descendentes em linha reta (pais, mães, avós, filhos, netos, bisnetos etc), não sendo in-
6 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia, Ed. Saraiva: São Paulo, 2018, p. 209.
7 NUCCI. Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. Ed. Forense: Rio de Janeiro, 2019, p. 1108.
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cluídos os parentes em linha transversal (sogro, genro, nora, padrasto, madrasta, enteado, tio, sobrinho,
primo etc).
D) INCORRETA: Esse era o entendimento que prevalecia até o advento da Lei 13.654/18.
“(...) Quanto ao crime de explosão (art. 251 do Código Penal): Não há falar em Princípio
da Consunção: O crime de explosão majorada pela finalidade de obtenção de vantagem
pecuniária previsto no art. 251, § 2º do CP não pode ser absorvido pelo crime menos grave
(de furto, art. 155, §4º, I e IV do CP). O crime de explosão tem apenação inicial de três anos,
além de haver causa de aumento de 1/3 em seu § 2º, enquanto que a do furto qualificado
inicia-se em dois anos. Se a explosão de que se vale o furtador para arrombar o caixa ele-
trônico «expõe a perigo» a qualquer dos bens jurídicos mencionados no tipo penal, tem-se
um delito autônomo, de perigo concreto. Não merece prosperar o pleito do afastamento da
causa de aumento de pena prevista no parágrafo 1º do art. 155 do Código Penal. A prática
do crime durante o repouso noturno tem maior probabilidade de êxito diante da menor
vigilância, tornando a res mais vulnerável, admitindo-se o delito tanto na forma simples,
8 NUCCI. Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. Ed. Forense: Rio de Janeiro, 2019, p. 1104.
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quanto na qualificada. Precedentes. Melhor sorte não socorre a Defesa quanto ao afasta-
mento da causa de aumento do parágrafo 2º do art. 251 do Código Penal. Não há dúvidas
quanto a incidência da questionada causa de aumento haja vista que em conformidade
com o art. 251 do Código Penal as penas devem ser majoradas em um terço quando pre-
sentes alguma das hipóteses do §1°, inciso I, do artigo 250 do Estatuto Repressivo, o que
efetivamente ocorreu no caso dos autos, eis que o delito foi praticado contra edifício des-
tinado ao uso público, qual seja, uma bancária (artigo 250, §1°, II, «b», do Código Penal)».
(...)” (TJRJ. 0021718-13.2015.8.19.0070 – APELAÇÃO, Des(a). GIZELDA LEITÃO TEIXEIRA - Jul-
gamento: 30/01/2018 - QUARTA CÂMARA CRIMINAL)
(...) 3. Demonstrado que a conduta delituosa expôs, de forma concreta, o patrimônio de
outrem decorrente do grande potencial destruidor da explosão, notadamente porque o
banco encontra-se situado em edifício destinado ao uso público, ensejando a adequação
típica ao crime previsto no art. 251 do CP, incabível a incidência do princípio da consunção.
4. Infrações que atingem bens jurídicos distintos, enquanto o delito de furto viola o patri-
mônio da instituição financeira, o crime de explosão ofende a incolumidade pública. (...)
STJ. 6ª Turma. REsp 1647539/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 21/11/2017.
Todavia, com a entrada em vigor da Lei 13.654/18, o artigo 155 passou a prever uma nova qualificadora,
aplicável à hipótese de furto realizado mediante a explosão de caixa eletrônico:
Percebe-se que o legislador, ao prever uma nova figura qualificada, buscou punir de forma mais rigorosa
tal conduta, haja vista o grande número de crimes praticados de tal forma, noticiados diariamente.
Todavia, apesar da intenção legislativa, na verdade houve uma melhora na situação dos réus, tratando-se
de novatio legis in mellius. Isso porque, antes da Lei 13.654/2018 o agente era punido pelo crime de furto
qualificado pelo rompimento de obstáculo art. 155, § 4º, I, CP), e pelo crime do artigo 251, §2°, CP, em
concurso formal impróprio, de modo que a pena mínima era de 6 anos.
Com a alteração legislativa, o agente responde apenas pelo art. 155, §4°-A, CP, cuja pena mínima é de 4
anos.
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Frise-se que como se trata de lei penal mais benéfica, ela retroage, sendo aplicável inclusive àqueles já
condenados por sentença transitada em julgado, nos termos do artigo 2°, parágrafo único, CP. Neste caso,
a aplicação da lei penal mais benéfica deve ser feita pelo Juízo da Execução Penal, conforme disposto na
Súmula 611, STF.
💡💡 GABARITO: A
A) Nos crimes tributários, o STJ entende que o princípio da insignificância só pode incidir quando o
débito tributário não ultrapassar R$ 10.000,00, enquanto o STF entende que o princípio pode incidir
quando o débito tributário não ultrapassar R$ 20.000,00.
B) É aplicável o princípio da insignificância ao réu que foi surpreendido na posse de quatro cartuchos
de munição calibre .38, sem nenhuma arma de fogo.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: Até pouco tempo atrás de fato existia essa distinção entre os Tribunais Superiores. No
entanto, recentemente o STJ alterou o seu posicionamento, ao julgar um recurso repetitivo, e passou a
adotar o mesmo entendimento do STF, de modo que se o débito tributário não ultrapassar R$ 20.000,00,
incidirá o princípio da insignificância.
Este valor foi fixado pela jurisprudência tendo como base a Portaria MF nº 75, de 29/03/2012, na qual o
Ministro da Fazenda determinou, em seu art. 1º, inciso II, “o não ajuizamento de execuções fiscais de débi-
tos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais)”.
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tributo não recolhido for inferior ao limite de R$ 20.000,00 – valor estipulado pelo art. 20,
Lei 10.522/2002, atualizado pelas portarias 75 e 130/2012, do Ministério da Fazenda. STF. 1ª
Turma. HC 137595 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 07/05/2018. / STF. 2ª Turma.
HC 155347/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 17/4/2018 (Info 898).
B) CORRETA: Trata-se de recente decisão do STJ a respeito do tema. Sobre o tema, trago parte da notícia
veiculada no site do STJ9:
Por fim, para não deixar dúvidas sobre o tema, trago um trecho da explicação do Professor Márcio Caval-
cante, na revisão de véspera de prova para o MP/MT10:
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C) INCORRETA: Prezados alunos, não confundam a bagatela própria com o princípio da bagatela impró-
pria.
“Este princípio foi incorporado ao Direito Penal somente na década de 1970, pelos estudos
de Claus Roxin. Também conhecido como criminalidade de bagatela, sustenta ser vedada
a atuação penal do Estado quando a conduta não é capaz de lesar ou no mínimo de colo-
car em perigo o bem jurídico tutelado pela norma penal. (...) O princípio da insignificância,
fundamentado em valores de política criminal (aplicação do Direito Penal em sintonia com
os anseios da sociedade), destina-se a realizar uma interpretação restritiva da lei penal.
Em outras palavras, o tipo penal é amplo e abrangente, e o postulado da criminalidade de
bagatela serve para limitar a sua incidência prática. (...) O princípio da insignificância é uma
causa de exclusão da tipicidade (...) Em síntese, exclui-se a tipicidade pela ausência da sua
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vertente material”.11
Lembrem que o STF fixou 4 requisitos para a incidência do princípio da bagatela própria, ou insignificân-
cia:
“Em outras palavras, infração (crime ou contravenção penal) de bagatela imprópria é aque-
la que surge como relevante para o Direito Penal, pois apresenta desvalor da conduta e
desvalor do resultado. O fato é típico e ilícito, o agente é dotado de culpabilidade e o Estado
possui o direito de punir. Mas, após a prática do fato, a pena revela-se incabível no caso
concreto, pois diversos fatores recomendam o seu afastamento, tais como: sujeito com per-
sonalidade ajustada ao convívio social (primário e sem antecedentes criminais), colabora-
ção com a Justiça, reparação do dano causado à vítima, reduzida reprovabilidade do com-
portamento, reconhecimento da culpa, ônus provocado pelo fato de ter sido processado
ou preso provisoriamente etc. (...) A bagatela imprópria funciona como causa supralegal
de extinção da punibilidade (...)”.12
Notem que na bagatela imprópria o agente é regularmente processado e, ao final, verifica-se que a pena
é desnecessária. Por fim, vale mencionar que alguns autores apontam o perdão judicial como hipótese de
aplicação da bagatela imprópria.
D) INCORRETA: O princípio da individualização da pena, previsto no art. 5°, XLVI, CF, incide tanto na elabo-
ração da norma penal, como na aplicação da pena, como na execução da pena.
Assim, diz-se que ele incide no prisma legislativo (o legislador descreve o tipo penal indicando os limites
mínimo e máximo da pena, bem como circunstâncias que podem aumentar ou diminuir a reprimenda
penal, levando a gravidade abstrata de cada crime em consideração); judicial (no momento em que o
magistrado realiza a aplicação da pena, de acordo com o comportamento e a culpabilidade do agente,
de forma individualizada); e administrativa (durante a execução da pena, quando o Estado deve zelar por
11 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. Ed. Método: São Paulo, 2016, pág. 28.
12 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. Ed. Método: São Paulo, 2016, pág. 49.
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💡💡 GABARITO: B
A) No erro de proibição, para aferir a evitabilidade ou inevitabilidade do erro, utiliza-se como critério
o homem médio.
B) Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pes-
soa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela.
💡💡 GABARITO COMENTADO
13 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 546.
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C) INCORRETA: De fato, o desconhecimento da lei é inescusável. Todavia, o erro sobre a ilicitude do fato
só isenta de pena se for inevitável. Se for evitável, não há isenção da pena, mas esta poderá ser diminuída
de um sexto a um terço, nos termos do artigo 21 do Código Penal.
D) INCORRETA: Com relação às descriminantes putativas, o Código Penal adota a teoria limitada, confor-
me se verifica em sua exposição de motivos.
Nas descriminantes putativas, o agente assume estar diante de uma situação de exclusão de ilicitude,
prevista no artigo 23 do Código Penal, mas na realidade isso não acontece. Em outras palavras, é a causa
de exclusão de ilicitude que não existe de verdade, mas apenas no imaginário do agente.
De acordo com a teoria limitada, o erro com relação aos pressupostos fáticos da excludente de ilicitude
configura erro de tipo (erro de tipo permissivo), enquanto o erro com relação aos limites ou à existência
da excludente de ilicitude caracteriza erro de proibição (erro de proibição indireto).
Por seu turno, a teoria extremada estabelece que qualquer que seja o erro (com relação a pressupostos
fáticos, existência ou limites), haverá erro de proibição.
💡💡 GABARITO: B
A) A teoria social, criada por Johannes Wessels, parte do pressuposto de que os ideais clássico e fina-
lista são insuficientes para disciplinar a conduta, porque desconsideram o seu aspecto social. Referida
teoria define a conduta como o comportamento humano com transcendência social.
B) Independentemente da concepção sistemática ou teoria adotada, há três grandes grupos que retra-
tam a ausência de ação: atos reflexos, coação física irresistível e estado de inconsciência.
💡💡 GABARITO COMENTADO
“Para essa teoria, os ideais clássico e finalista são insuficientes para disciplinar a conduta,
14 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 249.
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Em um dos candidatos, o próprio examinador respondeu: atos reflexos, coação física irresistível, e esta-
do de inconsciência.
Resolvi abordar esse tema diante da possibilidade de repetição da questão, considerando que a banca de
penal e processo penal é praticamente a mesma.
Os atos ou movimentos reflexos são a reação motora ou secretora decorrente de uma excitação dos
sentidos. Trata-se de movimento corpóreo que não se deve ao elemento volitivo, mas ao fisiológico.
É o caso do ortopedista que bate o martelinho no joelho do paciente. Se, em razão do reflexo, seu chute
atingir o médico, não se poderá falar em lesões corporais ou na contravenção de vias de fato.
Neste caso, não há vontade, de modo que não se pode falar em conduta.
Vale frisar, no entanto, que os atos reflexos não se confundem com as ações em curto circuito, que deri-
vam de atos impulsivos fundamentados nas emoções ou paixões violentas.
A coação física irresistível (vis absoluta) por seu turno, ocorre nas situações em que o coagido não tem
liberdade para agir. É o que ocorre, por exemplo, na situação em que um homem muito forte obriga fisi-
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camente um homem franzino a apertar o gatilho de uma arma, matando uma pessoa.
Neste caso, o coagido agiu como instrumento do crime. Não agiu de forma voluntária, de modo que não
se pode falar em conduta, tampouco em conduta de agentes.
Não confundam a coação física irresistível (vis absoluta) com a coação moral irresistível (vis compulsiva):
enquanto a primeira exclui a conduta e o fato típico, a segunda funciona como causa de exclusão da cul-
pabilidade, em face da inexigibilidade de conduta diversa.
Por fim, o estado de inconsciência pode ser exemplificado pelo sonambulismo e pela hipnose. Nestes
casos, também não há conduta, por ausência do elemento volitivo.
C) INCORRETA: Na teoria finalista o dolo é natural, incolor ou avalorado, pois é composto apenas por
consciência e vontade. A consciência é seu elemento cognitivo ou intelectual, enquanto a vontade é seu
elemento volitivo.
O dolo natural ou incolor se contrapõe ao dolo normativo ou colorido, adotado pela teoria causalista.
Em tal teoria, o dolo compunha a culpabilidade e possuía como um de seus elementos a consciência da
ilicitude do fato.
Na teoria finalista, o dolo é deslocado da culpabilidade para a conduta, e deixa de possuir elementos nor-
mativos, razão pela qual passa a ser natural ou incolor.
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A teoria é chamada de normativa pura porque “os elementos psicológicos (dolo e culpa) que existiam
na teoria psicológico-normativa da culpabilidade, inerente ao sistema causalista da conduta, com o fi-
nalismo penal foram transferidos para o fato típico, alojando-se no interior da conduta. Dessa forma, a
culpabilidade se transforma em um simples juízo de reprovabilidade que incide sobre o autor de um
fato típico e ilícito”16.
Por fim, trago três tabelas que fiz durante os meus estudos e que me ajudaram a lembrar das diferenças
abordadas nessa questão:
15 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 303.
16 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p.500.
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Obs: A consciência da
ilicitude é atual e está
contida no dolo.
Teoria psicológica da Teoria psicológica – Teoria normativa da
culpabilidade normativa da culpabili- culpabilidade.
dade.
Também é chamada de
culpabilidade esvazia-
da (porque perdeu os
elementos psicológi-
cos).
Dolo normativo = von- Dolo normativo. Dolo NATURAL = cons-
tade + consciência + ciência e vontade.
consciência da ilicitude.
(A consciência da ilici-
tude está na culpabili-
dade, que passa a ser
normativa pura.
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💡💡 GABARITO: C
A) A culpa por assimilação está presente nas situações em que o sujeito, após prever o resultado, e de-
sejar sua produção, realiza a conduta por erro inescusável quanto à ilicitude do fato.
D) Prevalece na doutrina que a autoria mediata não é admitida nos crimes de mão própria.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: A assertiva trouxe o conceito de culpa imprópria, por extensão, por equiparação ou por as-
similação, cujo conhecimento foi cobrado na prova discursiva do LVI concurso.
A respeito do tema:
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ciado. E, diante do caráter misto ou híbrido da culpa imprópria (dolo tratado como culpa),
revela-se como a única modalidade do crime culposo que comporta a tentativa”17.
B) INCORRETA: O Código Penal adota a teoria unitária, conforme se verifica em seu artigo 24.
De acordo com a teoria unitária, o estado de necessidade é causa de exclusão da ilicitude, desde que o
bem sacrificado seja de igual valor ou de valor inferior ao bem jurídico preservado.
“Se o bem em perigo é igual ou superior a outro, sacrifica-se este, e restará consagrada a
licitude do fato. Nesse caso, há razoabilidade na conduta do agente, o qual, para preservar
interesse próprio ou de terceiro, pode sacrificar interesse alheio, desde que igual ou menos
valioso do que o preservado (CP, art. 24, caput). Não há crime.
Todavia, se o interesse sacrificado for superior ao preservado, sendo razoável exigir-se o sa-
crifício do direito ameaçado (CP, art. 24, §2°), subsiste o crime, autorizando-se a diminuição
da pena, de um a dois terços.
Em síntese, essa teoria admite somente o estado de necessidade justificante (excludente
da ilicitude), quando o bem jurídico sacrificado apresenta valor igual ou inferior ao bem
jurídico preservado. Se, contudo, o bem jurídico sacrificado reveste-se de valor superior
ao bem jurídico preservado, não se caracteriza o estado de necessidade (há crime), ad-
mitindo-se a redução da pena, de um a dois terços”18.
Lembrem que a teoria unitária se contrapõe à teoria diferenciadora, adotada pelo Código Penal Militar
(artigo 39).
“(...) derivada do direito penal alemão e alicerçada no princípio da ponderação de bens e deveres, diferen-
cia o estado de necessidade justificante (excludente da ilicitude) do estado de necessidade exculpante
(excludente da culpabilidade). Para essa teoria, há estado de necessidade justificante no sacrifício de
bem jurídico de valor igual ou inferior ao do bem jurídico preservado. Por sua vez, configura-se o estado
de necessidade exculpante nas hipóteses em que o bem jurídico sacrificado for de valor superior ao bem
jurídico protegido. Não se caracteriza a excludente da ilicitude, e sim uma causa de exclusão da culpabili-
dade, em face da inexigibilidade de conduta diversa”19.
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as
frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
17 MASSON, Cleber. Código Penal Comentado, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 172.
18 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 439.
19 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 439.
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de 11.7.1984)
D) CORRETA: De início, é necessário lembrar que a autoria mediata é uma construção doutrinária, apli-
cável nas situações em que determinado sujeito se vale de alguém sem culpabilidade para a prática de
determinado crime.
“Trata-se da espécie de autoria em que alguém, o “sujeito de trás” se utiliza, para a exe-
cução da infração penal, de uma pessoa inculpável ou que atua sem dolo ou culpa. Há
dois sujeitos nessa relação: (1) autor mediato: que ordena a prática do crime; e (2) autor
imediato: aquele que executa a conduta criminosa. Exemplo: “A” desejando matar sua es-
posa, entrega uma arma de fogo municiada a “B”, criança de pouca idade, dizendo-lhe que,
se apertar o gatilho na cabeça da mulher, esta lhe dará balas. (...) A pessoa que atua sem
discernimento – seja por ausência de culpabilidade, seja falta de dolo ou culpa –, funciona
como mero instrumento do crime. Inexiste vínculo subjetivo, requisito indispensável para a
configuração do concurso de agentes. Não há, portanto, concurso de pessoas. Somente ao
autor mediato pode ser atribuída a propriedade do crime. Em suma, o autor imediato não
é punível. A infração penal deve ser imputada apenas ao autor mediato”20.
Por seu turno, crimes de mão própria são aqueles que só podem ser praticados pela pessoa expressamen-
te indicadas no tipo penal, a exemplo do que ocorre no crime de falso testemunho (art. 342, CP).
Prevalece na doutrina o entendimento de que a autoria mediata é incompatível com os crimes de mão
própria, já que a conduta só pode ser praticada pela pessoa expressamente indicada no tipo penal, e a in-
fração penal não pode ter a sua execução delegada a outrem. Como exemplo, cite-se o falso testemunho:
uma testemunha não pode colocar alguém para negar a verdade em seu lugar.
Por fim, vale mencionar que Rogério Greco traz uma hipótese em que seria possível a autoria mediata
em crime de mão própria: quando uma testemunha for coagida irresistivelmente a prestar falso teste-
munho, beneficiando o autor da coação. Neste caso, nos termos do artigo 22, CP, só será punível o autor
da coação, tratando-se de hipótese de autoria mediata, uma vez que a coação moral irresistível afasta a
culpabilidade do agente, por inexigibilidade de conduta diversa.
💡💡 GABARITO: B
20 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 581.
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C) Com relação ao conceito de autor, prevalece na doutrina brasileira a adoção da teoria objetivo-for-
mal.
D) É autor de escritório o agente que transmite a ordem a ser executada por outro autor direto, dotado
de culpabilidade e possível de ser substituído a qualquer momento por outra pessoa, no âmbito de
uma organização criminosa.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: Adota-se a teoria da amotio ou apprehensio, conforme se verifica na súmula 582 do STJ:
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à per-
seguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse
mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016
(Info 590).
De acordo com a teoria da apprehensio ou amotio, o crime de roubo se consuma no momento em que a
coisa subtraída passa para o poder do agente, ainda que por curto espaço de tempo. Assim, o crime se
consuma quando há a inversão da posse, ainda que o sujeito seja perseguido pela polícia ou pela vítima
logo após a prática do crime.
A teoria da ablatio exige, para a consumação do crime, que a coisa, além de ser apreendida, seja transpor-
tada de um lugar para o outro.
B) CORRETA: A teoria do assentimento, consentimento ou da anuência apregoa que há dolo não somente
quanto o agente quer o resultado, mas também quando realiza a conduta assumindo o risco de produzi-
-lo.
É a teoria adotada pelo Código Penal no que tange ao dolo eventual, conforme se verifica em seu artigo
18, I, parte final: (...) ou assumiu o risco de produzi-lo.
Com relação ao dolo direto, o Código Penal adotou a teoria da vontade, que exige a previsão do resultado
e a vontade de produzi-lo (art. 18, I, primeira parte, CP).
Por fim, o Código Penal não adotou a teoria da representação, que exige apenas a previsão do resultado
para a configuração do dolo.
C) CORRETA: A teoria objetivo-formal preceitua que autor é quem realiza o núcleo (“verbo”) do tipo penal,
ou seja, a conduta criminosa descrita no preceito primário da norma incriminadora, enquanto partícipe é
quem de qualquer modo concorre para o crime, sem participar do núcleo do tipo. De acordo com a maio-
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Por fim, vale mencionar que essa teoria é criticada por não abranger a situação em que o autor realiza
indiretamente o núcleo do tipo penal, valendo-se de pessoa sem culpabilidade para tanto. Assim, a teoria
objetivo-formal tem sido complementada pela teoria da autoria mediata.
D) CORRETA: Diante da moderna criminalidade e da sociedade em risco, passou-se a perceber que so-
mente a adoção da teoria objetivo-formal e da autoria mediata eram insuficientes.
Com isso, passou-se a adotar, também, outras teorias, como a teoria do domínio do fato, que concebe
como autor quem possui controle sobre o domínio final do fato, ainda que não pratique atos de execu-
ção. Assim, a teoria do domínio do fato amplia o conceito de autor, definindo-o como aquele que tem o
controle final do fato, ainda que não realize o núcleo do tipo penal.
A autoria de escritório relaciona-se intimamente com a teoria do domínio do fato, constituindo-se como
uma autoria mediata particular ou autoria mediata especial. Nesta teoria, o sujeito “de trás” se vale de
outro sujeito para a prática do crime, mas a situação não se enquadra na autoria mediata porque o indi-
víduo que pratica o crime é dotado de culpabilidade.
“Nessa linha de raciocínio, é autor de escritório o agente que transmite a ordem a ser exe-
cutada por outro autor direto, dotado de culpabilidade e passível de ser substituído a qual-
quer momento por outra pessoa, no âmbito de uma organização ilícita de poder. Exemplo:
o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), em São Paulo, ou do CV (Comando Verme-
lho), no Rio de Janeiro, dá ordens a serem seguidas por seus comandados. É ele o autor
de escritório, com poder hierárquico sobre seus “soldados” (essa modalidade de autoria
também é muito comum nos grupos terroristas)”21.
Prezados alunos,
Espero que tenham sido proveitosas, e que vocês mantenham a calma e o foco nessa reta final!
Gabriela.
💡💡 GABARITO: A
21 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, vol. 1, Ed. Método, São Paulo: 2016, p. 584.
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QUESTÃO 21. Em relação aos meios de obtenção de prova, assinale a alternativa INCORRETA:
A) Admite-se no direito processual penal a colaboração premiada unilateral ou informal, ou seja, não
precedida de acordo.
C) No âmbito da ação controlada, entende-se por “entrega vigiada interdição” aquela em que há subs-
tituição das remessas ilícitas por outro produto, com o fim de se evitar o extravio do produto crimino-
so.
D) A escuta ambiental consiste na captação ambiental de sinais por terceira pessoa, com o consenti-
mento de algum dos comunicadores.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: Tanto a jurisprudência do STF quanto do STJ já admitiram a colaboração premiada unilate-
ral ou informal como meio de obtenção de prova, que independente de prévio acordo.
“Em nossa ótica, a formalização do acordo de colaboração premiada e a sua homologação judicial con-
ferem mais segurança jurídica às partes – sobretudo ao colaborador – e transparência ao jurisdicionado,
daí por que julgamos acertadas a opção legislativa pela formalização escrita da avença.
Indo mais adiante, uma parcela da doutrina (1ª corrente) compreende que o acordo de colaboração pre-
miada constitui verdadeira conditio sine qua non para a obtenção de qualquer prêmio, na seara da Lei
12.850/2013. Sem pacto premial, pode haver o reconhecimento da confissão espôntanea (circunstância
judicial atenuante), mas não a premiação.
(…)
Em posição diametralmente oposta (2ª corrente), Eugênio Pacellu compreende que a formalização do
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acordo de colaboração premiada não é um pressuposto para a incidência dos benefícios legais, nem mes-
mo no âmbito da Lei do Crime Organizado. Em sua visão, apesar de se tratar de hipótese excepcional, ha-
verá casos em que, a despeito da não formalização do acordo, o colaborador unilateral ou informal (que
não firmou termo de colaboração premiada) terá direito subjetivo aos benefícios.
(…)
Numa posição intermediária (3ª corrente), ao apreciar caso que não envolvia a criminalizada organizada
(Lei 12.850/2013), a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal entendeu desnecessária a formalização do
acordo para a concessão de algum benefício, o que deve ser aferido por ocasião do julgamento. Assim,
a colaboração premiada unilateral ou informal (não precedida de acordo), ‘por si só, por si só, não ex-
clui a possibilidade de eventual aplicação de benefícios ao delator. No entanto, a gradação de eventual
redução de pena e mesmo aplicação do perdão judicial deverão ser analisados na fase de julgamento.
Do mesmo modo, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça reconheceu a viabilidade da colaboração
premiada unilateral, porquanto esse meio especial de obtenção de prova se apresenta como negócio ju-
rídico processual personalíssimo no regime da Lei das Organizações Criminosas – pois a Lei 12.850/2013
efetivamente prevê a celebração de um acordo formalizado entre o réu colaborador e o órgão acusatório,
cabendo ao Juízo a homologação e, por ocasião da sentença, a avaliação da eficácia para fins de conces-
são dos benefícios ajustados, o que não ocorre, por exemplo, na esfera das Lei de Drogas (art. 41) e da
Lavagem de Capitais (art. 1º, § 5º). Nestes casos, o consectário lógico da ausência de previsão de pacto
premial prévio é a possibilidade de colaboração premiada unilateral, ‘que independe de negócio jurídico
prévio celebrado entre o réu e o órgão acusatório e que, desde que efetiva, deverá ser reconhecida pelo
magistrado, de forma a gerar benefícios em favor do réu’’” (MASSON, 2018, ps. 233-237).
São típicos os meios de obtenção de prova que possuem o procedimento previsto em lei.
A propósito:
“a) Entrega vigiada limpa (ou com substituição): as remessas ilícitas são trocadas antes de serem entre-
gues ao destinatário final por outro produto qualquer, um simulacro, afastando-se o risco de extravio da
mercadoria;
b) Entrega vigiada suja (ou com acompanhamento): a encomenda segue seu itinerário sem alteração do
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conteúdo. Portanto, a remessa ilícita segue seu curso normal sob monitoramento, chegando ao destino
sem substituição do conteúdo. À evidência, como não há substituição da mercadoria, esse espécie de en-
trega vigiada demanda redobrado monitoramento, exatamente para atenuar o risco de perda ou extravio
de objetos ilícitos;
c) Entrega vigiada interdição: trata-se de espécie sui generis de entrega vigiada, porquanto nesse caso ‘a
entrega da remessa ilícita ao seu destino é interrompida com a apreensão desta, porém, desde que atin-
gidos seus objetivos de desmantelamento da quadrilha e identificação dos envolvidos.’ Esta modalidade
encontra previsão no art. 20, item 4, da Convenção de Palermo.” (MASSON, 2018, p. 320).
D) CORRETA: “a) interceptação ambiental em sentido estrito: é a captação sub-reptícia da conversa entre
dois ou mais interlocutores, feita por um terceiro, em local público ou privado em que se desenvolve a
conversa, sem que os comunicadores saibam da medida.
(...)
b) escuta ambiental: também é levada a cabo por terceira pessoa, contudo a captação nesse caso ocorre
com o consentimento de um ou alguns comunicadores.
(...)
c) gravação ambiental: é a captação da conversa, no ambienta em que ela se desenvolve, feita pelo pró-
prio interlocutor sem o conhecimento do outro.” (MASSON, 2018, ps. 307/308).
💡💡 GABARITO: C
A) A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi consumada a infração penal.
B) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem a pena
de multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário da norma legal
comine pena mínima superior a um ano.
D) A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, opera-
da em processo anterior, poderá ser valorada em seu desfavor como maus antecedentes, personalida-
de do agente ou conduta social.
💡💡 GABARITO COMENTADO
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A) INCORRETA: Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a
infração penal.
B) CORRETA: “Conforme a remansosa jurisprudência deste Superior Tribunal, o critério do legislador para
definir a competência dos juizados especiais criminais é o quantum máximo da pena privativa de liber-
dade abstratamente cominada. No caso, a pena máxima abstrata prevista para o crime descrito no art.
7º, II, da Lei n. 8.137/1990 é de cinco anos, logo não há constrangimento ilegal na conduta do juiz da vara
criminal de declarar-se competente para o feito. O referido artigo comina sanção mínima superior a um
ano de pena privativa de liberdade ou, alternativamente, multa. Assim, se a Lei n. 9.099/1995 autoriza o
sursis processual nos casos em que haja cominação de pena privativa de liberdade, mesmo que restrinja
sua aplicação aos crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a um ano, é de rigor admitir tal benefício
quando o legislador preveja ao delito pena alternativa de multa; pois, nesses casos, independente da
pena privativa de liberdade abstratamente prevista, não se trata de delito de alta reprovabilidade, não
sendo aqueles que, necessariamente, devam ser punidos com pena de prisão. Destarte, como salientado
pelo impetrante, a pena de multa é menos gravosa do que qualquer pena privativa de liberdade. Logo, o
oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo do paciente, além de ser plenamente
cabível, é providência consentânea com os institutos trazidos pela Lei n. 9.099/1995. Precedentes cita-
dos: HC 34.422-BA, DJ 10/12/2007; HC 109.980-SP, DJe 2/3/2009; RHC 27.068-SP, DJe 27/9/2010, e REsp
968.766-SC, DJe 28/9/2009. HC 125.850-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 31/5/2011).
C) INCORRETA: “1. Recurso especial processado sob o regime previsto no art. 543-C, § 2º, do CPC, c/c o art.
3º do CPP, e na Resolução n. 8/2008 do STJ.
PRIMEIRA TESE: Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condi-
cional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que
referente a fato ocorrido durante sua vigência.
SEGUNDA TESE: Não há óbice a que se estabeleçam, no prudente uso da faculdade judicial disposta no
art. 89, § 2º, da Lei n. 9.099/1995, obrigações equivalentes, do ponto de vista prático, a sanções penais
(tais como a prestação de serviços comunitários ou a prestação pecuniária), mas que, para os fins do sur-
sis processual, se apresentam tão somente como condições para sua incidência.
2. Da exegese do § 4º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995 (“a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier
a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta),
constata-se ser viável a revogação da suspensão condicional do processo ante o descumprimento, duran-
te o período de prova, de condição imposta, mesmo após o fim do prazo legal.
3. A jurisprudência de ambas as Turmas do STJ e do STF é firme em assinalar que o § 2º do art. 89 da Lei n.
9.099/1995 não veda a imposição de outras condições, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal
do acusado.
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4. Recurso especial representativo de controvérsia provido para, reconhecendo a violação do art. 89, §§
1º, 2º, 4º e 5º da Lei n. 9.099/1995, afastar a decisão de extinção da punibilidade do recorrido, com o
prosseguimento da Ação Penal n. 0037452-56.2008.8.21.0017. (REsp 1498034/RS, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2015, DJe 02/12/2015)”
D) INCORRETA: “3. Nos termos da jurisprudência desta Corte, condenações anteriores ao prazo depura-
dor de 5 (cinco) anos, malgrado não possam ser valoradas na segunda fase da dosimetria como reinci-
dência, constituem motivação idônea para a exasperação da pena-base a título de maus antecedentes.
Precedentes.
4. A concessão de sursis (CP, art. 77), mesmo que a pena privativa de liberdade venha a ser extinta após o
decurso do período de provas, não induz à primariedade do réu, ao contrário da suspensão condicional
do processo (Lei 9.099/95, art. 89), na qual, após a extinção da punibilidade, não subsiste qualquer efeito
penal, não havendo se falar em reincidência ou maus antecedentes. Decerto, compulsando-se a folha de
antecedentes criminais do paciente, infere-se ter sido ele beneficiado com a suspensão condicional da
pena, o que implica reincidência ou, como decorrido o período depurador de 5 (cinco) anos, maus ante-
cedentes (e-STJ, fl. 22).
Ainda, consta da folha outra ação penal não qual foi deferido sursis processual ao réu, tendo, posterior-
mente, sido declarada a extinção da punibilidade do crime. Tal anotação (e-STJ, fl. 55), nos termos acima
externados, não pode ser valorada a título de reincidência ou maus antecedentes. 5. É pacífico o enten-
dimento desta Corte Superior de Justiça e do Supremo Tribunal Federal no sentido de que inquéritos e
processos penais em andamento, ou mesmo condenações ainda não transitadas em julgado, não podem
ser negativamente valorados para fins de elevação da reprimenda-base, sob pena de malferirem o prin-
cípio constitucional da presunção de não culpabilidade. A propósito, esta é a orientação trazida pelo
enunciado na Súmula 444 desta Corte: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e de ações penais
em curso para agravar a pena-base.” 6. Malgrado o réu ostentasse mais de uma condenação transitada
em julgado pela prática de crimes contra o patrimônio à época da prática delitiva sob apuração nos autos
do processo-crime sob exame, três delas repercutiram na segunda fase do procedimento dosimétrico,
remanescendo dois títulos condenatórios a serem sopesados para fins de exasperação da pena-base, o
que não justifica incremento de 24 (vinte e quatro) meses pela única circunstância judicial negativamente
valorada.
7. Writ não conhecido. Habeas corpus concedido, de ofício, para reduzir a pena a 2 (dois) anos e 3 (três)
meses de reclusão, mantendo-se, no mais, o teor do decreto condenatório. (HC 385.535/RJ, Rel. Ministro
RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 09/05/2017, DJe 11/05/2017)”
Nesse ponto, é de todo oportuno lembrar que o Superior Tribunal de Justiça assentou o entendimento de
que condenações passadas não poderão ser consideradas para desvaloração da conduta social ou perso-
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“Eventuais condenações criminais do réu transitadas em julgado e não utilizadas para caracterizar a
reincidência somente podem ser valoradas, na primeira fase da dosimetria, a título de antecedentes
criminais, não se admitindo sua utilização também para desvalorar a personalidade ou a conduta so-
cial do agente. inge-se a discussão a definir sobre a possibilidade da utilização de múltiplas condenações
transitadas em julgado não consideradas para efeito de caracterização da agravante de reincidência (art.
61, I, CP) como fundamento, também, para a exasperação da pena-base, na primeira fase da dosimetria
(art. 59, CP), tanto na circunstância judicial “maus antecedentes” quanto na que perquire sua “perso-
nalidade”. Com efeito, a doutrina, ao esmiuçar os elementos constituintes das circunstâncias judiciais
constantes do art. 59 do Código Penal, enfatiza que a conduta social e a personalidade do agente não
se confundem com os antecedentes criminais, porquanto gozam de contornos próprios – referem-se ao
modo de ser e agir do autor do delito –, os quais não podem ser deduzidos, de forma automática, da fo-
lha de antecedentes criminais do réu. Trata-se da atuação do réu na comunidade, no contexto familiar,
no trabalho, na vizinhança (conduta social), do seu temperamento e das características do seu caráter,
aos quais se agregam fatores hereditários e socioambientais, moldados pelas experiências vividas pelo
agente (personalidade social). Nesse sentido, é possível concluir que constitui uma atecnia entender que
condenações transitadas em julgado refletem negativamente na personalidade ou na conduta social do
agente. Isso sem contar que é dado ao julgador atribuir o peso que achar mais conveniente e justo a
cada uma das circunstâncias judiciais, o que lhe permite valorar de forma mais enfática os antecedentes
criminais do réu com histórico de múltiplas condenações definitivas. Observe-se, por fim, que essa novel
orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça se alinha também à orientação seguida pela
Segunda Turma do Pretório Excelso.” (EAREsp 1.311.636-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, Ter-
ceira Seção, por maioria, julgado em 10/04/2019, DJe 26/04/2019 – Informativo 647 do STJ).
Para fins de conhecimento em certames do Ministério Público, de rigor o conhecimento das Teses fixadas
pelo Superior Tribunal de Justiça:
2) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem a pena de
multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário da norma legal comine
pena mínima superior a 1 ano.
3) A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do
Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de
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7) A existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a obstar o oferecimento de pro-
posta de suspensão condicional do processo;
8) A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, operada
em processo anterior, não pode ser valorada em seu desfavor como maus antecedentes, personalidade
do agente e conduta social.
9) É constitucional o art. 90-A da Lei n. 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes militares;
10) Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das pe-
nas máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime conti-
nuado ou de concurso formal, e ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se
a competência do Juizado Especial Criminal.
11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/06, é de
menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial estadual, já que ele não
está previsto em tratado internacional e o art. 70 da Lei n. 11.343/06 não o inclui dentre os que devem ser
julgados pela justiça federal.
12) A conduta prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/06 admite tanto a transação penal quanto a suspensão
condicional do processo.
💡💡 GABARITO: B
A) Admite-se a saída temporária para os presos em regime fechado e semiaberto para fins de partici-
pação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social, desde que haja o cumprimento
mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente.
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B) Em caso de falta grave, o juiz revogará 1/3 (um terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a
partir da data da infração disciplinar.
D) O condenado que cumpre a pena em regime aberto não poderá remir parte da execução da pena
por trabalho.
💡💡 GABARITO COMENTADO
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saí-
da temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Co-
marca do Juízo da Execução;
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de
2010)
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público
e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se
reincidente;
Salienta-se que a contagem do prazo estipulado no art. 123, inciso II da LEP não tem como parâmetro o
tempo de cumprimento de pena no regime em que o agente se encontra, mas sim a totalidade da pena
imposta.
A propósito: Súmula n. 40 do STJ: “Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo,
considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado”.
B) INCORRETA: Nos termos do art. 217 da LEP, a revogação do tempo remido é de até 1/3, e não obrigato-
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Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios
poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos se-
guintes fatos:
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra
o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída.
Ao passo que a saída temporária tem como fim a ressocialização do agente que cumpre pena (prevenção
especial positivo), a permissão de saída é fundamentada em aspectos humanitários e de urgência, razão
pela qual deverá ser mais célere.
Assim, tem-se que a permissão de saída pode ser concedida aos presos condenados que cumprem pena
em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios, por ato do diretor do estabelecimento onde se
encontra preso (ato administrativo). Por sua vez, a saída temporária depende de ato motivado do Juiz da
Execução (ao judicial).
D) CORRETA: Entende-se que por ser o trabalho condição para o ingresso do condenado em regime aber-
to (art. 114, inciso I da LEP), não se admite que ele seja utilizado para fins de remição de pena.
“A Turma reafirmou o entendimento de que o condenado que cumpre pena no regime aberto não tem
direito à remição pelo trabalho nos termos do art. 126 da LEP. Precedentes citados do STF: HC 98.261-RS,
DJe 23/4/2010; do STJ: REsp 1.088.611-RS, DJe 23/8/2010; REsp 984.460-RS, DJe 13/10/2009; HC 130.336-
RS, DJe 24/8/2009, e HC 206.084-RS, DJe 17/8/2011. HC 186.389-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, em
28/2/2012.”
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por traba-
lho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
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2011)
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental,
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma pre-
sencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacio-
nais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas
de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a benefi-
ciar-se com a remição. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclu-
são do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada
pelo órgão competente do sistema de educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional,
parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela
Lei nº 12.433, de 2011)
💡💡 GABARITO: D
QUESTÃO 24. De acordo com a Lei 12.037/2009, que trata da identificação criminal do civilmente iden-
tificado, assinale a alternativa INCORRETA:
A) A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos
autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
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D) Poderá ocorrer a identificação criminal do indiciado que portar documentos de identidade distin-
tos, com informações conflitantes entre si, a qual poderá incluir a coleta de material biológico para a
obtenção do perfil genético.
💡💡 GABARITO COMENTADO
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos
autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito,
ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
D) INCORRETA: A identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do
perfil genético quando a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho
da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade
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Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito,
ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos
autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a identificação criminal poderá incluir a coleta de
material biológico para a obtenção do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados
de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de
2012)
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar
traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante
as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos.
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo
civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos
previstos nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser consignadas em lau-
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do pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
• MASSON, Cleber. Crime Organizado. Cleber Masson, Vinícius Marçal. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Foren-
se; São Paulo: Método, 2018;
💡💡 GABARITO: D
🏳🏳 DIREITO CIVIL
💡💡 GABARITO COMENTADO
À luz das lições do Professor Leonardo Barreto Moreira Alves22, o cenário do Direito de Família sofreu
profundas alterações com o advento da Carta Republicana de 1988. Com efeito, a incidência dos direitos
fundamentais nas relações privadas fez com que (ATENÇÃO) “a autonomia privada perdesse sua cono-
tação exclusivamente patrimonial, típica do período do Estado Liberal, passando a ser aplicada também
nas relações extrapatrimoniais, a exemplo daquelas travadas no âmbito do Direito de Família.”. Ademais, o
novo perfil constitucional da família fez com que esta ganhasse contornos democráticos, existindo, agora,
uma instituição na qual sua maior preocupação é a felicidade pessoal dos seus membros.
Nesse sentido, a família ganha contornos de entidade social (célula básica da sociedade, e não do Esta-
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Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Justamente por tal fato, a família merece proteção especial do Estado, e não monopólio da sua regula-
ção, pois, conforme já ressaltado, felicidade significa implementação da sua dignidade com a realização
dos seus direitos fundamentais.
D) CORRETA: Sobre a temática abordada no item “d”, também colhe-se lições do citado professor23. Com
efeito, a “interferência” do Estado deve ocorrer nas hipóteses de efetivação dos direitos fundamentais de
seus membros, permitindo o exercício da autonomia privada e desenvolvimento da personalidade. Nas
simples e ricas palavras de Leonardo Barreto Moreira Alves: “o Estado apenas deve utilizar-se do Direito de
Família quando essa atividade implicar uma autêntica melhora na situação dos componentes da família”.
Essa forma de atuação evidencia a faceta mencionada no item em comento. Nunca é demais lembrar a
previsão do Estatuto da Criança e do Adolescente acerca do princípio da intervenção mínima como um
dos vetores de aplicação das medidas de proteção (art. 100, parágrafo único, VII).
💡💡 GABARITO: A
I - A liberdade de constituir família e a liberdade de não casar são formas de exercício da autonomia
privada no âmbito do direito de família.
II - O concreto uso da sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais.
III - É obrigatório o regime da separação de bens no casamento de pessoa maior de 70 (setenta) anos.
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💡💡 GABARITO COMENTADO
ITEM I) CORRETO: Com efeito, sob o ponto de vista jurídico, a família não é mais uma instituição sacrali-
zada e fechada, devendo o ordenamento jurídico fornecer os elementos e possibilidades de escolha de
formação do vínculo familiar que melhor promova a felicidade pessoal. Assim, a liberdade de constituir
família é exemplo de exercício da autonomia privada. No mesmo giro, é possível falar em uma liberdade
de não casar. Resolvi trazer essa temática para abordar a indenização por danos morais na quebra das
promessas de noivado. Leonardo Barreto Moreira Alves24 explica que “não se deve admitir a indenização
por danos morais em virtude da quebra de esponsais, simplesmente porque o rompimento de um noivado
(ou de qualquer outro relacionamento afetivo) é um exercício regular do direito de liberdade do nubente,
que, repita-se novamente, não pode ser compelido a contrair núpcias”. Flávio Tartuce25 no mesmo sentido:
“Isso porque não há de se falar em lesão ou violação de direitos quando alguém não celebra o casamento
prometido, pois a promessa de casamento não vincula a sua ocorrência futura. Desse modo, não há ato ilíci-
to propriamente dito. O dever de indenizar, em situações tais, decorre do abuso de direito, pelo desrespeito
à boa-fé objetiva, diante da norma geral contida no art. 187 da codificação material, in verbis: “também
comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. Desse modo, o dever de indenizar, nos
moldes do art. 927, Caput, do Código Civil, tem por fundamento o segundo conceito de ilicitude indenizante”.
Ressalte-se, por fim, que o derradeiro professor citado traz em seu texto decisão do Tribunal de Justiça de
Minas Gerais: “a ruptura do noivado, embora cause sofrimento e angústia ao nubente, por si só, não gera o
dever de indenizar, pois, não havendo mais o vínculo afetivo, não faz sentido que o casal dê prosseguimento
ao relacionamento. Todavia, se o rompimento do noivado ocorreu de forma extraordinária, em virtude de
enganação, por meio de promessas falsas e mentiras desprezíveis, causando dor e humilhação na noiva
abandonada, configuram-se os danos morais26”.
ITEM II) CORRETO: A assertiva foi retirada do julgamento da ADI n. 4277. Com efeito, a união homoafetiva
foi reconhecida como entidade familiar. O Professor Leonardo Barreto Moreira Alves27 reforça que a orien-
tação sexual de um cidadão é uma das facetas do exercício da sua autonomia privada.
ITEM III) CORRETO: Literalidade do art. 1.641, II, do Código Civil. Válido ressaltar que o Professor citado28
que essa restrição viola a autonomia privada, constituindo intervenção estatal indevida no campo fami-
liar. Cumpre ressaltar que a idade, por si só, não é causa de incapacidade. Ademais, a Política Nacional do
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Idoso (lei 8.842/94), no seu art. 10, permite que o idoso possa dispor livremente de seus bens, salvo nos
casos de “incapacidade” juridicamente comprovada.
💡💡 GABARITO: B
C) O Código Civil adota um jogo de presunções, fundadas em probabilidades para os filhos havidos ou
gerados na constância do matrimônio. Tratam-se de presunções de natureza absoluta.
D) Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: A maternidade sub-rogada ou gestação de útero alheio é regulada pela Resolução 2.121/2015
do CFM. Os Professores Luciano L. Figueiredo e Roberto L. Figueiredo29 defendem que eventual alegação
de impossibilidade jurídica do pedido fica superada, tendo em vista a ausência de norma que proíba a
prática e a existência de resolução autorizativa.
B) CORRETA: A filiação pode ser biológica, registral ou socioafetiva. É importante destacar que não há hie-
rarquização entre os critérios. Veda-se, portanto, a categorização de parentes. Assim, deve ser utilizada a
expressão parentalidade, afastando-se expressões recorrentes como filho adotivo.
C) INCORRETA: Trata-se de presunção de natureza relativa. Com efeito, o Código Civil estabelece: Art.
1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos cento e oitenta dias, pelo
menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à disso-
lução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; III - havidos
por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer tempo, quando
se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V - havidos por inse-
minação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Os Professores Luciano L.
Figueiredo e Roberto L. Figueiredo30, citando lição dos Professores Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald,
afirmam que estas presunções não consideram a verdade biológica, presumindo a mãe pelo parto e o pai
pelo casamento, “ignorando problemas com a gestação em útero alheio, troca de bebês em maternidade,
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💡💡 GABARITO: C
QUESTÃO 28. Assinale a alternativa que não corresponde à jurisprudência do Superior Tribunal de Jus-
tiça:
A) A impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, III, da Lei n. 8.009/90 não pode ser oposta
ao credor de pensão alimentícia decorrente de vínculo familiar ou de ato ilícito.
B) É possível invocar direito real de habitação em demanda possessória, ainda que não se tenha bus-
cado o reconhecimento de união estável em ação declaratória própria.
D) A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que não permanecem os ônus
reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.
💡💡 GABARITO COMENTADO
Queridxs alunxs, o conhecimento acerca da jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores é neces-
sário para que vocês alcancem o êxito na prova objetiva. Assim, a questão tem por intuito chamar a aten-
ção de vocês para a relevância da revisão dos entendimentos consagrados na “jurisprudência em teses”
do Superior Tribunal de Justiça, bem como aqueles sumulados pelos superiores.
A) CORRETA: Edição n.º 44. “O comando do artigo 3º, III, da Lei nº 8.009/90, excepcionando a regra geral da
impenhorabilidade do bem de família, também se aplica aos casos de pensão alimentícia decorrente de ato
ilícito – acidente de trânsito em que veio a falecer o esposo da autora –, e não apenas àquelas obrigações
pautadas na solidariedade familiar, solução que mostra mais consentânea com o sentido teleológico da
norma, por não se poder admitir a proteção do imóvel do devedor quando, no pólo oposto, o interesse jurí-
dico a ser tutelado for a própria vida da credora, em função da necessidade dos alimentos para a sua sub-
sistência”. (REsp nº 437.144/RS, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 7/10/2003, DJ
10/11/2003 - grifou-se).
B) CORRETA: Edição n.º 50. “O direito real de habitação é ex vi legis decorrente do direito sucessório e, ao
contrário do direito instituído inter vivos, não necessita ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis. É
de se ver, portanto, que há direito sucessório exercitável desde a abertura da sucessão, sendo que, a partir
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desse momento, terá o cônjuge/companheiro sobrevivente instrumentos processuais para garantir o exercí-
cio do direito de habitação, inclusive, por meio dos interditos possessórios. Assim sendo, é plenamente pos-
sível a arguição desse direito para fins exclusivamente possessórios, até porque, entender de forma diversa,
seria negar proteção justamente à pessoa para o qual o instituto foi desenvolvido e em momento pelo qual
ele é o mais efetivo”. Informativo 543 do STJ.
C) INCORRETA: Edição n.º 124. Os bens integrantes do acervo patrimonial de sociedades de economia
mista sujeitos a uma destinação pública equiparam-se a bens públicos, sendo, portanto, insuscetíveis
de serem adquiridos por meio de usucapião. Destaque-se o detalhe da decisão: destinação pública.
“Tratando-se de bens públicos propriamente ditos, de uso especial, integrados no patrimônio do ente po-
lítico e afetados à execução de um serviço público, são eles inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis”.
(REsp 242.073/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro CARLOS FERNANDO MA-
THIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 05/03/2009, REPDJe
29/06/2009, DJe 11/05/2009)
D) CORRETA: Edição n.º 133. Com efeito, destaca a Ministra Regina Helena Costa: “II - A usucapião tem
assento constitucional (art. 183 da Constituição da República) e se afirma como instrumento de realização
da função social da propriedade, de modo a prestigiar aquele que confere uma destinação socialmente
adequada ao bem. III - Se o título de propriedade anterior se extingue, tudo o que gravava o imóvel - e lhe
era acessório - também extinguir-se-á”. (REsp 1545457/SC, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 27/02/2018, DJe 09/05/2018)
💡💡 GABARITO: C
A) Em virtude da existência de novos direitos ligados aos idosos, crianças e adolescentes, direito do
consumidor, direito ambiental, entre outros marcados pela relevância, a tutela inibitória surge como
mecanismo de defesa preventiva e satisfativa, falando-se em uma medida atípica.
C) A tutela inibitória ataca o ilícito em três dimensões: evitar sua prática, continuidade ou repetição.
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💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETO: Gregório Assagra de Almeida ensina que a tutela inibitória tem origem remota no interdito
proibitório do direito romano, mas em virtude dos “novos direitos”, hoje se fala em tutela inibitória atí-
pica, positiva ou negativa. O gabarito da prova subjetiva do certame realizado no ano de 2017 assim se
posicionou: “É a tutela jurisdicional preventiva colocada à disposição da parte legitimada ao processo
coletivo para evitar a prática, reiteração ou a continuação de um ilícito (entendido como a prática con-
trária ao direito), ou sua remoção (tutela de remoção do ilícito). Por meio de processo de conhecimento
voltado para o futuro, exige do réu o cumprimento de uma obrigação de fazer (inibitória positiva) ou não
fazer (inibitória negativa), sob pena de imputação de multa ou outras medidas necessárias que garantam
o resultado prático equivalente à inibição do ato ilícito”.
B) INCORRETO: Aduz o Novo Código de Processo Civil no parágrafo único do art. 497: “Para a concessão
da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua re-
moção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo”. Gregório
Assagra de Almeida explica com clareza: “(…) o objeto da tutela inibitória é o ilícito, enquanto o dano se-
ria objeto da tutela ressarcitória ou reparatória. O dano seria uma consequência do ilícito. (…) em sendo
uma tutela genuinamente preventiva, ela se volta para o futuro”.
C) CORRETO: O já citado Professor menciona as três dimensões e exemplifica: ACP para evitar que uma
empresa entre em funcionamento sem licenciamento ambiental; que a empresa continue funcionando;
ou que determinada empresa venha novamente a se instalar em nova localidade sem o devido licencia-
mento.
💡💡 GABARITO: B
QUESTÃO 30. Sobre a atuação protetiva do Ministério Público, assinale a alternativa correta:
II - Nas demandas de interesse de incapaz, a intervenção ad coadjuvandum aduz que a atuação do ór-
gão restringe-se para beneficiar os interesses daquele.
III - A participação da Fazenda Pública configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Pú-
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blico.
💡💡 GABARITO COMENTADO
ITEM I) CORRETO: Hermes Zaneti Jr explica que esse poder ativo de intervenção é uma decorrência do
“poder de agenda” e da racionalização da atuação do Ministério Público na seara cível. O “poder de agen-
da” “implica adotar um posicionamento institucional mais crítico, com fundamentação adequada e su-
ficiente na intervenção”. O Professor ensina que tal intervenção deve ocorrer em similitude ao que já se
exige do órgão jurisdicional no art. 489, §1º, do NCPC (fundamentação analítica adequada).
ITEM II) CORRETO: Nessa espécie de intervenção deixa-se de manifestar no mérito, quando, no entendi-
mento do Ministério Público, o incapaz não possuir razão. Dentre outros esse é o posicionamento de Her-
mes Zaneti Jr. e Hugo Nigro Mazzilli. Com efeito, o Ministério Público carece de legitimidade para arguir
direitos disponíveis, devendo falar apenas sobre a regularidade processual. Fica o alerta que o item cobra
o conceito da citada intervenção e que existe posicionamento diverso. O tema foi objeto de cobrança na
segunda fase do MPBA no ano de 2015, vejam: “Tendo um incapaz ajuizado uma ação de usucapião, ar-
guindo a prescrição aquisitiva ordinária de imóvel da União, deve o Ministério Público defender o incapaz,
se essa foi a única razão de sua presença no processo, e deve defendê-lo tendo razão ou não? Com base
no artigo 127 da Constituição Federal surgiram dúvidas quanto à obrigatoriedade da intervenção do Mi-
nistério Público no processo civil. Para uns, nas hipóteses do artigo 82, o Ministério Público está vinculado
porque, estando no processo em defesa do incapaz não pode deixar de fazê-lo, até porque esta é a única
razão de sua intervenção no processo, não se podendo admitir que se torne auxiliar da defesa da parte
contrária (Cândido Rangel Dinamarco). Outra corrente sustenta que o Ministério Público, com base no art.
82 do CPC e 127 da CF, atua como fiscal da lei e defensor da ordem jurídica (Nelson Nery) e, por isto, se a
parte que o trouxe ao processo tiver razão deve defendê-la. Caso contrário, deverá agir em desfavor da
parte, fazendo prevalecer a ordem jurídica”.
ITEM III) INCORRETO: Não configura, por si só. Esse entendimento está consagrado no parágrafo único
do art. 178 do novel código de ritos. Com efeito, Hermes Zaneti Jr. ensina que há um rompimento de um
“círculo vicioso iniciado com a apropriação do processo e do direito pelo soberano, ocorrido nos Estados
Absolutistas e perpetrado pelo Estado-pessoa, nas concepções antropomórficas de interesse público
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💡💡 GABARITO: D
III - O membro do Ministério Público poderá oferecer lance em leilão judicial em localidade que não
exerça suas funções.
💡💡 GABARITO COMENTADO
ueridxs alunxs, o teor de cobrança da referida questão é simples. Objetivo chamar atenção para a lei-
Q
tura atenta dos dispositivos legais que compõe o capítulo destinado ao processo de execução. Os itens
cobram a literalidade do Novo Código de Processo Civil:
ITEM I) INCORRETO: Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas al-
guma medida executiva.
ITEM II) INCORRETO: Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas neces-
sárias ao cumprimento da ordem de entrega de documentos e dados.
ITEM III) CORRETO: Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com
exceção: III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de
secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de aliena-
ção na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
💡💡 GABARITO: D
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QUESTÃO 32. São princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), exceto:
B) Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de comple-
xidade do sistema.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A), B) e D): CORRETAS: Vejamos os princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS) segundo a Lei
8080/1990:
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram
o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Cons-
tituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços pre-
ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do
sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
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X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013”
💡💡 GABARITO: C
QUESTÃO 33. Sobre o tema “racismo e direitos humanos”, assinale a alternativa incorreta.
A) O Brasil nunca foi condenado no sistema interamericano de direitos humanos pela prática do cha-
mado “racismo institucional”.
B) O fenômeno denominado “racismo ambiental” viola direitos humanos das comunidades indígenas.
D) Segundo a Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de-
nomina-se “discriminação racial” toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restrin-
gir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos
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humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer
outro campo da vida pública.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: Trata-se do caso Simone André Diniz, no qual o Estado brasileiro foi condenado pela Co-
missão Interamericana de Direitos Humanos, uma vez que os fatos ocorreram antes do Brasil aderir a
jurisdição contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Comentei este precedente no livro
Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos, escrito em coautoria com o Prof. Caio Paiva: “O Caso Si-
mone André Diniz se tornou paradigma do denominado racismo institucional, que é aquele praticado, permitido
ou não punido por autoridades estatais” (HEEMANN, Thimotie Aragon; PAIVA, Caio. Jurisprudência Internacio-
nal de Direitos Humanos. 2ª ed. Editora CEI: Minas Gerais, 2017, p. 694).
B) CORRETA: Esta é justamente a consequência causada pela prática do racismo ambiental. Vejamos
um conceito proposto pelo site “pensamento verde”, organização especializada na matéria: “O conceito
de racismo ambiental se refere às políticas e práticas que prejudicam predominantemente grupos étnicos
vulneráveis. No modelo atual de desenvolvimento, as ações que promovem a destruição do ambiente e o
desrespeito à cidadania afetam, de maneira direta, comunidades indígenas, pescadores, populações ribeiri-
nhas e outros grupos tradicionais. O racismo ambiental se manifesta na tomada de decisões e na prática de
ações que beneficiam grupos e camadas mais altas da sociedade, que atuam dentro da lógica econômica
vigente. Neste contexto, projetos de desenvolvimento são implantados em regiões onde vivem comunidades
tradicionais, sem que haja a preocupação com os impactos ambientais e sociais para estes grupos. Fábricas
que exploram matéria-prima, aterros sanitários, incineradoras e indústrias poluidoras colocadas próximas
às regiões onde vivem grupos economicamente desfavorecidos, são alguns exemplos de ações que caracte-
rizam o racismo ambiental. Este fenômeno tem grande impacto no desenvolvimento social e na qualidade
de vida da população nos países em desenvolvimento. No Brasil, o mapa do racismo ambiental revela a rea-
lidade de degradação social provocada, principalmente, por projetos e ações desenvolvimentistas. Casos
como da violência contra quilombolas que vivem próximos à base de Alcântara, da luta de grupos indígenas
da Amazônia contra o turismo predatório e dos resíduos de chumbo deixados por uma fábrica instalada em
Santo Amaro da Purificação nos anos 60, são alguns exemplos deste problema que se estende por gerações”.
(Você já ouviu falar no conceito de racismo ambiental? Disponível em: http://www.pensamentoverde.com.
br/meio-ambiente/voce-ja-ouviu-falar-conceito-racismo-ambiental/)
C) CORRETA: A assertiva traz justamente o conceito de racismo institucional proposto pela doutrina.
Senão vejamos a lição de André de Carvalho Ramos: “No Brasil, a discriminação sistêmica foi detectada
no chamado “racismo institucional” que consiste em um conjunto de normas, práticas e comportamentos
discriminatórios cotidianos adotados por organizações públicas ou privadas que, movidos por estereótipos
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D) CORRETA: Trata-se do artigo 1º da Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
criminação Racial. Senão vejamos o artigo em comento: “Para os fins da presente Convenção, a expressão
“discriminação racial” significará toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o re-
conhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da
vida pública”.
💡💡 GABARITO: A
B) Promoção do pluralismo.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: Segundo o professor Daniel Sarmento, um dos principais argumentos para justificar as “co-
tas” consiste justamente no fortalecimento da autoestima do grupo estigmatizado, uma vez que a discri-
minação positiva visa reparar uma injustiça cometida ex ante.
B) CORRETA: Este é um dos argumentos também defendidos pelo Professor Daniel Sarmento. A promo-
ção do pluralismo busca sem dúvida uma oxigenação e um livre mercado de ideias nas universidades,
escolas, concursos públicos e outros locais onde o fenômeno da discriminação positiva. O Supremo Tri-
bunal Federal também já se valeu deste argumento quando enfrentou o tema.
C) CORRETA: A justiça compensatória é talvez o principal argumento utilizado pelos defensores das ações
afirmativas e também no próprio Supremo Tribunal Federal, uma vez que os grupos que utilizam as ações
afirmativas foram discriminados historicamente e por isso estão em situação de desigualdade nos dias de
hoje. Este argumento também justifica a natureza temporária das ações afirmativas até que a situação de
desigualdade seja equalizada.
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D) INCORRETA: Este ponto é justamente o contrário, uma vez que as cotas buscam dirimir qualquer espé-
cie de hierarquização entre grupos vulneráveis ou não.
💡💡 GABARITO: D
QUESTÃO 35. Quanto às regras de competência no âmbito da tutela coletiva, assinale a alternativa
CORRETA:
A) Caso o dano abranja localidades diversas, sendo de âmbito nacional, a ação civil pública deverá ser
proposta no Distrito Federal.
B) Segundo o STJ, compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da justiça fede-
ral, processar e julgar ação civil pública, ainda que a união figure no processo.
C) A circunstância de figurar o Ministério Público Federal como autor da lide não é suficiente para de-
terminar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento de ação civil pública.
D) Compete à Justiça Eleitoral julgar ação civil pública proposta contra partido político em razão de
dano ao meio ambiente ocasionado por propaganda eleitoral.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: A competência territorial para julgar ACP é determinada pela combinação do art. 2º da Lei
n.° 7.347/85 com o art. 93 do CDC:
“Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa.”
“Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a Justiça local: I - no
foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; II - no foro da Capital do
Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras
do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.”
Assim, em havendo dano nacional, a competência será da Capital do Estado ou do Distrito Federal, o
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Calha explicitar que a doutrina majoritária assevera que essa competência é “territorial funcional”, sen-
do, dessa forma, de natureza absoluta (competência funcional absoluta).
O STJ firmou que a competência em razão do local do dano, no caso da ACP, é absoluta:
“(...) 4. Na hipótese de ação civil pública, a competência se dá em função do local onde ocorreu o
dano. Trata-se de competência absoluta, devendo ser afastada a conexão com outras demandas. (…)”
(AgRg nos EDcl no CC 113.788/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
14/11/2012, DJe 23/11/2012)
Segundo o STJ, a razão de se utilizar o local do dano como critério definidor da competência nas ações
coletivas é proporcionar maior celeridade no processamento, na instrução e, por conseguinte, no jul-
gamento do feito, dado que é muito mais fácil apurar o dano e suas provas no juízo em que os fatos
ocorreram (AgRg no CC 116815 / DF).
B) INCORRETA: Trata-se do enunciado da súmula nº 183 do STJ, que restou superada. Vejamos:
Súmula 183-STJ: “Compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da Justiça Federal,
processar e julgar ação civil publica, ainda que a União figure no processo.” Cancelada em 08/11/2000
(EDcl no CC 27676/BA)
Julgando os Embargos de Declaração no CC. 27.676-BA, na sessão de 08/11/200, a 1ª Seção deliberou pelo
CANCELAMENTO da Súmula n. 183:
“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LO-
CAL DO DANO. JUÍZO FEDERAL. ART. 109, I, E § 3º, DA CF/88. ART. 2º, DA LEI 7.347/85. 1 - O tema em debate,
por ser de natureza estritamente constitucional, deve ter a sua interpretação rendida ao posicionamento
do Colendo Supremo Tribunal Federal, que entendeu que o dispositivo contido na parte final do art. 3º, do
art. 109, da CF/88, é dirigido ao legislador ordinário, autorizando-o a atribuir competência ao Juízo Esta-
dual do foro do domicílio da outra parte ou do lugar do ato ou do fato que deu origem à demanda, desde
que não seja sede de Vara da Justiça Federal, para causas específicas dentre as previstas no inciso I, do
referido art. 109. No caso dos autos, o Município onde ocorreu o dano não integra apenas o foro estadual
da comarca local, mas também o das Varas Federais. 2 - Cancelamento da Súmula nº 183, deste Superior
Tribunal de Justiça, que se declara. 3 - Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos,
para o fim de reconhecer o Juízo Federal da 16ª Vara da Seção Judiciária do Estado da Bahia.” (EDcl no CC
27.676/BA, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/11/2000, DJ 05/03/2001, p. 118)
Comentando o cancelamento da referida súmula o querido prof. Márcio André diz o seguinte:
“A ACP não é hipótese de delegação de competência de que trata o § 3º do art. 109 da CF/88. Desse
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modo, não pode tramitar na Justiça estadual se houver interesse da União (art. 109, I, da CF/88). Assim,
se a situação se enquadrar em uma das hipóteses previstas no art. 109 da CF/88, a ACP deverá sempre
ser julgada pela Justiça Federal. Se na cidade não houver Justiça Federal, a causa deverá ser julgada pelo
juízo federal que tiver competência sobre aquela cidade.”
C) CORRETA: Entende parcela da doutrina e da jurisprudência que a presença do MPF no polo ativo da
demanda é suficiente, como regra, para determinar a competência da Justiça Federal, nos termos do art.
109, I, da Constituição Federal, o que, contudo, não dispensa o juiz de verificar a sua legitimação ativa
para a causa em questão (ZANETI; GARCIA, 2018).
O então Ministro do STJ Teori Albino Zavascki, em obra especializada, afirma que, “para fixar a competên-
cia da Justiça Federal, basta que a Ação Civil Pública seja proposta pelo MPF. Assim ocorrendo, bem ou
mal, figurará como autor um órgão da União, o que é suficiente para atrair a incidência do art. 109, I, da
Constituição”. E continua: “figurando o MPF, órgão da União, como parte na relação processual, a um juiz
federal caberá apreciar a demanda, ainda que tem legitimação ativa para a causa”, para tanto devendo in-
vestigar se a demanda se insere “no âmbito das atribuições do Ministério Público que a proveu” (Processo
Coletivo: Tutela de Direitos Coletivo e Tutela Coletiva de Direitos, 2ª ed., São Paulo, 2007, pp. 144-145).
Ocorre, no entanto, que existe uma diferença entre a competência determinada a priori, pela parte
processual, e a perpetuação da competência, que se dá pela verificação, em juízo, da parte legítima:
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AJUIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL CONTRA O ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. ALEGADO
DESCUMPRIMENTO DA LEI 12.527/2011 E DA LEI COMPLEMENTAR 131/2009. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FE-
DERAL, EM MATÉRIA CÍVEL. ART. 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA ABSOLUTA, EM RAZÃO
DA PESSOA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA O JULGAMENTO DO FEITO. AGRAVO INTERNO IM-
PROVIDO. I. Agravo interno interposto em contra decisão publicada em 03/05/2017. II. Conflito de Compe-
tência suscitado nos autos de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal contra o Estado
de Mato Grosso do Sul, sustentando o descumprimento, pelo réu, das regras previstas na Lei 12.527/2011
(Lei de Acesso à Informação) e na Lei Complementar 131/2009 (Lei da Transparência). III. Nos termos da
jurisprudência do STJ, (a) “a competência da Justiça Federal, prevista no art. 109, I, da Constituição Fe-
deral, é fixada, em regra, em razão da pessoa (competência ratione personae), levando-se em conta não
a natureza da lide, mas, sim, a identidade das partes na relação processual” (STJ, CC 105.196/RJ, Rel. Mi-
nistro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 22/02/2010); e (b) “em ação proposta pelo Minis-
tério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça Federal está constitucionalmente habilitada
a proferir sentença que vincule tal órgão, ainda que seja sentença negando a sua legitimação ativa”
(STJ, CC 40.534/RJ, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, DJU de 17/05/2004). Em igual
sentido: STJ, REsp 1.645.638/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 12/05/2017;
STF, AgRg no RE 822.816/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, SEGUNDA TURMA, DJe de 15/06/2016.
IV. Agravo interno improvido. (AgInt no CC 151.506/MS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 27/09/2017, DJe 06/10/2017)
Assim é que a Justiça Federal poderá verificar a ilegitimidade concreta do MPF numa ação que, a princí-
pio, foi ajuizada na esfera federal tão só em razão da parte processual ser um órgão federal.
“As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o MPF é órgão da
União, o que atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a competência será determinada, em um
primeiro momento, pela parte processual. Num segundo momento, contudo, o Juiz Federal irá averiguar
se o MPF é parte legítima. Se o MPF for parte legítima, perpetua-se a competência na Justiça Federal.
Por outro lado, se for parte ilegítima, deverá determinar o deslocamento da competência para a Justiça
Estadual. Desse modo, a circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na lide não é
suficiente para determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento da ação.”
D) INCORRETA: Entende-se, in casu, que não há matéria eleitoral, daí que a competência será da justiça
comum:
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de atuação delimitado pelo conteúdo constante no art. 14 da CF e na legislação específica. 2. “As ativida-
des reservadas à Justiça Eleitoral aprisionam-se ao processo eleitoral, principiando com a inscrição dos
eleitores, seguindo-se o registro dos candidatos, eleição, apuração e diplomação, ato que esgota a com-
petência especializada (art. 14, parágrafo 10, CF)” (CC 10.903/RJ). 3. In casu, sobressai a incompetência
da justiça eleitoral, uma vez que não está em discussão na referida ação civil pública direitos políticos,
inelegibilidade, sufrágio, partidos políticos, nem infração às normas eleitorais e respectivas regulamenta-
ções, isto é, toda matéria concernente ao próprio processo eleitoral. 4. A pretensão ministerial na ação
civil pública, voltada à tutela ao meio ambiente, direito transindividual de natureza difusa, consiste
em obrigação de fazer e não fazer e, apesar de dirigida a partidos políticos, demanda uma observância
de conduta que extravasa período eleitoral, apesar da maior incidência nesta época, bem como não
constitui aspecto inerente ao processo eleitoral. 5. A ação civil pública ajuizada imputa conduta tipifi-
cada no art. 65 da Lei 9.605/98 em face do dano impingido ao meio ambiente, no caso especificamente,
artificial, formado pelas edificações, equipamentos urbanos públicos e comunitários e todos os assenta-
mentos de reflexos urbanísticos, conforme escólio do Professor José Afonso da Silva. Não visa delimitar
condutas regradas pelo direito eleitoral; visa tão somente a tutela a meio ambiente almejando assegurar
a função social da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da Constitui-
ção Federal. 6. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Maceió
- AL, ora suscitado. (CC 113.433/AL, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/08/2011, DJe 19/12/2011)
💡💡 GABARITO: C
B) Não obstante prevista no rol de legitimados, entende-se que é possível a verificação, de ofício, da
legitimidade concreta de uma associação privada.
C) Ainda que ausente a relevância social, há casos em que o MP poderá promover ação civil pública em
defesa de direitos individuais homogêneos, dada expressa disposição legal.
D) A Ordem dos Advogados do Brasil não é legitimada concorrente para a propositura de ações coleti-
vas, nos termos dos diplomas que regem o processo coletivo.
💡💡 GABARITO COMENTADO
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os direitos materiais postos na causa, substituindo os titulares dos direitos materiais sem prejuízo des-
ses direitos. Em uma palavra, é saber se o legitimado tem condições de dar conta do recado (ZANETI;
GARCIA, 2018). No Brasil, o problema da representatividade adequada é controlada pela lei (ope legis),
que a presume de modo absoluto (iuris et de iure): desde que o autor seja um dos órgãos ou entidades
previstos nos respectivos diplomas legais (p. ex: art. 5º da Lei n. 7.347/85), e preencha os requisitos nela
especificados (caso das associações), não cabe ao julgador contestar sua representatividade adequada,
ao contrário do sistema norte-americano, em que cabe ao magistrado, em cada caso concreto, verificar se
há representatividade adequada (o controle é ope judicis). Ademais, em nosso país, de fato, não há tanta
necessidade de se constatar a representatividade adequada, pois a coisa julgada normalmente só alcan-
ça os demais interessados para beneficiá-los (coisa julgada in utilibus), como Landolfo Andrade, Adriano
Andrade e Cleber Masson (2019).
(…) 1. As ações coletivas, em sintonia com o disposto no artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumi-
dor, ao propiciar a facilitação da tutela dos direitos individuais homogêneos dos consumidores, viabili-
zam otimização da prestação jurisdicional, abrangendo toda uma coletividade atingida em seus direitos.
2. Dessarte, como sabido, a Carta Magna (art. 5°, XXI) trouxe apreciável normativo de prestígio e estímulo
às ações coletivas ao estabelecer que as entidades associativas detêm legitimidade para representar ju-
dicial e extrajudicialmente seus filiados, sendo que, no tocante à legitimação, “[...] um limite de atuação
fica desde logo patenteado: o objeto material da demanda deve ficar circunscrito aos direitos e interesses
desses filiados. Um outro limite é imposto pelo interesse de agir da instituição legitimada: sua atuação
deve guardar relação com seus fins institucionais” (ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de
direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. São Paulo: RT, 2014, p. 62). 3. É digno de realce que, muito
embora o anteprojeto da Lei n. 7.347/1985, com inspiração no direito norte-americano, previa a verifi-
cação da representatividade adequada das associações (adequacy of representation), propondo que
sua legitimação seria verificada no caso concreto pelo juiz, todavia, essa proposta não prevaleceu,
pois o legislador optou por indicar apenas quesitos objetivos (estar constituída há pelo menos 1 (um)
ano e incluir, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e pai-
sagístico). Com efeito, o legislador instituiu referidas ações visando tutelar interesses metaindividuais,
partindo da premissa de que são, presumivelmente, propostas em prol de interesses sociais relevantes
ou, ao menos, de interesse coletivo, por legitimado ativo que se apresenta, ope legis, como represen-
tante idôneo do interesse tutelado (MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação civil pública: em defesa do
meio ambiente, do patrimônio cultural e dos consumidores - Lei 7.347/1985 e legislação complementar.
12 ed. São Paulo: revista dos Tribunais, 2011, p. 430). 4. Por um lado, é bem de ver que, muito embora
a presunção iuris et de iure seja inatacável - nenhuma prova em contrário é admitida -, no caso das
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presunções legais relativas ordinárias se admite prova em contrário. Por outro lado, o art. 125, III, do
CPC [correspondente ao art. 139, III, do novo CPC] estabelece que é poder-dever do juiz, na direção do
processo, prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça. Com efeito, contanto
que não seja exercido de modo a ferir a necessária imparcialidade inerente à magistratura, e sem que
decorra de análise eminentemente subjetiva do juiz, ou mesmo de óbice meramente procedimental,
é plenamente possível que, excepcionalmente, de modo devidamente fundamentado, o magistrado
exerça, mesmo que de ofício, o controle de idoneidade (adequação da representatividade) para aferir/
afastar a legitimação ad causam de associação. 5. No caso, a Corte de origem inicialmente alinhavou
que “não se quer é a montagem de associações de gaveta, que não floresçam da sociedade civil, apenas
para poder litigar em todos os campos com o benefício do artigo 18 da Lei de Ação Civil Pública”; “asso-
ciações, várias vezes, surgem como máscaras para a criação de fontes arrecadadoras, que, sem perigo da
sucumbência, buscam indenizações com somatório milionário, mas sem autorização do interessado, que
depois é cobrado de honorários”. Dessarte, o Tribunal de origem não reconheceu a legitimidade ad cau-
sam da recorrente, apurando que “há dado revelador: supostamente, essa associação autora é composta
por muitas pessoas famosas (fls. 21), mas todas com domicílio em um único local. Apenas isso já mostra
indícios de algo que deve ser apurado. Ou tudo é falso, ou se conseguiu autorização verbal dos interessa-
dos, que entretanto nem sabem para que lado os interesses de tais entidades voam”. (…). (AgRg no REsp
901.936/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/10/2008, DJe 16/03/2009) 7. Recurso
especial não provido. (REsp 1213614/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
01/10/2015, DJe 26/10/2015)
C) INCORRETA: O STJ e a doutrina majoritária entendem que é imprescindível a relevância social para a
defesa dos direitos individuais homogêneos pelo MP:
“(...) A relevância social pode ser objetiva (decorrente da própria natureza dos valores e bens em ques-
tão, como a dignidade da pessoa humana, o meio ambiente ecologicamente equilibrado, a saúde, a
educação) ou subjetiva (aflorada pela qualidade especial dos sujeitos - um grupo de idosos ou de crian-
ças, p. ex. - ou pela repercussão massificada da demanda). (...)” (REsp 347.752/SP, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2007, DJe 04/11/2009)
Vejamos a lição de Mazzilli: “Em suma, aponto três causas de atuação para o Ministério Público no proces-
so civil: a) atuação em decorrência de uma indisponibilidade ligada à qualidade da parte; b) atuação em
decorrência de uma indisponibilidade ligada à natureza da relação jurídica; c) atuação em decorrência
de um interesse que, embora não seja propriamente indisponível, tenha tal abrangência ou repercus-
são social, que sua defesa coletiva seja conveniente à sociedade como um todo (expressão social do
interesse)”.
D) INCORRETA: Há previsão expressa de que a Ordem dos Advogados do Brasil é legitimada concorrente
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para a propositura de ações coletivas que visem à proteção dos interesses dos idosos, por exemplo.
O Estatuto do Idoso, em seu art. 81, lista a OAB como legitimada concorrente à propositura de ações
coletivas, diferentemente do art. 5º, incisos I a V, da Lei n. 7.347/85. Vejamos:
“Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homo-
gêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente: I – o Ministério Público; II – a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios; III – a Ordem dos Advogados do Brasil; IV – as associações legalmente
constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses
e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatu-
tária. § 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados na
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei. § 2o Em caso de desistência ou abandono da ação
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.”
“A Ordem dos Advogados do Brasil também é legitimada concorrentemente por sua larga importância no
cenário nacional. Sabe-se que o advogado é indispensável à administração da justiça (art. 133 da Consti-
tuição Federal) e sem ele não pode haver os dois polos do contencioso legal, quebrando-se, consequen-
temente, os elos do contraditório e da ampla defesa. A Ordem dos Advogados, na verdade, não deixa
de ser um órgão fiscalizador das instituições, públicas e particulares. É ela quem briga pela liberdade e
contra a exacerbação do poder opressor. É por isso que os ditadores não gostam de advogados.”
Ademais, o STJ possui julgado bastante interessante em que entendeu que a OAB pode ajuizar ação civil
pública sem restrição de temas (pertinência temática):
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. CON-
SELHO SECCIONAL. PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANÍSTICO, CULTURAL E HISTÓRICO. LIMITAÇÃO
POR PERTINÊNCIA TEMÁTICA. INCABÍVEL. LEITURA SISTEMÁTICA DO ART. 54, XIV, COM O ART. 44, I, DA LEI
8.906/94. DEFESA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DO ESTADO DE DIREITO E DA JUSTIÇA SOCIAL. 1. Cuida-se
de recurso especial interposto contra acórdão que manteve a sentença que extinguiu, sem apreciação do
mérito, uma ação civil pública ajuizada pelo conselho seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em
prol da proteção do patrimônio urbanístico, cultural e histórico local; a recorrente alega violação dos arts.
44, 45, § 2º, 54, XIV, e 59, todos da Lei n. 8.906/94. 2. Os conselhos seccionais da Ordem dos Advogados
do Brasil podem ajuizar as ações previstas - inclusive as ações civis públicas - no art. 54, XIV, em relação
aos temas que afetem a sua esfera local, restringidos territorialmente pelo art. 45, § 2º, da Lei n. 8.906/84.
3. A legitimidade ativa - fixada no art. 54, XIV, da Lei n. 8.906/94 - para propositura de ações civis pú-
blicas por parte da Ordem dos Advogados do Brasil, seja pelo Conselho Federal, seja pelos conselhos
seccionais, deve ser lida de forma abrangente, em razão das finalidades outorgadas pelo legislador à
entidade - que possui caráter peculiar no mundo jurídico - por meio do art. 44, I, da mesma norma; não
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é possível limitar a atuação da OAB em razão de pertinência temática, uma vez que a ela corresponde
a defesa, inclusive judicial, da Constituição Federal, do Estado de Direito e da justiça social, o que, ine-
xoravelmente, inclui todos os direitos coletivos e difusos. Recurso especial provido.” (REsp 1351760/PE,
Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/11/2013, DJe 09/12/2013).
💡💡 GABARITO: B
A) A Lei de Improbidade Administrativa se aplica a fatos praticados antes de sua entrada em vigor,
dada a proteção máxima conferida pela Constituição ao patrimônio público.
B) O autor popular não tem legitimidade para pleitear a condenação por ato de improbidade adminis-
trativa.
C) Ainda que se trata de ação repressivo-reparatória, cuja legalidade se deve interpretar restritivamen-
te, entende-se que a nulidade do inquérito civil não contamina a ação de improbidade administrativa
decorrente.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: Tendo em vista que a própria Constituição desde a sua entrada em vigor já determinou
que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, chegou ao STJ a seguinte dis-
cussão: é possível a aplicação da Lei de Improbidade a fatos praticados anteriormente a sua entrada em
vigor, mas praticados após a Constituição (TORRES, 2018)?
“(…) 1. A Lei de Improbidade Administrativa não pode ser aplicada retroativamente para alcançar fa-
tos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição da Constituição Federal de 1988. 2.
A observância da garantia constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, esteio da segurança
jurídica e das garantias do cidadão, não impede a reparação do dano ao erário, tendo em vista que,
de há muito, o princípio da responsabilidade subjetiva se acha incrustado em nosso sistema jurídico.
(...)” (REsp 1129121/GO, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, julgado em 03/05/2012, DJe 15/03/2013)
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“Se almeja a aplicação das sanções civis e político-administrativas da lei nº 8.429/92, o cidadão pode
representar ao Ministério Público dotado de instrumental de máxima abrangência social, para que imple-
mente a via judiciária nesse percurso; se, ao contrário, pretende apenas a anulação do ato lesivo ou imo-
ral de oficial público, e o ressarcimento ao erário, tem aberta a via da ação popular”. (FAZZIO JR, 2016).
Ainda:
“(…) O autor popular carece de legitimidade ativa para pleitear a condenação de qualquer pessoa por
ato de improbidade administrativa: essa legitimidade pertence somente ao Ministério Público e à pes-
soa jurídica interessada (art. 17 da Lei 8.429/92).” (REsp 1071138/MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/12/2013, DJe 19/12/2013).
D) CORRETA: Em 29 de dezembro de 2016 restou sancionada a lei Complementar nº 157, que trouxe al-
terações na legislação tributária (LC nº 116/2003 e LC nº 63/90), bem como criou a Seção II-A na LIA, com
a inserção do art. 10-A, de modo que passou a ser enquadrado como improbidade administrativa “qual-
quer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao
que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003”. No mesmo
sentido, a LC nº 157/2016 alterou o art. 17, da LIA, com a inclusão do § 13. A LC 116/2003 assegura que a
alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualque Natureza é de 2% (dois por cento) e a concessão
de qualquer benefício financeiro ou tributário que contrarie esse percentual será percebida como ato
de improbidade administrativa, nos termos do novo art. 10-A, da LIA. Percebe-se que a nova legislação
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permitiu que o próprio ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributário seja considerado
como pessoa jurídica interessada para os fins de propositura de ação de improbidade administrativa,
sempre que houver a concessão, aplicação ou manutenção de benefício financeiro ou tributário em con-
trariedade às regras previstas no caput e no § 1º, do art. 8º-A, da LC nº 116/03 (PEDRA; MONTEIRO, 2019).
💡💡 GABARITO: A
QUESTÃO 38. Quanto aos atos impugnáveis no bojo da ação popular, assinale a alternativa CORRETA:
A) Não se admite ação popular para a proteção de bens de valor exclusivamente turístico.
C) Ato praticado por juiz não pode ser objeto de ação popular.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: A Lei de Ação Popular traz expressamente tal previsão, nos termos da A Lei n. 6.513/1977:
“Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárqui-
cas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas
quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos,
de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao pa-
trimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins
referidos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. (Re-
dação dada pela Lei nº 6.513, de 1977)”
B) INCORRETA: Não se admite tal controle de lei em tese, da mesma forma como ocorre com o Mandado
de Segurança (enunciado 266 da súmula do STF). O que se admite é o controle incidental de lei inconsti-
tucional, desde que o pedido de declaração de inconstitucionalidade seja tão somente o fundamento da
pretensão, e não a pretensão em si mesma, o que transformaria a ação popular em inadmissível sucedâ-
neo da ação direta de inconstitucionalidade:
C) INCORRETA: Quando no exercício de funções administrativas o juiz poderá praticar atos passíveis de
impugnação pela via da ação popular:
“Um ato administrativo do presidente do tribunal que determina a incineração de autos, mesmo aqueles
de valor histórico e/ou cultural, bem como um ato de aquisição de material sem a devida licitação e por
preço maior que o de mercado são atuações administrativas do Poder Judiciário passíveis de impugna-
ção por meio da ação popular.” (NEVES, 2018).
“art. 5º: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência; (...)”
Quanto a isso calha consultar as seguintes decisõe, para fins de aprofundamento: STF, Decisão monocrá-
tica, AO 772/MC/SP, rel. Min. Cezar Peluso, j. 26/04/2005, DJ 03/05/2005, p. 46; STJ, 1ª Seção, MS 9.944/DF,
rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 25/05/2005.
💡💡 GABARITO: D
QUESTÃO 39. A respeito da Resolução nº 23 de 2007 do CNMP, que rege o inquérito civil, marque a al-
ternativa correta:
A) O inquérito civil poderá ser instaurado em razão de representação formulada por qualquer auto-
ridade, sendo desnecessário que forneça elementos para a instauração, uma vez que incumbe ao MP
instruir o feito.
B) Se, no curso do inquérito civil, novos fatos indicarem necessidade de investigação de objeto diverso
do que estiver sendo investigado, o membro do Ministério Público necessariamente aditará a portaria
inicial.
C) Em caso dos fatos narrados na representação já tiver sido objeto de ação civil pública, o membro
do Ministério Público indeferirá o pedido de instauração de inquérito civil, dando ciência pessoal ao
representante e, também, ao representado.
D) O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de seis meses, prorrogável pelo mesmo prazo e quan-
tas vezes forem necessárias, por decisão fundamentada de seu presidente, à vista da imprescindibili-
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) INCORRETA: Vejamos:
“Resolução nº 23/2007 do CNMP: “Art. 2º O inquérito civil poderá ser instaurado: I – de ofício; II – em face
de requerimento ou representação formulada por qualquer pessoa ou comunicação de outro órgão do
Ministério Público, ou qualquer autoridade, desde que forneça, por qualquer meio legalmente permi-
tido, informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a qualificação mínima que permita sua
identificação e localização; III – por designação do Procurador-Geral de Justiça, do Conselho Superior
do Ministério Público, Câmaras de Coordenação e Revisão e demais órgãos superiores da Instituição, nos
casos cabíveis.”
B) INCORRETA: Há a possibilidade de extração de peças para instauração de outro inquérito civil, respei-
tadas as normas incidentes quanto à divisão de atribuições.
“Resolução nº 23/2007 do CNMP: (...) Parágrafo único. Se, no curso do inquérito civil, novos fatos indica-
rem necessidade de investigação de objeto diverso do que estiver sendo investigado, o membro do Mi-
nistério Público poderá aditar a portaria inicial ou determinar a extração de peças para instauração de
outro inquérito civil, respeitadas as normas incidentes quanto à divisão de atribuições.”
“art. 5º: Em caso de evidência de que os fatos narrados na representação não configurem lesão aos inte-
resses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução ou se o fato já tiver sido objeto de investiga-
ção ou de ação civil pública ou se os fatos apresentados já se encontrarem solucionados, o membro do
Ministério Público, no prazo máximo de trinta dias, indeferirá o pedido de instauração de inquérito civil,
em decisão fundamentada, da qual se dará ciência pessoal ao representante e ao representado.”
“Art. 9º O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um ano, prorrogável pelo mesmo prazo e quan-
tas vezes forem necessárias, por decisão fundamentada de seu presidente, à vista da imprescindibilidade
da realização ou conclusão de diligências, dando-se ciência ao Conselho Superior do Ministério Público,
à Câmara de Coordenação e Revisão ou à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. (Redação dada
pela Resolução n° 193, de 14 de dezembro de 2018)”
💡💡 GABARITO: C
🏳🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR
QUESTÃO 40. Em relação ao direito de informação, tabaco e produtos transgênicos, aponte a alterna-
tiva INCORRETA:
A) A inserção de cartões informativos no interior das embalagens de cigarros não constitui prática de
publicidade abusiva apta a caracterizar dano moral coletivo.
B) No que se refere à responsabilidade civil por danos relacionados ao tabagismo, é viável imputar a
morte de fumante exclusiva e diretamente a determinada empresa fabricante de cigarros.
C) De acordo com o Decreto Federal nº 4.680/2003, é obrigatória a informação na nota fiscal de que se
trata de produto transgênico, que contém ingredientes transgênicos ou ainda que é produzido a partir
de produto transgênico.
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: “A inserção de cartões informativos no interior das embalagens de cigarros não constitui
prática de publicidade abusiva apta a caracterizar dano moral coletivo. Inicialmente, a doutrina define
publicidade como sendo qualquer forma de transmissão difusa de dados e informações com o intuito de
motivar a aquisição de produtos e serviços no mercado de consumo. Assim, os cartões inserts ou onserts
não caracterizam publicidade, uma vez que se encontram no interior das embalagens de cigarro, e ape-
nas informam o seu novo layout, ou seja, não têm o condão de transmitir nenhum elemento de persuasão
ao consumidor, por impossibilidade física do objeto. Ademais, não se pode olvidar que exceto nos casos
expressamente declinados na legislação, somente aquele que causa o dano é responsabilizado pela sua
reparação, nos termos do art. 927 do CC/2002. O que se observa na espécie, no entanto, é que o suposto
dano moral coletivo está alicerçado na possibilidade do consumidor utilizar os inserts ou onserts para
obstruir a advertência sobre os malefícios do cigarro, o que equivaleria a imputar a responsabilidade civil
a quem não praticou o ato e de forma presumida.” (REsp 1.703.077-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd.
Min. Moura Ribeiro, por maioria, julgado em 11/12/2018, DJe 15/02/2019 – Informativo 642 do STJ)
B) INCORRETA: “1. Caso concreto em que a recorrente foi responsabilizada objetivamente pelos danos
morais sofridos pelos familiares de fumante, diagnosticado com tromboangeíte obliterante, sob o fun-
damento de que a morte decorreu do consumo, entre 1973 e 2002, dos cigarros fabricados pela empresa.
2. Não há deficiência de fundamentação na hipótese em que as premissas fáticas foram bem delineadas
e a decisão foi embasada na análise do conjunto probatório, incluindo referências aos depoimentos tes-
temunhais dos médicos que assistiram o falecido, assim como o cotejo entre o caso concreto e o entendi-
mento jurisprudencial e doutrinário acerca do tema.
3. Referências a textos científicos obtidos a partir de pesquisa realizada pelo magistrado não implicam,
por si, nulidade ou violação do contraditório, quando utilizadas como mero reforço argumentativo.
A vedação jurídico-constitucional é de que o juiz produza provas diretamente, ultrapasse os limites dos
pedidos das partes ou se distancie do caso concreto, comprometendo sua imparcialidade, o que não
ocorreu.
4. Controvérsia jurídica de mérito exaustivamente analisada pela Quarta Turma nos leading cases REsp nº
1.113.804/RS e REsp nº 886.347/RS. Resumo das teses firmadas, pertinentes à hipótese dos autos: (i) peri-
culosidade inerente do cigarro; (ii) licitude da atividade econômica explorada pela indústria tabagista,
possuindo previsão legal e constitucional; (iii) impossibilidade de aplicação retroativa dos parâmetros
atuais da legislação consumerista a fatos pretéritos; (iv) necessidade de contextualização histórico-
-social da boa-fé objetiva; (v) livre-arbítrio do indivíduo ao decidir iniciar ou persistir no consumo do
cigarro; e (vi) imprescindibilidade da comprovação concreta do nexo causal entre os danos e o tabagis-
mo, sob o prisma da necessariedade, sendo insuficientes referências genéricas à probabilidade esta-
tística ou à literatura médica.
8. Na hipótese, não há como afirmar que os produto(s) consumido(s) pelo falecido ao longo de aproxima-
damente 3 (três) décadas foram efetivamente aqueles produzidos ou comercializados pela recorrente.
Prova negativa de impossível elaboração.
9. No caso, não houve a comprovação do nexo causal, sob o prisma da necessariedade, pois o acórdão
consignou que a doença associada ao tabagismo não foi a causa imediata do evento morte e que o pa-
ciente possuía outros hábitos de risco, além de reconhecer que a literatura médica não é unânime quanto
à tese de que a tromboangeíte obliterante se manifesta exclusivamente em fumantes. 10. Não há como
acolher a responsabilidade civil por uma genérica violação do dever de informação diante da alteração
dos paradigmas legais e do fato de que o fumante optou por prosseguir no consumo do cigarro em perío-
do no qual já havia a divulgação ostensiva dos malefícios do tabagismo e após ter sido especificamente
alertado pelos médicos a respeito os efeitos da droga em seu organismo, conforme expresso no acórdão
recorrido. 11. Aquele que, por livre e espontânea vontade, inicia-se no consumo de cigarros, propagando
tal hábito durante certo período de tempo, não pode, doravante, pretender atribuir a responsabilidade
de sua conduta a um dos fabricantes do produto, que exerce atividade lícita e regulamentada pelo Poder
Público. Tese análoga à firmada por esta Corte Superior acerca da responsabilidade civil das empresas
fabricantes de bebidas alcóolicas.
12. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido para restabelecer a sentença de
primeiro grau que julgou improcedente a demanda indenizatória. (REsp 1322964/RS, Rel. Ministro RICAR-
DO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 01/06/2018)
C) CORRETA: O Decreto Federal 4.680/2003 regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no
8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao con-
sumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente
modificados, sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis.
Assim, com o fim de se garantir o direito de informação clara, adequada e verdadeira do produto (artigo
6º, inciso III, da Lei 8 .078/90), de rigor a apresentação de informações nos produtos sobre a sua natureza
geneticamente modificada, inclusive nas notas fiscais, com o escopo de se preservar a informação duran-
te toda as etapas da cadeia produtiva.
Art. 1º Este Decreto regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de
11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao
consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos
geneticamente modificados, sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis.
Art. 2º Na comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo
humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos genetica-
mente modificados, com presença acima do limite de um por cento do produto, o consumi-
dor deverá ser informado da natureza transgênica desse produto.
§ 1º Tanto nos produtos embalados como nos vendidos a granel ou in natura, o rótulo da
embalagem ou do recipiente em que estão contidos deverá constar, em destaque, no painel
principal e em conjunto com o símbolo a ser definido mediante ato do Ministério da Justi-
ça, uma das seguintes expressões, dependendo do caso: “(nome do produto) transgênico”,
“contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)” ou “produto produzido a
partir de (nome do produto) transgênico”.
§ 2º O consumidor deverá ser informado sobre a espécie doadora do gene no local reserva-
do para a identificação dos ingredientes.
§ 3º A informação determinada no § 1o deste artigo também deverá constar do documento
fiscal, de modo que essa informação acompanhe o produto ou ingrediente em todas as
etapas da cadeia produtiva.
§ 4º O percentual referido no caput poderá ser reduzido por decisão da Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança - CTNBio.
D) CORRETA: art. 2º, caput do Decreto Federal 4.680/2003: Art. 2 Na comercialização de alimentos e in-
gredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos
a partir de organismos geneticamente modificados, com presença acima do limite de um por cento do
produto, o consumidor deverá ser informado da natureza transgênica desse produto.
💡💡 GABARITO: B
💡💡 GABARITO COMENTADO
ções obrigatórias são as mesmas do CDC e obrigação de ambos, fornecedor aparente e gatekeeper. Duas
são as palavras-chave na economia digital e na economia do compartilhamento, sem exceções, gratuita
ou onerosa: confiança (e responsabilidade pela confiança criada) e controle (e responsabilidade pelo ris-
co-controle). Vivant analisa os seguintes contratos do comércio eletrônico que, por envolverem consumi-
dores, nos interessam: 1. contratos de acesso técnico às redes eletrônicas (contrato entre o consumidor
e um fornecedor de acesso - servidores, TVs a cabo e outros);283 2. contratos de venda on-line,284 venda
de produtos materiais, que serão entregues a posteriori no local indicado pelo consumidor, e venda de
produtos imateriais (software etc.), a serem enviados pelo mesmo meio eletrônico; 3. contratos de bens
“informacionais”, bens totalmente desmaterializados, como músicas, revistas on-line, educação a distân-
cia, acesso a informações, a imagens, filmes, traillers, histórias em quadrinhos, jogos, videogames etc. In-
cluiríamos, também: 4. contratos de prestação de serviços on-line ou por internet, como contratação com
agências de viagens, transportadoras, seguradoras, bancos e financeiras, contratos não tratados por Vi-
vant. E os contratos da economia do compartilhamento, em que plataformas “colaborativas” na internet
facilitam a utilização temporária de produtos e serviços, muitas vezes prestados por particulares, e que
podem visar transporte, lazer, hospedagem, alimentação, aluguel de produtos e prestação esporádica de
serviços, como carsharing, crowdfounding, couchsurfing etc.” (MARQUES, 2019)
cálice, em que o consumidor e o fornecedor aparente estão cada um em um lado da borda do cálice e é
o fornecedor “conhecido/oculto” e principal, o aplicativo que desenha a base do cálice, que constrói o
“caminho” do negócio, abre ou não a porta para ambos (gatekeeper) ocuparem suas posições negociais e
ainda a forma de “preencher” o cálice com o consumo (seja transporte de um lugar a outro, seja o aluguel
de uma casa na Praia, seja um churrasco ou comida típica, seja o aluguel de uma bicicleta ou carro… para
o consumidor compartilhar).” (MARQUES, 2019)
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
• MARQUES, Claudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor [livro eletrônico]: o novo re-
gime das relações contratuais / Claudia Lima Marques. -- 3. ed. – São Paulo: Thomson Reuters Brasil,
2019;
• MIRAGEN, Bruno; MARQUES, Claudia Lima. Economia do compartilhamento deve respeitar os direitos
do consumidor. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2015-dez-23/garantias-consumo-econo-
mia-compartilhamento-respeitar-direitos-consumidor#_ftn2>. Acesso em 15 de setembro de 2019.
💡💡 GABARITO: D
🏳🏳 DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 42. Acerca dos espaços territoriais especialmente protegidos, assinale a alternativa CORRE-
TA:
B) A Reserva Particular do Patrimônio Público é criada por lei no caso em que se verifica interesse pú-
blico numa dada área privada.
C) A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área com pouca ou nenhuma ocupação humana,
com características naturais extraordinárias, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais e
regular o uso admissível dessas áreas.
D) A Reserva da Fauna é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, somente se ad-
💡💡 GABARITO COMENTADO
A) CORRETA: A Reserva da Biosfera figura no art. 41 da Lei de SNUC, havendo polêmia doutrinária sobre
se seria ou não uma unidade de conservação (ABI-EÇAB; GAIO, 2019). Trata-se de um modelo de gestão
integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da
diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a edu-
cação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações:
“Lei n. 9.985/00: DAS RESERVAS DA BIOSFERA Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado inter-
nacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objeti-
vos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa,
o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da
qualidade de vida das populações. § 1º A Reserva da Biosfera é constituída por: I - uma ou várias áreas-
-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza; II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde
só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e III - uma ou várias zonas
de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são
planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis. § 2º A Reserva da Biosfera é
constituída por áreas de domínio público ou privado. § 3º A Reserva da Biosfera pode ser integrada por
unidades de conservação já criadas pelo Poder Público, respeitadas as normas legais que disciplinam o
manejo de cada categoria específica. § 4º A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo,
formado por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população
residente, conforme se dispuser em regulamento e no ato de constituição da unidade. § 5º A Reserva da
Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental ‘O Homem e a Biosfera – MAB’, estabelecido
pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro.”
Essa gestão territorial integrada (que se assemelha a um zoneamento) pode ser formado por um conjunto
de unidades de conservação próximas e as suas zonas de amortecimento ou corredores, compondo um
grande mosaico no qual as unidades e áreas protegidas necessariamente não são contíguas e são consi-
deradas as áreas núcleo da grande “Reserva”, que pode incluir também as propriedades particulares do
entorno (ABI-EÇAB; GAIO, 2019). Ao todo são 7 (sete) Reservas da Biosfera no país: Mata Atlântica, Cintu-
rão Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço.
B) INCORRETA: Antes de adentrarmos propriamente na análise da assertiva, calha trazermos à baila al-
guns esclarecimentos introdutórios acerca da Lei de SNUC. Consoante sabido, a Lei nº 9.985/00 instituiu
o Sistema Nacional de Proteção de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), tendo conceituado
unidade de conservação como espaço territorial e seus recursos ambientais, legalmente instituído pelo
As primeiras permitem somente o uso indireto (aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou des-
truição) dos recursos naturais, já que objetivam a preservação da natureza, enquanto que as segundas
visam “compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais” (art. 7º, § 2º, da Lei do SNUC).
Especificamente em relação à Reserva Particular do Patrimônio Público (RPPN), cumpre assinalar que
se trata de uma unidade de conservação de uso sustentável, sendo de natureza privada e gravada com
perpetuidade. A RPPN é criada por solicitação do particular perante o órgão ambiental, que verificará
a existência de interesse público e, se deferido, será averbado à margem da inscrição do Registro Pú-
blico de Imóveis (§ 1º):
“Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com
o objetivo de conservar a diversidade biológica. § 1º O gravame de que trata este artigo constará de
termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse
público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. § 2º Só poderá ser
permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento: I - a
pesquisa científica; II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais; III - (VETADO) § 3º
Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica
ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou
de Proteção e de Gestão da unidade.”
C) INCORRETA: O conceito proposto abarca parcialmente o que se entende por Área de Relevante Interes-
se Ecológico (Arie), prevista no art. 16 da lei nº 9.985/2000:
“Art. 16. A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena extensão, com pouca
ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares
raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional
ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de con-
servação da natureza. § 1º A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas ou
privadas. § 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a
utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Relevante Interesse Ecológico.”
Já a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) é uma área natural que abriga populações tradi-
cionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desen-
volvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais, com papel fundamental na
proteção da natureza e na manutenção da biodiversidade (art. 20 da Lei do SNUC). Procura ao mesmo
tempo preservar a natureza e assegurar reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida das
populações tradicionais (§ 1º):
“Lei nº 9.985/00: Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga po-
pulações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos
naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desem-
penham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. §
1º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar a natureza e, ao mes-
mo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da
qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar,
conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas po-
pulações. § 2º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas par-
ticulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que
dispõe a lei. § 3º O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo com o
disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica. § 4º A Reserva de Desenvolvimento Susten-
tável será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração
e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações
tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. §
5º As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes con-
dições: I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e
de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área; II - é permitida e incentivada a pesquisa científica
voltada à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educa-
ção ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade,
às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento; III - deve ser sem-
pre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da população e a conservação; e IV - é admitida a
exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição
da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao
Plano de Manejo da área. § 6º O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável definirá as
zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos, e será apro-
vado pelo Conselho Deliberativo da unidade.”
D) INCORRETA: Novamente houve uma inversão dos conceitos legais, o que é uma forma clássica de co-
brança deste tema nas provas de MP:
“Lei nº 9.985/00: Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tra-
dicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de sub-
sistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios
de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da uni-
dade. § 1º A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas
tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º
A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por
sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade
civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato
de criação da unidade. § 3º A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses
locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. § 4º A pesquisa científica é permitida e
incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às
condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. § 5º O Plano de Ma-
nejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho Deliberativo. § 6º São proibidas a exploração de recur-
sos minerais e a caça amadorística ou profissional. § 7º A exploração comercial de recursos madeireiros
só será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades
desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da
unidade. Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas,
terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre
o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. § 1º A Reserva de Fauna é de posse e domínio
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo
com o que dispõe a lei. § 2º A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo
da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração.
§ 3º É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional. § 4º A comercialização dos produtos e
subprodutos resultantes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.”
💡💡 GABARITO: A