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Desde os anos 90 eu tenho discutido Windows x Linux com defensores do Software Livre, pois eles
são extremamente críticos ao Windows e eu considero importante conhecer a linha de raciocínio e
argumentos que eles utilizam ao criticar o sistema operacional em que eu sou especialista.
Já naquela época eles acreditavam em argumentos (que para mim fora do ambiente técnico eles
eram fantasiosos) que justificariam o uso do Linux ao invés do Windows no desktop.
E hoje em dia, mais de duas décadas depois, o uso do Linux continua irrelevante no desktop com
um market share eternamente estagnado em menos de 2% por razões muito simples.
Por que um sistema operacional gratuito falhou em substituir o Windows e porquê isso não
mudará no futuro?
Quais argumentos fantasiosos os defensores do Linux utilizam para defender esse sistema
operacional e criticar o Windows?
Por que qualquer discussão Windows x Linux no desktop é tecnicamente inútil?
As páginas deste artigo servem como repositório de informações reais e atualizadas com links
idôneos (Linux Foundation, Oracle, RedHat...) que dão total credibilidade às informações postadas,
contradizendo com EXEMPLOS E FATOS REAIS muitas informações incorretas disseminadas por
defensores do Linux e sites de Software Livre.
A página oficial da própria Linux Foundation contradiz isso, informando claramente que "Just like
Windows XP, Windows 7, Windows 8, and Mac OS X, Linux is an operating system" ("Assim como o
Windows XP, o Windows 7, o Windows 8 e o Mac OS X, o Linux é um sistema operacional").
Quem sabe isso incentive-os a estudar um pouco mais sobre Linux, o sistema operacional que eles defendem
cegamente sem sequer compreender o que ele realmente é...
Linux é um sistema operacional gratuito e modular que pode ser facilmente adaptado para ser
utilizado em praticamente todo tipo de dispositivo e equipamento (carros, geladeiras,
computadores, servidores, TVs, brinquedos, satélites, etc.), sendo também o nome utilizado para
definir o kernel ("cérebro") dele.
Supercomputadores, que são basicamente uma calculadora gigante cuja função deles é
realizar cálculos matemáticos a uma velocidade altíssima. Informação interessante: até
recentemente o supercomputador mais rápido do mundo era o chinês Sunway TaihuLight, que
tem nada menos que 10.649.600 cores, mas ele foi superado recentemente pelo Summit da IBM,
que tem "apenas 2.414.592 cores, mas utiliza 27.648 GPUs Nvidia Volta V100.
Dispositivos IoT (Internet das Coisas), que são dispositivos conectados à internet e que
podem ou não ter uma tela. Isso inclui utensílios domésticos, câmeras de segurança,
patinetes, entre muitos outros exemplos.
Para o usuário comum, o Linux pode ser instalado em computadores, sendo que existem várias
distribuições (distros) dele: Ubuntu, Mint, SUSE, Debian, etc.
Como o código-fonte do Linux é aberto e pode ser baixado e alterado, na prática qualquer um
com bons conhecimentos em programação pode criar a sua própria distro e distribui-la
gratuitamente para quem quiser usá-la. Embora um sistema operacional gratuito com código
aberto que pode ser aprimorado e instalado em todo tipo de computador pareça ser a "receita
do sucesso", no mundo real isso não acontece.
A vantagem do Linux ser gratuito é irrelevante se não existir algum benefício ou vantagem
usuários de outros sistemas operacionais querer usá-lo - e a melhor prova de que o preço do
sistema operacional não influencia a escolha do usuário é o macOS.
O macOS conseguiu em cinco anos tudo que o Linux não
conseguiu em mais de duas décadas: ser um concorrente real do
Windows no desktop.
Para piorar, sempre que há algum usuário tem algum problema, a resposta da comunidade é
"você está fazendo errado" e ele comentou que muitos hackers mudaram de Linux para macOS.
Ao contrário do Linux, ele comenta que o macOS não tem problema de incompatibilidade de
drivers de áudio, drivers de vídeo, codecs ou visualizadores de PDF tornando seu uso mais
agradável para seus usuários.
Mas o fato mais ilustrativo disso é que incrivelmente o fundador da Linux Foundation e editor do
site linux.com, Jim Zemlin, utiliza macOS - e não Linux! E ele mostrou isso justamente na abertura
do evento Open Source Summit 2017 aonde ele proclamou que 2017 seria o "ano do Linux no
desktop" (utopia repetida há décadas por muitos defensores desse sistema operacional).
Realisticamente nem a Linux Foundation tem interesse no Linux no desktop - tanto que em 2017 o
site Linux.com publicou um artigo criticando a GPL utilizando palavras como "restritiva" e "vírus",
sendo que esse artigo foi silenciosamente removido do site pouco depois, além do incrível fato a
equipe da Linux Foundation utilizar macOS e também Windows(!!).
Estratégia inexistente
Como cada distro Linux é independente das demais, nunca existiu uma estratégia unificada para
tornar o Linux um concorrente real do Windows no desktop.
Para piorar, algumas distros tentam se parecer com o Windows para atrair o usuário e "diminuir o
impacto" no uso de um novo sistema operacional, embora o problema fundamental do Linux não
seja resolvido: o usuário comum não precisa do Linux para absolutamente nada.
O fracasso do Linux não é uma questão técnica, mas sim mercadológica. Quando o Linux entrou
no nicho de desktop, haviam três desvantagens que ele nunca superou:
Curiosamente isso também aconteceu com a Microsoft quando ela entrou no nicho de
dispositivos móveis com o Windows Phone:
Embora o foco da Microsoft tenha mudado radicalmente nos últimos anos por causa da visão que
o CEO Satya Nadella tem sobre o futuro da empresa (nuvem e Inteligência Artificial ao invés de
Windows e mercado móvel), ela também implementou uma curiosa estratégia para ajudar
desenvolvedores Linux a continuar utilizando Windows ao incluir uma distro Linux dentro do
próprio Windows: WSL (Windows Subsystem for Linux).
Isso tudo permite concluir que o fracasso do Linux no desktop é bastante simples de ser
compreendido. Esse fracasso não mudará se a estratégia das distros continuar a mesma - e é
exatamente isso que continua ocorrendo: o mundo Linux continua sem NENHUMA estratégia que
torne justificável para o usuário comum de Windows migrar para ele.
Pirataria do Windows
A alta pirataria do Windows teoricamente poderia
beneficiar a migração para um sistema operacional
gratuito, mas isso não aconteceu por três motivos:
Desde 2015 o Windows 10 continua sendo totalmente gratuito para usuários de Windows 7 e
Windows 8.x, colocando o "último prego no caixão" do argumento sobre pirataria.
Alguns alegam que "Windows é caro para as empresas", quando uma conta básica de
matemática levando em conta o fator humano contraria isso de maneira simples: se uma empresa
precisa comprar licenças do Windows (algo desnecessário pois ele vem pré-instalado nos
computadores e notebooks), ela gastará cerca de R$ 500 por computador, ou seja, 10 licenças
custam cerca de R$ 5 mil, sendo que elas serão utilizadas por muitos anos.
Enquanto isso, a "Dona Maria do cafezinho" (copeira) ou a "Dona Maria da limpeza" (auxiliar de
limpeza) que ganha mil reais por mês custa para a empresa cerca de R$ 28 mil por ano (com
impostos & afins).
A conclusão óbvia é que o custo do Windows para uma empresa é irrisório diante de todos os
custos fixos dela.
Além disso, eu me divirto quando leio alguém alegar que "a Microsoft não impede a pirataria do
Windows para evitar que os usuários migrem para Linux" ou "se todos usuários domésticos
migrassem para o Linux, a Microsoft teria um prejuízo imenso", pois esses argumentos são
resultado de um raciocínio bastante primitivo sobre esse tema:
A Microsoft deixa de faturar vários BILHÕES de dólares todos os anos por causa da pirataria
(principalmente corporativa), e ela tenta evitar isso com as chaves de ativação, algumas proteções
internas e updates, mas na prática é impossível impedir a pirataria.
Até hoje NENHUM software conseguiu impedir a pirataria - e sinceramente duvido que algum
consiga. Qualquer empresa que crie uma solução antipirataria perfeita ou inviolável -
principalmente para o mercado de games - ficará bilionária licenciando-a.
Há poucos anos a Denuvo desenvolveu uma solução bastante eficiente e criativa para proteção de
games (que verdade protege a proteção DRM dos games), mas em pouco tempo ela também foi
burlada.
Você sabia que de cada MIL cópias vendidas do Windows, apenas QUATRO são adquiridas
por usuários domésticos? Nada menos que 99,6% das vendas de licenças do Windows são
realizadas para o mercado corporativo e fabricantes de computadores (OEM), e não para o usuário
final. Realisticamente o Windows se vende sozinho sem necessidade de marketing ou
convencimento do comprador e não faz o menor sentido alegar que a Microsoft esteja
preocupada com a eventual "migração" do Windows para o Linux pelos usuários domésticos.
Usuários domésticos não migram para Linux porque eles não querem e nem precisam do
Linux, pois o Windows oferece tudo que eles precisam. Simples assim.
No MUNDO REAL o usuário de Windows não precisa do Linux para absolutamente nada, e por
isso ele não tem interesse algum nele. Simples assim.
Nos últimos anos eu prestei consultoria em várias empresas que decidiram cortar custos testando
Linux e OpenOffice/LibreOffice em alguns computadores, e o resultado delas foi o mesmo: em
poucas semanas elas voltaram ao Windows e Office. O motivo foi o mesmo: usabilidade dos
aplicativos, pois usando Linux elas foram obrigadas a substituir os programas que elas sempre
usaram no Windows por outros "similares".
Entre os exemplos estão o Word, Excel, PowerPoint, AutoCAD, Vectorworks, Photoshop, iTunes,
entre outros.
No Brasil a Caixa Econômica Federal era considerado um dos grandes exemplos de uso do Linux e
Software Livre, mas em 2012 ela publicou uma nota informando que "os resultados não foram
satisfatórios" e ela optou por voltar a utilizar Windows e Office.
Some a isso o fato do software disponível para o setor público alemão existir somente em
Windows, e o resultado não poderia ser outro: em 2017 Munique decidiu que os 20 mil
computadores seriam migrados para Windows 10 e Office.
Aquela época primitiva da segurança online mostrou para a Microsoft que ela precisava melhorar
MUITO a segurança do Windows - principalmente depois do Melissa (1999), ILOVEYOU (2000),
Code Red, Nimda e Klez (2001), SQL Slammer (2003), Sasser e MyDoom (2004) e Conficker (2008).
Como 2001 foi um péssimo ano em relação a segurança digital do Windows, no início de 2002 Bill
Gates criou o Trustworthy Computing (TwC), uma iniciativa para aumentar a segurança dos
produtos criados pela Microsoft. Essa decisão foi tão importante que a Microsoft pausou por dois
meses o desenvolvimento de todos os softwares (incluindo o Windows Server 2003) para os
engenheiros e programadores se focarem exclusivamente na segurança deles.
Infelizmente quando linuxers pensam sobre a segurança digital, eles acham que Windows 10 é o
Windows XP - e por isso eles postam tantas informações incorretas sobre esse assunto.
Para piorar, eles consideram que a segurança do Windows está restrita à instalação
default (instalação padrão do sistema operacional) utilizada por centenas de milhões de usuários,
sem saber que o Windows pode ser configurado para ser muito mais restrito e seguro - embora
poucos fazem isso.
O resultado é que qualquer problema de segurança que não causaria nenhum problema em um
Windows corretamente configurado causa sérios problemas no Windows com instalação "default".
Além disso, os internautas ignoram regras básicas de segurança digital que valem para qualquer
sistema operacional (evitar clicar em links suspeitos, por exemplo) - e quanto o usuário sofre
algum problema com isso, o culpado é sempre o Windows por ser "inseguro".
Todas as empresas Fortune 100 utilizam Windows - incluindo a Apple, pois sem Windows ela
jamais poderia desenvolver e testar as versões do QuickTime e iTunes para esse sistema
operacional. Além disso a Apple também não poderia produzir seus computadores, pois os
equipamentos que produzem eles funcionam sob Windows 7.
85% das empresas Fortune 500 utilizam Azure (plataforma na nuvem que utiliza mais de 100
datacenters e milhões de servidores com hosts rodando Windows)
Órgãos governamentais de todos os países utilizam Windows - incluindo a China, que tem
uma edição do Windows 10 específica para eles
Eu não os culpo por isso pois eu sei que eles aprenderam em sites pró-Linux e pró-Software Livre
recheados de "ativistas de teclado", que são aqueles internautas que defendem suas ideologias e
crenças na internet sem saber que no mundo real a realidade é totalmente diferente.
O fato mais importante é que existe uma IMENSA DIFERENÇA entre o Linux enaltecido dos sites,
blogs e fóruns focados nesse sistema operacional, e o Linux verdadeiro usado no MUNDO
REAL longe do propagandismo, marketing e ideologias - e é aí que os argumentos sobre a
"segurança" do Linux caem por terra.
É justamente essa crença absurda de "Linux seguro" que fez o kernel.org (principal site que
distribui o código-fonte do kernel do Linux e que é gerenciado pela própria Linux Foundation)
ser miseravelmente hackeado em 2011, aonde o principal administrador, John Hawley
(Warthog9) informou no pastebin que um trojan foi encontrado em dois servidores, e três outros
também poderiam estar infectados.
O pior nem foi o fato do hacker ter instalado ali o rootkit Phalanx, além do trojan Ebury (que
infecta servidores Linux, FreeBSD e Solaris) em vários outros servidores da mesma rede, mas sim
que durante 17 dias ninguém percebeu *absolutamente nada* ali e o site linux.org ficou fora do
ar por mais de um mês por causa disso!
Para completar essa destruição, algumas semanas após esse problema o
próprio site da Linux Foundation e Linux.com foram invadidos, aonde a
Linux Foundation informou que "provavelmente" isso tenha sido reflexo
da invasão do kernel.org, informando os usuários para alterar suas
senhas e chaves de criptografia pois elas foram comprometidas.
Até hoje muitos criticam a Linux Foundation por não ser transparente,
pois até hoje ela não detalhou o que realmente aconteceu com seus
servidores(!).
O mais curioso é que nada disso teria acontecido se os servidores do kernel.org utilizassem um
bom antivírus, pois além do código-fonte do rootkit Phalanx ter sido disponibilizado na web em
2005, em 2008 ele já estava infectando servidores Linux e há muito tempo ele já era detectado por
antivírus para Linux - mas certamente os administradores achavam que apenas Windows precisa
de antivírus pois "Linux é seguro".
Por fim, o próprio site da Linux Mint foi invadido e os arquivos ISO dessa distro foram substituídos
por outros que continham o malware Tsunami. Isso por si só levantou a importante questão
da dificuldade de se manter uma distro Linux como hobby.
Além disso, os servidores da RedHat foram hackeados e arquivos do Red Hat Enterprise Linux
foram alterados, e também os servidores da Debian foram hackeados.
Isso tudo mostra que NO MUNDO REAL o Linux está muito longe de ser seguro ou imune a
hackers ou malwares.
Além disso, como qualquer outro sistema operacional, o Linux também tem guias mostrando
como deixá-lo mais seguro ("hardening"), pois qualquer profissional de TI competente imune a
ideologias baratas sabe que todos os sistemas operacionais são vulneráveis - e quanto mais
proteção ele tiver, melhor.
ShellShock, um bug que esteve no Bash por 20 anos e permitia execução remota de código
GHOST, vulnerabilidade que existia desde 2000 e permitia acesso remoto a um servidor
Linux bastando enviar um e-mail(!) para isso
Isso sem contar falhas graves no Jenkins, AngularJS, Drupal, Node.js, curl e muitos outros projetos
de código aberto. No final de março de 2019 descobriu-se que todas as versões do
PuTTY (software de código aberto para acesso remoto) tinham vulnerabilidades que
comprometiam a segurança do usuário.
Se você ainda acredita que "código aberto é mais seguro", então eu sugiro você conhecer em
detalhes a WhiteSource, empresa focada em detectar vulnerabilidades em componentes open-
source utilizado por aplicativos. A imagem abaixo mostra o crescimento delas:
Além disso, o fato de um software ser de código aberto não significa que o código foi lido ou
revisado - tanto que o Linux compromete a segurança de milhões de pessoas que utilizam
roteadores D-Link, Netgear, TP-Link, Trendnet e ZyXel por causa de uma falha de driver dele da
década de 90, indicando que aparentemente ninguém revisou esse código por quase 30 anos(!)
Aliás, se você acha que as empresas focadas Software Livre se apoiam mutualmente em prol da
"comunidade" e elas são transparentes em termos de segurança, você deve rever seus conceitos.
Somente 14 dias depois a comunidade foi informada dessa vulnerabilidade - e entre as empresas
focadas em Software Livre que não foram avisadas estão Amazon Web Services, Twitter, Yahoo,
Ubuntu, Cisco, Juniper, Pinterest, Tumblr, GoDaddy, Flickr, Netflix, Instagram, Dropbox, GitHub,
Wikipedia, Wordpress, entre muitas outras.
Procure no Google por "old linux kernel bug" e você comprovará que o fato de um software ter
seu código-fonte acessível não significa EM NADA que ele seja seguro: não é à toa que há anos o
kernel do Linux é constantemente o campeão de vulnerabilidades no CVE.
Um detalhe importante é que muitos pensam que existe uma comunidade unida de jovens
desenvolvedores que acreditam e defendem o ideal do software livre e por isso dedicam seu
tempo para melhorar o kernel do Linux, mas no mundo real a realidade é outra: cerca de 80% do
desenvolvimento do kernel do Linux é realizado por programadores pagos por empresas como
Intel, Red Hat, Samsung, Novell, IBM e Google.
Essas empresas não podem depender do trabalho voluntário sem prazos nem resultados
oferecidos pelos demais desenvolvedores - tanto que a participação dos desenvolvedores
voluntários tem caído ano após ano: em 2012 eram 14,6%, em 2013 eram 13,6% e em 2014 é de
11,8%.
A ESET publicou recentemente a lista dos produtos mais vulneráveis de 2018 da CVE, aonde os
sistemas operacionais mais vulneráveis de 2018 são justamente aqueles que utilizam o kernel
do Linux:
1º lugar: Debian Linux
2º lugar: Android (sistema operacional com kernel do Linux)
3º lugar: Ubuntu Linux
4º lugar: Enterprise Linux Server da RedHat
5º lugar: Enterprise Linux Workstation da RedHat
6º lugar: Enterprise Linux Desktop da RedHat
7º lugar: Windows 10
Além disso, há tempos foi descoberto um bug simplório no Linux: bastava pressionar a tecla
backspace por 28 vezes para acessar um PC com Linux que esteja protegido por senha ou
qualquer outro método de autenticação(!), comprovando que não existe uma relação direta entre
segurança e software de código aberto.
Até mesmo o mecanismo de segurança SELinux, considerado a melhor o opção para deixar o Linux
seguro, tinha uma vulnerabilidade crítica que podia ser explorada, e em 2019 foi descoberta uma
falha noapt/apt-get que permitia execução de código remoto. Além disso, nos últimos anos
apareceram diversas vulnerabilidades antigas detalhadas aqui, aqui e aqui - e há muitas outras
reportadas publicamente.
Além disso, muitas vezes servidores Linux são infectados, mas essa informação está presente
apenas em grupos e fóruns na internet - e a ausência desses casos na mídia ajuda a mascarar esse
problema.
Em relação ao Linux ser imune a malwares, certamente os administradores de rede das empresas
abaixo que sofreram ataques e prejuízos em seus servidores Linux também pensavam isso:
Uma empresa de hospedagem da Coréia do Sul precisou pagar US$ 1 milhão para ter acesso
a 153 servidores Linux que foram hackeados, aonde os arquivos deles foram sequestrados pelo
ransomware Erebus (que na época já era detectado pelos antivírus como RANSOM_ELFEREBUS.A).
Em 2017 apareceu o Hajime, um malware mais sofisticado do que o Mirai que infectou mais
de 300 mil dispositivos IoT rodando Linux. Esse malware também mostra mensagens aleatórias
como essa:
Se o Linux fosse imune a malwares, o próprio site Linux.com (mantido pela Linux Foundation)
jamais publicaria um artigo mostrando como verificar se um computador com Linux está
infectado por algum vírus ou malware(!).
Além disso, existem sites focados em Linux e destinados a administradores de redes com artigos
focados nisso, como uma lista com cinco ferramentas para detectar e remover malwares desse
sistema operacional A conclusão disso tudo é que evidentemente no mundo real o Linux NÃO É
imune a malwares.
Uso de CDN
Muitos sites utilizam CDN (Content Delivery Network) que rodam em servidores com sistemas
operacionais diferentes dos servidores reais do site, dando a falsa impressão que um site roda sob
Linux quando na verdade ele está rodando sob Windows. Dois exemplos simples:
Desta maneira, mesmo que o site da Microsoft esteja rodando sob Windows, sites que mostram
sob qual servidor web um site está rodando erram o resultado, pois eles mostram o sistema
operacional do servidor que está cacheando a página.
Por outro lado, enquanto um site imenso como o site americano do Walmart, por exemplo, exige
centenas de servidores (virtuais ou não) para funcionar corretamente, a contabilização de "servidor
web" dele é a mesma de um micro-site com uma única página descrito no item anterior.
Desta maneira, um único site que utiliza 300 servidores web respondendo por um único
domínio conta como UM servidor web, enquanto um único servidor Linux com 5.000 micro-
sites conta como 5.000 servidores web, invertendo por completo a contabilização de servidores
web.
O resultado disso tudo é que realisticamente as estatísticas relacionadas aos servidores web da
Netcraft não servem para absolutamente nada para comparar servidores web, além da variação
absurda dos resultados mês a mês:
Conclusão: além das estatísticas da Nefcraft não servirem para nada, não existe nenhuma
comprovação real que a maioria dos servidores web rodam Linux.
Um detalhe importante é que muitos linuxers confundem servidores web (que hospedam sites e
serviços) com servidores gerais (responsáveis por serviços e infraestrutura da própria internet),
pois nesse caso praticamente são usados somente servidores UNIX e Linux.
A própria Oracle, apoiadora do Linux, disponibiliza um documento da IDC com o total de vendas
de servidores Windows, Linux, Unix e outros entre 2001 e 2014, mostrando claramente que
servidores com Windows sempre venderam muito mais do que servidores com Linux:
Em 2010 o IDC mostrou que Windows Server já tinha 73,9% do mercado enquanto Linux tinha
apenas 21,2%. Até mesmo a RedHat (sinônimo de Linux) mostra em 2018 que o Windows domina
o nicho de servidores:
Na realidade não tem como sabermos com precisão qual sistema operacional domina a venda dos
servidores dos maiores fabricantes (Dell, HP, IBM..), pois eles podem vir pré-instalados com
Windows ou Linux, ou então sem nenhum sistema operacional.
Com isso, um site hospedado no Azure que esteja rodando Linux está fazendo isso em uma
máquina virtual (VM) cujo host está funcionando sob Windows - algo que não é levado em
conta em nenhuma estatística de uso de servidores físicos.
O mesmo acontece com o AWS da Amazon, que utiliza primariamente Linux para hospedar as
máquinas virtuais da sua plataforma - então um site hospedado no AWS que esteja rodando
Windows está fazendo isso em uma máquina virtual (VM) cujo host está funcionando sob Linux -
algo que não é levado em conta em nenhuma estatística de uso de servidores físicos.
Essa questão é evidente ao saber que desde 2012 a Oracle está processando o Google pelo uso
indevido das APIs do Java no Android, sendo que esse caso é tão emblemático que ambas as
empresas alegam que têm razão e em Fev/2019 o caso chegou à Suprema Corte dos EUA. Um
detalhe interessante é que grandes empresas de TI como Microsoft, Red Hat, Mozilla e
outras apoiam o Google nessa questão.
Por fim, alegar erroneamente que "Android é Linux" nem deveria ser algo vantajoso, pois ele é um
dos sistemas operacionais mais vulneráveis, com o agravante de depender do Google para sua
melhoria - e o que acontece quando o Google se recusa a corrigir uma falha que afeta 60% dos
smartphones com esse sistema operacional ou quando o "reset de fábrica" não impede que os
dados apagados sejam recuperados?
Mas isso tudo durou pouco: dia 20/Set/2014 a United Space Alliance deixou de existir (pois o
programa do Ônibus Espacial acabaria no ano seguinte) e a realidade mostra que tanto a NASA
quanto a ISS nunca deixaram de usar Windows.
No mundo real, longe das discussões ideológicas, A NASA continua usando Windows, além de
Linux, macOS, UNIX e vários outros sistemas operacionais (incluindo COBOL e Fortran) - tanto aqui
no planeta Terra quanto na ISS.
E as melhores provas disso são vídeos da própria NASA mostrando isso. Alguns exemplos:
2. Assista esse sensacional passeio filmado em 4K na ISS em Outubro/2016 e você verá vários
notebooks rodando Windows ali:
3. Em Março/17 esse vídeo sobre uma engenheira de vôo da NASA mostra computadores com
Windows 7:
Se você quer mais vídeos do Windows em uso na NASA e ISS, assista vários vídeos do canal da
NASA no YouTube.
Aliás, adivinhe o sistema operacional que a NASA utilizou ao transmitir o recente vídeo da cápsula
Crew Dragon da SpaceX se conectando à Estação Espacial Internacional no dia 3 de Março/2019?
Conclusão: evidentemente a NASA não abandonou Windows, pois ele continua em uso tanto na
própria NASA quanto na ISS.
Mitos e lendas utilizados por defensores do Linux
Infelizmente a imensa maioria dos linuxers nunca estudou muito a fundo a questão Linux x
Windows, "aprendendo" sua ideologia com outros linuxers e youtubers que igualmente não
estudaram e que também acreditam em crenças e informações incorretas quando o assunto é
Linux x Windows.
Não existe NENHUM motivo para o Windows ser reinstalado (seja por questão de desempenho
ou segurança) - ou tenha certeza que corporações com dezenas de milhares de computadores
seriam as primeiras a reclamar disso.
Na prática quem "formata" o Windows a todo instante faz isso por estar com algum problema
no computador e não ter capacidade para detectá-lo e resolvê-lo - e por isso ele acha que a
culpa é do Windows e ele precisa ser reinstalado. Meus cursos ensinam essas pessoas, evitando
que isso aconteça.
Um ótimo exemplo disso foi a GHOST, uma falha que durante 15 anos permitiu acesso remoto a
computadores rodando Linux(!)
Com Linux eu posso criar meu próprio sistema operacional Sim, se você for um
desenvolvedor experiente, você pode - mas quem vai usá-lo?? O mundo está se lixando para
"criação do seu próprio sistema operacional" pois Windows faz tudo que as pessoas querem,
gostam e precisam.
O fato é 99,99% dos internautas não sabem, não querem e não se interessam em desenvolver
nada - e ainda menos criar "seu próprio sistema operacional" por hobby, perdendo tempo e
dinheiro reinventando a roda e criando mais um fracasso.
Com Linux eu não fico "preso no Windows" nem sou "refém da Microsoft" Pelo que me
consta, não existe absolutamente nada nos Termos de Uso do Windows ou na Constituição
brasileira que obrigue você a utilizar o Windows.
Realisticamente ninguém está "preso no Windows" ou "refém da Microsoft", pois qualquer um
pode desinstalar o Windows e utilizar Linux no seu lugar, fazendo o mesmo com os demais
programas da Microsoft.
As pessoas usam Windows ao invés de Linux pois o Windows é uma excelente SOLUÇÃO para elas
- e argumentar que isso é uma imposição é tão absurdo quanto alguém que prefere subir as
escadas de um edifício alegar que não está "preso" ou é "refém" dos elevadores, pois cada pessoa
decide qual é a melhor SOLUÇÃO para ela.
Além disso, eu detalhei vários motivos de porquê usuários de Windows não migram para Linux
mesmo que esse sistema operacional seja gratuito.
Sistema operacional seguro é aquele que está atualizado e corretamente configurado para evitar
invasões e malwares - e o melhor sistema operacional é aquele que permite fazer tudo que você quer
e precisa com o melhor custo/benefício possível, independentemente se ele é código-aberto ou não.
Além disso, para o melhor sistema operacional se tornar a melhor SOLUÇÃO para uma empresa, é
preciso levar em conta o workflow (processos de trabalho) existente na empresa: de nada adianta
você implementar um computador com Linux em um ambiente que só tem computadores com
Windows e esperar que todo processo de trabalho funcione sem falhas. Por esse motivo os
exemplos no item Usabilidade e Compatibilidade acima são tão importantes.
Eu acho divertido ler comentários de usuários de Linux que garantem que ele "funciona muito
bem" para ele, esquecendo que a solução adotada em um cenário doméstico não pode ser
comparada com a adoção em cenários muito maiores e mais complexos.
Ao meu ver, o maior problema nas discussões Linux x Windows é que muitos linuxers acreditam
cegamente em uma ideologia imutável (igual a qualquer seguidor religioso) e jamais aceitarão que
o sistema operacional que eles veneram está muito longe de ser tão "superior" ao Windows
quanto eles imaginam - e provas disso é o que não falta, conforme os mais de 120 links de sites
idôneos que eu postei nesse artigo com fatos do mundo real comprovando isso.
Como uma simples migração de plataformas era impossível, nos anos seguintes o Hotmail se
tornou o primeiro ambiente multiplataforma na Microsoft, aonde eram testadas novidades e
melhorias no próprio Windows (principalmente no IIS, gerenciamento de memória, componentes
de rede, TCP e segurança) para ele trabalhar em conjunto com outros sistemas operacionais.
O resultado disso é que a migração final do Hotmail para Windows Server 2003 e SQL Server
aconteceu em 2004, mas desde então o trabalho focado em interoperabilidade e multiplataforma
não parou.
Em 2006 a Microsoft fechou uma parceria com a Novell (dona da SUSE naquela época) que
envolvia suporte na virtualização do SUSE Linux Enterprise Server, além da integração do Active
Directory com o eDirectory da Novell e aumentar a interoperabilidade entre os formatos OpenXML
(do Office) e OpenDocument (do OpenOffice). Em 2001 essa parceria foi renovada quando a SUSE
já havia sido comprada pelo The Attachmate Group.
Em 2018 ela se uniu à OIN (Open Invention Network), um grupo de mais de 2.400 empresas que
concordaram em licenciar gratuitamente suas patentes para o "Sistema Linux", uma coleção de
projetos que inclui o kernel do Linux, diversas ferramentas e utilitários utilizados no Linux e boa
parte do Android. Com isso, ela basicamente "doou" 60 mil patentes que poderão ser utilizadas no
sistema operacional Linux.
Até mesmo a premiação MVP da Microsoft inclui diversos profissionais altamente qualificados em
plataformas híbridas que criam artigos e vídeos abordando a interoperabilidade Windows / Linux /
UNIX, como por exemplo esse ótimo vídeo do MVP Paulo Sant'anna abordando Servidores Linux
e Unix em ambientes Microsoft:
Como você pode ver, ao contrário de Steve Ballmer (ex-CEO da Microsoft que em 2000 considerou
que o Linux era comunista e em 2001 disse (absurdamente) que Linux era um câncer), há muitos
anos a Microsoft tem se beneficiado e lucrado com o Linux (principalmente sob Azure) - e com
Satya como CEO isso tornou-se ainda mais evidente.
Quando a Microsoft comprou o GitHub por US$ 7,5 bilhões em 2018, Satya disse que "Estamos
todos com o Software Livre" e "A Microsoft é uma empresa de desenvolvimento. Vamos operá-lo
como uma plataforma aberta para qualquer idioma, qualquer estrutura, qualquer plataforma". Isso
apenas comprova que as discussões sobre sistemas operacionais e até mesmo tipos de linguagem
de desenvolvimento estão cada dia mais inúteis e ultrapassadas.
CONCLUSÃO
A conclusão desse artigo é que discutir Linux x Windows é basicamente inútil, e que no mundo
real (longe dessas discussões teóricas e filosóficas) o Linux está longe de ser tão seguro quanto
seus defensores pregam, além da catequese dos linuxers ser inútil por vários motivos que eu citei
anteriormente.
Sobre o Linux no desktop, que é basicamente o foco desse artigo, eu comprovei com facilidade
que o fracasso descomunal do Linux no desktop não é uma questão técnica, mas sim
mercadológica - e isso não vai mudar nos próximos anos. Enquanto linuxers e defensores do
Software Livre alegam que "existem distros que substituem o Windows", eles esquecem que isso é
irrelevante para o usuário final, pois o impedimento do uso delas não muda há décadas: o foco
delas é no sistema operacional ao invés dos programas.
Eu finalizo esse artigo com a frase que eu postei centenas de vezes em diversas discussões
Windows x Linux e também neste artigo:
Enquanto Linux é apenas um sistema operacional, Windows é uma SOLUÇÃO para o usuário de
desktop que pode usar ali tudo que quer, gosta e precisa - e não é à toa que milhões de usuários
continuam preferindo usar Windows XP de 2001 ou Windows 7 de 2009 do que qualquer distro Linux
de 2019
[]s
Aurélio "Baboo"
www.baboo.com.br
MVP Windows 2003-2019
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