Você está na página 1de 16

ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO - UPE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


MICROONDAS

TV DIGITAL EVOLUÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS


PADRÕES EXISTENTES

por

MARIA APARECIDA DA SILVA


Recife, Dezembro de 2006

História da televisão digital


A história da televisão digital data do momento em 1970, quando a direção da rede
pública de TV do Japão Nippon Hoso Kyokai (NHK) juntamente com um consórcio de cem
estações comerciais, dão carta branca aos cientistas do NHK Science & Technical Research
Laboratories para desenvolver uma TV de alta definição (que seria chamada de HDTV).

Os esforços eram para se descobrir uma tecnologia capaz de dar ao telespectador as


sensações mais próximas possíveis, tanto em imagem quanto em som, daquelas
experimentadas por um espectador no cinema.Isso exigia não só maior nitidez da imagem e
estabilidade na transmissão, mas também uma tela com dimensões proporcionais a das
salas de projeção. Ao constatarem que não era tão fácil dobrar o número de linhas do
receptor (de 525 ou 625 para 1000 ou 1200 linhas), os técnicos japoneses entenderam ser
ainda mais difícil melhorar a qualidade da transmissão a partir da plataforma analógica.

Não existia tecnologia capaz de realizar a compressão necessária para a transmissão


de informações no volume exigido pela alta definição a partir de um canal tradicional de 6
MHz. Entretanto, com a digitalização, aumentavam as probabilidades de se atingir esta
meta.

Década de 80: a metade do caminho


O consórcio Hi-Vision Promotion Association passou a operar uma hora por
dia do serviço Digital Hi-Vision Broadcasting, que era a HDTV em sua fase inicial. O
serviço foi lançado oficialmente em 1 de Dezembro de 2000 e já é recebido por mais de 14
milhões de aparelhos, ou um terço dos domicílios do Japão. Patrocinados pela Comunidade
Européia, os pesquisadores europeus também fixaram-se sobre um padrão único, que num
primeiro momento foi chamado de Memorando. Em 1986, já como projeto Eureka, os
europeus chegaram a uma alternativa similar à japonesa, batizada de Multiplexed Analog
Componentes (MAC). Para a alta definição, foi criada a versão HD-MAC, cujo diferencial
era operar com um maior número de pixel.

Os europeus lançaram o embrião do que seria um caminho próprio na procura


pela TV de melhor qualidade visual. O esforço resultou no sistema HD-Mac.Nos
primórdios da nova plataforma, todos os avanços que se faziam na Ásia e na Europa eram
acompanhados de perto pelos mesmos setores nos Estados Unidos. Tanto os radio difusores
e os fabricantes quanto o governo norte-americano faziam questão de encontrar uma
solução nacional para a questão.

Em 1983, 25 organizações haviam criado o grupo que iria liderar os esforços para
conceber a tecnologia “made in USA”, a Federal Communications Commission (FCC). Em
1987, o órgão regulador convocou 58 redes de TV para estudar os possíveis impactos
tecnológicos da então chamada Advanced TV (ATV) sobre os serviços existentes. No
mesmo ano, a FCC formou o Advisory Committee on Advanced Television Service
(Television Test Center) (ATTC), uma organização privada sem fins lucrativos voltada para
o teste das novas tecnologias de DTV.

O final da década de 80 e o início dos anos 90 foram marcados pela implementação


da solução final que seria conhecida mundialmente pela sigla MP3, o formato mais usado
para compressão de arquivos de música na internet. Em 1994, juntava-se ao MPEG-1 o
MPEG-2.

Com grande poder de compressão , a segunda versão da tecnologia tornou-se o


padrão oficial dos sistemas de Digital Video Disc (DVD) e da TV de alta definição
(HDTV). Se coube aos japoneses as primeiras iniciativas no sentido de viabilizar a
transmissão no formato de alta resolução digital, ficou com os europeus o mérito de
desenvolver a tecnologia que condensava os dados de uma forma satisfatória para a
transmissão segura de vídeo em alta definição.

Em paralelo aos avanços que obtinha com o formato MPEG, a Europa preocupava-
se em fixar um padrão único para a radiodifusão digital. Em março de 1991, seis membros
do quadro do padrão PAL plus reuniram-se em um hotel no sudoeste da Alemanha para um
encontro informal de fim-de-semana. Dois eram representantes dos radio difusores públicos
da Alemanha e quatro representavam a indústria eletroeletrônica da Europa. No encontro,
eles se questionaram sobre a situação da transmissão digital no continente. Três das
principais conclusões dos especialistas incrementaram o ritmo da implantação da TV
Digital no continente.

A primeira era a constatação de que o padrão MAC não traria um ganho perante o
já existente padrão PAL, adotado pelos serviços de transmissão por satélite. Além disso, o
mercado de consumo de massa da TV de alta definição não seria introduzido em um
período menor do 5 a 8 anos. Perante este cenário, os participantes do encontro entenderam
que o "trabalho de padronização da radiodifusão digital de vídeo na Europa deveria iniciar
imediatamente".

Um relatório da agência reguladora norte-americana detalhou em 1996 que o


grupo acabou desenvolvendo um sistema de DTV que “dramaticamente aumenta a
qualidade técnica da transmissão de televisão, ajudando a preservar para os consumidores e
para nossa sociedade democrática os benefícios de um vibrante e saudável serviço de
televisão gratuito pelo ar no futuro”.

No mesmo documento, a comissão destacou que o sistema dava aos usuários “acesso
a uma potencial hospedagem de serviços de informação”. Em torno desta tecnologia mais
abrangente para a radiodifusão, portanto, nascia em 16/9 de 1995 o Advanced Television
Systems Committee (ATSC) – entidade criada a partir de um Joint Committee on Inter-
Society Coordination (JCIC) formado após a "Grande Aliança".

Além de definir que qualquer adesão ao ATSC seria voluntária, o comitê estabeleceu
que o engajamento só teria efeito com o aval da FCC. Com esta decisão, o grupo legitimou
o poder oficial do órgão regulador sobre o padrão norte-americano. O trabalho do grupo
também determinou os padrões que diferenciariam a HDTV da EDTV e esta da SDTV e da
LDTV.

1996-2000: Nasce a TV Digital


Em 28 de novembro de 1995, o Acats recomendou que a agência do governo dos
EUA sugerisse o ATSC como o padrão norte-americano de TV Digital. Antes disso, foram
detalhados as partes que comporiam o sistema: codificação de áudio e vídeo, multiplexação
de sinais, modulação para transmissão e demodulação de áudio e vídeo (recepção).Com a
recomendação, a FCC avalizava oficialmente o ATSC.

Em 21 de abril de 1997, foi concluído o Fifth Report and Order, documento onde
foram delineadas as regras e políticas do serviço de TV Digital. Foi neste texto que o
governo dos EUA baixou o prazo de oito anos – originalmente imaginado em 15 anos –
para a transição do sistema analógico para o digital. Em 1º de novembro de 1998, 26
estações voluntárias das dez regiões mais importantes do EUA estavam catalogadas para
iniciar as transmissões digitais em caráter experimental. Cada uma recebeu um canal extra
do governo para transmitir sua programação no formato digital. Algumas semanas depois,
outras 15 estações foram adicionadas ao programa de transmissão voluntária em DTV.

Por volta de 1º de maio de 1999, todas as emissoras estabelecidas nos 10 maiores


mercados e afiliadas às maiores redes (ABC, CBS, Fox and NBC) estavam requisitando
autorização para transmitir com sinal digital. Seis meses depois, em 1º de novembro, as
afiliadas destas quatro redes nos 30 maiores mercados dos Estados Unidos entraram na fila
pelo canal digital. Para todas as demais estações comerciais, incluindo as independentes, a
FCC estipulou o prazo final de 1º de maio de 2002 para o início das transmissões. As
emissoras não-comerciais deverão começar a transição até 1º de maio de 2003.

Nos EUA, todas as empresas deverão estar atuando somente com a tecnologia
digital até 2006. Em todo o planeta, atualmente cerca de cem estações operam com o
padrão desenvolvido pelo ATSC. Entretanto, fora de seu país de origem o padrão opera
comercialmente apenas no Canadá (8/11/97), Taiwan (8/5/98) e na Coréia do Sul
(21/11/97).

Pioneiro com o sistema Muse, o Japão ficou para trás na corrida enquanto testava
seu serviço Hi-Vision. Começou a recuperar fôlego a partir de 1997, quando a rede NHK
despendeu esforços e recursos para formar o consórcio Digital Broadcasting Experts Group
(DiBEG) e desenvolver o Integrated Services Digital Broadcasting (ISDB). Concebido com
diversas semelhanças em relação à tecnologia européia DVB, o padrão japonês tem um
diferencial importante: sua plataforma suporta múltiplas aplicações.

Um canal de 6 MHz foi projetado para suportar até 13 serviços ou emissoras


diferentes. Em dezembro de 2000, a operação do Muse via satélite foi substituída pelo
padrão totalmente digital ISDB. O país lançou comercialmente os serviços de TV Digital
terrestre a partir de 2003.
Inovações Técnicas e Tecnológicas da TV
Digital.Qualidade Técnica de Imagem e Som

 Resolução da imagem - Os primeiros receptores apresentavam 240 linhas de vídeo.


Atualmente, um monitor analógico de boa qualidade apresenta entre 525 e 625 linhas. Na
televisão digital de alta definição, chega-se a 1080 linhas com o padrão HDTV.

 Novo formato da imagem - A tela dos monitores digitais passará do formato 4:3,
típico da TV analógica, para o formato 16:9, mais próximo do formato panorâmico de uma
tela de cinema.

 Qualidade do som - A televisão iniciou com som mono (um canal de áudio),
evoluiu para o estéreo (dois canais, esquerdo e direito). Com a TV digital, passará para seis
canais (padrão utilizado por sofisticados equipamentos de som e home theaters).

Interatividade

 Interatividade Local - O conteúdo é transmitido unilateralmente para o receptor de


uma só vez. A partir daí, o usuário pode interagir livremente com os dados que ficam
armazenados no seu receptor. Um novo fluxo de dados ocorre apenas quando é solicitada
uma atualização ou uma nova área do serviço é acessada.

 Interatividade com Canal de Retorno Não-Dedicado - A interatividade é


estabelecida a partir da troca de informações por uma rede à parte do sistema de televisão,
como uma linha telefônica. O recebimento das informações ocorre via ar, mas o retorno à
central de transmissão se dá pelo telefone.

 Interatividade com Canal de Retorno Dedicado - Com a expansão das redes de


banda larga, pode ser desenvolvido um meio específico para operar como canal de retorno.
Para isso, o usuário da TV digital necessitaria não apenas de antenas receptoras, mas
também de antenas transmissoras, e o sistema, a capacidade de transportar os sinais até a
central de transmissão.
Acessibilidade

 Facilidades para Gravação de Programas - A introdução de sinais codificados de


início e fim de programas facilitará o acionamento automático de videocassetes ou
gravadores digitais dos usuários.

 Gravadores Digitais Incluídos nos Receptores ou Conversores - Alguns modelos de


aparelhos receptores ou mesmo os conversores poderão incorporar gravadores digitais de
alto desempenho (semelhantes aos discos rígidos utilizados nos computadores) que poderão
armazenar muitas horas de gravação e permitir que o usuário escolha a hora de assistir o
programa que desejar.

 Múltiplas Emissões de Programas - A transmissão de um mesmo programa em


horários descontínuos (um filme, por exemplo, iniciando de 15 em 15 minutos) em diversos
canais permitirá que o usuário tenha diversas oportunidades para assistir ao programa
desejado a um horário escolhido.

Recepção

 Otimização da Cobertura - A tecnologia digital possibilita flexibilidade para ajustar


os parâmetros de transmissão de acordo com as características geográficas locais. Em áreas
acidentadas ou com muitos obstáculos (grandes cidades com muitos edifícios, por exemplo)
pode ser utilizado o recurso da transmissão hierárquica.

 Com este recurso, um programa pode ser transmitido (com sinal menos robusto) de
modo a ser recebido em locais mais favoráveis, através de antenas externas, por exemplo,
enquanto outro programa ou o mesmo programa do mesmo canal é transmitido (com sinal
mais robusto) com uma menor resolução de imagem para recepção em todos os pontos da
área de prestação do serviço. Isto permite que terminais portáteis ou móveis (instalados em
veículos) possam receber sem problemas as transmissões.

Canais por Demanda e Pay-Per-View(PPV) a


qualquer momento
Antigamente, quem quisesse assistir a um canal de filme tinha que ter ciência da
programação, ou mesmo um PPV, os clientes tinham que esperar o início do programa
almejado para que possa comprá-lo. Agora com canais por demanda a programação fica
disponível como vídeos avulsos, podendo ser iniciado a hora que desejar, parar ou até
mesmo começar outra vez quantas vezes achar conveniente.

História
O princípio

A história da televisão digital inicia-se nos anos 1970, quando a direção da rede
pública de TV do Japão Nippon Hoso Kyokai (NHK) juntamente com um consórcio de 100
estações comerciais, dão carta branca aos cientistas do NHK Science & Technical Research
Laboratories para desenvolver uma TV de alta definição (que seria chamada de HDTV).

Os esforços estavam direccionados para a pesquisa de uma solução tecnológica


capaz de dar ao telespectador as sensações mais próximas possíveis, tanto em imagem
quanto em som, daquelas experimentadas por um espectador no cinema. Isso exigia não só
maior nitidez da imagem e estabilidade na transmissão, mas também uma tela com
dimensões proporcionais à das salas de projeção.

Ao constatarem que não era tão fácil dobrar o número de linhas do receptor (de 525
ou 625 para 1000 ou 1200 linhas), os técnicos japoneses entenderam que seria ainda mais
difícil melhorar a qualidade da transmissão a partir da plataforma analógica. Não existia
tecnologia capaz de realizar a compressão necessária para a transmissão de informações no
volume exigido pela alta definição a partir de um canal tradicional de 6 MHz. No entanto,
com o advento das tecnologias digitais, aumentaram as probabilidades de se atingir esta
meta.

Décadas de 1980 e 1990


Na década de 1980, o consórcio Hi-Vision Promotion Association passou a operar o
serviço Digital Hi-Vision Broadcasting durante uma hora por dia, que era a HDTV em sua
fase inicial. O serviço foi lançado oficialmente em 1 de Dezembro de 2000 e já é recebido
por mais de 14 milhões de aparelhos, ou um terço dos domicílios do Japão.

Na Europa, os pesquisadores patrocinados pela Comunidade Européia fixaram-se


também no desenvolvimento de um padrão único, que, foi chamado originalmente de
Memorando.Em 1986, já com o projeto Eureka, os europeus chegaram a uma alternativa
similar à japonesa, batizada de MAC (Multiplexed Analog Components).
Para a alta definição, foi criada a versão HD-MAC, cuja principal diferença era
operar com um maior número de pixels. Os europeus lançaram o embrião do que seria um
caminho próprio na procura pela TV de melhor qualidade visual.

Nos primórdios da nova plataforma, os avanços efetuados na Ásia e na Europa eram


acompanhados de perto pelos mesmos setores nos Estados Unidos. Tanto os radio difusores
e fabricantes quanto o governo norte-americano faziam questão de encontrar uma solução
nacional para a questão.

Já em 1983, 25 organizações haviam criado o grupo que iria liderar os esforços para
conceber a tecnologia americana, a Federal Communications Commission (FCC) e em
1987, o órgão regulador convocou 58 redes de TV para estudar os possíveis impactos
tecnológicos da então chamada Advanced TV (ATV sobre os serviços existentes. No
mesmo ano, a FCC formou o Advisory Committee on Advanced Television Service
(Television Test Center) - (ATTC), uma organização privada sem fins lucrativos destinada
ao teste das novas tecnologias de televisão digital.

O final da década de 1980 e o início dos anos 1990 foram marcados pela
implementação da solução final que seria conhecida mundialmente pela sigla MP3, o
formato mais usado para compressão de arquivos de música na internet. Em 1994, juntava-
se ao MPEG-1 o MPEG-2. Com grande poder de compressão, a segunda versão da
tecnologia tornou-se o padrão oficial dos sistemas de Digital Video Disc (DVD) e da TV de
alta definição (HDTV).

Se couberam aos japoneses as primeiras iniciativas no sentido de viabilizar a


transmissão no formato de alta resolução digital, ficou com os europeus o mérito de
desenvolver a tecnologia que comprimia os dados de uma forma satisfatória para a
transmissão segura de vídeo em alta definição.

Em paralelo aos avanços que obtinha com o formato MPEG, a Europa preocupava-
se em fixar um padrão único para a radiodifusão digital.

Em março de 1991, seis membros do quadro do padrão PAL plus reuniram-se num
hotel no sudoeste da Alemanha para um encontro informal de fim-de-semana. Dois eram
representantes dos radio difusores públicos da Alemanha e quatro representavam a indústria
eletroeletrônica da Europa. No encontro, foram apresentadas questões sobre a situação da
transmissão digital no continente. Três das principais conclusões dos especialistas
incrementaram o ritmo da implantação da TV Digital no continente. A primeira era a
constatação de que o padrão MAC não traria um ganho perante o já existente padrão PAL,
adotado pelos serviços de transmissão por satélite. Além disso, o mercado de consumo de
massa da TV de alta definição não seria introduzido em um período menor do que 5 a 8
anos. Perante este cenário, os participantes do encontro entenderam que o trabalho de
estandartização da radiodifusão digital de vídeo na Europa deveria iniciar imediatamente.

Um relatório da agência reguladora norte-americana detalhou em 1996 que o grupo


acabou desenvolvendo um sistema de televisão digital que “dramaticamente aumenta a
qualidade técnica da transmissão de televisão, ajudando a preservar para os consumidores e
para nossa sociedade democrática os benefícios de um vibrante e saudável serviço de
televisão gratuito pelo ar no futuro”.

No mesmo documento, a comissão destacou que o sistema dava aos usuários


“acesso a uma potencial hospedagem de serviços de informação”. Em torno desta
tecnologia mais abrangente para a radiodifusão, portanto, nascia a 16 de setembro de 1995
o Advanced Television Systems Committee (ATSC) – entidade criada a partir de um Joint
Committee on Inter-Society Coordination (JCIC) formado após a "Grande Aliança". Além
de definir que qualquer adesão ao ATSC seria voluntária, o comitê estabeleceu que o
engajamento só teria efeito com o aval da FCC. Com esta decisão, o grupo legitimou o
poder oficial do órgão regulador sobre o padrão norte-americano. O trabalho do grupo
também determinou os padrões que diferenciariam a HDTV da EDTV e esta da SDTV e da
LDTV.

1996 a 2000
Em 28 de novembro de 1995, o A cats recomendou que a agência do governo dos
EUA sugerisse o ATSC como o padrão norte-americano de televisão Digital. Antes disso,
foram detalhados as partes que comporiam o sistema: codificação de áudio e vídeo,
multiplexação de sinais, modulação para transmissão e demodulação de áudio e vídeo para
a recepção.

Com esta recomendação, a FCC avalizava oficialmente o ATSC. Em 21 de abril de


1997, foi concluído o Fifth Report and Order, documento onde foram delineadas as regras
e políticas do serviço de TV Digital. Foi neste texto que o governo dos EUA baixou o prazo
de oito anos – originalmente imaginado em 15 anos – para a transição do sistema analógico
para o digital. A 1 de novembro de 1998, 26 estações voluntárias das dez regiões mais
importantes do EUA estavam catalogadas para iniciar as transmissões digitais em caráter
experimental. Cada uma recebeu um canal extra do governo para transmitir sua
programação no formato digital. Algumas semanas depois, outras 15 estações foram
adicionadas ao programa de transmissão voluntária em DTV.

Em princípios de maio de 1999, todas as emissoras estabelecidas nos 10 maiores


mercados e afiliadas às maiores redes (ABC, CBS, Fox e NBC) estavam requisitando
autorização para transmitir com sinal digital. Seis meses depois, a 1 de novembro, as
afiliadas destas quatro redes nos 30 maiores mercados dos Estados Unidos entraram na fila
pelo canal digital. Para todas as demais estações comerciais, incluindo as independentes, a
FCC marcou o prazo final para 1 de maio de 2002 para o início das transmissões. As
emissoras não-comerciais começariam a transição até 1 de maio de 2003.

Nos EUA, todas as empresas deverão estar atuando somente com a tecnologia
digital até 2006. Em todo o planeta, atualmente, cerca de cem estações operam com o
padrão desenvolvido pelo ATSC. Entretanto, fora de seu país de origem o padrão opera
comercialmente apenas no Canadá, a partir de 8 de novembro de 1997, Coréia do Sul, a
partir do dia 21 de novembro de 1997 e Taiwan, a partir de 8 de maio de 1998

Já Japão, que havia sido pioneiro com o sistema Muse, ficou para trás na corrida
durante os testes ao seu serviço Hi-Vision. Começou no entanto a recuperar fôlego a partir
de 1997, quando a rede NHK despendeu esforços e recursos para formar o consórcio
Digital Broadcasting Experts Group (DiBEG) e desenvolver o Integrated Services Digital
Broadcasting (ISDB).

Concebido com diversas semelhanças em relação à tecnologia européia DVB, o


padrão japonês tem um diferencial importante: sua plataforma suporta múltiplas aplicações.
Um canal de 6 MHz foi projetado para suportar até 13 serviços ou emissoras diferentes. Em
dezembro de 2000, a operação do Muse via satélite foi substituída pelo padrão totalmente
digital ISDB. O país lançou comercialmente os serviços de televisao digital terrestre a partir
de 2003.

Meios de Transmissão

Uma antena que recebe sinais de TV Digital por satélite. Na Europa, a SKY TV já
transmite em HDTV.

Assim como a televisão analógica convencional, o sinal digital viaja por diferentes
meios - que deverão continuar coexistindo após a adoção do padrão digital.

 Terrestre - Transmitido por ondas de radiofreqüência, os sinais digitais são


transmitidos no ar e necessitam de antenas e receptores apropriados para a sua recepção.
Este é provavelmente o meio mais aguardado da televisão digital já que seu custo
econômico é o mais baixo, não há necessidade de pagar assinaturas bastando às grandes
emissoras de televisão no país e suas retransmissoras efetuarem as devidas adaptações,
exigindo também da parte dos consumidores, a aquisição de novos receptores. No Brasil,
algumas companhias de televisão por assinatura já transmitem a sua programação usando
um sistema semelhante denominado MMDS.

 Satélite - Já em uso no Brasil desde 1996 através das TV's por assinatura de banda
Ku (SKY, Tec Sat e DirecTV) este sistema permite a captação do sinal digital pelos
utilizadores residentes em regiões remotas. Desde 1997 existe um satélite público da
Embratel transmitindo sinais digitais a antenas parabólicas específicas, denominado de
banda C digital sem custos financeiros para a recepção.

Atualmente, existem vários satélites com transmissões digitais abertas, chamados de


sistemas Free to air (FTA), em formato DVB encontradas em satélites como a série
BrasilSat (B1, B2, B3 e B4), Nahuel, Amazonas, Hispasat, entre outros, com programação
variada, desde canais abertos (Rede Minas, TV Record, Rede TV), emissoras regionais,
rádios e canais estrangeiros.

 Cabo - Utiliza redes de cabo convencionais CATV para transmitir os sinais


digitais que chegam à casa do assinante via operadoras de televisão por assinatura.
Implantado em 2004 em grandes cidades brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro este
meio de transmissão para televisão digital é atualmente o mais difundido em todo o mundo.

Normalmente as operadoras de televisão a cabo recebem quase todos os canais


através de satélite. Após a recepção, filtragem e amplificação poderão existir dois processos
para a transmissão no cabo, sendo um deles a codificação analógica dos canais (canais
premium, pay-per-view, conteúdo explícito para adultos, etc) criando-se um
empacotamento, modulação e depois a transmissão no cabo.

Alguns canais, dependendo do interesse da operadora podem ser transmitidos


diretamente no cabo sem a codificação analógica, como é o caso da recepção dos canais
locais da cidade em que a operadora de TV a cabo se situa, os chamados canais Off Air,
porém passam pelo processo de recepção, filtragem amplificação, modulação e
transmissão.

Em resumo, para os canais recebidos via satélite, eles são convertidos de sinais
digitais (DVB-S), para sinais analógicos e depois transmitidos no cabo.

Para a transmissão digital, os canais são recebidos digitalmente do satélite, são


amplificados, filtrados, modulados e transmitidos digitalmente no cabo através do sistema
DVB-C, em uma faixa de freqüência reservada para os sinais digitais, mantendo-se ainda o
serviço e os assinantes do sistema analógico. Para a recepção dos sinais digitais é
necessário, da mesma forma que no analógico codificado, o uso de um Set top Box
(decoder) digital no padrão adotado pela operadora (no caso do cabo normalmente o padrão
é o DVB-C).
 Internet - Conhecido também como IPTV, esse sistema utiliza conexões de
alta velocidade à Internet (banda larga) para transmitir os sinais digitais. Entre suas
vantagens estão a coexistência automática das tecnologias já conhecidas de Internet (Web,
e-mail, mensageiros) com a recepção de TV. O grande desafio desta tecnologia é prover as
tais conexões de alta velocidade que não podem ser inferiores a 50 Mbps para uma
recepção satisfatória - o que só pode ser viabilizado através de redes de fibra óptica.

Momento tecnológico no Brasil


O Brasil foi o único país emergente onde emissoras e indústrias de equipamentos
financiaram testes de laboratório e de campo para comparar a eficiência técnica dos três
padrões tecnológicos existentes em relação à transmissão e recepção dos sinais (o modelo
americano, o modelo europeu e o modelo japonês).

Assim, desde 1994, 17 emissoras de TV e pouco mais de uma dezena de empresas


interessadas criaram o grupo SET/Abert.

Em 1996, e durante o governo de Maguito Villela, Goiás é um dos estados


diretamente empenhados na corrida tecnológica para a implementação da televisão digital,
embora as emissões regulares apenas tenham iniciado já no governo de Marconi Perillo, no
ano 2000, servindo no entanto de base de estudo e exemplo para a normalização do formato
no país. Atualmente, a abrangência da difusão do sinal digital atinge perto de 99% das
zonas residenciais, sendo por isso, considerada por muitos como a primeira região da
América Latina a receber em pleno a televisão digital.

A partir de 1998, o trabalho do consórcio técnico intensificou-se, resultando nos


testes de laboratório e de campo que duraram seis meses, entre agosto de 1999 e março de
2000, com o aval de especialistas da Universidade Mackenzie.

Após o término da fase de estudos em 2006, o presidente Luís Inácio Lula da Silva
assinou o decreto oficializando o modelo japonês como o padrão de TV digital a ser
adotado no Brasil. Entretanto, segundo o Ministério Público Federal, o processo da escolha
do padrão japonês para TV Digital no Brasil está cheio de irregularidades. O Ministério
Público Federal de Minas Gerais ingressou com ação civil pública no dia 21 de agosto de
2006 contra o decreto presidencial que determinou a adoção do padrão japonês de TV
digital no País. O MPF quer anular a decisão, alegando que o ato presidencial está "repleto
de ilegalidades".

É preciso analisar as irregularidades se existirem de fato. Enquanto isso o Brasil


aguarda por um novo sistema de telecomunicações na televisão que mudará o nosso jeito de
assistir a televisão , viabilizando a comunicação com qualidade.

HDTV
Em sua maior resolução de imagem - High Definition Television (HDTV) - Este
padrão prioriza a nitidez e qualidade da imagem em detrimento do número máximo de
canais a serem transportados em uma mesma freqüência. Atualmente, a resolução HDTV
encontra resistência em avançar no mundo, sendo o alto custo da solução um dos principais
obstáculos. O HDTV é atualmente utilizado em algumas grandes cidades localizadas em
partes dos Estados Unidos, do Japão e de algumas regiões da Europa (para quem dispõe de
uma TV com esta tecnologia).

No mundo existem três padrões:

ATSC (Advanced Television Systems Committee), adotado pelos EUA, Canadá,


México e Coréia do Sul; Sigla de Advanced Television System Committee.É o padrão norte-
americano de TV Digital, desenvolvido a partir de 1987 por um grupo de 58 indústrias de
equipamentos eletroeletrônicos. Desde outubro de 98, está em operação comercial nos
Estados Unidos. Foi implantado também no Canadá e na Coréia do Sul. Tem um mercado
atual de 267 milhões de televisores.Seu desenvolvimento foi pensado para operar com
conteúdo audiovisual em alta definição (HDTV). A opção do consórcio ATSC garante a
melhor resolução de imagem possível. Ao mesmo tempo, restringe a capacidade de
transmissão a um só programa por canal.
Aplicações: EPG, t-GOV, t-COM, Internet

Middleware: DASE

Compressão: Dolby AAC e MPEG-2 HDTV

Transporte: MPEG-2

Modulação: 8-VSB

ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), adotado pelo Japão;


ISDB-T é o acrônimo de Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial - Serviço
Integrado de Transmissão Digital Terrestre.

É o padrão japonês de TV Digital, apontado como o mais flexível de todos por


responder melhor a necessidades de mobilidade e portabilidade. Ele é uma evolução do
sistema DVB-T, usado pela maioria dos países do mundo, e vem sendo desenvolvido desde
a década de 70 pelo laboratório de pesquisa da rede de TV NHK. No Brasil, foi eleito o
melhor nos testes técnicos comparativos conduzidos por um grupo de trabalho da
Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) e da Associação Brasileira das
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), ratificados pela Fundação CPqD. Em 29 de Junho
de 2006 foi anunciado o padrão adotado pelo Brasil na transmissão de TV digital.

O que mais chama atenção no sistema ISDB-T é a sua versatilidade. Além de enviar
os sinais da televisão digital ele pode ser empregado em diversas atividades, como:
transmissão de dados; receptor para recepção parcial em um PDA e em um telefone celular;
recepção com a utilização de um computador ou servidor doméstico; acesso aos sites dos
programas de televisão; serviços de atualização do receptor por download; sistema
multimídia para fins educacionais.

Entrou em operação comercial na região de Tóquio em 2003. Possui um mercado de


100 milhões de televisores. Porém, não é o mais eficaz para recepção móvel e portátil - o
DVB-H, por exemplo, possibilita uma redução no consumo de bateria dos dispositivos
móveis (celulares, PDAs, etc) que não está presente no ISDB-T.

Aplicações: EPG, t-GOV, t-COM, Internet

Middleware: ARIB

Compressão: MPEG-2 AAC e MPEG-2 HDTV

Transporte: MPEG-2

Modulação: COFDM

Evolução do sistema DVB-T

O sistema ISDB-T foi uma evolução do sistema DVB-T, ao qual foram


acrescentadas as seguintes implementações: Foi acrescentado um “Interleaver” temporal
para melhorar o desempenho na presença de interferências concentradas, tais como o ruído
impulsivo; A banda de RF de 6MHz(MegaHertz) foi subdividida em 13 segmentos
independentes, com a possibilidade de serem enviadas 3 programações diferentes ao
mesmo tempo, por exemplo: uma em QPSK, outra em 16QAM e outra em 64QAM; Foi
acrescentado o modo 4K; Foi acrescentado o método de modulação DQPSK “Differential
Quaternary Phase Shift Keying”.

 DVB-T (Digital Video Broadcast Terrestrial), adotado pelos demais países


que já decidiram qual padrão seguir, em especial os países da Europa, Ásia, África e
Oceania.

DVB é a sigla de Digital Video Broadcasting - (Emissão de Video Digital)

Conhecido como padrão europeu de TV Digital, foi projetado a partir dos anos 80
pelo consórcio que hoje possui 250 integrantes de 15 países. Desde 1998, está em operação
no Reino Unido, tendo chegado a outros quatro países da União Européia e à Austrália.
Está previsto para ser implantado na Índia, na Nova Zelândia e cerca de outros 20 países.
Detém um mercado atual de 270 milhões de receptores.

Trabalha com conteúdo audiovisual nas três configurações de qualidade de imagem:


HDTV (1080 linhas), EDTV (480 linhas) e SDTV (480 linhas). Nas duas últimas
configurações, permite a transmissão simultânea de mais de um programa por canal,
permitindo uma média de 4. No início de sua implantação, apresentou dificuldades de
recepção na Inglaterra, sendo sujeito à interferência de ruídos de eletrodomésticos ou
motores.

É o padrão adotado pelas principais operadoras privadas de TV por assinatura por


satélite. Em Portugal tem sido adoptado nos canais pay-per-view de televisão por cabo
como alternativa ao sistema analógico.

O padrão DVB é designado de acordo com o serviço ao qual está vinculado:

 DVB-T - Transmissões Terrestres (TV aberta em VHF ou UHF


convencional)
 DVB-S - Transmissões por Satélite (TV por assinatura por satélite)
 DVB-C - Serviço de TV por Cabo
 DVB-MHP - Padrão de middleware Multimedia Home Plataform

Outras informações:

 Aplicações - EPG, t-GOV, t-COM, Internet


 Middleware - MHP/MHEG
 Compressão - MPEG-2 e MPEG-2 SDTV
 Transporte - MPEG-2
 Modulação - COFDM

O sistema de transmissão digital usa a codificação MPEG-2 digitalizar as imagens,


o mesmo padrão de codificação usado pelo DVD. A diferença entre os sistemas de
transmissão está na maneira com que as imagens são codificadas para a transmissão, o
formato de vídeo antes da codificação, o formato de vídeo após a codificação e a maneira
com que o áudio é codificado. O sistema ATSC usa um esquema chamado 8-VSB,
enquanto os outros dois sistemas usam um esquema chamado COFDM, que é menos
sensível a interferências.

Interessante notar que o Brasil é o único país no mundo pensando em adotar o


sistema japonês. Testes realizados pela ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão) e pela SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e
Telecomunicações) sob supervisão do CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em
Telecomunicações) demonstrou que dos três padrões, o ISDB-T era o melhor, seguido do
DVB-T e finalmente pelo ATSC.
Aparentemente o fato de o ATSC ser o mais sensível a interferências não preocupa
o mercado norte-americano, onde poucas pessoas ainda assistem TV aberta (isto é, através
de antenas). O que nos faz pensar se a escolha do ATSC terá sido a melhor opção para o
México. Por outro lado, devemos nos lembrar que o México faz parte do NAFTA (North
American Free Trade Association, Zona de Livre Comércio da América do Norte), que faz
do país um dos principais fabricantes e exportadores de produtos para o mercado norte-
americano e, portanto, a adoção do mesmo sistema dos EUA aparentemente é melhor mais
por motivos comerciais do que técnicos.

Um aparelho receptor DVB

Você também pode gostar