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REVISÃO REVIEW 1499

Revisão dos estudos de intervenção


do farmacêutico no uso de medicamentos
por pacientes idosos

A literature review on pharmacists’ interventions


Nicolina Silvana Romano-Lieber 1
in the use of medication by elderly patients
Jorge Juarez Vieira Teixeira 1
Fatima Cristiane Lopes Goularte Farhat 2

Eliane Ribeiro 3
Márcia Terezinha Lonardoni Crozatti 4
Giane Sant’Ana Alves de Oliveira 2

1 Departamento de Prática Abstract The total proportional geriatric population in Brazil is projected to increase from
de Saúde Pública,
9.05% in 1999 to approximately 13% in 2020. Non-communicable diseases are common in this
Faculdade de Saúde Pública,
Universidade de São Paulo. age group, and medication is used frequently. Inadequate prescription and improper use of drugs
Av. Dr. Arnaldo 715, can produce undesirable outcomes, leading to avoidable hospitalization and increasing health
São Paulo, SP
care costs. The objective of this paper was to conduct a literature review of pharmacists’ inter-
01246-904, Brasil.
nicolina@usp.br ventions and their influence on use of medication by elderly patients, based on five databases
jorgetei@usp.br from 1970 to 1999. The sample consisted of 76 studies, of which 15 were analyzed and discussed.
2 Curso de Farmácia,
Research on this subject is scarce, and limited to developed countries. In general, the interven-
Faculdade de Ciências
da Saúde, Universidade tions presented favorable outcomes. Most actions were limited to counseling patients and their
Metodista de Piracicaba. physicians, and there was a lack of interventions to adjust the medication to the user.
Rodovia do Açúcar Km 156,
Piracicaba, SP
Key words Aging Health; Pharmacists; Drug Utilization
13400-911, Brasil.
bealagi@uol.com.br Resumo No Brasil, os idosos representavam 9,05% em 1999 e, em 2020, poderão totalizar 13% da
farhat@terra.com.br
3 Hospital Universitário, população. Nessa faixa etária as doenças crônicas e degenerativas são comuns e freqüentemente
Universidade de São Paulo. se utiliza muitos medicamentos. A prescrição e o uso inadequado dos mesmos podem levar a re-
Av. Prof. Lineu Prestes 2565, sultados indesejados, acarretando internações hospitalares evitáveis e elevando os custos do sis-
São Paulo, SP
05508-900, Brasil. tema de saúde. O objetivo deste trabalho foi conhecer os estudos de intervenção do farmacêutico
ribeiroromaro@zipmail.com.br e sua influência no uso de medicamentos pelo paciente idoso, listados em cinco bases de dados,
4 Departamento de
no período entre 1970 e 1999. Foram localizados 76 artigos, resultando em 15 trabalhos para
Farmácia e Farmacologia,
Universidade Estadual análise e discussão. Os estudos sobre o tema são escassos e limitados aos países de economia
de Maringá. avançada. De uma forma geral, as intervenções apresentaram resultado positivo. A maioria das
Av. Colombo 5790,
intervenções limitou-se ao aconselhamento ao usuário e/ou ao prescritor, notando-se falta de
Maringá, PR
87020-900, Brasil. ações que levem à adequação do medicamento ao usuário.
crozatti@maringa.com.br Palavras-chave Saúde do Idoso; Farmacêuticos; Uso de Medicamentos

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1500 ROMANO-LIEBER, N. S. et al.

Introdução bora os medicamentos contribuam de forma


significativa para o tratamento de doenças pre-
Embora o uso de medicamentos seja uma ques- valentes nos idosos, as reações adversas tam-
tão relevante em todas as faixas etárias, as pes- bém ocorrem mais comumente e estão impli-
quisas sobre o assunto têm se dedicado, com cadas na ordem de 10 a 31% das admissões agu-
freqüência, ao paciente idoso, em decorrência das em geriatria (Atkin & Shenfield, 1995; Lamy,
das peculiaridades desse grupo etário. 1990; Nolan & O’Malley, 1988). A não adesão ao
No Brasil, dados de 1999 indicavam que o tratamento que, segundo Morrow et al. (1988)
contigente de pessoas com 60 anos ou mais, era e Kessler (1992), foi da ordem de 40 a 55% nos
de 9,05%, devendo alcançar 13% em 2020 (IBGE, Estados Unidos, nessa faixa etária, expõe o pa-
1998, 1999). Nos Estados Unidos, as pessoas com ciente a um maior risco de hospitalizações e
65 anos ou mais perfaziam 12,7% da população morbidade.
no ano 2000, estimando-se que em 2030 serão Estudo realizado naquele país apontou que
20% (DHHS, 2000). Uma das principais conse- uma média de 5,3% das admissões hospitalares,
qüências dessa transformação demográfica se na população geral, estava relacionada ao não
dá no financiamento do setor saúde, com uma cumprimento da medicação prescrita, a um
participação desproporcional dos idosos na de- custo hospitalar direto, em 1986, de mais de
manda por serviços, principalmente hospitali- US$ 8 bilhões. Quando os custos indiretos fo-
zações. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) ram incluídos, a estimativa total de gastos atin-
mostram que essa faixa etária, em 1996, foi res- giu US$ 25 bilhões (Sullivan et al., 1990).
ponsável por 23% dos custos hospitalares. A fal- Muitos fatores contribuem para diminuir o
ta de serviços domiciliares e/ou ambulatoriais conhecimento do paciente idoso quanto ao seu
adequados faz, muitas vezes, com que o primei- tratamento medicamentoso. Isso inclui, entre
ro atendimento se dê em estágio avançado no outras causas, a falta de aconselhamento indivi-
hospital, aumentando os custos e diminuindo a dualizado, a falta de informação escrita perso-
possibilidade de um prognóstico favorável. Os nalizada e reforço das instruções orais, inabili-
problemas de saúde dos mais velhos, além de dade para recordar as informações previamen-
serem de longa duração, podendo prolongar- te apresentadas e a falta de um ajudante ou au-
se por 15 anos ou mais, requerem pessoal qua- xiliar na hora de tomar a medicação (O’Connell
lificado, equipe multidisciplinar, equipamentos & Johnson, 1992). Nesse sentido, Gibbs et al.
e exames complementares, exigindo o máximo (1989) comentam que a despeito da vasta pres-
de recursos do sistema de saúde (MS, 1999). crição de medicamentos para os pacientes ido-
As doenças crônicas e patologias degene- sos, o conhecimento sobre os mesmos é inade-
rativas levam a uma maior demanda por medi- quado.
camentos (Cartwright & Smith, 1988; Landahl, Alguns trabalhos realizados em nosso meio
1987; Österlind & Bucht, 1991). A maioria dos abordam o uso de medicamentos por pacientes
idosos utiliza mais de um medicamento perio- idosos, como Huf et al. (2000) e Teixeira et al.
dicamente e quando hospitalizados recebem (2000), entretanto, não exp1icitam o papel do
entre oito a quinze, representando um consu- farmacêutico na condução do regime terapêu-
mo de aproximadamente 30 a 35% de todos os tico desse grupo de indivíduos.
medicamentos prescritos nos Estados Unidos Tendo em vista o apresentado, o objetivo
(Baum et al., 1984; Ostrom et al., 1985; Piraino, deste trabalho foi fazer uma revisão da litera-
1995; Salom & Davis, 1995). No Japão, em 1995, tura para conhecer as publicações que relatam
a população com 65 anos ou mais era de 14,5%, possíveis ações do farmacêutico, apresentando
com consumo de 30,6% de todos os medica- resultados quantitativos ou qualitativos, e como
mentos prescritos (Okuno et al., 1999). Já na In- aquelas influenciam a farmacoterapia do pa-
glaterra, em 1985, os idosos receberam 39% de ciente idoso.
todas as prescrições de medicamentos (Cart-
wright & Smith, 1988).
A prescrição medicamentosa envolve o en- Materiais e métodos
tendimento das mudanças próprias da idade,
tanto estrutural quanto funcional, de vários ór- Buscou-se inicialmente trabalhos publicados
gãos e sistemas que podem alterar a farmacoci- no período de 1970 a outubro de 1999 em cin-
nética e a farmacodinâmica de muitos medica- co bases de dados, com as seguintes estratégias
mentos. Dessa forma, a prescrição inadequada de busca: (1) MEDLINE (descritores – Pharma-
para pacientes idosos aumenta o risco de rea- cists/all subheadings and Aged/all subheadings
ções adversas medicamentosas (RAMs) (Heller and Prescriptions, Drug/all subheadings or Pro-
et al., 1984; Walker & Wynne, 1994). Assim, em- fessional-Patient Relations/all subheadings or

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INTERVENÇÕES DO FARMACÊUTICO NO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS 1501

Physician-Patient Relations/all subheadings); Como mostra a Tabela 3, três estudos refe-


(2) International Pharmaceutical Abstracts (IPA) riam-se a intervenções exclusivamente nos mé-
(termo livre – Pharmacists and elderly or aged dicos. As ações nos farmacêuticos, alocados em
and Prescription Drugs or Prescribing Drugs); farmácias públicas, foram estudadas em um
(3) Sociological Abstracts (descritores – Pharma- único trabalho.
cists in DE, Elderly in DE e Medications in DE); Quando o objeto da ação foi o médico, a ação
(4) PsycLIT (descritores – Pharmacists in DE, foi primordialmente de revisão da prescrição e
Aged in DE e Prescribing-Drugs in DE) e (5) Li- de alerta ao prescritor. No caso da intervenção
lacs (descritores – farmacêutico, idoso e medi- nos farmacêuticos, a proposta foi de educação
camento). Para a base Lilacs, em virtude do pe- continuada para capacitar o farmacêutico a de-
ríodo de sua existência, o limite de tempo com- tectar problemas com as prescrições de medi-
preendido foi de 1981 a maio de 1999. camentos de usuários de farmácias públicas.

Resultados Discussão

Foram localizadas 55 publicações na base de Os resultados apresentados permitem pressu-


dados MEDLINE. Na base IPA, 23 trabalhos fo- por que, sob diferentes aspectos, os problemas
ram encontrados. A busca localizou, ainda, cin- relativos à medicação dos idosos têm sido mal
co trabalhos na base Sociological Abstracts e oi- equacionados. Há, além da flagrante falta de
to publicações na base PsycLIT. Não se encon- estudos, uma convergência quase sintomática
trou nenhuma publicação em relação aos des- de restrição da intervenção do farmacêutico ao
critores propostos na base Lilacs. processo de “capacitação ao uso” do medica-
A maioria dos trabalhos referia-se à descri- mento ou das suas informações, como se esse
ção de perfil de prescrição ou de problemas na profissional tivesse como única função “prover
utilização de medicamentos por idosos, outros apoio” às decisões já tomadas de antemão. Es-
relatavam alguma experiência ou intervenção sa redução implica ainda em maiores conse-
mas não seu resultado. Esses artigos foram des- qüências, quando se considera as condições de
cartados da análise final, bem como outros que economia periférica ou de transição, como é o
também não correspondiam aos objetivos do caso brasileiro, onde os recursos humanos e
trabalho. Ou seja, não se referiam especifica- materiais são escassos.
mente a idosos ou não permitiam inferir os re- O número de publicações aumentou expo-
sultados a esse grupo etário; referiam-se a me- nencialmente de uma década para outra, acom-
dicamentos de venda livre e, ainda, os que se panhando a crescente relevância do idoso no
repetiam em outras bases de dados. Com isso, perfil demográfico entre as economias avança-
foram selecionadas 15 publicações, das 76 lo- das, fonte de todas as publicações analisadas.
calizadas, para a análise final. Por outro lado, surpreende o reduzido número
Não foi encontrado nenhum trabalho de in- de estudos encontrados, dada a relevância do
tervenção publicado na década de 70, tendo si- tema. É possível, porém, que as condições im-
do quatro artigos publicados na década de 80 e postas para seleção dos trabalhos localizados
11 na de 90. Dos 15 trabalhos analisados, 12 fo- tenham sido muito restritivas. Mesmo assim, o
ram publicados nos Estados Unidos, um no Ca- crescimento a partir da década de 90 foi expres-
nadá, um no Reino Unido e um na Holanda, não sivo. Nas décadas anteriores, os poucos traba-
tendo sido localizado nenhum artigo publica- lhos publicados tinham sua ênfase voltada pa-
do em países de economia periférica. ra o conhecimento das particularidades do pa-
A Tabela 1 apresenta as intervenções ocor- ciente idoso, bem como dos fatores que influ-
ridas no paciente idoso, sendo 67% (4/6) ações enciam o uso de medicamentos nessa faixa etá-
educativas e de aconselhamento ao paciente ria. Foram apontados, entre outros, a falta de
sobre seu regime terapêutico. Na Tabela 2, são interação entre farmacêutico e paciente idoso,
apresentados os cinco trabalhos em que o far- seus problemas cognitivos, psicológicos e as
macêutico atuou tanto no paciente idoso como farmacoterapias complexas.
no seu médico. Em quatro deles houve aconse- Os trabalhos da década de 90, por sua vez,
lhamento sobre o uso de medicamentos e, num enfatizam o aconselhamento ao paciente idoso
outro, além dessas ações, o médico recebeu uma e passam a valorizar mais a participação do far-
carta alertando sobre problemas com a pres- macêutico e também do médico na melhoria da
crição. Todas as ações resultaram em melhoras qualidade da prescrição médica. Surgem pes-
no regime terapêutico ou no uso de medica- quisas sobre a redução do número de medica-
mentos. mentos prescritos, ajustes de dosagem, melho-

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Tabela 1

Estudos de intervenção do farmacêutico exclusivamente no paciente idoso, publicados no período de 1970 a maio de 1999.

Tipo de intervenção Objetivo da intervenção Resultados da intervenção

Aconselhamentos sobre utilização Identificar problemas e descrever estratégias Redução de 11% no número de prescrições.
de medicamentos. para melhorar o comportamento relativo a Redução de 39% no número de problemas
medicamentos (Hammarlund et al., 1985 – de prescrição.
Estados Unidos).

Observar o efeito de ação educativa em Não houve mudança estatisticamente significante


pacientes não institucionalizados com alto risco entre os grupos estudado e controle sobre conhe-
de problemas com medicação (Sidel et al., 1990 – cimento e práticas referentes a medicamentos.
Estados Unidos).

Testar um cartão recordatório de uso de Houve redução e interrupção de uso


medicamentos em pacientes com regimes de medicamentos de um paciente (1/12).
medicamentosos complexos (Grymonpre Útil para comunicar a outros profissionais
et al., 1991 – Canadá). de saúde sobre o regime adotado.
Pacientes acharam fácil de ler e entender,
Avaliar a intervenção do farmacêutico na mas acharam o formato grande e ruim.
adesão ao tratamento com “colestipol” para
hipercolesterolemia (Konzem et al., 1997 – Maior redução nas taxas de colesterol que no
Estados Unidos). grupo controle; maior adesão ao tratamento.

Farmacêuticos prescreveram Determinar se a intervenção, na forma de Reduziram o custo reduzindo o número


medicamentos (sob supervisão do prescrição e administração de medicamentos, de medicamentos.
médico) e monitoraram seu uso poderia aumentar a qualidade no cuidado ao Reduziram a taxa de hospitalização e
por pacientes institucionalizados. paciente (Thompson et al., 1984 – Estados Unidos). encaminharam pacientes a serviços com
menor complexibilidade, mais baratos.
Houve menos óbitos que no grupo controle.

Treinamento sobre auto- Treinar os pacientes para que pudessem auto- 70% dos pacientes ficaram totalmente
administração de medicamentos a administrar-se medicamentos em casa, após a alta independentes para auto-administrar-se
pacientes em vias de alta hospitalar. hospitalar (Walker & Martin, 1986 – Reino Unido). medicamentos quando foram para casa.
Redução de encargos dos cuidadores.

Tabela 2

Estudos de intervenção do farmacêutico no paciente idoso e seu médico prescritor, publicados no período de 1970 a maio de 1999.

Tipo de intervenção Objetivo da intervenção Resultados da intervenção

Aconselhamento ao médico Avaliar um serviço pago de acompanhamento por Houve alterações no regime terapêutico.
e ao paciente. farmacêuticos (Gehres, 1986 – Estados Unidos). Houve aumento de adesão.
Testar consultas de farmacêuticos clínicos como Redução do número de problemas com as
forma de melhorar a prescrição médica a pacientes prescrições (alergias, dosagem, interações).
ambulatoriais (Lipton et al., 1992 – Estados Unidos).
Avaliar o impacto da intervenção do farmacêutico Aumento de adesão e maior conhecimento do
clínico em adesão, redução de problemas com paciente sobre seu regime terapêutico.
prescrição e readmissões hospitalares (Lipton et
al., 1994 – Estados Unidos).
Estimar o custo da intervenção de um farmacêutico Não houve redução dos custos diretos mas houve
clínico na prescrição de pacientes não institucionali- redução nos problemas de prescrição.
zados, do ponto de vista do sistema de saúde
(Cowper et al., 1998 – Estados Unidos).

Carta para o médico após Avaliar se a intervenção do farmacêutico em Mudanças na medicação consistentes com
avaliação do histórico de pacientes não institucionalizados reduziria problemas as recomendações.
medicamentos do paciente + de prescrição (Grymonpre et al., 1994 – Canadá).
entrevistas com o paciente.

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INTERVENÇÕES DO FARMACÊUTICO NO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS 1503

Tabela 3

Estudos de intervenção do farmacêutico sobre profissionais de saúde envolvidos na medicação de idosos,


publicados no período de 1970 a maio de 1999.

Sujeito da intervenção/ Objetivo da intervenção Resultados


Tipo de intervenção

Farmacêutico
Treinamento de farmacêuticos Educação de farmacêuticos de farmácias públicas Os farmacêuticos treinados ficaram mais
(manual + workshop). para detectar problemas relacionados a medica- engajados nas atividades de educação
mentos (Kimberlin et al., 1993 – Estados Unidos). de seus pacientes.
O efeito nos pacientes perdurou até três
meses após a intervenção.

Médico
Revisão das prescrições dos Observar o efeito da ação de um farmacêutico Redução de 32% no número de prescrições
pacientes institucionalizados. clínico geriatra na prescrição de medicamentos a e de 42% no número de medicamentos
idosos (Phillips & Carr-Lopez, 1990 – Estados Unidos). associados a reações adversas.
Redução nos custos diretos por paciente.

Chamadas telefônicas ao médico Avaliar a utilidade de um banco de dados on line, Em média, houve 24% de mudanças para
quando se observavam problemas capaz de detectar uso inapropriado de medicamentos um agente terapêutico mais indicado.
na prescrição. por usuários do serviço postal de farmácia (Monane
et al., 1998 – Estados Unidos).
Recomendações ao prescritor sobre Investigar se e como a ação do farmacêutico Redução de 7% no número de prescrições.
os medicamentos usados por seu influenciaria a prescrição de medicamentos Redução de dosagem em quatro pacientes.
paciente. por clínicos gerais (Strikwerda et al., 1994 – Holanda). Interrupção de uso de medicamentos em
nove pacientes.

ra na seleção de medicamentos e redução do ficaram diferenças estatisticamente significan-


número de reações adversas, além do uso de tes entre um grupo de pacientes que subme-
bancos eletrônicos de informações sobre medi- teu-se a orientações sobre medicamentos e um
camentos. Em nenhum dos estudos o objeto da grupo controle. Além de possíveis viéses, os far-
pesquisa foi o medicamento em si. macêuticos alegaram dificuldades para obten-
Com essa primazia concedida aos aconse- ção de “mudança de atitudes” sobre medica-
lhamentos, tanto ao paciente como ao médico, mentos na população de estudo. A alegada re-
os farmacêuticos vêm buscando, sob diferen- sistência dos idosos em mudar os seus hábitos
tes formas, reduzir custos ou aumentar a efeti- e práticas passa a justificar outras propostas,
vidade dos tratamentos, a partir de interven- como a ação educativa continuada de Hammar-
ções na forma como o idoso, o médico prescri- lund et al. (1985), cujo “êxito” em reduzir signi-
tor ou mesmo os próprios farmacêuticos lidam ficativamente o número de medicamentos usa-
com o medicamento ou com as suas informa- dos foi atribuído a esse gênero de intervenção.
ções. Nesse processo, o desfecho nem sempre Os estudos analisados reforçam a idéia de
foi plenamente favorável ou isento de conflitos. que a intervenção do farmacêutico aumenta a
Cowper et al. (1998), por exemplo, buscavam adesão dos pacientes idosos a seus regimes te-
estimar o custo da intervenção de um farma- rapêuticos, e pode promover redução de cus-
cêutico clínico na adequação da prescrição de tos hospitalares, ao reduzir o número de pres-
medicamentos. Não houve redução nos custos crições, de internações e de medicamentos as-
diretos, conforme esperado pelos autores, uma sociados a RAMs (Grymonpre et al., 1994; Phil-
vez que a intervenção priorizava a otimização lips & Carr-Lopez, 1990; Thompson et al., 1984;
do regime terapêutico. Segundo eles, foi obser- Walker & Martin, 1986). Em particular, Gehres
vada uma adequação dos regimes na forma de (1986) relata a experiência de um serviço pago
redução de alguns problemas com a prescri- de acompanhamento de farmacêuticos a ido-
ção, como a subdosagem. Em contrapartida, os sos, cuja atenção permitiu a auto-administra-
custos não puderam ser reduzidos, possivel- ção de medicamentos e a possibilidade de vida
mente pelo aumento do número de medica- junto a instituições de apoio à saúde de menor
mentos prescritos ou pelo maior custo dos re- complexidade e, portanto, mais baratas. Entre-
médios introduzidos em substituição aos pro- tanto, sob o ponto de vista do processo, há uma
blemáticos. Também Sidel et al. (1990) não veri- recorrente dependência da viabilização de “for-

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mas comunicativas”. Lipton & Bird (1994) apon- so e tem uma oportunidade concreta de avaliar
tam que a primeira entrevista que tiveram com se ele possui incapacidades que possam com-
pacientes após a alta hospitalar, mostrou-se prometer o seu acesso ou a sua adesão ao trata-
principalmente de sensibilização. Apenas três mento medicamentoso (Thwaites, 1999). Tra-
meses após o início do monitoramento e acon- ta-se, em essência, de uma forma diferente de
selhamento foi observado impacto no uso. Se- se entender a prática profissional, onde o foco
gundo os autores, a razão para essa demora po- passa a ser o cuidado com o paciente (Hepler &
de ter sido a necessidade de reforço contínuo Strand, 1990). Embora os programas educativos
para aumentar a adesão. instituídos pelo farmacêutico possam mostrar-
Não é sem razão, portanto, a ênfase em se se efetivos para garantir independência e utili-
minimizar barreiras na comunicação farma- zação adequada de medicamentos, principal-
cêutico-paciente idoso. Espera-se que, com a mente reduzindo erros de prescrições ou de do-
melhoria desse procedimento, os pacientes ad- sagem, prevenindo uso incorreto e reações ad-
ministrem melhor os riscos associados com o versas (Walker & Martin, 1986), há de se ter em
uso dos medicamentos (Kessler, 1991; Wiede- conta que o farmacêutico dispõe de capacita-
rholt et al., 1992). Nesse sentido, Pepe & Castro ção técnica para promover muitas outras ade-
(2000) ressaltam que a informação prestada ao quações. Os idosos compartilham problemas
paciente no ato da dispensação é tão ou mais como dificuldades visuais, de memória, força
importante que o medicamento por ele recebi- muscular e outras que obrigam, por exemplo, a
do. Com o enfoque centrado dessa forma, não é revisão das formas farmacêuticas, das embala-
sem razão também que os resultados sejam por gens e dos rótulos entre outros. São poucos, co-
vezes efêmeros, exigindo a ação continuada. mo Galizia & Sause (1982), que chamam a aten-
As ações do farmacêutico sobre o prescritor ção para esses aspectos mais gerais. Além des-
foram semelhantes e os resultados também não ses, os idosos encontram-se, freqüentemente,
foram diferentes. Grymonpre et al. (1994) reve- também sujeitos a problemas de ordem pes-
laram que ao avaliar prescrições de pacientes soal, como aqueles decorrentes da auto-estima,
não institucionalizados, encaminhando alertas da solidão ou da marginalização circunstan-
sobre inadequações da prescrição a seus médi- cial. Ranelli & Coward (1997), por exemplo, ve-
cos, apenas 31,3% desses alertas resultaram em rificaram que idosos moradores de zona rural
mudanças. Questionados sobre a utilidade da- tinham expectativas diferentes dos residentes
quele serviço, 81,8% dos médicos classificaram em zona urbana quanto à atenção do farma-
como útil ou muito útil, mas os demais o consi- cêutico.
deraram “perda de tempo”. Os demais estudos A proposição de medidas deve, portanto,
mostram que a rejeição do apoio do farmacêu- levar em conta esse conjunto maior, que cons-
tico, ou “resistência” do médico, cai quando as titui o universo de exigências circunstanciais
ações são conjuntas, quando ambos faziam do idoso. Só assim pode-se entender a “resis-
parte do mesmo projeto ou da mesma equipe tência” como uma reação natural às necessida-
de saúde. Dessa forma, os médicos podem ava- des não atendidas, como exemplifica bem a re-
liar a ação do farmacêutico como uma ingerên- jeição ao “cartão de memória” pelos pacientes,
cia menos invasiva em sua atividade profissio- embora fosse muito conveniente aos profissio-
nal. Isso faz com que a proposta de uso de ban- nais de saúde, conforme relatado por Grymon-
cos de dados on-line, com geração de alertas pre et al. (1991). Como lembram Caprara &
sobre problemas na prescrição, venha a consti- Franco (1999), ao discutir a humanização da re-
tuir uma interface mais produtiva entre médi- lação médico-paciente, os profissionais de saú-
co-farmacêutico, dado os custos de manuten- de devem ter sensibilidade para conhecer a rea-
ção de uma equipe multiprofissional. lidade do paciente e ouvir suas queixas. E nes-
A prescrição inadequada aos idosos é fre- ses termos, também cabe questionar o quanto
qüentemente atribuída à falta de treinamento dessas experiências apresentadas é convenien-
de prescritores em geriatria e na deficiência da te à condição brasileira.
formação farmacêutica. Embora os recursos Kimberlin et al. (1993) afirmaram que os
modernos de acesso à informação possam re- farmacêuticos, alocados em farmácias públi-
solver parte desse problema, como propõem cas dos Estados Unidos, apresentavam condi-
Monane et al. (1998), é fato que o idoso vive um ções de assumir responsabilidade e de propor
contexto próprio em que alguns aspectos po- resolução de problemas relacionados a medi-
dem ser generalizados e outros não. No proces- camentos relatados por pacientes não institu-
so que envolve a terapia farmacológica, o far- cionalizados. Já Jones et al. (1997) relataram
macêutico, por ocasião da dispensação do me- que 79% dos pesquisados em sua investigação
dicamento, mantém contato com paciente ido- no País de Gales nunca discutiriam informações

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INTERVENÇÕES DO FARMACÊUTICO NO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS 1505

sobre medicamentos com os farmacêuticos, do ser uma alternativa de acompanhamento,


preferindo fazê-lo com seu próprio médico. No especialmente nas áreas urbanas.
Brasil, onde o sistema de saúde por vezes não
consegue atender a demanda de usuários, o
atendente na farmácia pública, será, com fre- Conclusão
qüência, o único profissional com o qual o pa-
ciente irá relacionar-se. Além disso, o tempo A revisão da literatura, descrevendo e qualifi-
despendido para a atenção farmacêutica tam- cando a intervenção de farmacêuticos na far-
bém deve ser considerado nas avaliações de macoterapia do paciente idoso, mostrou que
custo. No caso do cartão recordatório proposto estudos sobre o tema são escassos e limitados
por Grymonpre et al. (1991) demorava-se uma aos países de economia avançada. De uma for-
média de 25 minutos para completar o cartão e ma geral, as intervenções mostraram resulta-
outros 20 minutos para aconselhar o paciente. dos positivos, reduzindo custos, melhorando as
Walker & Martin (1986) relataram que a média prescrições, promovendo maior adesão do pa-
de tempo dispensado a cada paciente era de 50 ciente ao tratamento e controlando a possibili-
a 60 minutos. A possibilidade de intervenções dade de reações adversas. Ao mesmo tempo, os
desse gênero no Brasil precisa levar em conta trabalhos revistos mostraram que a natureza
as condições específicas, em que ainda há es- das intervenções fica ainda muito restrita às di-
cassez de farmacêuticos atuando em farmácia ferentes possibilidades de aconselhamento do
clínica, como também na atenção primária no usuário e do prescritor de medicamentos. Essa
sistema de saúde. falta de posicionamento mais pró-ativo do pro-
Tal como observado por Galizia & Sauce fissional farmacêutico, buscando também a
(1982) nos Estados Unidos, também no Brasil adequação do medicamento ao usuário, reduz o
pode-se esperar problemas relativos à lingua- seu papel no sistema de saúde e compromete o
gem, à alfabetização deficiente ou mesmo às atendimento das necessidades de países como
formas de entendimento, os quais podem ser o Brasil.
resolvidos com medidas específicas, como pro- Em vista do encontrado, se fazem necessá-
põem esses autores. A solução desses e de ou- rias diferentes investigações específicas. Pouco
tros problemas implica num esforço imaginati- se sabe, por exemplo, sobre as necessidades que
vo por parte do profissional de saúde, assim co- caracterizam o idoso brasileiro nos diferentes
mo da implementação de tecnologias atuais. Já contextos sociais em que ele se encontra, bem
há no Brasil, por exemplo, programas de com- como sobre as formas de solução possíveis pa-
putador para serem utilizados em farmácias pú- ra atendê-las. Não se encontram descrições dis-
blicas (PAC System, 2002), bem como em hos- poníveis sobre as experiências bem ou mal su-
pitais, com capacidade de gerar alertas sobre a cedidas na farmacoterapia do idoso em ambi-
medicação e permitir acompanhamento do pa- ente hospitalar ou doméstico brasileiro. Além
ciente. Além disso, o emprego de telefone para disso, faltam investigações que mostrem as pos-
seguimento de pacientes, como usado por Ra- sibilidades da ciência farmacêutica, nas suas
nelli & Coward (1997), não deve ser descartado. diferentes áreas de conhecimento, em atender
Em nosso meio, a expansão da telefonia, fixa e os problemas particulares desse grupo etário.
móvel, foi expressiva nos últimos anos, poden-

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1506 ROMANO-LIEBER, N. S. et al.

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Recebido em 17 de maio de 2001


Versão final reapresentada em 13 de março de 2002
Aprovado em 4 de julho de 2002

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18(6):1499-1507, nov-dez, 2002

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