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Programas de Transferencia de Renda e Covid
Programas de Transferencia de Renda e Covid
1
Este estudo contribui para a discussão sobre a importância
RESUMO
PROJETO GRÁFICO/
DIAGRAMAÇÃO
VICTOR GOMES DE LIMA
24 CONSIDERAÇÕES FINAIS
26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
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distrital e estadual, geralmente em caráter complementar ao
Programa Bolsa Família.
4 PCC é uma forma de nivelar o quanto a moeda norteamericana é capaz de ser con-
vertida em bens e serviços de acordo com a realidade de cada país, pela paridade do
poder de compra. Esse parâmetro foi estabelecido para medir o alcance do Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) de erradicar a pobreza extrema, atualmente medida
como pessoas vivendo com menos de US$ 1,90 por dia, até 2030 para todas as pessoas,
em todos os lugares. Ver: https://sustainabledevelopment.un.org/sdgs
5 O BPC é voltado para pessoas idosas ou com deficiência que não conseguem se manter
sozinhas ou por seus familiares.
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No Brasil, para dimensionar e monitorar o fenômeno da
pobreza, a principal fonte de dados é a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), elaborada e divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
PNADC contempla quesitos específicos para coletar informações
sobre a participação dos entrevistados em programas federais
de transferência de renda, entre os quais o PBF e o BPC. Desta
forma, é possível avaliar desde 2012 o efeito das políticas sociais
na redução da extrema pobreza no Brasil, sem necessariamente
utilizar métodos estatísticos de imputação de benefício.
7 Instituído pela Lei nº 13.982/2020, e regulamentado pelo decreto 10.316/2020 e pela Por-
taria n, 351, de 7 de abril de 2020 (Ministério da Cidadania).
pág. 7
direito duas cotas, o que totalizava R$ 1.200,00 (mil e duzentos
reais) a serem repassados. O benefício foi prorrogado nas
mesmas condições e valores por mais dois meses pelo
Decreto nº 10.412, de 30 de junho de 2020, e, posteriormente,
a Medida Provisória nº 1.000, de 2 de setembro de 2020,
estabeleceu a possibilidade de pagamento de até quatro
parcelas de R$ 300,00 (trezentos reais) – R$ 600 para
mulheres provedoras de família monoparental – a título de
Auxílio Emergencial Residual para o público que já recebia o
benefício e que atendesse as novas condicionantes impostas
por este instrumento legal.
pág. 8
UM POUCO MAIS SOBRE A PNADC E PNAD-COVID
PNADC
A PNADC é a principal pesquisa amostral de abrangência nacional,
produzida pelo IBGE em caráter definitivo a partir de janeiro de 2012,
e tem por objetivo permitir o acompanhamento da dinâmica do
mercado de trabalho e da situação socioeconômica do Brasil, com
informações sobre: educação, acesso aos meios de telecomunicação
(incluindo telefonia, internet); condições de habitação; características
gerais dos moradores do domicílio; e rendimentos.
PNAD COVID19
A PNAD COVID19, teve início em maio de 2020 e foi planejada e realizada
pelo IBGE, no âmbito de suas estatísticas experimentais, para estimar
o número de pessoas com sintomas referidos associados à síndrome
gripal e monitorar os impactos da pandemia da COVID-19 no mercado
de trabalho brasileiro. Cabe ressaltar que a coleta das informações
está sendo feita por meio de entrevistas telefônicas.
pág. 9
Assim, o presente texto busca em um primeiro momento
traçar algumas considerações acerca da marcação dos
programas sociais na PNADC. Na sequência, são abordadas
questões relacionadas à estimação da taxa de extrema
pobreza no Brasil, sendo apresentados resultados dos cálculos
realizados a partir de metodologias construídas considerando
o levantamento dos dados pela PNADC. A seção seguinte traz
os resultados calculados a partir dos dados da PNAD Covid19 e,
por fim, são feitas considerações finais.
2 MARCAÇÃO DE
PROGRAMAS SOCIAIS
NA PNADC
pág. 10
média apenas 53% dos beneficiários constantes da folha de
pagamento do INSS.
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Cabe ressaltar que a subnotificação de transferência de
renda em pesquisa estatística pode ocorrer por diversas
razões. Por exemplo, existe certa confusão dos entrevistados
ao reportarem o rendimento do BPC, muitas vezes
confundida com aposentadoria ou pensão (BRITO et al.,
2015). Aspectos metodológicos, como o desenho da amostra,
também podem gerar subnotificação desses registros
(SOUZA, 2013). Ainda assim, mesmo que não obtenha
números exatos do alcance desses programas, a PNADC
é, atualmente, a principal fonte de informação que permite
acompanhar o quadro da pobreza no Brasil e, sobretudo,
analisar o efeito das transferências de renda.
3 ESTIMATIVA DE
TAXA DE EXTREMA
POBREZA COM A
PNADC
pág. 12
Neste documento, os exercícios apresentados foram realizados
utilizando-se os microdados da PNADC referente aos anos
de 2012 a 20198. Cabe ressaltar que para o cálculo da renda
per capita mensal domiciliar foram utilizados os rendimentos
de todas as fontes dos membros do domicílio9: rendimento
habitual de todos os trabalhos; rendimento de programas
sociais; e outros rendimentos (aposentadoria, seguro-
desemprego, seguro-defeso, bolsa de estudos, rendimento de
caderneta de poupança e outras aplicações financeiras).
pág. 13
RENDIMENTO HABITUAL E EFETIVO DE TRABALHO
pág. 14
mesma fórmula, porém desconsiderando os rendimentos
provenientes dos programas de transferência de renda. O
objetivo é avaliar os possíveis efeitos destes na redução da
extrema pobreza. Os resultados são apresentados a seguir.
pág. 15
Deve-se pontuar que o Brasil vivenciou forte recessão econômica
no período: o PIB caiu mais de 3% em 2015 e 2016 e os anos
seguintes foram de lenta recuperação, com crescimento de 1% ao
ano, até a chegada do novo coronavírus. O mercado de trabalho
melhorou ligeiramente em 2019, atingindo taxa de desemprego de
11%. Mesmo diante desse cenário, a extrema pobreza manteve-se
relativamente estável desde 2017, evidenciando a importância dos
programas sociais para as famílias brasileiras mais vulneráveis.
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Gráfico 1 – Taxa de pobreza com e sem programas sociais
utilizando como parâmetro US$ 1,90 PPC 2011 (%) – Brasil
pág. 17
Gráfico 2 – Contribuição dos programas sociais para
reduzir a pobreza (em pontos percentuais – pp) – Brasil
pág. 18
Gráfico 3 – Contribuição de cada um dos programas
sociais para a redução da pobreza (em pontos
percentuais – pp) – Brasil
4 ESTIMATIVA DE
TAXA DE EXTREMA
POBREZA COM A
PNAD COVID19
pág. 19
capacidade do Auxílio Emergencial em conter o avanço da
extrema pobreza, decorrente da situação de pandemia.
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4.1 CONSIDERANDO OS RENDIMENTOS
DO AUXÍLIO EMERGENCIAL
pág. 21
Essa queda vertiginosa de quatro pontos percentuais em
poucos meses na taxa global de extrema pobreza no país
deve ser lida com ressalvas, mas não parece razoável
atribuir essa variação tão grande apenas à mudança
metodológica na coleta das informações primárias pelo
IBGE, da PNADC para a PNAD COVID19.
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4.2 CONSIDERANDO TODOS OS RENDIMENTOS EX-
CETO RENDIMENTO DE PROGRAMAS SOCIAIS (PBF,
BPC E AUXÍLIO EMERGENCIAL)
pág. 23
Ainda que em tempos normais seja mais usual o uso
dos rendimentos habituais para a estimativa da taxa de
extrema pobreza, em um contexto de pandemia, parece ser
importante fazer um exercício dessa estimativa a partir dos
rendimentos efetivamente auferidos durante esse período,
dado o dinamismo maior das oscilações do mercado de
trabalho para o público mais vulnerável nesse contexto.
5 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
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Trata-se de um esforço de construção de indicadores que
permitam dar indícios sobre a efetividade dos programas de
transferência de renda de responsabilidade do Ministério da
Cidadania para conter o avanço da extrema pobreza (em
termos monetários) em tempos de crise.
pág. 25
6 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
pág. 26
SOUZA, P. H. Uma metodologia para explicar diferenças
entre dados administrativos e pesquisas amostrais,
com aplicação para o Bolsa Família e o Benefício
de Prestação Continuada na PNAD. Revista Brasileira
de Estudos Populacionais, v.. 30, n. 1, p. 299-315. Rio de
Janeiro, jan-jun 2013. Disponível em http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S0102-30982013000100014&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em 21/11/2019.
pág. 27