Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO PAULO
2020
BIANCA MARQUEZ SERAFIM, EMILY GONZAGA LEAL, GIOVANNA
TORRES, LAURA FLORA GARCIA EVANGELISTA, NICOLE KRUMMENAUER
PEREIRA.
SÃO PAULO
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 4
3. OBJETIVO........................................................................................................... 13
4. METODOLOGIA................................................................................................. 13
5. RESULTADOS .................................................................................................... 13
6. DISCUSSÃO........................................................................................................ 14
7. CONCLUSÃO...................................................................................................... 15
ANEXOS ................................................................................................................. 19
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
Um aspecto importante a citar é a comunicação entre pais e filhos. Por meio dessa
interação, se tornam possíveis a visão da criança sobre quem ela é, a compreensão do que elas
querem dizer por parte dos outros, e uma organização de seus relatos. Essas transformações
remetem diretamente à memória autobiográfica.
Por fim, existem evidências que comprovam a importância do sono relacionado à
memória de trabalho em crianças. Problemas como o ronco interferem diretamente na
aprendizagem e memória, como revelou uma pesquisa feita com 81 crianças.
A memória se consolida ao passo que a criança cresce e se desenvolve. É de extrema
importância a linguagem, o contato com a sociedade e cultura, os estímulos e os laços criados
nessa fase para que a memória evolua da melhor forma.
2.2.4 Velhice
É na velhice, a partir dos 40 ou 50 anos, que a memória começa a se deteriorar por meio
de um processo lento e gradativo e assim, armazenar informações se torna uma atividade cada
vez mais difícil. Fatores como estresse e preocupação são nomeados agentes dessa perda. Em
uma entrevista feita pelo Dr. Dráuzio Varella, o entrevistado Dr. Alberto Macedo Soares cita o
exemplo de pessoas que possuem de 40 a 50 anos que após um dia de trabalho ligam o
computador e continuam em atividade, diminuindo ou comprometendo as horas que seriam
destinadas ao descanso e ao sono. O exemplo citado causa, principalmente, a perda de memória
recente.
Outro assunto a ser considerado quando relacionamos memória e velhice é o surgimento
de demências, sendo a doença de Alzheimer a mais frequente. O Alzheimer é uma doença
progressiva, começa com pequenos lapsos de memória que passam despercebidos e evoluem
para um quadro mais grave, onde a pessoa não sabe mais seu próprio endereço ou até reconhecer
um familiar.
Exercícios físicos, montagens de quebra-cabeças ou práticas de palavras cruzadas são
atividades que ajudam os idosos a treinarem sua capacidade cognitiva e terem menos problemas
relacionados a memória.
lógico, porém depois de poderem dormir novamente, elas se recuperam em alguns dias. Ou
seja, a privação de sono não tem efeitos duradouros.
2.4 Esquecimento
O esquecimento é a incapacidade de recordar um conteúdo que foi memorizado
anteriormente, considerado uma perda absoluta das informações armazenadas (Davis, 2007),
por isso, muitas pessoas encaram esse fenômeno como algo negativo, problemático e doentio,
sendo ele uma ferramenta muito importante. Através dele nos livramos de materiais que são
inúteis e desnecessários, ocorrendo uma seleção dos registros armazenados, tanto que só é
possível obtermos novos conteúdos quando os anteriores que não utilizamos mais, ou alguns
deles, sejam apagados.
O ato de esquecer algo ocorre em função de diversos fatores, por exemplo o
envelhecimento. Nesta fase, as capacidades mentais de memorização diminuem em
consequência da perda de qualidades progressivas dos tecidos cerebrais, havendo a dificuldade
em adquirir novos conhecimentos, capacidade reduzida de atenção e concentração, chamado de
esquecimento regressivo. Por outro lado, Freud constatou que existem motivações
inconscientes que promovem o esquecimento, levando a perda de memórias que podem trazer
algum tipo de sofrimento, conteúdos indesejáveis e prejudiciais à nossa saúde psicológica,
tendo o papel de um “mecanismo de defesa”, enviando para o inconsciente conteúdos
traumáticos, angustiantes ou ameaçadoras, tornando-os incapazes de serem acessados
voluntariamente, esse tipo de esquecimento levou o nome de Esquecimento Motivado.
No final do século XIX, o pioneiro Hermann Ebbinghaus nos estudos sobre o
esquecimento, colocou em prática a Teoria da Deteriorização, defendendo que conforme o
tempo passa, a memórias vão se enfraquecendo e desaparecendo, até que são completamente
apagadas, isso se dá pela falta de estímulo a tais lembranças, chegando a um ponto de serem
tão fracas, que torna-se impossíveis de resgatá-las (Schwartz & Reisberg, 1991). Segundo
Ruiz-Vargas (1995), uma das contribuições mais conhecidas de Ebbinghaus é a curva do
esquecimento, onde mostra que a maior parte dos episódios de esquecimento se dão nos
primeiros momentos após a aprendizagem.
Estudos dizem que conteúdos armazenados por muito tempo podem interferir na
chegada de novas informações, fazendo com que o indivíduo não se recorde do que foi vivido
há pouco tempo, pois sente que ele se misturou em outras memórias, afetando a aprendizagem.
Neste caso, podemos colocar em evidência a Teoria da Interferência (Muller & Schumann,
1894) para explicar o esquecimento, que defende que o esquecimento é causado por
11
Outro fator é que a emoção afeta a atenção, o que significa que podemos deixar certos
detalhes passarem despercebidos dependendo da motivação. Como consequência, situações
mais intensas são lembradas em maior quantidade, pois a emoção está junto a uma sequência
de eventos, mas se forem negativas podem ser bloqueadas pela nossa memória.
3. OBJETIVO
Identificar se o sono tem um impacto positivo na capacidade de memorização do
indivíduo.
4. METODOLOGIA
Para o experimento, separamos os participantes nas seguintes faixas etárias: 15-30 anos;
31-45 anos e 46-64 anos. Selecionamos 20 palavras (árvore, caneta, celular, tesoura, blusa,
praia, bicicleta, boneca, água, banana, gato, casa, fogo, cadeira, lua, pedra, chapéu, viagem e
estrela) e dividimos os participantes em dois grupos: em um deles as palavras foram
apresentadas aos participantes logo antes de dormirem, e depois de acordar tiveram que falar
as palavras que recordavam. Já no outro grupo, as palavras foram apresentadas aos participantes
na parte da manhã, e lembradas no período da tarde. Para ambos os grupos, o intervalo para a
memorização foi de cerca de 8 horas.
Depois dos participantes se recordarem das palavras, fizemos algumas perguntas à eles.
Para o grupo que dormiu, perguntamos se eles tiveram dificuldade para dormir ou acordaram
no período da noite; se apresentaram estresse ou ansiedade no dia anterior; e se criaram algum
método diferenciado para ajudar na memorização (associação, música, história etc.).
Já no grupo de privação do sono, perguntamos se apresentaram estresse ou ansiedade
durante o dia; e se criaram algum método diferenciado para ajudar na memorização.
5. RESULTADOS
Participantes de faixa etária entre 15 e 30 anos que tentaram memorizar as palavras da
lista pela noite e após aproximadamente 8 horas de sono recitá-las, conseguiram se lembrar, em
média, de 14,75 palavras de 20, tendo em vista que 100% deles apresentaram dificuldades para
dormir ou pegar no sono novamente. Apenas 25% disseram ter tido algum episódio de estresse
ou ansiedade no dia anterior e 75% utilizaram técnicas variadas de memorização. Já os
participantes da mesma faixa etária, que tentaram memorizar as palavras pela manhã e após 8
horas sem dormir tentaram recordar, tiveram uma média de 10,75 palavras lembradas,
considerando que 50% apresentou estresse ou ansiedade durante o dia e 75% utilizou alguma
técnica para facilitar a memorização das palavras.
Os participantes que se encaixam na faixa etária de 31 à 45 anos que tentaram memorizar
as palavras antes de dormir e ao acordarem, foram convidados a repeti-las, lembraram em média
14 palavras de 20, 100% deles utilizando técnicas próprias de memorização; disseram não ter
havido qualquer dificuldade para dormir, mas 50% deles apontaram episódios de estresse e
14
ansiedade no dia anterior. Já os outros participantes da mesma faixa etária, mas que tentaram
memorizar as palavras pela manhã, após 8 horas acordados, tiveram uma média de 5,50 palavras
lembradas, sem usarem qualquer técnica de memorização e 50% apresentaram episódios de
estresse e ansiedade durante o dia.
Por fim, os participantes de faixa etária entre 46 e 65 anos que memorizaram as palavras
antes de dormir e repetiram pela manhã, lembraram uma média de 12,67 palavras de 20, todos
utilizando técnicas para a facilitação da memorização e nenhum deles apresentou dificuldade
para dormir ou ficaram estressados no dia anterior. Já os participantes de mesma faixa etária,
que memorizaram as palavras pela manhã e após 8 horas acordados precisaram repeti-las,
tiveram uma média de 11,67 palavras lembradas, tendo em evidência que 33,33% optaram por
usar alguma técnica para auxiliar na memorização e apenas 33,33% apresentaram estresse e
ansiedade durante o dia.
6. DISCUSSÃO
De acordo com a literatura, quando estamos acordados não pensamos tão claramente,
porque criamos fluidos tóxicos em nosso cérebro que são eliminados enquanto dormimos,
fazendo com que o ele se mantenha limpo e saudável. Além do mais, pesquisas afirmam que o
cérebro organiza ideias importantes pensadas e aprendidas durante o dia, apaga as partes menos
importantes e fortalece áreas das quais você precisa se lembrar.
Nos resultados, é notável a diferença na capacidade de memorização entre os
participantes que dormiram, e os que foram privados do sono. Logo, é possível dizer que os
resultados obtidos com o experimento são coerentes com a literatura.
15
7. CONCLUSÃO
Ao começarmos o desenvolvimento deste trabalho fizemos diversas pesquisas na
literatura, que nos apresentaram a relação entre o sono e a memória.
Analisamos alguns aspectos, tais como o desenvolvimento da memória em fases do ciclo vital,
seu funcionamento e interferências.
Junto à pesquisa, realizamos um estudo de campo com pessoas de 15 à 64 anos. Notamos
que pessoas que dormiram depois de lerem as palavras dadas obtiveram mais sucesso do que
aquelas que não dormiram e se distraíram durante o dia. Esses dados nos permitiram ver que o
sono em conjunto com a memória se mostra mais eficaz quando se trata de codificações, como
realizado neste estudo. Outras questões foram consideradas, como o estresse e a ansiedade, que
estão também ligados à memória e sono.
Por fim, através deste trabalho, podemos concluir que os dois tópicos discutidos neste
estudo (sono e memória) estão interligados e precisam trabalhar juntos para que haja uma
melhor cognição por parte dos indivíduos.
16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Marcus Vinicius Costa; BUENO, Orlando Francisco Amodeo. Interferência
retroativa: o esquecimento como uma interrupção na consolidação da memória. Temas
psicol., Ribeirão Preto , v. 25, n. 3, p. 1043-1054, set. 2017 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2017000300007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso
em 29 out. 2020. http://dx.doi.org/10.9788/TP2017.3-07Pt.
Batista de Sousa, A., & Miskinis Salgado, TD (2015). Memória, aprendizagem,
emoções e inteligência. Revista Liberato , 16 (26), 141–
152. https://doi.org/10.31514/rliberato.2015v16n26.p141 (20/10/2020)
Bauer, P. J. (2008, December). Cérebro | Memória e desenvolvimento inicial do
cérebro. Enciclopédia Sobre o Desenvolvimento Na Primeira Infância.
http://www.enciclopedia-crianca.com/cerebro/segundo-especialistas/memoria-e-
desenvolvimento-inicial-do-cerebro
Becker, NB (2020, 23 de abril). Insônia: o que é, sintomas, causas e
tratamentos! Blog. https://www.google.com/amp/s/blog.psicologiaviva.com.br/insonia-
causas/amp/
CHAVES, Márcia L. F.. Memória humana: aspectos clínicos e modulação por estados
afetivos. Psicol. USP, São Paulo , v. 4, n. 1-2, p. 139-169, 1993 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-
51771993000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 23 Out. 2020.
Dias, L. B. T., & Landeira-Fernandez, J. (2011). Neuropsicologia do desenvolvimento
da memória: da pré-escola ao período escolar. Neuropsicologia Latinoamericana, 22–24.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnl/v3n1/v3n1a03.pdf
FELDMAN, R.S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Editora Artmed. 2015.
Gauer, G., & Gomes, W. B. (2006). MEMORANDUM 11 - GAUER, G & GOMES, W.B.
Memorandum.http://www.fafich.ufmg.br/%7Ememorandum/a11/gauergomes01.htm#:%7E:te
xt=Mem%C3%B3ria%20autobiogr%C3%A1fica%20%C3%A9%20ent%C3%A3o%20defini
da,que%20o%20epis%C3%B3dio%20realmente%20aconteceu.
GIACOBBO, Bruno Lima. Efeitos da privação de sono sobre aspectos cognitivos e sua
relação com níveis de BDNF. 2015. 32p. (ciências biológicas: biologia geral.) Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Disponível em:
http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6184. Acesso em: 28 out. 2020.
17
IZQUIERDO, Ivan. Memórias. Estud. av., São Paulo , v. 3, n. 6, p. 89-112, ago. 1989
. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141989000200006&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 25 Out. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40141989000200006.
MOURAO JUNIOR, Carlos Alberto; FARIA, Nicole Costa. Memória. Psicol. Reflex.
Crit., Porto Alegre , v. 28, n. 4, p. 780-788, Dec. 2015 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722015000400017&lng=en&nrm=iso>. access
on 21 Out. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/1678-7153.201528416.
[NEUROAPRENDIZAGEM] Sono, memória e aprendizagem. Inescozzo, 2012.
Disponível em: http://www.inescozzo.com/sono-memoria-e-aprendizagem/. Acesso em: 22
out. 2020
OLIVEIRA, André Jorge. Como o sono consolida as suas memórias. Galileu, 2017.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/10/como-o-sono-
consolida-suas-memorias.html. Acesso em: 26 out. 2020
PERGHER, Giovanni Kuckartz; STEIN, Lilian Milnitsky. Compreendendo o
esquecimento: teorias clássicas e seus fundamentos experimentais. Psicol. USP, São Paulo , v.
14, n. 1, p. 129-155, 2003 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
65642003000100008&lng=en&nrm=iso>. access
on 29 Oct. 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-65642003000100008.
Psicologia, O. (2015, 16 de novembro). Sono e emoções . Oficina
Psicologia. https://www.oficinadepsicologia.com/sono-emocoes/
Sono, Memória e Aprendizado. Boa saúde, 2010. Disponível em:
https://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/5283/-1/sono-memoria-e-aprendizado.html.
Acesso em: 25 out. 2020
The importance of sleep in learning. Coursera. McMaster University & University of
California San Diego. Disponível em: https://www.coursera.org/lecture/learning-how-to-
learn/the-importance-of-sleep-in-
learningAsWfx?utm_source=wa&utm_medium=in_course_lecture&utm_content=page_share
&utm_campaign=overlay_button. Acesso em: 22 Out. 2020.
Usuário, S. (nd). Estudo indica como a memória é afetada pela privação de
sono . Pseumosono Centro de Distúrbios Do Sono. https://pneumosono.com.br/blog-do-
sono/52-estudo-indica-como-a-memoria-e-afetada-pela-privacao-de-
18
ANEXOS
Termos de Consentimento Livre e Esclarecido
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35