Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
05/11/2020
Objetivos
O experimento tem por objetivos estudar o comportamento elétrico dos varistores de óxido
de zinco (ZnO) e suas aplicações.
Materiais utilizados
Transformador 220V/ 2000V, 1,15kVA;
Autotransformador (VARIAC) 220V/ 0-220V, 1,15kVA;
Protoborde;
Resistores (330 Ω, 220k Ω, 10k Ω, 1k Ω);
Varistores (250V, 95V);
Osciloscópio;
Multímetro;
Cabos;
Introdução teórica
Varistores são dispositivos semicondutores eletro-cerâmicos com características corrente-
tensão não lineares. A palavra varistor é derivada do termo “variable resistor”. Os
varistores também são conhecidos como, resistores não lineares, resistores variávies,
supressores de surto e limitadores de tensão.
Até o final da década de 60, os varistores utilizados eram constituídos por carboneto de
silício (SiC). Estes varistores apresentavam uma baixa não-linearidade, necessitando o uso
de centelhadores-série eram empregados no auxílio isolamento, mesmos em condições
normais de operação. Os varistores de Carboneto de Silício apresentavam várias
deficiências, entre elas a baixa não-linearidade, utilização de centelhadores-série, existência
da corrente subsequente, baixo calor específico, etc.
Com a evolução da ciência dos materiais, em 1968 a Matsushita Electric descobriu as
características não-lineares de um composto cerâmico à base de óxido de zinco. Os
varistores a base de óxido de zinco apresentam uma alta não-linearidade e características
elétricas e térmicas mais aperfeiçoadas.
Como varistores a base de óxido de zinco apresentam alta capacidade de absorção de
energia, pesquisas foram desenvolvidas para sua utilização em sistemas de potência. A partir
de 1975, pára-raios de óxido de zinco são utilizados nos sistemas de distribuição,
subtransmissão e transmissão de energia elétrica contra sobretensão e surtos atmosféricos e
de chaveamentos.
Atualmente os varistores de óxido de zinco possuem uma vasta aplicação na engenharia
elétrica, sendo comumente utilizado para proteger equipamentos eletrônicos, aparelhos de
telecomunicações, equipamentos de informática, indústrias, em pára-raios em linhas de
transmissão e distribuição de energia elétrica. Usualmente o dispositivo de proteção é
conectado entre a fase e a terra, com a finalidade de limitar as sobretensões a níveis
compatíveis com o isolamento dos outros equipamentos do sistema elétrico.
Os pára-raios de óxido de zinco apresentam inúmeras vantagens sobre o seu antecessor, os
pára-raios de carboneto de silício. Entre essas vantagens podem ser citadas:
Alto expoente de não-linearidade entre a tensão e a corrente
Baixa tensão residual;
Baixa corrente de fuga na tensão de operação;
Redução significativa do tamanho;
Eliminação dos centelhadores em série;
Rápida resposta quando submetidos a surtos de tensão;
Comportamento superior com relação à proteção;
Suportabilidade superior para ciclos de operações múltiplos;
Desempenho superior em ambientes poluídos;
Possibilidade de conexão em paralelo de colunas varistoras ou mesmo de para-raios;
Capacidade de absorção superior;
A característica I x V dos varistores de ZnO apresenta três regiões distintas e bem claras, são
elas:
Região linear de baixa corrente: a característica I x V é aproximadamente ôhmica na região
cuja densidade de corrente não ultrapassa a 10e-4 A/cm2. A região é conhecida como região
de pré-ruptura. Nesta região, a corrente alternada pode ser de 2 ordens de magnitude maior
que a corrente excitada por uma fonte cc. A corrente alternada é responsável pelos
mecanismos de polarização dos dielétricos, isto é, apresenta uma componente capacitiva(Ic)
e outra resistiva(Ir).
Região não-linear: a região não-linear de corrente intermediária é a essência do varistor de
óxido de zinco, onde o dispositivo conduz uma quantidade grande de corrente, mesmo que
para um pequeno aumento de tensão aplicada. A região não-linear pode se estender 6 a 7
ordens de magnitude de corrente e apresenta uma variação absoluta de densidade de
corrente entre 10e-4 A/cm2. O grau de não-linearidade é determinado no patamar da região
não-linear, quanto menos for inclinada a curva IxV , melhor será o dispositivo.
Região de alta corrente: a região de alta corrente apresenta densidade de corrente superior
a 10e3 A/cm2. Esta região apresenta comportamento linear, isto é, a tensão volta a crescer
com o aumento da corrente e o mecanismo de condução é controlado pela impedância dos
grãos de ZnO.
A figura 2 mostra estas regiões, em operação os varistores utilizam todas estas regiões. A
região de baixa corrente é importante porque define as perdas ativas, consequentemente, a
tensão de operação, para aplicações em regime de uso continuo. A região não-linear
determina a tensão residual na aplicação de um surto. A região de alta corrente apresenta a
condição limite para proteção contra surtos de alta corrente, tais como aquelas encontradas
nas correntes de impulso atmosféricos.
15 11 20 5
25 22 40 11
35 30 60 16
45 39 80 22
55 48 100 28
65 59 120 36
75 75 140 52
85 103 150 68
95 167 160 117
105 170 170 200
115 230 180 580
125 1000 190 2300
135 4600 200 12000
Gráfico (E x J)
Tabela caracterização do varistor 2 curva (E x j)
Pela observação dos gráficos, notamos que eles sao bem próximos da figura 2 que descreve o
comportamento teórico dos varitores de ZnO. Podemos então comprovar a validade do experimento e
a observações das regiões experimentalmente.
De posse dos gráficos, podemos determinar os coeficientes de não-linearidade, os campos de ruptura e
as tensões de trabalho dos dois varistores.
Com nossos gráficos já estão em escala logarítmica, o coeficiente α é determinado por: α =
(x2-x1)/(y2-y1).
Para os varistor 1, utilizando os pontos (4600 uA, 135 V) e utilizando uma equação para determinar o
J1, temos então. Encontramos α = 29,0 para o primeiro varistor e para o segundo varistor pegamos o
ponto (200 V, 12000uA) e montamos a equação e obtivermos α = 17,0.
Como a tensão de ruptura é encontrada para densidade de corrente 0,5mA/cm2 analisamos os dados e
encontramos os valores dos campos de ruptura.
Visualização das formas de onda de tensão e corrente
O circuito a baixo foi montado afim de nós possibilitar a visualização das formas de onda da tensão e
da corrente para as regiões de pré-ruptura e não-linear. Observamos as formas de onda para a tensão e
para a corrente apenas pra região de pré-ruptura, onde foi notada uma defasagem de aproximadamente
90 graus entre as ondas, estando a corrente atrasada da tensão. Notamos desta forma que na região de
pré-ruptura, o varistor tem um comportamento capacitivo. Apesar de não conseguir ver o
comportamento da corrente em relação a tensão para a região não-linear, sabemos que por haver
passagem de corrente muito grande, o varistor deve se comportar como um resistor, deixando de se
comportar como um dielétrico como é na pre-ruptura.
Conclusão
O experimento mostrou um método de levantamento da curva característica de varistores, porém nã
podemos avaliar os valores acima calculados quanto a precisão. Visto que não temos informações
sobre suas ordens de grandeza ou faixas de valores adequadas ao funcionamento dos varistores. De
modo geral, a partir da análise da não linearidade ôhmica do varistor, vemos a sua importância em
sistemas de proteção a surtos de tensão, se comportando como capacitor para o regime normal e como
um resistor para regimes de sobrecargas nos sistemas.