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A Identidade
A é uma comunidade composta por
uma rede de pessoas que se relacionam uns com os
outros e com Deus Pai, através de Jesus Cristo, por meio
do Espírito Santo, e com os de fora no empenho de
propagar o Evangelho de Cristo de maneira relevante a
nossa geração.
A Igreja é constituída por uma união voluntária
baseada na certeza de que, quando homens andam em
união, Deus ordena Sua benção e unção. Pessoas unidas
umas ás outras e congregadas por meio do Espírito
Santo, através da Palavra, do Batismo e da Eucaristia,
numa relação de responsabilidade uns para com os
outros, constituem uma comunidade de cristãos, na qual
está e realmente atua a Igreja de Cristo.
Acreditamos na Igreja como Corpo Vivo de Cristo
formado por todos os que confessam a Jesus como
Senhor e Salvador. Valorizamos o pertencer e o participar
da Igreja como expressão de obediência ao Senhor da
Igreja. Caminhamos juntos nos passos de Jesus.
No centro desta rede está Cristo, o relacionamento
com Cristo nos dá vocação (manifesta naquilo que
somos), por causa desta vocação recebemos uma missão
(manifesta naquilo que fazemos) e somos encaminhados
a concretização de uma visão (manifesta naquilo que
cremos).

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● Evangélica: Adotamos a Bíblia como única fonte
para determinar nossa fé e nossa prática, e a
doutrina do evangelho da graça e a pregação
bíblica.
● Litúrgica: Seguimos a tradição litúrgica anglicana,
desenvolvida historicamente desde a igreja
apostólica e na Reforma Protestante Inglesa.
● Episcopal: Somos guiados e cuidados pelos bispos
com os pastores (presbíteros e diáconos), e
governados pelo Sínodo Diocesano e a
Convocação Internacional.

O Ser
Pelo batismo o homem é incorporado na Igreja de Deus
em Cristo, incluído no Povo de Deus, deixando de ser
estrangeiro por meio da consagração sacramental para
ser participante do ofício sacerdotal, profético e real de
Cristo, segundo sua própria condição, sendo chamados a
exercer a missão que Deus confiou a Igreja para realizar
no mundo, e nela é constituído pessoa, com as
responsabilidades e privilégios que, atendendo à sua
condição, são próprios dos cristãos, na medida em que
estes permanecem na comunhão eclesial.
Ao sermos incorporados, incluídos e constituídos à
Igreja somos chamados a uma verdade de ser, um estilo
de vida que, segundo o apóstolo Paulo, supera os demais
(1Co 12.31): o amor, a mais forte e mais profunda
realidade autenticadora do ser.
O amor não é uma teoria, é uma pessoa, e essa
pessoa, na vivência do amor, manifestando aquilo que Ela
era, amor, realizou obras, fez grandes coisas. Para que
nós possamos reavivar esse amor em nós, nós
precisamos olhar para Jesus, ver o que Ele era e é, para
que possamos ser da mesma forma.
Podemos agora nos perguntar, como é esse amor
de Cristo, que devemos imitar ao amar o outro? O próprio
capítulo do Evangelho de João onde Cristo nos dá essa
ordem, responde à nossa questão em seu primeiro
versículo, ao nos dizer que “Ele tinha amado seus
discípulos durante seu ministério na terra, e os amou até o
fim” (Jo 13.1).
Amar até o fim, pode ser entendido de dois modos,
o primeiro como um advérbio de modo e depois como um

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advérbio de tempo. Jesus amou até o fim – de que modo?
– dando a própria vida, morrendo concretamente pela
salvação dos Seus discípulos.
Mas nós também podemos ver que Jesus amou até
o último momento da Sua vida, até o fim da Sua vida
Jesus foi amando todos aqueles que O encontrava, Jesus
foi amando inclusive aqueles que O rejeitavam.
Assim, quando Cristo nos convida a amarmos uns
aos outros do mesmo modo, da mesma forma, com a
mesma intensidade que Ele nos amou, é isso que Ele está
nos ordenando a fazer: devemos amar o outro até as
últimas consequências, devemos amar o outro por toda a
nossa vida e devemos amar o outro com tudo o que temos
e somos.
O cristão está perdendo o ser a medida em que o
tempo passa. E o problema é que a medida em que
perdemos a essência do nosso ser, também perdemos a
razão de ser. Nós vamos multiplicando nossos templos,
vamos tendo grande frequência de cultos e reuniões,
vamos ampliando nossos grandes ajuntamentos e vamos
aumentando o nosso nível de poder humano, mas nós
não seremos nada. Do que adianta ganhar o mundo
inteiro e perder o nosso ser? (Mc 8.36) Essa deve ser a
grande pergunta feita por cada um de nós.

O Pertencer
O ser manifesta-se mais plenamente no pertencer. Em
outras palavras, porque compartilhamos de uma mesma
identidade (evangélica, litúrgica e episcopal) e
manifestamos uma mesma essência (amor) somos
impelidos a pertencermos uns aos outros por meio de
uma mesma comunidade ou espaço vital.
Essa dinâmica de pertencimento a Igreja vai
gerando bolsões ou ilhas de manifestação do Reino de
Deus, espaços vitais, estruturas visíveis da Igreja de
Cristo, fortificações comuns que unem pessoas e as
remetem ao sentido de comunhão.
Três valores balizam e inspiram esse nosso
processo de formação de vínculos:
● aprendizado relacional: no discipulado o
ensino-aprendizagem relevante é aquele que
imprime marcas da Palavra de Deus que são

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aprendidas, seguradas e agarradas pelo discípulo
em meio a relacionamentos (vínculos), de tal
forma que seu caráter vai sendo formado a
imagem de Cristo, fundamentado no tripé
informação, imitação e multiplicação.
● responsabilidade pessoal: queremos que as
pessoas passem, em um processo gradativo, da
anomia (ausência de sujeição) e da heteronomia
(sujeição cega) para a autonomia, ou seja, a plena
capacidade de avaliar o certo e o errado, e assumir
responsabilidades por buscar o alimento da
Palavra de Deus e procurar fazer a vontade de Deus
em todas as áreas da sua vida.
● prestação de contas: a confissão nos torna
conscientes que precisamos nos revestir do novo
homem, ela não é realizada somente para Deus,
mas envolve outras pessoas. Ela é fruto de
relacionamentos seguros. Confessar os pecados é
só o início do processo, precisamos compartilhar
com os outros nossas alegrias, testemunhos,
desafios…
O ponto de partida em nossa formação de vínculos
é a dependência de Deus (aprendizado relacional), depois
a independência baseada na autonomia
(responsabilidade pessoal), a fim de que o discípulo
atinja o grau maior da maturidade cristã: a
interdependência (prestação de contas).

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Os Pilares
Os pilares de nossa fé são compostos por tudo o que é
essencial para que alguém se torne um verdadeiro
cristão. A vida de fé tem três pilares: a confissão de fé, a
oração com fé e a obediência em fé. Cada pilar é muito
mais que um tema a ser estudado, é uma disciplina a ser
desenvolvida.
Para representar cada pilar usamos símbolos de fé:
● O Credo dos Apóstolos resume a visão cristã a
respeito de Deus e do mundo, e por isso é o ponto
de partida para a confissão de fé.
● A Oração do Senhor mostra como devemos nos
relacionar com Deus e é a base para a oração com
fé.
● E a Lei do Senhor mostra a Sua vontade para nós e
é a base para nossa obediência em fé.
Muitos outros documentos e textos são subscritos
como nossos símbolos (39 artigos, Declaração de
Princípios, Declaração de Jerusalém…), mas esses três
são básicos e devem ser memorizados.
Por meio dos três pilares vamos buscar juntos a
ortodoxia (crer corretamente: verdade), ortopraxia (viver
corretamente: bondade) e ortopatia (sentir corretamente:
beleza), nos esforçamos para acreditar em tudo “aquilo
que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos
os fiéis”.
Olhando para a segunda carta do apóstolo Paulo a
Timóteo (3.16) descobrimos que as Escrituras é o
fundamento de validade onde encontramos a resposta
para esses valores que nos transcendem – verdade,
bondade e beleza: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e
útil para:
● nos ensinar o que é verdadeiro – isso fala de
verdade;
● e para nos fazer perceber o que não está em ordem
em nossa vida – isso fala de beleza;

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● Ela nos corrige quando erramos e nos ensina a fazer
o que é certo – isso fala de bondade.

Os Princípios
Como comunidade de cristãos vivemos alicerçados nos
seguintes princípios:

VIVER DA PROVIDÊNCIA
Queremos crer em Deus para todas as circunstâncias.
Queremos crer que de nada termos falta, pois o Senhor
suprirá todas as nossas necessidades. Queremos afirmar
com toda certeza que aquilo que não temos, não
precisamos. E almejamos por vivermos de acordo com
essa fé que professamos, buscando a cada dia, em
primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, crendo
que todas as coisas nos serão concedidas (Mt 6.36), tanto
individualmente, quanto coletivamente.
Cremos que a provisão de Deus vem,
principalmente, através do povo de Deus, e assim com Ele
tem sido generoso conosco, desejamos ser generosos.
Queremos doar de nós mesmos, sem reservas e sem
expectativas de remuneração. Queremos nos doar
porque muito recebemos e muito damos.

SANTIDADE DE VIDA
Cremos que somos chamados a viver vidas santas e
justas diante de Deus e diante dos homens. Vidas que
exemplificam a natureza e o caráter de Deus. Somos
formados por homens e mulheres, adultos e jovens,
solteiros e casados, mas, antes de tudo, somos irmãos e
irmãs, que devem ter o maior empenho em evitar
ocasiões que possam ser obstáculos à vivência da
santidade prática.

AUTORIDADE E SUBMISSÃO
No viver da providência afirmamos como princípio confiar
em Deus para todas as coisas, e de igual forma, agora,
almejamos em obedecer a Deus sem nunca questionar. E
por obediência a Deus – e tendo a obediência a Deus
acima de tudo – devemos obedecer as lideranças por
Deus constituídas. Por sua vez, os irmãos que são
chamados a exercer autoridade, assumam-na em atitude
de serviço por causa da missão.

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A Visão
Cremos que há um lugar que como Igreja almejamos
alcançar, e temos entendido que, segundo as Escrituras
Sagradas, é “Ser uma família de muitos filhos semelhantes
a Jesus”, pois esse é o plano eterno de Deus para a
humanidade.
É verdade que muitos pensam que o propósito de
Deus é a salvação dos homens, contudo, se olharmos
atentamente para as Escrituras vemos que isso faz parte
do projeto de Deus, não como um fim em si mesmo, antes
como uma solução para a humanidade.
Considerando que o propósito de Deus é eterno,
Deus em Sua onisciência já sabia que a humanidade iria
cair em pecado, mas ainda que o homem não tivesse
caído, ainda que nossos primeiros pais não tivessem
pecado, Deus tinha um plano para a humanidade. Se o
propósito de Deus é a salvação, Deus precisava que o
homem pecasse para que pudesse cumprir Seu plano,
afinal, nos salvaria de que se não tivéssemos pecado?
Portanto, podemos deduzir claramente, que é da
vontade de Deus que os homens sejam salvos, contudo
essa vontade não é o plano eterno dEle, mas um meio
para cumprir esse plano.
Sim, precisamos ser salvos, porque afinal, o
pecado manchou em nós todas e cada uma das áreas da
nossa vida. Não podemos nos salvar, nem por nossos
merecimentos, nem por nossas boas obras. Antes
precisamos de um Salvador, pois sem um Salvador e sem
a Salvação não teríamos condições nenhuma de cumprir
o plano eterno de Deus para a humanidade.
Mas afinal que plano é esse? Desde a criação o
plano de Deus para Adão e Eva, nossos primeiros pais, era
que em seu relacionamento com Deus e um com o outro, o
homem fosse se constituindo em uma grande família, a
qual Deus compartilharia Seu amor. Com o pecado, o
homem se separou absolutamente de Deus e afastou-se
um dos outros, por esse motivo o plano de Deus
encontrava-se inviabilizado. Precisávamos da salvação
para cumprir o plano de Deus.
Foi então que Cristo Jesus foi enviado para ser o
nosso Salvador, e, além disso, ser o nosso novo modelo
de relacionamento com Deus e de humanidade
verdadeira, o novo Adão. Jesus sendo Deus eterno era o

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único capaz de transmitir aquele relacionamento de
amor vivido na Triunidade de Deus a humanidade. Assim,
em Jesus, segundo o apóstolo Paulo, o plano eterno de
Deus para a humanidade foi completamente viabilizado,
de modo que através dEle podemos ser constituídos em
uma grande família de muitos filhos a semelhança do Seu
amado filho, Jesus.
É essa a visão da Igreja, cultivar um profundo
relacionamento de amizade com Jesus, seguirmos o Seu
modelo, para compormos com Ele uma grande família de
muitos irmãos semelhantes a Jesus.

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A Conduta
Como o evangelho é manifestado em nossas vidas? O que
devemos fazer? Qual a obra que devemos realizar juntos
como Igreja? Falamos anteriormente que o amor é a
realidade autenticadora do ser, e que é pelo fato de
sermos amor, como Cristo é Amor por excelência, que
fazemos aquilo que fazemos.
Em outras palavras, Jesus em Sua encarnação
elevou o padrão de vida, conduta e prática do ser
humano. Jesus tornou-se, portanto, o exemplo e o
modelo do que é ser humano de verdade. Deste modo, o
que Jesus é, nós devemos ser, e o que Jesus fez nós
devemos fazer.
Fomos atraídos pela graça do Senhor para uma
razão de ser. Agora que sabemos quem somos e no que
cremos, somos chamados a viver a luz da nossa nova
identidade em Cristo e recebemos de Deus uma
incumbência, uma tarefa. Enquanto estamos aqui,
cumpre-nos obedecermos a diretiva de Cristo que disse:
“Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (Jo 20.21).
A conduta cristã, ou seja, a ação pessoal dos
cristãos é caracterizada pela prática do amor a Deus e ao
próximo, demonstrada em atos de amor uns aos outros,
conhecidos como mandamentos recíprocos e pelas
disciplinas espirituais visando alçar a uma vida virtuosa.

MANDAMENTOS RECÍPROCOS
Os mandamentos recíprocos nos ensinam o que fazer
(ênfase positiva) e o que não fazer (ênfase negativa) na
dimensão “uns aos outros”:
● mandamentos positivos: aceitem (Rm 15.7),
aconselhem (Rm 15.14; Cl 3.16), advirtam (Hb
3.13), amem (Rm 12.10; 13.8; 1Jo 3.11,23; 4.7,11,12;
1Ts 4.9; 2Jo 5; 1Pe 1.22; 4.8), confessem (Tg 5.16),
consolem (1Ts 4.18), cuidem (Fp 2.4), edifiquem
(1Ts 5.11), ensinem (Cl 3.16), humilhem (1Pe 5.5; Fp
2.3), incentivem (Hb 10.24), lavem os

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pés (Jo 13.14), levem as cargas (Gl 6.2), perdoem
(Mt 6.14-15; Ef 4.32), saúdem (2Co 13.12; Rm 16.16;
1Pe 5.14), sirvam (Gl 5.13; 1Pe 4.10), sujeitem (Ef
5.21) e suportem (Ef 4.2; Cl 3.13) uns aos outros.
● mandamentos negativos: não desprezem (Lc
18.9), destruam (Gl 5.15), enganem (Lv 19.11),
invejem (Gl 5.26), julguem (Rm 14.13), mintam (Cl
3.9), odeiem (Tt 3.3) e traiam (Mt 24.10) uns aos
outros.

DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
As disciplinas espirituais são práticas que exigem um
esforço intencional e deliberado, por parte do cristão, com
o objetivo de deixar-se ser guiado mais profundamente e
ativamente pelo Espírito Santo de Deus.
É preciso, portanto, ter equilíbrio nesta questão,
pois enquanto é um erro negligenciar as disciplinas
espirituais, é também um erro fazer das mesmas passos
para a salvação.
O apóstolo Paulo aconselha que o cristão deve
exercitar-se na devoção (cf. 1Tm 4.7b). A devoção,
portanto, não é uma virtude, mas um estilo de vida, que
pela graça de Deus o cristão é capacitado a exercitar.
Ainda que não exaustivamente, reconhecemos que a
bíblia institui as seguintes disciplinas espirituais ao
cristão:
● disciplinas interiores: meditação (Js 1.8; Sl 1.1-2;
1Tm 4.15), oração (Mt 6.5-15), jejum (Lc
4.1-4,13-14) e estudo (Rm 12.2; Fp 4.8).
● disciplinas exteriores: simplicidade (Mt 6.25-34),
solitude (Mt 14.13-23; Mc 1.35; 6.31-32), submissão
(Mt 26.36-44; Mc 8.31-37; Gl 5.1, 13-14; Ef 5.21) e
serviço (Jo 13.3-5,12-17).
● disciplinas associadas: confissão (Pv 28.13; Jo
18.9-14; Tg 5.16), adoração (Sl 95.6-7; 96.9; Jo
4.19-24), orientação (At 13.1-3; 16.6-10; 23.11) e
louvor (Sl 47.1,6-7; 81.1-3; 98.4-6; 100; 150).

VIDA VIRTUOSA
Diante disso tudo, cremos que por mandamento direto,
exemplo, implicação ou princípio as Sagradas Escrituras
nos dizem tudo o que precisamos saber sobre cada
aspecto para seguir a Cristo em nossas vidas.

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Estamos empenhados na busca constante por uma
vida virtuosa, seja como indivíduos ou como Igreja, ou
seja, uma vida que tem uma disposição habitual e firme
para fazer o bem, objetivando tornar-se cada vez mais
semelhante a nosso Senhor Jesus Cristo.
Nesse processo de vida virtuosa as virtudes mais
excelentes são a fé, a esperança e o amor, por se
relacionarem diretamente ao Ser de Deus:
● fé: é a virtude pela qual cremos firmemente em
todas as verdades reveladas por Deus,
fundamentada na autoridade do próprio Deus, que
não pode enganar-se, nem muito menos
enganar-nos.
● esperança: é a virtude sobrenatural pela qual
confiamos que Deus, que é Todo-poderoso e fiel às
suas promessas, nos concederá a vida eterna e os
meios necessários para levar-nos a ela.
● amor: é a virtude pela qual amamos a Deus por
quem Ele é, sobre todas as coisas, e ao próximo
como a nós mesmos. É a rainha das virtudes,
porque as demais nos conduzem a Deus, e pelo
Amor nós somos unidos a Ele.

A Missão
Tendo Jesus recebido do Pai toda a autoridade no céu e
na terra (Mt 28.18) comissionou a Igreja a, com a
capacitação do Espírito Santo (At 1.8), ser Sua
testemunha em toda a terra. Por meio disso temos
entendido que a missão cristã é naturalmente
sobrenatural, ou seja, a missão somente se explica e se
processa sobre a perspectiva da interferência e ação do
Espírito Santo, através dos seus dons, frutos, virtudes,
visitações e da própria conversão e regeneração do
homem.
Jesus prometeu aos Seus discípulos que Sua
autoridade estaria com eles até o fim dos tempos (Mt
28.20). Portanto, todos são portadores das
responsabilidades e dos poderes dados a Igreja para o
exercício da missão, ainda que os ministros recebam
porção especial desse poder, para o cumprimento da
porção também especial de responsabilidades que
recebem.

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Os dons nos capacitam sobrenaturalmente a fazer
– saber, agir e falar – conforme a excelência divina. A
autoridade dada por Cristo a Igreja seria vazia se não
fossemos capacitados por intermédio do Espírito Santo
para o exercício desta autoridade.
São dons que nos capacitam a saber:
● palavra de sabedoria: capacidade de dar
conselhos sábios fundamentados na palavra de
Deus.
● palavra de conhecimento: capacidade de
compreender verdades profundas a respeito das
coisas relacionadas a Deus.
● discernimento de espíritos: capacidade de
discernir se determinada manifestação provém ou
não de Deus.
São dons que nos capacitam a agir:
● fé: capacidade de realizar grandes coisas por meio
da fé.
● dons de cura: capacidade de aliviar a dor e o
sofrimento do outro, seja ele espiritual ou físico.
● realização de milagres: capacidade de prover
coisas sobrenaturais.
São dons que nos capacitam a falar:
● profecia: capacidade de falar para consolo,
edificação e exortação da comunidade dos
cristãos.
● variedade de línguas: capacidade de comunicar
as verdades de Deus em línguas diferentes.
● interpretação de línguas: capacidade de traduzir
a verdade de Deus.
Fundamentados em tudo isso, com o poder
recebido de Deus Pai, no exercício da autoridade de Jesus
Cristo e sob a capacitação do Espírito Santo, a Igreja
reconhece como sua missão: “Acolher, inspirar e encorajar
para uma nova vida em Cristo!”.

As Estruturas
OS GRUPOS DE CRESCIMENTO
O grupo de crescimento é a configuração básica de
pertencimento a comunidade dos cristãos. No grupo de
crescimento demonstramos comunidade, ao nos

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tornarmos parte (parcela ativa) da comunidade dos
cristãos.
Eles são ambientes de amor, comunhão e presença
de Deus. São grupos que reúnem-se em casas ou outros
ambientes com o simples objetivo de promover a
comunhão entre os irmãos.
Ser comunidade exige responsabilidade. Fazer a
nossa parte e ocupar nosso lugar é o melhor que
podemos fazer por nós, por nossa Igreja, pelas pessoas e
pelo Reino.
Entendemos que todos temos uma missão a
cumprir, uma vocação e uma tarefa, a partir dos dons e
talentos que Deus, o Pai, concede a cada um. Servimos
para imitar a Deus, para seguir o exemplo de Jesus e
porque amamos a Deus e as pessoas.
Alguns grupos estão voltados mais a integração
dos irmãos e o pastoreio, outros estão voltados a
execução de alguns propósitos e outros estão voltados ao
crescimento, a fim de no futuro próximo tornarem-se
paróquias.

AS FRENTES
A Igreja está presente em algumas cidades, com a mesma
visão e proclamando o mesmo Evangelho. A esses
pequenos espaços vitais, comunidades, que implantamos
nessas cidades chamamos de Frentes.
“Começamos pequenos com a visão de crescer de
forma saudável e nos fortalecendo dia a dia. Não
desejamos crescer a qualquer preço. O desejo é crescer
multiplicando discípulos” (Visão 2025 da Diocese Sul-Americana).
Por isso, essas implantações também começam
pequenas, como grupos de crescimento e se desenvolvem
até constituírem paróquias completamente autônomas,
mas que compartilham da nossa mesma visão.
GRUPOS DE CRESCIMENTO >> PONTO DE
PREGAÇÃO >> MISSÃO >> PARÓQUIA
SUBVENCIONADA >> PARÓQUIA
A função essencial dessas frentes de trabalho é cuidar do
indivíduo no âmbito de suas relações com Deus e com o
próximo.
Novas frentes podem ser formadas de diferentes
maneiras, incluindo 1) o plantio de grupos de
crescimentos, pontos de pregação ou missões por uma

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paróquia já estabelecida; 2) por um grupo de leigos que
se reúne, forma um grupo de seguidores de Jesus (grupo
de crescimento), e busca líderes da Igreja para se
juntarem a eles, e sendo liderados por um ministro leigo
serão um Ponto de Pregação ou por um ministro
ordenado uma Missão; ou 3) por um líder ordenado (ou
em processo de ordenação) que identifique um grupo
central e lance uma nova comunidade de fé.

A LIDERANÇA
Dentro da Igreja não há exercício de poder uns para com
os outros, ainda que a Igreja tenha em si muito poder,
mas de autoridade constituída por Deus e reconhecida
pelos que acham no seu líder aquele que tendo o dom
adequado do Espírito Santo, pode dar coesão e direção à
comunidade dos cristãos.
Fornada pelos obreiros de apoio, ministros leigos,
diáconos, presbíteros e bispos; iguais em
responsabilidade e privilégio diante da congregação, mas
com diferentes atribuições e funções; sendo modelos de
graça, virtude e fé, devendo ser irrepreensíveis diante do
povo de Deus.

OS OBREIROS DE APOIO
São aqueles irmãos e irmãs de reconhecida graça que
cooperam com o ministério nas diversas funções da
Igreja.

OS MINISTROS LEIGOS
São os ministros em treinamento. São portadores de
reconhecida graça ou que se apresentam de maneira
voluntária. Durante o período de formação esses líderes
poderão opinar, mas não votar.

OS DIÁCONOS
São os ministros da saúde e do fortalecimento. Atuam na
área da beneficência e do serviço no culto, evangelismo,
socorro, consolo, visitação, identificação e suprimento
das necessidades do povo, serviços administrativos e
manutenção das instalações e bens.

OS PRESBÍTEROS
São os ministros da edificação e do crescimento. Atuam
como líderes de multiplicação e ensino, discipulado,
aconselhamento, visitação, disciplina e intercessão.

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OS BISPOS
São os ministros de supervisão e do cuidado. Atuam como
pastores de um corpo de Igrejas (diocese),
supervisionando e comissionando os demais ministros.

AS CONVOCAÇÕES
A Igreja não reproduz simplesmente nenhum sistema
político humano, antes constitui um sistema de governo
no qual se reconhece a mútua responsabilidade e a
prestação de contas, com um poder partilhado
(autoridade dispersa), necessária para a ordem da Igreja.
Esse poder partilhado é exercido pelos que
ministram (pastores e líderes) e pelos que são ministrados
conjuntamente em convocações. As convocações são as
principais reuniões administrativas da Igreja, um
privilégio maior do que imaginamos.
Essas convocações são: 1) a Convocação
Internacional da Igreja Livre da Inglaterra, a qual estamos
associados; 2) o Sínodo da Diocese Sul-Americana, que
nos supervisiona; e 3) a Assembleia de cada paróquia
legitimamente constituída.

OS CONSELHOS
Qualquer ministério, departamento, projeto ou atividade
pode ser desenvolvido e administrado por um conselho.
O desafio primeiro dentro da Igreja, é a identificação
daqueles que formarão um determinado conselho,
responsável por uma ação coordenada qualquer.
Considerando-se a pessoa do coordenador, um
conselho pode ser formado com um número mínimo de
dois, e preferencialmente, no máximo doze conselheiros;
para melhor eficácia e flexibilidade no exercício das suas
funções. Sempre buscando a maior diversidade de
características possível.

O COORDENADOR
Um conselheiro é instalado na função de coordenador,
para além de exercer as funções próprias de conselheiro,
liderar suas atividades e coordenar executivamente as
atividades do ministério, projeto ou entidade a qual o
conselho lidera.
O coordenador do conselho de uma paróquia
deverá ser um presbítero e será chamado reitor ou pastor

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encarregado e poderá contar com um ou mais pastores
associados que cooperam com a coordenação.
O coordenador do conselho de uma paróquia
subvencionada e de uma missão poderá ser um
presbítero ou diácono.

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