1) O documento apresenta os principais elementos estruturais de concreto armado como lajes, vigas e pilares e discute suas funções e dimensionamento inicial. 2) Também aborda os elementos de fundação como sapatas, estacas e radiers. 3) Fornece recomendações sobre o posicionamento dos pilares, vigas e dimensões iniciais de lajes e vigas para pré-dimensionamento da estrutura.
1) O documento apresenta os principais elementos estruturais de concreto armado como lajes, vigas e pilares e discute suas funções e dimensionamento inicial. 2) Também aborda os elementos de fundação como sapatas, estacas e radiers. 3) Fornece recomendações sobre o posicionamento dos pilares, vigas e dimensões iniciais de lajes e vigas para pré-dimensionamento da estrutura.
1) O documento apresenta os principais elementos estruturais de concreto armado como lajes, vigas e pilares e discute suas funções e dimensionamento inicial. 2) Também aborda os elementos de fundação como sapatas, estacas e radiers. 3) Fornece recomendações sobre o posicionamento dos pilares, vigas e dimensões iniciais de lajes e vigas para pré-dimensionamento da estrutura.
Na concepção da estrutura, uma das principais preocupações do engenheiro estrutural deverá ser a interação com as demais projetos, em especial com o arquitetônico, o qual direcionará grande parte das decisões tomadas. Elementos Estruturais Básicos Na concepção estrutural, é importante considerar o comportamento primário dos elementos estruturais. Eles podem ser resumidos como se indica a seguir:
Laje: Elemento plano bidimensional, apoiado em seu contorno nas
vigas, constituindo os pisos dos compartimentos; recebe as cargas (ações gravitacionais) do piso transferindo-as para as vigas de apoio; submetida predominantemente à flexão nas duas direções ortogonais.
Viga: Elemento de barra sujeito predominantemente à flexão, apoiada
em pilares e, geralmente, embutida nas paredes; transfere para os pilares o peso da parede apoiada diretamente sobre ela e as reações das lajes.
Pilares: Elementos de barra sujeitos predominantemente à flexo-
compressão, fornecendo apoio às vigas; transferem as cargas para as fundações. Normalmente, a primeira tarefa da concepção estrutural é o lançamento dos pilares do andar-tipo, verificando suas possíveis interferências no térreo e também nos subsolos, com as vagas de garagem e circulação de veículos.
A integração entre projeto
estrutural e arquitetônico é indispensável para o melhor aproveitamento das garagens: maior número de vagas e espaço adequado para manobras. Pilares: Elementos de barra sujeitos predominantemente à flexo-compressão, fornecendo apoio às vigas; transferem as cargas para as fundações. Principais elementos de um edifício Elementos Estruturais de Fundações As ações atuantes na edificação devem ser transmitidas à camada resistente do solo por meio dos elementos estruturais de fundação.
Fundações profundas – Os tipos mais comuns são as estacas e os
tubulões. As fundações profundas são utilizadas quando não é viável economicamente o emprego de fundações diretas. Em uma fundação profunda, a carga pode ser transmitida predominantemente pela base ou por atrito lateral ou ainda por estas duas formas. Fundações superficiais – Constituída essencialmente pelas sapatas e radiers. São empregadas quando o terreno apresenta um solo superficial com resistência relativamente elevada e baixa compressibilidade. Nestes tipos de fundações, também conhecidas por fundações diretas ou rasas, as ações são transmitidas ao solo predominantemente pela base Lançamento dos elementos estruturais As recomendações que se seguem são aplicáveis a edificações em concreto armado com concepção estrutural usual (sistema estrutural com laje, viga e pilar) e com pequenas sobrecargas de utilização, tais como os edifícios comerciais e residenciais:
1) Posicionar os pilares, de preferência, nos cantos das edificações e
nos encontros das vigas.
2) Procurar distanciar os pilares entre 2,5 e 6 m.
3) Escolher regiões não muito nobres no pavimento tipo da
edificação para o posicionamento dos pilares (cantos dos armários embutidos, atrás das portas, etc.) evitando que os mesmos fiquem aparentes em salas e dormitórios. 4) Verificar se as posições lançadas no pavimento tipo são aceitáveis ao térreo e nas garagens (subsolos). Por sua vez, essa preocupação de cunho estético é menos importante para o térreo, uma vez que a sua arquitetura pode ficar um pouco prejudicada em favor de um melhor posicionamento dos pilares no pavimento tipo. Quanto às garagens, verifica-se que é mais difícil compatibilizar as melhores posições estruturais dos pilares com a melhor distribuição dos boxes (espaços reservados para os automóveis), sendo primordial, nesta etapa, o entendimento entre calculistas e arquitetos na busca da melhor posição estrutural para os pilares.
5) Procurar, sempre que possível, o posicionamento das vigas de tal
forma que as mesmas formem pórticos com os pilares, a fim de enrijecer a estrutura frente às ações horizontais (vento), principalmente na direção da menor dimensão em planta do edifício. 6) Procurar lançar vigas onde existam paredes, evitando que as mesmas fiquem aparentes, contribuindo para o aspecto estético. Entretanto, não é obrigatório lançar vigas sob todas as paredes. Eventualmente, uma parede poderá apoiar-se diretamente na laje, devendo-se fazer as devidas verificações na laje em virtude do carregamento introduzido pela parede. Quando existirem paredes leves, como por exemplo paredes de gesso acartonado e divisórias, a tarefa do lançamento de vigas torna-se mais flexível.
7) Verificar a real necessidade de rebaixamento de uma laje em
relação à outra. Às vezes o rebaixamento é necessário quando se tem que embutir as tubulações de esgoto nas lajes (lajes de banheiro ou das áreas de serviço). Atualmente, para esconder as tubulações de esgoto, há a preferência pela utilização de forros falsos em contrapartida à opção pelo rebaixamento (figura 10). Isso se deve principalmente à facilidade de eventuais consertos nas tubulações. Quanto aos limites dos vãos das lajes de concreto armado, apresentam-se as seguintes recomendações:
8) Em geral, pode-se adotar:
a) 2 a 5 m para o menor vão de lajes armadas em uma direção; b) 3 a 6 m para o maior vão de lajes armadas em duas direções.
9) Lajes de vãos muito pequenos resultam em grande quantidade
de vigas, tornando elevado o custo com as fôrmas.
10) Lajes com vãos muito grandes podem requer espessuras
elevadas e grande quantidade de armaduras. Além disso, a verificação do estado limite de deformações excessivas pode ser crítico. Para vencer grandes vãos, torna-se mais viável a utilização da protensão. Lajes
A espessura da laje (h) pode ser estimada por:
Lx h = 40 onde Lx é o menor vão da laje.
Vãos das lajes para o pré-dimensionamento da espessura h
Cabe ressaltar que devem ser respeitadas as espessuras mínimas em função do uso da laje, conforme prescreve a NBR 6118:2014 em seu item 13.2.4. Para as lajes maciças, citam-se alguns limites mínimos de espessura prescritos pela norma brasileira:
• 7 cm para lajes de cobertura (forro) que não estejam em balanço;
• 8 cm para lajes de piso ou lajes de cobertura em balanço; • 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total inferior ou igual a 30kN; • 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30kN; • 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.
Deve-se frisar ainda que as lajes dos edifícios necessitam de espessuras
adequadas para garantir um isolamento acústico mínimo entre pavimentos e evitar deformações indesejáveis. BATLOUNI NETO (2005) recomenda espessuras mínimas maiores que 10cm para as lajes, na tentativa de minimizar efeitos negativos com a falta de isolamento acústico e com as deformações excessivas. Exemplos de alternativas usuais para pavimentos
1) Convencional – lajes maciças
apoiadas em vigas 3) Laje nervurada - pilar
Lajes moldadas no local
Montagem da laje com os caixotes plásticos.
Retirada dos caixotes plásticos. Lajes nervuradas com vigas-faixa
Armaduras do cruzamento de duas vigas-faixa Vigas
Em geral, a altura da seção transversal da viga (h) pode ser estimada
por: L L h≅ a 10 12
onde L é o vão da viga. Para fins de pré-dimensionamento, L pode
ser tomado como sendo a distância entre os eixos dos pilares em que a viga se apoia.
Algumas considerações adicionais sobre a escolha das dimensões
devem ser destacadas: No caso de vigas contínuas com vãos comparáveis (relação entre vãos adjacentes entre 2/3 a 3/2), costuma-se adotar uma altura única estimada a partir da média dos vãos. No caso de vãos muito diferentes entre si, deve-se adotar uma altura própria para cada vão como se fossem independentes. No caso de apoios indiretos (viga apoiada em outra viga), recomenda- se que a viga de apoio tenha uma altura maior ou no mínimo igual à viga apoiada.
Costuma-se adotar alturas de seção múltiplas de 5 cm, com um
mínimo de 25 cm. Tal critério de altura mínima induz a utilização de vãos maiores ou iguais a 2,5 m. A altura máxima está condicionada ao espaço disponível para a viga e para as aberturas de portas. Logo, as alturas das vigas dos pavimentos não devem ultrapassar a distância de piso a piso menos a altura das portas e caixilhos. Dessa, forma não devem ser utilizados, em geral, vãos de vigas superiores a 6 m, face aos valores usuais de pé-direito (em torno de 2,8 m). Seção transversal da viga
As vigas podem ser normais ou invertidas, conforme a posição da sua
alma em relação à laje. As vigas invertidas são utilizadas em situações nas quais se deseja que a viga não apareça na face inferior da laje, geralmente por questões de estética. As semi-invertidas são empregadas em situações nas quais o pé-direito ou as esquadrias limitem a altura útil da viga e o projeto estrutural exija uma viga alta. Vigas em relação à laje:
a) Viga normal. b) Viga semi-invertida. c) Viga invertida
Montagem de viga invertida
Em corte: Viga invertida em
laje pré- moldada. Trilho em treliça e lajota em EPS
Viga normal com lajotas em EPS e trilho em treliça
A largura da viga é, em geral, definida pelo projeto arquitetônico e pelos materiais e técnicas utilizados pela construtora. Desta forma, quando a viga ficar embutida em paredes de alvenaria, sua largura deve levar em conta o tipo de tijolo, o revestimento utilizado e a espessura final definida pelo arquiteto. Normalmente, os tijolos cerâmicos e os blocos de concreto têm espessuras de 9 cm, 14 cm e 19 cm.
Como recomendação prática para definir a largura das vigas, pode-se
considerar uma espessura de 3 cm para o revestimento (em cada face da parede) em paredes de 25 cm de espessura e 1,5 cm de espessura de revestimento em paredes de 15 cm de espessura. Segundo a NBR 6118, a largura mínima para vigas é de 12cm e para vigas-parede 15cm. No também, é importante frisar que a mínima largura permitida para a viga também está condicionada ao bom alojamento das armaduras, devendo-se respeitar o espaçamento mínimo livre (ah) entre as barras e o cobrimento mínimo (c) em função da classe de agressividade ambiental prescritos pela NBR 6118.
Dimensões envolvidas na determinação da mínima largura possível
para a viga Pilares Os pilares de concreto armado são normalmente de seção retangular, sendo posicionados nos cruzamentos das vigas (permitindo apoio direto das mesmas) e nos cantos da estrutura da edificação. Os espaçamentos dos pilares definem os vãos das vigas, resultando em geral espaçamentos entre 2,5 a 6 m.
Nos pilares de seção retangular, recomenda-se que a menor dimensão
não seja inferior a 20cm, embora a norma brasileira de projeto permita dimensões de até no mínimo 12 cm em troca de uma majoração adicional das solicitações. As seções dos pilares também podem ser compostas por retângulos, em forma de “L”, “T”, etc.
Em edifícios pode ocorrer uma incompatibilidade entre a posição dos
pilares em dois pavimentos diferentes. Essa situação pode existir em função de diferenças no layout dos pavimentos, como no caso nos edifícios residenciais, que possuem garagem e pavimento tipo. Nesses casos, utiliza-se uma estrutura de transição como a mostrada a seguir. Vigas de transição. As estruturas de transição, na grande maioria das vezes, são caras e de grande responsabilidade estrutural. Dessa forma, deve-se procurar compatibilizar o posicionamento dos pilares nos diversos pisos, mantendo a continuidade vertical dos mesmos até a fundação, de modo a se evitar, o quanto possível, a utilização de vigas de transição (pilar apoiado em viga). Viga de transição