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ARAÇATUBA – SP
2014
Faculdade de Odontologia de Araçatuba
ARAÇATUBA – SP
2014
DEDICATÓRIA
Ao meu Pai, Silvio Antônio dos Santos Pereira, minha mãe Ines Horie Bellini Pereira, e
meu irmão Lucas Bellini Pereira, os quais devo minha eterna gratidão pela paciência, amor
e confiança depositados em mim independente de qualquer circunstância. A vocês dedico
tudo que conquistei e me tornei, pois é o resultado de tudo que me ensinaram.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela força e coragem proporcionadas durante toda esta
jornada. Sempre iluminando meu caminho.
Aos meus pais, Silvio e Ines, pois foram eles que permitiram a oportunidade de eu estar aqui.
Aqueles que sempre acreditaram em mim e me incentivaram a superar qualquer obstáculo ao
longo desses anos. Mesmo a distância sei que pensavam em mim a todo o momento, sempre
torcendo e rezando para que eu alcançasse todos os meus objetivos. Espero que saibam que
tudo que eu sou veio de vocês, e que sou eternamente grato por ser seu filho.
Ao meu irmão Lucas, com toda certeza minha versão melhorada, que ao longo dos anos
principalmente estes últimos se provou um verdadeiro exemplo de força de vontade e
perseverança. Sinto muito orgulho de ser seu irmão mais velho, espero ser como você Irmão.
A minha companheira Heloísa, pela sua amizade e amor. Um presente que recebi e que quero
sempre ao meu lado. Quero sempre estar com você, obrigado por tudo.
Ao meu parceiro de pesquisa Lucas. Só nós sabemos o que passamos para chegar até aqui. O
que é certo, é que a dedicação nos levará a um futuro brilhante.
A Surubateria UNESP Araçatuba, não só uma bateria universitária onde passei todos os anos
da faculdade, mas uma verdadeira família que nunca esquecerei.
Aos meus companheiros da Rep. SóDevassa pelos anos morando juntos. Pelas brincadeiras e
risadas, que não importava o que acontecia sempre fechavam o nosso dia.
Aos meus bons amigos e amigas, principalmente da turma 56, companheiros de faculdade e
de vida. Obrigado por todas as experiências e alegrias trocadas ao longo desses anos.
EPÍGRAFE
RESUMO
As lesões de mancha branca sem cavitação causadas pela desmineralização do esmalte podem
ser uma sequela comum e indesejável do tratamento ortodôntico. Embora a prevenção destas
lesões seja um dos objetivos do ortodontista, a taxa de prevalência da lesão de mancha branca
(WSL) após ortodontia tem sido relatada entre 18,5% a 88% dos casos, dependendo do dente
em questão. Estas lesões se assemelham histologicamente, bem como apresentam uma
patogênese similar a outras lesões de mancha branca sem cavitações. Uma vez formada, a
estética e a saúde dental são comprometidas, entretanto, o fator estético constitui a maior
preocupação do paciente. Considerando a existência de estudos in vitro e in situ validados,
encetou-nos o interesse de realizar um ensaio clínico aleatório objetivando a avaliação de
métodos de remineralização das lesões de mancha branca (WSL) após o tratamento
ortodôntico fazendo uso de três distintos protocolos já utilizados in vitro e in situ: 1. A
instrução de higienização; 2. Aplicação tópica de flúor juntamente com instrução de
higienização bucal; 3. Utilização de caseína fluoretada com a instrução de higienização. Neste
estudo parte-se da hipótese de nulidade que não há diferenciação entre os 3 protocolos eleitos.
Serão selecionados 60 pacientes na faixa etária dos 12 aos 18 anos da região de Piracicaba
(SP), e a condição inicial da aparência do esmalte será registrada por meio de fotografias
digitais para o uso da avaliação visual. Os pacientes da amostra serão divididos
aleatoriamente em três grupos de 20 pacientes cada um, para realização dos três protocolos
previstos. A instrução de higiene será realizada durante a primeira avaliação clínica e cada
paciente receberá um CD gravado contendo as instruções padronizadas de higienização para
visualização. Os pacientes serão acompanhados por um período de três meses a partir da
primeira observação clínica e registros fotográficos. Ao fim deste período as observações
clínicas e fotografias serão refeitas, permitindo uma comparação dos três métodos de
tratamento propostos.
ABSTRACT
The white spot lesions without cavitation caused by demineralization of enamel can be a
common and undesirable problem of orthodontic treatment. Although the prevention of these
injuries is one of the goals of the orthodontist, the rate of prevalence of white spot lesions
(WSL) after orthodontics has been reported between 18.5% to 88% of cases, depending on the
tooth in question. These lesions histologically resemble and feature similar to other white spot
lesions without cavitation pathogenesis. Once formed, the aesthetic and dental health are
compromised, however, the aesthetic factor is the biggest concern of the patient. Considering
the existence of studies in vitro and in situ validated, embarked us the interest of conducting a
randomized clinical trial aiming to evaluate methods of remineralization of white spot lesions
(WSL) after orthodontic treatment, making use of three distinct protocols already used in vitro
and in situ: 1. The education of hygiene; 2. Topical application of fluoride along with
instruction in oral hygiene; 3. Use of fluoridated casein with hygiene instruction. This study
parts from the null hypothesis that there is no differentiation between the three chosen
protocols. 60 patients will be selected in the age group of 12 to 18 years in Piracicaba (SP),
and the initial condition of the appearance of the enamel will be recorded by means of digital
photographs using visual assessment. Patients in the study will be randomly divided into three
groups of 20 patients each, to achieve the three protocols provided. The hygiene instruction
will be held during the first clinical evaluation and every patient will receive a recorded CD
containing the standard of hygiene for viewing instructions. Patients will be followed for a
period of three months from the first clinical observation and photographic records. At the end
of this period the clinical observations and photographs will be redone, allowing a comparison
of three methods of treatment proposed.
1. Introdução 9
2. Revisão de Literatura 11
2.6 Flúor 14
2.7 Caseína 16
3. Objetivo 19
4. Materiais e Métodos 20
4.1 Material 20
4.2 Métodos 20
4.3 Tratamento 22
Referências 26
9
1 Introdução
histologia e patogenia similares a de outras lesões sem cavitações, estudos demonstram que o
progresso das WSL é diferente após a remoção do aparelho ortodôntico 14. Sendo assim, torna-
se de fundamental importância, avaliar as WSL decorrentes de tratamentos ortodônticos, para
estudar a eficácia de distintos protocolos de tratamento destas lesões.
Com este estudo tem-se a expectativa de fornecer evidências sobre a gestão da WSL após o
tratamento ortodôntico. As lesões WSL são bastante comuns e de difícil regressão à
normalidade, por isso é importante a realização de um ensaio clínico padronizado, em um
esforço para estabelecer um protocolo clínico eficaz para a remineralização das WSL.
11
2 Revisão de Literatura
A lesão de mancha branca é clinicamente definida como “uma área em branco opaco que
reflete uma acentuada perda de minerais abaixo da camada de esmalte mais externo; a
superfície do dente, nesta fase está intacta, embora vigorosa sondagem possa causar
cavitação”15. Geralmente, lesões de mancha branca se originam na periferia do material de
colagem utilizado para aparelhos ortodônticos fixos16. Características distintivas entre
opacidades de desenvolvimento e lesões de mancha branca são: localização, dimensão, forma,
simetria, a qualidade da camada superficial e estabilidade dimensional ao longo do tempo16,17.
As lesões fluoróticas são geralmente duras, lisas e apresentam esmalte vítreo. As lesões de
mancha branca (WSL) são geralmente ásperas, esbranquiçadas, e o esmalte apresenta-se
erosivo. Portanto, a distinção entre as lesões é facilmente detectada 18,19. O opaco de aparência
branca é devido a alterações nas propriedades ópticas da desmineralização do esmalte e foi
correlacionado com o grau de porosidade e a profundidade da lesão 18,20,21. O aumento da
porosidade provoca um aumento na dispersão de luz, o que, por sua vez, causa uma aparência
mais branca do esmalte desmineralizado 21. A melhoria estética conseguida no tratamento
ortodôntico é contrariada pelo desenvolvimento destas lesões nas superfícies dos dentes 6,22.
Como o esmalte dos dentes desmineralizados é poroso, pode até ser manchado por alimentos
e bebidas4. Enquanto o ponto de vista estético consiste na preocupação primordial em relação
às lesões de mancha branca, estas lesões também são precursoras da cárie, e sua prevenção e
tratamento é igualmente importante do ponto de vista da saúde oral.
O biofilme produz ácidos por meio da fermentação de açúcar, o que provoca uma diminuição
do pH2. Este pH reduzido do ambiente bucal favorece a difusão de íons de cálcio e de fosfato
para fora do esmalte, sendo assim a saliva vai desde um estado supersaturado para um estado
menos saturado pelo fato de a hidroxiapatita ser o mineral predominante no esmalte do
dente2,23,24. Os minerais da superfície do esmalte são perdidos para o fluído de placa e saliva,
e substituídos por minerais da sub-superfície do esmalte18.
Se o condicionamento ácido é removido pela remoção do açúcar e/ou placa, o retorno à
normalidade do pH restaura o estado supersaturado de saliva e da placa, e a lesão de mancha
12
branca inicial pode ser remineralizada por transporte passivo de íons de cálcio e fosfato da
saliva para a sub-superfície desmineralizada do esmalte23,24,25. No entanto, se existirem níveis
elevados de cálcio e fosfato, estes minerais de fosfato de cálcio irão precipitar-se rapidamente
sobre a superfície do esmalte, o que evita o acesso dos íons para o esmalte desmineralizado
subsuperfície24.
Íons de cálcio e fosfato podem ser perdidos rapidamente para fora do esmalte, se comparado à
sua capacidade de retornar a esmalte a partir da saliva. Este processo de desmineralização,
que ocorre na presença do biofilme pode causar as lesões de mancha branca na superfície e/ou
sub-superfície do esmalte, e a profundidade dessa lesão esta relacionada aos níveis de íons
específicos dentro da placa e na saliva.
Trabalhos têm relatado sobre a prevalência e incidência das lesões de mancha branca. Um
estudo longitudinal2 encontrou a prevalência geral de descalcificação ocasionada pela lesão de
mancha branca de 18,5%, e a área média da superfície do dente afetado 1,6%. Em contraste,
Ogaard3 relatou uma prevalência de 88% das lesões de mancha branca, após remoção do
aparelho ortodôntico fixo. Entretanto observou-se a variação da prevalência em outra pesquisa
clínica transversal, que relatou 49,6% dos 121 pacientes tratados ortodônticamente
apresentando formação das lesões em pelo menos um dos dentes, em comparação com 25%
dos controles17.
As razões para a variação do índice de cárie pode ser devido a vários fatores, tais como a
medição da incidência contra a prevalência, métodos para avaliar a lesão (o tamanho e/ou a
gravidade) diferindo, a utilização de diferentes aparelhos. Estudos28,30 têm relatado uma
incidência de cerca de 25%. As lesões de mancha branca formadas durante o tratamento
ortodôntico podem ocorrer em qualquer superfície do esmalte, mas em geral, o terço gengival
da superfície vestibular de incisivos laterais e caninos superiores; caninos e pré-molares
inferiores são os mais acometidos16,17,26,28. Ogaard6 relata a frequência das lesões de mancha
branca em incisivos superiores ser de 9,8% e 25,5% em incisivos laterais superiores. Já
Stecksen-Blicks30 constatou uma incidência das lesões em incisivos centrais superiores de
6%, e de 9% em incisivos laterais superiores.
Em relação ao tratamento das lesões de mancha branca, Willmot 31 utilizou um ensaio clínico
aleatório para comparar lesões de mancha branca tratadas com flúor em baixa concentração
(50 ppm), com um enxaguatório bucal não fluoretado somado a regime com pasta de dente. O
estudo mediu o tamanho das lesões em fotografias clínicas. Com 12 semanas, as lesões
tinham diminuído 40% no grupo tratado e 51,5% no grupo controle. Com 26 semanas, as
lesões tinham diminuído um adicional de 14,3% no grupo tratado e de 14,6% no grupo
controle. Concluiu-se que não havia nenhuma vantagem clínica para o uso de uma formulação
de fluoreto em baixa concentração, e houve uma redução na área geral exponencial
desmineralizada. O estudo de Dirks5 que durou seis anos identificou que das lesões
analisadas, 51% desapareceram, 36% não demonstraram nenhuma mudança, e 13% evoluíram
para cavitação.
14
Uma questão importante é saber o progresso da lesão de mancha branca após a conclusão do
tratamento ortodôntico. Artun e Thylstrup32 evidenciaram que, após a remoção dos aparelhos
fixos, nenhuma outra desmineralização ocorreu. Eles também afirmaram que lesões
avançadas não desaparecem completamente até três anos após a remoção do aparelho fixo.
Em uma questão relacionada, pode-se perguntar se o esmalte remineralizado é suscetível à
abrasão, e qual o impacto que pode ter sobre o aparecimento das lesões de mancha branca.
Alguns autores32,33 relatam que a abrasão da superfície do esmalte pode desempenhar um
papel fundamental na regressão progressiva da lesão em nível clínico.
Em resumo, as lesões de mancha branca parecem mostrar uma regressão exponencial em
tamanho original e gravidade, nos primeiros poucos meses que os aparelhos ortodônticos
fixos são removidos. No entanto, se não houver uma higienização bucal satisfatória por parte
do paciente ou uma supervisão profissional, as lesões podem persistir por muitos anos após o
tratamento ortodôntico ou agravarem-se levando à cavitação. Especula-se que a regressão
destas lesões ocorra por meio de remineralização e/ou a abrasão da superfície de esmalte
desmineralizado.
2.6 Flúor.
Na cinética do flúor, íons cálcio e fosfato difundem-se para o interior da porção subsuperficial
das lesões de cárie; mas isso é algo controverso. Uma revisão sistemática34 sobre cárie
dentária e métodos de diagnóstico, evidenciou que nenhuma conclusão pode ser obtida em
relação à eficácia de um método único para a gestão de lesões de cárie não cavitadas, devido
ao reduzido número de estudos e projetos. As variáveis dos estudos, como o tempo de
controle, qualidade do produto utilizado na pesquisa, critérios de inclusão e exclusão,
dificultam resultados conclusivos também com relação à gestão dessas lesões. Estudos têm
relatado um aumento na remineralização, mas não são específicos quanto à definição, se isso
inclui a zona de sub-superfície ou superficial35,36.
Mellberg8 observou que altas concentrações de flúor são capazes de remineralizar a zona de
sub-superfície de lesões iniciais de cárie através de uma redistribuição de íons. Outro estudo
realizado por Hazelrigg37 identificou que três marcas de verniz fluoretado foram capazes de
remineralizar lesões incipientes de cárie in vitro. Nesse trabalho houve uma tendência geral de
a remineralização ocorrer em todos os grupos de tratamento, de forma dose-dependente. No
entanto, as diferenças entre os grupos não foram significativas, provavelmente devido ao
pequeno tamanho da amostra. Trairatvorakul38 afirma que o verniz fluoretado (Duraphat) foi
15
in vitro ou in situ, que não têm necessariamente as condições presentes na cavidade oral.
Estudos in vivo são necessários para avaliar os resultados clínicos de vários agentes de
remineralização.
2.7 Caseína.
A caseína é um novo agente de remineralização que foi introduzido nos Estados Unidos sob o
nome comercial MI Paste, que contém caseína fosfopeptídio amorfo cálcio fosfato (CPP-
ACP). O CPP é um derivado do leite e é capaz de estabilizar soluções de íons de ACP. Até 25
íons cálcio, 15 íons fosfato e 5 íons fluoreto podem ser estabilizados por molécula. Reynolds46
explicou o mecanismo de CPP-ACP: "... o processo de remineralização envolve a difusão de
Fosfato de Cálcio Monohidrogenado (CaHPO40) neutro, cálcio, e espécies de fosfato através
dos poros da superfície do esmalte cariado no corpo da lesão de esmalte. Estas espécies de
cálcio e fosfato, por dissociação, aumentam a atividade de Ca 2+ e PO43-, aumentando assim o
grau de saturação com respeito à Hidroxiapatita (HA). A formação de HA na lesão conduz à
formação de ácido e de fosfato, incluindo o ácido fosfórico (H3PO40) neutro, que se difundem
para fora da lesão, a um gradiente de concentração. O CPP, mediante a estabilização de
fosfato de cálcio, facilitará as altas concentrações de íons de cálcio e de fosfato, incluindo
CaHPO40, que podem difundir-se para a sub-superfície da lesão de esmalte. O CPP também
irá manter alta a atividade do cálcio livre e íons de fosfato durante a remineralização através
do armazenamento de ACP. O ACP ligado, por estar em equilíbrio dinâmico com o cálcio
livre e íons fosfato, irá manter as concentrações das espécies envolvidas na difusão para o
interior da lesão. Além disso, o ácido gerado durante a remineralização do esmalte irá facilitar
a dissociação do CPP-ACP. Isso explicaria por que as soluções de fosfato de cálcio
suportadas por CPP são soluções remineralizantes eficientes, uma vez que iriam consumir o
ácido gerado durante a remineralização da lesão do esmalte, gerando mais íons cálcio e
fosfato, incluindo CaHPO40 neutro, mantendo assim os seus gradientes de concentração
elevados na lesão ".
Ensaios in vitro e estudos in situ demonstraram o potencial remineralizante de CPP-
ACP47,48,49,50. Estudos12,51,52 deste potencial de remineralização compararam CPP-ACP com
combinações de flúor e encontraram resultados variados no que diz respeito ao aumento da
remineralização com o CPP-ACP. Um estudo in vitro descobriu que CPP-ACP com flúor
(CPP-ACFP) produziu remineralização maior do que as soluções de CPP-ACP a pH 5,5 ou
17
potencial de remineralização do uso CPP-ACP com o CPP-ACP com 900 ppm de flúor em
esmalte humano com erosão, não apresentou nenhum efeito colateral ao nível sistêmico 54.
Como dito anteriormente, há evidência clínica muito limitada da eficácia do CPP-ACP. Um
estudo controlado aleatório 11 comparou um creme CPP-ACP com um bochecho de fluoreto de
sódio 0,05% em 26 pacientes adolescentes com WSL em incisivos e caninos após a remoção
do aparelho ortodôntico. Uma melhoria significativa das WSL foi encontrada ao longo do
tempo, mas não houve diferença estatisticamente significativa (p <0,01) sobre o número de
sítios que desapareceram totalmente após 12 meses. Azarpazhooh e Limeback 55, em sua
revisão sistemática de derivados da caseína, mostraram que estudos deverão ser publicados
demonstrando a eficácia do MI Paste Plus in vivo.
Portanto, ensaios in vitro e estudos in situ demonstraram a capacidade de CPP-ACP para
remineralizar lesões de manchas brancas. O mecanismo proposto de CPP que é portador de
cálcio, fosfato e íons de flúor e, por conseguinte, tem a capacidade de entregar estes íons para
as porções mais profundas das lesões do esmalte contra gradientes de concentração. Parece
que quando CPP-ACP é combinado com fluoreto, existe um efeito sinérgico e a
remineralização é aumentada. Se CPP-ACP, com ou sem flúor é realmente melhor do que
altas concentrações de flúor para tratar a estética da WSL não é bem suportado neste
momento, e estudos clínicos são necessários para chegarmos a uma conclusão.
19
3. Objetivo
O objetivo geral deste ensaio clínico randomizado consiste na avaliação de métodos para
remineralização das lesões de mancha branca (WSL) após o tratamento ortodôntico, fazendo
uso de três protocolos distintos:
Parte-se da hipótese de nulidade que não haverá diferenças entre os três protocolos a serem
avaliados.
4. Materiais e Métodos
4.1 Material.
O material consiste de 180 fotos, obtidas em dois momentos, ou seja, no início e final do
tratamento da WSL de 60 pacientes, na faixa etária dos 12 aos 16 anos, tratados na Clínica de
Especialização em Ortodontia da FOP-UNICAMP. Serão respeitados os seguintes critérios de
inclusão e exclusão:
Critérios de Inclusão.
Pacientes que realizaram tratamento ortodôntico com aparelhagem fixa e apresentam lesões
de mancha branca (WSL).
Pacientes que retiraram os aparelhos fixos há menos de dois anos.
Critérios de Exclusão.
Pacientes que realizaram clareamento ou outro procedimento que ocasionou erosão à
superfície dentária.
Pacientes que retiraram os aparelhos fixos há mais de dois anos.
Pacientes que realizaram qualquer tratamento para as lesões de mancha branca (WSL) após
retirarem o aparelho fixo.
Pacientes com algum tipo de alergia com relação aos materias utilizados, incluindo derivados
do leite.
Será realizado o registro da condição clínica de cada paciente, após a assinatura do TCLE
(Termo de consentimento livre esclarecido) a partir de fotografias digitais ao início e final dos
diferentes protocolos de tratamento. Os pacientes serão divididos, aleatoriamente, em três
grupos com o mesmo número de componentes.
4.2 Métodos.
paciente até que com a percepção visual possa se observar que os dentes estão molhados. A
partir desse ponto o avaliador fará a secagem constante do dente utilizando o ar da seringa
tríplice e três fotos serão tomadas durante a secagem, em tempos marcados por cronômetro.
A primeira foto será realizada após 5 segundos (5s) de secagem, quando o dente ainda estiver
molhado. A segunda foto será tomada após 60 segundos (60s); e a terceira após 105 segundos
(105s) com o dente totalmente seco.
Conjunto Fotográfico.
Em relação ao conjunto fotográfico que será utilizado - corpo da câmera, lente e flash -
seguem algumas informações: Câmera Nikon D7100 - por apresentar opções variadas de
ajuste do equilíbrio dos brancos - lente macro 105 mm Nikon (AF-S VR Micro-Nikkor 105
mm f/2.8G IF-ED) e flash (Nikon Close-up Speedlight Commander Kit R1C1). Este kit é
composto por duas unidades de flash (Wireless Remote Speedlight SB-R200), uma unidade
de comando para o disparo dos flashs (Wireless Speedlight Commander SU-800). Um anel
(SX-1) para ser adaptado à frente da lente, em que se acoplam as duas unidades de flash. Este
sistema de flash é composto por dois flashes em ponto (point flashs) orientados verticalmente,
à frente da lente da câmera. Diferentemente de outros flashes com esta disposição, este
modelo permite mudar a posição dos flashes em torno do anel em que são acoplados, além de
se poder alterar a angulação da direção da luz de cada unidade de flash, individualmente. Isto
permite uma versatilidade de iluminação das fotografias laterais com espelho. As fotografias
frontal e laterais serão tomadas com a mesma aproximação, o que padroniza o tamanho das
imagens, não prejudicando a fidedignidade das fotos com recortes das fotografias em
softwares de edição de imagem.
Embora os dentes a serem analisados neste projeto sejam os incisivos centrais e laterais
superiores, será tomada a série completa de fotografias, visando à execução de outros
projetos. Sendo assim, serão necessários afastadores e espelhos.
Os afastadores Makira (Afastador Lateral em U Adulto Autoclavável - 0102001003 e
Afastador Lateral em U Infantil Autoclavável - 0102001004) serão usados para fotografias
intrabucais frontais e laterais com espelho, e Morelli, recortados (Afastador Labial Grande -
Transparente [75.01.043] e Afastador Labial Pequeno - Transparente [75.01.033] ou
Afastador Labial Grande [75.01.046] e Afastador labial pequeno [75.01.036]), para
fotografias oclusais.
22
Quanto aos espelhos, para fotografias laterais e oclusais serão, respectivamente, Indusbello
(Espelho Cristal IB02 – 106288100278 e Espelho Cristal IB04 – 106288100280).
Os dentes avaliados serão os incisivos centrais e laterais superiores pela maior facilidade de se
realizar a avaliação clínica e fotográfica, além de sua alta frequência de 9,8% em incisivos
centrais superiores e 25,5% em laterais superiores, segundo Ogaard 6.
4.3. Tratamento.
Grupo 1 - Grupo Controle – Estes 20 indivíduos receberão creme dental com flúor sem
prescrição (1450 ppm de flúor) e instruções de higiene oral, na primeira consulta em que será
realizado o registro fotográfico digital.
Grupo 2 – Grupo Duraphat - Estes 20 indivíduos receberão uma única aplicação de verniz
fluoretado Duraphat (22.600 ppm de flúor) e creme dental com flúor sem prescrição (1450
ppm de flúor, além de instruções de higiene oral. A aplicação do verniz fluoretado Duraphat
será realizada na primeira consulta após o registro fotográfico digital.
Grupo 3 – Grupo MI Paste Plus – Estes 20 indivíduos receberão creme dental com flúor sem
prescrição (1450 ppm de flúor) e instruções de higiene oral. Além disso, cada indivíduo
receberá uma quantidade suficiente de MI Paste Plus para utilizar durante todo ensaio clínico
e será instruído com relação à sua utilização.
A instrução de higiene será realizada durante a primeira avaliação clínica e fotográfica de
cada indivíduo. Cada paciente receberá um CD gravado contendo instruções padronizadas de
higienização para visualização e auxílio na execução do procedimento, conforme as
orientações do pesquisador.
Após sua primeira consulta todos os pacientes serão acompanhados por um período de três
meses e reavaliados por observação fotográfica digital e visual no fim deste período.
A avaliação da imagem necessita de um computador que forneça a melhor imagem e com
excelência de padronização, ou seja, mais próxima da natural do paciente, permitindo uma
avaliação visual fidedigna, sem influência de subjetividade. Para este objetivo, será utilizado
um computador i-Mac de 21,5 polegadas.
Especificações:
As imagens serão armazenadas para esta e outras pesquisas em uma unidade de disco rígido
sem fio que funciona de forma totalmente integrada ao Time Machine no OS X.
Os pacientes que obtiverem insucesso com os tratamentos e permanecerem com WSL, serão
submetidos à técnica de microabrasão do esmalte por ser conservadora e efetiva, com
resultados imediatos e permanentes, para remoção de manchas ou defeitos superficiais de
esmalte.
24
Referências
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