Você está na página 1de 2

Adiar? não! Acelerar a transição energética? sim!

Foi notícia este mês que a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores
(CCIA)afirmou que “o Governo Regional deve adiar a transição energética na
aplicação de fundos comunitários, para reforçar a resiliência das empresas e até
o digital”

A resiliência das empresas e o reforço da transição e transformação digital são


essenciais para os atuais e futuros desafios da economia que também deve tirar
lições desta crise e de outras já passadas. A transição energética assume-se
como o motor verde dessa resiliência.

Adiar a transição energética , é aumentar a pobreza energética

Portugal, segundo os dados mais recentes do Índice de Pobreza Energética


Europeia, é o 25º país em 28 no ranking de pobreza energética a nível
doméstico na União Europeia (UE). Somos o 7º país da UE com preços de
energia para consumo doméstico mais altos. No fundo, o que estas posições
dizem é que no inverno há portugueses que passam frio.

O Plano Nacional de Energia e do Clima para 2030 foca-se na redução de


emissões de gases com efeito de estufa, incluindo setoriais, metas de
incorporação de energia de fonte renovável e de eficiência energética. Adiar a
transição energética é concorrer para o aumento a pobreza energética.

O novo sócio das empresas: o ambiente


As políticas públicas para a concretização da transição energética são essenciais
para o ambiente, para as empresas e para a sociedade. Adiar a transição
energética? não. Devemos sim, estar em ponto de aceleração da transição
energética, menos dependentes da importação de produtos, menos expostos às
crises financeiras e sanitárias no futuro. Bill Gates por estes dias referiu que:
“os cidadãos devem forçar os estados a investir na investigação e no
desenvolvimento de formas verdes de existir no planeta.” e assumiu que “não
há tempo a perder na luta contra as alterações climáticas”. Pelo que adiar não é
a solução, é sim agigantar os problemas a jusante.

Atender ao pedido da CCIA é assumir que não se terá em conta no desenho das
políticas públicas, por exemplo, os objectivos do Pacto Ecológico Europeu ou
do Roteiro para a neutralidade carbónica 2050. Se assim for, estaremos então a
comprometer as premissas do próximo quadro comunitário que assume o
ambiente como parceiro das empresas, da agricultura aos serviços.

Adiar a transição energética é aumentar a carbonização do setor


empresarial.

Precisamos de investir mais em energias limpas, em conhecimento na área, para


que tenhamos energia financeiramente mais acessível e sustentável. Não pode
por isso ter qualquer acolhimento no governo que tem pasta própria para as
alterações climáticas, e muito bem!, a afirmação de tão responsável entidade:
“que se adie um pouco a transição energética”. Adiar a transição energética é
aumentar a carbonização do setor empresarial.

Você também pode gostar