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June 1, 2016
Em seu livro Justiça Generosa (Vida Nova, 2013), Tim Keller declara:
“O que sei é que se eu não me importo com o pobre, se minha igreja não se importa com
o pobre, isso é perverso.”
Jesse Johnson, escrevendo um artigo para o blog The Cripplegate, tem uma perspectiva
um tanto quanto diferente. Ele escreve:
“… a questão que importa é que em nenhum lugar a Bíblia ordena a igreja que se
preocupe com os pobres do mundo, baixe os índices de pobreza da sociedade ou se
preocupe com os sem-teto em nossa comunidade. Não existem versículos ordenando
isto, e há alguns que até argumentam contra tal prática.”
Minha intenção nesta postagem é levantar a pergunta sobre o papel da igreja quando
esta se relaciona com uma comunidade pobre. O que, em minha mente, é uma questão
diferente de um ministério para alcançar pobres e oprimidos. Socorrer os pobres e
plantar uma igreja entre eles são duas propostas totalmente diferentes. Apesar da
distância do que é escrito e falado, visitando muitas igrejas no Reino Unido e em outros
países, eu não fui pisoteado até a morte pela massa de pessoas pobres frequentando
seus cultos. E preciso dizer, também não encontrei muitos líderes oriundos de periferias
e de cenários pobres. O desenvolvimento de líderes no Reino Unido é uma atividade
majoritariamente de classe média.
Eu não estou, como muitos, tentando construir uma igreja com um coração inclinado
para os pobres. Eu estou buscando edificar uma igreja de adoradores de Deus dentro de
uma periferia empobrecida. Esta é uma tarefa de alguma forma mais complexa! Eu
concordo em grande parte com Jesse (e outros) quanto ao entendimento de que os
mandamentos de amar os pobres e cuidar da viúva entre outros são primariamente
(embora de forma alguma exclusivamente) para benefício da comunidade cristã. Ele,
penso que de forma correta, dá voz a preocupação relacionada à ênfase excessiva nas
necessidades do pobre:
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“Eu estou fazendo uma observação de que quando dinheiro vai para distribuição de
sopão, não está indo para missões. Para se proteger contra isso, não é nunca ordenado a
igreja mostrar compaixão pelo pobre como meio de expandir o reino. Colocando de
forma simples, você deve ao pobre o evangelho. Jesus morreu para comprar para eles o
privilégio de ouvir o testemunho de sua morte e ressurreição (1 Tim. 2:6).”
Eu não poderia concordar mais no que tange ao aspecto financeiro da ação social e/ou
desenvolvimento comunitário (seja como você definir). Em Niddrie, nós não estamos
preocupados em distribuir recursos financeiros (embora tenhamos uma iniciativa de
empréstimo sem juros para emergências extremas tanto para membros como para não
membros). As pessoas aqui normalmente não estão em falta de recursos, e o Estado,
quando presente, é de muitas maneiras um obstáculo para o desenvolvimento
comunitário, ao invés de promovê-lo. Na verdade, nossa preocupação tem ainda menos
a ver com mudar as estruturas sociais que nos rodeiam e mais a ver com (1)
oportunidades evangelísticas e (2) questões de discipulado. Deixe-me usar nosso
projeto de bicicletas como exemplo do quero dizer.
Niddrie tem um problema enorme com bicicletas roubadas. Combine isto com o
interesse saudável pelo esporte em nossa comunidade. Em uma área de classe média
com um trabalho de juventude estabelecido e uma base cristã sólida, estudos bíblicos
podem ser uma opção. Aqui eles não são. Então, nós temos a oportunidade de fazer
contato com pessoas que nunca passariam pela porta no culto de domingo, iriam a um
evento evangelístico ou se encontrariam com um cristão de qualquer outra maneira ou
forma. Nosso projeto então serve como um veículo (seu objetivo final) para
evangelismo. Um jovem pode então ser salvo e pode passar tempo na oficina
consertando sua bicicleta enquanto é discipulado por alguém da nossa equipe.
Conversar sobre a Bíblia é consequência. Acontece que este nosso veículo vem com
alguns extras. A criminalidade diminui (não maciçamente, mas tem este efeito). Menos
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bicicletas são roubadas na igreja e no seu entorno. A polícia local nos envia suas
bicicletas apreendidas para usarmos à medida que notificamos sobre nossas bicicletas
roubadas. A escola local usa nosso projeto para motivar crianças que estão com
dificuldades educacionais. E assim por diante. Existem outros ganhos extras. Eles são
todos secundários diante da primazia do evangelho, mas eles não são insignificantes
quando se trata de desenvolvimento comunitário e justiça. A maioria de nossas ações,
projetos e ideias tem o mesmo tipo de ganhos extras em diferentes áreas e em
diferentes segmentos dentro da periferia. Então, o que chamamos isso?
Por: Mez McConnel. © 2013 20Schemes. Original: The Keys to Breakthrough in the
Housing Scheme (1)
Tradução: Fabio Luciano. Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os
direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Evangelho na Periferia –
Princípio 6: Desenvolva a Comunidade
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