Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2016 Artigo Port Unicentro Tatianeflaviadocouto
2016 Artigo Port Unicentro Tatianeflaviadocouto
2016 Artigo Port Unicentro Tatianeflaviadocouto
Escola de implementação: Col. Est. do Campo Olídia Rocha EFM.
NRE: Pitanga
IES: Unicentro
RESUMO
Este artigo resulta da necessidade de buscar alternativas possíveis para
estimular o gosto pelos hábitos de ler e escrever por meio de práticas significativas de
leitura e produção textual com textos multimodais. Tornar significativas para os alunos
as práticas de leitura e escrita é hoje um dos maiores desafios enfrentados pela
educação escolar, principalmente na disciplina de Língua Portuguesa, quando a escola
se depara rotineiramente com o desinteresse dos nossos alunos pela leitura e,
consequentemente, pela escrita. Para isso foi elaborado, aplicado e agora segue a
análise do projeto “O uso de textos multimodais em favor da aprendizagem: numa
perspectiva de multiletramento” que procurou através de uma pesquisa-ação
compreender se o uso de textos/recursos multimodais apresentados em um protótipo
didático a ser implementado em um weblog, numa perspectiva de multiletramento
pode favorecer processos de ensino-aprendizagem. O produto final desse trabalho de
leitura, análise e produção de textos é um blog, ferramenta digital entendida aqui como
espaço de multimodalidade, utilizado como suporte para a publicação da produção
textual dos alunos. A fundamentação teórica deste trabalho está pautada
principalmente na visão de multiletramentos, ensino e aprendizagem como processos
interligados apresentada por Roxane Rojo no livro “Multiletramentos na escola” e
também nos pressupostos teóricos para o trabalho com textos da esfera digital
contemplados nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná.
1 Introdução
Figura 2 – Nova trilha de leitura em uma perspectiva multimodal.
Figura 3 – Leitura de textos multimodais e jogos de aprendizagem.
texto muito fácil, mas ao ver que erravam, tendo em vista, que ao arrastar um
trecho errado o simulador emitia a mensagem “Você errou. Tente outra vez!” os
alunos foram percebendo que era necessário estar atento à estrutura da
narrativa, à ordem sequencial dos fatos, enfim à coerência narrativa.
Essa interação com o objeto de aprendizagem, que alertava para os
erros e estimulava os acertos, uma vez que ao arrastar um trecho correto o
aluno recebia um elogio por meio da mensagem “Parabéns, você acertou!,”
proporcionou aos alunos grande satisfação em realizar a atividade,
considerando que o feedback a respeito de seu desempenho era instantâneo.
Mais uma vez é possível constatar que a linguagem multimodal dos
ambientes virtuais dinamiza, favorece e estimula a aprendizagem dos
conteúdos curriculares.
Aqui se faz oportuna a contribuição de Knuppel (2016, p.82) que ressalta
que
[...] à medida em que os alunos têm acesso a uma gama de recursos
interativos que complementam e aprofundam informações, esses têm
novas oportunidades de acesso a diferentes formas de letramento e a
textos multimodais que possibilitam a internalização dos saberes [...].
1
Algumas das tirinhas produzidas pelos alunos estão postadas no weblog da turma, no
endereço http://confabulandonoolidia.blogspot.com.br/.
12
ou seja, a língua para este estudioso russo é “fenômeno social, pois nasce da
necessidade de interação (política, social, econômica) entre os homens”
(PARANÁ 2006, p. 49). Como fenômeno social a língua está a serviço de um
locutor que a usa num determinado contexto de enunciação em que a palavra
se ajusta a uma situação social concreta.
Desse modo, de acordo com a concepção bakhtiniana é necessário que
a escola, especificamente o professor, trabalhe com os alunos propostas de
produções textuais concretas nas quais esses escrevam para um interlocutor
real, exercitando assim, o uso social da língua.
Considerando assim, o acima exposto, e na tentativa de propiciar aos
alunos do 7º Ano do Ensino fundamental do Colégio Estadual Olídia Rocha
uma oportunidade real de comunicação, por meio de uma ferramenta digital em
ambiência virtual é que surgiu o espaço
http://confabulandonoolidia.blogspot.com.br/.
A imagem abaixo mostra a página inicial do weblog Confabulando no
Olidia, que ainda está em construção, visto que uma das principais
características desses espaços virtuais, como salienta Marchuschi (2012, p.72)
é a possibilidade de serem construídos e atualizados a todo momento, “desde
que se domine algumas ferramentas básicas da linguagem HTML”.
tendo em vista que seus textos puderam e poderão ser lidos, visualizados,
apreciados, comentados por qualquer pessoa que tiver acesso ao weblog da
turma.
Nesse contexto, é possível afirmar que o weblog se apresenta como
uma alternativa pedagógica possível, pois permite ao aluno a prática de ler e
escrever como ato de interdiscursividade, colaborando para uma maior
interação entre produtores e leitores de textos. No caso específico, deste
protótipo didático, pode se constatar por meio do uso consciente e
comunicativo da língua, que o weblog envolveu alunos e professores em
situações comunicativas autênticas.
Além disso, ao usar o weblog como suporte para a postagem de textos
dos alunos, estes sentiram-se mais estimulados para a realização das práticas
de leitura e escrita, uma vez que as tarefas escolares desvinculadas de seu
ambiente habitual, a sala de aula, revestem-se de conotações positivas da
escrita hipertextual em ambiente virtual, espaço no qual os alunos estão
habituados a ler e escrever cotidianamente.
Portanto, a estratégia de criar um weblog para publicar a produção
textual escolar motivou de forma significativa os alunos para o exercício da
leitura e da escrita, tendo em vista que nesse contexto os estudantes não
associaram o hipertexto, ou seja, as postagens no weblog, com atividade
escolar nem com tarefa “maçante”, e assim acabaram por ler e escrever com
mais naturalidade e prazer.
Isso ficou evidente, ao perceber a empolgação dos alunos ao ler os
comentários feitos sobre seus textos e vídeos e a satisfação em responder a
estes comentários.
Assim, como está posto nas DCEs, é função da escola fazer com que o
aluno leia, entenda, produza e seja capaz de interagir com gêneros textuais
das mais diversas esferas sociais, tais como: jornalística, artística, judiciária,
científica, didático-pedagógica, cotidiana, literária, publicitária, midiática, digital,
etc.
As DCE destacam ainda que ler um texto digital exige, diante de tantos
suportes eletrônicos, um leitor dinâmico, ativo e que saiba selecionar
quantitativa e qualitativamente as informações, visto que, ao ler um hipertexto,
ele escolhe o caminho, o percurso da leitura, os supostos início, meio e fim, ou
simplesmente seleciona os hiperlinks que vai ler antes ou depois.
Torna-se relevante nesse ponto, definir o termo hipertexto, que Xavier
(2010, p. 208) afirma ser “uma forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem
22
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
www.fronteirasdaeducacao.org/index.php/fronteiras/article/download/14/22 Acesso
em: 13/07/17.