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o ANO
Português
CADERNO
DE APOIO
AO PROFESSOR
FILOMENA MARTINS • GRAÇA MOURA
▪ Planos de Aula
▪ Fichas de Avaliação
▪ Dicionário Terminológico
– principais alterações
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................. 2
O PROJETO ................................................................................ 3
PROPOSTA DE PLANIFICAÇÃO ANUAL ............................................ 7
PLANOS DE AULA........................................................................ 11
FICHAS DE AVALIAÇÃO ................................................................ 42
Ficha de Avaliação – Sequência 1 .............................................. 42
Ficha de Avaliação – Sequência 2 .............................................. 46
Ficha de Avaliação – Sequência 3 .............................................. 50
Ficha de Avaliação – Sequência 4.............................................. 55
Nota: Este Caderno de Apoio ao Professor encontra-se redigido conforme o novo Acordo Ortográfico.
INTRODUÇÃO
Estimados colegas
Concebemos o projeto Página Seguinte 12.o Ano de modo cuidado, reconhecendo a árdua tarefa diária de um
docente de Português, para concretizar o Programa da disciplina que exige o desenvolvimento das várias compe-
tências (Oralidade, Leitura, Funcionamento da Língua, Escrita), num fechar de ciclo que pressupõe uma prepara-
ção pré-universitária.
Assim, cruzamos no projeto recursos variados de índole script-áudio-visuais de modo a lecionar os conteúdos
com profundidade e com uma abrangência cultural enriquecedora.
Ao realizar o projeto Página Seguinte 12.o Ano, observámos com atenção os comentários e contributos valio-
sos que, gentilmente, os Colegas nos dirigiram relativamente aos projetos anteriores.
Desejamos também expressar a nossa gratidão pelos olhares críticos, que este projeto venha a merecer, deri-
vados da vossa lecionação de saber de experiências feitas, aguardando, pois, as vossas preciosas opiniões.
Privilegiando o aluno como o mais importante elemento no processo ensino-aprendizagem para o(a) docente,
a finalidade última na idealização e concretização deste nosso projeto é a de aperfeiçoar a harmonização entre o
saber teórico e o saber prático.
Na verdade, considerando a disciplina de Português como um alicerce fundamental na vida dos jovens estu-
dantes, parece-nos que o 12.o ano contribui decisivamente para a formação linguística-cultural do cidadão portu-
guês que, na nossa perspetiva, deve ser, progressivamente, mais esclarecido e ativo, no século XXI.
Com sentida admiração por todos os Colegas, esperamos que o projeto Página Seguinte 12.o Ano contribua
para um trabalho agradável e eficaz nas aulas de Português.
Caderno de Atividades
CD Áudio
2
O PROJETO
O MANUAL
O Manual está estruturado em cinco partes – quatro Sequências de Aprendizagem de acordo com o programa
e Informação.
SEQUÊNCIAS CONTEÚDOS
Nota: O Contrato de Leitura antecede a Sequência 1, abrangendo as temáticas das quatro Sequências de Aprendizagem.
As sinopses das obras apresentadas correspondem a sugestões das autoras.
3
Estrutura de cada Sequência de Aprendizagem
Cada Sequência de Aprendizagem explora as competências nucleares da língua enunciadas no Programa e
está estruturada do seguinte modo:
FUNCIONAMENTO
Exercícios variados de consolidação, de acordo com o Dicionário Terminológico.
DA LÍNGUA
FICHA DE CONTROLO
Aferição de conhecimentos.
DE LEITURA
BANDAS LATERAIS Propostas de soluções para a Oralidade, para a Orientação de leitura e para o Funcionamento
(Só para o/a Professor(a) da Língua. Remissões para a Aula Digital – Áudio, Vídeo, PowerPoint, Link Internet.
4
AULA DIGITAL
Este recurso multimédia permite ao professor uma fácil exploração do projeto Página Seguinte utilizando as
novas tecnologias em sala de aula, com total integração entre os recursos digitais de apoio e o Manual. Inclui:
• Manual multimédia
• Vídeos
• Apresentações em PowerPoint
• Links internet
• Testes interativos
• Banco de imagens
• Fichas em formato editável
• Planos de Aula e planificações em formato editável
A Aula Digital permite-lhe avaliar os seus alunos de uma forma fácil, podendo:
• utilizar os testes pré-definidos ou criá-los à medida da sua turma, a partir de uma base de mais de 200 ques-
tões;
• imprimir os testes para distribuir, projetá-los em sala de aula ou enviá-los aos seus alunos com correção
automática;
• acompanhar o progresso dos alunos através de relatórios de avaliação detalhados.
5
CADERNO DE ATIVIDADES
1. Preparação para o exame – Textos Teóricos (sobre os autores e as obras do programa)
4. Produção escrita
a) Resumo e síntese
b) Texto de reflexão
5. Provas-Modelo de Exame
SOLUÇÕES
PLANOS DE AULA
Apresentação de propostas para planificação do trabalho aula a aula.
6
PROPOSTA DE PLANIFICAÇÃO ANUAL
Competências Blocos
Conteúdos Estratégias / Atividades Recursos
nucleares letivos
Exercícios de Funcionamento
da Língua (exercícios de
correspondência, de escolha
múltipla, de transformação
e completamento)
Oficina de Escrita
7
Sequência de aprendizagem 2 – Os Lusíadas , de Luís de Camões
e Mensagem , de Fernando Pessoa
Competências Blocos
Conteúdos Estratégias / Atividades Recursos
nucleares letivos
Exploração e completamento de
14
esquemas
Exercícios de Funcionamento da
Língua (exercícios de correspondência,
de escolha múltipla, de
transformação e completamento)
Resumo e síntese
Oficina de Escrita
8
Sequência de aprendizagem 3 – Felizmente Há Luar! , de Luís
de Sttau Monteiro
Competências Blocos
Conteúdos Estratégias / Atividades Recursos
nucleares letivos
Exercícios de Funcionamento da
Língua (exercícios de
correspondência, de escolha
múltipla, de transformação
e completamento)
Oficina de Escrita
9
Sequência de aprendizagem 4 – Memorial do Convento ,
de José Saramago
Competências Blocos
Conteúdos Estratégias / Atividades Recursos
nucleares letivos
Exercícios de Funcionamento da
Língua (exercícios de
correspondência, de escolha
múltipla, de transformação e
completamento)
Trabalho individual
Oficina de Escrita
10
PLANOS DE AULA
SEQUÊNCIA DE APRENDIZAGEM 1:
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos
11
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Modernismo nas 1 – 90 min. • Manual (pp. 12 a 15) • Contextualização estética da obra pessoana: observação
Artes de imagens referentes ao Modernismo nas artes; visiona-
• mento de vídeos
• Áudio – Faixa 1
Modernismo nas Artes • Compreensão oral: audição do texto proposto e realiza-
ção das etapas do exercício da pág. 15
• Áudio – Faixa 2
Adoração da Terra, de • Expressão oral:
Igor Stravinsky 1. Nova observação das imagens e visionamento de um
excerto do filme Coco Chanel
• Vídeo 2. Apresentação de opiniões sobre as diversas manifes-
Excerto do filme tações artísticas
Coco Chanel e Igor 3. Problematização em pequenos grupos sobre o concei-
Stravinsky to de Arte, com apresentação à turma
• Link • Sumário
Trailer do filme
Meia-noite em Paris
Modernismo em 1 – 90 min. • Manual (pp. 16 a 18) • Trabalho em pares para leitura do texto O Modernismo
Portugal na literatura portuguesa e realização da proposta de
Orientação de leitura (pp. 16 e 17)
• Sumário
Modernismo em 1 – 90 min. • Manual (pp. 19 a 25) • Leitura do texto Orpheu (p. 19)
Portugal
• Orientação de leitura: identificação das linhas de
convergência entre os poetas órficos (p. 19)
• • Oralidade: escuta de um excerto do poema Manifesto
• Áudio – Faixa 3
Anti-Dantas
Manifesto Anti -Dantas
• Trabalho em pequenos grupos para dar resposta às
questões sugeridas na pág. 19
• Sumário
12
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 26 a 28) • Leitura do texto para compreensão do fingimento poético
Ortónimo – O fingi- (p. 26)
mento poético – •
processo de criação • Áudio – Faixa 4 • Escuta / leitura do poema Autopsicografia (p. 27)
poética – uma nova Declamação
conceção de arte Autopsicografia • Proposta de Orientação de leitura (p. 27)
• Sumário
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 29 e 30) • Remissão para os textos críticos da pág. 29
Ortónimo – Dor de
pensar • • Escuta / leitura do poema Ela canta, pobre ceifeira (p. 29)
• Áudio – Faixa 5
Declamação • Proposta de Orientação de leitura (p. 30)
Funcionamento da Ela canta, pobre
Língua: Valor do ceifeira • Funcionamento da Língua: realização das questões
adjetivo, classes apresentadas (p. 30)
de palavras,
expressividade da • Oralidade: reflexão individual sobre o conceito de felici-
pontuação, valor do dade (p. 30)
verbo
• Sumário
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 31 e 32) • Escuta / leitura do poema Liberdade (p. 31)
Ortónimo – Dor de
pensar • • Trabalho de pares para resolução da proposta de
• Áudio – Faixa 6 Orientação de leitura e de Funcionamento da Língua
Declamação (pp. 31 e 32)
Funcionamento Liberdade
da Língua: Tipos e • Escrita: elaboração de um texto sobre «Ler é maçada /
polaridade das Estudar é nada» (p. 32)
frases, relações
semânticas entre as • Sumário
palavras, sintaxe
13
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 33 e 34) • Leitura silenciosa do texto de M.a Vitalina Leal de Matos e
Ortónimo – O Ser identificação dos tópicos fundamentais do mesmo (p. 33)
fragmentado •
• Áudio – Faixa 7 • Escuta / leitura do poema Não sei quantas almas tenho
Declamação (p. 33)
Não sei quantas almas
tenho • Proposta de Orientação de leitura (p. 34)
• Sumário
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 35 a 36) • Reflexão sobre os textos associados ao sonho, à evasão, à
Ortónimo – O sonho, angústia, ao tédio e à frustração (p. 35)
a evasão, a angústia,
o tédio, a frustração • Trabalho de pares para dar cumprimento às questões
propostas em Orientação de leitura e em Funcionamento
Funcionamento da da Língua (p. 36)
Língua: Classes de
palavras, relações • Sumário
semânticas entre
palavras, deíticos,
sintaxe
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (p. 37) • Leitura expressiva do poema Tudo o que faço ou medito
Ortónimo – O sonho, (p. 37)
a evasão, a angústia,
o tédio, a frustração • Proposta de Orientação de leitura (p. 37)
14
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 40 a 42) • Remissão para a leitura do texto de Alfredo Antunes
Ortónimo – (p. 40)
Nostalgia da •
infância perdida • Áudio – Faixa 8 • Escuta / leitura do poema Pobre velha música! (p. 42)
Declamação
Pobre velha música! • Orientação de leitura: resposta ao questionário (p. 42)
• Sumário
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 43 e 44) • Escuta / leitura do poema Ó sino da minha aldeia (p. 43)
Ortónimo –
Nostalgia da • • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 43)
infância perdida • Áudio – Faixa 9
Declamação • Escuta / leitura expressiva do poema O Menino de sua
Ó sino da minha aldeia Mãe (p. 44)
Fernando Pessoa 1 – 90 min. • Manual (pp. 45 a 47) • APRENDER – Exploração do esquema apresentado – sín-
Ortónimo tese das temáticas pessoanas e reflexão sobre o estilo e
linguagem (p. 45)
APRENDER:
Temáticas • Seleção das ideias fundamentais de SABER MAIS (p. 46)
pessoanas;
linguagem e estilo • Realização e correção da Ficha de Controlo (p. 47)
Contexto • Sumário
histórico-político
da época vivida pelo
poeta
15
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Fernando Pessoa – 1 – 90 min. • Manual (pp. 48 a 51) • Trabalho de grupo: leitura da Carta de Fernando Pessoa a
Génese dos Adolfo Casais Monteiro; resposta às questões apresenta-
heterónimos • das em Orientação de leitura (pp. 48 a 51); apresentação
• Áudio oral à turma
Carta a Adolfo Casais
Monteiro – Génese dos
heterónimos • Sumário
Alberto Caeiro – 1 – 90 min. • Manual (pp. 52 a 54) • Remissão para o texto de Jacinto do Prado Coelho (p. 52)
A fruição do real
através das • • Escuta / leitura do poema I de O Guardador de Rebanhos
sensações • Áudio – Faixa 10 (pp. 52 e 53)
Declamação
O Guardador de • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 54)
Rebanhos
• Sumário
Alberto Caeiro – 1 – 90 min. • Manual (pp. 55 e 56) • Seleção das ideias fundamentais do texto de M.a Teresa
A fruição do real Schiappa de Azevedo (p. 55)
através das •
sensações • Áudio • Escuta / leitura do poema II de O Guardador de Rebanhos
Declamação (p. 55)
Funcionamento O meu olhar é nítido
da Língua: como um girassol • Proposta de Orientação de leitura (p. 56)
Classes de palavras,
morfologia flexional, • Funcionamento da Língua: resolução dos exercícios
marcadores apresentados (p. 56)
discursivos, coesão,
coerência, sintaxe • TPC: produção de um texto sobre o amor à Natureza,
partindo de dois versos do poema analisado (p. 56)
• Sumário
Alberto Caeiro – 1 – 90 min. • Manual (pp. 57 e 58) • Remissão para o texto da pág. 57
Misticismo, filosofia,
paganismo • Leitura do poema V de O Guardador de Rebanhos (p. 57)
• Sumário
16
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Alberto Caeiro – 1 – 90 min. • Manual (pp. 59 a 60) • Escuta / leitura do poema VII de O Guardador de Rebanhos
Campo/cidade (p. 59)
•
• Áudio – Faixa 11 • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 59)
Declamação
Da minha aldeia vejo • Funcionamento da Língua: resolução do exercício de
Funcionamento da quanto da terra se pode correspondência (p. 59)
Língua: ver do Universo
Relações semânticas • Escrita: elaboração de um texto sobre o primitivismo
entre palavras, voluntário e o caráter antissocial de Alberto Caeiro (p. 60)
deíticos, valor do
adjetivo, coesão, • Sumário
sintaxe
Alberto Caeiro – 1 – 90 min. • Manual (pp. 61 e 62) • Seleção das ideias fundamentais do texto de Manuel de
A aprendizagem de Gusmão (p. 61)
desaprender
• Leitura expressiva do poema XXIV de O Guardador de
Rebanhos (p. 61)
Funcionamento da
Língua: Sintaxe, • Proposta de Orientação de leitura (p. 62)
classes de palavras,
atos ilocutórios, • Funcionamento da Língua: resposta às questões apre-
relações semânticas sentadas (p. 62)
entre palavras,
conectores • TPC – Escrita: construção de um texto sobre a pedagogia
discursivos, deíticos do mestre Caeiro e as contradições daí decorrentes (p. 62)
• Sumário
A arte poética de 1 – 90 min. • Manual (pp. 63 e 64) • Leitura expressiva do poema XXXVI de O Guardador de
Alberto Caeiro Rebanhos (p. 63)
• Sumário
17
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
• Sumário
Ricardo Reis – 1 – 90 min. • Manual (pp. 68 a 70) • Leitura de textos informativos sobre os pressupostos
Epicurismo filosóficos da arte poética de Ricardo Reis (p. 68)
e estoicismo •
• Áudio – Faixa 13 • Escuta da ode Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
Declamação (p. 69)
Vem sentar-te comigo,
Lídia, à beira do rio • Trabalho de pares para dar resposta às questões propos-
tas em Orientação de leitura e para o preenchimento de
texto lacunar (p. 70)
• Sumário
Ricardo Reis – 1 – 90 min. • Manual (pp. 71 e 72) • Remissão para o texto de Robert Bréchon (p. 71)
Epicurismo
e estoicismo • • Leitura do poema Não tenhas nada nas mãos (p. 71)
• Áudio – Faixa 14
Declamação • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 72)
Não tenhas nada nas
mãos • Funcionamento da Língua: resolução do exercício
proposto (p. 72)
18
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Ricardo Reis – A 1 – 90 min. • Manual (pp. 75 e 76) • Escuta / leitura do poema Prefiro rosas, meu amor, à
passagem do tempo Pátria (p. 75)
e Carpe diem •
• Áudio – Faixa 16 • Proposta de Orientação de leitura (p. 75)
Declamação
Prefiro rosas, meu • Resposta às questões de Funcionamento da Língua (p. 75)
amor, à pátria
Funcionamento • Leitura da entrada da expressão Carpe diem em Grande
da Língua: Coesão, Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (p. 76)
marcadores
discursivos, sintaxe • Leitura expressiva da ode Uns com os olhos postos no
passado (p. 76)
• Sumário
• Sumário
A arte poética de 1 – 90 min. • Manual (pp. 78 a 81) • Leitura expressiva do poema Ponho na altiva mente o
Ricardo Reis fixo esforço (p. 78)
19
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Álvaro de Campos – 1 – 90 min. • Manual (pp. 82 a 89) • Leitura do texto informativo de Jacinto do Prado Coelho
A fase decadente e síntese das principais ideias (p. 82)
•
• Áudio • Leitura expressiva de excertos da composição poética
Declamação Opiário (p. 83)
Opiário
• Proposta de análise (CAP p. 72)
• Sumário
Álvaro de Campos – 2 – 90 min. • Manual (pp. 84 a 91) • Audição de excertos da Ode Triunfal
A fase futurista e
sensacionista • • Resposta à 1.a questão da Orientação de leitura (p. 90)
• Áudio – Faixa 18
Declamação • Trabalho de grupo para realização das propostas de
Ode Triunfal Orientação de leitura (p. 91)
• Sumário
Álvaro de Campos – 1 – 90 min. • Manual (pp. 92 a 94) • Leitura da Ode Marítima (pp. 92 e 93)
A fase futurista e
sensacionista • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 93)
20
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Álvaro de Campos – A 1 – 90 min. • Manual (pp. 95 e 96) • Leitura em voz alta do texto informativo de Jacinto do
fase intimista – O Prado Coelho e síntese das principais ideias (p. 95)
reencontro com o
criador • Leitura do poema Lisbon Revisited (1923) (p. 95)
Álvaro de Campos – A 1 – 90 min. • Manual (pp. 98 e 99) • Leitura silenciosa do poema Aniversário (pp. 98 e 99)
fase intimista – O
reencontro com o • Trabalho de pares para execução das questões apresen-
criador tadas em Orientação de leitura (p. 99)
• Sumário
Álvaro de Campos – A 1 – 90 min. • Manual (pp. 101 a 105) • Escuta / leitura do poema O que há em mim é sobretudo
fase intimista – O cansaço (p. 101)
reencontro com o •
criador • Áudio – Faixa 19 • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 101)
Declamação
O que há em mim • Remissão para APRENDER e SABER MAIS (pp. 102 a 105)
APRENDER é sobretudo cansaço
Temáticas de Álvaro • Escrita: elaboração de um texto sobre as temáticas de
de Campos; Ricardo Reis e Álvaro de Campos (p. 101)
linguagem e estilo
• Sumário
• PowerPoint
Fernando Pessoa
Não sei quantas almas
tenho
21
Fernando Pessoa, Ortónimo e Heterónimos (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Fernando Pessoa, 1 – 90 min. • Manual (pp. 106 a 109) • Realização da Ficha Formativa (pp. 106 a 109)
Ortónimo e
Heterónimos •
• Testes interativos • Sumário
Sequência 1 – testes 1 a 6
Fernando Pessoa, 3 – 90 min. • Manual (p. 110) • Execução das sugestões de Oral Formal1
Ortónimo e
Heterónimos • • Sumário
• Áudio
Declamação
Ouvi contar que outrora,
quando a Pérsia
• Áudio
E eis como mais tarde
Fernando Pessoa
aludirá aos três
heterónimos
Fernando Pessoa, 1 – 90 min. • Manual (p. 111) • Oficina de Escrita: trabalho de pares para realização das
Ortónimo e propostas apresentadas
Heterónimos
• Correção do trabalho Oficina de Escrita
• Sumário
• Sumário
1
Nota: As sugestões de concretização da atividade Oral Formal serão desenvolvidas de acordo com um calendário prévio.
22
SEQUÊNCIA DE APRENDIZAGEM 2: Os Lusíadas,
de Luís de Camões e Mensagem, de Fernando Pessoa
23
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 114 a 117) • Oralidade: observação de imagens na perspetiva históri-
Contextualização co-política e cultural da construção da identidade por-
histórico-política • tuguesa
• Áudio
Hino Nacional • Audição do discurso de Luís Aguilar: Lusofonia: Os
Quatro Novos Mundos do Mundo
• Áudio – Faixa 20
• Resposta ao questionário proposto (p. 115)
Lusofonia: Os Quatro
Novos Mundos do • Leitura de um texto com os dados biográficos de Luís de
Mundo, de Luis Aguilar Camões (p. 117)
• Sumário
Os Lusíadas - Canto I 2 – 90 min. • Manual (pp. 118 a 126) • Remissão para APRENDER (pp. 118 a 121)
(Proposição e
Invocação) • • Exploração do Quadro sinóptico do Canto I (p. 122)
• Vídeo • Leitura interpretativa do mapa (p. 123)
A Grande Viagem
Funcionamento da • Seleção das ideias principais do texto A Viagem de Os
Língua: Classes de Lusíadas: Símbolo e Mito (p. 123)
palavras, sintaxe,
semântica das • Leitura em voz alta da Proposição e da Invocação
palavras, (p. 124 e 126)
intencionalidade
• Trabalho de pares para realização da proposta de
comunicativa, valor
Orientação de leitura e do questionário de Funcionamento
do adjetivo
da Língua (pp. 125 e 126)
• Sumário
Os Lusíadas – Canto I 1 – 90 min. • Manual (pp. 127 e 128) • Leitura da Dedicatória (p. 127)
(Dedicatória e início
da Narração) • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 127)
• Sumário
24
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Os Lusíadas - 1 – 90 min. • Manual (pp. 129 a 130) • Trabalho de pares para realização da proposta de
Canto I (O Consílio Orientação de leitura e de Funcionamento da Língua
dos Deuses e (p. 129 )
Considerações
do poeta) • Leitura das estâncias 105 e 106 (p. 130)
• Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 131 e 132) • Remissão para o Quadro sinóptico do Canto II (p. 131)
Canto II (Chegada a
Melinde; pedido de • Leitura em voz alta das estâncias 73 e 74 e das estân-
informações do Rei cias 108 e 109 (p. 132)
de Melinde ao Gama)
• Resposta às questões apresentadas em Orientação de
Funcionamento da leitura (p. 132)
Língua: Coesão,
relações semânticas • Resolução dos exercícios de Funcionamento da Língua
entre palavras, (p. 132)
deíticos, adjetivação,
sintaxe • Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 133 a 135) • Exploração do Quadro sinóptico do Canto III (p. 133)
Canto III (Invocação
a Calíope; início da • Leitura das estâncias 1 a 6 (p. 134)
narração de Vasco
da Gama) • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 135)
25
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Os Lusíadas - 1 – 90 min. • Manual (pp. 136 e 137) • Exploração do Quadro sinóptico do Canto IV (p. 136)
Canto IV
(Despedidas em • • Escuta / leitura das estâncias 84 a 88 ( p. 137)
Belém) • Áudio – Faixa 21
E já no porto da ínclita • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 137)
Funcionamento da Ulisseia
Língua: Valor do • Resposta às questões de Funcionamento da Língua
adjetivo, sintaxe (p. 137)
• Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 138 a 139) • Escuta / leitura da estância 94 e das estâncias 97 a 102
Canto IV (Velho do (p. 138)
Restelo) •
• Áudio – Faixa 22 • Resposta às questões apresentadas em Orientação de
Funcionamento da Velho do Restelo leitura (p. 139)
Língua: Atos
ilocutórios, relações • Resolução dos exercícios de Funcionamento da Língua
semânticas entre (p. 139)
palavras, sintaxe
• TPC – Escrita: elaboração de um texto sobre as causas e
consequências de «As novas guerras do século XXI »
(p. 139)
• Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 140 a 142) • Exploração do Quadro sinóptico do Canto V (p. 140)
Canto V
(Fenómenos da • • Escuta / leitura das estâncias 16 a 19 e 23 (p. 141)
Natureza – Fogo de • Áudio
Santelmo e Tromba Contar-te longamente • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 142)
marítima) as perigosas
• Resumo do texto de Manuel Margarido (p. 142)
• Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (p. 143) • Leitura das estâncias 96 a 98 (p. 143)
Canto V
(Considerações do • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 143)
poeta)
• Escrita: produção de um texto sobre o género poético
como forma superior de preservação da memória cultu-
ral de uma nação (p. 143)
• Sumário
26
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 144 a 146) • Exploração do Quadro sinóptico do Canto VI (p. 144)
Canto VI
• Leitura das estâncias 92 e 93 e das estâncias 95 a 97
(Considerações
(p. 145)
do poeta)
• Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 146)
Funcionamento da
• Resposta ao questionário de Funcionamento da Língua
Língua: Deíticos,
(p. 146)
valor aspetual,
vocabulário, • Sumário
morfologia
flexional, orações
não finitas,
reprodução do
discurso no discurso
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 147 a 149) • Exploração do Quadro sinóptico do Canto VII (p. 147)
Canto VII (Intervenção
• Leitura das estâncias 3, 16, 31, 37, 38, 40, 44, 59 e 62
do poeta; entrada
(pp. 148 e 149)
em Calecute; visita
do Monçaide à frota • Realização das atividades propostas em Orientação de
lusitana; receção do leitura (p. 149)
Catual; contactos
• TPC – Escrita: produção de um texto de reflexão (p. 149)
entre portugueses
e indianos) • Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (p. 150) • Leitura das estâncias 79 a 84 (p. 150)
Canto VII
• Realização de um trabalho de grupo, segundo tópicos
(Considerações do
apresentados (p. 150)
poeta)
• Sumário
Os Lusíadas – 1 – 90 min. • Manual (pp. 151 a 154) • Remissão para os Quadros sinópticos dos Cantos VIII e
Cantos VIII e IX (Ilha IX (pp. 151 e 152)
dos Amores)
• Leitura em voz alta da estância 88 e das estâncias 91 a
95 (pp. 153 e 154)
Funcionamento
da Língua: Valor • Resposta às questões apresentadas em Orientação de
aspetual, valor do leitura (p. 154)
adjetivo, sintaxe,
• Resolução dos exercícios de Funcionamento da Língua
tipo e polaridade
(p. 154)
das frases,
subclasses dos • TPC: elaboração de um texto de reflexão sobre a dimen-
verbos são humanista e universal d’Os Lusíadas (p. 154)
• Sumário
27
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Os Lusíadas - 1 – 90 min. • Manual (pp. 155 e 162) • Exploração do Quadro sinóptico do Canto X (p. 155)
Canto X (Profecias
de Tétis e a revelação • Reflexão sobre o texto crítico de M.a Vitalina Leal de
da máquina do Matos (p. 156)
mundo; despedida
da deusa; partida • Leitura das estâncias apresentadas nas págs. 156 e 157
dos nautas rumo à
Pátria; chegada a • Completamento do quadro da pág. 158
Portugal;
considerações do • Remissão para SABER MAIS (pp. 159 a 161)
poeta)
• TPC: Realização da Ficha de Controlo (p. 162)
O real e o imaginário
na epopeia; valor • Sumário
simbólico e estético
n’Os Lusíadas
Mensagem – texto 1 – 90 min. • Manual (pp. 164 a 170) • Leitura do texto de Jacinto do Prado Coelho – a génese
épico-lírico (a génese da obra (p. 164)
e a contextualização •
político-social da • PowerPoint • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 165)
obra) O amor à pátria
também é poesia • Exploração dos esquemas e textos de APRENDER (cada
APRENDER: um dos tópicos poderá ser distribuído por grupos, a
Estrutura; simbolo- apresentar oralmente à turma) (pp. 166 a 170)
gia; numerologia; o
mito; linguagem e • TPC: investigar as condições político-sociais da publica-
estilo; o significado ção de Mensagem (p. 165)
do uso de
expressões latinas • Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 171 e 172) • Remissão para os textos de Antes de Ler (p. 171)
Lusíadas – textos
épico-lírico e épico • Leitura do poema O dos Castelos e das estâncias 20 e 21
do Canto III d’Os Lusíadas (p. 171)
Funcionamento da
Língua: Relações • Trabalho de pares, visando dar resposta à proposta de
semânticas entre Orientação de leitura e ao questionário de Funciona-
palavras, coesão, mento da Língua (p. 172)
aspeto verbal,
classes de palavras, • Sumário
valor do adjetivo,
deíticos, sintaxe
28
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Mensagem – 1 – 90 min. • Manual (pp. 173 e 174) • Leitura do poema Ulisses (p. 173)
Primeira parte
«Brasão» • Realização oral da proposta de Orientação de leitura
(p. 173)
Funcionamento da
Língua: Classes de • Trabalho de pares para resolução das propostas de
palavras, sintaxe Orientação de leitura e de Funcionamento da Língua
referentes ao poema Viriato (p. 174)
• Sumário
Mensagem - 1 – 90 min. • Manual (p. 176) • Remissão para o texto da pág. 176
Primeira parte
«Brasão» • • Escuta / leitura poema D. Sebastião, Rei de Portugal (p.
• Áudio – Faixa 23 176)
Declamação
D. Sebastião, Rei de • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 176)
Portugal
• Oralidade: recitação expressiva do poema à turma
(p. 176)
• Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (p. 177) • Leitura do poema Nun’Álvares Pereira e das estâncias
Lusíadas – textos 14 e 15 do Canto IV d’Os Lusíadas (p. 177)
épico-lírico e épico
• Trabalho de pares para resolução das atividades de
Funcionamento da Orientação de leitura e de Funcionamento da Língua
Língua: Relações (pp. 177 e 178)
semânticas entre
palavras, coesão, • TPC: elaboração de um texto de reflexão sobre o concei-
valor do adjetivo, to de herói no século XXI (p. 178)
aspeto verbal,
sintaxe • Sumário
29
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Mensagem – 1 – 90 min. • Manual (p. 179) • Leitura do poema D. João, o Segundo (p. 179)
Primeira parte
«Brasão» • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 179)
• Sumário
Mensagem – 1 – 90 min. • Manual (pp. 180 e 181) • Leitura expressiva do poema O Infante (p. 180)
Segunda parte «Mar
Português» • • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 181)
• Áudio
Funcionamento da Declamação • Resposta às questões de Funcionamento da Língua
Língua: Coesão, O Infante (p. 181)
aspeto verbal,
relações semânticas • Sumário
entre palavras,
formas das frases
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 182 e 183) • Leitura do poema Horizonte e das estâncias 89 e 90 do
Lusíadas – textos Canto IX d’Os Lusíadas (p. 182)
épico-lírico e épico
• Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 183)
• Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 184 a 186) • Escuta / leitura do poema O Mostrengo e das estâncias
Lusíadas – textos 39 a 43 do Canto V d’Os Lusíadas (pp. 184 e 185)
épico-lírico e épico •
• Áudio – Faixa 24 • Trabalho de pares para responder às questões presen-
Funcionamento da Declamação tes em Orientação de leitura e de Funcionamento da
Língua: Relações O Mostrengo Língua (pp. 185 e 186)
semânticas entre
palavras, classes • TPC: produção de um texto expositivo-argumentativo;
de palavras, valor investigar sobre a arte de marear no Renascimento e
aspetual, valor dos sobre a História Trágico-Marítima (p. 186)
tempos verbais,
sintaxe • Sumário
30
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 187 a 189) • Leitura crítica de imagem: quadro de Vieira da Silva
Lusíadas – textos (p. 187)
épico-lírico e épico •
• Áudio – Faixa 25 • Escuta / leitura do poema Mar Português e das estân-
Declamação cias 89 a 93 do Canto IV d’Os Lusíadas (p. 188)
Mar Português
• Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 189)
• Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 190 a 193) • Remissão para os textos de Antes de Ler (p. 190)
Lusíadas – textos
épico-lírico e épico • • Escuta / leitura do poema O Quinto Império e das estân-
• Áudio – Faixa 26 cias 95 a 97, 103 e 104 do Canto IV d’Os Lusíadas (pp. 191
Funcionamento Declamação e 192)
da Língua: Coesão, O Quinto Império
valor do adjetivo, • Trabalho de pares para realização da proposta de
classes de palavras, Orientação de leitura e do questionário de Funcionamento
marcadores da Língua (pp. 192 e 193)
discursivos, campo
lexical, sintaxe • Escrita: texto de reflexão sobre os descobrimentos, par-
tindo da perspetiva de um trecho (p. 193)
• Sumário
Mensagem – 1 – 90 min. • Manual (pp. 194 e 195) • Leitura do poema As Ilhas Afortunadas (p. 194)
Terceira Parte
«O Encoberto» • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 194)
• Sumário
31
Os Lusíadas, de Luís de Camões e Mensagem,
de Fernando Pessoa (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Mensagem – 1 – 90 min. • Manual (pp. 196 e 197) • Reflexão sobre o texto de Alfredo Antunes (p. 196)
Terceira parte
«O Encoberto» • • Escuta / leitura do poema Terceiro (p. 196)
• Áudio – Faixa 27
Funcionamento da Declamação • Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 197)
Língua: Valor do Terceiro
adjetivo, coesão, • Resposta ao questionário de Funcionamento da Língua
marcadores discur- (p. 197)
sivos, morfologia fle-
xional, aspeto • Escrita: elaboração de um texto de reflexão sobre o mito
verbal, relações sebastianista (p. 197)
entre estruturas
lexicais, sintaxe • Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 198 a 202) • Escuta / leitura do poema Nevoeiro (p. 198)
Lusíadas – textos
• Realização da proposta de Orientação de leitura (p. 198)
épico-lírico e épico •
• Áudio – Faixa 28 • APRENDER: Exploração dos quadros com as semelhan-
Mensagem – o Declamação ças e diferenças entre Os Lusíadas e Mensagem (pp. 199
conceito de herói; Nevoeiro e 200)
o épico sui-generis;
• Síntese das principais linhas de leitura das duas obras
o Quinto Império;
estudadas (pp. 199 a 202)
saudade e
profetismo • Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 203 a 209) • Realização da Ficha de Controlo (p. 203)
Lusíadas – textos • Oficina de Escrita: trabalho sobre a linguagem épica e
épico-lírico e épico lírica (p. 209)
• Correção do trabalho Oficina de Escrita
• Inclusão dos textos no Portefólio
• Sumário
Mensagem / Os 1 – 90 min. • Manual (pp. 204 a 207) • Realização da Ficha Formativa (pp. 204 a 207)
Lusíadas – textos
épico-lírico e épico • • Sumário
• Testes interativos
Sequência 2 – Testes 1 a 6
Mensagem / Os 2 – 90 min. • Manual (p. 208) • Apresentação das atividades propostas em Oral Formal1
Lusíadas – textos (p. 208)
épico-lírico e épico • Testes de avaliação sumativa
• Correção do teste de avaliação sumativa
• Inclusão do teste e respetiva correção no Portefólio
• Sumário
1
Nota: As sugestões de concretização da atividade Oral Formal serão desenvolvidas de acordo com um calendário prévio.
32
SEQUÊNCIA DE APRENDIZAGEM 3:
Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro
33
Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 232 e 236) • Abordagem do texto / imagem de A casa mais louca (p. 212)
– teatro épico
• • Oralidade: completamento de um quadro, com base na
• Áudio – Faixa 29 observação de imagem e na escuta de trechos comple-
Trechos da peça mentares; opinião sobre a peça teatral Dias a Fio (p. 213)
A casa mais louca
• Remeter para APRENDER (p. 214)
• Sumário
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 216 a 219) • Leitura do texto Repercussões do conceito de distancia-
– teatro épico ção no trabalho do ator (p. 216)
•
Vida e obra de Luís • Áudio • Orientação de leitura: levantamento de vocabulário
de Sttau Monteiro Entrevista a Sttau associado à rede semântica do teatro brechtiano (p. 216)
Monteiro
• Escuta / leitura do texto Vida e obra de Luís de Sttau
Monteiro (pp. 218 e 219)
• Sumário
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 220 a 223) • Reflexão sobre o texto de Antes de Ler (p. 220)
– (estrutura da obra)
• Leitura em voz alta do texto Folheto da peça (p. 220)
• Sumário
34
Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Felizmente Há Luar! 2 – 90 min. • Manual (pp. 224 a 231) • Escuta / leitura de trechos do Ato I
– Ato I
•
Funcionamento da • Áudio – Faixa 30 • Organização de grupos de trabalho para resolução das
Língua: Campo Ato I questões de Orientação de leitura e de Funcionamento
lexical, classes e Felizmente Há Luar! da Língua (pp. 224 a 231)
subclasses de
palavras, atos
ilocutórios, • Sumário
variedades do
português, sintaxe,
coesão, valor do
adjetivo
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 231 e 232) • Exercício de escrita coletiva sobre a importância e con-
– Ato I tributo do teatro e da música como formas de catarse
(p. 231)
• Sumário
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 233 a 237) • Apresentação das dramatizações
– Ato II
•
Funcionamento da • Áudio – Faixa 31 • Escuta / leitura de trechos do Ato II (pp. 233 a 235)
Língua: Modalidade, Ato II
aspeto verbal, atos Felizmente Há Luar!
ilocutórios, • Proposta de Orientação de leitura (p. 236)
intencionalidade
comunicativa,
coesão, princípios da • TPC: resolução dos exercícios sugeridos nas págs. 236 e
interação discursiva, 237
máximas
conversacionais,
sintaxe • Sumário
• Sumário
35
Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 239 a 242) • Escrita: elaboração de um texto de reflexão sobre a per-
tinência do estudo de Felizmente Há Luar! (p. 239)
APRENDER:
O tempo da • Sugestão de pesquisa sobre o Estado Novo e o General
diegese e o tempo Humberto Delgado (p. 239)
da escrita; • Remissão para APRENDER (pp. 240 a 242)
paralelismos
político-sociais • Sumário
A Resistência 1 – 90 min. • Manual (pp. 243 a 259) • Escuta / leitura de canções de resistência ao regime
salazarista (pp. 243 e 244)
•
APRENDER • Áudio – Faixa 32 • Investigar: pesquisa sobre formas de resistência ao
Felizmente Há Luar! : Trova do Vento que Passa regime salazarista; construção de ficheiro temático
intriga; sobre a revolução de 25 de Abril de 1974 (p. 244)
personagens; • Áudio – Faixa 33
• Remissão para informações contidas em APRENDER
tempo; espaço; Menina dos Olhos Tristes (pp. 245 a 253)
linguagem;
didascálias e notas • Áudio • Reenvio para SABER MAIS (pp. 254 a 259)
à margem; papéis e Comunicado das Forças
gestos; teatro épico Armadas • Sumário
Felizmente Há Luar! 1 – 90 min. • Manual (pp. 260 a 264) • Realização da Ficha Formativa (pp. 260 a 264)
• • Sumário
• Testes interativos
Sequência 3 – Testes 1 a 6
• Sumário
• Sumário
1
Nota: As sugestões de concretização da atividade Oral Formal serão desenvolvidas de acordo com um calendário prévio.
36
SEQUÊNCIA DE APRENDIZAGEM 4: Memorial do Convento,
de José Saramago
37
Memorial do Convento, de José Saramago
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 268 e 269) • Observação de escritores portugueses do século XX em
Convento Previamente (p. 268)
•
• Investigar: execução da proposta (p. 268)
• Áudio – Faixa 34
O Romance e a História • Compreensão oral:
1. Escuta de um texto
2. Tomada de notas
3. Resposta a questionários
• Expressão oral:
1. Diálogo sobre o interesse das temáticas saramaguianas
2. Apresentação oral das experiências pessoais de leitura
• Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 270 a 275) • Leitura do texto sobre vida e obra de José Saramago
Convento (pp. 270 e 271)
•
Vida e obra de José • Áudio • Escuta do discurso de José Saramago na entrega do
Saramago Vida e obra de José Prémio Nobel (texto na pág. 74 no Caderno de Apoio ao
Saramago Professor)
Funcionamento da
Língua: Classes de • Vídeo • Visionamento do vídeo sobre a vida de José Saramago
palavras, valor do Documentário sobre a
adjetivo, variedades vida de José Saramago • Remeter para os textos da pág. 272 e para as
linguísticas, marca- informações do texto da pág. 273
dores discursivos, • Áudio
deíticos, relações Excerto radiofónico – • Leitura expressiva do excerto de Memorial do Convento
semânticas entre José Saramago (A Promessa) (p. 274)
palavras, formas de
tratamento, relações • Proposta de Orientação de leitura (p. 275)
entre estruturas lexi-
cais, aspeto verbal, • Resolução dos exercícios apresentados em
coesão, reprodução Funcionamento da Língua (p. 275)
do discurso no
discurso • Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 276 e 277) • Reflexão sobre o texto de Ana Paula Arnaut (p. 276)
Convento
• Escuta / leitura do excerto de Memorial do Convento
•
(pp. 276 e 277)
• Áudio
Auto-de-fé • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 277)
• TPC: caracterização da relação de Baltasar e Blimunda
• Sumário
38
Memorial do Convento, de José Saramago (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 278 e 279) • Leitura do excerto de Memorial do Convento (p. 278)
Convento
• Trabalho de pares para resolução da proposta de
Funcionamento Orientação de leitura e de Funcionamento da Língua
da Língua: Valor (p. 279)
aspetual, marcado-
res discursivos, atos • TPC: elaboração de um texto expositivo sobre o contri-
ilocutórios, coesão, buto de algumas personagens na concretização do
deíticos, sintaxe sonho de voar (p. 279)
• Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 280 e 281) • Reenvio para o texto de Miguel Real (p. 280)
Convento
• • Escuta / leitura do excerto de Memorial do Convento
• Áudio (pp. 280 e 281)
Obra abençoada
• Resposta ao questionário de Orientação de leitura (p. 281)
• Áudio – Faixa 35
Excerto de um concerto • Sumário
de carrilhões
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 282 e 283) • Leitura da passagem «Remédios» em tempo de peste
Convento (p. 282)
• Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 285 e 286) • Leitura do excerto de Memorial do Convento (p. 284)
Convento
• • Trabalho de pares para resolução das sugestões de lei-
Funcionamento da • PowerPoint tura e do questionário de Funcionamento da Língua
Língua: Modalidade, Transgressões (pp. 285 e 286)
marcadores
discursivos, coesão, • TPC: elaboração de um texto de reflexão sobre o concei-
deíticos, sintaxe to de sonho da Humanidade (p. 286)
• Sumário
39
Memorial do Convento, de José Saramago (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 287 e 288) • Leitura do excerto Que é ser santo? (p. 287)
Convento
• Resposta ao questionário de Orientação de leitura (p. 288)
Funcionamento da • Resolução dos exercícios de Funcionamento da Língua
Língua: Formas de (p. 288)
tratamento,
interação discursiva, • TPC: texto de reflexão a partir de um texto de Miguel
atos ilocutórios, Real (p. 288)
marcadores
discursivos • Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 289 e 290) • Leitura do excerto de Com a vida paga-se a obra (pp. 289
Convento e 290)
• Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 291 a 293) • Leitura do texto Faça-se a vontade de sua Majestade
Convento (pp. 291 e 292)
• Sumário
APRENDER: 1 – 90 min. • Manual (pp. 294 a 313) • Leitura do excerto de Para sempre unidos da pág. 294
Memorial do
Convento: • • Resposta às questões de Orientação de leitura (p. 294)
Título; ação; • PowerPoint
• Escrita: elaboração de um texto sobre a circularidade da
personagens, tempo O Amor Verdadeiro história de amor de Baltazar e Blimunda (p. 295)
e espaço; narrador;
linguagem e estilo; • Realização da Ficha de Controlo (pp. 296 e 297)
discurso; figuras de
estilo; intertextuali- • Remeter para APRENDER e SABER MAIS (pp. 298 a 313)
dade; crítica; simbo-
• Sumário
lismo dos números; o
maravilhoso, o Amor;
romance histórico
40
Memorial do Convento, de José Saramago (cont.)
Escola: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Turma: _________________________ Data: _____________ / _____________ /_____________
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 314 a 317) • Realização da Ficha Formativa (pp. 314 a 317)
Convento
• • Sumário
• Testes interativos
Sequência 4 – Testes 1 a 6
• Sumário
Memorial do 1 – 90 min. • Manual (pp. 319) • Oficina de Escrita: elaboração de uma dissertação
Convento subordinada a tópicos
• Sumário
1
Nota: As sugestões de concretização da atividade Oral Formal serão desenvolvidas de acordo com um calendário prévio.
41
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 1
GRUPO I
A
Lê atentamente o poema.
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens seguintes.
42
B
«Pessoa não pode tirar a «máscara» de Campos sem que a carne lhe venha agarrada…»
Robert Bréchon, Estranho Estrangeiro, Quetzal Editores, Lisboa, 1996
Fazendo apelo à tua experiência de leitura, explicita de que modo Álvaro de Campos se reencontra com o seu
criador, Fernando Pessoa.
Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras.
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
Era um homem que sabia idiomas e fazia versos. Ganhou o pão e o vinho pondo palavras no lugar de palavras,
fez versos como os versos se fazem, isto é, arrumando palavras de uma certa maneira. Começou por se chamar
Fernando, pessoa como toda a gente. Um dia lembrou-se de anunciar o aparecimento de um supra-Camões, um
Camões muito maior do que o antigo, mas, sendo uma criatura conhecidamente discreta, que soía1 andar pelos
5 Douradores de gabardina clara, gravata de lacinho e chapéu sem plumas, não disse que o super-Camões era ele
próprio. Ainda bem. Afinal, um super-Camões não vai além de ser um Camões maior, e ele estava de reserva para
ser Fernando Pessoas, fenómeno nunca antes visto em Portugal.
Naturalmente, a vida era feita de dias, e dos dias sabemos nós que são iguais mas não se repetem, por isso
não surpreende que em um desses, ao passar Fernando diante de um espelho, nele tivesse percebido, de relance,
10 outra pessoa. Pensou que havia sido mais uma ilusão de ótica, das que sempre estão a acontecer sem que lhes
prestemos atenção, ou que o último copo de aguardente lhe assentara mal no fígado e na cabeça, mas, à cautela,
deu um passo atrás para confirmar se, como é voz corrente, os espelhos não se enganam quando mostram. Pelo
menos este tinha-se enganado: havia um homem a olhar dentro do espelho, e esse homem não era Fernando
Pessoa. Era até um pouco mais baixo, tinha a cara a puxar para o moreno, toda ela rapada. Num movimento
15 inconsciente, Fernando levou a mão ao lábio superior, depois respirou com infantil alívio, o bigode estava lá.
Muita coisa se pode esperar de figuras que apareçam nos espelhos, menos que falem. E como estes, Fernando
e a imagem que não era sua, não iriam ficar ali eternamente a olhar-se, Fernando Pessoa disse: «Chamo-me
Ricardo Reis.» O outro sorriu, assentiu com a cabeça e desapareceu. Durante um momento, o espelho ficou vazio,
nu, mas logo outra imagem surgiu, a de um homem magro, pálido, com aspeto de quem não vai ter muita vida
20 para gozar. A Fernando pareceu-lhe que este deveria ter sido o primeiro, porém não fez qualquer comentário, só
disse. «Chamo-me Alberto Caeiro.» O outro não sorriu, acenou apenas, frouxamente, e foi-se embora.
Fernando Pessoa deixou-se ficar à espera, sempre tinha ouvido dizer que não dois sem três. A terceira figura
tardou uns segundos, era um homem do tipo daqueles que exibem saúde para dar e vender, com o ar inconfundí-
vel de engenheiro diplomado em Inglaterra. Fernando disse: «Chamo-me Álvaro de Campos», mas desta vez não
25 esperou que a imagem desaparecesse do espelho, afastou-se ele, provavelmente cansou-se de ter sido tantos em
Glossário:
Soía – Costumava.
43
1. Seleciona, em cada um dos itens de 1.1 a 1.7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao
sentido do texto.
1.6 Em «A Fernando pareceu-lhe que este deveria ter sido o primeiro» (linha 20), o constituinte desta-
cado é uma oração subordinada
(A) adverbial comparativa.
(B) adjetiva relativa restritiva.
(C) adverbial consecutiva.
(D) substantiva completiva .
44
1.7 No segmento textual «Durante um momento, o espelho ficou vazio, nu» (linhas 18 e 19), os adjetivos
desempenham a função sintática de
(A) complemento direto.
(B) complemento de nome.
(C) predicativo do sujeito.
(D) predicativo do complemento direto.
2.1 Classifica o ato ilocutório presente em «Chamo-me Ricardo Reis» (linhas 17 e 18).
2.2 Divide e classifica as orações em «mas desta vez não esperou que a imagem desaparecesse do espe-
lho.» (linhas 24 e 25).
GRUPO III
Lê o trecho seguinte.
«(…) todas as pessoas da Terra opinam sobre o mundo que as rodeia, e, sendo assim, podíamos concluir afirma-
tivamente que existe uma opinião pública mundial. Mas, para que possa existir uma verdadeira opinião pública
mundial é preciso satisfazer um conjunto de pré-condições técnicas, políticas e cognitivas (…)
Os últimos tempos trouxeram novos meios (satélites, Internet) que conseguem ultrapassar fronteiras, permi-
tindo o início da criação de uma verdadeira opinião pública mundial.
(…) Será que é possível a existência de uma verdadeira opinião pública baseada na troca democrática da infor-
mação através de elevados conhecimentos individuais?»
revistas.ua.pt
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresenta
uma reflexão sobre a formação da opinião pública, ao nível nacional e internacional, e suas consequências na evo-
lução das sociedades, partindo da perspetiva exposta no trecho acima transcrito.
Fundamenta o teu ponto de vista, recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com,
pelo menos, um exemplo significativo.
45
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 2
GRUPO I
A
Lê o texto seguinte.
15 18
Como? Da gente ilustre Portuguesa Rei tendes tal que, se o valor tiverdes
Há-de haver quem refuse o pátrio Marte? Igual ao Rei que agora alevantastes,
Como? Desta província, que princesa Desbaratareis tudo o que quiserdes,
Foi das gentes na guerra em toda parte, Quanto mais a quem já desbaratastes.
Há-de sair quem negue ter defesa? E se com isto, enfim, vos não moverdes
Quem negue a Fé, o amor, o esforço e arte Do penetrante medo que tomastes,
De Português, e por nenhum respeito Atai as mãos a vosso vão receio,
O próprio Reino queira ver sujeito? Que eu só resistirei ao jugo alheio.
16 19
Como? Não sois vós inda os descendentes Eu só, com meus vassalos e com esta
Daqueles que, debaixo da bandeira (E dizendo isto arranca meia espada),
Do grande Henriques, feros e valentes, Defenderei da força dura e infesta
Vencestes esta gente tão guerreira, A terra nunca de outrem sojugada.
Quando tantas bandeiras, tantas gentes Em virtude do Rei, da pátria mesta,
Puseram em fugida, de maneira Da lealdade já por vós negada,
Que sete ilustres Condes lhe trouxeram Vencerei não só estes adversários,
Presos, afora a presa que tiveram? Mas quantos a meu Rei forem contrários!
Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto IV
17
Com quem foram contino sopeados
Estes, de quem o estais agora vós,
Por Dinis e seu filho sublimados,
Senão cos vossos fortes pais e avôs?
Pois se, com seus descuidos ou pecados,
Fernando em tal fraqueza assim vos pôs,
Torne-vos vossas forças o Rei novo,
Se é certo que co Rei se muda o povo.
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens seguintes.
46
B
«Assim, tudo na ilha (dos Amores) se reunia para fazer dela o símbolo de todas as compensações que os des-
cobrimentos traziam ao Homem.»
Hernâni Cidade, Luís de Camões, O Épico, Editorial Presença, Lisboa, 1985
Fazendo apelo à tua experiência de leitura, explicita a importância do episódio da Ilha dos Amores no contex-
to da obra, Os Lusíadas.
Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras.
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
Em Os Lusíadas Camões não fala apenas da viagem marítima do Gama, da descoberta da Índia, feito glorioso
seguindo-se a tantos outros, enumerados cuidadosamente, da História de Portugal. Não canta apenas a organiza-
ção, o crescimento, a expansão por terra e por mar de um povo: canta, através dele, uma significação que tem a
ver com a própria significação do universo e de Deus. Mistério que é revelado ao Gama, e do qual se depreende que
5 os portugueses devem tirar também algum ensinamento: sobre a sua história passada, presente e futura, aponta-
da como símbolo de progressão da humanidade em geral. A história portuguesa identifica-se com um dos planos
da manifestação da divindade. Aos portugueses é dada nova revelação, tal como aos Antigos: aos gregos o pensa-
mento, aos judeus a palavra; e agora, juntando a fé no pensamento e na palavra, aos portugueses os novos limites
do mundo, e a sua inserção no universo.
10 A viagem marítima do Gama é um percurso complexo, que pode ser seguido a vários níveis: individual e coleti-
vo; histórico e mítico; terreno e divino. É a viagem de um povo crescendo pelo mundo (pelo espaço) e pela história
(pelo tempo) e abolidos o espaço e o tempo, como nas experiências dos místicos, conduzido à contemplação do
universo e de Deus. O crescimento do mundo faz-se primeiro em terra (conquistando e fixando o território do con-
tinente), depois no mar (estruturando um império), e sempre vencendo obstáculos que não deixam de surgir.
15 A viagem será, como todas as provações heroicas, uma viagem repleta de perigos. Mas bem sucedida no final,
pois ao sucesso a destinou o «Fado eterno, / Cuja alta lei não pode ser quebrada» (I, 28), o plano de criação que em
nada pode ser alterado, e de que também os deuses fazem parte.
Terra e mar definem dois polos de uma ação. Mas são complementares, não opostos. Conquistada a terra e
conquistado o mar – feita a união – descobre-se em seguida o universo. É um universo de que o homem é o centro.
20 Não tem a ver com as novas propostas da ciência, nem poderia ter, porque a visão é mística, e não científica. Ora
ao místico premiado com uma revelação tudo se ordena no eu, no eu mais interior, e o que se passa não tem a ver
com a realidade objetiva do mundo à sua volta. A Ilha dos Amores é uma «ilha de dentro», fora do espaço e do
tempo, é uma imagem de eternidade, e ao chegar a ela o Gama torna-se eterno.
No Canto X é revelado ao Gama o lugar que a terra ocupa no universo, o lugar que Portugal ocupa na terra, e o
25 lugar que o herói (a gesta dos heróis) ocupa em Portugal. Reúnem-se aqui num todos os vários elementos que
desde o Canto I nos vão sendo descritos, por serem importantes (…).
Os portugueses, gente do Ocidente, em busca das terras do Oriente (I, 50), representam a humanidade no seu
progresso histórico, não apenas em busca da riqueza, mas recebendo (quer o queira quer não, quer tenha maior
47
30 ou menor consciência disso) a luz, ou seja a sabedoria, como prémio da experiência de uma vida assumida, com
os seus riscos, os seus sacrifícios e perigos, e as suas naturais satisfações.
Os portugueses são uma «gente marítima», e a descoberta da Índia será o complemento normal do seu per-
curso (…).
E são também uma gente «belicosa». Todo o aparato de guerra é por Camões minuciosamente descrito (…)
35 (I, 67-68). O aparato bélico representa o poder do fogo aliado à bravura dos homens que o detêm. Nos portugue-
ses reúnem-se Marte e Vénus. São eles o verdadeiro espaço (ainda que simbólico) da sua conciliação, ou seja, da
união do fogo e da água que ambos representam.
Y. K. Centeno, Hélder Godinho, Stephen Reckert, M.C. Almeida Lucas;
A Viagem de Os Lusíadas: Símbolo e Mito (texto com supressões), Arcádia
Para responder a cada um dos itens de 1. a 7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1. No complexo verbal «os portugueses devem tirar também algum ensinamento» (linha 5), a apreciação do
locutor apresenta o valor modal de
(A) intenção. (C) incerteza.
(B) probabilidade. (D) obrigação.
2. Enquanto mecanismos de coesão lexical, entre «povo» (linha 3) e «portugueses» (linha 5) estabelece-se
uma relação de
(A) homonímia. (C) meronímia.
(B) hiponímia. (D) sinonímia.
48
6. «aqui» (linha 25) é um deítico de espaço que referencia
(A) «Portugal» (linha 25). (C) «a terra» (linha 24).
(B) «Canto X» (linha 24). (D) «universo» (linha 24).
7. A expressão «os seus riscos, os seus sacrifícios e perigos, e as suas naturais satisfações» (linha 31) apre-
senta
(A) uma perífrase. (C) uma anáfora.
(B) um assíndeto. (D) uma enumeração.
Coluna A Coluna B
1. «do seu percurso» (linhas 32 e 33) tem a função sin- a) quantificador universal.
tática de
b) subordinada adjetiva relativa restritiva.
GRUPO III
Lê o excerto seguinte.
«Há dias, João Lopes escreveu o seguinte no DN: “provavelmente, na história do cinema moderno, não há
filme como 2001: Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, para ilustrar esse paradoxo muito humano que se
joga entre o que somos e a imensidão daquilo que desconhecemos”».
http://aeiou.expresso.pt
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresenta
uma reflexão sobre a pequenez do homem perante o desconhecido, não obstante a sua luta constante pelo aces-
so ao conhecimento, partindo do excerto acima transcrito.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com,
pelo menos, um exemplo significativo.
49
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 3
GRUPO I
A
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o glossário apresentado a seguir ao texto.
1.o Popular
(Dando uma notícia importante de que se esquecera)
O Vicente, lembram-se do Vicente? Foi feito chefe de polícia. Vi-o, hoje, fardado,
seguido por dois esbirros! É verdade! Juro-lhes que é verdade! Olhou para mim
como se nunca me tivesse visto. Estendi-lhe a mão e deu-me uma cacetada na
cabeça!
2.o Popular
Era mesmo ele?
1.o Popular
Era ele, digo-lhes eu. Nunca me esqueço duma cara.
Manuel
Não é de espantar. Deus escreve torto por linhas direitas. Não é assim que se devia
dizer?
(Matilde, chorando, vai a sair pela esquerda do palco quando Manuel a chama, sem
voltar a cabeça e sem fazer um gesto)
50
Manuel, agora, mostra que Senhora!
tinha consciência da pre-
sença de Matilde e que o
seu silêncio foi premedita-
(Matilde estaca e volta-se para o grupo sem saber, ao certo, se a chamaram)
do, como premeditada foi a
sua quebra neste momen- É consigo, senhora.
to. É portanto, essencial
que não esboce, sequer, o
gesto de se virar para ela. (Sempre sem voltar a cabeça e limpando a faca enquanto fala)
(Matilde volta a aproximar-se do grupo, que finge não dar por ela. Os seus passos
são curtos e tímidos. Não sabe porque a chamaram. Manuel prossegue, agora para
Rita)
(Rita levanta-se dum salto, vai buscar um caixote que coloca junto de Matilde e
ajuda-a a sentar-se, falando ao mesmo tempo.)
Rita
Desde aquela noite que só penso em si. Estava lá na rua quando prenderam o gene-
ral. Vi-o sair de casa…
Depois passei lá à porta e ouvi-a chorar… Até contei ao meu homem…
Manuel
(Levanta-se e fala com ternura)
Glossário
Esbirros (1.o polular, 1.a fala) – Oficiais inferiores de polícia.
51
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens seguintes.
1. Interpreta, no contexto da obra, a primeira intervenção de Matilde.
2. Explicita o assunto da conversa entre os populares.
3. Esclarece o sentido crítico das seguintes palavras de Manuel «Deus escreve torto por linhas direitas. Não
é assim que se devia dizer?»
4. Identifica o sentimento dominante em cada uma das personagens femininas.
5. Refere a função das didascálias e as notas à margem, ao nível da informação fornecida.
B
Fazendo apelo à tua experiência de leitura, explicita o modo como a caracterização dos populares serve a
intencionalidade crítica do autor, considerando a época da escrita de Felizmente Há Luar!.
Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras.
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
Tudo aquilo o fatigava. A maioria dos seus amigos, antigos colegas da Faculdade, lá se iam arranjando, ade-
riam aos partidos, tinham ambições e empregos, faziam casamentos ricos, e muitos deles, ferozmente jacobinos,
intransigentes, «quem não é por nós é contra nós», e coisas assim, trabalhavam, escreviam, organizavam, prega-
vam teorias que enchiam de entusiasmo a Mamã, para deitar abaixo a república burguesa, incensando um vago
5 rei desconhecido, ausente. O Papá abanava a cabeça, e chamava-lhes garotos, meninos-bonitos, extremistas da
direita, e assim por diante. Aurélio fugia-lhes, porque eles lhe impingiam jornais, folhetos, cartilhas, distintivos,
apelos, reformas, coisas que ele abominava, por serem rasteiras, seculares, sem poesia. Ele era um artista.
Sonhava fazer a sua obra. Até tinha vergonha de se dizer licenciado.
Entretanto, um sol de batalhas de flores, alto e claro, deslizava sobre a cidade, varria o casario amontoado.
10 E ele ali encafuado, como um monge na sua cela. Isolado do mundo. Estranho aos conflitos dos homens, como se
tivesse caído ontem à noite dum planeta qualquer, sem salvo-conduto, por engano. Mas, não, o que era tremendo
era pertencer àquela mesma humanidade, falar a língua daqueles homens, e não poder entendê-los. Era estar
metido num quarto, à espera que eles se batessem e massacrassem, até que um dos grupos ficasse senhor do
campo. Vergonha e danação! Esse mundo que ele ignorava e temia, com as suas virtudes e vícios, coragens e vio-
15 lências, alegrias e lutas. Não estaria ele fazendo um jogo perigoso, ao lavar dali as mãos, ao tentar escapulir-se
entre os dois fogos, ou lá quantos eram? Vegetando, agarrado a projetos inconsequentes, a papéis inúteis, a con-
venções? Porque é que o não tinham educado de outro modo? Porque não tinham feito dele um homem, já que o
não deixavam (se pudesse) ser ao menos poeta?
Mas isso era uma horrível cobardia, uma indecente desumanidade! Ao menos informar-se! (…)
20 Na solidão e no silêncio, que odiava, mas a que se agarrava obstinadamente, a vida exercia sobre ele um verti-
ginoso apelo. Por isso desejaria agora que a insurreição durasse, que a guerra civil se desencadeasse com o seu
cortejo de horrores, que a família não tornasse tão cedo a importuná-lo. Tudo, menos isto! Calamidades, um cata-
clismo, tudo que não fosse esta existência informe, sem vontade, e o impelisse para a ação, para a aventura – um
imprevisto, quem sabe, uma desgraça que lhe revolucionasse a vida…
José Rodrigues Miguéis, Onde a Noite se Acaba, Círculo de Leitores, 1999
52
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirma-
ção correta.
1.1 Na frase, «Tudo aquilo o fatigava.» (linha 1), «aquilo» é um deítico de referência
(A) pessoal.
(B) espacial.
(C) situacional.
(D) temporal.
1.3 A afirmação «quem não é por nós é contra nós» (linha 3), pressupõe
(A) uma atitude radical.
(B) uma atitude conciliadora.
(C) uma atitude ostensiva.
(D) uma atitude persuasiva.
53
1.7 «a», na expressão «mas a que se agarrava obstinadamente» (linha 20) é um correferente pronominal de
(A) «horrível cobardia» (linha 19).
(B) «indecente desumanidade» (linha 19).
(C) «solidão e (…) silêncio» (linha 20).
(D) «vertiginoso apelo» (linhas 20 e 21).
GRUPO III
Lê o excerto seguinte.
«Cerca de 75 milhões de crianças em todo o mundo continuam sem acesso ao ensino. Em Portugal, nove em
cada cem portugueses continuam sem saber ler nem escrever, na maioria idosos e a viverem no Interior. Ainda
assim, previsões da UNESCO apontam para uma descida progressiva até 2015.»
www.publico.pt
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresenta
uma reflexão sobre a importância da literacia para o ser humano, partindo da questão básica exposta no excerto
acima transcrito, o «acesso ao ensino».
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com,
pelo menos, um exemplo significativo.
54
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 4
GRUPO I
A
Lê atentamente o texto.
(…) De madrugada, muito antes de nascer o sol, e ainda bem, porque estas horas são sempre as mais frias,
levantam-se os trabalhadores de sua majestade, enregelados e famintos, felizmente os libertaram das cordas os
quadrilheiros, porque hoje entraremos em Mafra e causaria péssimo efeito o cortejo de maltrapilhos, atados
como escravos do Brasil ou récua de cavalgaduras. Quando de longe avistam os muros brancos da basílica, não
5 gritam, Jerusalém, Jerusalém, por isso é mentira o que disse aquele frade que pregou quando foi levada de Pêro
Pinheiro a pedra a Mafra, que todos estes homens são cruzados duma nova cruzada, que cruzados são estes que
tão pouco sabem da sua cruzadia. Fazem alto os quadrilheiros, para que desta eminência possam os trazidos
apreciar o amplo panorama no meio do qual vão viver, à direita o mar onde navegam as nossas naus, senhoras do
líquido elemento, em frente, para o Sul, está a famosíssima serra de Sintra, orgulho de nacionais, inveja de estran-
geiros, que daria um bom paraíso no caso de Deus fazer outra tentativa, e a vila, lá em baixo na cova, é Mafra, que
10 dizem os eruditos ser isso mesmo o que quer dizer, mas um dia se hão de retificar os sentidos e naquele nome será
lido, letra por letra, mortos, assados, fundidos, roubados, arrastados, e não sou eu, simples quadrilheiro às ordens,
quem a tal leitura se vai atrever, mas sim um abade beneditino a seu tempo, e essa será a razão que tem para não
vir assistir à sagração da bisarma, porém, não antecipemos, ainda há muito trabalho para acabar, por causa dele
é que vocês vieram das longes terras onde vivíeis, não façam caso da falta de concordância, que a nós ninguém
15 nos ensinou a falar, aprendemos com os erros dos nossos pais, e, além disso, estamos em, tempo de transição, e
agora que já viram o que vos espera, sigam lá para adiante, que nós, ficando vocês entregues, vamos buscar mais.
Para chegarem à obra, vindos donde vêm, têm de atravessar a vila, passam à sombra do palácio do visconde,
rasam a soleira dos Sete-Sóis, e tanto sabem de uns como sabem dos outros, apesar de genealogias e memoriais,
Tomás da Silva Teles, bisconde de Vila Nova da Cerveira, Baltasar Mateus, fabricante de aviões, com o rodar dos
20 tempos veremos quem vai ganhar esta Guerra. As janelas do palácio não se abrem para ver passar o cortejo dos
miseráveis, só o cheiro que deitam, senhora biscondessa. Abriu-se, sim, o postigo da casa dos Sete-Sóis e veio
Blimunda olhar, não é nenhuma novidade, quantas levas já por aqui passaram, mas, estando em casa, sempre
vem ver, é uma maneira de receber quem chegou, e quando à noite Baltasar regressa, ela diz, Por aqui passaram
hoje mais de cem, perdoe-se a imprecisão de quem não aprendeu a contar rigoroso foram muitos, foram poucos, é
25 como quando se fala de anos, já passei dos trinta, e Baltasar diz, Ao todo ouvi dizer que chegaram quinhentos,
Tantos, espanta-se Blimunda, e nem um nem outro sabem exatamente quantos são quinhentos, sem falar que o
número é de todas as coisas que há no mundo a menos exata, diz-se quinhentos tijolos, diz-se quinhentos homens,
e a diferença que há entre tijolo e homem é a diferença que se julga não haver entre quinhentos e quinhentos,
quem isto não entender à primeira vez não merece que lho expliquem segunda.
30 Juntam-se os homens que entraram hoje, dormem onde calhar, amanhã serão escolhidos. Como os tijolos.
José Saramago, Memorial do Convento (texto com supressões), Editorial Caminho, Lisboa, 1982
55
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens seguintes.
1. Identifica três traços caracterizadores dos trabalhadores levados para Mafra, apresentando exemplos
sugestivos.
B
Fazendo apelo à tua experiência de leitura, caracteriza, em Memorial do Convento, de José Saramago, a
relação de D. João V e D. Ana de Áustria, referindo dois traços de caráter de cada um deles.
Escreve um texto de oitenta a cento e vinte palavras.
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
A descoberta da arte rupestre do Vale do Côa teve um enorme impacto na comunidade científica mundial.
Este vale revelou-se um autêntico santuário de arte rupestre paleolítico ao ar livre, único no mundo pela sua
extensão, profusão e qualidade. Conhecem-se apenas cinco destes «santuários» pré-históricos ao ar livre (todos
solos xistosos do noroeste peninsular, com exceção de um painel em França e outro na Andaluzia, únicos sobrevi-
5 ventes de uma arte que hoje se pensa se deve ter espalhado por todo velho mundo), mas não tão antigos como o
Paleolítico Superior aqui presente. Foi começado há mais de 20.000 anos e usado durante 10 a 15 milénios, tor-
nando este local um verdadeiro museu de História da Arte ao ar livre, através de cujas «coleções» se pode acom-
panhar as evoluções estilísticas dos vários períodos do Paleolítico Superior, onde se enquadram a maior parte das
gravuras encontradas. A dimensão e o número de painéis são sem precedente. O «santuário» paleolítico ao ar livre
10 que existe em solo francês é na sua totalidade menor que uma só das rochas do Vale do Côa.
Nestas pedras está, por isso, um verdadeiro compêndio de arte rupestre, a aventura da arte humana até ao nosso
século. Especialistas estrangeiros disseram já que estamos perante um conjunto de valor incalculável por conter
informações preciosas sobre a origem da arte na Europa e sobre a História (e consequentemente da História da Arte)
da Humanidade, revelando hábitos dos grupos de caçadores que habitavam a Eurásia nos finais da última era glaciar.
15 É notável também a sua preservação, uma vez que por toda a Europa este tipo de manifestações desapareceu,
destruído pela ação do Homem ou pela erosão. As gravuras do Côa provam que, em condições geológicas e climáticas
propícias, se conservam ao ar livre as gravuras rupestres executadas não pelas populações sedentárias, mas pelos
caçadores do Paleolítico, provando à exaustão que a sua arte não se confinava apenas ao mundo das grutas e abrigos,
como até então se pensava. Por isso a arte do Côa levou a um verdadeiro volte-face na análise da arte pré-histórica.
20 Durante quase um século, a arte paleolítica foi vista unicamente como uma «arte das cavernas», e puramente com
significado mágico-religioso. O Côa veio por si só questionar quer a sua localização quer a sua funcionalidade. O reli-
gioso, afinal, é apenas um dos muitos significados possíveis da arte, entendida como forma de comunicação.
Património da Humanidade em Portugal, Monumentos, I Volume, Editorial Verbo, Lisboa, 1999
56
1. Seleciona, em cada um dos itens de 1.1 a 1.7, a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao
sentido do texto.
1.2 Segundo especialistas estrangeiros, nas rochas do Vale do Côa estão registados(as)
(A) desenhos interessantes de várias tribos.
(B) testemunhos da evolução da arte humana.
(C) histórias da vida dos caçadores da Eurásia.
(D) pinturas dos diferentes períodos do Paleolítico.
1.4 As expressões «autêntico santuário» (linha 2) e «único no mundo» (linha 2) são correferentes de
(A) «arte rupestre» .
(B) «enorme impacto».
(C) «comunidade científica».
(D) «vale».
57
1.7 A forma verbal «foi vista» (linha 20) encontra-se no
(A) pretérito perfeito composto do indicativo.
(B) pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
(C) pretérito perfeito do indicativo.
(D) pretérito perfeito do conjuntivo.
2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo
a obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
Coluna A Coluna B
GRUPO III
Elabora uma reflexão sobre a escassez de água no planeta, partindo da perspetiva exposta no excerto a seguir
transcrito.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com,
pelo menos, um exemplo significativo.
Escreve um texto, devidamente estruturado, de duzentas a trezentas palavras.
«Um dos maiores desafios do século XXI é combater a escassez da água, que afeta um terço da humanidade.
A água é considerada o “ouro” do século XXI.»
jpn.icicom.up.pt
58
FICHA DE LEITURA – SEQUÊNCIA 3
Felizmente Há Luar!
Ao abrir o pano a cena está às escuras», havendo apenas uma personagem muito iluminada, 1
que está 2 vestida por pertencer ao 3 . Pronuncia palavras de 4 em
5
relação à evolução histórico- do país, visto ser um popular esclarecido. Manuel pergunta a que
horas chegou Rita e o 1. Popular finge ter um 6
o
de ouro para lhe 7 . O Antigo Soldado
8
5 evoca, com saudade, o que se passava no regimento de , afirmando que ele era um
amigo do 9 . Vicente pronuncia-se contra todos os generais.
Entretanto chega a 10 que dispersa o grupo, ficando apenas 11 . Este confessa que
12 13
odeia as suas . É levado à presença de que quer saber se ele é homem de
14
.
10 Principal Sousa entra em cena e manifesta-se a favor do obscurantismo do 15 . D. Miguel revela-se
16
preocupado porque tem conhecimento de que se fala abertamente em , relacionando este facto
com a revolta de 17 .
18
D. Miguel incumbe de vigiar a casa de 19 a troco de um cargo de
20
na 21 . Beresford garante que conhece o nome de alguns 22 , mas que não sabe
23 24
15 quem é o e anuncia a chegada do capitão que pretende ser promovido,
26 25
já que não o consegue por mérito próprio. e ,
27
embuçados, encaminham-se para o palácio e falam do lucro que poderá advir da sua denúncia. justifica,
perante os governadores, o motivo pelo qual se fez acompanhar de 28 . D. Miguel e
Beresford incentivam os capitães a obterem a 29 . Como forma de chantagem, D. Miguel revela que sabe
30
20 que eles pertencem à . A Junta de Regência mostra-se temerosa quanto à sua segurança. Beresford,
sarcástico, afirma que, apesar de detestar 31 , está interessado em permanecer no país, porque não quer
perder os seus 32 anuais que lhe irão garantir um futuro de 33 em 34 . O Principal
35
Sousa confessa a que não gosta dele, mas que naquele momento é necessário estarem unidos.
Para D. Miguel, o nome do chefe da 36 será escolhido, de acordo com as 37 da Junta
25 de Regência.
Vicente chega com informações e afirma que entraram mais de 38 pessoas em casa de
39 40
das quais conhece nomes. Os governadores continuam o seu
41 42
diálogo sobre o nome ideal para da . Beresford reflete sobre a eventualidade de
43 44
aparecer um oficial com para o destituir da do exército. Principal Sousa pergunta,
45
30 cinicamente, como é possível culpar alguém sem .
D. Miguel responde que o julgamento será 46 e que a 47 virá logo a seguir à sentença.
48 49
O Juiz prestar-se-á a tal serviço porque receberá os bens do . ,
50
hipocritamente, alvitra, ainda, a hipótese de exílio para os conspiradores, mas exclui-a, de imediato.
Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento exacerbam o clima de conspiração e, criando algum suspense,
51
35 acabam por denunciar o nome que andava na boca do povo, de 52 .
53
D. Miguel afirma que essa pessoa reúne todas as qualidades para ser o chefe da e acrescenta que
54
sente grande por seu primo.
No final do Ato I, 55 e 56 manipulam a opinião pública e prenunciam a
57
de Gomes Freire de Andrade.
40 O Ato II inicia-se do mesmo modo que o 58 . 59 informa que nessa 60
61 62
tinham prendido e que o tinham levado para da 62 . Os
59
outros populares contam que toda a noite 63 gente, que os quartéis ainda permaneciam de
64
e que para os lados do 65 havia muitos 66 . Os polícias, mais uma vez,
67 68
os populares por serem proibidos os . Rita conta as circunstâncias da prisão do
69
45 General e o estado em que ficara . Pede ao marido para não se envolver em questões
70
. Matilde surge no palco desgrenhada e vestida de 71 . Questiona-se sobre os
verdadeiros valores num Mundo de 72 . Reflete sobre o caráter de Gomes Freire dizendo que, se este
fosse «menos homem», ainda poderiam viver 73 como em 74 .
75 76
Entra em palco , amigo de e de 77 .
78 79
50 Esta decide lutar pelo General e enfrentar os . Primeiro apresenta-se a e pede-lhe
que 80 Gomes Freire, estando disposta a vender a sua 81 para o 82 .
Matilde tenta conseguir o apoio dos 83 . Contudo, estes fingem ignorá-la. O 1.o Popular dá a notícia
de que 84 fora recompensado com o cargo de 85 da 86 .
87 88
Manuel chama , mostra-lhe a miséria do , afirmando que, tal como o 89
55 está preso em S. Julião da Barra, também eles (povo) estão presos à sua 90 , ao seu 91 e à sua
92
ignorância, não podendo, de modo algum, ajudá-la. Rita oferece-lhe, simbolicamente, uma . Sousa
93
Falcão traz novas sobre : em S. Julião da Barra tinham-no encarcerado numa
94 95
, às escuras. Só ao fim de dias lhe tinham abonado dinheiro para comer.
Não lhe fora permitida a escolha de 96 . Matilde evoca as dificuldades que passaram juntos e, num
97
60 momento de ingenuidade, quase infantil, diz que vestirá a no dia em que o libertarem.
98
Depois, volta à realidade e agradece a a sua fidelidade de amigo. Os dois vão pedir
99
audiência a que não os recebe. Matilde revolta-se, pega na 100 que lhe entregara
101
, uma das 102 moedas «com que se vende a alma» e dirige-se ao Principal Sousa,
perguntando-lhe quantas moedas daquelas tem nos cofres da sua 103 . Acusa-o de vender 104
105
65 para continuar no e cita as palavras de 106 para o pôr em causa. Entretanto, chega
107 108
que vem de confessar e traz um recado deste para
109
: tem pensado constantemente nela. 110 faz sair Frei Diogo. Matilde
111
pragueja contra e começa a ouvir-se, ao longe, «o murmúrio da 112 ».
113
Sousa Falcão diz a Matilde que os presos vão a caminho do Campo de Sant’Ana e que do alto da
114
70 podem ver a fogueira em da 115 . Matilde, pela última vez, pede a
116
que salve 117 .
D. Miguel afirma que o castigo exemplar se vai consumar pela noite fora, mas «felizmente 118
119
…». Matilde, em monólogo, revoltada, questiona a justiça divina pelo destino do seu companheiro e
119
atira a aos pés de 120 .
75 Ouvem-se os padres que oram no Campo de Sant’Ana e veem-se populares. Manuel informa que Gomes Freire
pediu que o 121 , todavia esse desejo fora-lhe negado. Matilde veste a 122 e
123
Sousa Falcão, de fato , autoculpabiliza-se por não ter coragem de estar ao lado de
124
já que partilham os mesmos 125 .
Matilde, alienada, 126 um ser imaginário (Gomes Freire) e diz-lhe que vestiu a 127
127
80 . Ao fundo vê-se o «clarão duma fogueira» para a qual 128 aponta, dizendo que é a
129
do seu companheiro.
A peça termina com uma mensagem de esperança. Matilde afirma: «Julguei que isto era o 130 e afinal é o
131
. Aquela fogueira, António, há de incendiar esta 132 !»; «Felizmente – 133 há luar!
60
FICHA DE LEITURA – SEQUÊNCIA 4
Memorial do Convento
Com base no conhecimento global da obra Memorial do Convento, de José Saramago, responde às seguintes
questões:
6. Caracteriza Blimunda.
6.1 Em que se distingue das outras pessoas?
6.2 Como se torna útil a Bartolomeu Lourenço?
12. Os espaços Mafra e Lisboa são privilegiados na obra. Que imagem física e social nos é dada da capital?
13. O clero é observado de forma crítica e irónica. Justifica, recorrendo a exemplos concretos.
61
CENÁRIOS DE RESPOSTA DAS FICHAS DE
AVALIAÇÃO
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 1 combatentes mais aguerridos a favor da fé e da pátria, não
devendo esta ser quebrada (1.a estância). Para demonstrar a ação
GRUPO I audaz dos portugueses faz referência a D. Afonso Henriques, a
D. Dinis, a D. Afonso IV, a todos os antepassados do interlocutor e
A ao «Rei novo», D. João I.
1. O «guardador de rebanho» está à beira da estrada, no campo. 4. Nuno Álvares Pereira afirma que, se o seu discurso não os con-
2. Para o «guardador de rebanhos» o vento é o ar em movimento. vencer a enfrentar o medo, partirá para a batalha sem eles.
3. É um ser imaginativo, sensível e sonhador. Sofre com as recorda- 5. O locutor lembra os confrontos guerreiros do passado, de acordo
ções nostálgicas do passado e idealiza o tempo futuro. com o ideal cavaleiresco e com o objetivo de obter e preservar a
independência da nação. Assume-se também como um portu-
4. Personificação, o vento é simbolicamente representado como
guês norteado pelo patriotismo e pelo mesmo ideal (estar sem-
ligação ao tempo passado – traz as recordações – e projeta iluso-
pre ao serviço da fé cristã, demonstrando os mais nobres ideais,
riamente o tempo futuro.
de acordo com a sua missão divina).
5. Objetividade, captação da realidade da natureza, através dos
sentidos; rejeição do pensamento. B
Exs.: «é vento, e que passa, / E que já passou antes / E que passará
Tópicos a considerar:
depois»,
«O que lhe ouviste foi mentira, / E a mentira está em ti». ⴱ A viagem de Vasco da Gama
ⴱ Os problemas enfrentados e vencidos
B ⴱ A descoberta do caminha marítimo para a Índia
Tópicos a considerar: ⴱ As mais-valias culturais e económicas dessa empresa
ⴱ Álvaro de Campos – breve caracterização da 1. e 2. fasesa a
ⴱ A recompensa merecida
ⴱ Reencontro de Álvaro de Campos com Fernando Pessoa: ⴱ A partilha das divindades com os portugueses
características comuns a Fernando Pessoa e Álvaro de Campos ⴱ O valor simbólico desta estadia
da 3.a fase, nomeadamente: a nostalgia da infância perdida, a
fragmentação do eu, a solidão, a evasão e a angústia
GRUPO II
1. (D) 2. (B) 3. (B) 4. (D) 5. (A) 6. (B) 7. (D)
GRUPO II
8.
1.1 (A) 1.2 (B) 1.3 (C) 1.4 (C) 1.5 (C) 1.6 (D) 1.7 (C) 1. d); 2. f); 3. a); 4. b); 5. g).
2.1 Ato ilocutório assertivo.
2.2 «mas desta vez não esperou»: oração coordenada adversati- FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 3
va; «que a imagem desaparecesse do espelho»: oração subor-
dinada substantiva completiva. GRUPO I
2.3 Complemento oblíquo.
A
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 2 1. Matilde sabe que o seu companheiro é admirado e amado pelo
povo e espera deste atitudes reveladoras de indignação perante a
GRUPO I prisão de Gomes Freire.
2. Os populares conversam sobre o facto de Vicente ter ascendido a
A chefe de polícia como forma de compensação por ter sido um delator.
1. O excerto transcrito, quanto à estrutura interna, situa-se no 3. Manuel pretende dizer que o mundo é injusto: os maus são com-
plano encaixado, da História de Portugal. Vasco da Gama conta a pensados e os bons punidos. Portanto, a justiça divina implícita na
história de Portugal ao rei de Melinde. (Discurso de Nuno Álvares expressão «Deus escreve direito por linhas tortas» não se verifica.
Pereira, antes da Batalha de Aljubarrota). 4. Matilde está mortificada e Rita revela-se solidária com o seu
2. Indignação, revolta e patriotismo. sofrimento.
3. Argumentação: Nuno Álvares Pereira (usando a interrogação 5. As didascálias informam sobre as intervenções, movimentações,
retórica) lembra a tradição histórica dos portugueses, como os gestos e atitudes das personagens. As notas à margem fornecem
62
informações úteis à leitura e à encenação, nomeadamente a 4. O narrador comenta, ironiza e manipula. Revela a sua visão acu-
intencionalidade subjacente às atitudes e às posturas das perso- tilantemente crítica contra os poderosos que, a seu bel-prazer
nagens em cena. usavam pessoas como tijolos. Os trabalhadores, verdadeiros
construtores do Convento de Mafra, eram sacrificados, escravi-
B zados, explorados em nome da megalomania do seu rei. D. João
Tópicos a considerar: V, que, ao invés de desenvolver o país e de desejar para o seu
povo razoáveis condições de vida, era de extrema e egoísta insen-
ⴱ Paralelismos entre a época histórica de 1817 e a época da escri-
sibilidade social não tendo a mínima noção dos sacrifícios e
ta 1961: a miséria e a impotência do povo
dores a que sujeitava os seus súbditos.
ⴱ Os desníveis sociais nas duas épocas
5. Comparação: «atados como escravos do Brasil» (linhas 3 e 4) –
ⴱ O teatro épico ao serviço da crítica os trabalhadores eram recrutados contra a sua vontade, por isso
atados com cordas como se fossem escravos negros levados de
África para o Brasil. Metáfora: «todos estes homens são cruza-
GRUPO II dos duma nova cruzada» (linha 6) – os trabalhadores são chama-
1.1 (C) 1.2 (B) 1.3 (A) 1.4 (D) 1.5 (C) 1.6 (B) 1.7 (C) dos de cruzados pela missão árdua que tinham de cumprir, neste
2.1 Subordinada substantiva completiva. caso construir o Convento de Mafra. Gradação descendente e
2.2 Complemento direto. adjetivação expressiva: «mortos, assados, fundidos, roubados,
arrastados» – a construção do Convento de Mafra, sinónimo de
2.3 Modificador restritivo.
dor, sofrimento e morte marcará para sempre esta localidade
que, segundo o narrador («quadrilheiro») ficará para sempre tris-
temente associada à exploração, sacrifício e martirização dos
que erigiram tão colossal monumento.
FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 4
B
GRUPO I
Tópicos a considerar:
A ⴱ A relação de D. João V e D. Ana de Áustria – formal, institucio-
1. Miseráveis, esfomeados, rotos, «famintos», «maltrapilhos», nal, de interesse político e social; relação sem amor
«explorados», «atados como escravos». ⴱ D. João V, rei poderoso, vaidoso, adúltero
2. «à direita o mar», «em frente, para o Sul, está a famosíssima ⴱ D. Ana de Áustria – rainha passiva, obediente, fanática
serra de Sintra», «lá em baixo na cova, é Mafra».
3. Os ricos, os privilegiados, mantêm as janelas fechadas, superio- GRUPO II
res na sua condição social, sentem nojo pelos trabalhadores;
1.1 (C) 1.2 (B) 1.3 (B) 1.4 (D) 1.5 (C) 1.6 (A) 1.7 (C)
Blimunda observa-os com compaixão e solidariedade, conside-
rando-os dignos de pena. 2.
1. b); 2. f); 3. b); 4. g); 5. a).
63
CENÁRIOS DE RESPOSTA DAS FICHAS DE LEITURA
FICHA DE LEITURA – SEQUÊNCIA 3
FELIZMENTE HÁ LUAR! 44- organização 89- General
45- provas 90- miséria
1- Manuel 46- secreto 91- medo
2- andrajosamente 47- execução 92- moeda
3- povo 48- condenado 93- Gomes Freire
4- desânimo 49- Principal Sousa 94- masmorra
5- política 50- D. Miguel 95- seis
6- relógio 51- Gomes Freire 96- advogado
7- responder 52- Andrade 97- saia verde
8- Gomes Freire de Andrade 53- conspiração 98- Sousa Falcão
9- povo 54- ódio 99- D. Miguel
10- polícia 55- Principal Sousa 100- moeda
11- Vicente 56- D. Miguel 101- Rita
12- origens 57- morte 102- trinta
13- D. Miguel 58- primeiro 103- igreja
14- confiança 59- Manuel 104- almas
15- povo 60- madrugada 105- poder
16- revolução 61- Gomes Freire 106- Cristo
17- Pernambuco 62- S. Julião da Barra 107- Frei Diogo
18- Vicente 63- prenderam 108- Gomes Freire
19- Gomes Freire 64- prevenção 109- Matilde
20- chefe 65- Rato 110- Principal Sousa
21- polícia 66- soldados 111- Principal Sousa
22- conspiradores 67- dispersam 112- multidão
23- chefe 68- ajuntamentos 113- serra
24- Andrade Corvo 69- Matilde 114- S. Julião
25- Andrade Corvo 70- políticas 115- Barra
26- Morais Sarmento 71- negro 116- Principal Sousa
27- Corvo 72- injustiça 117- Gomes Freire
28- Morais Sarmento 73- felizes 118- há luar
29- proclamação 74- Paris 119- moeda
30- Maçonaria 75- Sousa Falcão 120- Principal Sousa
31- Portugal 76- Gomes Freire 121- fuzilassem
32- 16 000$00 77- Matilde 122- saia verde
33- gentleman 78- Governadores 123- negro
34- Inglaterra 79- Beresford 124- Gomes Freire
35- Beresford 80- liberte 125- ideais
36- conjura 81- honra 126- abraça
37- conveniências 82- salvar 127- saia verde
38- dez 83- populares 128- Matilde
39- Gomes Freire 84- Vicente 129- vitória
40- Sete 85- chefe 130- fim
41- chefe 86- polícia 131- princípio
42- conspiração 87- Matilde 132- terra
43- qualidades 88- povo 133- felizmente
64
FICHA DE LEITURA – SEQUÊNCIA 4
MEMORIAL DO CONVENTO
1. Na ação da obra distinguem-se as histórias da construção do encontrá-lo no momento da morte (quando é queimado num
Convento, da construção da passarola e do relacionamento amo- auto-de-fé), recolhendo a «vontade» dele que, deste modo, fica
roso entre Baltasar e Blimunda. na terra. Assim, simbolicamente, perpetua-se o sonho.
2. D. João V prometera aos frades franciscanos mandar construir o 8. A construção da passarola constitui-se como uma ação encaixa-
Convento de Mafra, se se operasse o milagre da rainha lhe dar da na ação principal, valorizando-se pela componente simbólica
um filho no prazo de um ano. que adquire ao longo da obra. O sonho triunfa devido à persistên-
3. D. João V era um homem arrogante e dissoluto. D. Ana era muito cia de Bartolomeu Lourenço, ao sacrifício, trabalho e habilidade
religiosa e submissa. D. Francisco era cruel e invejoso. de Baltasar, ao dom extraordinário de Blimunda de ver através
da matéria e de conseguir recolher as «vontades» humanas, fun-
4. Baltasar Sete-Sóis é uma personagem muito importante nas
damentais para o voo da passarola e também a Scarlatti que,
duas narrativas. Trabalha arduamente na construção da passa-
com o seu espírito aberto e a sua música, incentiva o Padre
rola, voa nela com o Padre Bartolomeu Lourenço e com
Bartolomeu a concretizar a sua obra.
Blimunda. Após a queda, vai ver a passarola e repará-la enquan-
to a mantém escondida. Por fim, volta a voar nela, vindo a ser, 9. As personagens referenciais tiveram existência real, fazem parte
posteriormente, condenado pelo Tribunal do Santo Ofício. Esta da História. São D. João V, a rainha, os irmãos do rei, os príncipes,
personagem era natural de Mafra, tendo trabalhado nas obras Domenico Scarlatti e o Padre Bartolomeu de Gusmão. Baltasar
do Convento e no transporte da pedra do altar (Benedictione) de Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas fazem parte do imaginário do
Pêro Pinheiro para Mafra. autor, são ficcionais.
5.1 Bartolomeu Lourenço e Baltasar Sete-Sóis conhecem-se no 10. Os heróis anónimos são os trabalhadores da construção do
dia da cerimónia do auto-de-fé em que a mãe de Blimunda é Convento de Mafra: miseráveis, explorados, sacrificados, ingé-
condenada por feitiçaria. O Padre está com Blimunda, pois nuos e ignorantes.
era conhecido da mãe desta. 10.1 Um acontecimento marcante foi a morte de Francisco
5.2 Por causa da passarola, Baltasar e Bartolomeu tornam-se Marques, esmagado pela roda do carro de bois, na descida
amigos e cúmplices. de Cheleiros, quando transportavam a grande pedra.
6. Blimunda é uma mulher de olhos de cor indefinida, com poderes 11. Na narração da construção do Convento de Mafra, o narrador
extraordinários, prudente, detentora de uma sabedoria muito denuncia uma realidade diferente da das narrativas históricas
peculiar e apaixonada por Baltasar Sete-Sóis. oficiais. Os trabalhadores levavam uma vida de escravidão, de
trabalho sobre-humano e mal pago. Afastados da família, mui-
6.1 Blimunda distingue-se das outras criaturas porque tem o
tos acabavam por morrer.
poder de, em jejum, conseguir ver as «entranhas», o interior
das pessoas e das coisas. 12. Lisboa era uma cidade suja, onde havia peste, grandes desníveis
sociais e ignorância. O povo divertia-se com autos-de-fé, procis-
6.2 Devido ao facto de possuir poderes paranormais, o Padre
sões e touradas. O rei e a família viviam em grande opulência.
Bartolomeu pede a Blimunda que recolha «vontades», por
Lisboa, para juntar ao âmbar e fazer subir a passarola. 13. O clero é extremamente criticado, revelando-se na obra: a ação
Blimunda acede, recolhendo vontades das pessoas na procis- do Tribunal do Santo Ofício, os interesses económicos, a promis-
são de Corpo de Deus e, posteriormente, durante a epidemia cuidade dentro dos conventos, os maus tratos dados aos novi-
(peste) que ocorre na capital. ços, etc.
7. Bartolomeu e Baltasar veem-se desiludidos e destruídos por 14. A ação principal começa em 1717, com o início da construção do
sonharem mais alto do que o comum dos mortais. O padre foge Convento e termina em 1730 com a sagração da Basílica.
com medo da Inquisição, e morre em Toledo. Baltasar é queima- Existem, no entanto, analepses que referenciam acontecimen-
do num auto-de-fé por se atrever a voltar a voar. Blimunda, per- tos anteriores a 1711.
corre Portugal durante nove anos à procura de Baltasar, vindo a
65
REGISTOS ÁUDIO – ORALIDADE – COMPREENSÃO
ORAL
A) O Modernismo e o Cubismo
O Modernismo ou Movimento Modernista integra um 10 O Cubismo é um movimento artístico (século XX), ini-
conjunto dos movimentos culturais, escolas e estilos que ciado nas artes plásticas por Pablo Picasso e Georges
concretizaram as artes e o design da primeira metade do Braque, tendo influenciado a literatura e a poesia. Os obje-
século XX. Integram-se no Modernismo múltiplas expressões tos são representados em três dimensões numa superfície
5 artísticas: a literatura, a arquitetura, a pintura, a escultura, plana, sob formas geométricas com predomínio de linhas
o teatro e a música. O movimento moderno alicerçou-se na 15 retas. Mais do que representar, o pintor cubista sugere a
ideia de que as formas «tradicionais» estavam desajustadas estrutura dos corpos ou objetos
do novo conceito de progresso das sociedades. Era, pois, fun-
damental criar uma nova cultura.
B) O Modernismo na pintura
Pablo Picasso, pintor, escultor e desenhista espanhol, expressionista, cubista, futurista. Na tela de Souza-
nasceu na cidade de Málaga (Espanha) em 1881 e morreu Cardoso, Procissão de Amarante, a ideia da multidão com-
em Mougins (França), em 1973. É considerado o fundador 25 pacta é transmitida pelo elevado cromatismo sobre
do Cubismo com o seu quadro Les demoiselles d'Avignon corpos triangulares, (influência cubista). O quadro apre-
5 de 1907, uma obra-prima do cubismo mundial. Nesta tela a senta uma procissão, realizada em Amarante, distinguin-
óleo, o artista rompe com todas as tradições e convenções do-se as figuras hierárquicas religiosas pela cor do manto
visuais naturalistas ocidentais, observando-se ainda a que trajam. As formas geométricas e as cores unificam o
clara influência do primitivismo concretizado nos rostos 30 espaço da representação em vez de o decompor. O fruidor
das mulheres semelhantes a máscaras africanas. ora é atraído pelos pormenores ora pelo todo difuso, toda-
10 Santa-Rita Pintor, introdutor do Futurismo em via organizado.
Portugal, pintor e escritor português, nasceu em 1889, em Eduardo Viana nasceu em 1881 em Lisboa, onde mor-
Lisboa, e morreu nesta cidade em 1918, tendo estudado reu no ano de 1967. Frequentou Belas Artes em Paris e em
Belas-Artes em Paris. Cabeça, quadro inacabado, concreti- 35 outras cidades. A tela K4 Quadrado Azul apresenta, num
za a pintura cubo-futurista que rejeita a tradição estética primeiro plano, uma natureza-morta convencional e no
15 e exalta o mundo moderno, ideias transmitidas com algu- plano de fundo uma clara referência à capa da novela com
ma agressividade, através de traços fortes, quase todos o mesmo título da autoria de Almada Negreiros. O quadro
curvilíneos. é um exercício do cubismo sintético cujos símbolos figu-
Amadeu de Souza-Cardoso, caricaturista, pintor por- 40 ram simplificados ao máximo: uma letra, um número, uma
tuguês, nasceu em Manhufe, Amarante, no ano de 1887 e forma, uma palavra, uma cor, reunidos numa colagem de
20 morreu em Espinho, em 1918. Estudou Arquitetura na elementos gráficos e plásticos. A obra concretiza o inter-
Academia de Belas Artes de Lisboa, mas foi em Paris que câmbio entre diferentes artes e consequente apagamento
desenvolveu a sua arte como pintor impressionista, de fronteiras entre elas.
66
Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros (página 19 do Manual)
Basta pum basta!!! O Dantas é Dantas!
Uma geração que consente deixar-se representar por O Dantas é Júlio!
um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’in- Morra o Dantas, morra! Pim!
digentes, d’indignos e de cegos! É uma resma de charla- 25 O Dantas fez uma soror Mariana que tanto o podia ser
5 tães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero! como a soror Inês ou a Inês de Castro, ou a Leonor Teles,
Abaixo a geração! ou o Mestre d’Avis, ou a Dona Constança, ou a Nau
Morra o Dantas, morra! Pim! Catrineta, ou a Maria Rapaz!
Uma geração com um Dantas a cavalo é um burro E o Dantas teve claque! E o Dantas teve palmas! E o
impotente! 30 Dantas agradeceu!
10 Uma geração com um Dantas à proa é uma canoa em seco! O Dantas é um ciganão!
O Dantas é um cigano! (…)
O Dantas é meio cigano! Não é preciso ir pró Rossio pra se ser pantomineiro,
O Dantas saberá gramática, saberá sintaxe, saberá basta ser-se pantomineiro!
medicina, saberá fazer ceias pra cardeais, saberá tudo 35 Não é preciso disfarçar-se pra se ser salteador, basta
15 menos escrever que é a única coisa que ele faz! escrever como o Dantas!
O Dantas pesca tanto de poesia que até faz sonetos Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos,
com ligas de duquesas! nem humanos! Basta andar com as modas, com as políti-
O Dantas é um habilidoso! cas e com as opiniões! Basta usar o tal sorrisinho, basta ser
O Dantas veste-se mal! 40 muito delicado, e usar coco e olhos meigos! Basta ser
da poesia portuguesa e estrangeira. A Casa Fernando ria com a Contexto Editora, que, para além de refletir as
Pessoa é um espaço cultural polivalente, assumindo atividades da Casa, é um veículo de divulgação da poesia e
várias vertentes, tais como casa da poesia, biblioteca, de todas as artes que com ela dialogam. São ainda promo-
espaço para exposições temporárias e para conferências. vidas visitas guiadas que permitem conhecer este espaço e
20 A Casa oferece um vasto leque de atividades culturais, 45 as suas atividades, bem como os primeiros passos na vida
67
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia
( Poemas Inconjuntos ) (página 64 do Manual)
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.
68
15 Ardiam casas, saqueadas eram 65 Meus irmãos em amarmos Epicuro
As arcas e as paredes, E o entendermos mais
Violadas, as mulheres eram postas De acordo com nós-próprios que com ele,
Contra os muros caídos, Aprendamos na história
Traspassadas de lanças, as crianças Dos calmos jogadores de xadrez
20 Eram sangue nas ruas... 70 Como passar a vida.
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído, Tudo o que é sério pouco nos importe,
Os jogadores de xadrez jogavam O grave pouco pese,
O jogo de xadrez. O natural impulso dos instintos
Que ceda ao inútil gozo
25 Inda que nas mensagens do ermo vento 75 (Sob a sombra tranqüila do arvoredo)
Lhes viessem os gritos, De jogar um bom jogo.
E, ao refletir, soubessem desde a alma
Que por certo as mulheres O que levamos desta vida inútil
E as tenras filhas violadas eram Tanto vale se é
30 Nessa distância próxima, A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida,
Inda que, no momento que o pensavam, 80 Como se fosse apenas
Uma sombra ligeira A memória de um jogo bem jogado
Lhes passasse na fronte alheada e vaga, E uma partida ganha
Breve seus olhos calmos A um jogador melhor.
35 Volviam sua atenta confiança
Ao tabuleiro velho. A glória pesa como um fardo rico,
85 A fama como a febre,
Quando o rei de marfim está em perigo, O amor cansa, porque é a sério e busca,
Que importa a carne e o osso A ciência nunca encontra,
Das irmãs e das mães e das crianças? E a vida passa e dói porque o conhece...
40 Quando a torre não cobre O jogo do xadrez
A retirada da rainha branca, 90 Prende a alma toda, mas, perdido, pouco
O saque pouco importa. Pesa, pois não é nada.
E quando a mão confiada leva o xeque
Ao rei do adversário, Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam,
45 Pouco pesa na alma que lá longe Com um púcaro de vinho
Estejam morrendo filhos. Ao lado, e atentos só à inútil faina
Mesmo que, de repente, sobre o muro 95 Do jogo do xadrez
69
Lusofonia: Os Quatro Novos Mundos do Mundo (página 115 do Manual)
Discurso proferido no quadro das celebrações do dia certamente, ainda hoje, continuam esses traços a carac-
de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, terizar os habitantes da Ocidental Praia Lusitana.
por Luís Aguilar, Professor Convidado da Universidade 35 Devemos a Camões o gentílico português de lusos ou lusi-
de Montreal e Docente do Instituto Camões. tanos, de onde ele quis que nós tivéssemos, de facto, sido
5 O dia 10 de junho de cada ano serve para lembrar-nos, herdeiros de Viriato e, por esse facto, justo será atribuir-
caros compatriotas, que pertencemos a uma grande -lhe uma segunda origem do termo Lusofonia, cujo espíri-
Nação, pioneira na expansão marítima europeia, iniciada to ele já profetizara nos Lusíadas.
em 1415 com a conquista de Ceuta, prosseguida com as 40 O dia 10 de junho de cada ano serve, enfim, para lem-
sucessivas descobertas da Madeira, Açores, e, depois de brar-nos as inúmeras comunidades portuguesas espalha-
10 dobrado o Cabo Bojador, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, das pelo planeta, que, por todos os cantos do mundo, vão
Angola e a restante costa ocidental africana, continuando, falando a sua língua, difundindo a sua cultura, lembrando
depois de dobrado o Cabo da Boa Esperança pela costa a sua História e, hoje como antes, nos vários pontos do
oriental Africana, permitindo, enfim, a Vasco da Gama 45 mundo, ajudam a construir outras nações.
seguir a sua rota até à Índia e a Pedro Álvares Cabral, na (…)
15 mesma rota, ter feito um pequeno desvio para achar o Produto do Império Português, a Lusofonia é hoje um
grande Brasil. Estes são os feitos dos portugueses que nos movimento pequeno, se comparado com a imensidão dos
permitem hoje falar de Lusofonia. sonhos que lhe deram origem. Mas hoje há que entender a
O dia 10 de junho de cada ano serve para homenagear, 50 Lusofonia não como uma herança, como teimam os portu-
igualmente, o maior poeta português, Luís Vaz de gueses em considerá-la, nem como uma oportunidade de
20 Camões, (…) como o grande poeta universal, humanista, negócio futuro, como a veem os brasileiros, nem como um
autor da única epopeia da era moderna, Os Lusíadas, onde trauma neocolonialista que dispensa os colonos, como a
o poeta canta, homenageia, exalta, com o seu engenho e entendem os africanos, mas como um desafio que se dese-
arte, os feitos dos portugueses, definindo-os como ante- 55 ja partilhado, uma construção e invenção (e não invasão)
passados dos Lusitanos, recuando, assim, cerca de 1500 de vários mundos do universo lusófono que falam do inte-
25 anos, o berço de Portugal, antes – e ainda hoje – tido como rior deles próprios, recebendo, simultaneamente, influên-
Guimarães ou se se preferir, também, a Terra Portu - cias das áreas geográficas e culturais onde a língua
calensis ou Portuscale. Não é por acaso que Camões defi- portuguesa é falada. Ou como sugere Celso Cunha: uma
ne o berço de Portugal, muito antes e muito mais ao Sul: a 60 república do português sem capital demarcada. Não está
Lusitânia do tempo dos romanos, no século V A.C., onde em Lisboa, nem em Coimbra, não está em Brasília, nem no
30 habitava o povo lusitano, povo aguerrido, heroico, impre- Rio de Janeiro. A capital da língua portuguesa está onde
visível, espontaneísta e místico, traços de caráter que, a estiver o meridiano da cultura.
seu ver, caracterizavam os portugueses do seu tempo e, www.teiaportuguesa.com
70
A casa mais louca (página 213 do Manual)
(Entre e veja o retrato do dia a dia no século XXI)
Quarto da solidão
A peça pretende mostrar «o que é monstruoso na socieda-
de contemporânea e nas relações entre as pessoas, cada
vez mais afastadas uma das outras e submersas em soli-
dão», diz a autora.
71
PROPOSTAS DE CORREÇÃO DE ALGUMAS
ATIVIDADES DO MANUAL – ANÁLISE
Página 44 do Manual – Análise do Poema Figurativo tador a ideia da morte. A cor branca da pele, o cabelo
– O Menino de sua Mãe louro, o olhar parado a fitar «os céus perdidos» remetem
para as relações iniciais de afastamento da terra natal,
O poema O Menino de sua Mãe foi inspirado, segundo dos entes queridos, do abandono a que foi votado em ter-
Fernando Pessoa, numa litografia que observou numa ras distantes, onde foi defender o Império e ainda a sua
pensão, onde, uma vez, jantou com um amigo. É considera- perdição total e irremediável – a morte. A «câmara» desce
do uma obra-prima de visualidade poética e de impressio- e focaliza os objetos pessoais – a «cigarreira breve», o
nante intensidade dramática. «lenço branco»; objetos de forte carga afetiva, símbolos de
O poeta presentificou o objeto, criando no leitor a ilu- um corte dramático num ciclo de vida (a adolescência deu
são de que descreve a litografia como se a tivesse diante lugar à vida adulta), tão abruptamente interrompido.
dos olhos. Ora, a magistral arte criadora do poeta reside na his-
O eu poético detém-se em pormenores impressionis- tória (tempo passado) do «menino de sua mãe», no que se
tas: a farda raiada de sangue, do jovem soldado morto, o passava lá longe no seu lar, pois que a litografia contava
seu olhar sem vida, a cigarreira, o lenço branco. O leitor tão-somente a desgraça que aniquilara o jovem herói que
tem a impressão de estar perante o «original» que todavia morrera num campo de batalha.
é a representação de uma cena real ou imaginada. O poema revela um equilíbrio perfeito entre o descriti-
O poeta descreve a cena, como se o seu olhar fosse vo e o narrativo, observando-se o presente (que se justifica
uma câmara de filmar. São vários os enquadramentos: pri- pela descrição de uma litografia cuja centralidade é ocu-
meiro o lugar da «ação» – local de abandono e desolação, pada por um herói já morto, mergulhado na intemporali-
longínquo da mãe e da pátria do jovem soldado morto que, dade) e o pretérito, tempo exigido pela narração.
a pouco e pouco, arrefece e que, em breve, entrará em Uma leitura simbólica poderia reenviar o leitor para a
decomposição; depois numa aproximação e em grande experiência dramática do poeta ao passar da sua infância-
plano, veem-se os buracos que as balas fizeram no corpo adolescência para a vida adulta. Estaria Fernando Pessoa
do jovem combatente, provocando-lhe a morte. (que perdera a mãe há tão pouco tempo) a projetar-se no
Seguidamente, num processo de linguagem fílmica, a jovem soldado morto, chorando sobre si mesmo, sobre o
«câmara» foca o sangue que mancha a farda e os braços «menino de sua Mãe» que irremediavelmente «jazia»
estendidos, vazios de vida, presentificando no leitor-espe- morto?
Tópicos para uma análise interpretativa do poema: do Oriente»; versos 39 e 40 – «Moro no rés-do-chão
• Caracterização e autoavaliação de Eu lírico, relativa- do pensamento/ E ver passar a Vida faz-me tédio»;
mente ao presente e ao passado: 80 e 83 – «Nunca fiz mais do que fumar a vida».
– ilustração das afirmações com exemplos textuais;
– sentimentos dominantes. • Apreciação do estilo confessional (diferentes regis-
tos de língua; plurissignificação vocabular; figuras
• Descrição do espaço-ambiente onde o Eu se situa, de estilo, sua expressividade).
sua relação com os estados de espírito
72
Página 100 do Manual – Proposta de Orientação de leitura e Funcionamento da Língua
EU — engenheiro
Traço o plano
No cubículo
Firmo o projeto
Ao lado
O tic-tac estalado das máquinas
Sozinho Isolado Remoto de escrever – acompanhamento
«Neste momento, pela náusea,» banalmente sinistro
Vida Verdadeira — «Na outra» Vida Vivenciada com os outros, prática e útil;
«acabam por nos meter num caixão»
Sonhada em criança e em adulto
Há só ilustrações de infância, «morremos»
livros coloridos, páginas de cores
«vivemos» INFELICIDADE
Funcionamento da Língua
1. Classifica as frases iniciadas por «Que» (vv. 6 a 8). Justifica a sua utilização.
2. Faz o levantamento das formas verbais privilegiadas no poema.
2.1 Retira conclusões, relacionando-as com o conteúdo.
3. Classifica as orações:
a) «quando fui outro» (v. 9)
b) «Que é a prática, a útil, / Aquela» (vv. 21 e 22)
c) «Nesta morremos» (v. 27)
d) «Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, / Ergue a voz o tic-tac estalado das máquinas de
escrever» (vv. 30 e 31).
3.1 Analisa sintaticamente os elementos constituintes da última oração - d).
73
Página 176 do Manual – Proposta de correção de Orientação de leitura
O homem mais sábio que conheci em toda a minha No meio da paz noturna, entre os ramos altos da árvore,
vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, uma estrela aparecia-me, e depois, lentamente, escondia-
quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras -se por trás de uma folha, e, olhando eu noutra direção, tal
de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, como um rio correndo em silêncio pelo céu côncavo, sur-
levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade gia a claridade opalescente da Via Láctea, o Caminho de
se alimentavam ele e a mulher. Viviam desta escassez os Santiago, como ainda lhe chamávamos na aldeia.
meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, Enquanto o sono não chegava, a noite povoava-se com as
depois do desmame, eram vendidos aos vizinhos da aldeia. histórias e os casos que o meu avô ia contando: lendas,
Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo. aparições, assombros, episódios singulares, mortes anti-
Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses gas, zaragatas de pau e pedra, palavras de antepassados,
avós, e eram analfabetos um e outro. No inverno, quando o um incansável rumor de memórias que me mantinha des-
frio da noite apertava ao ponto de a água dos cântaros perto, ao mesmo tempo que suavemente me acalentava.
gelar dentro da casa, iam buscar às pocilgas os bácoros Nunca pude saber se ele se calava quando se apercebia de
mais débeis e levavam-nos para a sua cama. Debaixo das que eu tinha adormecido, ou se continuava a falar para
mantas grosseiras, o calor dos humanos livrava os animai- não deixar em meio a resposta à pergunta que invariavel-
zinhos do enregelamento e salvava-os de uma morte mente lhe fazia nas pausas mais demoradas que ele calcu-
certa. Ainda que fossem gente de bom caráter, não era por ladamente metia no relato: «E depois?». Talvez repetisse
primores de alma compassiva que os dois velhos assim as histórias para si próprio, quer fosse para não as esque-
procediam: o que os preocupava, sem sentimentalismos cer, quer fosse para as enriquecer com peripécias novas.
nem retóricas, era proteger o seu ganha-pão, com a natu- Naquela idade minha e naquele tempo de nós todos, nem
ralidade de quem, para manter a vida, não aprendeu a pen- será preciso dizer que eu imaginava que o meu avô
sar mais do que o indispensável. Ajudei muitas vezes este Jerónimo era senhor de toda a ciência do mundo. Quando,
meu avô Jerónimo nas suas andanças de pastor, cavei à primeira luz da manhã, o canto dos pássaros me desper-
muitas vezes a terra do quintal anexo à casa e cortei lenha tava, ele já não estava ali, tinha saído para o campo com os
para o lume, muitas vezes, dando voltas e voltas à grande seus animais, deixando-me a dormir. Então levantava-me,
roda de ferro que acionava a bomba, fiz subir a água do dobrava a manta e, descalço (na aldeia andei sempre des-
poço comunitário e a transportei ao ombro, muitas vezes, calço até aos 14 anos), ainda com palhas agarradas ao
às escondidas dos guardas das searas, fui com a minha cabelo, passava da parte cultivada do quintal para a outra
avó, também pela madrugada, munidos de ancinho, panal onde se encontravam as pocilgas, ao lado da casa. Minha
e corda, a recolher nos restolhos a palha solta que depois avó, já a pé antes do meu avô, punha-me na frente uma
haveria de servir para a cama do gado. E algumas vezes, grande tigela de café com pedaços de pão e perguntava-
em noites quentes de verão, depois da ceia, meu avô me -me se tinha dormido bem. Se eu lhe contava algum mau
disse: «José, hoje vamos dormir os dois debaixo da figuei- sonho nascido das histórias do avô, ela sempre me tran-
ra». Havia outras duas figueiras, mas aquela, certamente quilizava: «Não faças caso, em sonhos não há firmeza».
por ser a maior, por ser a mais antiga, por ser a de sempre, Pensava então que a minha avó, embora fosse também
era, para todas as pessoas da casa, a figueira. Mais ou uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu
menos por antonomásia, palavra erudita que só muitos avô, esse que, deitado debaixo da figueira, tendo ao lado o
anos depois viria a conhecer e a saber o que significava... neto José, era capaz de pôr o universo em movimento ape-
74
nas com duas palavras. Foi só muitos anos depois, quando chegar em que contaria estas coisas. Nada disto tem
o meu avô já se tinha ido deste mundo e eu era um homem importância, a não ser para mim. Um avô berbere, vindo do
feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também Norte de África, um outro avô pastor de porcos, uma avó
acreditava em sonhos. Outra coisa não poderia significar maravilhosamente bela, uns pais graves e formosos, uma
que, estando ela sentada, uma noite, à porta da sua pobre flor num retrato – que outra genealogia pode importar-
casa, onde então vivia sozinha, a olhar as estrelas maiores -me? a que melhor árvore me encontraria?»
e menores por cima da sua cabeça, tivesse dito estas pala-
vras: «O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de mor- Escrevi estas palavras há quase trinta anos, sem outra
rer». Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, intenção que não fosse reconstituir e registar instantes da
como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha vida das pessoas que me geraram e que mais perto de mim
sido a sua estivesse, naquele momento quase final, a rece- estiveram, pensando que nada mais precisaria de explicar
ber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a para que se soubesse de onde venho e de que materiais se
consolação da beleza revelada. Estava sentada à porta de fez a pessoa que comecei por ser e esta em que pouco a
uma casa como não creio que tenha havido alguma outra pouco me vim tornando. Afinal, estava enganado, a biolo-
no mundo porque nela viveu gente capaz de dormir com gia não determina tudo, e, quanto à genética, muito miste-
porcos como se fossem os seus próprios filhos, gente que riosos deverão ter sido os seus caminhos para terem dado
tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito, uma volta tão larga... À minha árvore genealógica (perdoe-
gente, e este foi o meu avô Jerónimo, pastor e contador de -se-me a presunção de a designar assim, sendo tão min-
histórias, que, ao pressentir que a morte o vinha buscar, foi guada a substância da sua seiva) não faltavam apenas
despedir-se das árvores do seu quintal, uma por uma, alguns daqueles ramos que o tempo e os sucessivos
abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as encontros da vida vão fazendo romper do tronco central,
tornaria a ver. também lhe faltava quem ajudasse as suas raízes a pene-
Muitos anos depois, escrevendo pela primeira vez trar até às camadas subterrâneas mais fundas, quem apu-
sobre este meu avô Jerónimo e esta minha avó Josefa (fal- rasse a consistência e o sabor dos seus frutos, quem
tou-me dizer que ela tinha sido, no dizer de quantos a ampliasse e robustecesse a sua copa para fazer dela abri-
conheceram quando rapariga, de uma formosura invul- go de aves migrantes e amparo de ninhos. Ao pintar os
gar), tive consciência de que estava a transformar as pes- meus pais e os meus avós com tintas de literatura, trans-
soas comuns que eles haviam sido em personagens formando-os, de simples pessoas de carne e osso que
literárias e que essa era, provavelmente, a maneira de não haviam sido, em personagens novamente e de outro modo
os esquecer, desenhando e tornando a desenhar os seus construtoras da minha vida, estava, sem o perceber, a tra-
rostos com o lápis sempre cambiante da recordação, colo- çar o caminho por onde as personagens que viesse a inven-
rindo e iluminando a monotonia de um quotidiano baço e tar, as outras, as efetivamente literárias, iriam fabricar e
sem horizontes, como quem vai recriando, por cima do ins- trazer-me os materiais e as ferramentas que, finalmente,
tável mapa da memória, a irrealidade sobrenatural do país no bom e no menos bom, no bastante e no insuficiente, no
em que decidiu passar a viver. A mesma atitude de espírito ganho e no perdido, naquilo que é defeito mas também
que, depois de haver evocado a fascinante e enigmática naquilo que é excesso, acabariam por fazer de mim a pes-
figura de um certo bisavô berbere, me levaria a descrever soa em que hoje me reconheço: criador dessas persona-
mais ou menos nestes termos um velho retrato (hoje já gens, mas, ao mesmo tempo, criatura delas. Em certo
com quase oitenta anos) onde os meus pais aparecem: sentido poder-se-á mesmo dizer que, letra a letra, palavra
«Estão os dois de pé, belos e jovens, de frente para o fotó- a palavra, página a página, livro a livro, tenho vindo, suces-
grafo, mostrando no rosto uma expressão de solene gravi- sivamente, a implantar no homem que fui as personagens
dade que é talvez temor diante da câmara, no instante em que criei. Creio que, sem elas, não seria a pessoa que hoje
que a objetiva vai fixar, de um e de outro, a imagem que sou, sem elas talvez a minha vida não tivesse logrado ser
nunca mais tornarão a ter, porque o dia seguinte será mais do que um esboço impreciso, uma promessa como
implacavelmente outro dia... Minha mãe apoia o cotovelo tantas outras que de promessa não conseguiram passar, a
direito numa alta coluna e segura na mão esquerda, caída existência de alguém que talvez pudesse ter sido e afinal
ao longo do corpo, uma flor. Meu pai passa o braço por trás não tinha chegado a ser.
das costas de minha mãe e a sua mão calosa aparece
sobre o ombro dela como uma asa. Ambos pisam acanha- […] Aproximam-se agora um homem que deixou a mão
dos um tapete de ramagens. A tela que serve de fundo esquerda na guerra e uma mulher que veio ao mundo com
postiço ao retrato mostra umas difusas e incongruentes o misterioso poder de ver o que há por trás da pele das pes-
arquiteturas neoclássicas». E terminava: «Um dia tinha de soas. Ele chama-se Baltasar Mateus e tem a alcunha de
75
Sete-Sóis, a ela conhecem-na pelo nome Blimunda, e tam- muros implacáveis do convento, as salas enormes do palá-
bém pelo apodo de Sete-Luas que lhe foi acrescentado cio, as colunas e as pilastras, as aéreas torres sineiras, a
depois, porque está escrito que onde haja um sol terá de cúpula da basílica suspensa sobre o vazio. Os sons que
haver uma lua, e que só a presença conjunta e harmoniosa estamos a ouvir são do cravo de Domenico Scarlatti, que
de um e do outro tornará habitável, pelo amor, a terra. não sabe se deve rir ou chorar... Esta é a história de
Aproxima-se também um padre jesuíta chamado Memorial do Convento, um livro em que o aprendiz de
Bartolomeu que inventou uma máquina capaz de subir ao autor, graças ao que lhe vinha sendo ensinado desde o
céu e voar sem outro combustível que não seja a vontade antigo tempo dos seus avós Jerónimo e Josefa, já conse-
humana, essa que, segundo se vem dizendo, tudo pode, guiu escrever palavras como estas, donde não está ausen-
mas que não pôde, ou não soube, ou não quis, até hoje, ser te alguma poesia: «Além da conversa das mulheres, são os
o sol e a lua da simples bondade ou do ainda mais simples sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são tam-
respeito. São três loucos portugueses do século XVIII, num bém os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o
tempo e num país onde floresceram as superstições e as céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens,
fogueiras da Inquisição, onde a vaidade e a megalomania se não é a cabeça dos homens o próprio e único céu». Que
de um rei fizeram erguer um convento, um palácio e uma assim seja. […]
basílica que haveriam de assombrar o mundo exterior, no
caso pouco provável de esse mundo ter olhos bastantes Termino. A voz que leu estas páginas quis ser o eco das
para ver Portugal, tal como sabemos que os tinha vozes conjuntas das minhas personagens. Não tenho, a
Blimunda para ver o que escondido estava... E também se bem dizer, mais voz que a voz que elas tiverem. Perdoai-
aproxima uma multidão de milhares e milhares de -me se vos pareceu pouco isto que para mim é tudo.
homens com as mãos sujas e calosas, com o corpo exausto
José Saramago, Estocolmo, 7 de Outubro de 1998,
de haver levantado, durante anos a fio, pedra a pedra, os in http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/saramago
76
LEITURA DE IMAGEM
Percurso para a leitura de imagem
77
GRELHA DE OBSERVAÇÃO DA EXPRESSÃO ORAL
Domínio da temática
Sequencialização
lógica das ideias
Clareza
Rigor
Conteúdo
Capacidade
argumentativa*
Processos discursivos
adequados
Criatividade
* Nota: A observação deste aspeto tem de ter em conta a especificação e a adequação da temática a apresentar e/ou a desenvolver.
Riqueza vocabular
Propriedade vocabular
Estrutura sintática
Expressão
linguística Encadeamento frásico
Expressividade
linguística
Fluência
Pertinência das
intervenções
Entoação apropriada
Interação
Autodomínio
discursiva
Disciplina
Expressão corporal
adequada
78
FICHA DE VISIONAMENTO DE UM DOCUMENTO VÍDEO
Título: ____________________________________________________________________________________
Tema: _____________________________________________ Subtemas: _____________________________
79
CINE-FICHA (APRECIAÇÃO DE FILMES)
Título: ____________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
Realizador: ______________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
Argumentista: __________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
80
GUIÃO DE OBSERVAÇÃO/AUDIÇÃO DE UMA REPORTAGEM
(Data) , de de 201
Assinatura
81
GUIÃO DE ATIVIDADE DE DEBATE
Objetivos:
• problematizar temáticas;
• formular juízos críticos / argumentar;
• enriquecer os conhecimentos;
• refletir sobre opiniões diversas;
• sintetizar ideias.
Ação preliminar:
1.° Escolher o tema:
• refletir sobre o interesse e a pertinência do tema em discussão;
• preparar, investigando, o conteúdo teórico subjacente ao tema-fonte;
• apetrechar-se de opiniões sobre o assunto para poder intervir;
• estruturar a argumentação, validando a sua intervenção.
2.° Selecionar um moderador, dois secretários e dois observadores.
3.° Refletir sobre a forma de constituir grupos que defendam posições diferentes face ao tema:
• na sala de aula: dividir os alunos em dois grupos de posições distintas;
• ao nível da escola: convidar outras turmas para fazerem intervenções pertinentes, geradoras de dina-
mismo no debate.
Dinâmica do debate:
• esclarecer de forma sucinta a temática a ser discutida; • registar o nome dos que desejam intervir, segundo
• iniciar o debate; a ordem do pedido da palavra;
• dar a palavra aos intervenientes, seguindo a ordem • fazer o relato do debate.
dos registos apontados pelos observadores;
• fazer o ponto da situação, através de pequenas
sínteses parcelares;
• clarificar ideias;
• evitar o ataque pessoal e a agressividade;
• apresentar as conclusões.
82
MODELO DE RELATÓRIO DE VISITA DE ESTUDO
Escola: ________________________________________________________________________________________________________________________________
Aluno(s) autor(es) do relatório:
Nome: __________________________________________________________________________________________ N.º: ___________ Turma: ___________
Nome: __________________________________________________________________________________________ N.º: ___________ Turma: ___________
Nome: __________________________________________________________________________________________ N.º: ___________ Turma: ___________
INTRODUÇÃO:
• Temática da visita: __________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
83
PARTE CENTRAL:
• Apresentação dos factos ocorridos e seu enquadramento geográfico, histórico e sóciocultural:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
CONCLUSÃO:
• Balanço sintético dos conhecimentos adquiridos: ___________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
84
CONTRATO DE LEITURA
«No contrato de leitura cabe a ambas as partes – professor e aluno – estabelecer as regras fundamentais para
a gestão da leitura individual, procurando fatores de motivação para que esta aconteça. Para além da leitura indi-
vidual, o contrato pode estipular a agregação por pequenos grupos de alunos que manifestem interesse por um
mesmo texto. O professor deve constituir-se como entidade facilitadora de práticas de leitura, oferecendo aos
alunos a possibilidade de encontro com textos interessantes e motivadores, procurando, contudo, suscitar res-
postas por parte dos leitores durante e após a leitura desses textos. Estas respostas poderão traduzir-se, por
exemplo, nas seguintes atividades: apresentação oral dos textos lidos à turma, elaboração de fichas de leitura e
fichas biobibliográficas de autores, bases de dados de personagens, propostas de temas para debates em aula,
elaboração de ficheiros temáticos.»
Programa de Português, Departamento de Ensino Secundário, Ministério da Educação, 2001
O(A) aluno(a)
____________________________________
85
MODELO DE FICHA DE LEITURA
Escola Secundária ___________________________________________________________________________________________________________________
Nome: _______________________________________________________________________________________________ N.o: __________ Turma: __________
Título da obra: ________________________________________________________________________________________________________________________
Tempo de leitura: ___________________________________________ Local de leitura: ___________________________________________________
I • O autor
Nome: ______________________________________________________________________________________________________________________________
Referência bibliográfica: _______________________________________________________________________________________________________
Dados biográficos
Nascimento: ______________________________________________ (data) _______________________________________________________ (local)
Morte: ______________________________________________________ (data) _______________________________________________________ (local)
Ocupações: _______________________________________________________________________________________________________________________
Outras obras: _____________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________
II • A obra
1. Elementos presentes:
a) na capa: ____________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________
b) na contracapa: ____________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________
c) na lombada: _______________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Título: ___________________________________________________________________________________________________________________________
Apreciação: ___________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________________
3. a) Índice: Presente
Ausente
b) Prefácio: Presente – escrito pelo autor
– escrito por alguém conhecedor da obra
Ausente
c) Posfácio: Presente
Ausente
d) Nota(s)
de rodapé: Presente(s)
Ausente(s)
e) Glossário: Presente
Ausente
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4. Estrutura:
Caracterização da estrutura externa: _______________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________________________________________________________________
Desenvolvimento: ___________________________________________________________________________________________________________
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Conclusão: __________________________________________________________________________________________________________________
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87
A OFICINA DE ESCRITA
«Quanto à expressão escrita, pretende-se que seja instituída uma oficina de escrita, em que sejam trabalhadas
as tipologias textuais previstas, a partir das quais se desenvolverão as competências naturalmente envolvidas
neste tipo de atividade. Propõe-se que esta oficina seja entendida como um trabalho laboratorial, constituindo
um espaço curricular em que a aprendizagem e a sistematização de conhecimentos sobre a língua e os seus usos
se inscrevem como componentes privilegiadas.
Ao caráter complexo que esta competência envolve, causa possível de muitas dificuldades, acrescenta-se o
facto de a escrita, como atividade transversal ao curriculum, desempenhar também uma função relevante na ati-
vação de processos cognitivos, facilitando toda a aprendizagem. É, pois, necessário promover, nas aulas de
Português, uma oficina de escrita que integre a reflexão sobre a língua e que, em interação com as outras compe-
tências nucleares, favoreça, numa progressão diferenciada, a produção, o alargamento, a redução e a transfor-
mação do texto, bem como uma gestão pedagógica do erro.
A prática da oficina de escrita visa possibilitar a interação e a interajuda, permitindo ao professor um acompa-
nhamento individualizado dos alunos, agindo sobre as suas dificuldades, assessorando o seu trabalho de um
modo planificado e sistemático. A oficina de escrita implica um papel ativo por parte de professores e alunos que,
através do diálogo e da reflexão sobre o funcionamento da língua, se empenham num processo de reescrita contí-
nua, tendente ao aperfeiçoamento textual e ao reforço da consciência crítica.»
Programa de Português, Departamento de Ensino Secundário, Ministério da Educação, 2001
88
A ORGANIZAÇÃO DO PORTEFÓLIO SEGUNDO
O PROGRAMA
«(...) o aluno, sob orientação do professor, organiza um portefólio de avaliação, que deverá incluir um conjunto
variado de trabalhos datados e comentados. Entre esses elementos deverão constar relatórios, textos escritos,
registos áudio, vídeo e outro software, trabalhos de pesquisa, comentários de texto, fichas de leitura, trabalhos rea-
lizados fora da sala de aula, listas de verificação, escalas de classificação, grelhas de observação, grelhas de auto e
coavaliação, testes e outros. Estes deverão constituir uma amostra significativa do seu trabalho, fornecendo uma
visão dos seus esforços, dos seus progressos e do seu desempenho ao longo de um determinado período de tempo.»
Programa de Português, Departamento de Ensino Secundário, Ministério da Educação, 2001
Estrutura
1. Identificação (capa): Escola, nome do aluno, número, turma, ano de escolaridade, período (letivo ou de
tempo estipulado), ano letivo, título.
2. Índice
89
4. Fichas de avaliação
4.1 Enunciado
4.2 Prova de avaliação
4.3 Correção da prova
4.4 Reflexão sobre a prova
6. Memória descritiva
7. Avaliação
7.1 Ficha de autoavaliação
7.2 Ficha de heteroavaliação
Nota: Os trabalhos devem ser datados, de modo a que os alunos possam verificar a evolução da sua aprendizagem.
90
O DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO E O PROGRAMA
DE SECUNDÁRIO
91
Programa Dicionário Terminológico
92
Programa Dicionário Terminológico
B.6. Semântica
B.6.1. Conteúdo proposicional
• Valores referenciais: expressões definidas e indefinidas: • Especificidade
específico, não específico, genérico • Genericidade
93
Programa Dicionário Terminológico
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Funções sintáticas internas ao grupo adjetival:
• Complemento do adjetivo
Relações entre palavras – relações semânticas B.5.2. Semântica lexical: significação e relações semân-
– Hiperonímia ticas entre palavras
– Hiponímia Relações semânticas entre palavras
– Sinonímia Relações de hierarquia
– Antonímia Hiperonímia
Hiponímia
Relações de semelhança/oposição:
Sinonímia
Antonímia
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– Reprodução do discurso no discurso C.1.1.2. Reprodução do discurso no discurso
• Modos de relato do discurso • Citação
• Verbos introdutores de relato do discurso • Discurso direto
• Discurso direto livre
• Discurso indireto
• Discurso indireto livre
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