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(,rvrLIZAÇAO

À memória dos malungos Or/'rt it


Matos, Aristides Barbol r,

Tltereza Santos e Dalmo Ferreinr

O senhor é músico; o senhor


-Iê... iltá", acha de Bach?
Qtr€

ô aí-me bem na "Neurotic's House"' porque Fred


) f"i com a minha cara. Foi, Pousou a máo no meu
ombro, falou logo:
mesmo"'
- Gostei de você, preto, gostei mandava
O mundo, bravo iomigõ o desencanto
na minha vida. Exemplo: o maestro Borino' que me
nos meus ou-
alugara o quarto, me enxotou e lar8ou
,iiãt "rn"i palavras, com jeito sofrido' mas largo.u:
Assim ,ao dá, Paulinho, a gente quer ajudar'
-
mas vocês...
Aí está, vocês, Pretos' pessoal de cor"' Se traiu o
mú-
maestro, claro, seiraiu' Vàcês"' ou seria: vocês'
me aguentou' claro'
sicos, artistas? Náol Borino náo
sala deslumbrante' Alguém lembrou a ele
o
;; t;,
destoo, o desequilíbrio no ambiente"'
Peguei, entá;, minha mala, e da estante do
cor-
redor"retirei os meus poucos livros' com um raspáo'
.ãÁo ,..olhendo faíscas Pra meu começo de briga'
- A gente quer ajudar, mas vocês"'

"Casa do Neurótico", em inglês

t0t
em seguida, para um hotel, depois de cxrr, II
.Parri,
minar o.cheque de cem cruzeiros, assinâdo
po, fi,-
rino, pelas liçóes de Harmonia que eu dera
em scrr À, uerer, uma treva me assaltava e eu entrllv:l nlxis
tlnl
lugar. Quase cuspi no cheque. bor-i
muito nrrrl, no meu pedaço escuro. Tênho fases dessas: soLl
Ievanter-me três vezes para urinar. multidáo, dou meus gritos
sujeito .na
"ipon,ârt.o me vejtr
Palpando as par.dei sebenras do quarto
clo hotcl, contÍa o ar e cumPrlmento as coisas; súbito
senti que meu viver, aos poucos, ia se preto, no sentido ãefeituoso: sou um sem
irmáo' so-
desmantelan- me
mesmo qre nrinha vida, daquele jeiro. Iitário entre o povo; na rua que gera tumultos'
Lo: l.n,'
apoorecer,
irr
que_ eu precisava cuidar logo
dela, como sinto um moço desgraçado'
observara dr. Laure.ntino, pensarivo."após Entáo, sem que e me deixando muito
um psi- ",r.ip"'"tt",
cograma que eu rinha feito no seu consultório,
por .onfrl*'aorl" Aíd" .hêg"'" com a chávena de p1a-
ta (tanto luxo comigo p"ra quê?)' me trazia um
boba curiosidade. Sim,. boba, poir, .oÀ chá'
a máo gor-
da no meu ombro após o ,.rult",lo, ,à
u um comprimido. Eu quase chorava,de sentimento'
sabia, desde sempre: você é uma"fir-ou ài"q,'r. náo enxergava e pedia..que eu tocas-
3y. .^rjá máquina mas ela
lubrificada para briosas mas precisa gosrar-se ,":;r-.ÀUtr,'tç", d. um Caielo Antigo"' sentimental
abrigar
^açóes,
mais, encarar-se com afeto, paulinÀo! Digã
a você notlrrno que eu compusera pouco antes de me
na casa dê Borino. ú.u, ol^hot úmidos'
mesmo: eu sou eu; por isso, muito me minhas Ênas
estimol En_
fiente o mundo com esse pensamentol máos, meus braços tornavam-se asas de an.io' se ou-
que'
sassem tocar em dona Aída' Nada de
mas o que eu sabia também é que minha tresvarios
. ,St-, gostar bas-
vrda,podia apodrecer, como uma fruta machucada, após, só me envergonhariam' Podia náo
Gostava
rolada pra debaixo da cama por alguma
criança. tànte de mim, mas de dona Aída eu gostava'
De costas, na câma, ,.o-prnh.I o voo dela, sim, e, sem rumo -pois náo existia rumo -' me
da úr.r,r,
ziiimmm, táo breve. Minha rida, ,e assim
prossigo, comprazia comigo mesmo na cama' evitando Pousâr
vai ter um voo breve, pensei, seria bom
se eu morres_ iÀlgi"rçao ,o6r. ela. Sou um sujeito confuso; mas
se. Sou um sujeito feio, têndido por "me resta no pensamento a imagem de dona Aída' sem
complexos, sou
um prero Fodido, isso, Fodido. respingo, sem jaça- no mell coraçáo'
An-
Dona Aída, mulher do maesrro Borino,
falou que E,ntáo eu tocava "Lembranças de um Castelo
eu precisava gostar um ranro mais de
mim. Bolasl ,iá ; meus dedos, nos sons graves' arrebanhavam
movia'
Eu gostava era dela, mas com pureza, por
Deus! ,r?urr, dragóes e fossos' Dona Aída náo se
Que olhos bonitos ela rem, qu. dànt.r, e riso de Meus dedo*s ressuscitavam febres de princesas' Pilre-
semi-Gioconda... Eu gostava era dela, {ue à;; ;r* e frias de masmorras' Mas o amor'
ao fim'
com pureza,
por f)eusl E com um senrimenro que .u
..,iti.,rur,
.rrcnro. rodo ardor. podia ser minha
mâe...
106 107
-w
fremia sobre as teclas e ia, triunfante, vai sair tlt' "ttt 1"' tlllrlr "
t-
- "Negritude"... Você
,
subinckr ,ror
sons agudos, para a peroraçáo gloriosa. ()Lltras bJbrt atitudes. Vai morar cottti1"" \'"" "
- Qu. coisa linda, paulinhol oerdeu, ràpaz' você está perdido ncss('(11'1111
ll' "'"
D::1Aída, sou o seu músico. Essas lembranqrrr a seinada, ouviu? N:r'l'rl
,,- _ 1.',ro ,o.e àao .h.g,
tuas sao negro e isso me diz respcitr'"'
- Mas eu sou
,.
E eu ria pelas "tuas sáo,,, palavras de cavaleiro
nrc -Nao reparei qul você era negro"' E' itttt'tt'ss'ttr
dievo cortejando dama. Mas, comigo, r,ld,
de cortc,, te, você é negro...
Ela podia ser minha máe e eu ,
talvez,como lr E ironia, como uma clava, me fendeu a rcsisti'rl
máe que me morreu muito cedo. "-ír,
Outra coisa: eu erl .i". B ele me levou pelo braço e alugou o côtlt«rtlt'
casro e dona Aída sabia. E se aproximava
de mim, às a. sua casa e dà manhá, logo que saí do qtrer'-
vezes, com os olhos baridos e rristes;
Borino bebia c "-i"
to, perguntou:
passava a noire fora. Eu ficava
demente de medo, pois
era o meu fim, pois náo podia ser assim: - Cõ-o é; dormiu bem?
o cafe para nós dois e se se Ír-
Borino nas E dona Aída trouxe
Doates e eu na sua casa, sob o mesmo
teto, com dona tou também, mas isso como num sonho' porquc
Aída. E eu pedia a Deus que Borino ,..o_por,rrr., Hoie
,,ráo frtto", e hoje sigo com outros passos'
que aquilo náo ia dar cerio. pedia que "Ne''"otics's House"'
,"1,r:; ;:;; ;;;ltã ; ar de louáu'""""
suieito que conheci nos'..Concertos Ma_
1 ^tranquilo
trnars . oterecidos ao priblico, rodos os domingos, no
Teatro Municipal. Maestro Borino,
II
.rb"lo, levemen_
te prateados, resremunhando juízo, o riso Mas náo posso <leixar de voltar a dona
Aída' É
bondoso
sono e roça-
pr.r.com os ourros rapazes, o peito como uma flot qrr" pende sobre o m-eu
lilr
rargo :"Tigo ,.. daquilo
onde cabia mrrira compreensáo. -;. " face na ho,, do pesadelo' Guardodebocha-
- Você rem talento, po"r... E está se perdenclo uma indizível tristeza, eú por opçáo' um
poderosa'
nessas liçóezinhas bestas... Vem
comig o, rapaz! Jo,. o deboche se tornou para mim arma"Neurotic's
Fui. Era maio. Treze de maio, ..lrrí,1.
,'.Lrnf,,rr frrj-^rsubir, com modos de gigante' na
a Aboliçáo, levei-o a uma conferência
sobre ,,Ne- Éot,r.". Aprendi a rir do mundo e de mim mesmo'
Mas há .r- *o-tt'to em que meu coraçáo
gritude na Modinha", rexro do musicólogo crescc
mulato em qtlc
Eduardo Embondeiro, nome que elet,r*à,
que o cle oara abrigar a imagem dela; há um momento
.lci-
verdade era Jose Bernardino da Silva. i;;;.?t;idadeíessa casa onde se encontram c.-
Borino mostrou-se muito impaciente durante
a iã., Áorrit disfarçados como bolinhas de barr.
conferência, meneou várias vezes',
.rú.f e coçou a ;;; ã" açúcar. tia pto garoto' ele pensa que éribor.-
testa enrugada como a desrrinçar .nigmàs. Éo* ., claquel, .o*tt''b"'o' e a garotada clele:
bobiro'
comeu barràl Co-.t' barrol E' ele é bobo'
108 r09

i
Eu fui bobo. Evoluí modos de comportar-
esse um sujeito que aprendeu a "golpear"' isttl ó' ccltr-
(' rt
-me. Agigantei-me no meu domínio. Casro i drn, cado, úrunid.t d.^fitl.ras, coberto de ouro' tlttc
comigo, meus o[hos, cor de aço, roíam, ao baterenr .ár'r."çáo, sim senhor. Preto é um sujeito mrrit«r cla-
nelas, as crostas das sujeiras do mundo. Eu, o rapaz n"do,'r. <lescobre o engonço do êxito e trabalhl rrrr
sombra, acobertado po-, "'i-, senhor"'
de aço..Eu, o-negro que se desejou paradigma e foi "o senhor é
chamado de fresco e ourras amenidades que os pá- "nem tanto' minhlr
-.rito bondoso para comigo", mes
rias mentais armam contra o sujeito que se conténr senhord', e reverências que empinam o traseiro'
e náo avança o sinal. empurrâm o carro do êxito pra frente'
Mas, hoje, esroll sentindo o bafo da loucura na
minha cara, hoje minha carapuça é de desânimo, ry
nojo. Sou um sujeito gretado e me defendo entre
Saí, entáo, de manhá, sentei-me num banco
da
muitas safadezas. Procuro espécimes raros de desas_
tres; catalogo-os para Fred, o doido, que me acha f'r"ç"'a, República, onde conversei com o José do
imprescindível e me paga salário muito alto. Patrocínio (Patrocínio, sim, senhor; chamam aquele
Saí-me bem na "Neurotic's House" porque sou .oi,rdo, analfabeto, de José do Patrocínio' Ô José do
um.prero inteligente e agudo (opiniáo de Fred) e Patrocíniol).
também desamparado, após t.nt", a beatitude. Abri, após, meu Cruz e Sousa, aquela ediçao de
Fred leu meu livrinho de versos (Jm ltomem rcntu p"p.l -.,,digo, do 7'élio Yalverde; li dois sonetos;
ser anjo_, riu^alto, gargalhou até ficar roxo, pergunrou:
ilao b.,lir"-"comigo. Eu estranhei: se Cruz e Sou-
sa náo bole comigó é potqt" estou bem
ruinzinho'
- Você foi isso? Piada! Ah, ah, ah, piaãa! Éi-"-dr! .r,o, .o*.çando"a ficar podre, e- u-m sujeito podre
Mas eu subi, tenho dinheiro, grrçi, a esse doido
fede' descasca' fica
rico e desatento à minha.rp.rt.rr. ;;;;t, gr.,Êr, dinheiro, ie náo
aquele é um que se da-
;;;;;J"'. todo mundo fala:
iII íot, do tempo e, se é um Preto: é um preto
"tu", ".r,.,
náo um Preto "sim senhor"'
Saí de manhá, picado de pulgas e com o nariz Desculpem de eu falar assim, mas estou amargura-
eu me
entupido de mofo. do, amargurado mesmo. Prouvesse a Deus que
- Vocês, pessoal cle cor... à;;;";.;;rtsefeito um idiota, mas no fundo abissal
cuttt-
E isso: me leyou com ele, fez que me deu a máo, me encontrasse como um homem' um homem
màs tlnl
mâs por dentro se remordia de ter avançado o pas- cando o cháo do abismo, catando caramujo'
so sem examinar minudências. Náo viu que eu náo Homem, entendeu o senhor?, um Homem!
cabia naquele quarto, naquela sala, náo ,i., q.," .,-
preto ocupa muiro lugar se o deixam livre e ele é

110
V
- O senhor é um desocupado; o senhc'r lê"' F-rr

que trabalha?, se me perdoaa-indiscriçáo"'


Esses pensamentos de ser idiota etc. me afloraram
- Professor de Piano e Harmoniâ' respiro
ltrl.t
me.senrir surrupiado do cheque do Borino. Na
10 pouquinho Para recomeçar.
Praça da República. O José do pairocínio náo podia ' Fixou-m. algl.rt-tt segundos e nos seus. olhos azuis
ser, pois eu the acabara de contar as peripécia, d^o
,.u eu vi meu rosto preto, úmido de águas do Reno'
xará ilustre:
- O senhor á músico; o senhor lê"' Entáo'
que
- Olha aqui, um negro aprumado, comprou um acha de Bach?
carro, já naquele rempo; tribuno (outro dia te expli_
enfrenta
co o que é tribuno), beijou a máo da princesa. Vócê, - Bach? - e arraniei uma cara de quem
ser Meer (mar)
por acaso, náo encontrou um cheque? muito complexa análise - Bach devia

Sentei-me, entáo, em outro banco, desanimado. e náo Bach (riacho). Escreveu o Antigo Têstamento
da Música. A música deve tanto a ele como uma
re-
Peguei o livro de Cruz e Sousa, mirei a clona que
passava, linda (ó Formas aluas, brancas, Formas ila- ligiáo a seu fundador. O "kantor" da igreja de Santo
ras) e pe-rcebi que eu estava "emparedado,'. percebi fã-", continua sendo, ainda, o maior dos compo-
que os "miserríueis, os rotos, srio a-s sitores.
flores dos esgotos,,, Aí me falhou a memória, e as ideias, catadas bre-
percebi que eu apodrecera naquela manhá e qu"e algo
ia acontecer, naquele instante, algo que ia entortar- vemente em Kurt Fahlen, Schumann' e mesmo
de
-me o focinho da vida para outro lado. Caldeira Filho, se misturaram ao meu desânimo'
modo que eu náo sabia mais nada de Bach'
Olhei a manhá, que caminhava rumo à tarde' os
VI
.dlii.io, com suas bàrrigas planas de concreto' onde
Era um sujeito de uns cinquenta o sol batia como um bórrao amarelo; olhei a Praça
.loiros, anos. Cabelos
á" n pnbli.a. No banco, Perto do coreto' o José do
olhos azuis, lábios finos e nariz fino, a res-
ta larga, revelando inteligência muito alta. Homem Patrocínio roncava.
bonito. Percebi, r.- que erâ um branco. - Bach é Bach, meu senhor' em outro local' Cos-
Parou na minha frenre,"rio.ço,
a bengaia de .iunco na máo, - Eu gostaria de conversar"' llo
alçou o chapéu com uma inclinaçáo tei de você, preto' gostei mesmo - e me Pousou
[.aciosa,
- O senhor lê... joelho a máo Peluda.
Fred' Já ouviu falar na
- Leio. - Meu cartáo, o cartáo deMe procure' entáo' nlc
Adiantou alguns passos, um sorriso malicioso nos "Neurotic's House"? Náo?
libios: procure!

1i3
Estendeu-me a máo, inclinando-se. E eu senri ur.rr madrugada, eu vendia rosas diante dc ttltt't Iro;tlc t'
odor áspero de colônia e seus cabelos, Êxos com«r arntrrãl"r, "God save the King", estt'«lpirttlo, trr'rs
"(
por goma, pareciam uma cârapuça de ouro. E já a muito engraçadinho. Minha máe aprendctr o )otl
alguns merros de mim, repetia: save" na ãasa de uma madame inglesa, otlclc trttl"t
- Costei de você, preto, gostei mesmo... lhou antes de ficar doente, bêbeda, tubercttlosrr t'
VII sem marido... Meu destino mostrou-se furado, tttrr-
dame, mas eu o consertei com a ajuda de "paprti"
Hoje, estou na "Neurotict House" e Fred me
Fred.
aprecia. Chego de manhá e minha funçáo, além
Quando minha ouvinte ria eu ficava satisfeito
clc
de entregar os envelopes com a correspondência, é
minhas "verdades" e ela, por seu lado, feliz por se
conversar com os frequentadores; conversar e âpre-
deixar levar...
sentar sofismas para eles, oficialmente. Devo ainda
aprender citaçóes em várias línguas, ir avançando na
leitura da Enciclopédia, pelo menos duas horas, e,
VIII
no almoço, dedilhar no piano, usando partiruras em Saí-me bem na "Neurotic's House", porque Fred
Klavarskribo, esse método revolucionário para ins- foi com a minha cara; foi e ainda vai:
trumenros de tecla inventaclo pelo holandês C. port.
Em suma, Fred me exibe como Írruto de seu des-
- Gosto de você, Preto, você provou que umpreto'
pre-
to pode se livrar de sua carga... Gosto de você,
velo, cria sua. "Pegou-me pequeno de uma preta bê- gosto mesmo...
" E, ele me ajeita o nó da
beda, tuberculosa e sem marido, mas náo me pôs em Sravata' sorrindo, muito
orfanatos, nada disso. Me levou com ele, me vestiu loiro, muito fino e bonito, como um branco'
com roupinhas brancas e, enfrentando a fírria da Í,a- E sua máo, no meu ombro, me belisca a carne até
mília, ergueu-me às Ênuras da educaçáo, como filho o osso, testando a resistência.
seu muiro querido, muito amado." Gosto de você, Preto, gosto mesmo'
Meu ofício, enráo, é contar aos fiequentadores da
-
"Neurotic's House" o meu caminho arnargo, o meu
IX
início como um garotinho prero e ranhJnto, c"lça
vermelha, com um remendo verde no traseiro (ueráe Um odor áspero, de colônia, me envolve, colrlo
= esperança!) e pixaim ignorante de pente. nuvens de Civilizaçáo.
- Nasci, minha senhora, a bem dizer, por nascer.
Meu destino mostrou a cara Furado, cercado de ze-
ros, um destino zarolho, turvo e besta, minha se-
nhora. Depois Fred me enconrrou em uma glacial

115 l

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