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Livro Eletrônico

Aula 00

Português p/ TJ-SP - Escrevente


Professor: Marcos Van Acker

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Língua Portuguesa p/ TJ-SP
Teoria e exercícios comentados
Prof Marcos Van Acker Aula 00

AULA 00: Ortografia

SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 1
2. Cronograma 3
3. Estudar gramática 4
4. Os sons da língua 5
5. Ortografia 15
6. Acentuação 19
7. Questões comentadas 27
8. Lista das questões apresentadas 47
9. Gabarito 62
0

Olá, amigos, bem vindos ao curso de Língua Portuguesa dirigido para o


concurso de ingresso no cargo de Escrevente Técnico Judiciário, do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; vocês, que escolheram a
carreira no setor público, estão fazendo uma boa escolha. Além disso,
recorreram ao Estratégia Concursos, uma opção excelente, pois oferece
uma preparação objetiva e consistente para a aprovação.

Gostaria de me apresentar a vocês; meus caros, posso dizer que tenho


experiência tanto na área de língua portuguesa quanto nas provas de
concurso. Tendo tido o privilégio de me formar na Faculdade de Letras,
Ciências Humanas e Filosofia – FFLCH da Universidade de São Paulo –
USP, trabalhei por algum tempo na área da Língua Portuguesa, no
magistério, no ensino fundamental, médio e em cursos pré-vestibulares, e
posteriormente na área editorial. Tive a felicidade de trabalhar com
produção e edição de texto, experiências gratificantes e das quais guardo
profundos ensinamentos. Posteriormente, ingressei no serviço público, em
busca da tão sonhada estabilidade; meu primeiro cargo público foi na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde ingressei mediante
concurso, em cargo de caráter efetivo. Hoje, sou Agente Fiscal de Rendas,
da Secretaria da Fazenda - SP, aprovado no concurso de 2009, uma
carreira fiscal respeitável no Brasil, conforme sabem os concurseiros.

É por essa razão que posso afirmar ter experiência dupla para ensinar
Redação e Português para concursos; será raro vocês encontrarem, meus
amigos, um concurseiro egresso da área de Letras disposto a dividir essa

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experiência com vocês. É o que me proponho a fazer, espero que vocês
achem proveitoso o que tenho a dizer.

Agora vamos examinar o programa aplicado para a última prova, já que


estamos diante de um edital iminente, que pode sair a qualquer
momento; quem começa antes sai na frente, vamos nessa meus caros:

(30) questões:
ORTOGRAFIA Sistema oficial (anterior ao Decreto Federal nº 6.583, de
29.09.2008, com redação alterada pelo Decreto nº 7.875/2012) .
MORFOLOGIA Estrutura e formação de palavras. Classes de palavras, seu
emprego e seus valores semânticos. Flexão nominal e verbal. Emprego de
tempos e modos verbais.
SINTAXE Processos de coordenação e subordinação. Equivalência e
transformação de estruturas. Uso de nexos. Concordância nominal e verbal.
Regência nominal e verbal. Crase. Pontuação e outros recursos específicos da
língua escrita.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Estruturação do texto: relações
entre idéias e recursos de coesão. Compreensão global do texto. Significação
contextual de palavras e expressões. Informações literais e inferências
possíveis. Ponto de vista do autor.

Meus amigos, a banca muito provavelmente será a Fundação VUNESP,


que tem tradição em concursos. O programa será abrangente, sem fugir
do que se pede em geral nas provas de concurso.

Com este curso, você terá tempo suficiente para dedicar-se a um


programa extenso, otimizando sua preparação.

Cronograma

Aula 0 – demonstrativa – 19/05


Apresentação; análise dos requisitos do edital. Ortografia. Sistema oficial
vigente (emprego de letras, acentuação, hífen, divisão silábica). Relações
entre sons e letras, pronúncia e grafia. Questões resolvidas e
comentadas.

Aula 01 – 28/05

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Morfologia: estrutura e formação de palavras; classes de palavras e suas
características morfológicas. Famílias de palavras. Flexão nominal e
verbal. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula.

Aula 02 – 08/06 Sintaxe. A oração e seus termos. O período e sua


construção: Período simples e período composto. Coordenação e
Subordinação. Equivalência entre estruturas; transformação de
estruturas. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula.

Aula 03 – 18/06 Regência nominal e verbal. Concordância nominal e


verbal. Crase. Sintaxe de ordem. Pontuação. Semântica. Significação de
palavras e expressões. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos
da aula.

Aula 04 – 28/06 Sintaxe dos verbos – correlação verbal; valores dos


tempos, modos e vozes verbais. Elementos da coesão textual. Coerência
textual. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula.

Aula 05 – 08/07 – Interpretação de texto. Questões resolvidas e


comentadas sobre os pontos da aula.

Aula 06 – 24/07 – Resolução comentada da prova do concurso para o


cargo de Escrevente Técnico Judiciário de 2012, da VUNESP.

Com esse cronograma, poderemos estudar todos os assuntos previstos no


edital em tempo hábil para a prova. Convido-os então a iniciar o nosso
curso.

O que estudamos quando estudamos gramática?

A pergunta acima pode parecer engraçada, mas é sempre bom saber


exatamente o que estamos fazendo, em qualquer circunstância, e esse
curso não é exceção. O estudo da gramática é uma forma de
conhecimento da língua, bastante específica. Meus caros, nós todos, ou a
ampla maioria de nós, nasceu no Brasil e tem o Português como a língua
materna, ou seja, para falarmos e entendermos Português ninguém
precisou nos ensinar, adquirimos praticamente sozinhos o domínio da
língua, quando pequenos; dominamos naquela época, por mecanismos

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que ninguém conhece muito bem ainda, o seu modo de funcionamento, a
sua sintaxe e começamos a conhecer o significado das suas palavras.

Depois daquele tempo, passamos por um processo de escolarização, em


que a Língua Portuguesa nos foi ensinada por meio de normas e
prescrições gramaticais; terá sido uma experiência feliz para alguns, nem
tanto para outros. O que importa é que estamos aqui para estudar, com
um objetivo específico, a nossa língua. E a gramática, em suas duas
vertentes, pode nos ajudar nisso. As duas vertentes da gramática são a
descritiva, que busca entender o funcionamento das línguas, como por
exemplo a nossa, através de contínua inquirição e análise dos
constituintes do idioma: sons, fonemas, morfemas, relações sintáticas e
assim por diante. É uma vertente fundamental, como se vê, para
conhecermos uma língua. A outra vertente da gramática seria a
normativa, a gramática que pretende prescrever comportamentos e
normas na relação com a língua; em suma, a gramática do “certo e do
errado”. Também é importante para nós essa vertente, pois não
podemos, dado nosso objetivo, limitar nossos estudos à inquirição sobre o
modo de ser da língua, temos de adequar nosso conhecimento da língua à
chamada “norma culta”.

Vale compreender o que seria a tal norma culta. É simplesmente a


variante da língua com maior aceitação social, adequada para uso em
registro formal. Importante, no uso da língua, é ter o domínio das várias
normas correspondentes aos meios em que nos inserimos socialmente;
essas normas, geralmente as conhecemos quase que naturalmente, seu
aprendizado faz parte do processo de socialização – as expressões usadas
na região onde moramos, o jargão de uma turma, da torcida de um time,
etc. A norma padrão culta, por outro lado, pode oferecer alguns
problemas, pois tem uma origem histórica, algumas formalidades de
observação necessária; por isso, nosso curso está aqui para ajudar.
Então, nossa proposta é tentar tanto quanto possível entender o
funcionamento da língua – pois ela tem lógica; ao mesmo tempo,
sabendo que não é a única “variante correta”, não perderemos de vista as
prescrições da gramática normativa que buscam a aderência à norma
padrão culta.

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E, se possível, tentaremos nos divertir no processo. Eu já estou
começando a achar divertido, espero que logo vocês também. Iniciemos
nosso estudo pela Fonética, pelos sons da língua e sua representação
gráfica, a Grafia. Vamos lá?

Os sons da língua

Meus caros, toda linguagem verbal tem uma natureza dupla: sua
natureza material é a dos sons produzidos pela fala humana, com o uso
do chamado aparelho fonador, ou seja, dos órgãos que nós, humanos,
utilizamos para articular nossa fala – pulmão, traquéia, laringe, faringe,
glote, boca, dentes, língua. E, associado aos sons assim produzidos,
==0==

reside o significado, o valor simbólico associado a cada um desses sons


na consciência dos falantes da língua.

Esta natureza dupla é o que caracteriza toda linguagem verbal, e


evidentemente nossa língua portuguesa não é exceção. Notem, meus
amigos, que nosso aparelho fonador é capaz de emitir uma ampla gama
de sons; nem todos são sons utilizados na língua. Assim, apenas alguns
sons são utilizados na língua portuguesa. Como podemos conhecê-los?

Ora, a ciência fonética desenvolveu uma maneira muito engenhosa de


identificar os sons de uma língua, que explicarei muito resumidamente:
os sons de uma língua serão os que carregam consigo um traço de
significado. Parece complicado? É bastante simples, lembrem da natureza
dupla da linguagem verbal. Vejam o seguinte: por exemplo, a palavra
astro, como pronunciamos, tem alguns sons, que procuramos representar
por meio das letras. Notem que possui o som s, semelhante ao que
encontramos em isto. Certo? Pois bem, e se pronunciarmos esse som s da
forma como fazem os cariocas, um som que tem um certo “chiado”,
resultante de um pequeno deslocamento da ponta da língua no momento
da produção do som s? Diríamos então astro com um som chiado
(grafarei achtro para melhor compreensão).1

Ótimo; agora, com nossa pronúncia não faríamos feio em Ipanema; mas,
e essa é a questão relevante para a fonética, houve mudança de

1
C
brasileiros.

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significado? Não, a palavra será reconhecida por qualquer falante da
língua portuguesa, astro, palavra que designa os corpos celestes que
brilham no céu, as estrelas. Agora, contrastemos as formas astro – estro.
Houve mudança de apenas um som. E muda o significado da palavra:
estro (o e é aberto, como em era) designa a inspiração poética, o
engenho, geralmente artístico. Neste processo, isolamos dois sons que
fazem parte do sistema de sons do português – chamado de sistema
fonológico: as vogais a e e. Como são sons da língua distintivos em
termos de significado, a e e são chamados de fonemas do português.

Já os sons diversos representados por s, no nosso exemplo, serão


consideradas pela fonologia (que estuda propriamente os fonemas, e não
todos os sons que nosso aparelho fonador pode produzir, abordados pela
fonética) como meras variantes.

Tudo isso, meus caros, para explicar que os sons que importam de uma
língua são chamados de fonemas. Doravante, neste curso, quando
falarmos em sons ou em fonemas, estaremos falando da mesma coisa.

Fonema e letra

Bem, se os sons da língua são os fonemas, e os sons são representados


por letras, segue-se que cada letra é um fonema, certo? Errado. Talvez se
assim fosse nossa grafia seria mais simples; de qualquer forma, não é o
caso. Pois as letras assumem sons diversos em situações diferentes,
como o l em lima e animal, por exemplo – vejam os gaúchos que no Rio
Grande do Sul o som pode ser o mesmo, ou muito semelhante –, ou o s
em casa e sino.

Além disso, temos os dígrafos, que estudaremos mais adiante, em que


duas letras representam um som apenas, como o ch em chave. Além
disso, outras razões contribuem para dificultar um pouco mais a
associação entre fonema e letra, como por exemplo a permanência na
grafia do registro da origem histórica das palavras, como o h inicial de
homem, que sabidamente não representa som nenhum, mas aparece aí
como resquício da origem do vocábulo, a forma latina hominem. Enfim,
não temos de nos preocupar muito com isso, apenas entender que não há
uma correspondência exata entre fonemas e letras em nossa língua.

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Bem, sabemos todos que os sons de nossa língua, seus fonemas, podem
ser classificados em vogais e consoantes; as vogais são produzidas com a
cavidade bucal desimpedida, total ou parcialmente; distinguem-se pela
abertura da boca; temos a importante distinção entre e e o fechados e
abertos, como em aperto (nome) e aperto (verbo – 1º do presente do
indicativo do verbo apertar) e olho (nome) e olho (verbo). Além disso,
temos em português o importante fenômeno da nasalização das vogais,
muito presente, em que o véu palatino se abaixa e parte do som vocálico
ressoa nas fossas nasais. Importante fonologicamente, mas notem que na
grafia sempre há sinais indicativos, a vogal nasal é marcada por dígrafos
ou acentuação. Vejam, por exemplo, a diferença entre manga/maga;
senda/seda; ginga/giga; bomba/boba; funga/fuga. Então, o sistema
vocálico do português conta com 12 fonemas.

Quanto às consoantes, a fonologia as distingue pelo ponto e pelo modo de


articulação; em resumo, o ponto de articulação descreve os pontos da
cavidade bucal dedicados à produzir a oclusão necessária à produção da
consoante. Assim, uma consoante como p, em pato, é bilabial quanto ao
ponto de articulação, pois os dois lábios, inferior e superior, produzem a
oclusão da cavidade bucal; a posição da língua é importante, na definição
dos demais pontos de articulação, conforme o quadro de consoantes
abaixo.

Já o modo de articulação é definido pelo grau de oclusão, segundo o qual


temos fonemas oclusivos e constritivos, e pela vibração das cordas
vocais, que resulta em consoantes surdas e sonoras, como por exemplo
faca (surda) e vaca (sonora). O quadro abaixo2 mostra as 19 consoantes
do português; notem que a notação entre colchetes é uma técnica da
fonética, com o uso de sinais especiais, para representar os fonemas.
Papel da cavidade nasal Oral Nasal
Constritiva
Modo de articulação Oclusiva Lateral Oclusiva
Fricativa Vibrante
aproximante
Papel das cordas vocais Surda Sonora Surda Sonora Sonora Sonora Sonora

Bilabial
/p/ /b/ /m/
pato barco mapa
Ponto de
articulação Labiodental
/f/ /v/
fita vida
Linguodental /t/ /d/
2
Cf. Celso Cunha, Gramática da Língua Portuguesa, FAE Ministério da Educação, RJ, 1992.

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tato dedo

Alveolar
/s/ /z/ /l/ /r/ /n/
sapo zíper lado arara neto

Pós-alveolar
/x/ /j/
xeque jato
Palatal
/ / /ñ/
telha lenha
Velar
/k/ /g/
casa gato

Uvular
/R/
rato

Semivogais

Em nossa língua, as vogais são o centro da sílaba, foneticamente, ou


seja, têm uma posição tônica dentro da sílaba, e as consoantes são
associadas a elas, geralmente. As vogais /i/ e /u/, quando associadas a
outra vogal na sílaba, são chamadas de semivogal, pois assumem papel
secundário sob o ponto de vista da intensidade do som, ou tonicidade.

Por exemplo, no vocábulo vida, temos a vogal i; em tédio, por outro lado,
i será semivogal, pois o centro tônico da sílaba é a vogal o. Da mesma
forma, u será vogal em mudo, mas semivogal em céu.

Encontros vocálicos

Ditongos

O encontro de vogal e semivogal, dentro de uma sílaba, ou de semivogal


e vogal, recebe o nome de ditongo. Os ditongos são ditos decrescentes
quando a intensidade da sequência vocálica é decrescente, ou seja, a
vogal vem antes da semivogal.

Ditongos decrescentes: pai céu muito

Quando a intensidade da sequência vocálica é crescente, ou seja, a


semivogal vem antes da vogal, o ditongo é assim classificado.

Ditongos crescentes: quase equino aquoso

Todas as vogais orais de nossa língua podem formar ditongo crescente,


sucedidas por semivogal, conforme vemos abaixo:

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vogal Semivogal i U
A Pai Almoço
E Azeite Meu
E (aberto) Réis Céu
I - Viu
O Boi Ouro
O (aberto) Dói Sol
U Fui -

Notem que, no caso dos ditongos crescentes, muitos dos encontros


podem ser articulados como hiatos, o que veremos a seguir; são
inequivocamente crescentes os encontros em que a semivogal é
precedida por consoante /k/ (grafado q) ou /g/, como por exemplo em
quase, lingüiça, lingüeta, tranqüilo.

Por fim, os ditongos formados com vogais nasais são chamados também
de ditongos nasais.

Tritongos

Os encontros formados por semivogal – vogal - semivogal são chamados


de tritongos; vejam alguns exemplos:

Uruguai; relampeou; enxaguei

Também podem ser formados com vogais nasais, como em saguão.

Hiatos

O encontro de duas vogais, vizinhas em sílabas diferentes, é chamado de


hiato. Vejam, por exemplo, os vocábulos pais e país, constituídos pelos
mesmos fonemas. A diferença está justamente no encontro vocálico: em
pais, temos ditongo decrescente, e em país hiato, com a vogal i marcada
pelo acento tônico. Note que não há, em nossa língua, duas vogais na
mesma sílaba, pois a vogal, como vimos, é o centro da sílaba. Pode haver
outros sons vocálicos ao lado da vogal, que inevitavelmente assumirão
intensidade menor, como semivogais. Assim, pais é monossílabo e pa-ís,
dissílabo.

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Encontros consonantais

Há encontro consonantal quando se sucedem duas consoantes num


vocábulo sem vogal a mediá-las. Notem que não é incomum, apesar de o
padrão da sílaba ser vogal + consoante. Os encontros podem dar-se
dentro da mesma sílaba, ou em sílabas separadas.

Os encontros em que a segunda consoante é /l/ ou /r/ estarão sempre na


mesma sílaba, como no caso de bloco, obra, crivo, aclive, adrede, flor,
África, placa, prático, truque, Atlas.

No caso de encontros mais raros, como gn, mn, tm, pode haver oscilação,
quando o encontro se dá em posição não inicial; assim, podemos
considerar a divisão de ritmo, por exemplo, como ri-tmo, ou como rit-mo.

Notem que, na fala coloquial, teremos usualmente a interposição de uma


vogal nesses casos, adicionando uma sílaba ao vocábulo, e retomando o
padrão silábico de vogal e consoante. Nesse caso, a pronúncia seria *ri-ti-
mo, com a primeira sílaba acentuada. É uso coloquial, bem entendido, da
linguagem falada.

Dígrafos

Assim se denominam os fonemas transcritos por duas letras, como no


caso de barro, chuva, manha. Notem que nestes e em muitos outros
casos temos apenas um som, cuja transcrição exige dois sinais gráficos,
ou seja, duas letras.

Importante notar que muitos fonemas são transcritos por dígrafos, como
por exemplo as vogais nasais, em ponto ou em imposturas. As letras m e
n aí marcam a nasalidade da vogal.

Os dígrafos em português são os seguintes: ch com som de x, como em


chuva, com som igual ao de xisto; lh e nh, para representar as
consoantes palatais presentes em malha e manha, por exemplo; rr e ss,
sempre empregados em posição não inicial, como em arroz e
pressuposto; gu e qu antes de e e i, com som de /g/ e /k/, como em
guerra, aguilhão, questão, aqui; sc, sç e xc, todos com som de /s/, como

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em excesso, desça, asceta. Como vimos, as vogais nasais são marcadas
por dígrafo, formado pela vogal mais a letra m ou n; é o caso de ponto,
santo, tempo, pinga, mundo.

A Sílaba

A sílaba é unidade de organização sonora das palavras; toda sílaba se


estrutura em torno de uma vogal; não há sílaba sem vogal nem sílaba
com mais de uma vogal, pois outro som vocálico na mesma sílaba será
semivogal.

A sílaba pode ser formada por uma vogal, um ditongo ou um tritongo,


como nos casos de é, ei, uau. E estes mesmos sons, vogais, ditongos,
tritongos, acompanhados de consoantes, podem formar sílaba. É o caso
de tra-to, crei-o, U-ru-guai.

As sílabas que terminam com som vogal são chamadas abertas, como em
ca-mi-nho; as sílabas que terminam com som consonantal são chamadas
fechadas; é o caso de pas-tar.

Os vocábulos são classificados conforme o número de sílabas, em


monossílabos, como ar, pais; dissílabos, como re-zou, bra-zões, su-a;
trissílabos, como por-tu-guês, ar-tei-ro, quar-tei-rão. Os vocábulos
com mais de três sílabas são chamados de polissílabos; é o caso de mar-
cas-si-ta, ques-tio-na-men-to, a-nun-cia-ção.

Sílaba tônica

Vimos que a vogal é o ponto de maior intensidade da sílaba. Da mesma


forma, em um vocábulo, há uma sílaba cuja intensidade é superior às
demais. É a sílaba tônica. Basicamente, em nossa língua, a distinção de
tonicidade se deve à intensidade da emissão de voz; outras variáveis,
como tom (grave/agudo) ou duração, podem ocasionalmente ter valor
expressivo, mas de forma um pouco pessoal, e portanto não trataremos
delas; apenas a intensidade, representada na língua escrita pela
acentuação gráfica, interessa a nós.

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A acentuação gráfica, que veremos mais adiante, nada mais é que a
representação da tonicidade das sílabas, da marcação das sílabas tônicas.
Relembremos que as palavras de mais de uma sílaba cuja tônica cai na
última sílaba são chamadas de oxítonas, como Brasil, dispor, arpão,
remar.

São chamadas de paroxítonas aquelas em que o acento recai sobre a


penúltima sílaba, como em banana, geleira, retorno, seqüela, criança. E,
por fim, temos as proparoxítonas, cujo acento tônico recai sobre a
antepenúltima sílaba. É o caso de tônica, crítica, balística, bússola,
colágeno.

Existem palavras sem tonicidade? É uma questão interessante. Em toda


questão relativa aos sons da língua devemos ter como guia o ouvido. A
gramática nos diz que temos alguns monossílabos átonos; notem que são
todos vocábulos instrumentais, não têm um sentido por si, mas são
essenciais para a criação de sentido e articulação de frases; na pronúncia,
notaremos que de fato muitas vezes perdem a tonicidade e são
enunciadas “junto” com as palavras vizinhas. São monossílabos
considerados átonos:
 os artigos o, a, os, as, um, uns;
 os pronomes pessoais do caso oblíquo me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes;
 o relativo que e as conjunções a, com, de, em, por, sem, que, ou.

Assim, por exemplo, uma expressão como O caso da valsa poderia ser
pronunciada, assinalando-se as tônicas, como /wkazu davawsa/, com o
que a tonicidade do artigo e da preposição ficariam realmente
prejudicadas, passariam a “orbitar” em torno dos vocábulos a que estão
associados.

Importante notar que o acento tônico, em nossa língua, tem valor


fonológico, uma vez que pode, mantidos todos os demais componentes
fônicos de um vocábulo, alterar o sentido apenas com a mudança da
sílaba sobre a qual recai; é o caso que já vimos, de pais / país, e de
beberam / beberão, beija / beijar (notar que na fala muitas vezes o r final
não é pronunciado nas formas de infinitivo).

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Exercícios

1. Temos encontro consonantal em todos os vocábulos na alternativa:

a) garrancho – penha – viola;


b) pergunta – mancha – caixa;
c) presto – vírgula – bingo;
d) gárgula – harpa – cromático;
e) régio – princípio – arroz.
_____________________
Comentários:
Temos de relembrar que os dígrafos são dois sinais gráficos – letras – que
representam um som apenas; assim, o rr em garrancho não é um
encontro consonantal, é a representação de um único som, um r
produzido na região velar, ou uvular, ou seja, lá atrás do palato. Assim
também o nh em penha, que representa consoante oclusiva palatal nasal.
Em viola obviamente não temos encontro consonantal, mas de vogais, em
hiato: vi-o-la.

Em b, vemos que há encontro entre a consoante final da primeira sílaba e


a inicial da segunda em per-gun-ta; em mancha, por outro lado, temos
vogal nasal – também representadas por dígrafos, como vimos – seguida
de uma única consoante, assinalada pelo dígrafo ch. Em caixa, temos
encontro vocálico, um ditongo descrescente.

Na alternativa seguinte, veremos um encontro no primeiro vocábulo (pr),


e outro no segundo (vírgula); o terceiro vocábulo, porém, vai nos
decepcionar: em bingo, temos apenas vogal nasal representada pelo
dígrafo in, seguida de consoante g. Por fim, em d acharemos a alternativa
em que todos os vocábulos apresentam encontro consonantal. A última
alternativa, notem, traz encontro apenas em princípio.

Gabarito: D

2. Leia o texto abaixo para responder a questão

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Tabacaria Álvaro de Campos
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,


Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. (...)

(leia mais em http://pt.wikisource.org/wiki/Tabacaria)


Nos vocábulos destacados no texto, observamos, quanto aos traços
fonéticos:
a) ditongo decrescente, monossílabo tônico, encontro consonantal,
ditongo crescente, encontro consonantal;
b) ditongo decrescente, monossílabo átono, ditongo crescente, ditongo
decrescente, dígrafo;
c) ditongo decrescente, monossílabo átono, vogal nasal, ditongo
crescente, dígrafo;
d) hiato, encontro consonantal, vogal nasal, dígrafo, hiato;
e) hiato, monossílabo átono, encontro consonantal, ditongo oral, vogal
nasal.
______________
Comentários:

Temos ditongo descrescente, com a passagem de vogal a semivogal, na


última sílaba de serei; a preposição de + o artigo o formam um
monossílabo átono em do; em ninguém temos duas vogais nasais,
representadas pelos dígrafos in e ém. Observamos ditongo crescente em
mistério, e por fim um dígrafo em carroça.

Gabarito: C

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Meus amigos, é bom fazermos alguns exercícios apenas para esquentar;


nosso estudo até o momento foi preparatório. Necessário estudar a
questão fonética para podermos entender melhor os problemas da
ortografia, que passaremos a estudar agora. Este ponto é mais solicitado
pelas bancas de concurso.

Ortografia

A ortografia é, etimologicamente, a escrita correta; na gramática,


consiste nas prescrições para a correta transcrição das palavras
utilizando-se de sinais gráficos – basicamente, as letras, e os sinais
adicionais de pontuação e acentuação.

A ortografia do português foi estabelecida de acordo com parâmetros ao


mesmo tempo fonéticos – com a tentativa de fazer corresponder a grafia
aos sons dos vocábulos – e históricos – respeitando a origem histórica das
palavras, mesmo que o som do vocábulo tenha mudado com o tempo.

Observem que a pontuação, conjunto de sinais auxiliares de grafia,


adquiriu uma relevância sintática; estudaremos pontuação
separadamente, mais adiante em nosso curso.

As letras do nosso alfabeto dispensam apresentação; notar que as letras


K, W, Y são empregadas em nossa língua, especialmente em certos
casos, como em nomes próprios estrangeiros, ou termos
internacionalmente consagrados, como Kant, Wilde, Bayonne.

Uma letra em especial merece atenção, o H. Em posição inicial, o h não


corresponde a nenhum som; mantém-se na grafia em respeito às origens
históricas de vocábulos como homem ou hábito. Vimos também que o
sinal h é empregado em dígrafos como lh, nh.

A divisão silábica é importante na língua escrita quando há necessidade


da translineação, de continuar a escrita de uma palavra que não “coube”
inteira em uma linha na linha seguinte. Assim, sabemos todos que só se
separam letras que representam sons de sílabas diferentes da mesma
palavra.

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Ora, já recordamos que as sílabas são basicamente organizadas em torno


de uma vogal; encontros vocálicos e consonantais podem ocorrer, dentro
da mesma sílaba ou em sílabas diferentes; isso será determinante na
separação silábica. Pois, regra geral, não se separam os elemementos da
mesma sílaba. Devemos observar o seguinte:

 não se separam as letras que representam ditongos e tritongos, como por exemplo:
Eu-ter-pe Pan-te-ão lín-gua
Mui-to Pas-coal nê-nia
Jun-giu Gua-ra-ná á-gua
 não se separam os encontros consonantais em início de sílaba, e os dígrafos ch, ln e
nh:
pneu-mo-tó-rax cli-chê par-ti-lha
psi-có-ti-co pa-lhi-nha o-clu-são
 separam-se as vogais de hiatos:
Go-ia-ba ca-ri-o-ca ca-í-a
Bi-ô-ni-co sa-í-da ba-ião
 os encontros consonantais, conforme a regra geral, com sons em sílabas diferentes:
dis-tin-to mar-te-lo or-gu-lho
pro-mís-cuo per-ten-ce par-que

 embora representem o mesmo som, são separados os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc
ex-ces-so nas-ça pas-so
bar-ro cres-cer abs-ces-so

Emprego do Hífen

Não é simples o uso do hífen, mas podemos agrupar as ocorrências, que


são um pouco numerosas; segue a relação de casos em que se deve
utilizar o hífen, marcadamente nos compostos.

Quando, em um composto, o sentido primário das palavras reunidas no


composto se altera, temos a necessidade de usar o hífen. Por exemplo, na
expressão oriunda da tipografia caixa-alta, para designar os tipos
maiúsculos (A, B, C etc.), temos expressão de significado totalmente
diverso da expressão simples “caixa alta”. O mesmo vale para chapa-
branca, etc.

Devemos empregar o hífen:

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 nos compostos, que constituem vocábulos novos, mantida a forma da palavra e sua
acentuação é o caso de bossa-nova; papel-jornal; coxa-creme; porta-estandarte;
decreto-lei; caixa-preta; ficha-limpa; mais-que-perfeito etc.
 em derivados de nomes, como no caso de sul-americano, são-paulino, villa-lobiano
etc.
 em compostos formados por adjetivos, como no caso de luso-brasileiro, lítero-
musical, greco-romano, verde-amarelo, sócio-econômico
 em compostos formados por verbos, como em quebra-quebra, pisca-pisca,
 em vocábulos com redobro de sílaba, muitas vezes onomatopéicos, como em blá-
blá; tique-taque; zum-zum
 nos compostos em que o primeiro elemento sofreu redução fônica, como em bel-
prazer (<bel(o)), grão-mestre (<gran(de)), nor-nordeste (<nor(te))
 nos nomes dos dias da semana, como segunda-feira, terça-feira etc.
 em nomes de cargos ou entidades em que o último elemento é a palavra geral,
como em procurador-geral, diretor-geral, corregedoria-geral.
 Em compostos com as palavras (adjetivos) de origem tupi açu, guaçu e mirim, como
em Canindé-açu, Mogi-Mirim;
 Nas expressões que designam plantas e animais, como em figo-da-índia, joão-de-
barro, erva-doce, cana-de-açucar.

Por outro lado, não se emprega o hífen em diversos casos, vejamos


alguns:
 Em compostos por justaposição, em que há maior fusão fonética e gráfica dos
vocábulos escreve-se uma única palavra, como no caso de aguardente,
malcheiroso, benfazejo, pontapé;
 Em certos compostos e expressões cristalizadas com função de nome, que possuem
clara unidade semântica, como bicho do mato, deus nos acuda, dia a dia, maria vai
com as outras, pé de pato (note-se que o hífen, no entanto, é empregado em água-
de-colônia, cor-de-rosa, arco-da-velha, pé-de-meia).

O Hífen dentro do vocábulo

Hífen e prefixo – certos prefixos são usados com hífen, outros não;
vejamos: quando o prefixo constitui outro vocábulo fonológico em relação
ao resto do vocábulo, com acento tônico autônomo, neste caso teremos
hífen entre o prefixo e o radical, como no caso de ex: ex-marido, ex-
eleitor, ex-campeão; da mesma forma, teremos necessariamente hífen
após os prefixos vice, pós, pré e pró, como no caso de vice-presidente,
pós-operatório, pré-datado, pró-reitor; estes últimos prefixos, quando não
recebem acento tônico ou têm a pronúncia fechada, não recebem hífen; é
o caso de predomínio, posposição, preconceito, procriar.

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No caso dos prefixos circum3 e pan, o hífen é necessário quando o


segundo elemento inicia-se por h, m, n ou vogal; vejam os exemplos:
circum-navegar, circum-mover, circum-adjacente; pan-americano, pan-
helênico, pan-magistral, pan-helênico.

No caso de hiper, inter e super, o hífen é obrigatório antes de palavra


iniciada por h ou r, como vemos em hiper-raro; super-hábil; inter-relação.
Da mesma forma nos casos dos prefixos sub, sob, ab4 e ad5, como em ab-
rogar, ab-rupto (sim!), sub-ramo, sub-humano, ad-rogar

Aliás, quanto às palavras iniciadas por h, em todos os casos teremos


hífen depois do prefixo, como em anti-herói, auto-hipnose, psico-história,
extra-horário, ultra-humano. Também se usa o hífen para separar o
prefixo do elemento subsequente quando a letra final do prefixo é igual à
inicial do elemento seguinte, como em auto-orientado, anti-inflamatório,
contra-almirante, micro-ônibus, semi-integral, poli-insaturado.

Acentuação gráfica

Na nossa língua contamos com alguns sinais para marcar a intensidade e


o timbre (tipo de som) das sílabas e das vogais. Temos o acento agudo,
que marca tônica e vogal de timbre aberto, como em jacaré; o acento
grave, utilizado para a crase (fusão fonética) entre preposição e artigo
feminino, como em às; o acento circunflexo, utilizado para marcar tônica
em vogal de timbre fechado, como em avô. Além disso, temos o til, usado
para marcar vogais nasais, como em não.

As regras que dão conta da acentuação estão associadas à posição da


sílaba tônica no vocábulo. Assim, as palavras oxítonas, que têm o acento
tônico na última sílaba, são acentuadas quando:
 Terminarem em vogal a, e, o abertos, seguidos ou não de s, com o uso do acento
agudo, como em cajá, abadá, serás, sepé, cafés, cafundó, ilhós. Também são
acentuadas as formas verbais em que a terminação é assimilada ao pronome oblíquo
de 3ª la, lo, las, los, de forma que passam a terminar em vogal, como no caso de
tomá-lo, sabê-lo (notem que o r

3
Apenas sob as regras do Acordo Ortográfico, cuja observância ficou adiada para 2016.
4
Idem
5
Idem

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 Terminarem em e ou o fechados, seguidos ou não de s; nesses casos será utilizado o
acento circunflexo, como em pavê, avô, alôs.
 Terminarem em em ou ens, como em também, parabéns
 Terminarem em ditongos abertos éi, éu, ói, como em anéis, céu, herói.

As palavras paroxítonas, que têm acento tônico na penúltima sílaba, são


acentuadas quando terminarem em:
 i ou u, seguidos ou não de s, como no caso de lápis, íris, tênis, bônus.
 um, uns, on, ons como em álbum, álbuns, fóton, mésons.
 Ditongo crescente, como em sério, ânsia, água, língua, facúndia.
 Vogais nasais, como em órgão, órfã, acórdãos.
 Nas consoantes r, n, l, x, ps, como em bíceps, Pólux, incrível, hífen, nenúfar.
0
As palavras proparoxítonas, em que a tônica recai sobre a
antepenúltima sílaba, são todas acentuadas. Veja, por exemplo, os casos
de azáfama, pândego, árvore, cânhamo, sinfônico, cândido.

Independente da posição, acentuam-se sempre o i e o u tônicos que não


formam ditongo com a vogal anterior, e forma sílaba sozinhos ou com s,
como em baú, cafeína, egoísmo, juízo, país, saúde; se i e u formarem
sílaba com as consoantes r, l, n, m, s z, não teremos acento; vejam, por
exemplo, demiurgo, contribuinte, ruim, rainha, camisa, juiz.
Temos ainda os acentos diferenciais, empregados para discernir uma
forma verbal de outra, idêntica se não fosse o acento. É o caso de pôde,
3ª do singular do perfeito do indicativo, e pode, 3ª do singular do
presente do indicativo. Assim também vêm, 3ª do plural do presente do
indicativo, e vem, 3ª do singular do presente do indicativo.

Apóstrofo

O apóstrofo indica a supressão de um som, de uma letra, geralmente no


verso, por exigência da métrica, como em of´recer, esp´rança,
minh´alma etc. De forma muito semelhante, indica a supressão da vogal
em expressões consagradas, ligadas pela preposição de : estrela d´alva,
galinha d´angola, copo d´água, pau d´água etc. Restringe-se a isso o uso
do apóstrofo.

Dúvidas comuns de grafia

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É comum que tenhamos dúvidas na escrita, quando nos deparamos com
sons que comumente são representados por sinais diversos, como o
fonema /s/, que pode ser grafado com S, C, Ç, XC, X, por exemplo.
Vamos relembrar que a ortografia é definida por dois parâmetros – o som
dos vocábulos e a origem histórica das palavras. Isso explica algumas
dificuldades. Vamos tentar relacioná-las.

S
Grafamos com s os sufixos formadores de adjetivo –ês, -esa, -isa,
apostos a substantivos: português, burguês, princesa, poetisa. Da mesma
forma, os derivados dos verbos correr, pôr, querer: corressem, excursão,
curso, posição, quis, impôs.
Naturalmente, os derivados de vocábulos grafados com s também serão
assim grafados: lapiseira, asneira. Após ditongo ou vogal, em posição
final ou medial, desde que não encerre a sílaba, o som /z/ será grafado s,
como em causa, pouso, pausado, causado, casado.
Antes de vogal nasal, o som /s/ será grafado s, como em malsã, tensão.
Notem que a grafia s corresponde ao som /s/ em posição inicial, como em
sopa, sapo, sinal. Nesta posição, dificilmente há dúvidas na escrita.

Emprega-se a grafia z em –eza, -iza, quando apostos a adjetivos: beleza,


agudeza, rapidez, higidez. Também emprega-se z com os sufixos –izar, -
ização, -al, -inho, quando não se escreve com s a palavra originária; é o
caso de cotizar, periodização, buritizal, cafezal, vovozinha. Lapisinho
(<lápis) deve-se à presença do s na palavra primitiva.

SS

Emprega-se o dígrafo ss na grafia dos derivados de palavras primitivas


com ss, como engessar, cassar. Grosso modo, se ocorre dentro da
palavra, entre vogais, o som /s/ será escrito ss ou ç, sendo representado
por s em posição inicial.
Os derivados do verbo ceder e seus compostos serão grafados com ss,
como cessão, concessão.

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C/Ç

Nos vocábulos derivados de ter e seus compostos, como retenção,


detenção, emprega-se ç. Após ditongos, com som de /s/, também:
compare-se louça e lousa; veja-se alça, foice. Também é comum o
emprego na grafia de muitos vocábulos de origem indígena, como Uruçu,
Paraguaçu. Naturalmente, derivados de palavras grifadas com c ou ç
também serão grafadas assim, como afiançar, adoçar.

Exercício

3. (FMP/TJ-AC/Assistente Jurídico/2010) Leia o texto abaixo para


responder as questões a seguir:

Texto:
CELEBRIDADES PALPITEIRAS -- Furio Lonza

1 Outro dia, estava zapeando como sempre a TV e me deparo com a Luciana


Gimenez falando sobre o massacre no Carandiru. Virei. Noutro canal, a Adriane
Galisteu especulava a possibilidade de recuperação dos rappers dependentes
químicos. Virei. Na MTV, uma “vijei” comos peitos tatuados dava dicas sobre sexo a
adolescentes absolutamentealucinados, que perguntavam sobre ejaculação
precoce, camisinha, suruba. Antes que eu encontrasse a Fafá de Belém falando
sobre a lei da gravidade, desliguei.
2 Nos jornais, celebridades de vários quilates e calibres escrevem diariamente
sobretudo, desde islamismo até o saldo da balança comercial. Na TV, pagodeiros
são questionados sobre a economia informal, dançarinas de axé musicfalam sobre a
alimentação mais apropriada aos golfinhos, modelos que pesam 30 quilos opinam
sobre o Fome Zero. Na maior calma, eles falam do Oriente Médio, criação de
camarões, futebol, BID, tipo assim, tá ligado? Dão a impressão de estarem num
boteco à beira-mar beliscando batatinhas chips e bicando um chope sem colarinho.
3 A pergunta é simples: por que a mídia passou a achar que qualquer um pode
expressar opiniões leigas sobre assuntos técnicos e eruditos só porque são
celebridades? Que cabedal ou estofo cultural têm cantores, modelos,
apresentadoras de televisão ou humoristas para deitarem & rolarem sobre assuntos
da atualidade, sem conhecerem a fundo temas complexos &delicados? E que
estrago isso pode fazer na cabeça do povo?
4 Pintou um assunto polêmico e lá está Caetano Veloso falando pelos cotovelos
sobre a matança de marimbondos no Pará ou a Fernanda Young opinando sobre o
aumento abusivo do seu Plano de Saúde. A quem interessa saber o que a Marisa
Orth diz sobre a invasão do Iraque? Já a Regina Case é um caso patológico. Com
seu estilo brejeiro, ela defende a preservação do mico-leão dourado e indigna-se
com a pesca predatória em Manaus.
5 Hoje, qualquer um pode meter o bedelho em tudo e, o que é pior, usa a coluna do
jornal em proveito próprio. No mesmo texto, o cara analisa a desastrosa política do
governo, fala do seu poodle que ele ama de paixão, diz que a Fernanda Lima é o
seu objeto de desejo e, de quebra, ainda elogia o último disco do Zeca Pagodinho.

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6 O Diogo Mainardi é um assunto de polícia. Entende de Getúlio Vargas,
decodificação do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se você procurar no dicionário a
palavra petulância, vai encontrar a foto dele.
7 Teve uma época na imprensa brasileira em que as atividades profissionais eram
estanques: quem escrevia sobre política era formado em sociologia, com pós-
graduação na Sorbonne; quem escrevia sobre economia era economista com
passagem em Harvard ou Berkeley; a arte ficava a cargo de estudiosos, críticos,
pesquisadores. Quem escrevia os editoriais eram caras com tempo de estrada,
tinham entrevistado personalidades nacionais e estrangeiras, possuíam bagagem.
8 Arnaldo Jabor é provavelmente a maior herança da era Collor. Quando o cinema
brasileiro entrou em colapso, o Jabor disparou a falar e não parou mais. Ele é um
deus grego, suas opiniões são disputadas a tapa, repetidas nas rodinhas de boteco,
glamourizadas. No Jornal Nacional, ele fala sobre tudo, cria metáforas, comete
simbioses e entropias, é retórico, implacável,obsessivo. Como cineasta, deveria
limitar-se a seu ofício.
9 Mas não. Eles todos_________, não conseguem se controlar, estão por cima da
carne-seca. Se dão o direito de falar ao pé do ouvido do público, como uma
_______ caseira_______ sabedoria em conversas ao redor da fogueira. São um
________de cronistas, editorialistas e fofoqueiros e atendem pelo pomposo título de
opinionmakers. Eles sorriem pelo canto dos lábios,franzem a testa, são irreverentes,
tudo para eles é emblemático, endógeno, virtual, aparecem na TV,escrevem nos
jornais e revistas, são celebridades, dão entrevistas em talk shows, publicam
livros,são ecléticos. Pior: têm toda a liberdade, ganham uma baba, são endeusados
pelo povinho letrado,querem ser reconhecidos pelas ruas em que passam, vivem
para dar opiniões mas, em geral, não teriam a mínima credibilidade num país sério.

As lacunas do último parágrafo são preenchidas correta e respectivamente pelas


palavras da alternativa:

(A) extrapolam – vovozinha – destila – mixto


(B) estrapolam – vovozinha – distila – misto
(C) estrapolam – vovosinha – distila – mixto
(D) estrapolam – vovozinha – distila – mixto
(E) extrapolam – vovozinha – destila – misto
_____________
Comentário:

Uma questão relativamente simples, que mistura a ortografia e a


interpretação de textos, temos de preencher as lacunas com a forma
ortograficamente correta. Notem, meus amigos, que só preenchendo as
lacunas podemos ler o texto integralmente!

À resolução, portanto. O primeiro segmento ficaria “Eles todos


extrapolam”, do verbo “extrapolar”, com significado de “ultrapassar os
limites”. Note que, com isso, eliminamos duas alternativas. O diminutivo
de “vovó” é corretamente grafado vovozinha, como todo substantivo
terminado em vogal não precedida de s, quando este mantem-se na
grafia (casinha, vasinho). Assim, de caju temos cajuzinho, de Vatapá,
vatapazinho, etc.

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O verbo destilar grafa-se com e, seu sentido originário é “deixar sair gota
a gota”, daí o sentido de “conversar miudamente”, como quem deixa
gotejar sua prosa. Chegamos ao final, com a palavra “misto”, que pode
causar dúvidas, pois vemos por aí a grafia “mixto”, no entanto é
incorreta, é na verdade um arcaísmo. Portanto, temos “extrapolam”,
“vovozinha”, “destila” e “misto”, o que corresponde à última alternativa.

Gabarito: e

Dificuldade comum na grafia é a oferecida pelas palavras semelhantes, os


parônimos, e os homônimos de grafia diversa, ditos não homógrafos,
palavras de mesmo som, sentido diverso e grafia diversa, como conserto
e concerto, que significam, respectivamente, reparação, ajuste, restauro;
e recital de música.

Para evitar essas “armadilhas”, pode ser útil a lista de parônimos e


homônimos abaixo, que explica o sentido de cada uma das expressões.

Ascender subir, elevar-se Acender iniciar o fogo


Acerca de A cerca de distância aproximada, no
espaço ou no tempo

indica tempo passado

Aferir - avaliar, medir, estimar, calcular Auferir - colher, obter, conseguir

Acético - relativo ou pertencente ao Ascético - aquele que se dedica à vida de


vinagre; ácido, acre. asceta, que exerce o ascetismo; de
hábitos frugais.
Temos ainda asséptico: relativo à
assepsia, ausência de agentes
infecciosos
Apreçar - ajustar o preço de, atribuir Apressar - tornar mais rápido, acelerar.
valor a
Aonde para onde, com noção de Onde- indicação de lugar (estático)
movimento
Bocal -abertura de vaso, candeeiro, Bucal - relativo à boca.
frasco, castiçal
Caçar - perseguir, dar caça. Cassar - anular.
Cessão ato de ceder Seção parte, subdivisão; temos ainda
Sessão, reunião, acontecimento
Comprimento extensão Cumprimento ato de cumprir;
saudação

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Decente - decoroso, limpo. Descente - que desce, vazante
Deferimento - concessão, atendimento. Diferimento -adiamento.
Descrição - ato de descrever, tipo de Discrição - qualidade daquele que é
redação, exposição. discreto, prudência
Descriminar não reputar crime certo Discriminar - distinguir, diferenciar,
ato. separar
Destratar - insultar. Distratar - romper um trato, desfazer um
contrato.
Emergir - vir à tona, subir. Imergir - mergulhar, descer
Emigrante - pessoa que sai do próprio Imigrante - pessoa que entra num país
país estrangeiro

Eminente -que se destaca, excelente, Iminente - que está prestes a ocorrer,


notável. pendente
Emitir - expedir, emanar, enunciar, Imitir - fazer entrar, investir.
lançar fora de si. .
Esperto - ardiloso, malicioso, sagaz. Experto - experiente, especialista, perito.
Espiar - espreitar, olhar. Expiar - redimir-se, purgar uma culpa
Espirar - soprar, respirar, estar vivo Expirar -expelir o ar, morrer; findar
(prazo)
Estância lugar onde se está ou Instância -jurisdição, ordem ou grau da
permanece, morada, hierarquia judiciária
paragem,estabelecimento rural
Estático - estar parado (como uma Extático relativo ao êxtase
estátua).
Estrato - camada (estrato social; Extrato - o que foi extraído de algo
sociedade estratificada = dividida em fragmento, resumo, sumo,essência
camadas)
Flagrante - evidente, fato que se observa Fragrante - que exala cheiro agradável,
no momento em que ocorre. aromático

.
Fluir - correr (líquido), passar (tempo). Fruir =- desfrutar, gozar
Incerto o que causa incerteza, Inserto - inserido, incluído.
duvidoso.
Incipiente - iniciante, inexperiente Insipiente - ignorante.
Inflingir - aplicar ou determinar uma Infringir - desobedecer, transgredir
punição; causar (dano)
Laço - laçada. Lasso - frouxo, cansado, dissoluto.
Mandado -ordem emanada de Mandato - período de missão política.
autoridade judicial ou administrativa.
Paço - palácio. Passo passada.
Pleito - disputa.. Preito - homenagem
Prenunciar - anunciar com antecedência. Pronunciar - exprimir verbalmente,

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articular as palavras
Prescrever determinar, recomendar; Proscrever - banir, expulsar
perder a validade
Tráfego trânsito Tráfico - comércio ilegal, negócio
indecoroso
Trás -parte posterior. Traz - forma do verbo TRAZER
Vadear - passar a vau, isto é, transpor Vadiar ação própria de vadio, levar
um rio a pé ou a cavalo. vida ociosa, andar à toa
Vultoso - de grande vulto, volumoso. Vultuoso - atacado de vultuosidade
(estado mórbido em que a face e os
lábios se incham e avermelham)

4. VUNESP /CRF-SP/2009
Assinale a alternativa em que a frase está escrita de acordo com a norma
culta.
a) Os organizadores da prova deverão descriminar, por profissão, todos
os ciclistas participantes.
b) Os organizadores ratificaram o calendário, pois as datas ali publicadas
estavam incorretas.
c) O ciclista foi tachado de irresponsável pelos motoristas que trafegavam
pela mesma via.
d) Calvin dirigiu-se com o pai à sessão de brinquedos de uma loja para
escolher sua bicicleta.
e) Os espectadores tomaram acento nas arquibancadas e assistiram à
demonstração dos ciclistas.
_____________
Comentários:
Meus caros, notem que descriminar é homófono, tem o mesmo som, que
discriminar, este com o significado de diferenciar, distinguir, aquele com o
sentido de fazer certa prática deixar de ser crime. Além disso, são
parônimos ratificar, com sentido de “confirmar”, “reiterar”, e retificar,
com sentido de “corrigir”, “sanar erros”. Homófonos também são sessão,
“reunião”, “encontro”; cessão, “ato de ceder”, e “seção”, parte,
departamento. Da mesma forma, acento é “marca de intensidade”,
“caráter”, e assento, “lugar para sentar-se”.

Gabarito: C

Meus caros, com os homônimos e parônimos, encerramos nosso estudo


da ortografia. Vamos resolver algumas questões, que comentei, para
rever toda a matéria estudada.

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Questões comentadas

5.VUNESP/TRF/2002
Assinale a alternativa correta quanto à ortografia e/ou acentuação.
a) O IBGE anuncia que a espectativa de vida do brasileiro cresceu 2,6
anos em relação à decada passada.
b) O ato terrorista provocou um retrocesso nas liberdades civis e
implantou o medo em escala planetária.
c) O atentado levou ao aciramento da convivencia possível no Oriente
Médio e fortaleceu a extrema direita belicista.
d) O naufragio foi resultado de uma seqüência de três esplosões numa
das partes do navio.
e) Um consórsio internacional formado por tres médicos anunciou a
intenção de produzir clones para casais sem filhos.
____________
Comentários:

Meus caros, expectativa é grafado assim, com x; notem o seguinte: quem


espera, olha de fora os acontecimentos, eis aí a etimologia: ex spectare
(olhar). E década é paroxítona, cuja tônica deve ser sempre acentuada
graficamente. O r intervocálico velar ou úvula é grafado com o dígrafo rr,
é o caso de acirramento; convivência, paroxítona terminada em ditongo
crescente, é acentuada. Aliás, pelo mesmo motivo acentua-se naufrágio.
E explosão é outro caso em que o som /s/ é grafado com x. Novamente o
som /s/ é solicitado, em consórcio, que é grafado assim, com um c. E o
monossílabo três, como vimos, é acentuado, terminado em e fechado.

Gabarito: B

6. VUNESP /TJ-SP/2002
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente
grafadas.
a) Critica-se o novo gerente por dispender recursos de forma exagerada,
sem ter compreenção do momento difícil por que passa a empresa.
b) Como houve rescisão do contrato, não está havendo expediente na
concessionária de serviços terceirizados pelo estado.
c) A ascenção social buscada por todos depende de muito trabalho; se
ocorre paralização das atividades, as chances de sucesso diminuem.
d) Gestos expontâneos como os dele não se vêem todos os dias,
especialmente porque muitos costumam presentear para poder
monopolisar as atenções.
e) Os progressos vistos atravéz dos tempos indicam que a humanidade
não cessa de pesquisar novos produtos, no percurço para atingir o bem-
estar.

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____________
Comentários:

Uma questão toda dedicada ao som /s/ e suas grafias. Em compreensão,


não temos ditongo, mas hiato precedendo o s (lembrando que o ditongo
justificaria a grafia ç, conforme estudamos). Em ascensão, temos dois
sons s, grafados sc o primeiro, e s o segundo; em paralisação, temos s,
vejam as palavras primitivas paralisar, paralisia.
Em espontâneo, temos a grafia com s, não há aqui historicamente o
prefixo ex a justificar a grafia x, apenas a vocalização da consoante inicial
histórica (lat. Spontaneus) ficou consagrada na grafia. Em monopolizar,
não temos s na palavra primitiva (monopólio), portanto escreve-se com z
o derivado sufixal em –izar. Por fim, vemos que através escreve-se com s
final, como acontece em posição final, com a vogal aberta; por fim, em
percurso temos a grafia s, notem a palavra originária curso.

Gabarito: B

7. AFR-SP/1997 - VUNESP
Assinale a alternativa correta quanto à grafia das palavras.
a) A cidade tem muros e paredes pixados, e há muita rixa entre os
políticos.
b) É crime de lesa-magestade dirigir-se diretamente a membros da
realesa.
c) O meritíssimo juiz mostrou total descortino ao resolver a pendência.
d) Há remédio mais eficiente para a desinteria, o qual acaba com o mau-
estar.
e) Passou mal e, porisso, foi internado na Beneficiência Portuguesa.
____________
Comentários:

Pichar, meus amigos, é grafado com ch; significa “escrever ou rabiscar


em muros ou paredes”, e tem origem em “passar piche em”. Em b, a
questão diz respeito à grafia do som palatal-alveolar sonoro /j/; no caso
de majestade, a grafia é j, temos os derivados majestoso e majestático.
Aqui a grafia está baseada no som, pois a letra j em nossa língua não
possui outro som (g, por outro lado, representa mais de um som), e na
história também (lat. Major, majestas – provavelmente uma semivogal
era representada por j, depois tornou-se palatal – o som mudou, a grafia
não). Além disso, realeza se escreve com z; é o caso do sufixo –eza, -iza,
formando substantivos a partir de adjetivos (real) – grafa-se sempre com
z.
Em d, temos troca de posição de vogais em disenteria, o nome correto da
afecção; vejam que o erro de grafia é bem comum. Aqui, como em todas
as doenças e palavras do ofício médico, a origem é grega. Por outro lado,

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notem que mal-estar é composto com o advérbio mal, e não com o
adjetivo mau; aqui, o conhecido macete de opor mal e bem, e mau e bom
resolve qualquer dúvida. Por fim, temos um erro óbvio, por isso sempre é
grafado separadamente, e um não tão óbvio, que pega muita gente:
beneficência é grafado desta forma, não há o encontro vocálico iê; origem
histórica: lat. Bene + facere (fazer).

Gabarito: C

8. VUNESP/TJ-SP/2010
Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas graficamente
pelos mesmos motivos que justificam, respectivamente, as acentuações
de: década, relógios, suíços.
a) flexíveis, cartório, tênis.
b) inferência, provável, saída.
c) óbvio, após, países.
d) islâmico, cenário, propôs.
e) república, empresária, graúda.
____________
Comentários:

Meus caros, observem que década é um vocábulo proparoxítono, a sílaba


tônica é a antepenúltima; relógios é uma paroxítona terminada em
ditongo crescente, e em suíços temos sílaba tônica que recai em hiato,
formado por i ou u. Assim, a única alternativa que apresenta acentuação
de motivação idêntica é a última.

Gabarito: E

9 (FMP/Câmara Sta. Bárbara d´Oeste/Jornalista/2010)


Leia o texto abaixo para responder a pergunta a seguir

Legislar o riso e sacralizar o poder?


Roberto da Matta

1 Toda tentativa de tolher a liberdade de expressão engessa e, no fundo,


tenta realizar aquiloque é básico numa democracia competitiva e
igualitária: a discussão política que marca diferenças e estabelece limites
para a multiplicidade de perspectivas vigentes num sistema centrado no
cidadão. No Brasil, temos leis para tudo. Tantas, que até existe uma certa
desconfiança de que o aparato torna os grandes bandidos “imprendíveis”.
Temos leis até para regular como as pessoas devem ser presas, porque

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se elas forem importantes, deve-se evitar a “espetacularização”, que em
todos os lugares algema, numa prova cabal de que a polícia cumpriu o
seu papel. Um país com uma etiqueta para aprisionar me preocupa. Estou
convencido de que se tivéssemos uma Futebolbrás, jamais teríamos sido
pentacampeões do mundo, porque a convocação e nosso jogo seria
legislado, algo que muitos sentem falta. Seria proibido perder Copas do
Mundo e a prática exclusiva do “futebol arte” seria estabelecida por lei!
2 Como ter confiança na lei se desconfiamos da polícia e a polícia
desconfia dela própriaporque, tal como ocorre com as leis (e com a ética),
temos muitas polícias para deleite dos bandidos e advogados?
3Digo isso porque uma interpretação antidemocrática do artigo 45 da Lei
das Eleições, em vigência desde de 1.º de outubro de 1997, que reprime
usar o humor com foco em partido ou candidato em período eleitoral, fere
a liberdade de expressão e vai abrir um sério combate entre os que estão
no poder e não gostam de liberdade, e os humoristas que dela vivem.
Entre seriíssimos donos do poder e risonhos carnavalizadores profissionais
– os humoristas -, cuja profissão é promover uma simbólica e galhofeira
troca de lugar. A tal troca de lugar capaz de provocar o riso de si mesmo,
esse apanágio que Bergson dizia ser exclusivamente humano já que os
crocodilos choram, o que não é caso de nenhuma besta quadrada,
sobretudo as que chegam ao poder. No Brasil, um poder perpetuamente
onipotente odeia e recusa o erro. Por isso, todo poderoso tem tanto medo
do riso que o traz de volta ao plano da cidadania. Se os comuns não
suportam a politicalha diária, os poderosos detestam o riso.
4 Num livro famoso, Mikhail Bakhtin ajuda a ................. esse assunto
que talvez venha a sermais excitante do que o debate eleitoral. ............
o riso não combina com eleições e candidatos, no caso do Brasil, quando
em países igualitários e democracias estabelecidas ele corre solto
justamente nessa época?Bakhtin – como Freud – ............ acima de tudo
a capacidade do humor de, pelo riso humano orgulhoso e zombeteiro,
enfrentar (e vencer) a dor, as adversidades, o destino e a morte. De fato,
nosso pior inimigo fica mais .............. diante de uma gargalhada do que

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de um revólver. A própria desgraça recua se alguém se atreve a
ridicularizá-la. Ainda mais nesta vida que não merece mais do que uma
boa anedota.
5 A tentativa de reprimir o humor em período eleitoral é coerente com a
liturgia que cerca odebate cheio de dedos dos presidenciáveis. Ela põe a
nu quanto o nosso sistema de poder protege, dignifica, hierarquiza e
sacraliza o governante. E quanto somos coniventes com isso. O medo do
riso é o medo da igualdade que o momento eleitoral inevitavelmente
demanda e revela. Seria possível proibir o riso e o humor neste momento,
como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si
próprios?
6 Falamos muito de “realidade” e pouco dos seus símbolos. A mentalidade
“legislerante” é umaclara tentativa de arrolhar o dia a dia. Ela é a
responsável por esse universo de leis que promovem o famoso axioma do
“é ilegal, e daí?”, a prova mais clara de que, entre nós, as leis não
acompanham o bom senso. Amordaçado o riso, o poder sacraliza-se
porque não há mais a liberdade de desafiá-lo e usá-lo como uma fonte de
alegria – um dos modos mais legítimos de mostrar a face humana dos
poderosos.
7 No nosso universo político, a mentira, um ininteligível economês falado
mais com os dedos do que com o coração, as promessas de que, como
“pai” e “mãe”, se vai cuidar do povo (haja saco e paciência!) são
dominantes. Neste palco, sempre reinou o medalhão oportunista, tarado
pelo poder; esse farsante soturno que malandramente usa a máscara da
igualdade para ampliar seu mandonismo. Hoje, esse papel fica mais duro
de ser desempenhado, pois a pressão por transparência e igualdade exige
menos hipocrisia (esse apanágio do populismo lulista) e mais coerência
(que exige administrar honestamente mais do que “cuidar” como pai ou
mãe do povo). É ofensivo rir de um poderoso? Pode-se fazer uma lei
impedindo gargalhar de uma besta quadrada que aspira ao poder? Nas
ditaduras, o sujeito morre; nas democracias, vive-se disso. Dessa
relativização por meio do riso que – como a morte – iguala

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definitivamente, mostrando que se hoje estamos no poder, amanhã dele
sairemos.
Fonte: Jornal “O Estado de S. Paulo” – 25/08/10

Considere as lacunas no quarto parágrafo e assinale a alternativa que tem


as palavras que as completam adequadamente.

(A) desvendar – Porque – enfatiza – aterrorizado


(B) disvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado
(C) desvendar – Porque – enfatisa – aterrorisado
(D) desvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado
(E) disvendar – por que – enfatisa – aterrorizado
___________
Comentários:

Uma questão de ortografia, temos de preencher as lacunas do 4º § do


texto.
Na primeira alternativa, temos o prefixo des-, de origem latina,que se
pode confundir com o prefixo dis-, de origem grega; o prefixo des- tem o
sentido de negação, separação, afastamento; desvendar significa “tirar o
véu”. O prefixo dis- é usado mais em vocábulos eruditos, tem sentido
semelhante, essa é a dificuldade. Exemplos distopia, dispespsia, distonia;
tem sentido de negação, e ausência.

No caso de interrogativa expressa, com ponto de interrogação, temos a


escrita por que, separados. As duas outras alternativas tem relação com
verbos da 1ª conjugação terminados em -isar ou –izar. Em caso de
dúvida, é preciso verificar a palavra do qual derivam.

Os verbos terminados em –isar são derivados de nomes em que o s faz


parte do radical; assim, -isar na verdade não é um sufixo verbal, apenas
o –ar, sufixo normal da 1ª conjugação. O segmento –is- é parte da raiz.

Assim, temos os verbos analisar, paralisar, pesquisar, pisar, derivados de


análise, paralisia, pesquisa, piso, e assim por diante.

Por outro lado, a terminação –izar é de fato um sufixo verbal, com o


sentido de “tornar”, “transformar em”; temos urbanizar, de urbano;
colonizar, de colono/colônia; radicalizar, de radical. E Aterrorizar, de
terror (também com um prefixo).

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Agora, o aluno atento pergunta, então “ênfase”, grafado com s, terá um
verbo derivado com s? Não, no caso há alternância na consoante final; as
formas mais distantes da sílaba tônica sofrem transformações, se o s
fosse mantido no radical teríamos a forma *enfasar ou pior ainda,
*enfasear, que obviamente não existem. O s cai e dá lugar ao t antes do
sufixo, exatamente como em enfático.

Gabarito: d

10. (FMP – TJ/AC – 2010) - O substantivo VAZAMENTO, no texto, está


corretamente grafado, porque vem do verbo VAZAR com Z. Essa mesma
relação de ortografia – palavra primitiva com Z = palavra derivada com Z
- pode ser feita com todas as palavras abaixo, exceto:
(A) li___o / ali_ar.
(B) bali_a / bali_ar
(C) desli_e / desli_ar
(D) va_io / esva_iar
(E) _ebra / _ebrado
__________
Comentários:

Uma questão de grafia, sobre alternância de s e z. Temos as palavras


zebra, vazio, deslize e baliza, todas grafadas com z, assim como seus
derivados zebrado, esvaziar, deslizar e balizar; apenas o adjetivo liso, na
primeira alternativa, é grafado com s, assim como o verbo derivado
alisar.

A questão, como se vê, é bem simples.


Gabarito: a

11-(ESAF-SUSEP/2010) Assinale a opção em que o texto foi transcrito


com erro gramatical no termo sublinhado.

A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos


quais(A) as eras históricas, que são nomeadas pelos respectivos sistemas
de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade,
entraram em crise, sendo(B) enfim substituídas implacavelmente em
escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este,
passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O

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imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até a bem(C) pouco
tempo, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o
socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de
morte. As dúvidas são hoje graves, mas a hipótese de que(D) as fases
não só se encadeiam mas se ultrapassam é ainda um cânon de leitura
poderoso, parecendo imbatível quando se examinam(E) os períodos de
transição.
(Alfredo Bosi, O tempo e os tempos. In: Adauto Novaes (org.), Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras,1992, p.21, com adaptações)
a) (A)
b) (B)
c) (C)
d) (D)
e) (E)
__________
Comentários

Temos de examinar as palavras sublinhadas, no contexto em que estão,


para julgar se há erro “gramatical”; a questão será resolvida pelo
conhecimento de ortografia. Observem o uso correto do relativo no trecho
A, a aplicação perfeito da gerúndio em B. Em C, teremos um erro em até
a bem pouco tempo; de fato, a grafia dos vocábulos há e a é que está em
questão. Pois no trecho temos uma expressão equivalente a “faz pouco
tempo”, com o verbo “haver”. É nossa alternativa, pelo visto.

Em seguida, temos o uso correto da preposição de, regida pelo nome


hipótese, como em A hipótese da geração espontânea, seguida pela
conjunção que, a introduzir oração subordinada adjetiva restritiva. O
último segmento destaca o uso de se como pronome apassivador, na
formação de voz passiva sintética, tópico a ser estudado na aula dedicada
à sintaxe.

Gabarito:C

12 – (ESAF – SUSEP/2010)- Assinale a opção que corresponde a erro


gramatical ou de grafia de palavra inserido no texto.
A manutenção dos empregos é um atestado de que(1) os agentes
econômicos, embora(2) assustados com as repecurssões(3) da crise nos

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países mais desenvolvidos, não perderam a confiança na economia
brasileira. Não foi sem motivo. Graças aos sinais emitidos pelo próprio
governo de que a crise seria encarada sem abalos na estrutura do
combate à(4) inflação, no câmbio flutuante e com o menor sacrifício
possível da política de superávits primários, já se sabia que a economia
brasileira teria condições inéditas de escapar dos piores efeitos da
situação. Mesmo tendo enfrentado(5) uma recessão, caracterizada pelo
desempenho negativo do PIB por dois semestres seguidos, e de sofrer
forte pressão por mudanças no câmbio, o governo sustentou a política
econômica.
(Adaptado de Estado de Minas, Editorial, 19/02/2010)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
__________
Comentários

Questão em que o examinador interpola erros em um texto, que temos de


identificar.

Nesse caso temos um erro crasso de grafia, nem vou analisar as demais
alternativas; vejam que, em (3), o vocábulo “repercurssão” não existe. É
similar ao vocábulo correto “repercussão”, que tem o sentido de
“reverberar”, “reproduzir”, “divulgar”. Vamos a uma pequena análise
morfológica: “percutir” é bater, “repercutir” é derivado pela adição de
prefixo, com sentido de “rebater”, “bater reflexamente”. Vejam a ligação
entre a morfologia e o significado. Aquilo que tem eco é o que repercute,
como quem bate insistentemente num tambor.

Por acidente, temos a palavra “percurso”, mas não há o derivado prefixal


“repercurso” – o que seria isso, talvez um caminho percorrido ida e volta?
Desse, poderíamos derivar o aumentativo repercussão; mas agora eu
estou brincando com as palavras, para demonstrar que muitas vezes a
semelhança da forma leva a erros.

Gabarito:C

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13 –(ESAF – CVM /2010) Os trechos abaixo compõem um texto de José


Carlos Moutinho. Disponível em http://www. correiocidadania.com.br
/content/view/5162/9/ (acesso em 27/10/2010). Assinale a opção em que
o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta.

a) A história da Internet demonstra que esta surgiu primeiramente nos


meios militares norteamericanos, no auge da Guerra Fria, tendo sido
então extendida para os meios acadêmicos. Desde os seus primórdios
(Arpanet), a Internet visa à processamento e transmissão de grande
quantidade de informações e dados, para a formação de conhecimento.
b) A Internet, a partir de 1994, ganhou diversidade tecnológica, agilidade
e interface, e esses fatores facilitam a operacionalidade do internauta no
acesso à informação. Como resultado de anos de trabalho de
armazenamento de dados, a Internet constituiu um imenso banco de
dados disponível a todo cidadão.
c) A Internet (pela sua diversidade, rapidez, interatividade e
instantaneidade) contribue muito para a socialização do conhecimento. No
entanto, a grande rede tem sucitado diversos debates sobre sua
capacidade de contribuir para a formação do pensamento, conhecimento
e inteligência.
d) A Internet, entre outros meios digitais favorece muito para o acesso a
informação e ao conhecimento do leitor digital. Mas isso tudo é apenas
um passo para a pessoa adquirir outra faculdade em direção ao sucesso
na vida e ajudar o próximo: a inteligência, a faculdade de entender,
pensar, raciocinar e interpretar.
e) Esse é o desafio que está ocupando especialistas em Educação no
Brasil, ou seja fazer com que o brasileiro deixe de ser analfabeto funcional
– a pessoa que lê textos, mas não consegue entende-los e interpreta-los.
__________
Comentários

Nesta questão, temos de localizar a alternativa correta, e a ortografia é


um dos critérios mais relevantes para chegar à resposta correta. A
primeira contém erros de grafia (norteamericanos, por norte-americanos;
extendida por estendida), e de regência, em “...visa à processamento e
transmissão...”, em que seria admissível o uso apenas da preposição (visa
a), ou de preposição e artigo, respeitando-se o paralelismo e

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concordância de gênero (ao processamento e à transmissão). Podemos
descartar a alternativa.

A segunda alternativa, embora estilisticamente pobre, tanto pela escolha


de palavras (operacionalidade), quanto pela repetição (dados...dados),
não contém erro gramatical, de regência, de concordância, de grafia; tem
grande chance de ser nossa escolhida. Vejamos as restantes.

Na terceira, temos erros indiscutíveis na grafia de contribui e de


suscitado, além da quebra do paralelismo na regência de preposição em
“formação do pensamento, conhecimento e inteligência”. Em d, temos
diversos erros: falta de vírgula depois de digitais a isolar o adjunto
interposto entre sujeito e verbo, regência (favorece para), crase (acesso à
informação), outro erro de regência – em direção ao sucesso na vida e a
ajudar o próximo, que mesmo corrigido não salva muito a redação do
trecho. Enfim, é a alternativa com mais erros.

Em e, vemos que a expressão ou seja, que introduz uma explicação, tem


de estar isolada entre vírgulas quando ocorre no meio da frase. Além
disso, temos a falta de acentuação dos verbos com pronome oblíquo
posposto, no final.

Gabarito:B

14 –(ESAF/2010) O texto a seguir foi transcrito com erros. Assinale o


único trecho que atende plenamente às prescrições gramaticais.

a) Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são


aí distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de
acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais
desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e
o capital cultural.
b) Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de
capital global, como empresários, membros de profissões liberais e
professores universitários, opõe-se globalmente aqueles menos providos
de capital econômico e de capital cultural, como os operários não
qualificados.

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c) Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital
econômico e do capital cultural no patrimonio dos agentes sociais, os
professores – relativamente mais ricos em capital cultural que em capital
econômico –, estão em oposição, nitidamente, aos empresários –
relativamente mais ricos em capital econômico que em capital cultural.
d) O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de
posição, pela intermediação do espaço de disposições. Em outras
palavras, ao sistema de separações diferenciais que definem as posições
nos dois sistemas principais do espaço social corresponde um sistema de
separações diferenciais nas propriedades dos agentes sociais.
e) À cada classe de posições correspondem uma classe habitus (ou de
gostos) produzidos pelos condicionamentos sociais e, pela intermediação
desses habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades,
vinculadas entre si por uma afinidade de estilo.
(Texto adaptado de Pierre Bordieu. Razões práticas: sobre a teoria da
ação. Campinas, SP: Papirus, 1996, p.19.)
___________________
Comentários:

Aqui, um trabalho de revisão de textos, de detecção de erros, em que


mais uma vez a ortografia será determinante. Temos de detectar os
diversos erros constantes das alternativas. Vamos a elas.

Em a, temos já de cara um erro de grafia, pois o verbo construir na 3ª do


presente do indicativo grafa-se constrói. Não vamos tratar das vírgulas
opcionais, que poderiam ser usadas nos períodos; concentremo-nos nos
erros – temos mais um na alternativa, em “em sociedades mais
desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes” – o advérbio sem
dúvida deveria estar isolado entre vírgulas, ou sem nenhuma – a
pontuação como está, com vírgula apenas depois de dúvida, contém erro,
pois a vírgula separa o verbo de seu objeto. De qualquer forma, já
havíamos descartado a alternativa.

Em b, temos um erro no trecho “opõe-se globalmente aqueles menos


providos de capital”, em que o verbo deveria concordar com o sujeito
plural detentores; além disso, o verbo opor-se (pronominal ou reflexivo?
lembram-se?) rege a preposição à, teríamos objeto direto, com crase em

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àqueles menos providos... Na alternativa seguinte, encontraremos um
erro na grafia de patrimônio, em que faltou o acento.

Na d, meus caros, nem tentem entender o enunciado, eu pelo menos não


entendi; temos de nos ater à concordância e à pontuação, lendo a forma
sem sequer olhar para o conteúdo. E vemos que não há erro, é a nossa
alternativa; mas que enunciado, hein?

Não há artigo no início de e, em “À cada classe”, temos apenas


preposição, como constataremos se trocarmos por para cada classe, em
que nitidamente não há artigo. A crase está portanto incorreta. Temos
ainda o uso de um vocábulo latino, portanto estrangeiro; sem dúvida falta
a preposição, em “uma classe habitus (ou de gostos)”, antecedendo
habitus. A palavra estrangeira torna-se sintaticamente “nacionalizada”
quando empregada em discurso em nossa língua, embora seja um
problema complexo esse. Achei temerário o emprego de palavra
estrangeira na questão, de toda forma a identificação do erro na
alternativa não dependia disso.

Gabarito: D

15. FCC – TRE-PR/2012


1. A frase correta do ponto de vista da grafia é:

a) Era grande a insidência de casos de enjoo quando era servido aquele


alimento, por isso o episódio não foi tratado como exceção, atitude que
garantiu o êxito das providências.
b) Em meio a tanta opulência da mansão leiloada, encontrou a geringonça
que, tratada criativamente por ele, garantiu por anos seu apoio a
entidades beneficientes.
c) Seus gestos desarmônicos às vezes eram mal compreendidos, mas seu
jeito afável de falar, sem resquícios de mágoa, revelava sua intenção de
restabelecer a paz entre os familiares.
d) Defendeu-se dizendo que nunca pretendeu axincalhar ninguém, mas as
suas caçoadas realmente humilhavam e incitavam à malediscência.
e) Sempre ansiosos, desenrolaram no saguão apinhado a faixa com que
brindavam os recém-formados, com os seguintes dizeres: "Viagem
bastante e divirtam- se, nobres doutores".

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_____________
Comentários:

Uma questão de ortografia, temos de determinar onde há erro para saber


qual a alternativa correta, por exclusão. Vejam, na a, a grafia incorreta de
incidência, que deve ser grafado assim, com c, derivado do verbo incidir.

Em b, temos que a grafia correta do adjetivo que significa “próprio


daquele que faz o bem ao próximo” é beneficente, e não *beneficiente,
conforme sugere a alternativa. Nossa opção deve ser a c, vejamos as
outras por desencargo: na d temos logo dois erros, pois achincalhar e
maledicência devem ser grafados desta forma. Na última, temos confusão
entre g e j na grafia do verbo “viajar”, na forma do presente do
subjuntivo: “que vocês viajem”. A grafia “viagem” é do substantivo.

Gabarito: C

16 – (FCC – TRE/AC/2010)
Eleições antigas

Minhas primeiras memórias dos dias de eleição


remontam ao primeiro ano primário, quando, do alto dos meus sete anos,
admirava a profusão de cédulas de papel, que atulhavam as calçadas e as
ruas, ou bailavam no ar,subitamente sacudidas por ventos que nunca
faltaram, bem me lembro, nas ladeiras da minha cidade. Muito antes da
votação eletrônica (confesso: antes mesmo de haver televisores nas
casas), essas cédulas eram já os votos que o eleitor devia colocar na urna
de sua seção eleitoral. Eu não entendia bem o motivo mesmo daqueles
dias agitados, mas as crianças amam qualquer coisa que quebre a rotina.
E um dia de eleição era um dia especial.
Gravações de falas, de slogans e de jingles de propaganda, que
circulavam em carros armados com altofalantes, ajudavam a criar um
clima festivo de feriado, embora nenhum menino atinasse exatamente
com as razões cívicas de tanta balbúrdia. Anos mais tarde, com a seca de
eleições durante os longos anos de ditadura, pude sentir de modo
especial o significado daqueles dias.
Mas nem tudo era festa. Volta e meia irrompiam discussões, às
vezes ásperas, entre simpatizantes de diferentes candidatos. Da janela de

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casa, em que todos os dias do anogastava pelo menos uma hora “a espiar
o movimento”, meu pai provocava amistosamente o vizinho do outro lado
da rua, que tinha o mesmo hábito da janela: “O seu Ademar já perdeu...”.
A resposta vinha na hora: “Veremos, veremos...”. Aprendi que esse
“veremos” significava ficar muitas horas, nos dias seguintes, a
acompanhar as apurações pelo rádio. Eu acabava torcendo, é claro, para
o candidato de meu pai (que sempre era, também, o de minha mãe),
embora não tivesse a menor ideia do que representaria de fato uma
eventual vitória. Quando Juscelino se anunciou candidato, meu pai disse
que não votaria numa pessoa com sobrenome “impronunciável”. Nem
sempre ele se balizava por critérios eminentemente ideológicos.
Ainda acho, tantas décadas mais velho, muito especiais os dias de
eleição. Alguma coisa daquela antiga festividade retorna, na animação
que toma conta das cercanias das escolas onde se vota. Fico às vezes
parado, ali por perto, depois de votar, olhando os meninos que brincam
na rua, olhando as janelas das casas, onde às vezes há alguém
debruçado, a espiar o movimento.

(Aristides Silvério, inédito)

Está correto o emprego de seção, em seção eleitoral (1º parágrafo ),


assim como está correto o do termo sublinhado na frase:

a) A secção em que se deveria homenageá-lo foi adiada para a próxima


semana.
b) Ele se indispôs contra a seção de seus direitos em favor de tantos
parentes e contraparentes.
c) Na sessão para a qual foi indicado para assumir nova função, o chefe é
reconhecidamente um intolerante.
d) Não houve como obter dele a cessão de seu posto para um colega mais
experiente.
e) A sessão longitudinal dessa planta expôs os vestígios do parasita que a
fez definhar.
___________
Comentários:

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Uma questão sobre parônimos homófonos, palavras que soam iguais, mas
têm sentido e grafia diferente. Sabemos já que “seção” ou “secção” é a
parte de um todo, o corte; “sessão” é um ato, um acontecimento, um
período de tempo; “cessão” é ato de ceder. Assim, vemos que a única
alternativa correta é a d, pois em a deveríamos ter sessão, em b cessão,
em c seção, e em e secção.

Gabarito: D

17 – FCC- TRE/RS – 2010


A frase em que a palavra destacada esta empregada de modo equivocado
é:

a) Inerme diante da ofensiva tão violenta, não lhe restou nada a fazer se
não render-se.
B )Há quem proscreva construções lingüísticas de cunho popular.
c) Fui informado do diferimento da reunião em que o fato seria analisado.
d) A descriminalização de algumas drogas é questão polêmica.
e) A flagrância do perfume inebriava a todos os convidados
___________
Comentários

Outra questão que trata da paronímia, em a a grafia “inerme” é correta, o


significado é “desarmado”, “sem defesas”; em b, sem problemas, o termo
sublinhado significa – há quem afaste, recuse, proíba as construções
populares; em c, temos “diferimento”, ou seja, o adiamento; em d, a
“descriminalização”, palavra longa em voga hoje em dia, com o sentido
de “descaracterizar um ato como crime”. Temos erro, por fim, na última
alternativa, pois o aroma do perfume é sua fragrância.

Gabarito: E

18 – FCC – TRE/PE -2004


Encontram-se palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

a) Algumas tribos indígenas almejam a expansão de seu território, com a


demarcação oficial da área que habitam.

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b)A visão de um paraíso natural onde índios vivam em harmonia parece
estar em desacordo com a atual realidade extrativista.
c) Os colonizadores demonstraram enorme incomprenção dos costumes
indígenas, regeitando-os, devido a sua formação religiosa.
d) Uma hipótese consiste em reconhecer certos direitos dos índios, como
a utilização sustentável da floresta, que gera recursos para as tribos.
e) Existem as chamadas unidades de conservação, cujo objetivo se volta
para a manutenção da floresta e especialmente para animais em risco de
extinção.
____________
Comentários

Temos dois erros crassos de grafia na alternativa C, em que vemos a


palavra incompreensão, em que temos um hiato grafado com duas vogais
iguais; a grafia neste caso é histórica, remonta ao latim comprehendere,
“unir, juntar (peças)”. De fato, quem compreende junta peças, não?
Notem que havia um som aspirado, que não existe mais, mas a grafia das
duas vogais mantém-se. Nossa pronúncia varia: pode haver ditongo
crescente, ou mesmo uma única vogal nasal (compryendi; comprende)

Gabarito: C

19 FCC – TRE/AM/2003

Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:


a)Regimes de exceção usam meios repressivos e autoritários para
dominar minorias subjugadas, em flagrante desrespeito a seus direitos.
b)Pessoas famosas, que gozam de uma situação privilegiada, colocam-se
na defesa de populações abandonadas à própria sorte.
c)Associações civis organizadas são indispensáveis na defesa dos direitos
humanos e da paz, em qualquer lugar do planeta.
d) Encontram-se espalhados pelo mundo contingentes de expatriados,
que fogem dos maus tratos impostos por governantes autoritários.
e) A expanção das comunicações por todo o globo estabelece um
controle, nem sempre eficaz, dos horrores a que populações estão
sugeitas.
___________
Comentários

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Temos erros de grafia na última alternativa, com o uso incorreto do ç em


expansão, e do g em sujeitas, que devem ser grafadas desta forma.

Gabarito: E

20 FGV – Polícia Civil – RJ/2009

Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam destacadas


corretamente.

a) privilégio - obcecado - malsucedido


b)infra-estrutura - contra-filé - empecilho
c) avaro - rúbrica - autocontrole
d) hesitar - analisar - paralizar
e) possui - ageitar - cãibra
________________
Comentários:

Meus caros, notem que o verbo ajeitar é derivado de jeito; paralisar e


paralisia são grafados com s; rubrica é palavra paroxítona, e assim deve
ser pronunciada, com acento na sílaba bri, e sem acento gráfico; os
compostos infraestrutura e contrafilé são grafados sem hífen, há
aglutinação do composto. Assim, a primeira alternativa é a correta.

Gabarito: A

21 FGV – Polícia Civil/RJ – 2009


Veja um verso da música Sonhos Sonhos são, de Chico Buarque:
"E no alto da torre exibo-te o varal/ Onde balança ao léu minh'alma"
A respeito dos versos acima, analise os itens a seguir:

I. O acento em léu se justifica como acento diferencial, para não se


confundir com o verbo leu.
II. Em minh'alma, para indicar a supressão de uma letra, utilizou-se
apóstrofo.
III. O pronome te exerce função de objeto indireto.

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Assinale:

a) se nenhum item estiver correto.


b)se somente os itens I e III estiverem corretos.
c) se somente os itens I e II estiverem corretos.
d) se somente os itens II e III estiverem corretos.
e) se todos os itens estiverem corretos.
_______________
Comentários:

Meus caros, nesta questão temos de resolver um probleminha de sintaxe,


com o pronome oblíquo. Bom para já irmos esquentando os motores até a
aula de sintaxe! Mas a grafia também é importante. Vejam que o acento
diferencial se utiliza quando as palavras têm a mesma grafia (exceto,
claro, pelo acento diferencial) e o mesmo som, como em pôr/por. No caso
de léu, não há acento diferencial, pois o monossílabo é pronunciado com
a vogal aberta; na forma do verbo “ler”, temos vogal fechada.
Quando ao apóstrofo, vimos que é empregado para indicar a eliminação
de uma vogal, especialmente em expressões cristalizadas ligadas pela
preposição de, justamente o caso de minh´alma. A afirmativa II está
correta. A III também, pois sabemos que os pronomes do caso oblíquo,
como te, exercem função de objeto direto: a forma é equivalente a “a
você”, “para você”.

Gabarito: D

22 – CESGRANRIO – DECEA-2009

São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras:

a) audácia - prudência - imprescindíveis - equilíbrio


b) política - sábia - destrói - ótimo
c) catástrofes - histórica - econômica - entretém
d)além - ninguém - você - órfão
e) três - há - até - só
______________
Comentários:

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Meus caros, são acentuadas pela mesma razão, por serem todas
paroxítonas, terminadas por ditongo crescente, as palavras da primeira
alternativa. Este era o comando da questão, tínhamos de ver quais são
acentuadas de acordo com a mesma regra.
Notem que, em b, temos paroxítonas, proparoxítonas e oxítonas
misturadas; em c, uma oxítona entre proparoxítonas; em d, uma
paroxítona entre oxítonas, e, em e, temos um dissílabo oxítono entre os
monossílabos.

Gabarito: A

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Lista das questões apresentadas nesta aula

1. Temos encontro consonantal em todos os vocábulos na alternativa:


a) garrancho – penha – viola;
b) pergunta – mancha – caixa;
c) presto – vírgula – bingo;
d) gárgula – harpa – cromático;
e) régio – princípio – arroz.

2. Leia o texto abaixo para responder a questão


Tabacaria Álvaro de Campos
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,


Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. (...)

(leia mais em http://pt.wikisource.org/wiki/Tabacaria)


Nos vocábulos destacados no texto, observamos, quanto aos traços
fonéticos:
a) ditongo decrescente, monossílabo tônico, encontro consonantal,
ditongo crescente, encontro consonantal;
b) ditongo decrescente, monossílabo átono, ditongo crescente, ditongo
decrescente, dígrafo;
c) ditongo decrescente, monossílabo átono, vogal nasal, ditongo
crescente, dígrafo;
d) hiato, encontro consonantal, vogal nasal, dígrafo, hiato;
e) hiato, monossílabo átono, encontro consonantal, ditongo oral, vogal
nasal.

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3. (MPE-RS 2009 Promotor- adaptada) Leia o texto abaixo


1. Não vou escrever ab-rupto. De jeito nenhum! Pouco se me dá que o Scliar e o Assis Brasil
02. defendam a reforma ortográfica, ab-rupto não escrevo. ninguém ia entender. Você sabe o
03. que é ab-rupto? O mesmo que o velho abrupto! Por Deus! Ora, ninguém dirá abrupto se ler
04. ab-rupto. O cara não pronuncia o bru. Fala: ab ruo , não vou colocar um quebra-molas no
05. meu texto escrevendo ab-rupto. É abrupto. Pronto.
06. Já estava meio irritado com a linguiça sem trema, no dia em que descobri esse negócio de ab-
07. rupto. linguiça sem trema não é linguiça. Aquele gui a gente fala como o de enguiça. O meu
08.amigo Languiça, por exemplo. Ele não é Languiça, mas, agora, quando escrever o apelido dele,
09. muita gente vai achar que é. E o apelido perde a graça, porque o Languiça era Languiça por ser
10. parecido com uma linguiça. Suprimindo o trema, o apelido era untado com uma ironia grosseira
11. que se tornava hilária. Lá vai o Languiça, alguém dizia, e todo mundo dava risada. Agora, não.
12. Sem a possibilidade do trema, o Languiça não é mais o mesmo. Pode ser um Languiça, o que não
13. é nada engraçado.
14. Aí o Assis Brasil vem e diz que escrever linguiça sem trema e abrupto separado torna a língua
15. portuguesa mais visível. Ah, não! Prefiro que ela fique invisível, então.
16. Certas regras a gente não deve cumprir. Outras são muito mais imperiosas, ainda que não
17. sejam explícitas, escritas e acordadas entre autoridades e países, como é uma reforma
18. ortográfica. Exemplo: as tais regras do Mercado. Não existem no papel, ninguém as redigiu, mas,
19. quem não as cumpre, é punido com severidade.
20. Nenhum dos condestáveis das letras legislou sobre as regras do Mercado, eles nem ligam para
21.elas. Eu, sim. Eu as respeito. Já ab-rupto, nem se o Scliar e o Assis Brasil vierem aqui exigir, de
22. dicionário em punho, ab-rupto eu não escrevo!

Adaptado de: COIMBRA, David. Zero Hora, 4 fev. 2009, p. 44.

Considere as seguintes afirmações a respeito de convenções ortográficas


da língua portuguesa.

I - As formas ab-rupto (I. 01) e abrupto (I. 03), citadas no texto, são
ambas corretas.
II - A supressão do trema em palavras da língua portuguesa não impede
que se pronuncie o u em palavras como linguiça ( 1.10 ).
III - A nova ortografia, vigente a partir de 1°. de janeiro de 2009,
suprimiu o hífen do verbo inter-relacionar.

Quais estão corretas?

a) Apenas 2.
b) Apenas 3.
c) Apenas 1 e 2.
d) Apenas 1 e 3.
e) 1, 2 e 3.

4. (FMP/TJ-AC/Assistente Jurídico/2010) Leia o texto abaixo para


responder as questões a seguir:

Texto:

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CELEBRIDADES PALPITEIRAS -- Furio Lonza

1 Outro dia, estava zapeando como sempre a TV e me deparo com a Luciana


Gimenez falando sobre o massacre no Carandiru. Virei. Noutro canal, a Adriane
Galisteu especulava a possibilidade de recuperação dos rappers dependentes
químicos. Virei. Na MTV, uma “vijei” comos peitos tatuados dava dicas sobre sexo a
adolescentes absolutamentealucinados, que perguntavam sobre ejaculação
precoce, camisinha, suruba. Antes que eu encontrasse a Fafá de Belém falando
sobre a lei da gravidade, desliguei.
2 Nos jornais, celebridades de vários quilates e calibres escrevem diariamente
sobretudo, desde islamismo até o saldo da balança comercial. Na TV, pagodeiros
são questionados sobre a economia informal, dançarinas de axé musicfalam sobre a
alimentação mais apropriada aos golfinhos, modelos que pesam 30 quilos opinam
sobre o Fome Zero. Na maior calma, eles falam do Oriente Médio, criação de
camarões, futebol, BID, tipo assim, tá ligado? Dão a impressão de estarem num
boteco à beira-mar beliscando batatinhas chips e bicando um chope sem colarinho.
3 A pergunta é simples: por que a mídia passou a achar que qualquer um pode
expressar opiniões leigas sobre assuntos técnicos e eruditos só porque são
celebridades? Que cabedal ou estofo cultural têm cantores, modelos,
apresentadoras de televisão ou humoristas para deitarem & rolarem sobre assuntos
da atualidade, sem conhecerem a fundo temas complexos &delicados? E que
estrago isso pode fazer na cabeça do povo?
4 Pintou um assunto polêmico e lá está Caetano Veloso falando pelos cotovelos
sobre a matança de marimbondos no Pará ou a Fernanda Young opinando sobre o
aumento abusivo do seu Plano de Saúde. A quem interessa saber o que a Marisa
Orth diz sobre a invasão do Iraque? Já a Regina Case é um caso patológico. Com
seu estilo brejeiro, ela defende a preservação do mico-leão dourado e indigna-se
com a pesca predatória em Manaus.
5 Hoje, qualquer um pode meter o bedelho em tudo e, o que é pior, usa a coluna do
jornal em proveito próprio. No mesmo texto, o cara analisa a desastrosa política do
governo, fala do seu poodle que ele ama de paixão, diz que a Fernanda Lima é o
seu objeto de desejo e, de quebra, ainda elogia o último disco do Zeca Pagodinho.
6 O Diogo Mainardi é um assunto de polícia. Entende de Getúlio Vargas,
decodificação do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se você procurar no dicionário a
palavra petulância, vai encontrar a foto dele.
7 Teve uma época na imprensa brasileira em que as atividades profissionais eram
estanques: quem escrevia sobre política era formado em sociologia, com pós-
graduação na Sorbonne; quem escrevia sobre economia era economista com
passagem em Harvard ou Berkeley; a arte ficava a cargo de estudiosos, críticos,
pesquisadores. Quem escrevia os editoriais eram caras com tempo de estrada,
tinham entrevistado personalidades nacionais e estrangeiras, possuíam bagagem.
8 Arnaldo Jabor é provavelmente a maior herança da era Collor. Quando o cinema
brasileiro entrou em colapso, o Jabor disparou a falar e não parou mais. Ele é um
deus grego, suas opiniões são disputadas a tapa, repetidas nas rodinhas de boteco,
glamourizadas. No Jornal Nacional, ele fala sobre tudo, cria metáforas, comete
simbioses e entropias, é retórico, implacável,obsessivo. Como cineasta, deveria
limitar-se a seu ofício.
9 Mas não. Eles todos_________, não conseguem se controlar, estão por cima da
carne-seca. Se dão o direito de falar ao pé do ouvido do público, como uma
_______ caseira_______ sabedoria em conversas ao redor da fogueira. São um

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________de cronistas, editorialistas e fofoqueiros e atendem pelo pomposo título de
opinionmakers. Eles sorriem pelo canto dos lábios,franzem a testa, são irreverentes,
tudo para eles é emblemático, endógeno, virtual, aparecem na TV,escrevem nos
jornais e revistas, são celebridades, dão entrevistas em talk shows, publicam
livros,são ecléticos. Pior: têm toda a liberdade, ganham uma baba, são endeusados
pelo povinho letrado,querem ser reconhecidos pelas ruas em que passam, vivem
para dar opiniões mas, em geral, não teriam a mínima credibilidade num país sério.

As lacunas do último parágrafo são preenchidas correta e respectivamente pelas


palavras daalternativa:

(A) extrapolam – vovozinha – destila – mixto


(B) estrapolam – vovozinha – distila – misto
(C) estrapolam – vovosinha – distila – mixto
(D) estrapolam – vovozinha – distila – mixto
(E) extrapolam – vovozinha – destila – misto

5.VUNESP/TRF/2002
Assinale a alternativa correta quanto à ortografia e/ou acentuação.
a) O IBGE anuncia que a espectativa de vida do brasileiro cresceu 2,6
anos em relação à decada passada.
b) O ato terrorista provocou um retrocesso nas liberdades civis e
implantou o medo em escala planetária.
c) O atentado levou ao aciramento da convivencia possível no Oriente
Médio e fortaleceu a extrema direita belicista.
d) O naufragio foi resultado de uma seqüência de três esplosões numa
das partes do navio.
e) Um consórsio internacional formado por tres médicos anunciou a
intenção de produzir clones para casais sem filhos.

6. VUNESP /TJ-SP/2002
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente
grafadas.
a) Critica-se o novo gerente por dispender recursos de forma exagerada,
sem ter compreenção do momento difícil por que passa a empresa.
b) Como houve rescisão do contrato, não está havendo expediente na
concessionária de serviços terceirizados pelo estado.
c) A ascenção social buscada por todos depende de muito trabalho; se
ocorre paralização das atividades, as chances de sucesso diminuem.
d) Gestos expontâneos como os dele não se vêem todos os dias,
especialmente porque muitos costumam presentear para poder
monopolisar as atenções.
e) Os progressos vistos atravéz dos tempos indicam que a humanidade
não cessa de pesquisar novos produtos, no percurço para atingir o bem-
estar.

7. AFR-SP/1997
Assinale a alternativa correta quanto à grafia das palavras.

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a) A cidade tem muros e paredes pixados, e há muita rixa entre os
políticos.
b) É crime de lesa-magestade dirigir-se diretamente a membros da
realesa.
c) O meritíssimo juiz mostrou total descortino ao resolver a pendência.
d) Há remédio mais eficiente para a desinteria, o qual acaba com o mau-
estar.
e) Passou mal e, porisso, foi internado na Beneficiência Portuguesa.

8. VUNESP/TJ-SP/2010
Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas graficamente
pelos mesmos motivos que justificam, respectivamente, as acentuações
de: década, relógios, suíços.
a) flexíveis, cartório, tênis.
b) inferência, provável, saída.
c) óbvio, após, países.
d) islâmico, cenário, propôs.
e) república, empresária, graúda.

9 (FMP/Câmara Sta. Bárbara d´Oeste/Jornalista/2010)


Leia o texto abaixo para responder as perguntas a seguir

Legislar o riso e sacralizar o poder?


Roberto da Matta

1 Toda tentativa de tolher a liberdade de expressão engessa e, no fundo,


tenta realizar aquiloque é básico numa democracia competitiva e
igualitária: a discussão política que marca diferenças e estabelece limites
para a multiplicidade de perspectivas vigentes num sistema centrado no
cidadão. No Brasil, temos leis para tudo. Tantas, que até existe uma certa
desconfiança de que o aparato torna os grandes bandidos “imprendíveis”.
Temos leis até para regular como as pessoas devem ser presas, porque
se elas forem importantes, deve-se evitar a “espetacularização”, que em
todos os lugares algema, numa prova cabal de que a polícia cumpriu o
seu papel. Um país com uma etiqueta para aprisionar me preocupa. Estou
convencido de que se tivéssemos uma Futebolbrás, jamais teríamos sido
pentacampeões do mundo, porque a convocação e nosso jogo seria
legislado, algo que muitos sentem falta. Seria proibido perder Copas do
Mundo e a prática exclusiva do “futebol arte” seria estabelecida por lei!

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2 Como ter confiança na lei se desconfiamos da polícia e a polícia
desconfia dela própriaporque, tal como ocorre com as leis (e com a ética),
temos muitas polícias para deleite dos bandidos e advogados?
3Digo isso porque uma interpretação antidemocrática do artigo 45 da Lei
das Eleições, em vigência desde de 1.º de outubro de 1997, que reprime
usar o humor com foco em partido ou candidato em período eleitoral, fere
a liberdade de expressão e vai abrir um sério combate entre os que estão
no poder e não gostam de liberdade, e os humoristas que dela vivem.
Entre seriíssimos donos do poder e risonhos carnavalizadores profissionais
– os humoristas -, cuja profissão é promover uma simbólica e galhofeira
troca de lugar. A tal troca de lugar capaz de provocar o riso de si mesmo,
esse apanágio que Bergson dizia ser exclusivamente humano já que os
crocodilos choram, o que não é caso de nenhuma besta quadrada,
sobretudo as que chegam ao poder. No Brasil, um poder perpetuamente
onipotente odeia e recusa o erro. Por isso, todo poderoso tem tanto medo
do riso que o traz de volta ao plano da cidadania. Se os comuns não
suportam a politicalha diária, os poderosos detestam o riso.
4 Num livro famoso, Mikhail Bakhtin ajuda a ................. esse assunto
que talvez venha a sermais excitante do que o debate eleitoral. ............
o riso não combina com eleições e candidatos, no caso do Brasil, quando
em países igualitários e democracias estabelecidas ele corre solto
justamente nessa época?Bakhtin – como Freud – ............ acima de tudo
a capacidade do humor de, pelo riso humano orgulhoso e zombeteiro,
enfrentar (e vencer) a dor, as adversidades, o destino e a morte. De fato,
nosso pior inimigo fica mais .............. diante de uma gargalhada do que
de um revólver. A própria desgraça recua se alguém se atreve a
ridicularizá-la. Ainda mais nesta vida que não merece mais do que uma
boa anedota.
5 A tentativa de reprimir o humor em período eleitoral é coerente com a
liturgia que cerca odebate cheio de dedos dos presidenciáveis. Ela põe a
nu quanto o nosso sistema de poder protege, dignifica, hierarquiza e
sacraliza o governante. E quanto somos coniventes com isso. O medo do

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riso é o medo da igualdade que o momento eleitoral inevitavelmente
demanda e revela. Seria possível proibir o riso e o humor neste momento,
como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si
próprios?
6 Falamos muito de “realidade” e pouco dos seus símbolos. A mentalidade
“legislerante” é umaclara tentativa de arrolhar o dia a dia. Ela é a
responsável por esse universo de leis que promovem o famoso axioma do
“é ilegal, e daí?”, a prova mais clara de que, entre nós, as leis não
acompanham o bom senso. Amordaçado o riso, o poder sacraliza-se
porque não há mais a liberdade de desafiá-lo e usá-lo como uma fonte de
alegria – um dos modos mais legítimos de mostrar a face humana dos
poderosos.
7 No nosso universo político, a mentira, um ininteligível economês falado
mais com os dedos do que com o coração, as promessas de que, como
“pai” e “mãe”, se vai cuidar do povo (haja saco e paciência!) são
dominantes. Neste palco, sempre reinou o medalhão oportunista, tarado
pelo poder; esse farsante soturno que malandramente usa a máscara da
igualdade para ampliar seu mandonismo. Hoje, esse papel fica mais duro
de ser desempenhado, pois a pressão por transparência e igualdade exige
menos hipocrisia (esse apanágio do populismo lulista) e mais coerência
(que exige administrar honestamente mais do que “cuidar” como pai ou
mãe do povo). É ofensivo rir de um poderoso? Pode-se fazer uma lei
impedindo gargalhar de uma besta quadrada que aspira ao poder? Nas
ditaduras, o sujeito morre; nas democracias, vive-se disso. Dessa
relativização por meio do riso que – como a morte – iguala
definitivamente, mostrando que se hoje estamos no poder, amanhã dele
sairemos.
Fonte: Jornal “O Estado de S. Paulo” – 25/08/10

Considere as lacunas no quarto parágrafo e assinale a alternativa que


tem as palavras que as completam adequadamente.

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(A) desvendar – Porque – enfatiza – aterrorizado
(B) disvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado
(C) desvendar – Porque – enfatisa – aterrorisado
(D) desvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado
(E) disvendar – por que – enfatisa – aterrorizado

10. (FMP – TJ/AC – 2010) - O substantivo VAZAMENTO, no texto, está


corretamente grafado, porque vem do verbo VAZAR com Z. Essa mesma
relação de ortografia – palavra primitiva com Z = palavra derivada com Z
- pode ser feita com todas as palavras abaixo, exceto:
(A) li___o / ali_ar.
(B) bali_a / bali_ar
(C) desli_e / desli_ar
(D) va_io / esva_iar
(E) _ebra / _ebrado

11-(ESAF-SUSEP/2010) Assinale a opção em que o texto foi transcrito


com erro gramatical no termo sublinhado.

A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos


quais(A) as eras históricas, que são nomeadas pelos respectivos sistemas
de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade,
entraram em crise, sendo(B) enfim substituídas implacavelmente em
escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este,
passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O
imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até a bem(C) pouco
tempo, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o
socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de
morte. As dúvidas são hoje graves, mas a hipótese de que(D) as fases
não só se encadeiam mas se ultrapassam é ainda um cânon de leitura
poderoso, parecendo imbatível quando se examinam(E) os períodos de
transição.
(Alfredo Bosi, O tempo e os tempos. In: Adauto Novaes (org.), Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras,1992, p.21, com adaptações)
a) (A)
b) (B)
c) (C)
d) (D)
e) (E)

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12 – (ESAF – SUSEP/2010)- Assinale a opção que corresponde a erro


gramatical ou de grafia de palavra inserido no texto.
A manutenção dos empregos é um atestado de que(1) os agentes
econômicos, embora(2) assustados com as repecurssões(3) da crise nos
países mais desenvolvidos, não perderam a confiança na economia
brasileira. Não foi sem motivo. Graças aos sinais emitidos pelo próprio
governo de que a crise seria encarada sem abalos na estrutura do
combate à(4) inflação, no câmbio flutuante e com o menor sacrifício
possível da política de superávits primários, já se sabia que a economia
brasileira teria condições inéditas de escapar dos piores efeitos da
situação. Mesmo tendo enfrentado(5) uma recessão, caracterizada pelo
desempenho negativo do PIB por dois semestres seguidos, e de sofrer
forte pressão por mudanças no câmbio, o governo sustentou a política
econômica.
(Adaptado de Estado de Minas, Editorial, 19/02/2010)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

13 –(ESAF – CVM /2010) Os trechos abaixo compõem um texto de José


Carlos Moutinho. Disponível em http://www. correiocidadania.com.br
/content/view/5162/9/ (acesso em 27/10/2010). Assinale a opção em que
o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta.

a) A história da Internet demonstra que esta surgiu primeiramente nos


meios militares norteamericanos, no auge da Guerra Fria, tendo sido
então extendida para os meios acadêmicos. Desde os seus primórdios
(Arpanet), a Internet visa à processamento e transmissão de grande
quantidade de informações e dados, para a formação de conhecimento.
b) A Internet, a partir de 1994, ganhou diversidade tecnológica, agilidade
e interface, e esses fatores facilitam a operacionalidade do internauta no
acesso à informação. Como resultado de anos de trabalho de
armazenamento de dados, a Internet constituiu um imenso banco de
dados disponível a todo cidadão.

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c) A Internet (pela sua diversidade, rapidez, interatividade e
instantaneidade) contribue muito para a socialização do conhecimento. No
entanto, a grande rede tem sucitado diversos debates sobre sua
capacidade de contribuir para a formação do pensamento, conhecimento
e inteligência.
d) A Internet, entre outros meios digitais favorece muito para o acesso a
informação e ao conhecimento do leitor digital. Mas isso tudo é apenas
um passo para a pessoa adquirir outra faculdade em direção ao sucesso
na vida e ajudar o próximo: a inteligência, a faculdade de entender,
pensar, raciocinar e interpretar.
e) Esse é o desafio que está ocupando especialistas em Educação no
Brasil, ou seja fazer com que o brasileiro deixe de ser analfabeto funcional
– a pessoa que lê textos, mas não consegue entende-los e interpreta-los.

14 –(ESAF/2010) O texto a seguir foi transcrito com erros. Assinale o


único trecho que atende plenamente às prescrições gramaticais.

a) Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são


aí distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de
acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais
desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e
o capital cultural.
b) Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de
capital global, como empresários, membros de profissões liberais e
professores universitários, opõe-se globalmente aqueles menos providos
de capital econômico e de capital cultural, como os operários não
qualificados.
c) Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital
econômico e do capital cultural no patrimonio dos agentes sociais, os
professores – relativamente mais ricos em capital cultural que em capital
econômico –, estão em oposição, nitidamente, aos empresários –
relativamente mais ricos em capital econômico que em capital cultural.
d) O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de
posição, pela intermediação do espaço de disposições. Em outras
palavras, ao sistema de separações diferenciais que definem as posições
nos dois sistemas principais do espaço social corresponde um sistema de
separações diferenciais nas propriedades dos agentes sociais.

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e) À cada classe de posições correspondem uma classe habitus (ou de
gostos) produzidos pelos condicionamentos sociais e, pela intermediação
desses habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades,
vinculadas entre si por uma afinidade de estilo.
(Texto adaptado de Pierre Bordieu. Razões práticas: sobre a teoria da
ação. Campinas, SP: Papirus, 1996, p.19.)

15. FCC – TRE-PR/2012


1. A frase correta do ponto de vista da grafia é:
a) Era grande a insidência de casos de enjoo quando era servido aquele
alimento, por isso o episódio não foi tratado como exceção, atitude que
garantiu o êxito das providências.
b) Em meio a tanta opulência da mansão leiloada, encontrou a geringonça
que, tratada criativamente por ele, garantiu por anos seu apoio a
entidades beneficientes.
c) Seus gestos desarmônicos às vezes eram mal compreendidos, mas seu
jeito afável de falar, sem resquícios de mágoa, revelava sua intenção de
restabelecer a paz entre os familiares.
d) Defendeu-se dizendo que nunca pretendeu axincalhar ninguém, mas as
suas caçoadas realmente humilhavam e incitavam à malediscência.
e) Sempre ansiosos, desenrolaram no saguão apinhado a faixa com que
brindavam os recém-formados, com os seguintes dizeres: "Viagem
bastante e divirtam- se, nobres doutores".

16 – (FCC – TRE/AC/2010)
Eleições antigas

Minhas primeiras memórias dos dias de eleição


remontam ao primeiro ano primário, quando, do alto dos meus sete anos,
admirava a profusão de cédulas de papel, que atulhavam as calçadas e as
ruas, ou bailavam no ar,subitamente sacudidas por ventos que nunca
faltaram, bem me lembro, nas ladeiras da minha cidade. Muito antes da
votação eletrônica (confesso: antes mesmo de haver televisores nas
casas), essas cédulas eram já os votos que o eleitor devia colocar na urna
de sua seção eleitoral. Eu não entendia bem o motivo mesmo daqueles
dias agitados, mas as crianças amam qualquer coisa que quebre a rotina.
E um dia de eleição era um dia especial.

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Gravações de falas, de slogans e de jingles de propaganda, que
circulavam em carros armados com altofalantes, ajudavam a criar um
clima festivo de feriado, embora nenhum menino atinasse exatamente
com as razões cívicas de tanta balbúrdia. Anos mais tarde, com a seca de
eleições durante os longos anos de ditadura, pude sentir de modo
especial o significado daqueles dias.
Mas nem tudo era festa. Volta e meia irrompiam discussões, às
vezes ásperas, entre simpatizantes de diferentes candidatos. Da janela de
casa, em que todos os dias do anogastava pelo menos uma hora “a espiar
o movimento”, meu pai provocava amistosamente o vizinho do outro lado
da rua, que tinha o mesmo hábito da janela: “O seu Ademar já perdeu...”.
A resposta vinha na hora: “Veremos, veremos...”. Aprendi que esse
“veremos” significava ficar muitas horas, nos dias seguintes, a
acompanhar as apurações pelo rádio. Eu acabava torcendo, é claro, para
o candidato de meu pai (que sempre era, também, o de minha mãe),
embora não tivesse a menor ideia do que representaria de fato uma
eventual vitória. Quando Juscelino se anunciou candidato, meu pai disse
que não votaria numa pessoa com sobrenome “impronunciável”. Nem
sempre ele se balizava por critérios eminentemente ideológicos.
Ainda acho, tantas décadas mais velho, muito especiais os dias de
eleição. Alguma coisa daquela antiga festividade retorna, na animação
que toma conta das cercanias das escolas onde se vota. Fico às vezes
parado, ali por perto, depois de votar, olhando os meninos que brincam
na rua, olhando as janelas das casas, onde às vezes há alguém
debruçado, a espiar o movimento.

(Aristides Silvério, inédito)

Está correto o emprego de seção, em seção eleitoral (1º parágrafo ),


assim como está correto o do termo sublinhado na frase:

a) A secção em que se deveria homenageá-lo foi adiada para a próxima


semana.
b) Ele se indispôs contra a seção de seus direitos em favor de tantos
parentes e contraparentes.
c) Na sessão para a qual foi indicado para assumir nova função, o chefe é
reconhecidamente um intolerante.

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d) Não houve como obter dele a cessão de seu posto para um colega mais
experiente.
e) A sessão longitudinal dessa planta expôs os vestígios do parasita que a
fez definhar.

17 – FCC- TRE/RS – 2010


A frase em que a palavra destacada esta empregada de modo equivocado
é:
a) Inerme diante da ofensiva tão violenta, não lhe restou nada a fazer se
não render-se.
b)Há quem proscreva construções lingüísticas de cunho popular.
c) Fui informado do diferimento da reunião em que o fato seria analisado.
d)A descriminalização de algumas drogas é questão polêmica.
e) A flagrância do perfume inebriava a todos os convidados

18 – FCC – TRE/PE -2004


Encontram-se palavras escritas de modo INCORRETO na frase:
a) Algumas tribos indígenas almejam a expansão de seu território, com a
demarcação oficial da área que habitam.
b)A visão de um paraíso natural onde índios vivam em harmonia parece
estar em desacordo com a atual realidade extrativista.
c) Os colonizadores demonstraram enorme incomprenção dos costumes
indígenas, regeitando-os, devido a sua formação religiosa.
d) Uma hipótese consiste em reconhecer certos direitos dos índios, como
a utilização sustentável da floresta, que gera recursos para as tribos.
e) Existem as chamadas unidades de conservação, cujo objetivo se volta
para a manutenção da floresta e especialmente para animais em risco de
extinção.

19 FCC – TRE/AM/2003

Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:


a)Regimes de exceção usam meios repressivos e autoritários para
dominar minorias subjugadas, em flagrante desrespeito a seus direitos.
b)Pessoas famosas, que gozam de uma situação privilegiada, colocam-se
na defesa de populações abandonadas à própria sorte.
c)Associações civis organizadas são indispensáveis na defesa dos direitos
humanos e da paz, em qualquer lugar do planeta.

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d) Encontram-se espalhados pelo mundo contingentes de expatriados,
que fogem dos maus tratos impostos por governantes autoritários.
e) A expanção das comunicações por todo o globo estabelece um
controle, nem sempre eficaz, dos horrores a que populações estão
sugeitas.

20 FGV – Polícia Civil – RJ/2009

Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam destacadas


corretamente.
a) privilégio - obcecado - malsucedido
b) infra-estrutura - contra-filé - empecilho
c) avaro - rúbrica - autocontrole
d) hesitar - analisar - paralizar
e) possui - ageitar - cãibra

21 FGV – Polícia Civil/RJ – 2009


Veja um verso da música Sonhos Sonhos são, de Chico Buarque:
"E no alto da torre exibo-te o varal/ Onde balança ao léu minh'alma"
A respeito dos versos acima, analise os itens a seguir:

I. O acento em léu se justifica como acento diferencial, para não se


confundir com o verbo leu.
II. Em minh'alma, para indicar a supressão de uma letra, utilizou-se
apóstrofo.
III. O pronome te exerce função de objeto indireto.

Assinale:
a) se nenhum item estiver correto.
b)se somente os itens I e III estiverem corretos.
c) se somente os itens I e II estiverem corretos.
d) se somente os itens II e III estiverem corretos.
e) se todos os itens estiverem corretos.

22 – CESGRANRIO – DECEA-2009

São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras:

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a) audácia - prudência - imprescindíveis - equilíbrio
b) política - sábia - destrói - ótimo
c) catástrofes - histórica - econômica - entretém
d)além - ninguém - você - órfão
e) três - há - até - só

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Gabarito

1 D 7 C 13 B 19 E
2 C 8 E 14 D 20 A
3 A 9 D 15 C 21 D
4 E 10 A 16 D 22 A
5 B 11 C 17 E
6 B 12 C 18 C

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