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A Ceia do Senhor: Olhando e 

Refletindo
1º Coríntios – 11 – 23 : 24

1.  Introdução
A Ceia do Senhor nos dá a oportunidade de bênçãos e crescimento espiritual se nos
aproximarmos dela com atitude correta.

2.  O que, então, devemos fazer se a Ceia


do Senhor é para trazer bênçãos e não
castigo?
2.1    EM PRIMEIRO LUGAR DEVEMOS
OLHAR PARA TRÁS (vv. 23-26a)
 “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus,
na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto
é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante
movo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: este cálice é a nova
aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de
mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice…”
O partir do pão nos lembra o Corpo de Cristo, dado por nós; e o cálice nos lembra do
seu sangue derramado.

Isto é uma coisa notável, pois Jesus quer que os seus seguidores lembrem da Sua Morte.

A maioria de nós tenta esquecer como, aqueles que nós amamos, morreram, mas Jesus
quer que nos lembremos como Ele morreu.
Porque?
Porque tudo o que temos, como cristãos, está centralizado naquela morte.
1º.) Devemos nos lembrar QUE Ele morreu, porque isso é uma parte da mensagem do
Evangelho: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras.”( I Cor 15.3-4). Não é um ensino, é um fato.
2º.) Devemos, também, lembrar PORQUE Ele morreu: Cristo morreu pelos nossos
pecados(Isaías 53.6: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se
desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.” e
I Pedro 2.24: ” Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos
pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas,
fostes sarados.”) pagando o débito que não poderíamos pagar.
3º.) Devemos, também, lembrar COMO Ele morreu desejando mostrar mais tarde o Seu
amor por nós (Rm 5.8: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de
Ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”)
Ele entregou o seu corpo nas mãos de homens pecadores e carregou sobre Seu corpo os
pecados do mundo.

Portanto, este “relembrar” não é simplesmente uma recordação de fatos históricos.


É uma participação nas realidades espirituais.
Na Mesa do Senhor nós não andamos em volta de um monumento para admirar. Nós
temos comunhão com o Salvador vivo quando nossos corações são alcançados pela fé.

Ao nos assentarmos ao redor da mesa do Senhor:


 Devemos voltar os nossos olhos para o Calvário. Devemos relembrar o
quanto o nosso Salvador sofreu. Como ele foi humilhado. Como ele foi cuspido.
Como ele foi surrado. Como eles lhe arrancaram a barba. Como eles arrancaram sua
carne com açoites crudelíssimos. Como ele espancado sem piedade. Como ele foi
afrontado e escarnecido com uma coroa de espinhos. Como ele foi condenado depois
de ter sido considerado inocente pelo próprio governador. Como ele carregou o peso
lenho, a maldita cruz pelas ruas apinhadas de gente. Como ele sofreu a zombaria da
multidão e açoite dos soldados. Como suas mãos foram rasgadas. Como seus pés
foram cravados na cruz. Como ele passou a vergonha da cruz. A tortura da sede. As
câimbras dolorosas a atormentar-lhe.
 Ao assentar-nos ao redor da mesa do Senhor devemos relembrar-nos quão
grande foi o amor de Jesus por nós. Ele deixou a glória, esvaziou-se, fez-se servo e
se humilhou até à morte e morte de cruz.
 Ao assentar-nos ao redor da mesa do Senhor devemos relembrar-nos quão
abominável é o nosso pecado aos olhos de Deus, a ponto de ele fazer o maior de
todos os sacrifícios para nos livrar do pecado.
 Ao assentar-nos ao redor da mesa do Senhor devemos relembrar-nos quão
preciosos somos para Deus a ponto de ele nos amar e dar o seu próprio Filho para
salvar.
2.2    EM SEGUNDO LUGAR DEVEMOS
OLHAR PARA FRENTE (26b)
“Anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”. Nós observamos a Ceia “até que
Ele venha”.
A volta de Cristo é uma abençoada esperança da Igreja e do cristão individualmente.

Jesus não só morreu por nós, mas Ele ressuscitou outra vez, subiu aos céus e um dia
voltará.

Cada um de nós tem lutas pessoais, mas quando contemplamos o futuro anunciado
por Deus nas profecias, nosso coração é tomado por esperança, porque sabemos
que um futuro glorioso nos aguarda, apesar das aflições do presente.
Quando reunimos para celebrar a Ceia o fazemos como o povo da
esperança. Nossa história não caminha dando voltas cíclicas. Nossa história não está
sem rumo. Nossa história não está esmagada debaixo do rolo compressor do
determinismo. Nossa história é teleológica, ela caminha para um fim glorioso. Ela
caminha para o triunfo final de Cristo na sua gloriosa volta.
Jesus vai voltar, eis o brado desta Mesa. Sua vinda é certa. Sua vinda será breve. Sua
vinda será física, visível, audível, poderosa, gloriosa, e vitoriosa. Ele virá para nos levar
para a Casa do Pai. Ele virá para nos fazer assentar em tronos. Ele virá para nos dar um
corpo de glória e para estarmos com ele eternamente e reinarmos com ele para sempre.
O melhor está pela frente. O que Deus preparou para nós é uma herança gloriosa,
imarcescível, e eterna.

2.3    DEVEMOS OLHAR PARA DENTRO


DE NÓS (vv. 27,28,31,32)
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim,
coma do pão, e beba do cálice; Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não
seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não
sermos condenados com o mundo.”
“Examine-se pois o homem a si mesmo…”, é um convite para que nós olhemos para o
mundo interior de nossas vidas. Ao fazermos isso concluiremos que somos vasos
frágeis.

Não podemos assentar-nos à mesa do Senhor sem critério, sem auto-análise, sem
investigação do nosso coração. Devemos examinar a nós mesmos e não os outros.
Devemos ser juizes de nós mesmos e não juízes dos outros. Devemos rastrear a nossa
alma e não tirar a pulsação da alma alheia.

Na realidade, como disse L.Morris, “ninguém é digno da bondade de Cristo para


conosco.
Ao pensar sobre a necessidade de investigarmos a nós mesmos escrevi uma pequena
reflexão:

Ao olhar para dentro de nós descobrimos que somos tão pecadores como qualquer
outro irmão que julgamos ser indigno do sacrifício de Cristo. Ao olhar para dentro de
nóspercebemos que carecemos profundamente do amor e da misericórdia de Deus a
cada segundo da nossa existência. Ao olhar para dentro de nós percebemos que
precisamos ter mais misericórdia dos nossos irmãos, pois também fomos alvos da
misericórdia de Deus. Ao olhar para dentro de nós entendemos que temos o dever de
perdoar pois fomos alcançados pelo perdão de Deus. Ao olhar para dentro de
nós contemplamos o quanto Deus é grande e glorioso e o quanto somos pequenos, pois
fomos criados pelas suas mãos.
2.4    Devemos olhar ao redor (11.33,34)
A igreja é uma família. Pobres e ricos, grandes e pequenos, líderes e liderados são iguais
em Cristo. Na igreja, todos devem estar juntos. Todos devem ter comunhão uns com os
outros. Deve existir perdão, aceitação, comunhão.

Ao olhar ao redor percebemos que, aquilo que quebra a comunhão é o pecado. O que
enfraquece a igreja é o pecado. O que traz doença para a igreja é o pecado. O que cansa
a igreja é o pecado.

Ao olhar ao nosso redor aprendemos que não devemos ter a atitude dos crentes de
Corinto na celebração da Ceia de não esperar uns pelos outros e de desprezarem uns aos
outros. Aquele comportamento estava em constraste com a atitude sacrificial de Cristo
ao instituir a Ceia.
Ao olhar ao nosso redor, percebemos que existem pessoas fracas, aflitas, humanas,
sofridas, e carentes de amor e misericórdia de Deus.

Olhando ao nosso redor precisamos esperar uns pelos outros, compreender mais as
fraquezas do próximo e amar os nossos irmãos. I Coríntios 11:33: “  Portanto, meus
irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.”
2.5    Devemos olhar para cima (11.24)
Ao olhar para cima, entendemos que a ceia do Senhor representa um tempo de dar
graças. Dar graças por Jesus. Dar graças pela salvação. Dar graças pela igreja. Dar
graças pela comunhão. Dar graças pela vida eterna. Dar graças pela certeza do céu. Dar
graças pela vitória sobre o pecado.

Portanto, sejamos gratos ao Senhor.

3.  Conclusão
Se eu fosse resumir tudo o que disse nesta reflexão eu diria:

Ao olhar para trás nos lembramos do alto preço pago por Jesus na Cruz.

Ao olhar para frente, nossos corações ficam cheios de esperança.

Ao olhar para dentro de nós compreendemos o quanto somos dependentes de Deus e


pecadores.

Ao olhar ao nosso redor, veremos os nossos irmãos e percebemos que temos que
exercer amor.

Ao olhar para cima, ficamos tomados por gratidão em saber que Deus é a nossa eterna
fonte de bênçãos.

Neste momento, após fazermos esta reflexão na palavra, te convido para dar graças a
Deus, pelo que Ele é, e tem feito por nós

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