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BC0208 Fenômenos Mecânicos

AS LEIS DE NEWTON

Alysson Fábio Ferrari


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© Alysson Fábio Ferrari,


Para a Universidade Federal do ABC
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BC0208 – Fenômenos Mecânicos

DINÂMICA

●A cinemática só estuda as variáveis adequadas para descrever o


movimento (vetores posição, velocidade, aceleração), mas quais as
causas deste movimento?

●Exemplo: Resolvemos problemas de queda-livre e projétil


considerando que corpos caem com aceleração constante de módulo g
= 9.8m/s2 apontando para baixo – mas por quê?

● Queremos uma teoria que nos permita prever o movimento de corpos


em uma dada situação, e entendê-lo em termos de certos conceitos
fundamentais -- o que chamamos de uma teoria de dinâmica.

● ARISTÓTELES (~300 aC)


● A tendência natural dos corpos é o repouso.

● Os corpos só movem-se quando retirados do seu ”lugar natural” no

universo.

● GALILEU (~1600 dC): inércia

● NEWTON (~1680 dC): força -- MECÂNICA CLÁSSICA


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A DINÂMICA DE ARISTÓTELES

a tendência natural da matéria é estar 
em repouso
um corpo se move apenas se é 
“forçado” a se mover

causa do movimento

movimento

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A NOVA DINÂMICA DE GALILEU E NEWTON

PRINCÍPIO DA INÉRCIA

velocidade constante (aceleração zero)


significa que
não há qualquer ação externa sobre o corpo
(ou que estas se anulam)
FORÇA

velocidade constante
velocidade variável causa da mudança
de movimento

velocidade não constante (movimento acelerado)


significa que
deve haver uma ação externa sobre o corpo

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A NOVA DINÂMICA DE GALILEU E NEWTON

●INÉRCIA  corpos tendem a manter seu estado de movimento, a


menos que sejam ”influenciados” por algum outro corpo.

Galileu mostrou que não existe nada de “especial” no repouso, no


sentido que este é tão natural quanto qualquer movimento com
velocidade constante.

●Newton, além de adotar o princípio da inércia de Galileu, descobriu o


conceito matemático adequado para descrever as “influências” que os
corpos exercem uns sobre os outros, alterando seu estado de
movimento – este conceito é o de força.

●Ele também teve que desenvolver as técnicas básicas do cálculo


diferencial e integral para resolver problemas mecânicos a partir de
três leis fundamentais do movimento, que conhecemos como as
“Três Leis de Newton”, que fornecem a base para sua teoria da
mecânica.

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1ª LEI DE NEWTON

“Every body perseveres in its state of rest, or of uniform


motion in a right line, unless it is compelled to change
that state by forces impressed thereon.”
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1ª LEI DE NEWTON

1ª LEI DE NEWTON
Na ausência de forças externas, um corpo permanece
em repouso ou em movimento com velocidade
constante.

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2ª LEI DE NEWTON

●“força” é o conceito matemático


que representa a interação entre
corpos, capaz de modificar seu
estado de movimento (ou seja, 5
provocar aceleração)
3
● da experiência, não é difícil
perceber que podemos naturalmente
associar a uma força uma
intensidade, uma direção e um
sentido. Isso significa que força é um 4
vetor?

● pergunta: força se combina (se


soma) como um vetor?
● A resposta vem dos experimentos!

 res =∑ F
F i

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2ª LEI DE NEWTON

●também deve vir do experimento a forma como uma força modifica o


movimento de um corpo

Primeira observação: a direção do vetor aceleração coincide sempre com


a direção da força resultante atuando sobre um corpo.

F1 a

F2

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2ª LEI DE NEWTON

●também deve vir do experimento a forma como uma força modifica o


movimento de um corpo

1
v=at

v
v = 2a t
2

t
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2ª LEI DE NEWTON

●também deve vir do experimento a forma como uma força modifica o


movimento de um corpo

1
v=at

|a| 
|a|  |F|
|F| t

v
v = 2a t
2

t
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2ª LEI DE NEWTON

●também deve vir do experimento a forma como uma força modifica o


movimento de um corpo

v
v=at
1

1
v = a/2 t

t
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2ª LEI DE NEWTON

●também deve vir do experimento a forma como uma força modifica o


movimento de um corpo

v
v=at
1

AAaceleração
aceleraçãoééinversamente
inversamente
proporcional
proporcional à “quantidadede
à “quantidade de
matéria”.
matéria”. t

Esta
Estaquantidade
quantidadeééchamada
chamadadede“massa”,
“massa”,
eeno v
noSI
SIéémedida
medidaem
emkilogramas.
kilogramas.

1
v = a/2 t

t
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2ª LEI DE NEWTON

●também deve vir do experimento a forma como uma força modifica o


movimento de um corpo

v
v=at
1

|a| 
|a|  1/m
1/m t

1
v = a/2 t

t
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2ª LEI DE NEWTON

|a| 
|a|  |F|
|F| |a| 
|a|  1/m
1/m

Estas observações experimentais sugerem a seguinte relação:

 res
F
a =  res=m a
F
m
Unidade de Força: N = Kg m / s2
No entanto, por razões que ficarão claras no final do curso,
Newton enunciou sua 2ª lei de forma um pouco diferente...

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2ª LEI DE NEWTON
“A quantidade de
movimento é a
medida do mesmo,
advinda da sua
velocidade e
quantidade de matéria
conjuntamente”

● Definição
momento linear ou quantidade de movimento:

 =m v
P
● Dimensões: massa x velocidade
● Unidade: Kg m / s

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2ª LEI DE NEWTON

|a| 
|a|  |F|
|F| |a| 
|a|  1/m
1/m

 res =m a
F
Se a massa m é constante no tempo, podemos escrever:

 res =m a =m d v
 d m v
  d p

F = =
dt dt dt
Ou seja: a força resultante é igual à derivada temporal do vetor
momento linear.
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2ª LEI DE NEWTON

“The alteration of motion is ever proportional to the


motive force impressed; and is made in the direction of
the right line in which the force is impressed.”

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2ª LEI DE NEWTON

2ª LEI DE NEWTON
A força resultante sobre um corpo é igual à derivada
temporal do vetor momento linear.

 res = d p

F
dt
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2ª LEI DE NEWTON

As duas “formas” de escrever a 2ª Lei de Newton são equivalentes


se a massa do corpo é constante.

 res =m a d p
F 
F res =
dt

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2ª LEI DE NEWTON

As duas “formas” de escrever a 2ª Lei de Newton são equivalentes


se a massa do corpo é constante.

 res =m a d p
F 
F res =
dt
A forma da direita é mais geral, contudo: em casos do movimento de
corpos que variam de massa (por exemplo, um foguete em subida
queimando combustível) a fórmula “força igual a massa vezes
aceleração” não leva a resultados corretos.
Justamente por esta razão, Newton usou a forma da direita para
enunciar sua 2ª Lei.

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3ª LEI DE NEWTON

“To every action there is always opposed an


equal reaction: or the mutual actions of two
bodies upon each other are always equal, an
directed to contrary parts.

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3ª LEI DE NEWTON

3ª LEI DE NEWTON
Se um corpo A exerce sobre o corpo B uma certa força
F, então no mesmo instante de tempo o corpo B exerce
sobre A uma força contrária igual a -F

A
 AB =− F
F  BA
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3ª LEI DE NEWTON

● A 3ª Lei de Newton é muitas vezes chamada de Lei da Ação-e-Reação.

●Note que, ao contrário do que o nome sugere, as duas forças sempre são
aplicadas simultaneamente, então não faz sentido dizer, por exemplo, que a força
de ação vem antes da força de reação.

●A 3ª Lei também mostra que o conceito de força sempre é recíproco: força


sempre é algo que aparece entre dois corpos, e de forma simétrica. É instrutivo
portanto pensar: toda força representa o resultado de uma interação entre dois
corpos.

interação (s. f.)


1. Influência recíproca de dois ou mais elementos.
2. Psicol. Fenómeno que permite a certo número de indivíduos
constituir-se em grupo, e que consiste no facto de que o
comportamento de cada indivíduo se torna estímulo para outro.
3. Fís. Ação recíproca que ocorre entre duas partículas.

fonte: www.priberam.pt/DLPO

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TIPOS DE FORÇAS

Uma força sempre está associada à interação entre dois corpos.


Esta interação pode se dar de várias formas. A mais óbvia, é quando os
corpos estão em contato.

F = “força normal”
F

-F F
F|| = “força de atrito”

-F
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TIPOS DE FORÇAS

Existem forças, contudo, que não necessitam de contato entre os corpos


para existirem – AÇÃO À DISTÂNCIA.
+

-
Força Elétrica

Força Magnética
Força Gravitacional

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TIPOS DE FORÇAS

● Newton, já nos anos de 1680, propôs uma 1ª


teoria para explicar a Força Gravitacional.
Força Gravitacional ● Tal teoria só foi modificada em 1916 pela Teoria

da Relatividade Geral de Einstein.


( Mais adiante no curso vamos discutir em mais
detalhes a teoria de gravitação Newtoniana... )

Na teoria de Newton, existe ação a distância – o que não era 
realmente entendido pelo próprio Newton...
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TIPOS DE FORÇAS

“Que (...) um corpo pudesse atuar sobre outro a distância através de 
um vácuo, sem a mediação de qualquer coisa (...) é para mim um 
absurdo tão grande que acredito que nenhum homem dotado de uma 
faculdade de pensamento competente em questões filosóficas jamais 
possa cair nele. A gravidade deve ser causada por um agente que atua 
constantemente de acordo com certas leis; mas se esse agente é 
material ou imaterial é uma consideração que deixo para meus 
leitores.”

Isaac Newton, carta a Richard Bentley, 25 de fevereiro de 1692

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TIPOS DE FORÇAS

James Clerk Maxwell

Em torno de 1860, Maxwell


unificou uma grande quantidade de
conhecimento sobre a eletricidade
e o magnetismo numa série de
equações, chamadas Equações de
Maxwell.

Sua conclusão foi de que


eletricidade e magnetismo são
apenas duas facetas de uma única
força: a força eletromagnética.

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TIPOS DE FORÇAS

Além disso, Maxwell mostrou que suas


equações previam a existência de ondas
eletromagnéticas que tinham a mesma
velocidade que a velocidade da luz, que já
havia sido medida com certa precisão na
época.

A partir daí, ele corajosamente concluiu que


a Luz não era mais do que mais um
fenômeno derivado da força
eletromagnética.
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TIPOS DE FORÇAS
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TIPOS DE FORÇAS

Podemos tentar assim compor uma...

GRANDE LISTA UNIVERSAL DAS FORÇAS


● PUXÕES
● EMPURRÕES

● ATRITO forças de contato


● .....

● .....

● FORÇA GRAVITACIONAL

● FORÇA ELETROMAGNÉTICA forças à distância


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TIPOS DE FORÇAS
A partir do século XVIII descobriu-se que toda a matéria é constituída por
minúsculas partículas chamadas átomos.

Lavoisier (1789) Dalton (1803)


ELEMENTOS ÁTOMOS

Thompson (1897) Rutherford (1907)


ELÉTRON NÚCLEO
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TIPOS DE FORÇAS

O ÁTOMO DE RUTHERFORD

Rutherford identificou que


o átomo era composto de
partículas carregadas –
os elétrons carregados
negativamente e o núcleo
carregado positivamente.

Embora o modelo de
átomo de Rutherdord
tenha sido muito
modificado na Mecânica
Quântica, é verdade que
o átomo é composto por
partículas que possuem
carga elétrica...
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TIPOS DE FORÇAS

Quando duas superfícies estão em


contato, os átomos que as compõem
podem estar tão próximos, que
surgem forças eletromagnéticas entre
eles.

Podemos nos convencer, assim, que


FORÇAS DE CONTATO
não são mais que o produto das
forças eletromagnéticas entre os
átomos da superfície dos materiais

FORÇAS COMO
● PUXÕES

● EMPURRÕES

● ATRITO

● ....

não são elementares.


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TIPOS DE FORÇAS
Assim, melhor que...
GRANDE LISTA UNIVERSAL DAS FORÇAS
● PUXÕES
● EMPURRÕES

● ATRITO forças de contato


● .....

● .....

● FORÇA GRAVITACIONAL

● FORÇA ELETROMAGNÉTICA forças à distância

... é considerar

LISTA UNIVERSAL DAS FORÇAS ELEMENTARES


● FORÇA GRAVITACIONAL
● FORÇA ELETROMAGNÉTICA
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TIPOS DE FORÇAS

Esta lista ainda não está completa...


Ao longo do século XX, o estudo aprofundado das propriedades do
núcleo atômico revelaram dois novos tipos de força – que têm a
propriedade de serem de curto alcance, ou seja, basicamente só
operam dentro do núcleo atômico.

LISTA UNIVERSAL DAS FORÇAS ELEMENTARES


● FORÇA GRAVITACIONAL
● FORÇA ELETROMAGNÉTICA

● FORÇA NUCLEAR FORTE

● FORÇA NUCLEAR FRACA

Até o presente momento, esta é a lista completa de todos os


tipos de forças que existem na natureza.
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REFERENCIAIS INERCIAIS
Considere, agora, uma situação muito familiar: um carro fazendo uma curva.
Suponha que o motorista tenha uma xícara de café apoiada no painel e, para
simplificar, suponha que o painel seja bastante liso (atrito aproximadamente
zero).
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REFERENCIAIS INERCIAIS
Considere, agora, uma situação muito familiar: um carro fazendo uma curva.
Suponha que o motorista tenha uma xícara de café apoiada no painel e, para
simplificar, suponha que o painel seja bastante liso (atrito aproximadamente
zero).

Ao fazer a curva, o
motorista vai observar a
xícara escorregar na
direção oposta à curva –
e pode pensar que existe
uma força que empurra
a xícara naquela direção.

O motorista pode até dar


um nome a esta força:
força centrífuga.

Vamos mostrar, contudo,


que este raciocínio não
está correto...
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REFERENCIAIS INERCIAIS

Observação do motorista: a xícara começa a se


mover para a direita.
Como ela muda seu estado de movimento – estava
inicialmente parada e começa a se mover – o
motorista conclui que, pelas Leis de Newton, deve
haver uma força horizontal para a direita, que
atua sobre a xícara.

Só um pequeno problema: se não há atrito entre


a xícara e o painel, quem aplica esta força
sobre a xícara?  centrifuga
F
Se esta é uma força de verdade, ela tem que
obedecer à 3ª Lei de Newton: onde está o seu
par ação-reação?

O motorista se assusta: ele parece ter


encontrado um fenômeno que contradiz as
Leis de Newton.
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REFERENCIAIS INERCIAIS
Na verdade, não existe esta “força” --
apenas uma ilusão provocada pelo fato
do referencial do piloto ser acelerado!
Considere a situação como vista por um
observador parado na estrada...
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REFERENCIAIS INERCIAIS
Na verdade, não existe esta “força” --
apenas uma ilusão provocada pelo fato
do referencial do piloto ser acelerado!
Considere a situação como vista por um
observador parado na estrada...

O que a xícara faz é tentar manter-se em


movimento em linha reta – justamente
porque não há forças horizontais
atuando sobre ela. a
É o carro que faz uma curva – ou seja, o
carro está acelerado. Tem que haver uma
aceleração centrípeta que faz a direção
da velocidade do carro mudar -- esta
obviamente é devido às forças entre os
pneus e o asfalto.

Este ponto de vista é perfeitamente


compatível com as Leis de Newton...

... o que está errado no raciocínio do


motorista?
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REFERENCIAIS INERCIAIS

O que acontece é que nem


todos os referenciais
são válidos para a
aplicação das Leis de
Newton.

As Leis de Newton são


válidas apenas para
referenciais chamados de
referenciais inerciais. a centripeta
Se um observador está
acelerado, ele não é
inercial, logo não está
autorizado a aplicar as Leis
de Newton.

Supondo que este observador ... este não é, porque está


seja inercial... acelerado!
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REFERENCIAIS INERCIAIS
● Contudo: o referencial de um observador parado na superfície da Terra na
verdade também não é inercial.
● Este observador está girando em relação ao centro da Terra, logo existe uma

aceleração relativa a este movimento. Ao mesmo tempo, a Terra executa um


movimento aproximadamente circular ao redor do Sol, carregando o observador
consigo, e existe também uma aceleração relativa a este outro movimento.

●Isso significa que devem-se observar


efeitos de “forças inerciais” devido a esta
aceleração. Tais forças existem realmente,
e podem ser percebidas, por exemplo,
observando-se o movimento de um
Pêndulo de Foucault.

●Vamos calcular aproximadamente o


módulo das acelerações sentidas por um
objeto na superfície da Terra, devido aos
seus movimentos de rotação.
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REFERENCIAIS INERCIAIS

Rotação da Terra ao redor do seu próprio eixo


6
Raio da Terra: r⊙≈6.4×10 m
4
Período de rotação: 1 dia≈86.000s=8.6×10 s
Velocidade de um 2  r⊙ 2 m
corpo na superfície v= ≈4.7×10
da Terra: 8.6×10 s
4
s
2
Aceleração v m
Centrípeta a c= ≈0.03 2
r⊙ s
Translação da Terra ao redor do Sol

Distância (média) d ⊙≈1.5×1011 m


Terra-Sol:
7
Período de rotação: 1 ano≈3.1×10 s
Velocidade (média) 2  d⊙ 5 m
da Terra: v= ≈3×10
3.1×10 s
7
s
2
Aceleração v m
Centrípeta a c= ≈0.006 2
d⊙ s
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REFERENCIAIS INERCIAIS

Rotação da Terra ao redor do seu próprio eixo


2
Aceleração v m
Centrípeta a c= ≈0.03 2
r⊙ s
Translação da Terra ao redor do Sol
2
Aceleração v m
Centrípeta a c= ≈0.006 2
d⊙ s
●A aceleração centrípeta devida à rotação da Terra em torno do seu eixo é bem
maior do que a devida à rotação em torno do Sol – ambas são, contudo,
razoavelmente pequenas se comparadas com as típicas acelerações que vamos
considerar em problemas.

●Por causa disto, com boa aproximação, a Terra pode ser adotada como um
referencial aproximadamente inercial, e é o que vamos fazer neste curso.

●Na prática, então, adotaremos que qualquer referencial parado ou


movendo-se com velocidade constante em relação à Terra será
considerado inercial.

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REFERENCIAIS INERCIAIS

O sintoma de se adotar um referencial não-inercial


para descrever uma situação é o aparecimento
destas “forças inerciais” como a “força centrífuga”.

Em algumas situações, por questões práticas pode-


se usar um referencial não-inercial para resolver
um problema, mas neste caso é preciso levar em
conta estas “forças inerciais” e o fato de que elas
não obedecem à 3ª Lei de Newton.

 centrifuga
F
Em nosso curso, contudo, sempre
consideraremos referenciais inerciais, de
forma que tais “forças” nunca aparecerão!
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OBSERVAÇÃO

OBSERVAÇÃO: as Leis de Newton também tem outra limitação: da forma


aqui apresentada, elas só são aplicáveis a partículas sem dimensão, ou,
na prática, a objetos suficientemente pequenos para que possam ser
tratados como uma partícula.

Para um corpo extenso, seja ele rígido ou não, a


validade da 2ª Lei de Newton tem que ser
 res
F avaliada com cuidado...
Veremos isso mais adiante!
m
 res
F

 res = d p
  res
F
F
dt
 ? d p
F res =
dt
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OBSERVAÇÃO

OBSERVAÇÃO: a 2ª Lei de Newton é uma identidade vetorial. Isto


significa que, em relação a um dado referencial, ela pode ser decomposta
em três equações escalares.

 res = d p

F
 res
F dt
z
d p
m dt
y
d px d py
x  F res x = dt  F res  y = dt
d pz
 F res z = dt
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