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Capítulo 1 - Somos todos Beta .............................................3


Capítulo 2 - A Jornada do Jovem Cientista..........................5
Capítulo 3 - Tríade dos bons projetos ..................................8

Sempre que um ícone aparecer, há um link para você clicar.

Sempre que o avião aparecer, é fim de capítulo.


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“Se você acha que você é muito pequeno para causar algum impacto,
tente dormir com um mosquito no seu quarto.” (Provérbio africano)

Para nós, "Ser Beta" é viver em busca da melhor versão de si mesmo. É


entender que ninguém está pronto, que sempre pode aprender mais e ser
melhor". E, "Ser Cientista" é ser curioso, questionar, imaginar, testar e
encontrar o porquê dos porquês.

Cientista Beta existe com o propósito de despertar o potencial de


pessoas que estejam motivadas a transformar o mundo com a ciência. O que
nós achamos sobre como se deve ser um cientista? Isso está muito claro nos
3 pilares em que acreditamos:

"Questionar" representa o olhar curioso e crítico desenvolvido por todo


pessoa que entra em nossos programas. Um olhar de quem não aceita as
coisas simplesmente como são, que levanta perguntas e hipóteses e não
aceita respostas prontas para os problemas e desafios do mundo.

"Experimentar", pois, uma hora ou outra, precisamos testar as nossas


hipóteses para encontrar algumas respostas para o problema que queremos
enfrentar (e depois fazer mais perguntas!).

E, por último, "Transformar", pois acreditamos que, no fundo, quando


nos propomos a ser um pouco mais cientistas, acabamos transformando não
só a nós mesmos, mas o mundo ao nosso redor.
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Que tal uma inspiração internacional?

Deepika Kurup definiu o “porquê” da sua


pesquisa aos 14 anos, quando decidiu
trabalhar para reduzir o problema da crise
hídrica global e trazer mais qualidade de vida para as pessoas. Preste atenção
no brilho no olho desta jovem e também no encantamento que ela possui ao
falar sobre o seu trabalho: é impossível não se contagiar.

Lembre-se de ativar legendas!


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O caminho do jovem cientista por meio da pesquisa segue algumas


etapas comuns, independente da área. O Cientista Beta divide esse caminho
em 9 fases, as quais juntas formam A Jornada do Jovem Cientista.

Ao ler e viajar por meio dessa jornada, naturalmente você irá se


identificar e encontrar a fase em que está hoje. Pronto para embarcar
conosco?

Fase 1 - Despertar
O despertar é quando você descobre a vontade de fazer
ciência. Os motivos são vários: para atender necessidades que
você enxerga ao seu redor, ou porque parece legal, ou porque
você viu alguém fazendo e quis isso para você também. Você
está decidido, vai ser um jovem cientista!

Fase 2 - Preparando o território


É hora de inspirar-se com quem já fez pesquisa no ensino médio. Ao
ver histórias e depoimentos de outros jovens cientistas, você é capaz de
perceber o quão longe esse caminho pode te levar. Nessa etapa é bom ter
contato com a tríade dos bons projetos (falaremos nos próximos capítulos!).
Cerque-se dos recursos necessários para desenvolver o projeto (pessoas,
espaço físico, etc)
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Fase 3 - Buscador de problemas


Quando você entende que é a partir de um problema e de uma
pergunta que a sua pesquisa deve ser construída, passa a perseguir
conhecimento a respeito dos desafios que o cercam. Alguns jovens começam
sua jornada por essa etapa. É o caso daqueles que, antes de saberem
que podem fazer pesquisa, descobrem um problema que os incomoda,
e depois descobrem que um projeto científico pode ser uma excelente
maneira de resolver.

Fase 4 - Eureka!
É quando a ideia nasce! Você já sabe qual problema quer resolver, e
então coloca a cabeça para funcionar, exercita a ideação, estuda todas as
outras alternativas que já existem atualmente para resolver tal problema, para
finalmente encontrar a sua forma de solucionar o problema ou responder à
pergunta proposta. É a sua hora de dizer “eu sei como resolver!”.

Fase 5 - Planejando
O plano de pesquisa é o ponto de partida do projeto. Aqui, é o seu
espaço para descrever a bibliografia que ajuda a basear a sua hipótese,
justificar, estabelecer quais são os objetivos e uma sequência de materiais e
métodos que vão levar você até a solução desejada.

Fase 6 - Agir!
O momento de criar um cronograma de ação, determinar as demandas
existentes e colocar a mão na massa! Se esforce para cumprir o cronograma,
registre os resultados parciais e vá aprendendo com o que a prática mostra
para você.
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Fase 7 – Montando o Quebra-cabeças


Hora de encaixar peças e extrair o máximo dos resultados, interpretar,
observar tendências e ligar objetivos à respostas. Você deve saber afirmar de
forma clara o que os seus resultados lhe permitem dizer. É aqui que você cria
algo, encontra uma solução ou uma resposta para as suas perguntas.

Fase 8 - Mostra para o mundo


Uma vez que a pesquisa está pronta, é hora de divulgar o seu trabalho!
Com a construção do relatório de pesquisa, participação em feiras e
apresentações, você se coloca na posição de multiplicador do conhecimento e
da resposta que gerou, sendo o protagonista da sua história.

Fase 9 - … e começar tudo de novo!


Muitas vezes, uma pesquisa se encerra deixando a comunidade
científica com um saldo de perguntas maior do que tinha antes. Você
responde aquelas relativas ao seu projeto, mas os resultados acabam gerando
ainda mais perguntas, sobre as quais outras pesquisas podem ser
desenvolvidas.

Você foi capaz de identificar em qual etapa da Jornada do Jovem


Cientista se encontra, atualmente? Antes de prosseguir para o próximo
capítulo, faça essa reflexão e veja o que você foi capaz de avançar sozinho e
também o que o Cientista Beta já trouxe para a sua jornada.
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O que você imagina que é um bom projeto?

Para nós, bons projetos são aqueles que são bem executados, seguem
uma metodologia coerente e adequada ao tema de pesquisa, desafiam o
jovem e, ao mesmo tempo, que têm potencial para gerar uma solução ou
conhecimento sobre algum problema contemporâneo.

Após muitas observações, nós do Cientista Beta definimos que há três


pontos em comum entre a maioria dos bons projetos:
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Interesse
motivação + curiosidade

O primeiro ponto é aquele que separa projetos medianos e projetos


realmente muito bons. Nós, seres humanos, tendemos a ter desempenho
melhor naquilo que nos motiva intrinsecamente. É esse interesse, esse amor
por um projeto, que permite atravessar as adversidades e ir além.

Segundo Daniel Pink, em seu aclamado livro “Motivação 3.0”, nós


temos três sistemas operacionais motivacionais:

A motivação 1.0 é o impulso biológico que inclui fome, sede e sexo. A


motivação 2.0 é a motivação mais conhecida e é conhecida como
“recompensas e punições”. Ou seja, eu melhoro meu trabalho assim que meu
chefe ameaça me demitir; o chimpanzé abre uma fechadura porque sempre
ganha uma maçã, etc. A motivação 3.0 é chamada de “motivação intrínseca”.
Após muitos testes e pesquisas, a motivação 3.0 se mostrou mais forte e
duradoura que a motivação 2.0. Portanto, mais efetiva.

Atualmente, o mundo em que vivemos está moldado sobre


motivadores externos (2.0). Já foi constatado que isso não funciona e, na
maioria das vezes, também nos prejudica. É justamente por essa razão que
uma motivação diferenciada irá fazer toda a diferença na sua jornada de
pesquisa. Você não deve deixar toda a motivação dependendo de, por
exemplo, oportunidades em feiras, os prêmios ou viagens. A paixão pelo
projeto deve ser intrínseca.

Nós falamos isso para que você imagine a seguinte situação: e se, de
primeira, o plano dá errado e você não consegue nenhuma dessas
recompensas? Certamente desistirá de seus objetivos, se estiver programado
sobre a motivação 2.0. No entanto, se estiver munido de um projeto que
realmente lhe faça sentido, cuja motivação segue um modelo de “aprender,
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criar e melhorar o mundo”, temos certeza de que você passará por cima de
todos os desafios.

A motivação 3.0 é sustentada por três nutrientes:

Nutriente 1 da motivação: Autonomia sobre:

1) A tarefa em si. O jovem deve decidir o que quer pesquisar e, se for


necessário, deve entrar em um cenário desconhecido. Não esquecer que o
jovem é protagonista de suas escolhas mas segue com o acompanhamento
de seu mentor e de seu orientador nas decisões;

2) O tempo. O jovem deve ser instigado a refletir sobre como e quanto


ele precisará trabalhar em cada etapa, sem colocar prazos de forma
autoritária. E claro, alinhar com o orientador o tempo de entrega combinado.

3) Técnica (como a fazem). Se o jovem gosta mais de anotar as coisas


num computador do que num caderno, para quê solicitar a entrega de resumos
escritos à punho? Desenvolvendo o trabalho da forma mais fluida possível,
garantimos que os resultados irão melhorar;

4) A equipe (como quem o fazem). O jovem precisa escolher quem é


seu parceiro ou equipe.

Nutriente 2 da motivação: Excelência

Excelência segue três regras básicas:

1) Ela é um estado mental: temos que enxergá-la não como uma


prática finita, mas sim como uma habilidade passível de melhora contínua;
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2) Ela é dolorosa, exigindo esforço, determinação e prática;

3) Ela é como uma assíntota, nunca seremos 100% excelentes, mas


podemos chegar muito perto disso.

Nutriente 3 da motivação: Propósito

Por natureza estamos em busca de propósito, uma causa que seja


maior e mais duradoura que nós mesmos. Para que os estudantes fiquem
motivados em seus projetos, precisam sentir que estão pesquisando o que
querem pesquisar, sem que lhes seja imposto o assunto e como devem fazer o
projeto. Precisa haver o sentimento de que o projeto será útil para os outros,
que vai além de benefício para si mesmo.

Além da motivação, o interesse está relacionado à curiosidade. É


preciso não ter a resposta antes, e sim, um vasto leque de perguntas. Afinal,
como dizia Einstein, não são as respostas que movem o mundo, são as
perguntas.

Recursos
Professor, espaço físico e tempo

Há três recursos que são fundamentais no desenvolvimento


das pesquisas dos jovens estudantes.

1) professor que aceite orientá-lo.

2) espaço físico para o desenvolvimento de seu projeto,


especialmente se o projeto conta com experimentos.
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3) tempo para o desenvolvimento do projeto.

Os jovens estudantes devem compreender bem o contexto em que


estão inseridos, de quais recursos dispõem para que possam fazer o melhor
projeto científico que for possível. Quando necessário, é preciso buscar por
apoio fora do ambiente escolar. Conciliar a pesquisa com as atividades
curriculares também é necessário, para evitar sobrecargas.

Impacto
Contribuição que vai além do eu”

Os bons projetos científicos contam com um tema que seja


relevante para a sociedade. É um sentimento de que não interessa tanto
quem está fazendo o projeto, mas sim, para quem o projeto está sendo feito. É
esse sentimento de que está fazendo algo relevante que coloca o brilho nos
olhos do jovem.

Recomendamos a leitura do livro “Motivação 3.0”, de


Daniel Pink, tanto para mentores quanto para mentorados. Esse
livro traz uma nova forma de se engajar em atividades de todo o
tipo, o que auxilia em muitas esferas da vida.
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DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da


Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. 1998.

PINK, Daniel. Motivação 3.0: os novos fatores motivacionais que buscam tanto a
realização pessoal quanto profissional. 2010.

SINEK, Simon. Start with why: How great leaders inspire everyone to take action.
Penguin, 2009.

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