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Workshop sobre Materiais Compósitos provenientes do aproveitamento de

resíduos de construção e demolição (RCD) e sua aplicação na construção civil

Atividade do Projeto Aproveitamento de Resíduos de Rochas no


Desenvolvimento de Produtos Cerâmico-Poliméricos – SDECT/UCS

Instituto de Materiais Cerâmicos – IMC/UCS – 18 de julho de 2018.

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Materiais 1
Cerâmicos
PROGRAMAÇÃO

Instituto de
Materiais 2
Cerâmicos
MATERIAIS COMPÓSITOS ASPECTOS GERAIS
E APLICAÇÕES

Prof. Dr. Márcio R. F. Soares


Universidade de Caxias do Sul
Área do Conhecimento de Ciências Exatas e Engenharias
mrfsoares@ucs.br

Instituto de
Materiais 3
Cerâmicos
Tópicos

1. Considerações gerais sobre materiais compósitos e aplicações

2. Fase matriz (aglutinante) e fase reforço (enchimento)

3. Compósito resíduo de rocha-polímero e RCD-polímero (projeto)

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1. Considerações gerais sobre materiais compósitos e aplicações

Definições: Qual o conceito:

• São materiais com propriedades diferenciadas que • Ao contrário em desenvolver um


não podem ser atendidas por ligas metálicas, cerâmicas novo material, modifica-se o material
e poliméricas convencionais. existente por meio da incorporação
de outros componentes.
Ex.: (melhoria resistência mecânica e tenacidade)

• Origem na indústria aeronáutica pela


necessidade de redução de peso,
• São estruturas ou componentes fabricados a partir de preservando a robustez dos
combinações (mistura macroscópica) de dois ou mais componentes estruturais.
constituintes (fases) que apresentam morfologias distintas.

matriz contínua, que envolve fibras e ou


partículas disperças formando uma mistura.

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Constituintes de um material compósito (fases)

Fase Matriz Fase Reforço


+ = Compósito
(aglutinante) (enchimento)

 proteger fibras  resistente a carregamentos


 mantêm reforço coeso mecânicos
em configuração estável

polimérica
cerâmica
• polimérica • fibrosa metálica
• metálica
• cerâmica de carbono
• particulada
• carbonada naturais
• na forma de flocos
• na forma de filamentos

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Características desejadas entre fases:

• não sejam miscíveis;


• compatíveis quimicamente;
• separadas por uma interface distinta;
• propriedades mecânicas complementares;
• propriedades finais do compósito como função (mais ou menos linear)
das propriedades dos constituintes.

Propriedades finais são funções da:

• quantidade relativa das fases constituintes


• geometria da fase dispersa
- forma, tamanho,
- distribuição e orientação das partículas
- concentração

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Classificação mais comum dos materiais compósitos:

Materiais Compósitos

Particulados Fibrosos Estruturais

Partículas Reforçados Contínuos Descontínuos Laminados Sanduíche


grandes por
dispersão

Alinhados Orientação
Aleatória

concreto fibra de vidro sanduíche


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São materiais que possuem diferentes aplicações Mecânicas Elétricas
que envolvem diversas propriedades:
Térmicas Tribológicas

Propriedades controladas principalmente por Ópticas ...


• propriedades individuais de seus constituintes
• sua distribuição
• sua dispersão temperatura
• sua forma e tamanho tempos
• do tipo de interação entre fases pressões
• do processo de fabricação adotado umidade
taxas de aquecimento e resfriamento

Diferentes tipos de configurações possíveis para a fase reforço...

Influência direta nas


propriedades dos
compósitos

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Como por exemplo a mecânica da fratura, Além da relação geométrica (área superficial) / (volume) da fase
diretamente relacionada a interação entre fases...

partícula de
formato esférico

Partículas Fibras curtas Fibras longas Laminados


Razão de aspecto

a área interfacial entre fibra/matriz é aumentada em


função da relação comprimento/diâmetro

melhor transferência de tensões por unidade de volume

Quanto maior a razão de aspecto, maior será a resistência


da fibra então maior será a resistência do compósito

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Orientação das Fibras: Previsão das propriedades:

- Densidade
A resistência será máxima
quando as fibras estão
orientadas com o esforço
- Módulo de elasticidade

- Condutividade térmica e elétrica

A resistência mecânica é fortemente


dependente da ligação entre fibra e
matriz, sendo por isso, difícil de
prever teoricamente!
Resistência mínima na
direção perpendicular

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Características principais dos compósitos:

Heterogeneidade
não uniformidade da estrutura físico/química

Anisotropia
dependência direcional das propriedades físicas

Simetria
natureza tensorial das propriedades do material

Hierarquia
empilhamento de unidades estruturais individuais

# Propriedade interfacial
poderia ser pensada
como uma terceira fase

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Tecnologia em compósitos consiste em:
Ex: Compósitos de fibra
cerâmica e matriz cerâmica
• Por exemplo, saber dispor fibras de alta resistência mecânica e grande rigidez

- Em posições e orientações predeterminadas


- Envoltas em uma matriz
- Em frações volumétricas definidas

Previsão e controle de propriedades específicas!

Obtenção de material de desempenho


diferente de seus constituintes e com
características únicas!

Propriedades finais superiores ao


dos constituintes em separado Possuem maior tenacidade à fratura em
relação ao cerâmico não reforçado.

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Projeto e Desenvolvimento:

• Possui um grau de complexidade significativamente maior que materiais isotrópicos tradicionais

• Influência de um grande número de fatores e variáveis

• Modelagem matemática do comportamento mecânico geralmente difícil e trabalhosa.

• Liberdade para ajustar a manufatura do compósito (ilimitado)

Desempenho
atendimento a um requisito
específico de projeto
Materiais Custo

Manufatura

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Requisitos de desempenho vs. baixo custo:
Fatores econômicos
envolvidos

Construção civil
Baixo custo

Automobilística Desempenho é de
vital importância
Aeronáutica

Aeroespacial

Biomédica

Desempenho estrutural

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Áreas em constante desenvolvimento
Indústria petroquímica (tanques e reservatórios de pressão) Esportes

Indústria automotiva
Geração de energia Bélica

F35

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Áreas em constante desenvolvimento

Construção Civil

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2. a) Fase matriz (aglutinante)

Representação da variedade combinação de


• Matrizes poliméricas formadores de matrizes que podem ser efetuada
• Matrizes cerâmicas durante o processamento do compósito

• Matrizes carbonadas
• Matrizes metálicas

As matrizes em compósitos formam a


fase contínua que tem como função:
- aglutinar e distribuir reforços
- transferir carregamentos ou tensões aos reforços.

Escolha:
- depende da aplicação a que se destina
- do processo de fabricação

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2. b) Fase reforço (enchimento)

Particulados Podem ser reprocessados

Pequenas partículas (diâmetros 0,01 a 0,1 μm)


• Objetivo dificultar o movimento de defeitos no material, a deformação plástica é
Partículas Reforçados restringida e a resistência à tração e a dureza são melhorados
grandes por
dispersão

Partículas grandes (diâmetros > 1 μm)


• Interações entre as partículas e a matriz não são ao nível atômico ou molecular, ou
seja, as solicitações mecânicas são distribuídas pela matriz e pelo reforço.
• A resistência da interface partícula/matriz é muito importante

negro-fumo: partículas pequenas e esféricas de carbono adicionadas à borracha vulcanizada. Melhora a resistência à tração, a
tenacidade, a resistência à abrasão

Concreto: agregado de partículas ligadas umas às outras por meio de ligação, o cimento. Portland = areia, brita e cimento.

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• negro de fumo
• carbonato de cálcio
• sílica
• grafite
• carbeto de tungstênio
• argilas
• resíduos
...

Particulados
Outras plaquetas
- também considerada como carga/reforço com razão de aspecto diferenciada.

Al2O3
• hidroxiapatita
• óxido de alumínio grafeno
• grafeno
• carbeto de silício

- melhorias em condutividade térmica/elétrica

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Fibrosos Não podem ser re-processados

Propriedades relevantes:
Contínuos Descontínuos • alta rigidez e/ou resistência em relação ao seu peso
• comprimento da fibra (L)
Alinhados Orientação
Aleatória há um valor crítico (Lc) que permite uma melhora efetiva da propriedade
mecânica do compósito (+ diâmetro e + a ligação fibra matriz).
Ex.: fibra de vidro ou carbono Lc ~ 1mm
se L >> Lc: fibras contínuas
se L < Lc: fibras descontínuas ou curtas (pequeno reforço!)

• Orientação e Concentração da fibra


- influência significativa sobre as propriedades dos
compósitos apresentando propriedades anisotrópicas

- resistência e reforço máximo na direção do


alinhamento (longitudinal) e inexistente na direção
perpendicular (transversal)

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Cerâmicos
• fibra de poliamida aromática
• fibra de carbono
• fibra de boro
• fibra de vidro
• fibra de carbeto de silício
• fibra de aço, alumínio e tungstênio
...

• fibras cerâmicas
• fibras naturais
• fibra de carbono
• fibra de aço, ferro e cobre
• fibras monocristalinas “whiskers”
...

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Estruturais

Laminados Sanduíche

• materiais homogêneos + materiais compósitos


• propriedades dependem além dos constituintes, do projeto geométrico
• painéis em sanduíche

folhas externas resistentes resina

- ligas de alumínio
- polímeros reforçados (fibras Ti, aço, madeira)

tecido com fibras resistentes


- fibra de carbono ou aramida

Aplicações: recheio de material menos denso


- polímero em espuma
- telhados, pisos, paredes, - borrachas
- aviação: asas, fuselagem, etc. - formato tipo colméia

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Compósito com Matrizes Poliméricas (PMC)
Fibras
• de materiais policristalinos ou amorfos
• diâmetros pequenos
• polímeros ou cerâmicas
• aramidas poliméricas, vidro, carbono, boro, Al2O3, SiC

Aplicações:
Fibra de Carbono Filamentos / arames
- equipamentos esportivos e de recreação - diâmetros grandes
- componentes estruturais de aeronaves - aço, molibdênio, tungstênio
(asas, fuselagem, estabilizadores, etc) - reforço radial de aço nos pneus de
automóveis, carcaças de motores a jato,
Fibra de Aramida mangueiras de alta pressão

- coletes a prova de bala, artigos esportivos, pneus, cordas,


- carcaças de mísseis, substituto do amianto em freios automotivos,
- revestimento de embreagens, etc.

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Compósitos com Matrizes Cerâmicas (CMC)
- a inclusão de partículas, fibras ou whiskers em materiais cerâmicos melhora:
• a resistência à fratura
• a resistência à choques térmicos
• a fluência a alta temperatura

Aplicações:
ferramentas de corte para usinagem de ligas metálicas duras, material de atrito etc...

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Compósitos com Matrizes Metálicas (MMC)
- Podem ser utilizados em temperaturas de serviço mais elevadas do que seus metais-bases análogos.
- Melhora da resistência à abrasão e à fluência; condutividade térmica, estabilidade dimensional.

Vantagens em relação aos PMC:


• temperaturas operacionais maiores
• não são inflamáveis
• resistência contra a degradação a fluidos orgânicos

Desvantagens em relação aos CMC


• custo muito maior

Aplicações:

liga de alumínio reforçada com fibra de alumina + fibra de carbono


(componentes de motores de automóveis)

fibras de boro em uma liga de alumínio (ônibus espacial)

fibras de grafite em uma liga de alumínio (satélites)


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Cerâmicos
Particularidades específicas da Matriz:

- Matrizes poliméricas têm, em geral, baixa resistência e baixo ponto de fusão;


- Matrizes metálicas têm maior resistência e maior ponto de fusão, mas são mais pesadas;
- Podem ser usadas matrizes cerâmicas para resistência e temperatura extremamente elevadas, mas
perde-se tenacidade.

Ligação Matriz X Fibra (interface):


- Caso não haja boa aderência da matriz à fibra, a distribuição de esforços não será eficiente;
- O coeficiente de expansão térmica entre fibra e matriz deve ser semelhante
(valores próximos, de mesma ordem de grandeza).

Fração, em volume, de Fibras:

- Quanto maior for a fração de fibras, maior


será a resistência do compósito, até um valor
limite de 80%, a partir do qual deixa de haver
a “molhabilidade” total das fibras pela matriz
(presença maior de vazios). Baixa aderência entre as Alta aderência entre
fibras e a matriz fibras e matriz
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Polo de Inovação Tecnológica do Vale do Caí

Projeto - Aproveitamento de Resíduos de


Rochas no Desenvolvimento de Produtos
CERÂMICO-POLIMÉRICOS (ARPLAS)

Processo: 337-25.00/14-0 Coordenador: Prof. Márcio R. F. Soares


Convênio: 51/2014
Universidade de Caxias do Sul
Apoio Financeiro SDECT: R$ 999.000,00
Área do Conhecimento de Ciências Exatas e Engenharias
Apoio Financeiro UCS: R$ 251.929,28
mrfsoares@ucs.br

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Projeto
• Objeto
Desenvolvimento de produtos cerâmico-polimérico (compósito) a partir do aproveitamento de
resíduos de rochas.

• Objetivo

Desenvolver placas de material compósito de matriz polimérica com adição de resíduos de


rocha que apresentem melhor resistência mecânica e à abrasão.

• Processar o resíduo de rocha para obtenção de pós em diferentes escalas granulométricas,


para adição como reforço em materiais de matriz polimérica;

• Avaliar a influência do tamanho das partículas de pós e a concentração destes, na microestrutura, nas
propriedades físico-químicas e mecânicas de diferentes formulações do material compósito;

• Avaliar o efeito da carga aplicada, velocidade de deslizamento, temperatura e presença de


água no comportamento do atrito e desgaste do compósito;

• Desenvolver um produto cerâmico-polimérico com potencial aplicação em perfis para construção civil,
pisos laminados e pisos vinílicos utilizando como critérios as propriedades tecnológicas estudadas.

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Breve justificativa do projeto
• Projeto: Aproveitamento de Resíduos de Rochas no Desenvolvimento de Produtos Cerâmico-Poliméricos
Equipe: Prof. Márcio R.F. Soares (coord.), Profa. María C.M. Farias, Prof. Otávio Bianchi, Profa. Jadna Catafesta.

• Temática ambiental e socioeconômica


Destinação de resíduos provenientes de mineração, do processamento de rochas e da construção civil.
(Contaminação de rios e solo por destinação incorreta)

• Política governamental
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com incentivado ao aproveitamento eficiente de materiais
(Reaproveitamento ou reciclagem)
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com recomendações de ações coordenadas, com o objetivo de
desenvolver materiais à base de resíduos industriais, oportunidades de negócios e preservação do meio ambiente.

• Inserção
Consumo anual significativo de recursos não renováveis pela indústria de cerâmica tradicional. Dados do IBGE
(2014) indica consumo de mais de 10 milhões de toneladas de argila mensalmente (~6900 empresas).
Possibilidade de incorporação de resíduos como agregados para corpos cerâmicos e poliméricos
(insumos integradores entre o setor produtivo da cerâmica e do plástico – Serra e Vale do Caí).

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Cerâmicos
Breve justificativa do projeto

• Possibilidade de produtos derivados de incorporação de resíduos


Realidade já existente em outros países, em
tijolos, blocos, telhas, pavimentos...
Materiais têm apresentado boa durabilidade, estética, baixo custo
de produção, facilidade de aplicação, reciclagem...
Revestimentos aptos para aplicações em áreas externas e internas, de
tráfego e decorativas (calçadas, praças, jardins, áreas de residências...)
# boa qualidade térmica, mecânica e acústicas e de baixo peso.

• Desenvolvimento de produtos híbridos (compósitos a base de cerâmica e polímero)


Inserção de novas rotas de processamento de resíduos.
Geração de insumos locais para a cadeia produtiva da cerâmica e do plástico.
Desenvolvimento de novos materiais com propriedades otimizadas com base na sustentabilidade.

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Materiais (seleção)

Escolha por materiais de descarte pré-processados, ou reciclados e de insumos de baixo custo.

• Resíduo cerâmico (reforço):


rochas
- resíduo corte ou de processamento de rochas
- resíduo de construção e demolição (RCD)

• Polímeros (matriz): - boas propriedades mecânicas, preço


- reciclabilidade
- resina poliéster (PET)
- poliuretano (PU) - boas propriedades mecânicas
- reciclabilidade
PET
RCD

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Cerâmicos
Resíduo cerâmico (rocha e RCD) - Caracterização do resíduo

• Microestrutura cristalina do pó de rocha (DRX) • Microestrutura cristalina do pó de RCD (DRX)


(principais minerais identificados) (principais minerais identificados)

Difratograma do particulado (principais minerais)


A= albita; NaAlSi3O8
Difratograma do particulado (principais minerais) RCD
E= epidoto; Ca2(Al, Fe)3(SiO4)3(OH) D= diopsídio; Ca(Mg,Fe)(SiO3)2 C= calcita; CaCo3
A= anortita; CaAl2Si2O8 U= augita; (Ca,Mg,Fe)2(Si,Al)2O6 Q= quartzo; SiO2
Q= quartzo; SiO2 T= tremolita; FeTiO3
P= periclase, MgO
K= k-feldspato, KAlSi3O8 I= ilmenita. Ca2Mg5Si8O22(OH)2
T= tremolita; FeTiO3

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Processamento dos resíduos (rocha e RCD) – Moagem em moinho de bolas

Moagem em moinho de bolas e em moinho de bolas de alta energia


a) b)
• Obtenção do particulado em diferentes granulometrias
• Particulados secos em estufa por 24h a 120ºC antes e após a moagem

Resíduo de rocha:
grosso < 4mm
• Duas granulometrias inicias como coletadas
fino < 1mm

grosso-5h
• Processados em moinho de bolas por 5h
fino-5h

Resíduo de construção (RCD):


grosso-5h
Imagem dos moinhos a) convencional e b) alta energia • Processados em moinho de bolas por 2,5h e 5h
fino-5h

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Cerâmicos
Processamento dos resíduos (rocha e RCD) – Curvas granulométricas

Quatro tipos de distribuições granulométricas para a rocha Dois tipos de distribuições granulométricas para o RCD

Curva granulométrica para quatro distribuições granulométricas da rocha.

Curva granulométrica para duas distribuições granulométricas da RCD.

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Cerâmicos
Matriz polimérica - Caracterização da resina (PU e PET)

• Espectroscopia no infravermelho (ATR-FTIR)

Espectro na região do infravermelho obtido para o PU. Espectro na região do infravermelho obtido para o PET, poliéster, catalisador.

- Formulação usada em 50/50 fase rígida/flexível - Formulação usada em 98/2 resina poliéster/catalizador

Poliol linear de cadeia longa, 80 partes;


Extensor de cadeia (1,4-butanodiol), 20 partes
Diisocianato (MDI), 66 partes

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Cerâmicos
Processamento das formulações - Material compósito

Moagem convencional e processamento por polimerização em massa

Mistura e Moldagem
Secagem 120ºC Cura 80ºC

Moagem

PU + rocha PET + rocha e PET + RCD

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Cerâmicos
Materiais Compósitos (formulações propostas)

Formulações de compósitos de matriz polimérica e reforço cerâmico de resíduo de rocha e da construção e demolição.

Compósito 1 Compósito 2 Compósito 3 Compósito X

Rocha + PU Rocha + PET RCD + PET RCD + PET

Rocha grosso 75%: moagem 0h + PU Rocha fino 78%: moagem 5h + PET RCD 78%: moagem 2,5h + PET
moagem 5h + PU RCD 77%: moagem 5h + PET
Rocha grosso 77%: moagem 5h + PET
Rocha fino 72%: moagem 0h + PU perspectiva futura
moagem 5h + PU

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Cerâmicos
Compósito 1 - Caracterização do material compósito (rocha + PU)
Análise térmica
- análise termogravimétrica (TGA)
- análise de infravermelho (ATR-FTIR) - Fase flexível (300 ºC)
- Fase rígida (450 ºC)
- Degradação de formados anteriores (510 °C)

Interação carga-matriz
fase flexível
ligações de hidrogênio 1800-1600cm-1

Cura compósito
redução grupamento NCO ~2300cm-1

Compósito
Absorvância (u.a.)

PU

-Si-O-Si-
Partículas

4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400
-1
Número de onda (cm )

Amostra Fração de ligação H


PU 0,86
Compósito 0,52

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Cerâmicos
Compósito 1 - Caracterização do material compósito (rocha + PU)

- análise de fratura por (MEV)


- análise de flexão (Módulo de elasticidade) – D790
- análise de absorção de água – NBR 13818, anexo B

1000 vezes para a amostra TPU– fino5h-72% 1000 vezes para a amostra TPU–grosso5h-75%.

40 vezes para a amostra TPU-fino5h-72% 40 vezes para a amostra TPU-grosso5h-75%

Instituto de
Materiais 40
Cerâmicos
Compósito 2 e 3 – Caracterização do material compósito (rocha + PET) e (RCD + PET)
Compósito 2 Compósito 3

Rocha + PET RCD + PET

Rocha fino 78%: moagem 5h + PET RCD 78%: moagem 2,5h + PET
Rocha grosso 77%: moagem 5h + PET RCD 77%: moagem 5h + PET

Curvas de perda de massa Curvas de perda de massa

Instituto de
Materiais 41
Cerâmicos
Compósito 2 e 3 – Caracterização do material compósito (rocha + PET) e (RCD + PET)

- análise de fratura por (MEV)


- análise de flexão (Módulo de elasticidade) – D790
- análise de absorção de água – NBR 13818, anexo B

Módulo de Elasticidade (MPa) para o sistema poliéster.

500 vezes para a amostra PET-fino5h-78% 500 vezes para a amostra PET-grosso5h-77%

Ensaio de absorção de água (%).

500 vezes para a amostra PET-RCD 2,5h-78% 500 vezes para a amostra PET-RCD 5h-77%
Instituto de
Materiais 42
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)

Amostras ensaiadas em tribômetro em modo: Análise em perfilômetro óptico 3D do volume removido e


posterior obtenção de taxa de desgaste
- alternado (esfera/pino sobre placa)

0,0 µm

-7,55 µm

Trilha de desgaste

Instituto de
Materiais 43
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)
Trilhas de desgaste do material
0,0 µm 0,0 µm

-230,4 µm -92,42 µm

1,0 cm

0,23 cm
Instituto de
Materiais 44
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)

Coeficiente de atrito médio obtido


Largura das trilhas de desgaste
Esfera Si3N4

Amostra

Instituto de
Materiais 45
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)

Imagens de MEV das trilhas de


desgaste das formulações
obtidas após ensaios de
deslizamento alternado contra
esferas de nitreto de silício.

Instituto de
Materiais 46
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)

Imagens de MEV e EDS das trilhas de desgaste


da formulação Poliéster-Rocha-fino5h-78%
obtidas após ensaios de deslizamento alternado
contra esfera de nitreto de silício.

Instituto de
Materiais 47
Cerâmicos
Compósitos 1,2 e 3 - Conclusões

• Amostras apresentam boa dispersão particulado/matriz.


• Interação resíduo de rocha observada por ATR-FTIR (banda ~1700cm-1).
• Resíduo de queima TGA revela relação (%rocha - %PU) da formulação.
• Presença de poros nas amostras associada ao método de mistura.
• Tendência ao aumento do módulo de elasticidade com a redução do tamanho das
partículas envolvidas dentro da mesma formulação.
• É possível detectar diferenças no COF em função da matriz e da granulometria.
• Desgaste por fratura e ausência de transferência de material do contracorpo em ensaios tribológicos.

Avanços obtidos: desenvolvimento de matérias compósitos de


matriz polimérica com alto teor de aproveitamento de resíduo,
chegando até 78% em massa da mistura.

Instituto de
Materiais 48
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)

materiais compósitos com resíduo de rocha


Projeto Anterior
Coeficiente de atrito médio
Coeficiente de atrito dos pavimentos cerâmicos compósitos de matriz polimérica
desenvolvidos e de pavimentos comerciais

Largura das trilhas de desgaste.

Placa com característica e desempenho tribológico adequado para aplicação

Instituto de
Materiais 49
Cerâmicos
Caracterização tribológica e topográfica dos materiais compósitos (ensaio tribológico)
Coeficiente de atrito médio
Formulações adicionais (rocha e RCD)
Projeto Anterior compósitos de matriz poliéster

Coeficiente de atrito dos pavimentos cerâmicos


desenvolvidos e de pavimentos comerciais

Instituto de
Materiais 50
Cerâmicos
Produto Produzido (protótipo)

• Placas de revestimento produzidas do produto protótipo de formulação de melhor desempenho

Poliéster-Rocha-fino5h-78%

Instituto de
Materiais 51
Cerâmicos
Equipamentos Adquiridos com Recursos da SDECT para Execução do Projeto
Perfilômetro Óptico 3D Abrasímetro Taber 5135 Moinho de Bolas
Tensiômetro Óptico
de Alta Energia

Módulo de Ensaio de Riscamento


Microscópio de Força Atômica Processador Ultrassônico Agitador Mecânico

Instituto de
Materiais 52
Cerâmicos
Perspectivas Futuras e Agradecimentos

• Oferta de um compósito inovador para uso como


Agradecimentos e Apoio:
revestimento aplicado na construção civil.

• Agregação de valor a produtos de descarte com potencial


dano ambiental.

• Aplicação de metodologias desenvolvidas para P&D de


materiais utilizados em outros setores industriais, como
catalizadores, nanotecnologia, tintas entre outros.

• Estrutura ímpar montada para o atendimento de


diferentes setores, com de manufatura, indústria química
e automotiva entre outros, incluído área da saúde.

• Produção de patentes e difusão de tecnologias.

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Materiais 53
Cerâmicos

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