1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Fonte: wikipedia.org
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diferenciação na aplicação das penalidades. Dessa maneira é possível mencionar
que o princípio da igualdade tem origem nessa época.
A Lei das Doze Tábuas Formava o cerne da constituição da República
Romana e do mos maiorum (antigas leis não escritas e regras de conduta).
Conquanto seus originais tenham se perdido, os historiadores reconstituíram
parte do conteúdo nelas existentes, através de citações em autores dos mais
diversos. Com base nestes estudos, um esboço do conteúdo das tábuas pôde ser
feito (STF/2018).
Vejamos os Temas:
Tábuas I e II - Organização e procedimento judicial;
Tábua VI - Propriedade;
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Agora que conhecemos um pouco a origem das Leis, passamos a história dos
direitos humanos.
Fonte: megatimes.com.br
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natureza econômica, social, cultural ou humanitária e na promoção e encorajamento
do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais de todos, sem
distinção quanto à raça, sexo, idioma ou religião.‖ (CNJ/2020).
A história da formação das declarações de direitos pode se distinguir em três
fases. A primeira deve ser buscada nas teorias filosóficas. Nesta fase, os direitos
são considerados universais, mas limitados em relação a sua eficácia, já que são
propostas para futuros legisladores. Já a segunda fase, quando as teorias são
acolhidas na Declaração de Direitos dos Estados Norteamericanos e na Revolução
Francesa, em que o Estado tem poderes limitados, consiste na passagem da teoria
à prática (BOBBIO, 2004, p. 29, apud ALTHOFF, 2015).
Os direitos humanos são construções históricas, que nascem em
determinadas circunstâncias e, por isso, não surgem ―todos de uma vez e nem de
uma vez por todas‖ (BOBBIO, 2004).
Portanto, os ―direitos humanos‖ pertencem ao indivíduo, na qualidade de ser
humano, que não pode ser privado de sua substância em nenhuma circunstância;
esses direitos são, portanto, intrínsecos à condição humana (CNJ/2020).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais apresentam manifestação sobre essa base ética fundamental em seu
primeiro parágrafo do preâmbulo, reconhecendo ―a dignidade inerente e [...] os
direitos igualitários e inalienáveis de todos os membros da família humana‖. Neste
momento e novamente, é uma expressão do princípio de universalidade de direitos,
incluindo-se o direito de igualdade de proteção perante a lei e pela lei (CNJ/2020).
Dessa forma, os direitos humanos são devidos pelos Estados para todos os
indivíduos dentro de sua jurisdição e, em algumas situações, igualmente a grupos de
indivíduos. O princípio de direitos universais e inalienáveis de todos os seres
humanos é, portanto, firmemente ancorado no direito internacional dos direitos
humanos (CNJ/2020).
7
O fato de os direitos humanos originarem-se da natureza única do ser
humano significa que eles devem ficar sujeitos à proteção legal efetiva nos níveis
nacional e internacional.
Fonte: lfg.com.br
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d) o respeito a ambos constitui marco dos regimes de governo democráticos,
fundados na lei (Estados Democráticos de Direito) (OLIVEIRA, 2019).
―os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos
históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por
lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de
modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. (...) o
que parece fundamental numa época histórica e numa determinada
civilização não é fundamental em outras épocas e em outras cultuas‖.
Por tanto, é possível extrair que direitos humanos não são estanques, mas se
sujeitam a constante aperfeiçoamento. Logo, é sempre possível que surja uma nova
dimensão de direitos humanos, embora na atualidade o problema repouse muito
menos no reconhecimento de direitos humanos e muito mais na efetividade dos
direitos reconhecidos (OLIVEIRA, 2019).
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3 DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA.
Fonte: querobolsa.com.br
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Os direitos fundamentais têm como objetivo precípuo possibilitar que as
pessoas possam viver com dignidade, de forma livre, com qualidade de vida. Eles:
Direitos
Sociais
Direitos e Garantias
Fundamentais - Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos
Princípios
Fundamentais
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Na base da pirâmide estão os Princípios Fundamentais, previstos nos artigos
1º a 4º da Constituição Federal Brasileira, esses são a base do Estado Democrático
de Direito.
―Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos‖:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
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Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações (BRASIL, 1988).
Fonte: caminhoscarmelitas
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II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens;
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XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução
da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
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b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
XXX - é garantido o direito de herança;
Fonte: passeiemdireito
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a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
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a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com
a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
Fonte: justificando.com
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LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
Fonte: jusbrasil.com.br
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LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma
da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja
criação tenha manifestado adesão (BRASIL, 1988).
Os direitos sociais são aqueles que têm por finalidade garantir aos indivíduos
condições materiais tidas como imprescindíveis para o pleno gozo dos seus direitos,
por isso tendem a exigir do Estado uma intervenção na ordem social que assegure
os critérios de justiça distributiva, assim diferentemente dos direitos a liberdade, se
realizam por meio de atuação estatal com a finalidade de diminuir as desigualdades
sociais (PESSOA, 2011, apud DUARTE, 2018).
21
Esses diretos estão previstos dos artigos 6º ao 11º da Constituição Federal:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender
a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção
dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
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XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos
de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
Fonte: entendadireito
23
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
a) (Revogada).
b) (Revogada).
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais
e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
social.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
podendo ser inferior à área de um Município;
24
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em
lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei
estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores.
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4 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Fonte: dmtemdebate.com.br
26
A Constituição Federal de 1988 aborda, no Título II, os direitos e garantias
fundamentais, divididos em cinco capítulos:
27
relacionados diretamente ao que diz o art. 6º da Constituição; são múltiplos e agem
de acordo com as necessidades da sociedade, ou seja, tratam do direito à
educação, à saúde, ao lazer, etc. Assim, os direitos liberais visam atingir todos os
indivíduos, enquanto os direitos sociais somente alcançam aqueles que necessitam
da prestação do serviço.
Por fim, os direitos de terceira geração são os que dizem respeito aos direitos
da solidariedade e têm a finalidade de não só proteger o indivíduo como protegê-lo
do próprio ser humano, atuando mediante o direito ao desenvolvimento, à paz, ao
meio ambiente, o direito sobre o patrimônio comum da humanidade, o direito de
comunicação, tanto a Estados, indivíduos e a pretensão ao trabalho, à saúde e à
alimentação adequada. Os direitos de terceira geração, assim, são direitos
transindividuais que vão além dos interesses do indivíduo, pois são concernentes à
proteção da espécie humana, transcendendo o teor de humanismo e universalidade.
Conforme explica Celso de Mello (BRASIL, 1995, apud DUARTE, 2018):
Atenção:
Como descrito por Duarte (2018), alguns doutrinadores entendem que, da
classificação originária dos direitos fundamentais, ainda cabe, atualmente, falar em
direitos de quarta e quinta dimensão. Esses direitos, a conceituar os de quarta
dimensão, seriam os direitos ligados à democracia, cujo objeto é a garantia ao
indivíduo da sua dignidade por meio da participação na sociedade e no poder,
abrangendo as formas de democracia direta e indireta ou representativa. Alguns
doutrinadores ainda incluem nessa geração os direitos do genoma. Assim, os
direitos de quarta geração seriam os que decorrem da globalização dos direitos
fundamentais. Quanto aos de quinta dimensão, seriam os direitos que tratam da
realidade virtual, apresentando certa preocupação com a evolução do direito digital
28
ligado ao sistema constitucional com a difusão e o desenvolvimento da cibernética,
envolvendo a internacionalização da jurisdição constitucional em virtude do
rompimento das fronteiras físicas por meio da rede de tecnologia.
29
universalidade — tais direitos abrangem todos os indivíduos,
indistintamente;
efetividade — os direitos fundamentais devem ser efetivados, não
basta que estejam previstos na Constituição;
interdependência — os direitos possuem relação de interdependência
com as suas garantias;
complementaridade — esses direitos não devem ser interpretados de
modo isolado, mas em conjunto com os demais objetivos constantes do
texto constitucional.
Para Sarlet (2012) embora haja certa tendência doutrinária a tratar ambas as
terminologias como sinônimas, há uma diferença prática entre titulares e
destinatários. O titular do direito fundamental seria a pessoa com capacidade para
atuar como sujeito ativo em uma relação jurídico- -subjetiva, enquanto o destinatário
seria a pessoa (física, jurídica, ou, ainda, ente despersonalizado) em face da qual
pode o titular exigir a tutela em questão (Apud BARBOZA, 2018).
Fonte: escoladainteligencia.com.br
O art. 5º, caput, diz que ―todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
30
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade‖ (BRASIL, 1988).
No dizer de Barboza (2018), esse caput da Carta Magna brasileira faz
menção aos estrangeiros residentes no País, mas essa referência não limita a esfera
de proteção dessas pessoas tão somente ao que está adstrito no art. 5º. Afinal, há
direitos que abrigam todas as pessoas, ainda que não as mencione expressamente.
Nesse sentido, Silva (2005) afirma que, no que se refere aos estrangeiros
residentes no País, apesar de serem citados apenas no art. 5º da Constituição, são
titulares de outros direitos também. O autor cita como exemplo o estabelecimento de
direitos aos trabalhadores urbanos e rurais, ampliados a estrangeiros 8 Teoria dos
direitos fundamentais II residentes no Brasil que, porventura, realizem esse tipo de
trabalho. Afinal, seria uma incoerência e uma afronta aos direitos fundamentais do
indivíduo garanti-los tão somente aos brasileiros natos ou naturalizados, excluindo
os estrangeiros que aqui residam (Apud Barboza, 2018).
Nesse sentido Barboza (2018), faz os seguintes questionamentos: E com
relação aos estrangeiros não residentes no País, mas que aqui se encontram de
forma legal? Uma vez que a Constituição não os menciona, como ficam os seus
direitos subjetivos no caso da ocorrência de qualquer situação que possa vir a
afrontá-los? Estarão desprotegidos e poderão sofrer qualquer tipo de violação?
Embora o art. 5º em nenhum momento mencione os estrangeiros não
residentes no País, isso não significa que, quando se encontrarem regularmente em
território brasileiro, eles possam sofrer abusos e não tenham qualquer meio de
defesa e salvaguarda da sua integridade. Para tanto, existem normas do Direito
internacional. Ademais, quando, na Constituição Federal, o art. 1º elenca a
dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado democrático de
direito, isso abrange todo e qualquer ser humano, nacional ou estrangeiro, residente
ou não no País (SILVA, 2005 apud BARBOZA, 2018).
Alexandre de Moraes (2014, p. 33) corrobora:
31
Nesse sentido Barboza (2018) entende que, os primeiros direitos
fundamentais — ou seja, os direitos de primeira geração —, inegavelmente,
destinavam-se a proteger o homem, a pessoa física. Mas os direitos vão se
aperfeiçoando e moldando com os anos e a evolução natural pela qual passa a
sociedade. Hoje, não apenas as pessoas naturais possuem prerrogativas, mas
também as pessoas jurídicas.
Para Silva (2005), os direitos e garantias trazidos no art. 5º têm como
destinatários as pessoas físicas, ou seja, o indivíduo. Porém, uma análise do texto
constitucional permite constatar que vários direitos dispostos no art. 5º se aplicam
também às pessoas jurídicas, como o princípio da isonomia, da legalidade, o direito
de propriedade, o sigilo da correspondência, entre outros. As empresas de capital
estrangeiro, porém, não são abarcadas por esses direitos, exceto no que se refere
às marcas, nomes e signos, que recebem proteção do Direito internacional (apud
BARBOZA, 2018).
Com isso, podemos afirmar que as pessoas jurídicas também passaram a ser
titulares de direitos fundamentais. Com o avanço da sociedade no decorrer Teoria
dos direitos fundamentais do tempo, também as pessoas jurídicas passaram a se
enquadrar em situações de vulnerabilidade, assim como as pessoas físicas,
passando igualmente a necessitar da tutela estatal para a garantia do efetivo
exercício dos seus direitos (BARBOZA, 2018).
Nesse sentido, Paulo e Alexandrino (2015) explicam que os direitos
fundamentais, quando do seu surgimento, tinham como titulares as pessoas físicas,
naturais, uma vez que representavam limitações do Poder Público em relação ao
indivíduo. Com os anos, as Constituições passaram a assegurar direitos também às
pessoas jurídicas. Atualmente, as Constituições ainda asseguram direitos
fundamentais ao próprio Estado. Isso não significa, porém, que todos os direitos
fundamentais possuem como destinatários tanto as pessoas naturais como as
jurídicas e as estatais, mas sim que, embora sejam direitos que possam ser
desfrutados por todos, há direitos restritos a determinadas classes (apud BARBOZA,
2018).
[...] o Estado não pode mais ser visto como inimigo da sociedade, pois tem
como objetivo primordial criar uma sociedade mais justa, e, para isso, nada
mais normal do que regular as atividades dos próprios particulares. Note-se
que a necessidade latente da população por uma tutela da dignidade da
pessoa humana deu respaldo ao entendimento de que não bastava a
mediação do legislador infraconstitucional para se concretizarem e
protegerem os direitos fundamentais, sendo também de extrema
necessidade que o intérprete constitucional seja convocado para dizer as
hipóteses em que os direitos fundamentais têm aplicabilidade imediata nas
relações privadas (LIMA, 2013, p. 19, apud BARBOZA).
Desse modo, quando Barbosa (2018) afirma que o estado não só não deve
ser enxergado como vilão pelos seus administrados, mas também tem a
responsabilidade de protegê-los nos conflitos que se forma entre eles próprios, ele
considera insuficiente à proteção conferida aos homens apenas pela criação de leis
que regulam o exercício dos direitos entre as pessoas e a vida em comunidade, o
Estado detém para si a atribuição de mediar as relações privadas. Se, antes, nos
tempos da criação dos direitos fundamentais, isso era visto como um problema e
considerado como invasão indesejada, hoje essa intervenção se converteu em
solução, um meio de apaziguar conflitos e de organizar a vida social.
33
Fonte: justificando.com
Para Barboza (2018), nos dias atuais, os direitos fundamentais não dizem
respeito apenas a uma relação existente entre o Estado e o indivíduo, pois os
direitos estabelecidos na Constituição abarcam a sociedade como um todo. Os
direitos fundamentais se destinam a nortear a relação dos próprios particulares entre
si, balizando as relações privadas.
34
De acordo com Lima (2013, p. 26):
35
5.1 Aplicabilidade, limites e restrições dos direitos fundamentais.
Fonte: institutoliberal.org.br
36
A norma ainda indica que os titulares dos direitos fundamentais não precisam
esperar por autorização ou qualquer outra providência oriunda do Estado para o
exercício dos seus direitos. É válido ressaltarmos, entretanto, que este efeito
imediato dos direitos e das garantias fundamentais se manifesta plenamente quando
se relacionam à esfera individual, mas, no que tange aos direitos sociais, que
revelam uma pretensão do indivíduo em relação ao Estado, não podem ser
exercidos dessa forma. Um exemplo seria o seguro-desemprego, que, para
concretização, necessita da criação de uma lei e uma estrutura administrativa, o que
impede que, na prática, esse direito tenha aplicação imediata (DIMOULIS;
MARTINS, 2014, apud BARBOZA, 2018).
Portanto, pelo menos no que se relaciona com os direitos fundamentais
individuais, são automaticamente aplicáveis e independem de autorização de
qualquer natureza para que possam ser exercidos. Apesar disso, há direitos
fundamentais que, para que sejam plenamente exercidos, necessitam de
regulamentação ulterior, ainda que previstos expressamente no texto constitucional.
A esse respeito:
37
direitos fundamentais) (DIMOULIS; MARTINS, 2014, p. 132, apud
BARBOZA, 2018).
38
Neste contexto o autor questiona: Os direitos fundamentais possuem
aplicabilidade direta e imediata, bem como limites. Mas seria possível restringir os
direitos fundamentais? Em quais situações?
Sim, é possível que os direitos e garantias fundamentais sejam restritos em
determinadas situações. A partir da leitura do texto constitucional, é possível
perceber algumas restrições impostas pelo legislador, quando, por exemplo,
excepciona algo no próprio artigo que garante o direito (SOUZA, 2016 apud
BARBOZA, 2018).
Fonte: site.sinpro-rio.org.br
39
justificado pela gravidade da situação pela qual passa a ordem pública naquele
momento (MORAES, 2006 apud BARBOZA, 2018).
Pode ser que existam situações em que seja necessária a restrição de direitos
e garantias individuais para que a ordem e a paz social sejam alcançadas
novamente. Nessas situações, desde que as autoridades ajam dentro dos limites
estabelecidos constitucionalmente, não há nenhuma ilegalidade, tendo em vista a
gravidade do momento e o desejo de reverter à circunstância emergencial que nele
se apresenta (BARBOZA, 2018).
Portanto, é permitido que, em determinadas ocasiões, o Estado restrinja
certos direitos e garantias fundamentais, amparado pela necessidade de
restabelecimento da ordem pública e social, sem que isso possa ser considerada
uma atitude descabida e abusiva. Logicamente, tais restrições não podem ser
eternas, elas devem ocorrer apenas durante determinado período, isto é, enquanto
durarem os efeitos das situações que lhes darem causa. ―A gravidade de ambas as
medidas, cuja finalidade será sempre a superação da crise e o retorno ao statu quo
ante, exige irrestrito cumprimento de todas as hipóteses e requisitos constitucionais,
sob pena de responsabilização política, criminal e civil dos agentes políticos
usurpadores‖ (MORAES, 2006, p. 37, apud BARBOZA, 2018).
Barboza (2018), destaca que até mesmo as restrições possuem as suas
restrições. As autoridades devem se limitar a cumprir estritamente o que está
previsto em lei, observando todas as normas, sempre agindo em conformidade com
as disposições constitucionais e fazendo apenas o necessário para que a situação
volte a ser como anteriormente.
No caso de abuso de poder, o agente responsável responde por essa
violação nos âmbitos político, criminal e civil. Ninguém deve aproveitar-se de uma
situação extraordinária para violar os direitos fundamentais de outras pessoas
(BARBOZA, 2018).
40
6 DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Fonte: jusbrasil.com.br
direito à vida;
direito à liberdade;
direito à igualdade;
direito à segurança;
direito à propriedade.
41
especialmente) costuma englobá-los na concepção de liberdade-autonomia
(apud BARBOZA, 2018).
42
propriamente direitos coletivos, mas direitos individuais de expressão coletiva, como
as liberdades de reunião e de associação (SILVA, 1989 apud PINTO, 2008).
Moraes (2003), leciona que os direitos humanos fundamentais, dentre eles os
direitos e garantias individuais e coletivos consagrados no art. 5.° da Constituição
Federal, não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática
de atividades ilícitas, nem tampouco como argumento para afastamento ou
diminuição da responsabilidade civil ou penal por atos criminosos, sob pena de total
consagração ao desrespeito a um verdadeiro Estado de Direito.
Na visão do ilustríssimo professor os direitos e garantias fundamentais
consagrados pela Constituição Federal, portanto, não são ilimitados, uma vez que
encontram seus limites nos demais direitos igualmente consagrados pela Carta
Magna (Princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas) (MORAES,
2003).
Desta forma, quando houver conflito entre dois ou mais direitos ou garantias
fundamentais, o intérprete deve utilizar-se do princípio da concordância prática ou da
harmonização de forma a coordenar e combinar os bens jurídicos em conflito,
evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros, realizando uma redução
proporcional do âmbito de alcance de cada qual (contradição dos princípios), sempre
em busca do verdadeiro significado da norma e da harmonia do texto constitucional
com sua finalidade precípua (MORAES, 2003).
Apontando a relatividade dos direitos fundamentais, Quiroga Lavié afirma que
os direitos fundamentais nascem para reduzir a ação do Estado aos limites impostos
pela Constituição, sem contudo desconhecerem a subordinação do indivíduo ao
Estado, como garantia de que eles operem dentro dos limites impostos pelo direito
(MORAES, 2003).
A própria Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas,
expressamente, em seu art. 29 afirma que "toda pessoa tem deveres com a
comunidade, posto que somente nela pode-se desenvolver livre e plenamente sua
personalidade. No exercício de seus direitos e no desfrute de suas liberdades todas
as pessoas estarão sujeitas às limitações estabelecidas pela lei com a única
finalidade de assegurar o respeito dos direitos e liberdades dos demais, e de
satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma
sociedade democrática. Estes direitos e liberdades não podem, em nenhum caso,
serem exercidos em oposição com os propósitos e princípios das Nações Unidas.
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Nada na presente Declaração poderá ser interpretado no sentido de conferir direito
algum ao Estado, a um grupo ou uma pessoa, para empreender e desenvolver
atividades ou realizar atos tendentes a supressão de qualquer dos direitos e
liberdades proclamados nessa Declaração" (MORAES, 2003).
Para Moraes, (2003) a distinção entre direitos e garantias fundamentais, no
direito brasileiro, remonta a Rui Barbosa, ao separar as disposições meramente
declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos, e
as disposições assecuratórias, que são as que, em defesa dos direitos, limitam o
poder. Aquelas instituem os direitos; estas, as garantias; ocorrendo não raro juntar-
se, na mesma disposição constitucional, ou legal, a fixação da garantia com a
declaração do direito.
Para Canotilho (1994), rigorosamente, as clássicas garantias são também
direitos, embora muitas vezes se salientasse nelas o caráter instrumental de
proteção dos direitos. As garantias traduzem-se quer no direito dos cidadãos a exigir
dos poderes públicos a proteção dos seus direitos, quer no reconhecimento de
meios processuais adequados a essa finalidade (exemplo: direito de acesso aos
tribunais para defesa dos direitos, princípios do nullum crimen sine lege e nulla
poena sine crimen, direito de habeas corpus, princípio do non bis in idem)(apud
MOREIRA, 2003).
A mesma diferenciação faz Jorge Miranda afirmando que "clássica e bem
atual é a contraposição dos direitos fundamentais, pela sua estrutura, pela sua
natureza e pela sua função, em direitos propriamente ditos ou direitos e liberdades,
por um lado, e garantias por outro lado. Os direitos representam só por si certos
bens, as garantias destinam-se a assegurar a fruição desses bens; os direitos são
principais, as garantias acessórias e, muitas delas, adjetivas (ainda que possam ser
objeto de um regime constitucional substantivo); os direitos permitem a realização
das pessoas e inserem-se direta e imediatamente, por isso, as respectivas esferas
jurídicas, as garantias só nelas se projetam pelo nexo que possuem com os direitos;
na acepção jusracionalista inicial, os direitos declaram-se, as garantias estabelecem-
se"(apud MORAES, 2003).
Moraes (2003) nos ensina que as garantias institucionais, apesar de muitas
vezes virem consagradas e protegidas pelas leis constitucionais, não seriam
verdadeiros direitos atribuídos diretamente às pessoas, mas a determinadas
instituições que possuem sujeito e objeto diferenciado. Assim, a maternidade, a
44
família, a liberdade de imprensa, o funcionalismo público, os entes federativos, são
instituições protegidas diretamente como realidades sociais objetivas e só,
indiretamente, se expandem para a proteção dos direitos individuais. Concluindo
esse raciocínio, Canotilho (1994) afirma que "a proteção das garantias institucionais
aproxima-se, todavia, da proteção dos direitos fundamentais quando se exige, em
face das intervenções limitativas do legislador, a salvaguarda do ―mínimo essencial‖
(núcleo essencial) das instituições" (apud, MORAES, 2003).
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7 REFERENCIAS BIBLIÓGRAFICAS
BARBOZA, Maytê Ribeiro Tamura Meleto, Teoria dos direitos fundamentais II,
2018.
BOBBIO, Norberto, A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2004.
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