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AgRg no HC 537017 / RS

AGRAVO REProcesso GIMENTAL NO HABEAS CORPUS

2019/0295765-4

Relator(a)

Ministro NEFI CORDEIRO (1159)

Órgão Julgador

T6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento

17/12/2019

Data da Publicação/Fonte

DJe 03/02/2020

Ementa

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO CHABU. MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO.


NULIDADE DAS PROVAS OBTIDAS NA RESIDÊNCIA SEM A PRESENÇA DE REPRESENTANTE DA OAB.
ALEGAÇÃO DE INVIOLABILIDADE DO ADVOGADO. INOCORRÊNCIA. INVESTIGAÇÃO DE CRIME NÃO
RELACIONADO COM A ATUAÇÃO PROFISSIONAL. ALEGADA GENERALIDADE DO MANDADO DE BUSCA E
APREENSÃO. IMPOSSIBILIDADE DE PREVER TODOS OS MATERIAIS QUE SERÃO ENCONTRADOS.
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. DECISÃO MANTIDA. RECURSO

IMPROVIDO.

1. A decisão agravada deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos.

2. A proteção do art. 7º, II e § 6º, da Lei 8.906/94, se dá em favor da atividade da advocacia e do sigilo na
relação com o cliente - não como obstáculo à investigação de crimes pessoais - e estará sempre
relacionada ao exercício da advocacia, como compreendeu o Supremo Tribunal Federal na ADI 1.127. 3.
Suficiente à delimitação da busca e apreensão é a determinação de que deveriam ser apreendidos os
materiais que pudessem guardar relação estrita com aqueles fatos, e que todo e qualquer material
apreendido que se revele desconetado dos fatos em apuração deverá ser imediatamente restituído a
parte. Precedentes. 4. Agravo regimental improvido.

Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a
seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Antonio

Saldanha Palheiro, Laurita Vaz, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro
Relator.

Notas

Processo referente à Operação Chabu.

Referência Legislativa

LEG:FED LEI:008906 ANO:1994 ***** EOAB-94 ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL DE
1994 ART:00007 INC:00002 PAR:00006

Jurisprudência Citada

(ART. 7º, II E § 6º, DA LEI 8.906/94 - PROTEÇÃO EM FAVOR DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA E DO SIGILO
NA RELAÇÃO COM O CLIENTE) STF - ADI 1127,

(MATERIAL APREENDIDO - NÃO CONEXÃO COM OS FATOS EM APURAÇÃO -

RESTITUIÇÃO À PARTE)

STJ - HC 463568-PR

Processo

AgRg no HC 537017 / RS

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS

2019/0295765-4

Relator(a)

Ministro NEFI CORDEIRO (1159)

Órgão Julgador

T6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento

17/12/2019
Data da Publicação/Fonte

DJe 03/02/2020

Ementa

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO CHABU. MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO.


NULIDADE DAS PROVAS OBTIDAS NA RESIDÊNCIA SEM A PRESENÇA DE REPRESENTANTE DA OAB.
ALEGAÇÃO DE INVIOLABILIDADE DO ADVOGADO. INOCORRÊNCIA. INVESTIGAÇÃO DE CRIME NÃO
RELACIONADO COM A ATUAÇÃO PROFISSIONAL. ALEGADA GENERALIDADE DO MANDADO DE BUSCA E
APREENSÃO. IMPOSSIBILIDADE DE PREVER TODOS OS MATERIAIS QUE SERÃO ENCONTRADOS.
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. DECISÃO MANTIDA. RECURSO

IMPROVIDO.

1. A decisão agravada deve ser mantida pelos seus próprios

fundamentos.

2. A proteção do art. 7º, II e § 6º, da Lei 8.906/94, se dá em favor da atividade da advocacia e do sigilo na
relação com o cliente - não como obstáculo à investigação de crimes pessoais - e estará sempre
relacionada ao exercício da advocacia, como compreendeu o Supremo Tribunal Federal na ADI 1.127. 3.
Suficiente à delimitação da busca e apreensão é a determinação de que deveriam ser apreendidos os
materiais que pudessem guardar relação estrita com aqueles fatos, e que todo e qualquer material
apreendido que se revele desconetado dos fatos em apuração deverá ser imediatamente restituído a
parte. Precedentes. 4. Agravo regimental improvido.

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a
seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Laurita Vaz, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti
Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Notas

Processo referente à Operação Chabu.

Referência Legislativa

LEG:FED LEI:008906 ANO:1994 ***** EOAB-94 ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL DE
1994 ART:00007 INC:00002 PAR:00006

Jurisprudência Citada
(ART. 7º, II E § 6º, DA LEI 8.906/94 - PROTEÇÃO EM FAVOR DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA E DO SIGILO
NA RELAÇÃO COM O CLIENTE) STF - ADI 1127,

(MATERIAL APREENDIDO - NÃO CONEXÃO COM OS FATOS EM APURAÇÃO -

RESTITUIÇÃO À PARTE)

STJ - HC 463568-PR

RESPOSTA:

Tendo em vista a proteção do art 7, e parágrafo 6, da Lei 8.906/94 , se dá em favor da atividade da


advocacia e do sigilo na relação com o cliente.

Sendo inapropriado a busca a apreensão.

No Brasil a Base normativa do chamado sigilo profissional do advogado , tem sido ordinariamente
extraído no art. 5 , incisos X, XI da Constituição , segundo as quais são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação.É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas.

O Estatuto da advocacia estabelece que são direitos do advogado a inviolabilidade de seu escritório ou
local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita,
eletrônica, telefônica e telemática , desde que relativas ao exercício da advocacia (art.7 inciso II , da Lei
8.906 de 1994 , com a redação que lhe deveria Lei 11.767/2008).

A partir dessa base normativa, portanto, costuma-se situar o sigilo profissional como uma das
expressões do direito a intimidade e a privacidade e também de inviolabilidade domiciliar do
profissional da advocacia, neste campo, por exemplo STF executar a questão da licitude de escuta
realizada no curso de investigação criminal, que foi precisamente autorizado por Ministro da Corte
Relator do Inquérito 2.424 focalizando no debate a partir da razoabilidade da medida á luz da garantia
constitucional da inviolabilidade domiciliar (art 5, inciso XI, da Constituição), tendo-se concluído(por
maioria)que não opere a inviolabilidade dos escritório de advocacia, quando o próprio advogado seja
suspeito da prática de crime,sobretudo concebida e consumado no âmbito desse local de trabalho.
Essa visão não é desprovida de sentido em nosso sistema jurídico. Afinal , deve-se recordar que, nos
termos do art. 133 da Constituição, o advogado é indispensável a administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão nos limites da lei.Essa função
institucional do advogado, na administração da justiça busca viabilizar o pleno exercício do direito de
defesa e resguardar a garantia constitucional do devido processo legal.(art.5, incisos LV,LIV, da
Constituição, respectivamente.

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