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Resíduos Sólidos

Resíduos Sólidos

 Os resíduos sólidos (lixo)  constituem resíduos das


atividades humanas;

 Qualquer material se torna um “resíduo” quando seu


proprietário ou produtor não o considera mais com
valor suficiente para conservá-lo;

 O lixo ou resíduos resultantes do seu tratamento, pode


influir:
 na qualidade do ambiente
 na saúde do homem
 na preservação dos recursos naturais
De acordo com a ABNT NBR
10004:2004 os Resíduos Sólidos, por
definição, são classificados como:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido,


que resultam de atividade de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem
como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos de água, ou exijam para isso soluções
técnica e economicamente inviáveis em face à
melhor tecnologia disponível.
Limpeza Pública ou Urbana

Conjunto de atividades que permite o


adequado estado de limpeza de uma cidade,
sem prejudicar a qualidade do ambiente,
inclusive na região que a circunda.

Atividades  acondicionamento, coleta,


transporte, tratamento e disposição dos
resíduos sólidos.
Importância do problema dos
resíduos sólidos e limpeza pública

Está intimamente ligada à:


composição qualitativa
características físicas, químicas, físico-químicas
e biológicas;
Quanto a poluição ambiental, os resíduos
sólidos podem:

 Contribuir para a poluição do solo;

 A poluição do ar pode ser agravada com a


incineração inadequada desses resíduos;

 A disposição no solo, sem os devidos cuidados


pode criar problemas de poluição das águas
subterrâneas ou superficiais.
A solução do problema dos
resíduos e limpeza pública repousa
em medidas do governo em todos
os níveis, ou seja, municipal,
metropolitano, estadual e nacional,
bem como depende também de
ação em nível internacional
Fatores relacionados ao problema dos
resíduos e limpeza pública nas cidades

A solução do problema tem sido entregue,


freqüentemente, a pessoais leigas ou a políticos,
sem o devido preparo;

É um problema que exige conhecimentos,


investigações, estudos, projetos e construções ou
instalações adequadas e bem mantidas e operadas.
Importância sanitária

 Os resíduos sólidos e limpeza pública constituem um


dos problemas de Saúde Pública;

 O lixo tem grande importância na transmissão de


doenças através de vetores.

Ex.: moscas, mosquitos, baratas e roedores, que encontram no


lixo alimento e condições adequadas para proliferação
A importância do lixo na saúde pública pode também se
fazer sentir através:

 Da poluição do ar;

 Da poluição da água;

 Fumaça resultante da queima de lixo pode criar problemas


oriundos da falta de visibilidade.
Importância sócio - econômica

Está relacionada a diversos fatores tais como:

 Possibilidade de reutilização de diversos materiais


contidos nos resíduos: papel, plástico, vidro, metais, etc
 Reciclagem;

 Produção de composto, que um tipo de adubo orgânico,


de aplicação na agricultura, em parques e jardins
 compostagem;

 Produção de ração de animais;


 Produção de vapor ou energia elétrica, através da
incineração dos resíduos sólidos;

 Execução de aterros sanitários, utilizando resíduos


resultantes da sua incineração ou compostagem,
permitindo recuperar terrenos aparentemente
inaproveitáveis;

 Aproveitamento do metano produzido nos aterros


sanitário;
Evaporador

Queima de Metano
 Diminuição da quantidade de resíduos a serem tratados
e/ou dispostos, bem como, conservar os recursos
naturais ou mesmo diminuir os gastos com a produção
ou importação de determinados produtos;

 Adoção de processos manuais com a utilização de mão


de obra local – geração de empregos e não
qualificação;

 Redução da formação de subemprego nos lixões e/ou


aterros – catadores.
Importância relacionada ao bem-estar

 Aspecto físico é desagradável à vista;

 Geralmente apresenta maus odores;

 Atração moscas domésticas, baratas e ratos, animais


estes que causam repulsa à maioria das pessoas;

 Desconforto causado pelas poeiras e ciscos levantados


pelo vento.
Classificação do Lixo

1. Segundo a origem ou local de produção


Relaciona-se com os aspectos relativos ao acondicionamento,
coleta, transporte, tratamento e/ou disposição final do lixo.

 Lixo domiciliar

 Lixo comercial

 Lixo industrial
 Lixo público – é constituído pelos resíduos sólidos provenientes
da varrição e capinação de vias e logradouros públicos, da poda de
parques e jardins, de mercados, de feiras incluindo o estrume e
cadáveres de animais, etc;

 Lixo contaminado – é constituído de parte do lixo proveniente


de hospitais, ambulatórios, laboratórios de análises, de certos
institutos de pesquisa, consultórios odontológicos, etc;

 Lixo radioativo.
O lixo hospitalar pode ser classificado quanto a sua
natureza:

 Lixo séptico

O lixo de natureza séptica, contaminado, que em


princípio se recomenda que seja incinerado, provém
diretamente do trato das doenças.
 Lixo não séptico

É o lixo restante e se enquadra, de maneira geral, nas


características de lixo domiciliar e comercial.
2. Segundo a zona de produção

Classifica-se o lixo em:

 Lixo urbano

 Lixo rural
3. De acordo ABNT NBR 10004:2004

Categoria Característica
Classe I (perigosos) São aqueles que, em função de suas caraterísticas
intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde ou
ao meio ambiente.
Classe II A (Não-inertes) São resíduos que podem apresentar características de
combustibilidade, solubilidade ou biodegradabilidade com
possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio
ambiente, não se enquadram nas classificações I ou II B
Classe II B (Inertes) Não oferecem risco à saúde e não apresentam constituintes
solúveis em água em concentrações superiores aos padrões
de potabilidade.
4. Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305

Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a


seguinte classificação:

I - quanto à origem
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades
domésticas em residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,


limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços
de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas


“a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos
nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os


gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e


instalações industriais;

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de


saúde, conforme definido em regulamento ou em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil,
incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos
para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades


agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
insumos utilizados nessas atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos,


aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira;

k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa,


extração ou beneficiamento de minérios;
II - quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo
com lei, regulamento ou norma técnica;

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea


“a”.

Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na


alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem,
em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos
resíduos domiciliares pelo poder público municipal.
Composição do lixo

É um dos dados básicos para a solução do problema de


acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou disposição
final do lixo, inclusive no aspecto econômico-financeiro relacionado
à extração de restos aproveitáveis e da produção de composto.

A composição do lixo varia de local para local,


bem como dentro de uma mesma comunidade.
Composição qualitativa

O lixo, de forma geral, é constituído de três parcelas


distintas, que são:

 Detritos orgânicos em geral;

 Detritos inorgânicos e orgânicos relativamente estáveis;

 Cinzas  resíduos da queima de determinados


combustíveis.
A composição qualitativa do lixo pode ser considerada
segundo critérios:

1. Segundo os componentes

Restos de alimentos, ciscos (papéis, trapos, metais, plásticos, etc),


cinzas, excremento de animais, animais mortos, resíduos
industriais, resíduos radioativos, resíduos contaminados, resíduo
de varrição e capinação de vias e logradouros públicos, restos de
poda de árvores e arbustos, restos de materiais de construção ou
de demolição de prédios, veículos abandonados, etc.
2. Segundo o valor econômico

Resíduos aproveitáveis  restos orgânicos de alimentos,


trapos, vidros, papéis, metais, plásticos, etc.

Resíduos não aproveitáveis

3. Segundo a capacidade de incineração

Materiais não combustíveis

Materiais combustíveis
4. Segundo a capacidade de produção de composto

Matéria orgânica – apresenta interesse direto do vista


sanitário

Matéria inorgânica
Composição quantitativa – em peso

Material orgânico 10 a 55 %
Material inerte 25 a 50 %
Papel e papelão 15 a 55 %
Metais 2 a 10 %
Vidros e material cerâmico 2 a 10 %
Plásticos 3a6%
Variação da composição

 Característica da cidade
Nas cidades industriais a composição do lixo é diferente da de
cidades de veraneio.

 Clima e estação do ano


Numa mesma cidade os restos de alimentos no verão são
diferentes dos invernos.

 Períodos econômicos
Existe diferença entre períodos de guerra e paz, ou de depressão e
de expansão econômica.
 Hábitos e padrão de vida (socioeconômico)
Quanto melhor o padrão de vida mais papéis, plásticos, latas e
metais e menos matéria orgânica existem no lixo.

 Eficiência do serviço de coleta


Se a coleta for periódica, mas não for sistemática, a população
praticamente se vê obrigada a dar destino ao lixo por sua conta e
meios.

 Tratamentos domiciliários
Utilização de triturados de lixo e disposição do lixo no sistema de
esgoto.
Características físicas do lixo

 Peso específico: entre 200 a 500 kg/m3;

 Poder calorífico – quantidade de calor liberado com a queima


de um kg de combustível;

 Odor – característica subjetiva, mas que deve ser considerada


pelos incômodos que pode apresentar;

 Umidade – é importante, principalmente no projeto de operação


do sistema de incineração e compostagem; influi também na coleta
e no tratamento do lixo.
Características químicas do lixo

 Teores de carbono, nitrogênio, fósforo e potássio;

 Teor de matéria combustível;

 Teor de matéria orgânica;

 pH.
Características biológicas do lixo

Os resíduos orgânicos contêm nutrientes e umidade


que, associados à temperatura ambiente, favorecem o
desenvolvimento microbiano de várias espécies, entre
as quais, muitas podem ser patogênicas.
Etapas da solução do problema do lixo

A manipulação do lixo se dá nas seguintes fases:

Acondicionamento

Coleta

Transporte

Tratamento e/ou disposição final


Acondicionamento do lixo

Visa basicamente atender:

Aspectos sanitários: controle de vetores

Aspectos de bem estar: conforto e estética


O acondicionamento inadequado ou impróprio do lixo
oferece os meios para a proliferação e desenvolvimento
vetores.

O acondicionamento é de responsabilidade
direta da população

 mas o departamento local de saúde e/ou serviço de limpeza


pública deve ter autoridade necessária para exigir o
acondicionamento em condições sanitárias, através de
regulamentos próprios.
O acondicionamento do lixo está ligado a diversos
fatores básicos:

Seleção do tipo apropriado de recipiente

 Segundo o tipo de material


Recipientes podem ser: metálicos, plástico rígido, saco plástico:
polietileno, colorido e biodegradável; saco de papel

 Segundo o tipo de lixo.


Lixo domiciliar e outros
Lixo comercial, industrial e outros
Lixo público
Lixo contaminado
Aspectos diversos relacionados ao
acondicionamento do lixo

1. Manipulação adequada dos resíduos putrescíveis

Devem ser adequadamente acondicionados antes de serem


depositados nos recipientes;

É conveniente envolve-los em papel, o que reduzirá os odores


desagradáveis;

Mantê-los sob refrigeração até a coleta.


2. Conservação dos recipientes e dos seus arredores
em condições higiênicas

Utilizando-se recipientes não descartáveis, a sua limpeza, depois da


coleta de lixo, é muito importante para o controle de moscas e
roedores.

3. Bases ou prateleiras para recipientes

Tem as vantagens de:


 Reduzir a corrosão dos recipientes,
 Dificultar ou impedir o acesso de ratos e/ou outros
animais,
 Evitar que os recipientes sejam virados.
Coleta e transporte do lixo

É a parte essencial e mais sensível aos olhos


da população e, portanto, a mais passível de
crítica.

Se ela não funcionar bem, se não for feita com


freqüência sistemática, praticamente nada servirá o
acondicionamento adequado, porque a população
procurará dispor o lixo, de qualquer maneira, quase
sempre imprópria.
Os aspectos mais importantes a considerar na coleta e
transporte de lixo são:

1. Quantidade do lixo a coletar

Quantidade de lixo coletado – quantidade de lixo


efetivamente recolhida;

Quantidade de lixo produzido – quantidade de lixo


efetivamente produzido ou gerado na comunidade;

Quantidade de lixo a coletar – quantidade de lixo


possível de ser coletado, com melhoria do serviço
2. Local
Em frente da casa; freqüência – varia com as condições;
Locais e horário de coleta – diurna ou noturna

3. Sistema de coleta e transporte


Por veículo coletor – tração animal ou
mecânica;
Sem compressão do lixo
Com compressão do lixo

Por via hídrica.

4. Entidade responsável pela coleta e transporte


– município.
5. Itinerário da coleta

Como regra geral, a coleta deve ser feita:

 De maneira que os veículos se dirijam das


partes altas para as baixas;

 Quando cheios, estejam o mais próximo


possível do ponto de tratamento e/ou destino
final.
Processamento do lixo

Há necessidade que o material seja segregado de


maneira adequada.

A segregação do lixo tem por objetivo


principal a reciclagem de seus
componentes.

 A reciclagem é o resultado de uma série de ações


integradas de gerenciamento do lixo para que se
obtenha matéria-prima na manufatura de novos
produtos.
Segregação de Materiais

A reciclagem pode trazer benefícios:

 Diminuição do lixo a ser enviado para os aterros;

 Preservação dos recursos naturais;

 Economia de energia;

 Diminuição de impactos ambientais;

 Geração de empregos diretos e indiretos.


Só devem-se segregar materiais que existam
demanda no mercado para reciclagem

Atualmente existem associações e empresas organizadas de acordo


com o tipo de produto fabricado.

Há dois caminhos para a segregação de materiais:

Coleta seletiva  é a separação na fonte geradora e


posterior encaminhamento para uma cooperativa que
seleciona os tipos de materiais.

Usina de lixo ou triagem  é a separação dos


materiais que estão misturados com lixo.
Coleta Seletiva

É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis


(vidro, papel, metais plásticos e orgânicos) previamente
separados na fonte geradora.

Esses materiais podem ser encaminhados às industriais


recicladoras ou aos sucateiros.
Tipos de coleta seletiva:

 Porta-a-porta (ou domiciliar), em postos de entrega


voluntária - PEV (denominados muitas vezes de eco-
ponto);

 Postos de troca (trocam o material reciclado por um


objeto);

 Cooperativa de catadores.
Vantagens da Coleta Seletiva

Apresenta boa qualidade dos materiais;

Estimula a cidadania;

Permite maior flexibilidade;

Permite articulações com catadores e empresas,


associações ecológicas etc.;

Reduz o volume de lixo disposto.


Desvantagens da Coleta Seletiva

Custo elevado, necessitando de apoio logístico


para a coleta porta-a-porta;

Necessidade de área disponível para triagem dos


materiais;

Alto valor agregado da coleta porta-a-porta quando


comparado com a coleta convencional.
Catadores

A reciclagem no Brasil vem sendo sustentada pela


catação informal de papéis e outros materiais achados
nos lixões e nas ruas.

Coletam recicláveis nas ruas da cidade antes destes


irem para os caminhões da Prefeitura
 economia nos gastos na disposição destes
materiais e de recursos naturais.
Vantagens da Cooperativa de Catadores

Geração de emprego e renda;

Resgate da cidadania dos catadores, em sua


maioria moradores de rua;

Redução das despesas com os programas de


reciclagem;
Organização do trabalho dos catadores nas ruas
evitando problemas na coleta de lixo e o
armazenamento de materiais em logradouros
públicos;

Redução de despesas com a coleta, transferência


e disposição final dos resíduos separados pelos
catadores
 não serão coletados, transportados e dispostos em
aterro pelo sistema de limpeza urbana da cidade.
Usinas de Triagem ou Lixo

São empregadas para a separação dos materiais


recicláveis do lixo proveniente da coleta e transporte
usual.

Com a Usina de Triagem, é comum existir a


compostagem da fração orgânica do lixo, uma vez
com a retirada dos materiais reciclados o restante é
matéria orgânica.
Vantagens de uma Usina de Triagem

 Não altera o sistema convencional de coleta,


apenas o caminhão passa na usina de triagem ao
invés de ir para o aterro;
 Possibilita o aproveitamento da fração orgânica
(compostagem).

Desvantagens de uma Usina de Triagem

 Investimento inicial em equipamentos;


 Necessidade de corpo técnico especializado;
 O material separado não é de tão boa qualidade
que o oriundo de coleta seletiva.
Reciclagem de Matéria Orgânica
(COMPOSTAGEM)

É o nome dado ao processo biológico de decomposição


da matéria orgânica presente no lixo.

É a decomposição aeróbia da matéria orgânica que


ocorre por ação de agentes biológicos microbianos na
presença de oxigênio e, portanto, precisa de condições
físicas e químicas adequadas para levar à formação de
um produto de boa qualidade.

O produto resultante (composto orgânico)  pode ser


aplicado ao solo para melhorar suas características.
Vantagens da compostagem
Redução de 50% do lixo destinado ao aterro;

Economia na vida útil do aterro;

Aproveitamento agrícola da matéria orgânica;

Reciclagem de nutrientes para o solo;

Processo ambientalmente seguro;

Eliminação de patogênicos;

Economia de tratamento de efluentes (chorume).


O processo de compostagem pode ocorrer
por dois métodos

 Método natural

A fração orgânica do lixo é levada para um pátio e


disposta em pilhas de formato variável  Leiras.

A aeração necessária para o desenvolvimento do


processo de decomposição biológica é conseguida
por revolvimentos periódicos, com o auxílio de
equipamento adequado.
 Método acelerado

A aeração é forçada por tubulações perfuradas, sobre


as quais se colocam as pilhas de lixo, ou em
reatores, dentro dos quais são colocados os
resíduos, avançando no sentido contrário ao da
corrente de ar.
Fatores a serem observados na compostagem

 Aeração

 Umidade

 Temperatura

 Nutrientes

 pH
Composto Orgânico

O composto orgânico pode apresentar características


variáveis dependendo da composição da matéria
orgânica do lixo e da operação da usina de
compostagem.

O material comercializado como fertilizante composto


deve obedecer às especificações da Legislação
Brasileira, do Ministério da Agricultura.
O composto é responsável pela fertilidade dos solos
e fonte de energia para os microorganismos que o
habitam.

Contribui para melhorar as propriedades físicas do


solo e de retenção de cátions.

Apresenta nutriente mineral (N, P, K, Ca, Mg, S e


micronutrientes) que podem ser utilizados pelas
plantas.
Compostagem conjunta de lixo e lodo de
esgoto

Essa técnica é utilizada em alguns países, visando


resolver o problema de dois resíduos
simultaneamente.

A mistura deve ser de modo a garantir níveis de


umidade, relação C/N e aeração adequada, mas o
projeto e operação ficam muito mais complexos.

Além dos obstáculos técnicos, existe ainda a


dificuldade política, visto que o esgoto é operado
pelo governo estadual e o lixo pelo municipal.
Vídeo
Digestão Aeróbia

 Os processos aeróbios praticam-se em recipientes


fechados – os biodigestores;

 São menos eficientes na redução dos patógenos,


principalmente quando se opera na faixa de
temperatura mais baixa (até cerca de 40ºC);

 Têm maior custo de investimento.

 Como geram biogás, têm sido considerados como


uma possível alternativa para a obtenção de energia
a partir do lixo.
Incineração

A incineração é definida como o processo de redução


de peso e volume do lixo através de combustão
controlada.

Os remanescentes da combustão de lixo são:


 dióxido de carbono (CO2);
 dióxido de enxofre (SO2);
 nitrogênio (N2);
 gás inerte proveniente do ar utilizado com fonte de
oxigênio e do próprio lixo;
 oxigênio (O2) proveniente do ar em excesso que não consegue
ser completamente queimado;

 água (H2O);

 cinzas e escórias que se constituem de metais ferros e inertes


com vidros e pedras etc.
O processo de incineração apresenta cinco pontos de
geração de poluentes:

 cinzas de fundo;
 cinzas volantes que são arrastadas junto com os
gases;
 água de limpeza dos gases;
 lamas do tratamento das águas;
 e os próprios gases.
Vantagens da Incineração
 Redução drástica de massa e volume a ser descartado;
 Recuperação de energia;
 Redução do impacto ambiental;
 Esterilização dos resíduos;
 Desintoxicação.

Desvantagens da Incineração
 Custo elevado de instalação e operação;
 Exigência de mão-de-obra qualificada;
 Presença de materiais nos resíduos que geram compostos
tóxicos e corrosivos.
Destino Final – Resíduos Sólidos

O aterro sanitário é definido como um processo


utilizado para a disposição de resíduos sólidos no
solo, particularmente o lixo domiciliar, que
fundamentado em critérios de engenharia e normas
operacionais específicas, permite a proteção do meio
ambiente.

As vantagens do aterro são inúmeras, porém o


relativo baixo custo que envolve esta prática é o que
a torna interessante.
Os aterros podem ser classificados em:

 Aterros comuns (lixões) – caracterizados pela


simples descarga de lixo sem qualquer tratamento,
também denominados lixões;
Aterros controlados – uma variável do anterior em
que o lixo recebe uma cobertura diária de material
inerte.

Essa cobertura diária é realizada de forma aleatória, não


resolvendo satisfatoriamente os problemas de poluição gerados
pelo lixo, uma vez os líquidos e gases não são tratados.
Geralmente, não dispõe de:

 sistemas de tratamento de percolado (mistura entre


chorume, produzido pela decomposição do lixo, e a
água de chuva que percola o aterro);

 do biogás gerado;
Aterros sanitários – são aqueles executados
segundo os critérios e normas de engenharia e
atendem os padrões de segurança preestabelecidos,
permitindo um confinamento seguro em termos de
controle de poluição ambiental e proteção à saúde
pública.
Os aterros também podem ser classificados quanto à
técnica de operação em:

 Aterros de depressão – são aqueles executados em


lugares específicos (lagoas e mangues, em depressões e
ondulações, em pedreiras extintas) daí a caracterização do
nome.
Em geral as áreas têm baixo valor comercial.
 Aterros de superfície - são aqueles realizados em regiões
planas;

Os métodos operacionais empregados (de trincheira,


de rampa ou de área) dependem de diversos fatores:
 disponibilidade de material de cobertura;
 via de acesso que facilitem as operações de
descarga;
 tipo de solo;
 dimensões da área;
 etc.
Método da trincheira ou vala
Consiste na abertura de valas, onde o lixo é disposto,
compactado e posteriormente coberto com solo.

As valas podem ser de pequena (operação manual) ou de


grandes dimensões (permitindo a entrada de equipamentos
maiores em seu interior);
Método da rampa ou escavação
progressiva
É fundamentado na escavação da rampa, onde o lixo é disposto
e compactado pelo trator e posteriormente coberto com solo.

Método de área:
Empregado geralmente em locais de topografia plana e lençol
freático raso.
Implantação do aterro

Deve-se seguir uma seqüência de estudo tais como:


levantamento básico, estudos e projetos e planos de
execução do aterro.
Levantamento Básico

 Levantamento de dados gerais – deverão ser


levantados todos os parâmetros relacionados com o sistema 
dados populacionais, tipologia dos resíduos, taxa de produção
per capita, densidade e peso específico, dados pluviométricos,
regime de temperatura etc.;

 Escolha do terreno – deve-se escolher um lugar de fácil


acesso, distante dos centros urbanos e cuidar da preservação
dos recursos hídricos;
 Levantamento topográfico – para a elaboração do
projeto técnico devem-se fazer um levantamento plano -
altimétrico, indicando os aclives e declives em curva de nível e
em perfis; e os levantamentos das vias de acesso;

 Levantamento Geotécnico – são necessários alguns


parâmetros como: constituição do solo; permeabilidade;
capacidade de carga; nível do lençol freático e localização de
jazidas de material para coberturas.
Estudos e Projetos

 Estudo de viabilidade técnica e econômica –


Viabilidade técnica está restrita às condições de acesso, à
proteção dos recursos hídricos naturais, ao incômodo à
vizinhança.
Viabilidade econômica está relacionada aos investimentos
necessários à implantação e manutenção do aterro;

 Lay-out – deve ser incluído os traçados de tráfego, as


edificações e benfeitorias existentes e projetadas;

 Anteprojeto – visa o levantamento de parâmetros básicos


para a elaboração do projeto definitivo.
Neste deve ser incluído, obrigatoriamente o EIA e o RIMA;
 Projeto técnico – após a aprovação do lay-out procede-se ao
traçado do projeto com elaboração das plantas necessárias ao
empreendimento;

 Projeto básico das edificações de apoio – edificações


auxiliares tais como: guarita, balança, prédio da administração,
galpão de manutenção e oficina;

 Memorial descrito e memorial técnico


Memorial descrito são as prescrições do projeto do aterro no que
se refere à sua concepção, abrangendo as informações de origem
e formação de lixo, coleta e destino final.
Memorial técnico é o conjunto de cálculos e planos dos
elementos constituintes do projeto;
 Especificação de mão-de-obra – técnico responsável;
topógrafo; operador; operador de trator de esteira; operador de pá
carregadeira; operador de retro-escavadeira; motorista de carro
pesado e vigia;

 Cronograma de execução e estimativa de custo –


deve-se apresentar um cronograma de avanço dos trabalhos,
onde todas as fases do projeto estejam evidenciadas.
Planos de execução do aterro

 Execução das obras fixas – entende-se por obras fixas a


construção das edificações de apoio;

 Preparo das vias de acesso;

 Preparo da área de emergência – preparar áreas


adequadas para descarga de lixo em épocas de chuva ou quando
a frente trabalho estiver bloqueada;
 Preparo do sistema de drenagem superficial das
águas pluviais

Os drenos superficiais são destinados a desviar as águas das


chuvas reduzindo a carga de líquidos percolados no aterro;
 Preparo do sistema de drenagem de líquidos
percolados

O sistema de drenagem de percolados e chorume devem atender


com segurança o volume de líquidos que atravessam a massa de
aterro.

O projeto de drenagem deve ser orientado no sentido de conduzir


todos os líquidos percolados para um único lugar;
 Preparo do sistema captação de amostras para
monitoramento  Verificação de contaminação do lençol
freático
 Preparo do sistema de tratamento e captação dos
líquidos percolados

Os líquidos percolados são coletados em um único local onde são


submetidos a tratamento, tais como:
Reciclagem ou irrigação
Esses sistemas são fundamentados nos processos de infiltração-
percolação dos líquidos através da massa de lixo.

A percolação e a infiltração permitem que ocorram


interações do líquido com o solo, desenvolvendo mecanismos de
filtragem e retenção dos sólidos em solução e suspensão, de troca
de íons, de absorção, de oxidação dos componentes orgânicos,
de precipitação química etc.;
Tratamento em lagoas de estabilização
Estas são apresentadas como eficientes sistemas de tratamento.

A facilidade de construção, operação e manutenção das lagoas,


assim como custos relativamente baixos são atrativos que
tornam o método bastante empregado.

O fundamento teórico do tratamento de líquidos contaminados


em lagoas consiste na biodegradação da matéria orgânica
contida no percolado por ação de dois grupos de bactérias: as
aeróbias e as anaeróbias;
Tratamento por ataque químico

Os líquidos de aterros e despejos de esgotos domésticos podem


ser tratados por processos envolvendo reações químicas como,
por exemplo, hidrólise enzimática e hidrólise ácida;

Tratamento por filtros biológicos

O uso de filtros nesse tipo de tratamento vem se tornando cada


vez mais freqüente pela eficiência que esses dispositivos
oferecem e pelos baixos custos;
Tratamento por processos fotossintéticos

Nos países de clima tropical esse tipo de tratamento tem sido


desenvolvido, utilizando plantas que absorvem nutrientes, metais
e traços orgânicos presentes nas águas e em despejos poluídos.
Ex.: aguapé ou Eichhornia crassipes
 Preparo do sistema de drenagem dos gases

Nos aterros de lixo geralmente ocorre a liberação de gases, com o


CH4, CO2 ,etc.

Os gases são resultantes do processo de digestão anaeróbia e,


para evitar sua migração, projeta-se um sistema de drenagem e
captação.

Este sistema consiste de drenos verticais de tubos de concreto


perfurados.

Recomenda-se que estes drenos sejam interligados ao sistema de


drenagem de líquidos e percolados, de forma a permitir o
monitoramento dos líquidos e gases ao mesmo tempo.
 Preparo do leito do aterro e impermeabilização

Quando se fizer necessário, impermeabiliza-se a parte inferior do


aterro, evitando-se a contaminação do lençol freático e a migração
dos gases.
O material utilizado pode ser argila, betume ou lençol sintético
(PEAD);
 Preparo e formação das células de lixo

Concluída a fase de estudos e projetos e preparo das condições


iniciais, procede-se à formação das células de lixo ou ao processo
de aterramento.

A escolha ou definição de um método dependerá das


características físicas e geográficas da área;
 Preparo da cobertura final do aterro

O recobrimento definitivo ou o acabamento final do aterro é


indispensável pela necessidade de se incorporar a área aterrada
ao meio urbano.
Deve-se utilizar de 0,6 a 1,0 m.
Avaliação da situação atual do aterro

O município para definir procedimentos de


disposição de resíduos deve-se partir de um
diagnóstico do município, considerando-se aspectos
como tipo, origem e quantidade de lixo produzido,
tratamentos existentes e características dos locais
onde esse resíduo é disposto.
Identificação dos problemas

 Deficiências de ordem sanitária freqüentemente


encontrada são: fogo, fumaça, odor, vetores de
doença.

 Deficiências de ordem ambiental, os aspectos


geralmente presentes são: poluição do ar, poluição das
águas superficiais e subterrâneas, poluição do solo e
prejuízo à estética e a paisagem local.
 Deficiências operacionais:

 Vias de acesso intransitável durante as épocas de chuvas;

 Falta de controle da área (ausência de cercas e de vigilância,


presença de catadores);

 Descontrole dos resíduos recebidos (não-adoção de


procedimentos para inspeção, pesagem, etc.);

 Ausência de critérios para a disposição do lixo no solo (frente


de trabalho maior que o recomendável, manejo impróprio do
lixo).
Critérios para escolha de área

 Adequação ambiental, considerando a legislação em vigor;

 Aptidão do terreno  avaliada em função de características como


geologia, geotecnia, hidrogeologia, biota, tendências de uso e
ocupação do solo nos entornos da área;

 Vida útil remanescente  determinada em função do volume de


lixo a ser disposto, área efetiva disponível e projeto geométrico
mais adequado à utilização do local;
 Histórico de operação, incluindo-se aspectos como volume e,
principalmente, tipos de lixo recebidos, infraestrutura existente,
condições de operação praticadas no passado (compactação e
cobertura);

 Distância aos centros produtores de resíduos e estados de


conservação das vias de acesso;

 Infraestrutura, mão-de-obra e equipamentos necessários à


adequada operação do local;
 Possibilidade de expansão em área contígua ao atual local de
disposição;

 Existência de áreas alternativas e tempo necessário para viabilizar


o novo aterro;

 Disponibilidade de recursos financeiros.


Fechamento de Aterros

 Eliminação de fogos ou fumaça;


 Delimitação da área;
 Limpeza do entorno
 Movimentação e conformação da massa de lixo;
 Cobertura final;
 Drenagem das águas superficiais;
 Drenagem de biogás e percolado da massa de lixo;
 Coleta e tratamento de biogás e percolado;
 Monitoração geotécnica e ambiental;
 Manutenção das estruturas dos aterros de resíduos e projeto
paisagístico e uso futuro da área.”
Avaliação de áreas para instalação de
aterros sanitários

A seleção do local para instalação de um aterro


sanitário envolve não só fatores ambientais, mas
também técnicos, econômicos, legais e sociais.

Devem ser investigados:

 os condicionantes topográficos, hidrogeológicos e


geotécnicos da área;

 distância de transporte dos centros geradores dos RSU;


 susceptibilidade de contaminação do lençol freático;

 capacidade de disposição, condições de acesso e


trafegabilidade;

 disponibilidade de solos para recobrimento e proteção, dentre


outros fatores.
Informações climáticas como:

 Precipitação pluviométrica;

 Evaporação;

 Direção dos ventos predominantes;

 Regime de chuvas
Fatores ambientais da área:

Geologia;
Hidrogeologia;
Geotecnia

A partir desses dados estabelecem-se as medidas de


projeto e monitoramento do aterro.

Os dados geológicos e geotécnicos referem-se aos


parâmetros de resistência, deformabilidade e
condutividade hidráulica dos terrenos de fundação e,
os de hidrogeologia, referem-se ao comportamento das
águas subterrâneas, dentre outros.

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