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DIREITO AMBIENTAL – AULA 01 - INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL

• Curso: ENGENHARIA AMBIENTAL - 7º P - MATUTINO


• Disciplina: DIREITO AMBIENTAL
• Prof. Thiago F. Vitorino
• Especialista em Direito Ambiental e Urbanístico.
DIREITO AMBIENTAL – AULA 01 - INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL

• O meio ambiente não se pode adstringir apenas a uma visão sensória, somente a
uma expressão fenomênica da realidade. Não se pode entender ou compreender
o mundo em sua expressão puramente sensória, meramente visual, auditiva,
gustativa etc. Na sua expressão de formas singulares provocadas pela percepção
das coisas no tempo e no espaço.

• É preciso também captá-la por meio da inteligência, pela razão. A totalidade não é
simplesmente a soma das partes; é algo mais que essa somatória.

• Para desenvolver o conhecimento filosófico do direito ambiental é preciso abordar


algumas noções básicas que permitirão o acesso a categorias do conhecimento
científico, ou mesmo paracientífico, especialmente do saber jurídico destinado a
dar conta da experiência normativa numa sociedade complexa como a nossa.
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• Podemos destacar que A Revolução Industrial é o marco desencadeador de


transformações profundas no paradigma de consumo. Diante das constantes
agressões ao meio ambiente, comprovadas pela ciência e condenadas pela ética e
moral, surge a necessidade de se repensar conceitos desenvolvimentistas
clássicos.

• O direito ambiental está intimamente relacionado ao direito constitucional,


administrativo, civil, penal e processual. Pelo fato das atividades poluidoras e de
degradação do meio ambiente não conhecerem fronteiras, o direito ambiental
também está intimamente ligado ao direito internacional e, com ele, compõe uma
disciplina própria conhecida como direito internacional ambiental.
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• O direito internacional ambiental tem como ponto de partida a CONFERÊNCIA DE


ESTOCOLMO , realizada em 1972 em Estocolmo na Suécia.

• A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida
como Conferência de Estocolmo, iniciada em cinco de junho de 1972, marcou uma
etapa muito importante na ecopolítica internacional.

• Esta foi basicamente a primeira grande reunião organizada para concentrar-se as


questões ambientais e a primeira atitude mundial a tentar preservar o meio ambiente,
visto que a ação antrópica gera séria degradação ambiental, criando severos riscos para
o bem estar e sobrevivência da humanidade.

• Houve a convocação dessa Conferência visando amenizar a problemática: homem X


natureza.
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• Princípios e conceitos tornaram-se base para a evolução na área do meio ambiente


a partir da Conferência de Estocolmo e desta resultaram inúmeras questões que
continuam a influenciar e a motivar as relações entre os atores internacionais,
colaborando para a notável evolução que eclodiu após a Conferência.

• Desta conferência houve o surgimento do PNUMA ( PROGRAMA DAS NAÇÕES


UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE);

• OBS: PNUMA é a sigla em português do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (em inglês, United Nations Environment Programme – UNEP). Sediado
em Nairóbi, no Quênia, o programa foi criado pelas Nações Unidas em 1972,
atendendo a proposta da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, realizada naquele ano em Estocolmo, na Suécia.
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• O PNUMA tem como missão liderar e encorajar parcerias ambientais, inspirando,


informando e preparando povos e nações para melhorar sua qualidade de vida
sem prejudicar a das gerações futuras.

• O PNUMA objetiva equilibrar interesses nacionais e globais, buscando


convergências em relação a problemas ambientais comuns. Como única instituição
dentro do sistema das Nações Unidas que trata exclusivamente de assuntos
ambientais, o PNUMA atua como catalisador de ações que estimulem a
conscientização temática, trabalhando em conjunto com outras organizações,
agências e programas do sistema das Nações Unidas, de modo a desenvolver
atividades em benefício do meio ambiente, além de promover a interação de
cientistas, políticos, líderes sociais e formadores de opinião em geral.
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• A conferência de Estocolmo foi realizada para atender quatro fatores que foram influência à época:

• 1. Aumento e importância da comunidade científica, que começavam a questionar sobre o futuro


do planeta, as mudanças climáticas e sobre a quantidade e qualidade da água.

• 2. Aumento da exposição, pela mídia, de desastres ambientais (marés negras, desaparecimento de


territórios selvagens, modificações na paisagem), gerando um maior questionamento da sociedade
a cerca das causas e soluções para tais desastres.

• 3.Crescimento desenfreado da economia, e consequentemente das cidades, sendo que estas


cresceram sem nenhum planejamento para o futuro.

• 4. Outros problemas ambientais, como chuvas-ácidas, poluição do Mar Báltico, grandes


quantidades de metais pesados e pesticidas.

• Com isso, a Conferência de Estocolmo visou buscar uma solução para tais problemas, criando um
novo pensamento, tanto para os Estados, quanto para a sociedade: o problema existe, vamos agir.
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• A partir da Conferência de Estocolmo o Direito Ambiental entrou para o rol do Direitos Humanos;

• Assim passa a ser internacionalmente protegido e a manutenção do equilíbrio ecológico se faz


presente em todas as ações dos países a partir daquele momento;

• Já em 1987, o documento Our Common Future (Nosso Futuro Comum) ou, como é bastante
conhecido, Relatório Brundtland, apresentou um novo olhar sobre o desenvolvimento, definindo-o
como o processo que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. É a partir daí que o conceito de
desenvolvimento sustentável passa a ficar conhecido.

• Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o Relatório


Brundtland aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de
produção e consumo, trazendo à tona mais uma vez a necessidade de uma nova relação “ser
humano-meio ambiente”. Ao mesmo tempo, esse modelo não sugere a estagnação do crescimento
econômico, mas sim essa conciliação com as questões ambientais e sociais.
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• O Relatório Brundtlandt é resultado do trabalho da Comissão Mundial sobre o Meio


Ambiente e Desenvolvimento, da ONU, presidida por Gro Harlem Brundtlandt e
Mansour Khalid, daí o nome final do documento.

• A comissão foi criada em 1983, após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de
Estocolmo, com o objetivo de promover audiências em todo o mundo e produzir um
resultado formal das discussões.

• O documento foi publicado após três anos de audiências com líderes de governo e o
público em geral, ouvidos em todo o mundo sobre questões relacionadas ao meio
ambiente e ao desenvolvimento. Foram realizadas reuniões públicas tanto em regiões
desenvolvidas quanto nas em desenvolvimento, e o processo possibilitou que diferentes
grupos expressassem seus pontos de vista em questões como agricultura, silvicultura,
água, energia, transferência de tecnologias e desenvolvimento sustentável em geral.
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• Em 1992 aconteceu um encontro internacional para debater os problemas ambientais,


esse evento ficou conhecido como Eco-92 ou Rio-92, realizado entre os dias 3 e 14 de
junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro. Essa conferência teve grande repercussão
mundial, da qual participaram representantes de 176 países, 1.400 Organizações Não
Governamentais (ONGs), totalizando mais de 30 mil participantes.

• Durante a Eco-92 foram discutidos os problemas ambientais existentes e suas possíveis


consequências, além de ter feito uma análise dos progressos realizados desde a
primeira conferência realizada em Estocolmo. Foram aprovadas duas convenções
durante a Eco-92: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas.
Outro documento muito importante assinado durante o evento foi a Agenda 21, um
plano de ação e metas com 2.500 recomendações sobre como atingir o
desenvolvimento sustentável. Segundo esse documento, o qual defende a ajuda dos
países desenvolvidos àqueles em desenvolvimento, a conservação ambiental do planeta
não pode ser alcançada sem a erradicação da pobreza e a diminuição das desigualdades
sociais.
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• Entre os objetivos da Agenda 21, destacam-se:

- A universalização do saneamento básico e do ensino;


- Maior participação das ONGs, dos sindicatos e dos trabalhadores na vida da
sociedade;
- O planejamento e o uso sustentado dos recursos do solo, das formações vegetais e
dos rios, lagos e oceanos;
- A conservação da biodiversidade.

• Dando seguimento as conferências globais sobre o clima em 2002 foi realizada pela
ONU a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo, na África
do Sul, também conhecida como Rio+10 ou Cúpula da Terra II, porque teve como
ponto principal discutir os avanços alcançados pela Agenda 21 e outros acordos da
Cúpula de 1992. Desta Cúpula de 2002, surgiram então, dois documentos, a Declaração
de Joanesburgo e o Plano de Implementação.
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• Já de 13 a 22 de junho de 2012 foi realizada, na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou
os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para
as próximas décadas.

• A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em
sua 64ª Sessão, em 2009.

• O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento


sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões
adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

• A Conferência teve dois temas principais:


• A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
• A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
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• No Brasil, a tendência de denominar como “Direito Ambiental” o ramo do direito


surgido a partir da segunda metade do séc. XX, se deu pelos juristas Paulo Afonso Leme
Machado, Luís Paulo Sirvinskas, Maria Luiza Machado Granziera e Paulo de Bessa
Antunes e de Direito do Ambiente, como entitulado por Edis Milaré.

• Para o Doutrinador Paulo Affonso Leme Machado: “O Direito Ambiental é um Direito


sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina e da jurisprudência
concernentes aos elementos que integram o ambiente. Procura evitar o isolamento
dos temas ambientais e sua abordagem antagônica. Não se trata mais de construir um
Direito das Águas, um Direito da Atmosfera, um Direito do Solo, um Direito Florestal,
um Direito da Fauna ou um Direito da Biodiversidade. O Direito Ambiental não ignora
o que cada matéria tem de específico, mas busca interligar estes temas com a
argamassa da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e reparação, de
informação, de monitoramento e de participação”.
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• O Professor e Jurista Edis Milaré denomina o Direito do Ambiente como: complexo de


princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando
a sua sustentabilidade para as futuras gerações”.

• A Legislação Federal foi a primeira norma a definir legalmente meio ambiente através
da Lei 6.938/81 em seu “Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
• I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas;”
• Além disso a mesma norma em seu art. 2°, inciso I, considera “o meio ambiente como
um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista
o uso coletivo”.
• Cabe ressaltar que as legislações estaduais e municipais seguem essa linha de
raciocínio, não limitando o campo ambiental ao homem, mas todas as formas de vida.
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• LINKS ÚTEIS:

• http://web.unep.org/regions/brazil/ (PNUMA BRASIL)

• https://ambiente.files.wordpress.com/2011/03/brundtland-report-our-common-
future.pdf (Relatório brundtland);

• http://www.rio20.gov.br/ (Rio +20)

“Já não há meio ambiente... Mas preservemos o terço de ambiente que nos resta.”

• OBRIGADO A TODOS!!

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