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Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - 1º Grau

Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0020436-11.2015.5.04.0521


em 20/09/2015 17:43:32 e assinado por:
- VINICIUS ARAUJO SELEME

Consulte este documento em:


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usando o código: 15092017433299800000013369753

15092017433299800000013369753
Engº Vinicius Seleme
Perícias Judiciais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO TITULAR DA 1ª


VARA DO TRABALHO DE ERECHIM– RS

Processo nº: 0020436-11.2015.5.04.0521


Reclamante: Jucileia Catia Saccardo
Reclamada: Fundação Santa Terezinha de Erechim

VINICIUS ARAUJO SELEME, Engenheiro de


Segurança do Trabalho, Engenheiro Químicos, Perito
compromissado neste processo, tendo realizado o estudo
ordenado para caracterização e classificação de Periculosidade,
segundo as normas do Ministério do Trabalho, vem,
respeitosamente, apresentar o laudo pericial conclusivo, para
que seja juntado aos autos do Processo, estimando os honorários
correspondentes ao serviço executado em cinco (05) salários
mínimos vigentes no ato do pagamento.

Aproveita a oportunidade para transmitir a Vossa Excelência a manifestação de


seu elevado respeito e distinta consideração.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Garibaldi, 18 de setembro de 2015.

Vinicius A. Seleme
Perito.

Fone: (54) 9925.1360 – (51) 8182.3949 –viniciusseleme@gmail.com


Engº Vinicius Seleme
Perícias Judiciais

LAUDOPERICIAL

1. OBJETIVO.

O presente Laudo tem o objetivo de caracterizar as atividades do Reclamante


quanto à insalubridade, de acordo com a Norma Regulamentadora – 15 e
periculosidade, de acordo com a Norma Regulamentadora - 16 da Portaria n° 3214/78,
do Ministério do Trabalho e Decreto no 93.412/86, da Presidência da República.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS.

A inspeção pericial foi realizada no dia 16/09/2015, às 11h00min, no seguinte


local:

- Sede da reclamada, em Erechim.

Estiveram presentes, na ocasião:

- Edilma Brum (Eng. Segurança);


- Neiva Fatima da Silva (Coord.);
- Rodrigo Rossi (Assist. Técnico – Reclamante);
- Manoel Bicca (Advogado – Reclamante);
- Reclamante compareceu, após ter sido notificado em audiência.

O reclamante trabalhou para a reclamada, exercendo as funções de Escriturária

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS - CONDIÇÕES AMBIENTAIS.

As atividades da empresa reclamada estão relacionadas com hospitais.


A reclamante relata fazer fichas de pacientes, atender telefones, fazer fichas de
medicamentos, avisar enfermeiras e farmácias de ligações, agendar consultas e
procedimentos; receber caixas de medicamentos (quimioterápicos), funcionários da
farmácia vem buscar; buscar prontuários no arquivo.

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3.1 Divergências
Não houve divergências com relação às atividades realizadas pelo reclamante.

Com relação às atividades da reclamante, o perito entende que não havia


manipulação ou contato com os medicamentos denominados quimioterápicos ou
antineoplásicos. Os pacientes utilizam em casa alguns medicamentos autorizados pelo
hospital, como TAXOFEN, ANASTRAZOL, MESILATO DE IMATINIBE,
ALFAINTERFERONA 2B, HYDREA, XELODA e BICALUTAMIDA. De acordo
com as bulas, esses medicamentos são comprimidos. Os pacientes entregam, na
recepção do setor de oncologia, onde a reclamante trabalhava, cartelas de comprimidos
utilizados, dentro de caixas de isopor. Não havia contato com restos de medicamentos,
nem riscos de exposição a produtos químicos.

4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

o Nenhum.

5. CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA INSALUBRIDADE.

Segundo o estabelecido no Artigo 189 da CLT, "serão consideradas atividades


ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos".
O exercício do trabalho em condição insalubre, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento), segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
Análise da exposição do reclamante a agentes de natureza física, química e
biológica:

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5.1 Ruído

Não foram identificadas fontes destes nem de ruído contínuo, nem de ruído de
impacto nos locais de trabalho do Reclamante.
Portanto, com relação aos Anexos nº 1 (ruído contínuo) e nº 2 (ruído de
impacto), não existiam condições de insalubridade.

5.2 Calor / Frio / Umidade

Não foram identificadas fontes destes agentes físicos nos locais de trabalho do
Reclamante.
Portanto, com relação aos Anexos nº 3 (calor), nº 9 (frio) e nº 10 (umidade),
não existiam condições de insalubridade.

5.3 Radiações Ionizantes / Radiações Não-Ionizantes

Não foram identificados locais de trabalho e atividades onde houvesse a


exposição do Reclamante a radiações ionizantes ou não-ionizantes.
Portanto, com relação aos Anexos nº 5 (radiações ionizantes) e nº 7 (radiações
não-ionizantes), não existiam condições de insalubridade.

5.4 Pressões Hiperbáricas / Vibrações

Não foram identificados locais de trabalho e atividades onde houvesse a


existência de pressões hiperbáricas (trabalhos submersos) ou vibrações.
Portanto, com relação aos Anexos n° 6 (condições hiperbáricas) e nº 08
(vibrações), não existiam condições de insalubridade.

5.5 Agentes Químicos

Não foram identificados locais de trabalho e atividades onde houvesse a


exposição a agentes químicos.

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Portanto, com relação ao Anexo n° 11 (agentes químicos com limite de


tolerância), nº 12 (poeiras minerais) e nº 13 (agentes químicos) não existiam
condições de insalubridade.

5.6 Agentes Biológicos

Não foram identificados locais de trabalho e atividades onde houvesse a


exposição a agentes biológicos.
Portanto, com relação ao Anexo n° 14 (agentes biológicos), não existiam
condições de insalubridade.

6. CONCLUSÃO.

As observações resultantes da inspeção pericial permitem concluir que as


atividades exercidas pelo reclamante, na empresa reclamada, caracterizam-se como
NÃO INSALUBRES.

7. RESPOSTA AOS QUESITOS.

Os quesitos formulados pelas Partes encontram-se detalhadamente respondidos


no corpo do laudo pericial.
7.1 Quesitos Reclamante:

01. Onde foi realizada a inspeção? As partes estavam presentes? Eventuais assistentes
técnicos estavam presentes?
R: Sede reclamada.
02. Qual(is) a(s) função(ões) exercida(s) pela Reclamante ao longo do contrato de
trabalho?
R: Escrituraria.
03. Quais as tarefas executadas pela reclamante em seu ambiente de trabalho ao longo
do contrato?
R: Vide item 3 do laudo.
04. Quais os setores/lugares onde desenvolvia/desenvolve os seus trabalhos? Quais
setores do hospital a reclamante percorria/percorre diariamente?
R: Oncologia.
05. Quantos pacientes são atendidos diariamente no setor onde trabalha/trabalhou a
reclamante?

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R: A reclamante não atendia pacientes.


06. Quantos pacientes acessam diariamente o setor onde trabalha/trabalhou a
reclamante?
R: Não foi mencionada a quantidade.
07. Onde ficam os pacientes à espera de atendimento?
R: Sala espera, cadeiras;
08. A reclamante laborava/labora em ambientes fechados, sujeitos à contaminação por
doenças infecto/contagiosas?
R: Não.
09. A reclamante tinha/tem contato com pacientes em macas ou cadeira de rodas?
R: Não.
10. A reclamante estava/está sujeita a bactérias, vírus e outros micróbios?
R: Não.
11. A reclamante, no exercício das atividades laborais, estava/está sujeito a radiações
ionizantes? Especificar.
R: Não.
12. A reclamante tem contato com pacientes que foram submetidos a tratamento de
quimioterapia? Estva/está sujeita a agentes insalutíferos de ordem química?
Discriminar.
R: Reclamante não tem contato com pacientes.
13. A reclamante, no exercício das atividades laborais, estava/está sujeito a agentes
insalutíferos de ordem biológica? Discriminar.
R: Não.
14. Os agentes biológicos possuem limite de tolerância?
R: Não.
15. Havia/há possibilidade de contato da reclamante com pacientes contaminados com
doenças infectocontagiosas?
R: Não.
16. É possível o contato com pacientes portadores de doenças infecto contagiosas por
vias aéreas? Isto se agrava em ambientes fechados?
R: Reclamante não tem contato com pacientes.
17. Onde se localizava o refeitório na FHSTE? A que distância dos leitos? Houve
alteração? Ainda se localiza no mesmo lugar?
R: Sem relação com a pericia de insalubridade.
18. A reclamante almoça no refeitório?
R: Provavelmente.
19. O que é o setor "morgue"? Ficava no caminho do ponto até o setor da reclamante?
Ainda fica? Houve alteração no setor "morgue"?
R: Reclamante trabalhava na recepção da Oncologia.
20. Durante a perícia como estava o "morgue"? E a porta do "morgue"? Há risco de
contaminação?
R: Reclamante trabalhava na recepção da Oncologia.
21. Existem outros trabalhadores nas mesmas condições que a reclamante no local de
trabalho? Recebem adicional de insalubridade?
R: A pericia tem o objetivo de avaliar as atividades da reclamante, e não de outros
funcionários.
22. Os empregadores comprovaram o fornecimento de EPI'S nos autos do processo, ao
longo de "todo" o contrato individual de trabalho? Quais?

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R: Não havia fornecimento de EPIs.


23. Os empregadores comprovaram o exercício de fiscalização de uso de EPI's pelos
seus funcionários?
R: Não havia fornecimento de EPIs.
24. Os Equipamentos de Proteção Individual comprovadamente fornecidos pela
reclamada eram eficientes na redução/eliminação dos agentes insalutíferos?
R: Não foram verificados agentes insalubres.
25. Os Equipamentos de Proteção Individual comprovadamente fornecidos pela
reclamada estavam sujeitos a prazos de validade, conforme NR-6 do MTE? Em caso
positivo tais prazos foram respeitados?
R: Não havia fornecimento de EPIs.
26. A reclamante estava sujeito a condições insalubres de trabalho? Em que grau? Qual
o regulamento legal (lei ou portaria)?
R: Não.

7.2 Quesitos Reclamada:

Não apresentados.

8. ENCERRAMENTO.

Concluída a análise das atividades do reclamante na empresa reclamada, sobre


aspectos relacionados com Segurança e Higiene do Trabalho, fica encerrado o presente
laudo pericial, colocando-se o Perito à disposição para futuros esclarecimentos.

Garibaldi, 18 de setembro de 2015.

ENGº VINICIUS SELEME.


Perito
CREA-RS 167590
Sócio Apejust nº 1143

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Engº Vinicius Seleme
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Figura 1 – Recepção

Figura 2 – Local de trabalho

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