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CATÁLOGO DE MAPAS DE PROSPECTIVIDADE DE

ÁREAS SELECIONADAS DO BRASIL

Compilado e organizado por:

Felipe Mattos Tavares


Debora Rabelo Matos
Evandro Luiz Klein
MINISTRO DE MINES E ENERGIA
Bento Albuquerque

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL


Alexandre Vidigal de Oliveira

PESQUISA GEOLÓGICA DO BRASIL - CPRM

PRESIDENTE

Esteves Pedro Colnago

DIRETOR DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS


José Leonardo Silva Andriotti

DIRETOR DE HIDROLOGIA E GESTÃO DE TERRAS


Antonio Carlos Bacelar Nunes

DIRETOR DE INFRAESTRUTURA GEO CIENTÍFICA

Fernando Pereira de Carvalho

DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO
Cassiano de Souza Alves
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

PESQUISA GEOLÓGICA DO BRASIL

CATÁLOGO DE MAPAS DE PROSPECTIVIDADE DE


ÁREAS SELECIONADAS DO BRASIL

Compilado e organizado por:

Felipe Mattos Tavares


Debora Rabelo Matos
Evandro Luiz Klein

BRASÍLIA
2020
EQUIPE TÉCNICA MAPEAMENTO DE PROSPECTIVIDADE E ANÁLISE DO SISTEMA MINERAL DO CINTO DE

GURUPI
ORGANIZADORES
Leandro Duarte Campos
Felipe Mattos Tavares
Débora RabeloMatos FAVORABILIDADE COBRE-CHUMBO-ZINCO NA SEQUÊNCIA DE SUPRACRUSTALS

Evandro Luiz Klein DO GRUPO MARTINÓPOLE, MEDIO COREAÚ DOMAIN, PROVÍNCIA DE BORBOREMA

INTRODUÇÃO
Tercyo Rinaldo Gonçalves Pinéo Alex
Evandro Luiz Klein
Franca Lima
Felipe Mattos Tavares
Maria Dulcinea Madureira RolimBessa Mariane
Débora RabeloMatos
Dornas Martins
INTEGRAÇÃO DE DADOS E GERAÇÃO DE ALVO Felipe Rocha Abreu
Guilherme Ferreira da Silva Sulsiene
Machado de Souza Gaia FAVORABILIDADE DE COBRE-FERRO NA BACIA SEDIMENTAR DE CAMBRIAN

JAIBARAS, DOMÍNIO MEDIO COREAÚ, PROVÍNCIA DE BORBOREMA


FAVORABILIDADE COBRE-OURO NA ZONA DE TESOURA CINZENTO, PROVÍNCIA

MINERAL DE CARAJÁS
Tercyo Rinaldo Gonçalves Pinéo Alex
Felipe Mattos Tavares Franca Lima
Junny Kyley Mastop Oliveira Antônia Maria Dulcinea Madureira RolimBessa Mariane
Railine da Costa Silva Iago Sousa Dornas Martins
Lima Costa Felipe Rocha Abreu
Rafael Bittencourt Lima
PORFÍRIA CU-AU REMOBILIZADA DEPÓSITO A FAVORABILIDADE NO SEGMENTO
MAPEAMENTO DE PROSPECTIVIDADE E ANÁLISE DO SISTEMA MINERAL DA ÁREA
SUL DO ARCO MAGMÁTICO DE GOIÁS, CINTO DE BRASÍLIA, PROVÍNCIA DE
DE RENCA, SE GUIANA SHIELD
TOCANTINAS
Leandro Duarte Campos Jônatas de Sales Macêdo Carneiro

MAPEAMENTO DO POTENCIAL DE PREVISÃO PARA OURO RELACIONADO À

INTRUSÃO NO LESTE DE TOCANTINZINHO TREND, PROVÍNCIA MINERAL DE EQUIPE DE SUPORTE TÉCNICO


TAPAJÓS, CRATON AMAZÔNIA
BIBLIOTECA RESPONSÁVEL
Sulsiene Machado de Souza Gaia Marcelo
Lacerda Vasquez Gabriela Vieira Leitão

Felipe Mattos Tavares PUBLICANDO

FAVORABILIDADE DO OURO NO DISTRITO DO OURO DE JUMA, SUDESTE DO ESTADO


Ricardo Luiz Barreiros Motta Juliana

DA AMAZONAS
Colussi de Gouvea

Raul Eigenheer Meloni


Matheus Silva Simões
AVISO LEGAL:
Michele Zorzetti Pitarello
Os mapas de favorabilidade apresentados neste catálogo são baseados em álgebra
de mapas e técnicas de segmentação de exploração. Enquanto algumas áreas são
FAVORABILIDADE ZINCO-CHUMBO-COBRE-OURO NO DISTRITO DE
consideradas mais favoráveis que outras, os modelos não eliminam a possibilidade
NOVA BRASILÂNDIA, PROVÍNCIA DE SUNSÁS, CRATONA AMAZÔNIA
de exploração em áreas menos favoráveis, considerando as limitações na escala dos
mapas apresentados, nos modelos geológicos disponíveis e no próprio banco de
Gustavo Negrello Bergami dados.
Guilherme Ferreira da Silva

Catalogação Internacional em Dados de Publicação

T231 Tavares, Felipe Mattos

Catálogo de mapas de prospectividade de áreas selecionadas do Brasil / compilado


por Felipe Mattos Tavares, Debora Rabelo Matos, Evandro Luiz Klein. - Brasília:
ServiçoGeológico do Brasil-CPRM, 2020.

72 p. : il. cor.

ISBN 978-85-7499-583-0 (impresso)


ISBN 978-85-7499-582-3 (pdf)

1. Recursos minerais - Brasil. 2. Geologia econômica. I. Matos,


Debora Rabelo. II. Klein, Evandro Luiz. III. Título.

CDD 553.1

Bibliotecária Responsável: Gabriela Vieira Leitão - CRB / 1 - 1995

COPYRIGHT: PESQUISA GEOLÓGICA DO BRASIL / SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM


É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE PARTES DESTA PUBLICAÇÃO, DESDE A FONTE (REFERÊNCIA) DOS DADOS É CITADA.
PREFÁCIO

O Brasil é um grande produtor e exportador de commodities minerais, sendo um player global em Nb, Fe,
Mn, Ta, Al, grafita e pedras ornamentais, e é um exportador relevante de pelo menos Ni, Mg, Sn, Cr, Au, Cu e
caulim. Porém, nosso potencial mineral vai muito além desse grupo de importantes commodities e a produção
ainda não se reflete no Produto Interno Bruto brasileiro. Reconhecendo a importância do setor de mineração
para o desenvolvimento econômico e social do país, o Governo Federal do Brasil, por meio do Ministério de
Minas e Energia e a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral estão atuando para revitalizar
a indústria de mineração no Brasil e criar um ambiente favorável ao investimento, garantindo estabilidade
regulatória e segurança jurídica,

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é responsável pelo último tópico. Grandes investimentos em geoquímica e
levantamentos geofísicos aerotransportados, mapeamento geológico e estudos metalogênicos foram realizados nos últimos
anos. Considerando que o território brasileiro ainda é imaturo em termos de exploração mineral, os projetos têm se
concentrado nas principais províncias minerais para sustentar as descobertas nesses setores, e em outras áreas potenciais
com o objetivo de identificar locais prioritários para investimentos e oportunidades de exploração.

Parte deste esforço está resumido neste “ CATÁLOGO DE MAPAS DE PROSPECTIVIDADE DE ÁREAS SELECIONADAS DO
BRASIL ”. O catálogo apresenta uma compilação de mapas de prospectividade de nove áreas de oito diferentes províncias / distritos
pré-cambrianos. Os resultados sugerem áreas favoráveis para a prospecção de metais, incluindo ouro, cobre, chumbo, zinco e
ferro. O Geological Survey of Brazil cumpre seu papel institucional de fornecer informações de geociências pré-competitivas na
esperança de que possam ser úteis para o seu trabalho.

Esse catálogo está disponível em papel e também pode ser baixado gratuitamente no site www.cprm.gov.br.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Esteves Pedro Colnago


Presidente

José Leonardo Silva Andriotti


Diretor de Geologia e Recursos Minerais
ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................. .................................................. .................................................. ....................... 8

INTEGRAÇÃO DE DADOS E GERAÇÃO DE ALVO ............................................. ................................................. 11

FAVORABILIDADE COBRE-OURO NA ZONA DE TESOURA CINZENTO,


PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS ............................................... .................................................. ...................................... 16

MAPEAMENTO DE PROSPECTIVIDADE E ANÁLISE DO SISTEMA MINERAL DA ÁREA DE RENCA,


ESCUDO SE GUIANA ............................................... .................................................. .................................................. ............... 22

MAPEAMENTO DO POTENCIAL DE PREVISÃO PARA OURO RELACIONADO À INTRUSÃO NA TENDÊNCIA ORIENTAL DE


TOCANTINZINHO, PROVÍNCIA MINERAL DE TAPAJÓS, CRATONA AMAZÔNIA ................. 27

FAVORABILIDADE DO OURO NO DISTRITO DO OURO DE JUMA, SUDESTE DO ESTADO AMAZONAS ................ 34

FAVORABILIDADE ZINCO-CHUMBO-COBRE-OURO NO DISTRITO DE NOVA BRASILÂNDIA, PROVÍNCIA DE SUNSÁS, CRATONA


AMAZÔNIA ............................... .................................................. ........................ 41

MAPEAMENTO DE PROSPECTIVIDADE E ANÁLISE DO SISTEMA MINERAL DO CINTO DE GURUPI .......... 46

FAVORABILIDADE COBRE-CHUMBO-ZINCO NA SEQUÊNCIA SUPRACRUSTAL


DO GRUPO MARTINÓPOLE, DOMÍNIO MEDIO COREAÚ, PROVÍNCIA DE BORBOREMA ................... 51

FAVORABILIDADE DE COBRE-FERRO NA BACIA SEDIMENTÁRIA DE CAMBRIAN JAIBARAS,


MEDIO COREAÚ DOMAIN, PROVÍNCIA DE BORBOREMA ............................................ ......................................... 56

CU-AU PORFÍRIA REMOBILIZADA DEPÓSITOS FAVORABILIDADE NO SUL


Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

SEGMENTO DO ARCO MAGMÁTICO DE GOIÁS, CORREIA DE BRASÍLIA, PROVÍNCIA DE TOCANTINS ............ 60

REFERÊNCIAS .................................................. .................................................. .................................................. .............................. 65


INTRODUÇÃO
Evandro L. Klein, Felipe M. Tavares, Débora R. Matos

O Brasil é um grande produtor e exportador de commodities minerais. O país é um player global de Nb, Fe,
Mn, Ta, Al, grafite e pedras ornamentais, e é um exportador relevante de pelo menos Ni, Mg, Sn, Cr, Au, Cu e
caulim. Porém, nosso potencial mineral vai muito além desse grupo de importantes commodities e a produção
ainda não se reflete no Produto Interno Bruto brasileiro. Portanto, além dos aspectos políticos, econômicos,
ambientais e regulatórios, esforços devem ser feitos no sentido de aprimorar o conhecimento geológico e
metalogênico do território brasileiro.

Em relação a este último tema, o Geological Survey of Brazil (CPRM) realizou investimentos maciços em geoquímica e
levantamentos geofísicos aerotransportados, mapeamento geológico e estudos metalogênicos nos últimos anos. Além disso,
considerando que o território brasileiro ainda é imaturo em termos de exploração mineral, os projetos têm se concentrado nas
principais províncias minerais para sustentar descobertas nestes setores, e em outras áreas potenciais com o objetivo de
identificar locais prioritários para investimentos e oportunidades de exploração.

Como parte desse esforço para produzir informações geocientíficas pré-competitivas, a CPRM está desenvolvendo um
programa de avaliação mineral, a fim de apoiar os tomadores de decisão da indústria mineral com informações assertivas. O
programa inclui a revisão ou determinação de controles críticos para diferentes sistemas minerais, modelagem de potencial
mineral e mapeamento de favorabilidade, bem como estimativas de recursos não descobertos.

Os primeiros resultados do programa de avaliação estão resumidos neste “Catálogo de mapas de favorabilidade de áreas
selecionadas do Brasil”. O catálogo apresenta uma compilação de mapas de favorabilidade de nove áreas de oito diferentes
províncias / distritos pré-cambrianos (Figura 1), e os resultados sugerem áreas favoráveis à prospecção de cinco metais
diferentes. No Cráton Amazônico, os estudos incluem avaliações de cobre e ouro no IOCG (Lineamento Cinzento da
Província Mineral de Carajás) e depósitos maciços de sulfeto ± orogênicos hospedados por vulcões, juntamente com ferro
supergênico sedimentar (Escudo Guiana do sudeste), ouro relacionado à intrusão sistemas (Lineamento Tocantinzinho da
Província Mineral do Tapajós e Distrito de Juma), e mineralização polimetálica do Tipo Broken Hill Zn-Pb-Cu-Au (Sunsás
Orogen), enquanto, na Faixa Gurupi, a avaliação é fornecida para ouro orogênico. Na Província Borborema Neoproterozóica,
nossos estudos focaram em cobre e ferro de sistemas IOCG (Bacia de Jaibara), e na mineralização de cobre-chumbo-zinco
SEDEX (Grupo Martinópole). Por fim, estudos indicam favorabilidade para cobre e ouro relacionados ao pórfiro na Faixa
Brasília (Arco Magmático de Goiás).
Figura 1 | Mapa tectônico-cronológico simplificado do Brasil com a localização das áreas focadas neste relatório.
INTEGRAÇÃO DE DADOS E GERAÇÃO DE ALVO

Guilherme Ferreira da Silva, Sulsiene Machado de Souza Gaia

INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de uma abordagem reproduzível para identificar locais com alto potencial para exploração de uma
commodity mineral é o objetivo central dos estudos de favorabilidade (ou também prospectividade) mineral (JOLY et al., 2012).
Esta abordagem requer um amplo conjunto de informações consistente de uma perspectiva multiparamétrica, aplicável à escala
de interesse. Assim, os modelos de prospecção são tentativas de emular o processo de formação de mineralização, incluindo
transporte, deposição e dispersão de fluidos e metais para detectar novos alvos com base em critérios de sistema mineral
estabelecidos.

O modelo de favorabilidade pode ser construído com base em informações pré-definidas (modelo orientado ao conhecimento) ou

mesmo com base em assinaturas de um depósito mineral conhecido (modelo orientado a dados). Assim, a pesquisa mineral pode ser

desenvolvida por meio do conhecimento regional de um modelo geológico de mineralização ou semelhanças de condições entre jazidas de

minério previamente conhecidas (CARRANZA, 2008; JOLY et al., 2012).

Modelos anteriores baseados em conhecimento são frequentemente adequados para áreas onde o conhecimento geológico é
limitado (greenfield) ou as ferramentas disponíveis são escassas, com intérpretes contando com modelos clássicos de
mineralização e tentando estimar o tipo de resposta esperado em cada campo. Se a conjunção de respostas for a esperada, um
alvo é gerado para ser verificado. Caso contrário, o modelo de mineralização é alterado ou a área é descartada. Esses modelos
têm a vantagem de serem mais versáteis, mas são altamente tendenciosos e dependem apenas da experiência da equipe de
prospecção e da semelhança entre os depósitos (CARRANZA, 2008).

Os mapas de favorabilidade apresentados neste catálogo foram construídos por diversos autores, especialistas em cada configuração

geológica, utilizando o conceito de Sistemas Minerais como ferramenta de orientação na busca de áreas favoráveis em diferentes partes do
11 Brasil, por iniciativa do Departamento de Recursos Minerais do Brasil. Geological Survey of Brazil, desde 2016. Todos os métodos utilizaram

ferramentas de integração no objetivo de construir Mapas de Favorabilidade Orientados ao Conhecimento de forma sistemática e em escalas

de semidetalhamento. Nos parágrafos a seguir, discutimos os conceitos fundamentais que impulsionaram a modelagem em todos os mapas.

SISTEMAS MINERAIS
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

O conceito de Sistemas Minerais, inicialmente desenvolvido por Wyborn et al. (1994), deriva do entendimento análogo de
Sistemas Petrolíferos, difundido na indústria do petróleo a partir de meados da década de 1980. Os Sistemas Petrolíferos
categorizam todos os processos e elementos geológicos necessários para a formação e armazenamento de gás e petróleo.
Da mesma forma, Sistemas Minerais foram definidos como "todos os fatores geológicos que controlam a geração e
preservação de depósitos minerais, cujos processos estão relacionados à mobilização de minério da fonte para a região de
concentração, transporte e acumulação, e sua posterior preservação ao longo da história geológica" (WYBORN et al.,
1994).

Ainda assim, de acordo com Wyborn et al. (1994), a maioria dos corpos de minério tem menos de 1km² de expressão, não

constituindo, portanto, um alvo significativo para a prospecção mineral. Felizmente, embora os depósitos não sejam muito grandes em

área e sejam o resultado de uma coincidência extraordinária de processos geológicos específicos, esses processos podem ser

mapeados em escalas regionais e são uma chave essencial para o processo de prospecção (Figura 2). Em outras palavras, embora as

áreas de depósito consistam em centenas de metros, o sistema total de interação entre a mineralização de rochas com incrustação de

fluidos pode se estender por algumas dezenas de quilômetros, sendo detectável por ferramentas específicas (WYBORN et al., 1994).
Os fatores críticos para caracterizar qualquer sistema mineral incluem:

1. A fonte de energia (às vezes relacionada ao gradiente térmico);


2. Fonte de fluidos, compostos ligantes, metais e outros componentes de mineralização;
3. Vias de migração do fluido mineralizante;
4. Estruturas ou mecanismos de concentração;
5. Condições químicas e físicas para deposição de mineralização.

Conforme previsto por McCuaig et al. (2010), o conceito de Sistemas Minerais evoluiu (KNOXROBINSON; WYBORN,
1997; HRONSKY; GROVES, 2008; CZARNOTA et al., 2010; MCCUAIG; HRONSKY, 2014) à medida que tem sido
gradualmente aceito pela indústria e academia, sendo amplamente aplicado mais de duas décadas após sua introdução (por
exemplo, ALMASI et al., 2017; FORD et al., 2019). Ressalta-se que a linha estruturante do conceito de Sistemas Minerais está
associada ao entendimento dos diversos processos geológicos que operam em todas as escalas, ao invés de focar na
compreensão das características particulares de depósitos específicos em sua escala local.

McCuaig e Hronsky (2014) postularam que a existência de um depósito mineral está condicionada à sobreposição de
pelo menos três fatores críticos, a saber, Fertilidade, Favorabilidade Geodinâmica e Arquitetura Litosférica, seguido por
uma subsequente Preservação das zonas de concentração de minério em um sistema (Figura 3 ) A fertilidade é uma
tendência de uma região ou época geológica ser mais favorável à formação de depósitos minerais do que outras. Varia de
acordo com a evolução da crosta em diferentes momentos (por exemplo, processos de rachadura e colisão, formação de
supercontinentes, entre outros). A arquitetura litosférica está relacionada a padrões estruturais associados à mineralização,
como tendências estruturais ou minérios, bem como estruturas de dimensão crustal, que cortam camadas do
embasamento até

Figura 2 | Modelo conceitual de sistemas minerais enfatizando os componentes críticos Figura 3 | Fatores críticos para a formação e preservação de um depósito mineral
observados nos processos de formação de minério e critérios de mapeamento que podem (MCCUAIG; HRONSKY, 2014).
ser usados na construção de mapas de favorabilidade (modificado de HAGEMANN;
CASSIDY, 2000).
topo e são freqüentemente usados como conduítes mineralizando fluidos no processo de migração. Esse critério é
fundamental em processos hidrotermais, mas também é relevante na formação de depósitos minerais associados ao
magmatismo, como pórfiro, greisen ou outros depósitos relacionados à intrusão.

Com a evolução das técnicas de datação, foi possível perceber que grandes depósitos minerais ocorrem em momentos
mínimos na história geológica (MCCUAIG; HRONSKY, 2014). Assim, depósitos distantes por centenas de quilômetros um
do outro podem ter se formado na mesma época e condições geodinâmicas, em situações semelhantes. Este olhar mais
amplo, integrado e multiescalar para todos os processos envolvidos na formação de depósitos minerais é uma vantagem
desta abordagem, que permite que vários estilos de mineralização sejam identificados em um único Sistema Mineral.

Os sistemas minerais podem ser classificados em três grupos principais: a) ortomagmáticos, b) hidrotérmicos ou
magmático-hidrotérmicos ec) sistemas minerais sedimentares (HAGEMANN et al., 2016). Nosso foco está nos sistemas
magmático-hidrotérmicos, ricos em Au, Ag, Cu, Pb, Zn, Sn, Mo e ETR, sendo desencadeados por eventos geológicos como
movimento de placa, colisão de bloco crustal e acreção de microplaca (GOLDFARB et al ., 1997; SQUIRE; MILLER, 2003;
COOKE et al., 2005). Os fluidos neste sistema podem se originar de manto, magmas, desvolatilização metamórfica e
reações de água de superfície, interagindo com as rochas circundantes e dissolvendo minerais, sulfetos, óxidos e
elementos.

Complexidades como a sobreimpressão de sistemas minerais também estão presentes (ex: área do Cinzento),
visto que, em escala regional, os sistemas minerais integram a evolução tectônica e geodinâmica do terreno e
podem se instalar em janelas temporais diferentes, mas ocupando o mesmo ambiente.

PROCESSAMENTO DE DADOS

O processamento sistemático dos dados foi realizado no ESRI® GIS platformArcGIS ™ para desktop, utilizando Spatial Analyst
extension e Spatial Data Modeler para ArcGIS ™ (SAWATZKY et al., 2009), a fim de: (1) determinar a distribuição espacial e
temporal de processos de mineralização para entender os fatores críticos de controle de minério; (2) traduzir esses processos
em recursos mapeáveis e extrair informações para estabelecer um modelo de depósito mineral; (3) indicar zonas favoráveis
de minerais de interesse com métodos orientados para o conhecimento.

13 Várias funcionalidades foram utilizadas para destacar características espaciais favoráveis, como a análise de proximidade
pelo uso da distância euclidiana e pela definição de uma zona tampão considerada pelo especialista como favorável à ocorrência
de um depósito mineral. É aplicável a falhas e suas intersecções, contatos rochosos, observações de afloramentos, zonas de
influência de halos hidrotermais, entre outros. Além disso, análises de densidade (Kernel, densidades de ponto e linha) são
aplicadas a falhas e lineamentos para destacar possíveis áreas de forte permeabilidade estrutural, que poderiam favorecer a
circulação de fluidos hidrotermais.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Os dados magnéticos foram gerenciados pela aplicação de filtros, como continuação ascendente para avaliação das
estruturas profundas, bem como a seleção de anomalias de Sinal Analítico e Inversão do Vetor Magnético, em associação
positiva com depósitos minerais conhecidos.
Dados gamaespectrométricos foram processados com o objetivo de sublinhar as zonas de enriquecimento K
relacionadas à alteração hidrotermal. O método do fator F (GNOJEK; PRICHYSTAL, 1985; DE QUADROS et al., 2003) mede
a abundância de K em relação às relações Th / U e Th / K, sendo útil para indicar zonas de alteração hidrotermal. O desvio
do teor ideal de potássio, Kd (SAUNDERS et al., 1987; PIRES, 1995), é calculado com base na normalização K por Th como
controle litológico e pode ser usado para identificar zonas anômalas de enriquecimento de potássio. Além disso, baixas
relações Th / K também podem ser usadas para identificar áreas enriquecidas em K e são bons indicadores de alteração
hidrotérmica. A combinação desses três produtos auxilia na identificação de zonas de alteração do potássio, principalmente
associadas à presença de K-feldspato e / ou sericita / muscovita.

O processamento dos dados geoquímicos é dado pela análise da bacia hidrográfica associada aos sedimentos dos riachos e
dados do pan-concentrado. Os indicadores estatísticos determinam os elementos do descobridor em associação com o mineral
procurado. Assim, mapas anômalos de bacias hidrográficas são gerados para verificar sua distribuição em relação aos locais de
mineralização.
MODELAGEM DE FAVORABILIDADE

Os modelos preditivos de áreas favoráveis são geralmente modelos empíricos, que retratam locais onde depósitos minerais do tipo
procurado de forma plausível existem (CARRANZA, 2008). Existem duas técnicas convencionais baseadas no conhecimento, a
saber, a sobreposição de índice multiclasse e a lógica fuzzy. Para integração e modelagem de dados, ambos os métodos foram
usados para construir os mapas de favorabilidade apresentados neste volume.

Sobreposição de índice multiclasse

Essa técnica usa um conceito matemático semelhante ao da álgebra booleana, onde o valor de cada classe de
evidência é adicionado quando há uma interseção de dois ou mais vetores preditivos. Quanto mais interseções de
vetores preditivos ocorrerem em uma região específica do mapa, maior será a pontuação atribuída à zona de interseção.
Por fim, para gerar um mapa de favorabilidade, as classes foram então combinadas ou somadas (S), seguindo a
equação abaixo:
Onde P ve representa a pontuação atribuída de acordo com o
relevância desse mapa para a favorabilidade mineral, W e servem os pesos
atribuídos (geralmente, inteiros positivos) que
variam com a representatividade e confiabilidade da pesquisa e n é o número total de mapas de evidências usados na
modelagem (CARRANZA, 2008). O processo de ponderação é um processo subjetivo e pode ser baseado em
observações de campo e conhecimento do geólogo.

Fuzzy Logic

A lógica fuzzy (AN et al., 1992; BONHAM-CARTER, 1994; BROWN et al., 2003; ELLIOTT et al., 2016) é uma ferramenta
matemática sofisticada que converte a probabilidade de uma determinada característica relacionada aos processos de interesse
em uma gama contínua de possibilidades, variando de
0 a 1, onde quanto mais completamente uma evidência pertence a um conjunto fuzzy favorável, mais próximo seu valor está de 1. É
composto por três estágios principais de processamento (Figura 4): (1) fuzzificação dos dados evidenciais; (2) integração de mapas
evidenciais difusos com o auxílio de operadores de conjuntos fuzzy apropriados; (3) defuzificação da saída de favorabilidade de
minerais difusos para auxiliar sua interpretação e validação.

Esta técnica permite que o especialista selecione as


14 camadas evidenciais que se acredita serem as mais críticas
para o estilo particular de mineralização (ZHANG; ZHOU,
2015) que está sendo direcionado, levando em consideração
as estatísticas de cada característica evidencial e os valores de
fundo dentro do área de estudo.

Existem várias funções de pertinência fuzzy que auxiliam o


Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

processo de fuzzificação. Depois de definir as funções de


pertinência fuzzy para cada mapa de evidências, uma variedade de
operadores pode ser usada para combinar os valores de
pertinência, integrando todas as informações em um conjunto fuzzy
de saída única. Cinco operadores difusos são comumente usados
na modelagem de favorabilidade de minerais difusos: Fuzzy AND,
Fuzzy OR, Fuzzy algebraic PRODUCT, Fuzzy algebraic SUM e
Fuzzy GAMMA (γ) operador. Esses operadores nebulosos são úteis
no mapeamento de favorabilidade mineral principalmente porque
cada um deles ou uma combinação de qualquer um deles pode
emular o modelo conceitual de processos geológicos envolvidos na
formação de minério. A descrição de cada um desses operadores
está listada na tabela 1.

Figura 4 | Principais etapas de processamento da modelagem em lógica


fuzzy (modificado de Carranza, 2008).
OPERADOR Fuzzy AND Fuzzy OU PRODUTO Fuzzy SOMA Fuzzy Fuzzy GAMMA

Lógico União lógica. O combinado Isto é apropriado Este operador é uma


interseção. A presença de associação difusa em combinar combinação de
A saída é qualquer um dos valores tendem a complementar o algébrico difuso
controlado pelo mapa de previsão é ser pequeno devido mapas de evidências, produto e o
o menor fuzzy suficiente para inferir para o efeito de implicando que tudo algébrico difuso
Filiação a presença de multiplicando vários pontuações de entrada difusas soma. Permite uma
valores, resultantes o respectivo números menores que em um local mudança sutil em
DESCRIÇÃO
em um conservador componente, 1. A saída deve contribuir a contribuição
estimativa da adesão com tendência é sempre mais baixo para a saída, de vários
do conjunto e potencializar que, ou igual qual é maior componentes.
tem uma tendência valores. para, o menor que ou igual ao mais
para produzir baixo contribuindo difuso
valores. Filiação pontuação em cada site.

valor.

Tabela 1 | Descrição dos operadores difusos.

Qualquer um dos operadores fuzzy pode ser aplicado para combinar mapas evidenciais de acordo com inferências sobre as
relações de processos e características espaciais que indicam a presença de um depósito mineral. Em cada etapa, pelo menos
dois mapas evidenciais são combinados, formando uma série de regras lógicas que combinam sequencialmente mapas fuzzy
evidenciais. A rede de inferência difusa reflete o conhecimento de como os depósitos minerais foram criados e quais
características espaciais indicam onde os depósitos minerais do tipo procurado podem ocorrer. Assim, representa
adequadamente o modelo conceitual de favorabilidade mineral.

VALIDAÇÃO DO MODELO

Após a geração de um modelo de favorabilidade preditivo, ele mostra zonas coloridas de pontuações altas para as áreas com
mais interseção de classes evidenciais e alvos mais prováveis para descobertas minerais. A avaliação do mapa é quantificada
através do exame se os alvos gerados realmente prevêem a localização de depósitos conhecidos. Para esta análise, apenas as
ocorrências que são entendidas como formadas nas condições do sistema mineral analisado são selecionadas, a fim de
funcionar como locais de treinamento.
15

Todos os mapas de favorabilidade neste volume foram testados comparando o número de ocorrências dentro de cada área
classificada com sua área total. Os resultados são plotados em um gráfico da porcentagem de locais de treinamento e áreas
de pesquisa em relação aos pesos finais prospectivos. Duas linhas de evolução devem ser plotadas, mostrando que conforme
a pontuação prospectiva aumenta, a área de pesquisa diminui consideravelmente. Outro teste foi utilizado no mapa fuzzy, os
gráficos Receiver Operating Characteristics (ROC) (NYKÄNEN et al., 2015) e Area Under the Curve (AUC). Os locais de
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

treinamento são comparados com as áreas favoráveis indicadas, a fim de verificar a precisão do modelo e medir a relação
entre eles. Quanto maior essa relação, mais próxima a curva ROC está do canto superior esquerdo do gráfico ROC. O valor
AUC é

uma expressão quantitativa dessa relação, na faixa de 0,5 a 1, que corresponde respectivamente às relações
aleatórias e determinísticas, sendo desejável que o valor seja próximo a 1.

A redução da área de pesquisa é um processo crucial para a redução de custos e riscos na exploração mineral, sendo o
principal objetivo dos mapas de favorabilidade mineral. A coerência do mapa prospectivo final indica que a integração de dados
baseados em conhecimento é uma ferramenta eficaz na redução da área de pesquisa mineral. Os mapas finais são construídos
sem nenhuma camada diretamente relacionada à mineralização, como depósitos minerais ou localização de ocorrências ou
perfurações. Eles são produzidos a partir de um conjunto de conceitos independentes que traduzem efetivamente o entendimento
do sistema mineral em vetores baseados em SIG, levando os garimpeiros à mineralização.
FAVORABILIDADE COBRE-OURO NA ZONA DE TESOURA CINZENTO,
PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS

Felipe Mattos Tavares, Junny Kyley Mastop Oliveira, Antônia Railine da Costa Silva, Iago Sousa Lima Costa,
Rafael Bittencourt Lima

INTRODUÇÃO
A região de Carajás, no norte do Brasil, hospeda uma província mineral polimetálica de classe mundial (Província Mineral de
Carajás), com depósitos de ferro gigantes e grandes recursos de cobre e ouro, principalmente relacionados a depósitos de óxido de
ferro-cobre-ouro (IOCG). Outros recursos importantes incluem manganês, níquel, estanho, EGP, REE, entre outros. Como a região
tem uma história geodinâmica complexa, a modelagem do potencial mineral pode ser desafiadora, devido à superimposição de
diferentes sistemas minerais em várias épocas metalogênicas.

O Geological Survey of Brazil (CPRM) desenvolveu a integração de dados geológicos, geofísicos e geoquímicos na zona de
cisalhamento do Cinzento, norte de Carajás, a fim de avaliar alvos favoráveis à exploração mineral. Assim, apresentamos aqui
os resultados do mapeamento de favorabilidade utilizando a abordagem de sistemas minerais aplicada às técnicas de alvos de
exploração.

ESTRUTURA TECTONOSTRATIGRÁFICA

Existem três idades de geração de rochas principais na evolução tectonostratigráfica da Província Mineral de Carajás, a
saber, na Mesoarquéia (3,02–2,83 Ga), a Neoarquiana (2,76–2,55 Ga) e a Paleoproterozóica (1,88 Ga) (Figura 5). As
rochas mais antigas são gnaisse, greenstone belts e granitóides desenvolvidos sob um sistema orogênico denominado
Faixa Itacaiunas (ARAUJO et al., 1988; TAVARES et al., 2018). O pico do metamorfismo foi datado em

Os tecidos de 2,85 Ga e metamórficos são de fácies anfibolito médio a alto (MACHADO et al., 1991; TAVARES, 2015).
Esta associação de rochas representa o embasamento do Supergrupo Itacaiúnas (2,76–2,70 Ga), uma sequência
16 Neoarquiana metavulcano-sedimentar marinha provavelmente relacionada à extensão intraplaca (DOCEGEO, 1988). O
magmatismo bimodal coevo é representado por vários granitos do tipo A e intrusões máfico-ultramáficas. As intrusões
graníticas de estágio tardio menores persistiram até 2,55 Ga. Três outras sequências sedimentares cobriram o
embasamento mesoarquiano durante o Paleoproterozóico, a Formação Buritirama marinha (Sideriana, SALGADO et al.,
2019), a Formação Águas Claras marinha a continental (Rhyacian, NOGUEIRA et al. ., 1995) e a Formação Caninana
continental (Orosirian, PEREIRA et al., 2009). Em cerca de 1,88 Ga, a região passou por um evento magmático
anorogênico, que afetou também toda a parte centro-leste do Cráton Amazônico e é conhecido como magmatismo do
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Uatumã. Este evento produziu uma segunda geração de granitos do tipo A na província (DALL'AGNOLet al., 2005),
colocados em profundidades mais rasas e relacionados à atividade hidrotérmica generalizada em um ambiente extensional
frágil dominado por fluidos.

Rochas neoarquianas e siderianas foram principalmente deformadas e metamorfoseadas no Paleoproterozóico.


Existem dois eventos de deformação dúctil a dúctil-frágil e metamorfismo que podem ser reconhecidos. O mais antigo
é o Ciclo Orogênico Transamazônico (2,20–2,05 Ga), um sistema colisional que aglutinou vários núcleos arqueanos e
arcos magmáticos Rhyacianos e cinturões de greenstone (CORDANI et al., 1984; TAVARES et al., 2018),
relacionados na província a tecidos e estruturas metamórficas de xisto verde baixo (sul) a anfibolito alto (norte). Ao
norte, as unidades arqueanas são limitadas por uma sutura colisional de assembleias plutônicas rhyacianas que estão
imbricadas sobre a província. O mais jovem é o Evento Sereno, uma orogenia intracontinental correlacionada aos
cinturões acre- cionários-colisionais Orosirianos que cercaram o protocratio amazônico em 2,00-1.

2018). Os tecidos sereno são de qualidade muito baixa, de fácies xisto verde a xisto verde.
Figura 5 | Mapa das Associações Tectonostratigráficas da Província de Carajás mostrando a localização da área do Projeto Cinzento (polígono de linha preta).

17 A tendência estrutural principal da Mesarca é de caráter dúctil e de direção E – W, enquanto a tendência


Transamazônica varia entre ENE – WSW e NE – SW. As estruturas Sereno são difundidas, embora menos penetrativas e
de um estilo dúctil-frágil, em um par em forma de X de estruturas oblíquas nas direçõesWNW-ESE e ENE-WSW
(TAVARES et al., 2018).

GEOLOGIA E METALLOGÊNESE DOS RECURSOS DE


COBRE E OURO
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A região do Cinzento registra pelo menos três eventos de mineralização para Cu e / ou Au:

a) no Neoarquiano (2,76 Ga), quando descontinuidades profundas do embasamento foram reativadas como falhas
extensionais durante a deposição do Supergrupo Itacaiúnas, levando à formação de depósitos singenéticos de sulfetos
maciços vulcânicos Cu-Zn (VMS);

b) ainda no Neoarquiano (2,55 Ga), um sistema hidrotérmico em grande escala cronológica e espacialmente relacionado ao
magmatismo tipo A de estágio avançado, gerando depósitos de IOCG;

c) no Paleoproterozóico, contemporâneo ao magmatismo do tipo A de 1,88 Ga, que gerou diversos depósitos polimetálicos
relacionados ao granito, como Cu-Au-W-Mo-Sn e Cu-Au-Fe-MoCo-REE´ś. Alguns autores acreditam que uma segunda
geração de depósitos de IOCG se formou nesta época, embora na região do Cinzento eles ainda não tenham sido
reconhecidos.

Os minérios IOCG estão localizados ao longo das principais estruturas ou em suas vizinhanças, com uma ampla gama de rochas
hospedeiras (ainda que alguns litotipos sejam mais favoráveis à mineralização). Os depósitos compartilham várias características,
como grandes halos hidrotérmicos (quilométricos), um intenso metassomatismo de Fe associado à ocorrência de sulfuretos de baixa
sulfetação, enriquecimento de LREE, quantidades elevadas, porém variáveis de Co, Ni, Pb, Zn, As, Bi, W e U, espacial
e correlação cronológica com plútons / diques graníticos do tipo A e texturas semelhantes a brechas (TALLARICO,
2005; XAVIER et al., 2012; GRAINGER et al., 2008) No entanto, os corpos arqueanos e paleoproterozóicos diferem
uns dos outros em sua assembléia hidrotermal e minerais de minério, refletindo variações no estágio de oxidação do
fluido, pH, fO2 e fS2 (GRAINGER et al., 2008; MORETO et al., 2015). Os depósitos mais antigos são ricos em
magnetita e acredita-se que sejam formados em níveis crustais mais profundos, enquanto os corpos menores
secundários são hematitericos (embora possam apresentar magnetita também), saturados de sílica e desenvolvidos
em ambientes mais rasos (XAVIER et al., 2012). Além disso, os depósitos mais antigos foram deformados e
metamorfoseados pelos eventos orogênicos Paleoproterozóicos, enquanto os depósitos mais jovens são
pós-tectônicos,

Foi comprovado que alguns dos maiores depósitos de Cu-Au estão relacionados à impressão hidrotérmica de pelo
menos dois eventos de mineralização, como o sistema Pojuca-Gameleira-GrotaFunda (Tabela 1). Pollard et al. (2018)
sugerem que pelo menos parte dos componentes Orosirian foi herdada e retrabalhada de alteração hidrotermal IOCG
anterior.

CRITÉRIOS DE PROSPECTIVIDADE PARA MINERALIZAÇÃO CU-AU

Fatores relevantes foram definidos em relação à geração, transporte e captura do minério. Posteriormente, buscou-se
encontrar características representativas e mapeáveis desses fatores, com base nas informações do banco de dados
público da CPRM (http://geosgb.cprm.gov.br). Os dados selecionados foram processados, rasterizados e pontuados,
quanto à sua importância no processo de conformação do minério resultando em mapas de evidências. Além disso, cada
mapa de evidência recebeu um peso relacionado ao grau de incerteza e confiabilidade dos dados originais (Tabela 2). A
modelagem foi realizada em ambiente GIS, no programa ArcGIS (extensão Spatial Analyst). Para a modelagem,
utilizou-se o método de sobreposição multiclasse, no qual o valor de cada classe de evidência é adicionado quando ocorre
a intersecção de dois ou mais vetores preditivos.

No caso da zona de cisalhamento Cinzento, modelamos em três estágios, seguindo os critérios de cada
evento de formação de minério Cu-Au. Os mapas de evidências para o sistema VMS foram: litotipos (rochas
metavulcânicas e metassedimentares químicas do Supergrupo Itacaiúnas) e contatos entre elas, estruturas
profundas (mapeadas por deconvolução de Euler), assinatura geoquímica (Zn-Cu-Fe-Au-Ag) e distribuição dos
metamorfoseados alteração clorítica (dalmatianitas), uma pegada regional para os sistemas exaláticos. Ao
18 sistema IOCG (2,5 arapéGeladoMetagranita) e seus contatos, estruturas profundas, lineamentos estruturais
dúcteis EW e WNW-ESE, assinatura geoquímica (Cu-Au-U-Th-Fe-Ce-La-K-Ni-CoMo-B-Ag -Cr-Ti), distribuição
de Ca-Na, K, metassomatismo de Fe mapeados, anomalias de gamaespectrometria e anomalias magnéticas.
Para os depósitos de 1,88 Ga, os mapas de evidências foram:
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A integração dos três produtos gerou um mapa de favorabilidade para Cu-Au da zona de cisalhamento Cinzento, com
cinco classes prospectivas. A localização dos depósitos conhecidos foi utilizada para avaliar a qualidade do produto gerado.
As classes com maior índice de prospectividade (8,44% da área do projeto) mapearam 51% das ocorrências conhecidas de
Cu e Au, atestando a boa correlação entre as classes potenciais e a ocorrência de minério.

Este trabalho permitiu a identificação de novas áreas-alvo, contribuindo assim para reduzir custos, tempo e riscos
na exploração mineral.
Mapas originais podem ser consultados em http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/20333
EVENTOS MINERALIZANTES

COMENTÁRIOS
MAPAS DE EVIDÊNCIAS VMS 2,5 1,88
MODELO IOCG IOCG

Litologia 5 5 - Mapa de litotipos

Contatos entre
GEODINÂMICA litotipos que representam
EVOLUÇÃO potencial químico
Contatos 5 5 -
armadilhas (mais reativas

para hidrotermal /
fluidos mineralizantes)

As estruturas eram
obtido usando Euler
deconvolução e
Estruturas profundas 5 5 5 dividido em duas classes de acordo

com as profundidades:

raso e raso
profundamente

Zonas com maior


Densidade de
- 4 - densidade de estruturas
estruturas
(Densidade do kernel)
Estrutural
Lineaments Dn
Distância
Mapas de distância euclidiana
de - 4 -
(buffers de todas as estruturas)
estrutura
ESTRUTURAL
ESTRUTURA
Zonas com maior
Densidade de
- - 4 densidade de estruturas
estruturas
Estrutural (Densidade do kernel)
Lineamentos
Dn + 1 Distância
Mapas de distância euclidiana
de - - 4
(buffers de todas as estruturas).
estrutura

Zonas com maior


Densidade de
- - 4 densidade de estruturas
estruturas
Estrutural (Densidade do kernel)
Lineamentos
19 Dn + 2 Distância
Mapas de distância euclidiana
de - - 4
(buffers de todas as estruturas).
estrutura

Pontos descritos
Brecha de sílica (pontos) - - 4 ou fotointerpretado
características
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Pontos onde estava


descreveu o
Alteração Hidrotérmica
4 4 4 mineral hidrotermal
(pontos)
montagem de cada modelo de depósito

HIDROTÉRMICO
ALTERAÇÃO Embora importante em
segmentação, apenas ~ 45% da área
Geoquímica 1 1 1
tem um levantamento geoquímico

sistemático

Classificado em 1ª e 2ª ordens
Anomalias magnéticas (MVI) - 5 5
de anomalia

Anomalias radiométricas Classificado em 1ª e 2ª ordens


- 5 5
(U anômalo) de anomalia

Tabela 2 | Pesos de Mapas Evidenciais para cada evento mineralizante na Zona de Cisalhamento do Cinzento.
MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 6 | Mapa de Favorabilidade Cobre-Ouro na Zona de Cisento do Cinzento, Província Mineral de Carajás.
MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 7 | Mapas de Evidências da Favorabilidade Cobre-Ouro na Zona de Cisento do Cinzento, Província Mineral de Carajás.
MAPEAMENTO DE PROSPECTIVIDADE E ANÁLISE DO SISTEMA MINERAL
DA ÁREA DE RENCA, SE GUIANA SHIELD

Leandro Duarte Campos

INTRODUÇÃO
O governo brasileiro criou a RENCA (Reserva Nacional de Cobre e Minerais Associados) em 1984 com o objetivo de proteger
o distrito potencialmente poliminerante de investimentos estrangeiros. Desde então, apenas empresas estatais puderam
explorar a Reserva. A exploração conduzida principalmente durante os anos 1970 e 1980 concentrava-se em ouro, ferro e
metais básicos. Os principais resultados foram: (i) uma pequena descoberta de cobre no Grupo Ipitinga que interceptou 1m
@0,7% Cu, 6,5g / tAu, 48g / t Ag (Melo et al. 1985); (ii) um recurso potencial de minério de ferro estimado em 2 Bton @
39-63% também no Grupo Ipitinga (Jorge João et al. 1978); (iii) um distrito de filões de ouro com produção artesanal não
estimada e uma mina relatada com recurso estimado de 10 ton @ 26g / t Au (Klein e Rosa-Costa 2003). Além disso, Oliveira
et al. (1988) relataram o potencial de descoberta de fosfato laterítico, nióbio e elementos de terras raras relacionados a corpos
intrusivos máfico-ultramáficos.

Recentemente, o Serviço de Pesquisa Geológica do Brasil realizou mapeamento geológico, estudos petrológicos e
geocronológicos que permitiram um entendimento mais detalhado da evolução geodinâmica e dos sistemas minerais
dentro da Reserva (Rosa-Costa et al.
2017). Com o objetivo de construir um modelo de exploração para a RENCA, Campos et al. (2017) usaram o conceito de sistema
mineral (McCuaig e Hronsky 2014, e referências nele) para produzir mapas de prospectividade multi-mineral para cobre, ouro,
minério de ferro e Nb-terras raras. Os mapas de destino finais integraram todo o banco de dados histórico, como mapas
geológicos detalhados, perfuração de diamante, geoquímica regional e detalhada de solo / sedimento de córregos, juntamente
com novos conceitos geológicos e levantamentos geofísicos aerotransportados publicados pelo Geological Survey of Brazil.

22

ESTRUTURA TECTONOSTRATIGRÁFICA

A RENCA está localizada na porção norte do Cráton Amazônico, no Escudo das Guianas (Figura 5). Esta porção do
Escudo das Guianas compreende rochas metassedimentares e metavulcânicas, granitos, complexos intrusivos
ultramáficos e rochas metamórficas de médio a alto grau com idades variando do Paleoproterozóico ao
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Mesoarquiano (Rosa-Costa et al.


2017). Rochas arqueanas e Paleoproterozóicas formam tendências preferencialmente NW-SE que seguem a orientação
tectônica geral do Grupo Ipitinga, interpretada como representando um cinturão de pedras verdes Rhyacian (ca 2,1 Ga), e
a zona de sutura entre dois blocos tectônicos distintos, o Arqueano Amapá e o Paleoproterozóico Blocos de Carecuru.
Rosa-Costa et. al. (2017) agrupou as unidades litoestratigráficas da seguinte forma. (1) Rochas do embasamento
mesoarqueano que constituem as ortognaisses do Complexo Tumucumaque (2849 ± 6 Ma). (2) Rochas neoarquianas
com metamorfismo granulítico paleoproterozóico incluindo o Complexo Jari-Guaribas, o Complexo Baixo Mapari, o
Complexo Iratapuru, o Complexo Ananaí (2597 ± 4 Ma) e a Suíte Intrusiva Noucouru. (3) Gnaisses e migmatitos
neoarquianos do Complexo Guianense (2652 ± 4 a 2605 ± 3 Ma). (4) Granitos Neoarquianos como o Granito
Anauerapucu (2791 ± 23 Ma) e o Granito Riozinho (2626 ± 5 Ma). (5) Bacias ríacas deformadas, representadas pelos
grupos Vila Nova e Ipitinga, que compreendem rochas metavulcânicas e metassedimentares que hospedam os sistemas
minerais de cobre, ouro e minério de ferro.

(6) Granitos deformados rhyacianos representados pela Suíte Carecuru (2140 ± 1 Ma), o Granito Charuto (2218 ± 3
Ma), o Granito Igarapé Cumaru (2185 ± 4 Ma), Alaskito Urucupatá (2146 ± 3 Ma), e o Metagranito Sucuriju. (7) Granitos
sintectônicos compreendendo o Granito Paru
(2098 ± 2 Ma), a Suíte Igarapé Urucu e a Suíte Igarapé Careta (2074 ± 5). (8) Intrusões máficas e
ultramáficas paleoproterozóicas representadas pelo metadiorito Dicó (ca
2,20 Ga). (9) Granitos anorogênicos estatherianos representados pela Suíte Mapuera (1,89 a 1,86 Ga). (10) O complexo
intrusivo alcalino Mapari (1753 ± 3 Ma). (11) Complexos alcalinos máficos e ultramáficos ediacarianos, como as intrusões
Maicuru e Maraconaí que hospedam recursos de laterita fosfato. (12) Rochas sedimentares e vulcânicas fanerozóicas da
Bacia do Amazonas.
O arcabouço litológico da RENCA define uma evolução geodinâmica complexa do Arqueano ao Fanerozóico do
Cráton Amazônico oriental. Apesar de sua natureza composta, o principal episódio metalogênico está relacionado à
evolução de um ciclo orogênico Paleoproterozóico que se correlaciona com os cinturões transamazônicos do sul do
Cráton Amazônico e com os cinturões ríacos da África Ocidental (Rosa-Costa et al. 2006, 2009). Estima-se que o pico
metamórfico tenha ocorrido entre 2,10 e 2,08 Ga (Rosa-Costa et al. 2009). Este evento é responsável pelo reset
isotópico e retrabalho tectônico do Bloco Amapá, e por sua sutura com o Bloco Carecuru. A zona de sutura é marcada
por estruturas magnéticas e gravimétricas íngremes e profundas, ambas relacionadas ao limite leste do Grupo Ipitinga
(Rosa-Costa et al. 2017).

SISTEMA MINERAL DE OURO

O ouro é de longe a ocorrência mineral mais relatada na RENCA. Existem 93 zonas de produção artesanal de ouro listadas, a
maioria delas relacionadas às rochas metassedimentares do Grupo Ipitinga. Klein e Rosa-Costa (2003) descreveram várias
ocorrências que consistem principalmente de pequenos depósitos de ouro com filões de notas variáveis. Os veios de ouro
foram controlados principalmente por estruturas de encurtamento e transcorrentes relacionadas à evolução paleoproterozóica
do Grupo Ipitinga. Klein e Fuzikawa (2010) relataram que a mineralização do ouro se formou a partir de fluidos
aquoso-carbônicos de baixa salinidade com uma assinatura isotópica semelhante à dos depósitos orogênicos de ouro. Além
disso, Klein et al. (2009) determinaram idades de galena Pb-Pb entre 2016 e 2113 Ma, que apesar do grande intervalo de
idade são consistentes com o pico metamórfico Paleoproterozóico.

SISTEMA MINERAL DE COBRE

Faraco (1990, 1997), sugeriu um modelo VMS para a mineralização do cobre localizada na porção norte do Grupo
23
Ipitinga. As rochas hospedeiras são principalmente metabasaltos toleíticos e komatiíticos alterados
hidrotermicamente (quartzo-clorita xisto / antofilita-cordierita xisto) e brecha tectônica com quartzo, actinolita, clorita,
cummingtonita, talco e apatita. Um halo de alteração externo é marcado por xistos antofilita-cordierita que são
produtos do metamorfismo regional dos folhelhos de quartzo-clorita, este último gerado a partir da alteração do fundo
oceânico. A assembléia de sulfeto consiste principalmente de pirrotita, pirita, calcopirita e esfalerita menor.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Faraco (1997) descreve a mineralização maciça de sulfeto como controlada por uma tendência NWSE, ao longo de
camadas estreitas e irregulares e zonas de brecha no contato de rocha vulcânica máfica a ultramáfica e formação de
ferro em faixas. A extensão total da mineralização do cobre ainda é desconhecida. Apenas quatro furos foram realizados
em uma área restrita. No entanto, anomalias geoquímicas e geofísicas, bem como condições geológicas favoráveis,
apontam para uma possível continuação ao longo do curso da mineralização interceptada por mais de 20 km (Campos et
al. 2017).

SISTEMA MINERAL DE MINÉRIO DE FERRO

As ocorrências de minério de ferro na RENCA estão invariavelmente relacionadas a formações ferríferas bandadas e quartzitos
ferruginosos das sequências metassedimentares do Grupo Ipitinga. Jorge João et al. (1978) descreveram as rochas
metassedimentares como hematita compacta, itabiritos (rocha intercalada de quartzo-hematita), quartzitos ferruginosos bandados,
quartzitos e anfibolitos. Três amostras de minério de ferro renderam 39,66%, 58,33% e 63,23% Fe. Com base no volume de três
planaltos residuais de relevo semelhante (4 km x 1,5 km cada) com uma camada de minério de ferro estimada de 50 m de
espessura, os autores calcularam um “possível recurso geológico” de 2.367 Mt de Fe.
SISTEMA MINERAL DE FOSFATO, TI, NB E REE

Os recursos de fosfato, Ti, Nb e REE estão relacionados às concentrações primárias e supergênicas dos complexos
intrusivos Maicuru (alcalino-ultrabásico-carbonatítico) e Maraconaí (alcalino-ultrabásico), localizados na porção sudoeste
da RENCA. Este ultrabasicmagmatismo alcalino está relacionado à tectônica extensional no Neoproterozóico (Lemos e
Gaspar, 2002).
Ambos os complexos intrusivos formam estruturas semicirculares de alto relevo que são semelhantes a montanhas de mesa.
Essa condição favoreceu o desenvolvimento de crostas supergênicas enriquecidas com fosfato. Essas crostas também
concentram minerais acessórios ricos em Ti, Nb e Co. Estruturas circulares com forte resposta magnética e baixa assinatura
radiométrica foram consideradas o principal controle prospectivo para este sistema.

ANÁLISE DE PROSPECTIVIDADE DE MULTI-COMMODITY

Para a análise, integração e interpretação dos dados utilizamos o conceito de sistema mineral (Hronsky e MacCuaig 2014,
e referências nele), que considera que os depósitos minerais são expressões locais de processos muito maiores que
ocorrem em escala continental que concentram massa e energia flui em certas regiões da crosta. Para gerar alvos em
escala distrital, usei o método de sobreposição multiclasse baseado em conhecimento de Carranza (2009). Este método é
mais adequado para integração de dados nessa escala.

A partir da integração de dados, mapas de evidências foram gerados para representar cada processo geológico associado à
formação de um ou mais sistemas mineralizantes. Para o presente estudo, marquei e combinei todos os mapas distintos
especificamente de acordo com o sistema mineral relacionado. Em seguida, os mapas de evidências foram integrados em conjuntos
específicos relacionados ao (s) fator (es) crítico (s) do sistema mineralizante e, posteriormente, os mapas finais de cada conjunto foram
somados para gerar um mapa preditivo final.

Para a composição dos mapas de prospectividade finais, Campos et al. (2017) usou os seguintes mapas preditivos. (1) Mapas
isotópicos, que representam processos em larga escala relacionados à geração de rochas com potencial de geração de fluidos
mineralizantes; (2) mapas geológicos, representando potenciais rochas hospedeiras e áreas de geração de fluidos; (3) estruturas
profundas, que representam as principais áreas de circulação de fluidos na crosta; (4) mapa de contato geológico, representando as
principais zonas de deposição de fluidos mineralizantes; (5) estrutura densidade, terminação e mapas de intersecção, que
representam zonas favoráveis de abertura de espaço para mineralização;

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(6) mapa radiométrico de alteração hidrotermal, que representa zonas de circulação ativa de fluidos mineralizantes; (7) mapas
geoquímicos de solo e sedimentos de riachos, que são as principais zonas anômalas em elementos relacionados a sistemas
mineralizantes. Cada mapa de evidências foi pontuado e ponderado de acordo com a tabela proposta por Campos et al. (2017).

Como principal resultado do trabalho, os mapas de evidências foram integrados para gerar alvos prospectivos para cobre
(sistema VMS), ouro (sistema orogênico), ferro (sistema supergênico) e fosfato (sistema ultrabásico alcalino). Todos os mapas
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

finais indicaram com sucesso a mineralização conhecida e destacaram novas áreas com potencial para novas descobertas.

Mapas originais podem ser acessados em http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/18967


MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 8 | Mapa de Favorabilidade do Ouro na Área de Renca, SE Escudo das Guianas.


MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 9 | Mapas de evidências da Favorabilidade do Ouro na Área de Renca, SE Escudo das Guianas.
MAPEAMENTO DO POTENCIAL DE PREVISÃO PARA OURO
RELACIONADO À INTRUSÃO NO LESTE DE TOCANTINZINHO
TREND, PROVÍNCIA MINERAL DE TAPAJÓS, CRATON AMAZÔNIA

Sulsiene Machado de Souza Gaia, Marcelo Lacerda Vasquez, Felipe Mattos Tavares

INTRODUÇÃO
A demanda por atratividade de investimentos na produção mineral tem impulsionado pesquisas em torno da indicação de
áreas favoráveis à ocorrência de determinado ativo mineral. Nesse sentido, o Serviço de Pesquisas Geológicas do Brasil
(CPRM) vem desenvolvendo integração de dados geológicos, geofísicos e geoquímicos para prever alvos favoráveis à
exploração mineral.
A Província Mineral do Tapajós (TMP) corresponde a um domínio tectônico Paleoproterozóico na parte central do Cráton
Amazônico (Figura 10), que hospeda depósitos de ouro de diferentes tipos e estilos, representando diferentes porções de um
único sistema mineral controlado por estrutura.

27
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Figura 10 | A) Domínio tectônico do sudeste do Cráton Amazônico e localização da área de estudo; B) Mapa geológico da área de
estudo (após Vasquez et al. 2017).
Outros recursos incluem diamante, cobre e estanho. As principais jazidas de ouro estão concentradas na parte centro-leste e
orientadas ao longo do Tendão Tocantinzinho WNW-ESE. Este corredor estrutural marca um forte controle da mineralização por
zonas de cisalhamento quebradiças. Apresentamos aqui os resultados de um estudo de favorabilidade para ouro relacionado à
intrusão (IR) nesta porção do TMP, aplicando a abordagem de sistemas minerais para técnicas de direcionamento de exploração.

AJUSTE GEOLÓGICO E TECTÔNICO


O TGP representa um acréscimo Orosiriano a uma crosta arqueana (Província de Carajás) que foi parcialmente retrabalhada
e forneceu uma fonte para as rochas desta província (SANTOS et al. 2004; LAMARÃO et al. 2005; VASQUEZ et al. 2017).

Os seguintes eventos vulcânico-plutônicos e sedimentares Orosirian podem ser distinguidos no TGP: (1) 2050-2000 Ma
- Deposição de uma bacia foreland (Formação Castelo dos Sonhos) na parte oriental e uma bacia anterior (Grupo
Jacareacanga) na parte ocidental, emplacement de granitóides cálcio-alcalinos (Complexo Cuiú-Cuiú) e extrusão de suas
rochas vulcânicas correspondentes (Formação Comandante Arara); (2) 2000-1950 Ma - Extrusão de rochas vulcânicas
cálcico-alcalinas a shoshoníticas félsicas de alto K (Formação Vila Riozinho) e colocação de

granitos cálcico-alcalinos de alto K (Suíte Creporizão e Granito Velho São Jorge); (3) 1900-1850Ma
- Colocação de granitóides cálcio-alcalinos (Suíte Tropas), sedimentação de bacias de arco (Formações Abacaxis,
Sequeiro e Buiuçu), colocação de granitos cálcio-alcalinos de alto K (Suíte Parauari e Granito São Jorge Jovem) e
gabros (Suíte Ingarana) , extrusão de rochas vulcânicas cálcico-alcalinas de alto K (Formação Salustiano) e
máficas (Formação Bom Jardim) e deposição de rochas vulcaniclásticas (Formações Aruri, Tocantinzinho e Novo
Progresso), colocação de granitos alcalinos (tipo A2) (Maloquinha Suite) e extrusão de suas rochas vulcânicas
correspondentes (Formação Moraes Almeida) e formação de bacias rifte continentais (Formação Coatá). A
colocação de diques dacito, andesita e lamprófiro (espessartita e vogesita) representam os últimos pulsos do
magmatismo cálcio-alcalino de alto K.

Esses eventos Orosirianos (exceto a deposição da Formação Castelo dos Sonhos) estão relacionados a arcos
magmáticos agregados a uma margem continental: eventos de 2050-2000 Ma ao arco magmático Cuiú-Cuiú (CMA) e
eventos de 1900-1850 Ma ao arco magmático Tropas ( TMA). Há controvérsia sobre se os eventos de 2000-1950 Ma
representam outros arcos magmáticos (SANTOS et al., 2004), pulsos ígneos tardios de CMA (LAMARÃO et al., 2002) ou
28 magmatismo pós-colisional transcorrente (VASQUEZ et al., 2002) . Outra controvérsia é se as suítes cálcio-alcalinas de
alto K tardias e as formações vulcânicas representam o arco magmático mais jovem (SANTOS et al. 2004) ou o estágio
final da TMA (VASQUEZ et al., 2017).

Três eventos de deformação são reconhecidos no TMP (KLEIN et al., 2002), que afetaram as rochas e
proporcionaram condições para concentração, transporte e deposição de ouro. As rochas do Grupo Jacareacanga e
do Complexo Cuiú-Cuiú do sudoeste do PGT foram afetadas pela deformação dúctil a dúctil-frágil (D1), reconhecida
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através de falhas subverticais NNW-SSE e zonas de cisalhamento. O segundo evento (D2) de ca. 1960 Ma afetou
as rochas mais antigas do PGT e controlou a colocação dos granitos da Suíte Creporizão, através de zonas de
cisalhamento rúptil-dúctil transcorrentes nas direções NW-SE e NNW-SSE, resultantes de um evento compressivo
progressivo de direção EW. Um terceiro evento (D3) corresponde a zonas subhorizontais de cisalhamento
dúctil-frágil orientadas

a NS que controlava a colocação de tonalites da Suíte Tropas em ca. 1900 Ma. A deformação progressiva
resultou na mudança para zonas de cisalhamento transcorrente frágil NW-SE e WNW-ESE que controlavam a
colocação de granitos da Suíte Parauari e gabbros da Suíte Ingarana em ca. 1880 Ma. Um evento rúptil
extensional mais jovem marca os sistemas de falha EW que controlaram a formação da bacia sedimentar da
Formação Coatá em ca. 1850 Ma.

CARACTERÍSTICAS DOS DEPÓSITOS DE OURO

O ouro primário (hipogênico) tem sido explorado no PGT desde a década de 1990. Na área de estudo encontram-se
depósitos bem conhecidos como Palito, Tocantinzinho e São Jorge e outros
depósitos que precisam de mais pesquisas (Água Branca, Mamoal, São Chico, São Domingos e
São João). Esses oito depósitos foram selecionados como locais de treinamento para testar o modelo de favorabilidade.

O estilo principal de mineralização compreende veios de quartzo, com stockwork secundário e disseminação,
podendo os três estilos ocorrer no mesmo depósito (ex. São Jorge). O ouro está associado a sulfetos,
principalmente pirita e calcopirita, e alguma esfalerita, galena e pirrotita. Os depósitos possuem halos hidrotermais
de influência variável, sendo a maior parte dos depósitos circundados por um envelope sericítico. Os corpos de
minério ocorrem principalmente em estruturas como zonas de cisalhamento e têm uma forte correlação espacial
com a colocação de diques máficos ao longo dessas estruturas em zonas de contato. Houve dois episódios de
mineralização em TMP, um em cerca de 1960 Ma e outro em ca. 1860 Ma (LAFON; COUTINHO, 2008). Na área de
estudo, o evento mais jovem está presente no depósito de São Chico (VASQUEZ et al., 2017),

CRITÉRIOS DE FAVORABILIDADE PARA MINERALIZAÇÃO IR-OURO

A abordagem do sistema mineral (WYBORN et al., 1994; CZARNOTA et al., 2010) busca amplas semelhanças entre os
depósitos, considerando os processos físicos e químicos fundamentais envolvidos na formação dos depósitos minerais.
Nesse sentido, vários fatores relevantes foram definidos quanto à origem, transporte, aprisionamento e deposição do
minério em um sistema de ouro IR. A principal fonte de dados para este trabalho foi obtida do projeto São
Domingos-Jardim do Ouro da CPRM (VASQUEZ et al., 2017), e a modelagem foi realizada em ambiente GIS, na
plataforma do software ArcGIS, utilizando a extensão Spatial Analyst e o ArcSDM Ferramentas.

Os dados selecionados foram processados, rasterizados e classificados, quanto à sua importância no sistema mineral,
resultando cada um em um mapa de evidências. Eles foram agrupados e combinados para representar cada processo de
formação de minério, produzindo mapas intermediários. Além disso, os mapas intermediários foram combinados para gerar o
modelo do sistema mineral (Figura 11). Todos os mapas evidenciais foram gerados pelo uso de membros fuzzy, e os mapas
intermediários e o modelo foram gerados e combinados usando os operadores fuzzy, seguindo os critérios apresentados na
Tabela 3. Esta técnica tem a vantagem de resultar em uma gama contínua de possibilidades, permitindo uma aproximação
gradual da solução exata e indo além da lógica booleana de apenas respostas favoráveis ou não favoráveis.

Os mapas de evidências para o sistema IR-ouro foram: rochas hospedeiras favoráveis (grande potencial para as suítes
Younger São Jorge Granito, Parauari e Creporizão), contatos intrusivos (dos granitóides hospedeiros mais favoráveis e
29
intrusões relacionadas ao evento 1900-1850), NWSE e Zonas de cisalhamento NE-SW (extraídas de dados magnéticos,
gamaespectrometria, imagens e dados de campo), densidade de lineamentos (extraídos automaticamente do modelo de
elevação digital), proximidade de diques máficos (ocorrências de diques máficos de lamprófiros e andesitos, intimamente
relacionados à mineralização), proximidade de interseções entre estruturas EW e NW-SE, anomalias de gamaespectrometria
para destacar zonas de alteração hidrotermal intensa, principalmente zonas potássicas e sericíticas (parâmetro F, potássio
anômalo e relação Th / K),anomalias magnéticas com base na assinatura de depósitos e assinatura geoquímica de análise de
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

sedimentos de corrente (Au, Ag-Sn-Mn e Mo-Bi).

A integração dos quatro mapas intermediários que representam os quatro principais componentes do sistema
mineral (energia / fonte, migração, armadilha e deposição / vazão) resultou em um mapa de favorabilidade para
IR-ouro na parte centro-leste do TGP, onde a maior favorabilidade os valores (acima de 80%) estão concentrados
em 2% da área total, reduzindo significativamente as áreas indicadas. 62,5% dos depósitos conhecidos foram
mapeados em áreas com valores de favorabilidade acima de 60%, atestando a boa correlação entre os valores
favoráveis e os locais de treinamento. Além disso, o modelo foi testado em comparação com depósitos de ouro
conhecidos usando os gráficos Receiver Operating Characteristics (ROC) e Area Under the Curve (AUC) (Figura 12).
Os resultados da validação mostraram acurácia de 95% e intervalo de confiança de 0,797 a 0,969.
30

Figura 11 | Fluxograma de modelagem do sistema de ouro relacionado à intrusão para a área de estudo.
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Figura 12 | A curva ROC (Receiver Operating


Characteristics) e AUC (Area Under the Curve)
mostram que o modelo de áreas favoráveis está
distante das escolhas aleatórias, atestando sua
eficácia para prever
MAPA EVIDENCIAL CRITÉRIO ASSOCIAÇÃO FUZZY FUZZY OVERLAY

próximo a
corpos intrusivos Pequeno;
Contatos intrusivos
Contatos. Euclidiana Distâncias <1000 m
distância
OU;
ENERGIA / para destacar o
dados classificados,
FONTE máximo de cada
de acordo com
evidência de entrada.
Mais favorável a frequência
Categórico
rochas hospedeiras de ocorrências
e geoquímico
assinatura

proximidade ao cisalhamento
zonas do controle
NW e NE Pequeno;
estrutural principal de
zonas de cisalhamento Distâncias <1000 m
depósitos. Euclidiana
GAMA,
distância
índice 0,90;
A combinação
MIGRAÇÃO densidade de
de ambos é mais
lineamentos
relevante do que
automaticamente
Lineamentos DEM Ampla; indivíduos
extraído de
densidade Densidades> 1
Elevação Digital
Modelo (DEM). Linha
densidade

proximidade com pontual


Diques máficos ocorrências de máfico Pequeno;

proximidade afloramentos de diques. Distâncias <2.000 m


Distância euclidiana.
COMPONENTE CHAVE DO SISTEMA MINERAL

OU;
próximo a para destacar o
ARMADILHA intersecções de EW / importância igual
Lineamentos NW-SE de entrada
EW / NW-SE interpretado de Pequeno; evidências.
cruzamentos primeira derivada Distâncias <2.000 m
de anômalo
Campo magnético.
Distância euclidiana.
31
estatístico Ampla;
Parâmetro F classificação de K, valores> média + 1
Valores Th e U. desvio padrão
Saunders et al.
SOMA ponderada;
(1987) e Pires MSlarge;
cada evidência
K anômalo (1995) método valores> média + 2x
mapa tem um
para realçar desvio padrão
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peso atribuído
geoquímico
Pequeno;
na SOMA:
assinaturas de
valores <média - ¾ Parâmetro F -
Razão Th / K hidrotérmico
desvio padrão 0,20
alteração
K anômalo -
em destaque 0,20
DEPOSIÇÃO
anomalias magnéticas Razão Th / K - 0,20
/ FLUXO DE SAÍDA Magnético Gaussiano;
extraído de Magnético
anomalias valores centrados em 0,5
Sinal analítico de anomalias - 0,14
dados magnéticos Watershed Au
anomalias - 0,10
Sedimento de fluxo Watershed Ag-
Categórico
Anomalias de Au multivariado
Anomalias Sn-Mn
análise estatística
- 0,09
Sedimento de fluxo usando análise fatorial
Bacia Hidrográfica Mo-Bi
Ag-Sn-Mn no sedimento do fluxo Categórico
anomalias - 0,07
anomalias dados para ouro e ouro
importante
Sedimento de fluxo elementos desbravadores Categórico
Anomalias Mo-Bi

Tabela 3 | Critérios para mapas de evidências em cada componente-chave do sistema mineral.


MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 13 | Mapa de Favorabilidade do Ouro Relacionado à Intrusão na Tendência do Tocantinzinho Oriental, Província Mineral do
Tapajós, Cráton Amazônico
MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 14 | Mapas de evidências da favorabilidade do ouro relacionada à intrusão no leste do Tocantinzinho, Província Mineral do Tapajós, Cráton Amazônico
FAVORABILIDADE DO OURO NO DISTRITO DO OURO DE JUMA, SUDESTE DO
ESTADO DA AMAZONAS

Raul Eigenheer Meloni, Matheus Silva Simões, Michele Zorzetti Pitarello

INTRODUÇÃO
Desde a ocupação do sudeste do Estado do Amazonas, nos anos 1970,
uma modesta produção de ouro em minas artesanais (garimpos) ocorre
nesta região. Em 2007, ali ocorreu uma corrida do ouro, atraindo milhares
de pessoas motivadas pela descoberta de depósitos superficiais de alto
grau no Eldorado do Jumagarimpo, onde se estima que cerca de 2 a 10
toneladas de ouro foram extraídas por meios rudimentares, em um curto
período de tempo. Esta região, conhecida como Juma Gold District (Figura
15), está localizada no contexto geológico do JuruenaOrogen (DUARTE et
al., 2019; SOUZA et al., 2005), que está inserido na província
geocronológica Rondônia-Juruena) de o cráton amazônico (SANTOS et al.,
2000). A extensão desse orógeno ao sul, no norte do Estado de Mato
Grosso, hospeda a conhecida Província Ouro de Alta Floresta-Juruena.

Figura 15 | Localização da área de estudo.

Devido às ocorrências e ao contexto geológico favorável, as atividades de exploração mineral no Distrito do Ouro de Juma ainda são
escassas.
A fim de fornecer uma melhor base de conhecimento geológico para futuros investimentos em
34
Na área, o Serviço de Pesquisa Geológica do Brasil (CPRM) desenvolveu a integração de dados geológicos, geofísicos
e geoquímicos no Distrito Ouro de Juma. Assim, apresentamos aqui uma síntese do conhecimento atual sobre a
metalogenia do ouro na área, e os resultados do mapeamento de favorabilidade utilizando a abordagem de sistemas
minerais aplicada a técnicas de direcionamento de exploração.
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ESTRUTURA TECTONOSTRATIGRÁFICA

O Juma Gold District está localizado próximo ao limite de dois domínios geocronológicos do sul do cráton
amazônico: os domínios Tapajós (2,10-1,88 Ga) e Juruena (1,82-1,53 Ga) (SANTOS, 2003).

As rochas mais antigas expostas no Juma Gold District são metagreywackes de baixo grau atribuídos à Formação
Abacaxis (SANTOS et al., 2000), que são intrudidos pelo ChuimGranito (1,85 Ga). Este último, juntamente com o Granito
Arraia (1,84 Ga), são pensados para representar eventos magmáticos de transição entre a evolução final do Domínio do
Tapajós e a instalação do JuruenaOrogen, do qual o Grupo Colíder (1,82-1,78 Ga) é o primeiro lito -unidade estratigráfica na
área, onde é composta principalmente por rochas piroclásticas riolíticas ricas em quartzo. No Statherian, acredita-se que
uma bacia rift começou a se abrir na área, acompanhada por vulcanismo bimodal predominantemente félsico. A Formação
Pedro Sara (1,76-1,74 Ga) representa a maior parte do componente félsico deste vulcanismo, que é composto
principalmente por rochas piroclásticas riolíticas pobres em quartzo. Parcialmente intercaladas, as formações Camaiú
(<1,75Ga) e Vila do Carmo (> 1,57 Ga) representam, respectivamente, leques aluviais e sedimentos deltaicos, com alguns
leitos de rochas piroclásticas félsicas. Alguns fluxos basálticos e soleiras
estão presentes na formação Camaiú, que exibe o componente máfico do vulcanismo bimodal. No Calymmiano, um magmatismo máfico

generalizado ocorreu na área, representado principalmente por grandes exposições de soleiras de olivina-gabro toleítica da Suíte Mata-Matá

(1,57-1,53 Ga; OLIVEIRA; LIRA, 2019; ALMEIDA; COSTA, 2016). Este magmatismo máfico é considerado associado a granitos rapakivi do tipo A da

Suite Serra da Providência (1,53-1,51 Ga), e rochas vulcânicas félsicas do Grupo Gavião (1,53-1,50 Ga), ambos descritos alguns dezenas de

quilômetros de distância do Distrito do Ouro de Juma (OLIVEIRA; LIRA, 2019; ALMEIDA; COSTA, 2016). Juntas, essas três unidades definem um

estágio de magmatismo bimodal intracontinental anorogênico na região. Durante as eras Mesoproterozóica e Neoproterozóica, Seqüências

sedimentares continentais das Formações Prainha (~ 1,41 Ga) e Sucunduri cobriram partes da área de estudo, e atualmente estão preservadas em

locais que se acredita serem baixas paleoestruturais. Sequências sedimentares depositadas no contexto da Bacia Paleozóica do Alta Tapajós estão

localmente presentes na área, representadas pela Formação Siluriano-Devoniana Juma, que é composta pelo Membro Borrachudo inferior e Membro

superior do São Benedito. A unidade inferior é composta principalmente por lamito carbonáceo e arenitos finos, e a unidade superior é composta

principalmente por siltitos e arenitos finos a médios enriquecidos com minerais fosfáticos. Quartzo-arenitos jurássicos da Formação Rio das Pombas

cobrem localmente rochas mais antigas em altitudes mais elevadas. e atualmente estão preservados em locais que se acredita serem pontos baixos

estruturais. Sequências sedimentares depositadas no contexto da Bacia Paleozóica do Alta Tapajós estão localmente presentes na área,

representadas pela Formação Siluriano-Devoniana Juma, que é composta pelo Membro Borrachudo inferior e Membro superior do São Benedito. A

unidade inferior é composta principalmente por lamito carbonáceo e arenitos finos, e a unidade superior é composta principalmente por siltitos e

arenitos finos a médios enriquecidos com minerais fosfáticos. Quartzo-arenitos jurássicos da Formação Rio das Pombas cobrem localmente rochas

mais antigas em altitudes mais elevadas. e atualmente estão preservados em locais que se acredita serem pontos baixos estruturais. Sequências

sedimentares depositadas no contexto da Bacia Paleozóica do Alta Tapajós estão localmente presentes na área, representadas pela Formação Siluriano-Devoniana Juma

EVOLUÇÃO ESTRUTURAL

Em sua maior parte, as rochas do Distrito do Ouro de Juma apresentam muito poucos efeitos nometamórficos, sendo a
deformação principalmente no regime frágil, controlado por falhas normais. Onde está presente, o metamorfismo é de baixo grau e
restrito às vizinhanças das estruturas regionais. Localmente, algumas dobras tectônicas de pele fina estão presentes nas
sequências vulcano-sedimentares.
O evento de deformação mais antigo preservado na área, registrado como clivagem slaty,
é observável apenas em uma parte restrita da área de estudo, onde ocorrem os metagreywackes da Formação
Abacaxis. Esta deformação é considerada relacionada a eventos compressivos posteriores do Domínio Tapajós
(> ~ 1,85 Ga), com tendência estrutural NS.
A tectônica extensional associada ao sistema rift instalado no Statherian (<1,75Ga) foi controlada por falhas normais e
transtensionais, com direções principais NE-SW e NW-SE, mas também reativou estruturas NS mais antigas do
embasamento. O vulcanismo síncrono durante este evento produziu uma alteração hidrotérmica generalizada no nível da
35 crosta superficial.
Por volta de 1,55 Ga, o volumoso magmatismo máfico da Suíte Mata-matá foi associado à reativação extensional
de estruturas mais antigas, que funcionaram como vias preferenciais para a colocação das intrusões máficas da
Suíte Mata-matá. Em ~ 1,50 Ga o Distrito do Juma sofreu efeitos distais da Orogenia QuatroCachoeiras (OLIVEIRA;
LIRA, 2019), com compressão principal no sentido NE-SW, produzindo localmente deformação pelicular delgada nas
sequências vulcano-sedimentares do Camaiú e Vila do Carmo formações e metamorfismo de baixo grau focado em
estruturas de grande escala mais antigas reativadas.
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Por volta de 1,30 Ga, os efeitos distais do SunsásOrogen afetaram a área na forma de falha de deslizamento
(OLIVEIRA; LIRA, 2019), embora ainda não esteja claro o quanto ele afetou o Distrito Dourado de Juma.

Acredita-se que a falha normal tenha ocorrido no Paleozóico quando a Bacia do Alto Tapajós se formou. Essas falhas, muitas
das quais provavelmente são estruturas proterozóicas reativadas, podem ter estado ativas até o Cretáceo, colocando rochas
paleoproterozóicas e fanerozóicas lado a lado.

GEOLOGIA E METALLOGÊNESE DE OCORRÊNCIAS DE OURO

Embora o conhecimento atual sobre o sistema mineral responsável pela formação da mineralização do ouro do Distrito de
Juma ainda esteja em estágio de reconhecimento, trabalhos recentes desenvolvidos pela SGB / CPRM mostraram que
muitos deles estão associados a características geológicas semelhantes às encontradas no clássico sistemas epitérmicos
de baixa sulfetação, conforme definido por Sillitoe & Hedenquist (2003). Por exemplo, muitas das mineralizações estão
associadas a veios de quartzo e brechas de centímetro a metro, que podem mostrar texturas drusiformes, microcristalinas,
em pente e de lâmina treliça. Essas texturas indicam que
esses depósitos hidrotérmicos se formaram em um cenário francamente extensional, epizonal e estrutural. As assembléias
minerais de alteração hidrotérmica incluem sericita, ilita, calcita, florencita e veias de quartzo com adularia. Os sulfetos são os
minerais de minério mais prováveis, embora sua presença só seja inferida por meio de relictos, como massas de limonita e
texturas de caixotes em veios de quartzo, devido a todas as exposições atuais conhecidas serem fortemente oxidadas.

A sequência vulcano-sedimentar Estatheriana das formações Pedro Sara, Camaiú e Vila do Carmo hospeda a maior parte da
mineralização, embora todas as unidades mais antigas também hospedem pelo menos alguma ocorrência de ouro.
Freqüentemente, a mineralização ocorre próximo ao contato com intrusões máficas, que também podem hospedar a
mineralização. Ainda não está claro a idade dessas intrusões máficas, mas muitas delas são consideradas prováveis de
pertencer à suíte Calymmian Mata-Matá.

Muitas das mineralizações são espacialmente associadas e hospedadas localmente em falhas regionais de tendência
NW e NW, dúcteis a frágeis, que se acredita terem se formado no Estatheriano e foram reativadas em eventos posteriores.

Com base na idade das rochas hospedeiras das mineralizações e em suas características, dois eventos são mais
provavelmente responsáveis por sua geração:

a) No Statherian (1,75 Ga), sistemas hidrotérmicos rasos associados ao vulcanismo bimodal subaérico a sub-aquoso
se formaram no contexto de uma bacia rifte durante os estágios posteriores na evolução do JuruenaOrogen. Este
contexto geotectônico pode ser considerado favorável para a formação de depósitos epitérmicos de ouro de baixa
sulfetação, segundo a classificação de Sillitoe & Hedenquist (2003). Esta interpretação também é sustentada por uma
estreita relação espacial entre as ocorrências de ouro e as formações Pedro Sara, Vila do Carmo e Camaiú. Por outro
lado, este evento não pode explicar a presença de mineralizações nos gabros da Suíte Mata-Matá mais jovem;

b) No Calymmian (~ 1,55 Ga), o extenso magmatismo máfico relacionado com a pluma forneceu o motor térmico e
a fonte de metal precioso para a formação das mineralizações. A intumescência crustal provocada pela colocação
de uma pluma de manto pode ter produzido uma reabertura de estruturas mais antigas, promovendo caminhos
para a formação de sistemas hidrotermais rasos.

Como, com nosso conhecimento atual, ainda não é possível determinar o momento exato das mineralizações, o modelo de
prospectividade foi construído levando ambas as hipóteses em consideração.

36
CRITÉRIOS DE PROSPECTIVIDADE PARA MINERALIZAÇÃO DA AU

Os critérios de prospectividade utilizados para a modelagem foram definidos com base nos quatro fatores críticos para a
geração de depósitos de minério, de acordo com a abordagem de Sistemas Minerais (MCCUAIG; HRONSKY, 2014):
arquitetura litosférica inteira, geodinâmica favorável transitória, fertilidade e preservação do zona deposicional primária.
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Fertilidade

Dados isotópicos de Sm-Nd de rochas vulcânicas Statherianas na área de estudo mostram idades modelo entre 2,2 - 2,9 G, e
determinações de idade U-Pb de zircão detrital de arenitos Statherianos freqüentemente mostram populações arqueanas (BRITO et
al., 2010). Esses dados sugerem que pode haver um embasamento arqueano na área, que pode estar erodindo no momento em
que as mineralizações se formarem. Embora especulativamente, inferimos que a presença de um embasamento arqueano,
possivelmente retrabalhado tectonicamente no Paleoproterozóico, foi um importante fator de fertilidade na área, uma vez que, em
geral, terrenos dessa idade são altamente prospectivos para ouro no Cráton Amazônico (por exemplo, Rio Maria Domínio; Província
Mineral de Carajás). A vetorização desses elementos foi feita por meio de um mapa litológico reclassificado do distrito.

Geodinâmica favorável transitória

Uma rachadura sobreposta a um sistema orogênico é reconhecida como favorável para a geração de depósitos epitérmicos
de baixa sulfetação, principalmente quando associada ao magmatismo bimodal (HRONSKY et al., 2012). Este momento
geodinâmico foi representado no modelo
por um mapa litológico reclassificado. Neste cenário geodinâmico, o minério pode ser depositado de sistemas hidrotérmicos
convectivos rasos. Para mapear as zonas onde a alteração hidrotérmica pode ter ocorrido de forma mais intensa, os seguintes
6 mapas de evidências foram gerados:
a) três mapas baseados em anomalias geoquímicas em solo de As, Ba e Ag;

b) dois mapas baseados em grãos de ouro e florencita em concentrados de reservatórios de sedimentos de riachos.

c) um mapa representando zonas de sinal radiométrico de alto K de dados gamaespectrométricos aerotransportados.

Arquitetura litosférica completa

A importância das estruturas geológicas regionais que se estendem até o embasamento no controle da distribuição das
mineralizações hidrotérmicas tem sido amplamente reconhecida (ex. MCCUAIG; HRONSKY, 2014). Para o modelo de
prospectividade, um mapa de evidências representando essas estruturas foi feito através da interpretação de magnetometria
aerotransportada e dados de gravidade de satélite. Um buffer de 3 km foi desenhado em torno das estruturas delimitadas.

Falhas normais e transtensionais relacionadas à abertura de fenda funcionam como importantes fatores condicionantes para
a dinâmica dos fluidos hidrotermais potencialmente mineralizantes. Neste cenário, criando e impedindo ativamente a
permeabilidade das rochas (ROWLAND; SIBSON, 2004). Para representar esses elementos prospectivos no modelo, um mapa
estrutural foi feito com base em dados de campo e interpretação de imagens de magnetometria. A partir desse mapa, as
estruturas interpretadas como relacionadas ao momento rift, foram utilizadas para a criação de três mapas evidenciais,
representando o seguinte:

a) distância do centro das falhas, com escore de prospectividade decrescente de 0 a 750m;

b) densidade espacial das estruturas;

c) densidade espacial de interseções entre estruturas profundas e falhas relacionadas ao rifte.

Preservação

A preservação de mineralizações epitérmicas em terrenos Proterozóicos é rara, em grande parte devido à sua formação
próxima à superfície (<1500 m de profundidade). No entanto, vários casos foram relatados no Cráton Amazônico (por
exemplo, JULIANI et al., 2005). Alguns fatores que podem ter contribuído para sua preservação no Distrito do Ouro do Juma
são a formação no contexto de uma bacia de fenda com deposição de sedimentos ativos, seguida de rápido soterramento, e a
37 estabilidade tectônica após a formação dos depósitos.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil
CRÍTICO
VETORES MAPAS EVIDENCIAIS PONTUAÇÃO PESOS OBSERVAÇÕES
FATORES

Estruturas interpretadas
do ar
Estruturas profundas Buffer de 3 km 4 5
magnetometria
e gravidade do satélite

ARQUITETURA INTEIRA DE LITOSFERA Buffer de 750 m 6-4 5 Distância euclidiana

Densidade espacial de
Estruturas Rift 7-5 5 Densidade do kernel
estruturas

Densidade espacial de
cruzamentos com 7-5 5 Densidade do kernel
estruturas profundas

Ag 7-5 5

Interpolação IDW. ~ 1/3


BA 6-3 5
Geoquímico cobertura de área.
anomalia no solo

Como 5-3 5

Grãos de ouro 6-2 5

Concentrado de panela Bacias de captação. ~ 1/2


no fluxo cobertura de área
38
sedimento
Grãos de florencita 6-2 5
GEODINÂMICA FAVORÁVEL TRANSITÓRIA

K Radiométrico K Extraído do ar
6 4
metasomatismo anomalias espectrometria gama
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

FERTILIDADE

Unidades geológicas Mapa litológico 8-0 4 1: 100.000 mapa geológico

Tabela 4 | Critérios para mapas de evidências em cada componente-chave do sistema mineral para a área de Juma.
MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 16 | Mapa de Favorabilidade do Ouro no Distrito do Ouro do Juma, Sudeste do Estado do Amazonas
MAPAS DE EVIDÊNCIAS
Figura 17 | Mapas de evidências da Favorabilidade do Ouro no Distrito do Ouro de Juma, Sudeste do Estado do Amazonas
FAVORABILIDADE ZINCO-CHUMBO-COBRE-OURO NO DISTRITO DE
NOVA BRASILÂNDIA, PROVÍNCIA DE SUNSÁS, CRATONA AMAZÔNIA

Gustavo Negrello Bergami, Guilherme Ferreira da Silva

INTRODUÇÃO
O Distrito de Nova Brasilândia está localizado no noroeste do Brasil e apresenta uma série de ocorrências de gossans
ricos em zinco, chumbo, cobre e ouro que definem um possível distrito mineral polimetálico de depósitos de BHT (Broken
Hill Type). A região também exibe pequenas ocorrências de filões de ouro, manganês, fosfato magmático e cobre
sedimentado.
Com o objetivo de avaliar alvos favoráveis à exploração mineral, o Geological Survey of Brazil (CPRM) desenvolveu a
integração de dados geológicos, geofísicos e geoquímicos na unidade hospedeira da mineralização BHT, a Formação
Migrantinópolis, do Grupo Nova Brasilândia. Portanto, os resultados do mapeamento de favorabilidade aliado a uma
abordagem de sistemas minerais são apresentados aqui.

42
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Figura 18 | Mapa simplificado do Cráton Amazônico do Sudoeste, mostrando os limites aproximados das principais províncias geocronológicas,
cinturões móveis e elementos tectônicos. (PRADO et al., 2016).

ESTRUTURA TECTONOSTRATIGRÁFICA

A área de estudo compreende cinco períodos principais de formação rochosa em sua evolução tectonostratigráfica. O
primeiro é Paleoproterozóico (Estatheriano; 1,76 Ga), seguido por três períodos no Mesoproterozóico (Calimiano; 1,55 Ga
e Esteniano; 1,24 e 1,0 Ga) e um Neoproterozóico (900 Ma). As rochas mais antigas são gnaisses tonalíticos e
granodioríticos, assim como paragnaisses e rochas calcossilicatadas relacionadas a um arco continental de margem ativa.
Nas rochas do embasamento, o pico do metamorfismo foi datado em 1,63 Ga e atingiu as condições metamórficas da
fácies granulito (SCANDOLARA, 2006). Em seguida, a 1,55 Ga, ocorreu o magmatismo anorogênico tipo A, com a
geração da Suíte Serra da Providência. Durante
no mesmo período, outra suíte anorogênica e rochas sedimentares estavam se formando ao sul da área. Essas
rochas foram então metamorfoseadas em 1,46 Ga (RIZZOTTO et al., 2013) e 1,33 Ga, sob fácies anfibolito alto a
granulito, dando origem ao Complexo de São Felipe, composto por ortognaisses e paragnaisses tipo A. O
rifteamento continental ocorreu em ca. 1,24 Ga e permitiu a deposição da Formação Migrantinópolis bem como o
desenvolvimento de uma crosta proto-oceânica representada pela Formação Rio Branco. Magmatismo orogênico
tardio a anorogênico de granitos tipo A levou à geração de duas suítes, a Suíte Rio Pardo (1,1 Ga) e a Suíte Costa
Marques (1,0-0,9 Ga), bem como a colocação de uma suíte máfico-ultramáfica de a mesma idade desta, a Suite
Novo Mundo. A sedimentação síncrona deu origem a duas sequências sedimentares, as formações Terra Boa e
Palmeiral. Durante o Neoproterozóico e o Fanerozóico, ocorreu outra fase sedimentar, dando origem às rochas da
Bacia dos Parecis, representadas por sedimentos glacial-marinhos em sua base (Formação Pedra Redonda;
ADÔRNO et al., 2017), seguida da plataforma continental rasa sedimentos da Formação Fazenda da Casa Branca,
ambos de idade Neoproterozóica, que são recobertos por sedimentos continentais do Grupo Parecis do Cretáceo.

As rochas hospedeiras do minério foram deformadas sob alto anfibolito dúctil a dúctil-frágil, ao norte, e até granulito,
ao sul, metamorfismo durante o Ciclo Orogênico Sunsás (1,11 - 1,0 Ga), uma orogenia transpressional para
compressional intra-continental. Essas rochas são limitadas por uma zona de cisalhamento transpressivo com as rochas
do embasamento Calymmiano ao sul e são cobertas pelas rochas sedimentares Neoproterozóicas e Fanerozóicas ao
norte. o
A principal tendência estrutural é WNW, com transporte tectônico para o sul, com zonas de cisalhamento de mergulho abrupto para a
direção NW. Existe também um par de estruturas extensionais rúpteis, nas direções NW e ENE, relacionadas à abertura das Bacias
Neoproterozóicas (BERGAMI; PRADO, 2019).

GEOLOGIA E METALLOGÊNESE
DOS RECURSOS ZINCO-CHUMBO-COBRE-OURO

Formada durante um contexto de fenda continental, a mineralização BHT se desenvolveu em dois estágios conhecidos:

a) no Stenian (1,24 Ga), depósitos singenéticos de sulfetos maciços hospedados por vulcões (VHMS) de Zn-Pb-Cu-Au foram
formados através da reativação de descontinuidades profundas do embasamento como falhas extensionais durante a deposição
da Formação Migrantinópolis;
43
b) também no Esteniano (1,1 Ga), durante a deformação, metamorfismo e metassomatismo das rochas sedimentares
e dos depósitos de VHMS, os sulfetos foram retrabalhados e recristalizados, levando ao aumento dos teores de
metais.

Os corpos maciços de sulfeto estão localizados ao longo das principais estruturas de tendência noroeste e são
hospedados por rochas gnáissicas psamíticas na transição entre as unidades pelíticas e vulcânicas e as unidades
psamíticas. Há associação das rochas mineralizadas e presença de gahnita e também granada e silimanita em
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

concentrados de riacho, juntamente com quantidades anômalas de Pb, Zn, Cu, Fe, Ba, In e Sb em sedimentos de
riachos, correlação espacial com veios de quartzo, lentes de rochas de cálcio-silicato e anfibolitos. O minério é
composto principalmente por esfalerita, galena, pirita, pirrotita, quartzo e calcita, apresenta texturas semelhantes a
brechas, veias e texturas disseminadas em uma rocha metassedimentar, embora a mineralização apareça apenas
como gossanas na superfície. As ocorrências apresentam uma resposta magnética positiva devido à presença de
pirrotita,

CRITÉRIOS DE PROSPECTIVIDADE PARA MINERALIZAÇÃO ZN-PB-CU-AU

Seguindo uma abordagem híbrida, baseada em dados e conhecimento, importantes proxies para a mineralização foram
escolhidos, relacionados à formação do minério, transporte e aprisionamento e, em seguida, relacionados aos recursos no mapa.
As informações foram separadas em dados litoestruturais, dados geodinâmicos e dados relacionados ao fluido mineralizante.
Esses dados são então rasterizados
e pontuados, dando origem a mapas de evidências, que recebem pesos devido ao seu grau de incerteza e
confiabilidade dos dados originais. Usamos um ambiente GIS para gerar o
modelos (ESRI ArcGis - extensão Spatial Analyst), e utilizou um método baseado em sobreposição multiclasse,
com a adição do valor de cada classe de evidência onde ocorre a intersecção de dois ou mais vetores preditivos.

Para o sistema BHT na Faixa de Nova Brasilândia, foram utilizados os seguintes mapas de evidências: concentrados
de tanque (média das proporções relativas de gahnita, silimanita e granada; Figura 19), assinatura do sedimento do
riacho (Pb, Zn, Cu, Fe, Ba , In e Sb; Figura 20), distribuição espacial dos veios de quartzo mapeados (Figura 21),
gradiente magnético total (Figura 22), litotipos (gossans, paragnaisses, xistos, anfibolitos, rochas calcossilicatadas,
quartzitos e granitos da Suite Rio Pardo; nesta ordem de importância; Figura 23), e proximidade de rochas
calcossilicadas e anfibolitos (Figura 24).

Lineamentos estruturais frágeis e dúcteis (Figuras 25 e 26) e estruturas profundas (determinados como lineamentos com maior
continuidade e maior intensidade de campo magnético; Figura 27), bem como terrenos de alta fertilidade (Bacia de Nova Brasilândia,
separados através do mapa da anomalia de Bouguer; Figura 28 ), também foram usados como proxies para os mapas de evidências.

Os vetores gerados foram então ponderados de acordo com o nível de confiança dos dados (Tabela 5) e precisão e são
combinados para formar um mapa de favorabilidade de seis classes para o Distrito de Nova Brasilândia. As maiores classes
de prospectividade corresponderam a 3,79% da área do projeto e abrangeram 64% das ocorrências conhecidas de
Zn-Pb-Cu-Au, e isso mostra
a boa correlação entre as classes favoráveis e a mineralização. Em suma, essa iniciativa de baixo custo definiu
novas áreas de prospecção, auxiliando no desenvolvimento da indústria de exploração mineral no Brasil.

Mapas originais podem ser acessados em http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/20937

ÁREA DE CONHECIMENTO MAPA PESO COMENTÁRIO

Grade bem distribuída, separação


Pan Concentrado 5
mineralométrica sistemática

Grade bem distribuída, mas


Sedimento de fluxo 4 nível de dispersão parece depender de
variações de declividade
HIDROTÉRMICO
44 ALTERAÇÃO
Marcador importante, mas
Veias de quartzo 3
identificação não sistematizada

Dados sistemáticos com alta densidade de


Gradiente Magnético Total 5 amostragem; Associação
entre o minério e o pirrotito

Mapa geológico detalhado


Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Litologia 4 (1: 50.000) na Bacia de Nova Brasilândia

Interpretado a partir de sensores remotos; coerente


Estruturas frágeis 2
LITOESTRUTURAL com os dados de campo

ESTRUTURA
Interpretado a partir de sensores remotos; muitos
Estruturas dúcteis 2
confirmados em campo

Possível marcador lateral ou armadilha


Lentes de cálcio-silicato e anfibolito 1
química

Canalização de fluidos mineralizados; precisa


Estruturas Profundas 2
de melhor caracterização

GEODINÂMICA
Separação entre domínios férteis e
Domínios de fertilidade 2 não férteis; não bem fundado

Tabela 5 | Critérios para mapas de evidências em cada componente-chave do sistema mineral para a área de Nova Brasilandia.
MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 29 | Mapa de Favorabilidade Zinco-Chumbo-Cobre-Ouro no Distrito de Nova Brasilândia, Província de Sunsás, Cráton
Amazônico
MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 30 | Mapas de Evidências da Favorabilidade Zinco-Chumbo-Cobre-Ouro no Distrito de Nova Brasilândia, Província de Sunsás, Cráton Amazônico.
MAPEAMENTO DE PROSPECTIVIDADE E ANÁLISE DO SISTEMA MINERAL
DO CINTO DE GURUPI

Leandro Duarte Campos

INTRODUÇÃO
O Cinturão Gurupi é uma província de ouro de nível médio localizada no nordeste do Brasil, na divisa dos estados do Pará e
Maranhão. Além de uma produção histórica estimada de 16 toneladas de ouro (KLEIN, 2014), o Cinturão Gurupi abriga cerca de
5 milhões de onças de recursos de ouro divididos em três depósitos conhecidos: i) Cachoeira (1,35 Moz @ 1,4 g / t Au,
MOSHER, 2013) ; ii) Chega Tudo (1,26 Moz @ 0,67 g / t Au, MACHADO, 2011); iii) Cipoeiro (2,42 Moz @ 0,87 g / t Au,
MACHADO,
2011). Apesar de ser um distrito amplamente conhecido pela produção artesanal de ouro, as más condições de acesso, a falta de
rochas aflorantes devido ao intemperismo intenso e a cobertura espessa, técnicas de exploração direta especialmente difíceis e
dificultam novas descobertas minerais. Nesse sentido, proponho o uso de métodos indiretos de levantamento de dados, como a
geofísica aerotransportada, juntamente com a geoquímica de sedimentos de correntes regionais, para construir mapas integrados
de prospectividade mineral e gerar novos alvos de exploração de ouro.

Para produzir mapas preditivos confiáveis de prospectividade mineral, usei o conceito de sistema mineral (MCCUAIG;
HRONSKY, 2014 e referências nele), que se baseia na tradução de fortes fundamentos geológicos em um conjunto de
mapas vetoriais que são integrados para formar uma mapa de alvo de exploração. O mapa-alvo final utilizou um novo
banco de dados geológico, geofísico e geoquímico publicado recentemente pelo Geological Survey of Brazil para o Cinturão
Gurupi (CAMPOS et al., 2017).

ESTRUTURA TECTONOSTRATIGRÁFICA
47
O Cinturão Gurupi consiste em rochas sedimentares, granitos e rochas metamórficas de baixo a alto grau de idades variando
de 2695 Ma a 549 Ma (PALHETA et al., 2009; KLEIN et al., 2012; KLEIN et al., 2017 e referências nele). Essas unidades de
rocha formam principalmente tendências notáveis do NW-SE que seguem as orientações tectônicas gerais do cinturão. Klein
et al. (2017) agrupou as unidades litoestratigráficas em várias seções tectônicas como segue. (1) Complexo do Porão

- que compreende o metatonalito arqueano Igarapé Grande (2695 ± 3 Ma). (2) Assembléias plutônicas Rhyacian -
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

que consistem em granitos deformados, representados pelo Complexo Itapeva (2167 ± 3 Ma), o Granito Cantão
(2163 ± 4 Ma), a Suíte Tromaí (2165-2148 Ma) e o Anfibolito Muriá (2150 ± 8 Ma). (3) Bacias riachianas,
representadas pelas formações vulcanossedimentares Chega Tudo (2160-2148 Ma), e pelas formações
siliciclásticas Igarapé de Areia (<2078 Ma) e Santa Luzia do Pará (ca. 2163 Ma). (4) Conjuntos plutônicos
sin-tectônicos pós-colisão - compreendendo o Japiin Intrusive Suite (2116-2089 Ma), o quartzo-sienito Anelis
(2100 ± 21 Ma) e o granito Timbozal (2084 ± 5 Ma). (5) Bacias de margem passiva neoproterozóica -
representadas pelo Grupo Gurupi (<980 Ma) e pela Formação Cabeça de Porco (591-980 Ma).

16 Ma). (7) Bacia do rifte continental Neoproterozóico-Cambriano, que compreende a Formação Piriá (<591 Ma).

As associações de rochas acima mencionadas definem pelo menos dois ciclos tectônicos para o Cinturão Gurupi. No
Rhyacian a evolução tectônica é marcada pela amálgama de bacias islandarc, fragmentos de crosta oceânica, granitos
relacionados a arco e colisionais (KLEIN; MOURA, 2008; KLEIN et al., 2012). Estima-se que o pico metamórfico rhyaciano
tenha ocorrido entre 2066 ± 17 Ma e 2100 ± 15 Ma (KLEIN et al., 2017). As associações Neoproterozóico-Cambriano
estão relacionadas à orogenia Brasiliana / Pan-africana. Este evento forneceu isotópico
reconfiguração e retrabalho tectônico da margem sul da placa São Luís-Oeste Africano, com formação de
bacia e magmatismo limitado (KLEIN et al., 2012, 2017). Estima-se que o metamorfismo neoproterozóico tenha
ocorrido entre 624 e 549 Ma (KLEIN et al.,
2017). O limite geocronológico e o corredor deformacional principal que divide os cinturões Neoproterozóico e
Paleoproterozóico são definidos pela zona de cisalhamento tentugal, que é uma estrutura sinistral de deslizamento NW-SE
(HASUI et al., 1984; KLEIN et al., 2005).

MINERALIZAÇÃO DO OURO

Os depósitos orogênicos de ouro do Cinturão de Gurupi, conforme definido por Klein (2014), estão todos hospedados em estruturas
relacionadas à zona de cisalhamento de Tentugal. A maioria dos depósitos e ocorrências são hospedados por rochas da Formação
Chega Tudo e menos depósitos e ocorrências são hospedados pelos granitos cálcio-alcalinos da Suite Intrusiva Tromaí, gabbros e
rochas siliciclásticas do Igarapé de Areia. Os controles geológicos e genéticos dos depósitos são muito semelhantes nas rochas
supracrustais e graníticas. Os corpos de minério tendem a ser paralelos ao grão estrutural principal

das rochas hospedeiras, mas também podem ser ligeiramente discordantes. Na escala de depósito, eles estão confinados a falhas

frágeis-dúcteis discretas. Os corpos de minério conhecidos são geralmente descontínuos, subverticais e cilíndricos (KLEIN, 2014).

Três estilos de mineralização foram descritos por Klein (2014): (1) Veios de quartzo e conjuntos de veios com comprimento
e espessura variáveis, com halos de alteração restritos, baixo teor de sulfeto e ouro livre. (2) Veios de sulfeto de
quartzo-carbonato, filamentos de sulfeto de ouro e disseminações em rochas hospedeiras alteradas. Além do ouro livre, este
estilo mostra ouro depositado em microfraturas de quartzo e sulfeto, especialmente pirita e arsenopirita. O ouro foi depositado
em microfraturas em grãos de quartzo e sulfeto; o ouro também ocorre como inclusões de partículas únicas como
Au-arsenopirita (+ esfalerita) incluída na pirita; e como oligoelementos em pirita e arsenopirita, juntamente com Bi, As, Sb e Te.
A mineralização é interpretada como tendo se formado durante a evolução pós-colisional do Paleoproterozóico.

PROSPECTIVIDADE DO OURO OROGÊNICO

Para gerar alvos em escala distrital, usei o método de sobreposição multiclasse baseado em conhecimento de Carranza
(2008). Este método é mais adequado para integração de dados em escala distrital. Para cada vetor (v) em um mapa
evidencial (e) foi atribuída uma pontuação, P (ve), entre 0 e 10, de acordo com a importância do processo mapeado na
48
formação do depósito mineral. Além disso, cada mapa evidencial também está associado a um peso, W (e), relativo ao
grau de incerteza e confiabilidade do banco de dados que originou o mapa evidencial. Finalmente, para gerar um mapa
preditivo final, cada classe foi então combinada, ou somada (S ̅), seguindo a equação (eq. 1) proposta por Carranza
(2008).
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Equação 1.
A técnica de sobreposição multiclasse baseada em conhecimento usa um conceito matemático semelhante à álgebra
booleana, em que o valor de cada classe de evidência é adicionado quando há uma interseção de dois ou mais vetores
preditivos. O entendimento do sistema mineral aurífero do Cinturão Gurupi foi dividido em três esferas principais de
conhecimento: 1) evolução geodinâmica; 2) quadro estrutural; 3) alteração hidrotermal. Cada esfera de conhecimento pode
ser representada por círculos que se cruzam mutuamente, de forma semelhante ao conceito lógico do diagrama de Venn.
Quanto mais interseções de vetor preditivas ocorrerem em uma região específica do mapa, maior será a pontuação atribuída
à zona de interseção.

Para refletir a evolução geodinâmica e os processos associados à geração e migração primária de fluidos
mineralizantes, eu construí e combinei três mapas de evidências: i) Mapa de idade do modelo Sm-Nd associado à
geologia simplificada do Cinturão de Gurupi,
ii) mapa isógrado metamórfico e iii) estruturas translitosféricas com corpos intrusivos máficos mapeados. Para
representar a estrutura estrutural, combinei três mapas de evidências:
i) distribuição das principais direções de ataque das zonas de cisalhamento e traços de foliação; ii) densidade do traço de foliação; iii)
distribuição de direção de ataque de falha e fratura. Para representar as zonas alteradas hidrotermicamente, combinei quatro mapas de
evidências: i) áreas de interesse extraídas do ternário
RGB, relação K / Th (vermelho), fator F (verde) e Kd (azul); ii) distribuição de arsênio em sedimentos de rios; iii)
distribuição de antimônio em sedimentos de riachos; iv) distribuição de mercúrio em sedimentos de rios.

O mapa de destino final foi gerado somando os três mapas de combinação. Pontuação alta, zonas de cores quentes são as áreas
de interseção de classes mais evidentes e são os alvos mais prováveis para descobertas minerais. A eficiência do direcionamento
usando qualquer técnica orientada por conhecimento ou baseada em processo pode ser medida comparando a relação do número de
ocorrências de ouro dentro de cada polígono classificado com sua área total. A redução da área de pesquisa é um processo chave
para reduzir custos e riscos na exploração mineral. As ocorrências de ouro foram obtidas no banco de dados de recursos minerais do
Serviço Geológico do Brasil (GeoSGB®). Este banco de dados de recursos minerais inclui depósitos de ouro, prospectos,
escavações artesanais, veios de quartzo contendo ouro / alteração hidrotérmica e amostras de concentrado de tanque de alto grau.
Para esta análise, Considerei apenas ocorrências primárias (hipogênicas) de ouro. A Figura 1 mostra que, com o aumento da
pontuação preditiva, a área de pesquisa diminui consideravelmente. Por exemplo, dentro de pontuações de 5 a 3, interpretadas como
metas prospectivas altas, 37% das ocorrências de ouro são encontradas em 7% da área do projeto.

Mapas originais podem ser acessados em http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/18041

49

Figura 31 | Porcentagem de depósitos de ouro e ocorrências dentro da pontuação preditiva do mapa final (linha azul), e a porcentagem
da área ocupada por cada respectivo polígono de pontuação (linha vermelha).
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MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 32 | Mapa de Favorabilidade do Ouro na Faixa Gurupi, NE do Brasil.


MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 33 | Mapas de Evidências da Favorabilidade do Ouro no Cinturão de Gurupi, NE Brasil.


COBRE-CHUMBO-ZINCO FAVORABILIDADE NO
SUPRACRUSTALS SEQUENCEOFMARTINÓPOLEGROUP,
MEDIOCOREAÚDOMAIN, BORBOREMAPROVINCE

Tercyo Rinaldo Gonçalves Pinéo, Alex Franca Lima,


Maria DulcineaMadureira RolimBessa, Mariane Dornas Martins, Felipe Rocha Abreu

INTRODUÇÃO
O Serviço de Pesquisa Geológica do Brasil (CPRM) desenvolveu um projeto na porção noroeste do Estado do Ceará,
nordeste do Brasil, para investigar o potencial metalogênico e identificar áreas mais favoráveis à prospecção de metais.
Identificamos que o Grupo Martinópole Neoproterozóico é uma sequência supracrustal, que hospeda a mineralização de
sulfeto de Cu-Pb-Zn. Outros recursos importantes incluem prata, manganês e ferro. Os dados geológicos, geofísicos e
geoquímicos obtidos foram integrados e os resultados apresentados na forma de mapa de favorabilidade Cu-Pb-Zn,
produzido pela técnica de modelagem orientada ao conhecimento, que utiliza o conceito de sistema mineral.

ESTRUTURA GEOLÓGICA
A área de estudo está localizada na porção noroeste da Província Borborema, que se consolidou durante o ciclo
orogênico Brasiliano / Pan-Africano pela aglutinação dos crátons São Luís - África Ocidental e São Francisco -
Congo por volta de 600 Ma (ALMEIDA et al. , 1981) (Figura 34).

O Complexo da Granja representa o embasamento do Grupo Martinópole e é composto por ortognaisses,


paragnaisses e granulitos TTG de idade Paleoproterozóica (2,3 Ga) (SANTOS,
1999). O Grupo Martinópole é formado pela sequência ameta-vulcano-sedimentar depositada em uma margem
continental passiva entre 800 e 750Ma (SANTOS, 1999) e posteriormente deformada durante o ciclo orogênico
Brasiliano / Pan-Africano (~ 600Ma), e metamorfoseada em condições de fácies xisto verde a anfibolito . A base
52 do Grupo Martinópole compreende a Formação Goiabeira, que é constituída por xistos, quartzitos e
paragnaisses. Esta formação é recoberta pela Formação São Joaquim, que é composta por quartzitos. A
Formação Covão superior compreende xistos e filitos, enquanto a unidade de topo corresponde à Formação
Santa Terezinha, com filitos, filitos carbonáticos, mármores, quartzitos, meta-cherts, rochas calcossilicáticas, BIF
e rochas metavulcânicas, datadas de zircão U-Pb a 777 Ma (idade de cristalização).
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

GEOLOGIA E METALLOGÊNESE DOS RECURSOS DE COBRE,


CHUMBO E ZINCO

Observações de campo e dados compilados da literatura indicam o potencial para depósitos do tipo SEDEX, formados
em uma margem continental passiva entre 800 e 750 Ma, seguida de reconcentração hidrotérmica ao longo das
estruturas NE-SW, durante a Orogenia Brasiliano / Pan-Africana (~ 600 Ma )

O Uruoca Target é composto por filitos e quartzitos com estrutura milonítica, metachert, brecha hidrotermal,
meta-riodacito e coberturas de laterita. O metachert contém camadas de óxido de ferro-manganês e bornita e pirita
amplamente difundidas. A brecha hidrotérmica tem textura de caixa comum e é distribuída ao longo de uma zona de
cisalhamento NE-SW.
A mineralização de manganês em Uruoca está associada a lateritas alinhadas na direção NE-SW, com
preenchimento de fragmentos de hidróxido de ferro, hematita, magnetita e quartzo.
Figura 34 | Mapa geológico da área do projeto.

box-works. A presença de camadas de manganês e filitos, intercaladas e dobradas, sugere uma ocorrência singenética
com processos de intemperismo sobrepostos. Calcopirita, pirita, bornita, esfalerita e galena em fraturas e também em
veios de rochas meta-carbonáticas (mármores, filitos carbonáceos e rochas calcossilicatadas) associadas a rochas
metavulcânicas félsicas foram descritas a partir de amostras de furos (PRADO et al., 1981) .

A mina Pedra Verde é formada pela transição do filito alterado para filito carbonatado. O filito alterado tem 22 m de
espessura e contém malaquita e azurita como os principais minerais secundários de cobre. O minério é zoneado e
marcado por calcocita-bornita-calcopirita-piritegalena-esfalerita (COLLINS; LOUREIRO, 1971). Os sulfetos ocorrem de

53 duas maneiras distintas: deformados ao longo da foliação milonítica do filito carbonáceo hospedeiro, e ao longo de veios
carbonáticos indicando uma concentração hidrotérmica (MATOS, 2012).

O alvo Serra de São José possui barita com anomalias associadas de Ni (500 ppm) e Co (500 ppm) no BIF
dobrado. A geologia local compreende mármores, filitos, xistos, metagreywackes, meta-cherts e BIF (PRADO
et al., 1979). Os dados geofísicos indicam a possível continuidade do alvo sob os sedimentos silurianos da
Bacia do Parnaíba.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

CRITÉRIOS DE PROSPECTIVIDADE PARA MINERALIZAÇÃO CU-PB-ZN

Para a modelagem, usamos dados geológicos, análises geoquímicas de sedimentos de correntes e mapas geofísicos
aerotransportados. Todos os dados foram empregados de acordo com sua participação na geração, transporte e captura de
minérios metálicos.
Inicialmente os dados selecionados foram processados, rasterizados e pontuados, quanto à sua importância no processo
de conformação do minério resultando em mapas de evidências. Em seguida, cada mapa de evidência recebeu um peso
relacionado ao grau de incerteza e confiabilidade dos dados originais. A modelagem foi realizada em ambiente GIS,
utilizando o software ArcGIS (extensão Spatial Analyst). Para a modelagem, utilizou-se o método de sobreposição
multiclasse, em que o valor de cada classe de evidência é adicionado quando ocorre a intersecção de dois ou mais vetores
preditivos.

Produzimos onze mapas de evidências para o Grupo Martinópole, incluindo: i) litologia,


ii) afloramentos, iii) anomalia magnética aerotransportada, iv) lineamentos estruturais profundos (gerados por modelagem de dados magnéticos

aerotransportados), v) zonas de cisalhamento, vi) densidade da zona de cisalhamento, vii) intersecção de estruturas frágeis e dúcteis, viii) dados

radiométricos aerotransportados , ix) cobre geoquímico


anomalia, x) anomalia geoquímica principal e xi) anomalia geoquímica de zinco. Os três últimos mapas de evidências foram
produzidos a partir do processamento dos resultados das análises geoquímicas dos sedimentos coletados.

A modelagem de todos os mapas de evidência resultou em um mapa de favorabilidade para Cu-Pb-Zn do Grupo Martinópole,
que mostra que a zona de favorabilidade mais importante está associada às zonas de cisalhamento NE-SW e representam uma
área com grande possibilidade de acumular Cu-PbZn sulfetos.

A localização das ocorrências minerais conhecidas foi utilizada para avaliar a qualidade do produto gerado. As
classes com maior índice de prospectividade (5% da área do projeto) mapearam 47% das ocorrências conhecidas,
atestando a boa correlação entre classes potenciais e ocorrência de minério.

Os mapas originais podem ser acessados em http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/21399

54
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil
MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 35 | Mapa de Favorabilidade Cobre-Chumbo-Zinco na Seqüência Supracrustal do Grupo Martinópole, Domínio Medio Coreaú, Província
Borborema.
MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 36 | Mapas de evidências da favorabilidade do cobre-chumbo-zinco na sequência supracrustal do grupo Martinópole, domínio Medio Coreaú, província
de Borborema
FAVORABILIDADE DE COBRE-FERRO NA BACIA SEDIMENTAR DE
CAMBRIAN JAIBARAS, DOMÍNIO MEDIO COREAÚ, PROVÍNCIA DE
BORBOREMA

Tercyo Rinaldo Gonçalves Pinéo, Alex Franca Lima,


Maria DulcineaMadureira RolimBessa, Mariane Dornas Martins, Felipe Rocha Abreu

INTRODUÇÃO
O Serviço de Pesquisa Geológica do Brasil (CPRM) desenvolveu um projeto na porção noroeste do Estado do Ceará, nordeste
do Brasil, com o objetivo de determinar seu potencial metalogênico e identificar áreas mais favoráveis à prospecção de
minerais metálicos. Na porção leste da área de estudo existe uma bacia sedimentar, denominada Bacia de Jaibaras, que está
em contato com dois batólitos de granito. Ao lado desses contatos, encontramos as ocorrências de sulfetos de cobre e ferro
disseminados, e de óxidos de ferro dentro de fraturas e como fragmentos métricos.

Os dados geológicos, geofísicos e geoquímicos obtidos neste projeto foram trabalhados em conjunto para identificar
alvos favoráveis à exploração mineral Cu-Fe. Os resultados foram apresentados no mapa de favorabilidade do Cu-Fe,
produzido pela técnica de modelagem orientada ao conhecimento, que utiliza o conceito de sistema mineral.

ESTRUTURA GEOLÓGICA
A área de estudo está localizada na porção noroeste da Província Borborema, que se consolidou durante o ciclo
orogênico Brasiliano / Pan-Africano pela aglutinação dos crátons São Luís - África Ocidental e São Francisco -
Congo por volta de 600 Ma (ALMEIDA et al. ,
1981) (Figura 37).
O Grupo Jaibaras foi depositado em um sistema graben desenvolvido pela ativação da zona de cisalhamento
Sobral-Pedro II. O Grupo Jaibaras compreende sedimentos continentais siliciclásticos maduros agrupados em três
formações e por rochas vulcânicas bimodais (COSTA et al.,
57 1973). De baixo para cima o Grupo Jaibaras é composto por: i) Formação Massapê, que é composta por
conglomerado polimítico sem fragmentos de rochas graníticas de batólitos adjacentes; ii) Formação Pacujá,
composta predominantemente por arenito; iii) Formação Aprazível, composta por conglomerado polimítico com
fragmentos de rochas graníticas de batólitos adjacentes. As rochas vulcânicas estão agrupadas na Suíte Parapuí
(ca. 535 Ma, U-Pb zircon, GARCIA et al., 2010), composta por basaltos e riolitos, que foram colocados entre a
deposição das formações Pacujá e Aprazível.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Os granitos são representados pelos batólitos Meruoca e Mucambo. Ambos compreendem granito feldspato
alcalino avermelhado e sienogranito, e formados de 523 a 532 Ma (U-Pb em zircão, FETTER, 1999; ARCHANJO et al.,
2009).
A falta de fragmentos graníticos dos batólitos Meruoca e Mucambo em conglomerados da Formação Massapê sugere
que o enchimento de sedimentos da Bacia do Jaibaras ocorreu em dois estágios.

GEOLOGIA E METALLOGÊNESE DOS RECURSOS DE COBRE E FERRO

Parente et al. (2011) mostram que as mineralizações de cobre e ferro da Bacia de Jaibaras estão associadas a
processos hidrotérmicos semelhantes aos encontrados no sistema IOCG, sugerindo a possibilidade da existência de
ouro nesta bacia sedimentar. Vários tipos de alteração hidrotérmica foram identificados, e pelo menos cinco tipologias de
ocorrências de cobre e ferro foram descritas pelos autores.

Algumas características de mineralização metálica presentes na área de estudo foram identificadas através de trabalho de
campo nas rochas vulcânicas da Suíte Parapuí. Os basaltos disseminaram pirita, calcopirita e magnetita, e a epidotização é
uma alteração comum. Temos também
Figura 37 | Mapa geológico da região NW Ceará. Destacam-se a Bacia do Jaibaras e os batólitos Meruoca / Mucambo.

identificou pirita e calcopirita associada a carbonato ao longo do plano de falha em riolitos. Fraturas preenchidas por
carbonato também são comuns.
Os arenitos da Formação Pacujá possuem magnetita e hematita ocorrendo em camadas delgadas
concordantes com a estratificação sedimentar, sugerindo deposição singenética, e em fraturas sugerindo
remobilização hidrotérmica.
Uma característica comum no limite leste dos batólitos Meruoca e Mucambo, no contato com a Bacia de Jairabas, é
a presença generalizada de fraturas preenchidas por magnetita e hematita. Em alguns locais, encontramos blocos
métricos compostos por magnetita e hematita, com limites tabulares, sugerindo que preenchiam fraturas.

58

CRITÉRIOS DE PROSPECTIVIDADE PARA MINERALIZAÇÃO CU-FE

Para a modelagem, usamos dados geológicos, análises geoquímicas de sedimentos de correntes e mapas geofísicos
aerotransportados. Todos os dados foram empregados de acordo com sua participação na geração, transporte e captura de
minérios metálicos.
Inicialmente os dados selecionados foram processados, rasterizados e pontuados quanto à sua importância no processo de
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

conformação do minério resultando em mapas de evidências. Em seguida, cada mapa de evidência recebeu um peso relacionado ao
grau de incerteza e confiabilidade dos dados originais. A modelagem foi realizada em ambiente GIS, utilizando o software ArcGIS
(extensão Spatial Analyst). Para a modelagem, usamos o método de sobreposição multiclasse, no qual o valor de cada classe de
evidência é adicionado quando há uma intersecção de dois ou mais vetores preditivos.

Foram produzidos nove mapas de evidências para a Bacia do Jaibaras, os quais compreendem (Figura 39):

i) litologia, ii) afloramentos, iii) anomalia magnética aerotransportada, iv) lineamentos estruturais profundos (gerados por modelagem
de dados magnéticos aerotransportados), v), contatos litológicos vi) anomalia geoquímica de cobre, vii) anomalia geoquímica de ferro,
viii) arsênio geoquímico anomalia e ix) anomalia geoquímica de antimônio. Os últimos quatro mapas de evidências foram produzidos
pelo processamento dos resultados da análise dos sedimentos dos rios. O método analítico utilizado não possuía limite de detecção
para identificar ouro, portanto utilizamos mapas de evidências de anomalias geoquímicas de arsênio e antimônio como elementos
descobridores.

A modelagem de todos os mapas de evidências resultou em um mapa de favorabilidade para o Cu-Fe da Bacia de Jaibaras.
Este mapa mostra algumas zonas favoráveis, sendo as mais importantes aquelas claramente associadas ao contato entre o Grupo
Jaibaras e os batólitos Meruoca / Mucambo.
Os mapas originais podem ser acessados em http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/21399
MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 38 | Mapa de Favorabilidade Cobre-Ferro na Bacia Sedimentar Cambriana de Jaibaras, Domínio Medio Coreaú, Província Borborema.
MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 39 | Mapas de Evidências da Favorabilidade Cobre-Ferro na Bacia Sedimentar Cambriana de Jaibaras, Domínio Medio Coreaú,
Província Borborema.
PORFÍRIA CU-AU REMOBILIZADA DEPÓSITO A FAVORABILIDADE
NO SEGMENTO SUL DO ARCO MAGMÁTICO DE GOIÁS, CINTO DE
BRASÍLIA, PROVÍNCIA DE TOCANTINAS

Jônatas de Sales Macêdo Carneiro

INTRODUÇÃO
A Província do Tocantins, no Brasil central, hospeda
vários depósitos minerais neoproterozóicos, incluindo
importantes recursos de Ni, Cu, Ag e Au. Um dos
compartimentos da província é o Arco Magmático de
Goiás (GMA), na Faixa Brasília, unidade tectônica com
quase 1000 km de extensão, que abriga um depósito de
pórfiro Cu-Au pré-cambriano em seu segmento norte,
singular pela preservação. das zonas de alteração
hidrotermal (Figura 40).

Recentemente, alguns novos prospectos foram


identificados no segmento sul do GMA, o que corrobora
o potencial desse compartimento tectônico em
hospedar depósitos semelhantes. Assim, o Serviço
Figura 40 | Localização da área de estudo.
Geológico do Brasil (CPRM) modelou em SIG

meio ambiente a favorabilidade de uma porção do segmento sul do GMA para hospedar um depósito de pórfiro
Cu-Au remobilizado.

61

ESTRUTURA TECTONOSTRATIGRÁFICA

A história tectônica da Faixa Brasília é marcada por um estágio inicial de arco insular, seguido por
uma etapa continental culminando com a colisão entre os crátons amazônico e congoSão Francisco durante o
Neoproterozóico (FUCK et al., 2017). Durante a subducção oceanicoceânica, de ca. 900 Ma a ca. Formaram-se 800 Ma,
calcio-alcalinos, gnaisse juvenis e algumas sequências vulcano-sedimentares, como a Sequência de Arenópolis (PIMENTEL;
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

FUCK, 1992). Pequenos plútons graníticos do tipo S de ca. 780 Ma são interpretados como marcadores de colisão entre o
Cráton São Francisco-Congo e um bloco continental agora coberto pela Bacia do Paraná (PIMENTEL et al., 1999). Por volta
de 750 Ma formaram-se diversas sequências vulcanossedimentares e complexos máfico-ultramáficos, principalmente em
ambientes de fendas localizadas, como a sequência Bom Jardimde Goiás (GUIMARÃES et al., 2012) e os grandes
complexos máfico-ultramáficos (GIOVANARDI et al., 2017). O evento magmático cálcio-alcalino mais jovem em GMA varia
de ca. 670Ma a ca. 630Ma e exibe assinaturas isotópicas concordantes com uma fonte retrabalhada (LAUX et al., 2005).

Essa convergência de placas tectônicas culmina no amálgama entre os crátons amazônico e São Francisco-Congo.
Durante toda essa dinâmica tectônica, as rochas são comprimidas pela tensão EW e a deformação é acomodada ao longo de
foliações de tendência NS e zonas de cisalhamento de deslizamento no GMA, com falhas secundárias NW e NE.
Posteriormente, essas estruturas são cortadas por importantes lineamentos transcorrentes, como o Lineamento NE
Transbrasiliano e o Lineamento NS Moiporá-Novo Brasil.

As características de deformação iniciais são coevas com o pico metamórfico na área (ca. 640 Ma; DELLA GIUSTINA,
2010).
GEOLOGIA E METALLOGÊNESE DOS PRINCIPAIS DEPÓSITOS NO GMA

O GMA exibe duas fases principais de mineralização de Cu e Au, ambas podem ser remobilizadas por estágio colisional. O
primeiro evento de mineralização está associado ao estágio de arco insular, quando se formou o depósito de pórfiro da
Chapada Cu-Au, conforme revelado pela idade do plúton diorítico porfirítico (884 ± 6 Ma; OLIVEIRA et al., 2016). Ele está
localizado na interseção entre as principais falhas NNE e NNW com falhas EW menores. Este depósito é caracterizado por
zonas hidrotermais típicas metamorfoseadas em fácies anfibolito. A alteração argílica é representada por xistos contendo
cianita e quartzitos contendo pirita; a zona propilítica é marcada por gnaisse de hornblenda-epidoto, e a potassificação está
associada principalmente a xistos de biotita.

Outro evento de mineralização de Cu e Au menor ocorre em ca. 750 Ma e forma principalmente depósitos do tipo VMS.
Um dos depósitos é o VMS Bom Jardim de Goiás, alojado em tufos intermediários a ácidos da sequência homônima
metavulcano-sedimentar (GUIMARÃES et al., 2012). A mineralização ocorre disseminada e como estoque, sugerindo que
representa uma porção mais profunda do depósito de VMS. A silicificação é a maior zona de alteração, com cloritização e
epidotização também presentes. O depósito de Bom Jardim de Goiás ocorre associado a algumas falhas importantes do
NE.

Os estágios colisionais e pós-colisionais formam depósitos de ouro orogênicos e relacionados à intrusão, exemplos são os depósitos
de Posse e Fazenda Nova, respectivamente. Além disso, vários depósitos de pequenos filões são registrados e podem estar
relacionados a este estágio. Oliveira et al. (2016) mostram que mesmo depósitos magmáticos e hidrotérmicos podem ser remobilizados
durante estágios de colisão no GMA.

CRITÉRIOS DE FAVORABILIDADE PARA DEPÓSITOS DE PORFÍRIA CU-AU

REMOBILIZADOS EM GMA

Embora um importante depósito de pórfiro Cu-Au remobilizado seja explorado no segmento norte do GMA, mineralização
semelhante ainda não foi descoberta no segmento sul. No entanto, é notável que alguns fatores importantes para a
geração de tais depósitos também estão presentes na porção meridional do GMA. Portanto, o Geological Survey of Brazil -
CPRM utilizou dados públicos, acessíveis no banco de dados GeoSGB (http: \\ geosgb. Cprm.gov.br), para modelagem de
critérios de favorabilidade de geração de minério, transporte, deposição e remobilização de tais depósitos em o segmento
sul do GMA. Os dados foram pontuados e ponderados de forma a obter uma média aritmética ponderada. O
processamento de dados foi realizado em ambiente GIS em uma abordagem baseada no conhecimento.

62

Para o cálculo da favorabilidade do GMA sul em hospedar um depósito semelhante à Chapada, no segmento norte
da Faixa Brasília, utilizamos os seguintes mapas de evidências para arcabouço tectônico pontuado e geodinâmica:
mapas isotópicos (eNd no tempo de cristalização, idade do modelo Sm-Nd e 87Sr / 86Sr); Mapa de anomalia
gravimétrica Bouguer; mapa metamórfico; mapa litológico. Mapas isotópicos e gravimétricos podem evidenciar
retrabalho e afinamento da crosta, bem como a ascensão do manto sub-litosférico metassomatizado. O mapa
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

metamórfico revela as zonas de maior geração de fluidos, que ocorre na transição entre as fácies xisto verde e anfibolito
(PHILLIPS; POWELL, 2010). A litologia mostra rochas que podem hospedar um depósito de Au remobilizado
neoproterozóico, bem como indicam xistos carbonáceos, que podem ser outra fonte de ouro.

Durante a remobilização, o transporte de fluidos e metais ocorreu através de estruturas principais e depositados em
estruturas de segunda ordem. Portanto, usei os principais lineamentos profundos, as estruturas dúcteis-frágeis e as zonas de
dobradiça e fraturas de segunda ordem como mapas de evidências para transporte e deposição de metal.

Os mapas de evidências para armadilhas foram: mapas de zonas hidrotermais; Anomalias geoquímicas de As, Te e Bi dos
sedimentos da corrente; e mapa anômalo da gamaespectrometria K (com normalização eTh).

A integração desses mapas, em uma álgebra de média ponderada, rendeu um mapa de confluência desses fatores, que pode
ser interpretado como mapa de favorabilidade para depósito de pórfiro Cu-Au remobilizado. Os jazigos de ouro dos filões
conhecidos da área situam-se nas zonas de maior ou grande favorabilidade, o que indica que este modelo funciona bem como uma
aproximação para tal depósito.
PESO DOS MAPAS DE EVIDÊNCIAS DO DEPÓSITO CU-AU REMOBILIZADO DE PORFYRY NO ARCO MAGMÁTICO DE GOIÁS

MAPAS DE EVIDÊNCIAS PESO SIGNIFICADO PARA O SISTEMA MINERAL

Regiões com valores de eNd positivos, idades do


modelo de Nd juvenil e baixas razões Sr87 / Sr86
podem revelar elevação do metasssomatizado
sub-litosférico
Mapas isotópicos 3
manto. As regiões de reativação tectônica tendem
a ser mais suscetíveis à presença de estruturas

ESTRUTURA TECTÔNICA E GEODINÂMICA


ricas em fluidos.

As áreas cratônicas são menos suscetíveis à


Domínios gravimétricos 2
remobilização neoproterozóica.

Depósitos do tipo pórfiro estão relacionados à fase


juvenil do Arco Magmático goiano. Portanto, as
Litologia 3
MODELAGEM GIS CONDUZIDA POR CONHECIMENTO

rochas têm idade entre ca. 900 Ma e ca. 750 Ma.

A transição entre a fácies metamórfica do


xisto verde e anfibolito produz grandes
Mapa Metamórfico 4
quantidades de fluidos ricos em H2O e CO2.

As estruturas principais permitem que os fluidos


Principais estruturas profundas 4 sejam transportados de regiões profundas para
AO CONTROLE
ESTRUTURAL

níveis crustais mais rasos.

Estruturas de segunda ordem representam áreas de


Estruturas de segunda ordem 4 alívio de pressão, onde os fluidos tendem a ficar
presos.

Áreas com valores anômalos no canal K


podem representar zonas de alteração
Mapa K anômalo 4
hidrotermal, ou seja, potassificação.
ALTERAÇÃO HIDROTÉRMICA

63
Várias alterações hidrotermais
zonas, como sericitização,
Áreas de alteração hidrotermal 5 biotitização e epidotização. Cada um foi
pontuado de acordo com sua proximidade no
depósito de pórfiro.

A área de captação de anomalias geoquímicas


Geoquímica de sedimentos de fluxo 5 representa os indicadores do depósito.
Catálogo de Mapas de Prospectividade de Áreas Selecionadas do Brasil

Tabela 6 | Critérios para mapas de evidências em cada componente-chave do sistema mineral para a área do Arco Magmático de Goiás.
MAPA DE FAVORABILIDADE

Figura 41 | Mapa de Favorabilidade de Depósitos de Pórfiro Cu-Au Remobilizado no Segmento Sul do Arco Magmático Goiás, Faixa

Brasília, Província do Tocantins.


MAPAS DE EVIDÊNCIAS

Figura 42 | Mapas de Evidências da Favorabilidade de Depósitos de Pórfiro Cu-Au Remobilizado no Segmento Sul do Arco Magmático de Goiás, Faixa Brasília,
Província do Tocantins
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