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Obras e Servicos de Engenharia - Projeto Basico e Fiscalizacao de Obras Publicas
Obras e Servicos de Engenharia - Projeto Basico e Fiscalizacao de Obras Publicas
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 2
1 PROJETO BÁSICO ............................................................................................................. 3
1.1DEFINIÇÃO DE PROJETO BÁSICO .................................................................................. 3
1.2 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA O PROJETO BÁSICO OU EXECUTIVO ....... 6
1.2.1 Escolha e propriedade do terreno.................................................................................. 6
1.2.2 Estudos geotécnicos (sondagens) ................................................................................... 7
1.2.3 Memoriais descritivos e especificações .......................................................................... 8
1.2.4 Projetos atualizados ........................................................................................................ 8
1.2.5 Projetos aprovados .......................................................................................................... 9
1.2.6 Projetos Padronizados .................................................................................................... 9
1.2.7 ART e responsabilidade formal do autor do projeto ................................................. 10
1.2.8 Arquivamento do “as built” – como construído ......................................................... 11
1.2.9 Orçamento da obra ....................................................................................................... 11
1.2.10 Estudo de viabilidade.................................................................................................. 17
1.2.11 EIA / RIMA ................................................................................................................. 19
1.2.12 Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) .................................................................. 19
1.2.13 Exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.............................................. 20
1.2.14 Origem dos recursos ................................................................................................... 21
1.2.15 Licenças e autorizações nas interferências ............................................................... 22
1.2.16 Projetos com “Urgência .............................................................................................. 23
1.2.17 Acessibilidade e a previsão nos projetos ................................................................... 24
2 FUNÇÃO E RESPONSABILIDADE DA FISCALIZAÇÃO ......................................... 25
1
O autor do texto é responsável pela revisão e pelos conceitos e opiniões emitidos.
2.1 ESTRUTURA DE FISCALIZAÇÃO E PESSOAL HABILITADO .................................. 25
2.2 FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DO FISCAL ....................................................... 26
2.3 DESIGNAÇÃO FORMAL (PORTARIA) ......................................................................... 27
2.4 ART DE FISCALIZAÇÃO ................................................................................................ 27
2.5 DIÁRIO DE OBRAS (REGISTRO DE OCORRÊNCIAS) ................................................ 28
2.6 MEDIÇÕES E LAUDO...................................................................................................... 29
2.7 ORDEM DE PARALISAÇÃO........................................................................................... 31
2.8 O FISCAL NOS ADITAMENTOS CONTRATUAIS ....................................................... 32
2.9 O FISCAL NA LIQUIDAÇÃO DA DESPESA .................................................................. 32
2.10 TERMOS DE RECEBIMENTO ...................................................................................... 33
2.10.1 Recebimento Provisório .............................................................................................. 33
2.10.2 Recebimento Definitivo............................................................................................... 33
2.11 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ADEQUADO REGISTRO E CONTROLE DE
OBRAS .................................................................................................................................... 36
2.12 FALSIDADE IDEOLÓGICA ........................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 38
INTRODUÇÃO
1PROJETO BÁSICO
As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver projeto básico
aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar
do processo licitatório (Lei nº 8.666/93, art. 7º).
O projeto básico é o elemento mais importante para execução de uma obra pública. A
Lei de Licitações define projeto básico em seu art. 6º Inciso IX.
Inúmeras licitações são realizadas com falhas na elaboração do projeto básico: não
contemplam uma adequada especificação dos materiais e dos métodos construtivos e não
observam as normas técnicas; não apresentam ou apresentam impróprios estudos prévios
(sondagens e outros); projetos desatualizados, devido à “urgência”; ausência de aprovação
pelos órgãos competentes; ausência de licenças ambientais e outras; e falta de Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) do autor do projeto e de assinatura e identificação do
mesmo, nos elementos gráficos e textuais.
Muitos projetos, durante a execução da obra, sofrem alterações de tipo e de quantidade
nas suas especificações que descaracterizam totalmente o objeto inicial.
[...]
4. DEFINIÇÃO DE PROJETO BÁSICO
Projeto Básico é o conjunto de desenhos, memoriais descritivos,
especificações técnicas, orçamento, cronograma e demais elementos
técnicos necessários e suficientes à precisa caracterização da obra a ser
executado, atendendo às Normas Técnicas e à legislação vigente, elaborado
com base em estudos anteriores que assegurem a viabilidade e o adequado
tratamento ambiental do empreendimento.
Deve estabelecer com precisão, através de seus elementos constitutivos,
todas as características, dimensões, especificações, e as quantidades de
serviços e de materiais, custos e tempo necessários para execução da obra,
de forma a evitar alterações e adequações durante a elaboração do projeto
executivo e realização das obras.
Todos os elementos que compõem o Projeto Básico devem ser elaborados
por profissional legalmente habilitado, sendo indispensável o registro da
respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, identificação do autor e
sua assinatura em cada uma das peças gráficas e documentos produzidos.
5. CONTEÚDO TÉCNICO
Todo Projeto Básico deve apresentar conteúdos suficientes e precisos, tais
como os descritos nos itens 5.1 a 5.5, representados em elementos técnicos
de acordo com a natureza, porte e complexidade da obra de engenharia.
As pranchas de desenho e demais peças deverão possuir identificação
contendo:
Denominação e local da obra;
Nome da entidade executora;
Tipo de projeto;
Data;
Nome do responsável técnico, número de registro no CREA e sua
assinatura.
5.1 Desenho
Representação gráfica do objeto a ser executado, elaborada de modo a
permitir sua visualização em escala adequada, demonstrando formas,
dimensões, funcionamento e especificações, perfeitamente definida em
plantas, cortes, elevações, esquemas e detalhes, obedecendo às normas
técnicas pertinentes.
5.2 Memorial Descritivo
Descrição detalhada do objeto projetado, na forma de texto, onde são
apresentadas as soluções técnicas adotadas, bem como suas justificativas,
necessárias ao pleno entendimento do projeto, complementando as
informações contidas nos desenhos referenciados no item 5.1.
5.3 Especificação Técnica
Texto no qual se fixam todas as regras e condições que se deve seguir para a
execução da obra ou serviço de engenharia, caracterizando individualmente
os materiais, equipamentos, elementos componentes, sistemas construtivos a
serem aplicados e o modo como serão executados cada um dos serviços
apontando, também, os critérios para a sua medição.
5.4 Orçamento
Avaliação do custo total da obra tendo como base preços dos insumos
praticados no mercado ou valores de referência e levantamentos de
quantidades de materiais e serviços obtidos a partir do conteúdo dos
elementos descritos nos itens 5.1, 5.2 e 5.3, sendo inadmissíveis
apropriações genéricas ou imprecisas, bem como a inclusão de materiais e
serviços sem previsão de quantidades.
O Orçamento deverá ser lastreado em composições de custos unitários e
expresso em planilhas de custos e serviços, referenciadas à data de sua
elaboração.
O valor do BDI considerado para compor o preço total deverá ser
explicitado no orçamento.
5.4.1 Planilha de Custos e Serviços
A Planilha de Custos e Serviços sintetiza o orçamento e deve conter, no
mínimo:
Discriminação de cada serviço, unidade de medida, quantidade, custo
unitário e custo parcial;
Custo total orçado, representado pela soma dos custos parciais de cada
serviço e/ou material;
Nome completo do responsável técnico, seu número de registro no
CREA e assinatura.
5.4.2 Composição de Custo Unitário de Serviço
Cada Composição de Custo Unitário define o valor financeiro a ser
despendido na execução do respectivo serviço e é elaborada com base em
coeficientes de produtividade, de consumo e aproveitamento de insumos e
seus preços coletados no mercado, devendo conter, no mínimo:
Discriminação de cada insumo, unidade de medida, sua incidência na
realização do serviço, preço unitário e custo parcial;
Custo unitário total do serviço, representado pela soma dos custos
parciais de cada insumo.
Para o caso de se utilizarem Composições de Custos de entidades
especializadas, a fonte de consulta deverá ser explicitada.
5.5 Cronograma físico-financeiro
Representação gráfica do desenvolvimento dos serviços a serem executados
ao longo do tempo de duração da obra demonstrando, em cada período, o
percentual físico a ser executado e o respectivo valor financeiro despendido.
6. ELEMENTOS TÉCNICOS POR TIPO DE OBRA
[...]
Portanto, Projeto Básico não é “projeto simples”. Deve estabelecer com precisão,
através de seus elementos constitutivos, todas as características, dimensões, especificações, e
as quantidades de serviços e de materiais, custos e tempo necessários para execução da obra,
de forma a evitar alterações e adequações durante a elaboração do projeto executivo e
realização das obras, de maneira a dar base a uma contratação eficaz.
A topografia do terreno também precisa ser levada em consideração, pois isto afeta o
custo da obra. Quanto mais plano for o terreno, em geral mais barato será o custo do
empreendimento. O tipo de solo e a existência de água no terreno (nível de lençol freático)
também influenciam o custo da obra. Solos onde são necessárias escavações em rochas e
terrenos em áreas de mangue podem aumentar o custo da obra. Logo de início a prefeitura
deve atentar para os tipos de solo e de fundação mais utilizados nos terrenos vizinhos,
mediante pesquisa com moradores do local ou empresas especializadas em sondagens. Isso
auxiliará na escolha do terreno, antes da realização da sondagem propriamente dita.
Se o terreno não for de propriedade do município, antes de contratar o projeto a
prefeitura precisa conferir a documentação relativa ao terreno, verificando se este se encontra
legalizado e em condições de ser adquirido.
Caso a propriedade do terreno não seja da Entidade, as benfeitorias realizadas não lhe
pertencem, pois foram construídas em terreno alheio. Mesmo que exista um contrato de
locação do imóvel, a situação somente pode ser aceita se em tal acordo constar que a
Entidade, em caso de rescisão, será ressarcida no valor correspondente à benfeitorias
executadas, caso contrário poderá ser obrigada a desfazê-las, conforme determina o Código
Civil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
Os boletins de campo das sondagens bem como os boletins de sondagem deverão ser
entregues assinados pelos respectivos responsáveis técnicos, com anotação de ART.
Também, não se pode pensar em iniciar um procedimento licitatório sem antes ter em
mãos um projeto atualizado.
Projetos elaborados há algum tempo podem estar desatualizados em função de novas
tecnologias construtivas e de novos materiais e, das próprias condições do local ou região que
podem estar alteradas.
Sempre que possível, as obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às
condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.
As obras e serviços destinados a fins idênticos tais como hospitais e escolas, devem
seguir projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando esse projeto-
padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do
empreendimento conforme dispõe o art. 11 da Lei nº 8.666/93.
De acordo com a Lei Federal nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que determina, nos
seus artigos 13, 14 e 15:
O autor do projeto deverá recolher ART, específica para cada objeto da licitação,
atestando sua autoria.
A não exigência do as built faz com que não se tenha cadastros confiáveis das obras
executadas, sobretudo, aquelas enterradas: drenagens, redes de distribuição de água, de coleta
de esgoto, de distribuição de gás, etc.
Sua elaboração deve estar prevista expressamente no edital de licitação, fazendo parte,
inclusive, do orçamento da obra.
Qualquer que seja a modalidade contratual, o projeto básico conterá o orçamento das
obras, apresentando para cada item da planilha de quantidades os respectivos preços unitários
e a importância total.
A Lei nº 8.666/93, em seu art. 6º, IX, exige como item do projeto básico na alínea “f”
que haja “orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de
serviços e fornecimentos propriamente avaliados” e estabelece no art. 7º, § 2º, inciso II, que as
obras e os serviços somente poderão ser licitados quando “existir orçamento detalhado em
planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários”, bem como, no art.
40, § 2º, inciso II, define que constitui anexo do edital, dele fazendo parte integrante o
“orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários”.
a Lei nº 8.666/93, em seu art. 6º, IX, exige como item do projeto básico na alínea “f”
que haja “orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos
de serviços e fornecimentos propriamente avaliados”;
no art. 7º, § 2º, inciso II, que as obras e os serviços somente poderão ser licitados
quando “existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de
todos os seus custos unitários”;
no art. 40, § 2º, inciso II, define que constitui anexo do edital, dele fazendo parte
integrante o “orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários”;
Da mesma maneira que os projetos, os orçamentos devem ser atualizados para o momento do
início do certame, ou seja, somente pode ser iniciado o procedimento licitatório se os
orçamentos estiverem convenientemente avaliados.
Orçamento atualizado não significa a aplicação de índice(s) nos valores obtidos há algum
tempo, devem ser realizadas novas pesquisas de preços no mercado, tratando adequadamente
esses valores para a recomposição o orçamento.
Conforme determina a Lei nº 8.666/93 em seu art. 44, “no julgamento das propostas, a
Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os
quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei”.
Já no § 3º do mesmo art. 44, se extrai “não se admitirá proposta que apresente preços
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos
insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato
convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem
a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a
parcela ou à totalidade da remuneração”.
Oportuno destacar que, cabe ao órgão contratante exigir que as propostas comerciais
das empresas licitantes contemplem o mesmo nível de detalhamento dos valores, aí incluída a
composição das taxas de BDI e Encargos Sociais o que, além de facilitar a verificação das
propostas, propiciará análises de preços justas e corretas, na hipótese de ocorrer a necessidade
de alteração dos quantitativos de serviços.
O “jogo de preços” ou “jogo de planilha” nos orçamentos poderá ser evitado pela
indicação, no edital do critério de aceitabilidade dos preços máximos unitário e global. A atual
redação do inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/93, estabelece que deva ser definido: “o critério
de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços
máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação
em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48”.
Portanto, a determinação pelo Tribunal de Contas para que seja incluída, em editais,
cláusula definindo os critérios de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,
com a fixação de limites para preços máximos, visa resguardar, tão somente, o interesse
público.
1.2.9.5 Unidades de medida utilizadas
Usualmente aqueles que elaboram os orçamentos, para facilitar seu trabalho, englobam
diversos itens de serviço em unidades denominadas de verba “vb” ou global “gb”, ou conjunto
“cj”. Também, estabelecem percentuais do valor da obra como indicação do valor de
elementos integrantes do objeto, por exemplo: 1% do valor para instalação e mobilização; 4 %
para elaboração de projetos, ou ainda, 5% para instalação elétrica, etc.
De acordo com a Lei Federal nº 5.194/66, que determina, nos seus artigos 13, 14 e 15
(Vide item 2.2.7).
O autor do orçamento deverá recolher ART, específica para cada objeto da licitação,
atestando sua autoria. Além disso, o órgão contratante deverá recolher ART de Cargo e
Função de seu orçamentista sob pena de infração à norma legal, como determina o art. 12 da
Lei Federal nº 5.194/66.
Portanto, todo orçamento de obra ou serviço de engenharia deverá ser elaborado por
profissional habilitado e essa atividade deverá ter ART específica ou constar, explicitamente,
da ART que contempla, por exemplo, as atividades de projeto. De maneira que o profissional
assume, objetivamente, a responsabilidade pela elaboração das planilhas orçamentárias.
Não basta a assinatura do Profissional ou o recolhimento da ART. É necessário que
ambos os procedimentos sejam realizados concomitantemente, de modo que um complementa
o outro. Dessa forma, pode-se verificar que o Profissional cuja assinatura está no Orçamento é
do mesmo Responsável Técnico presente na ART recolhida perante o Conselho Profissional,
o que regulariza o serviço prestado.
Por outro lado, a ausência dos requisitos descritos caracteriza infração à Lei Federal nº
5.194/66, nos termos do art. 13, que considera que os Orçamentos “só terão valor jurídico
quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta Lei”.
O estudo para a avaliação de impacto permite que certa questão seja compreendida:
proteção e preservação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.
A exigência legal do EIA/RIMA está prevista na CF/1988 art. 225, IV; Lei nº
8.666/93, art. 6º, IX e art. 12, VII; Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 e Resolução
CONAMA 001/86, de 23 de janeiro de 1986.
Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para
consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado. Deverá
ser fornecida cópia do Estudo de Impacto de Vizinhança gratuitamente quando solicitada
pelos moradores da área afetada ou suas organizações representativas.
Consulta de viabilidade
O correto é que o Alvará seja obtido já com o projeto na sua fase definitiva (básico ou
executivo), para somente depois realizar-se a licitação para a execução do empreendimento.
A Licença para Construir emitida pelo Poder Público Municipal, é obrigatório, pois, o
disciplinamento e a fiscalização do uso do solo urbano é competência municipal e, os projetos
devem ser, previamente, aprovados pelo setor competente do município. Deverá ser
submetido, também, à aprovação de outros órgãos (em função do tipo de obra), ao Corpo de
Bombeiros, a prestadora de serviços de energia elétrica, etc., enfim, não há diferenciação por
tratar-se de órgão público (federal, estadual e, até mesmo municipal) executando suas próprias
obras.
Licenças ambientais
Essas licenças, quando obtidas somente após a licitação do objeto, podem sofrer
alterações que descaracterizem os entendimentos previstos no Projeto Básico, acarretando
alterações que podem inviabilizar a execução do contrato em virtude de alterações que, por
ventura, sejam necessárias.
Em muitas situações, por uma visão distorcida e uma política eleitoreira, defini-se o
prazo final e molda-se o cronograma. Na falta de recursos suficientes, cortam-se os estudos
preliminares, cortam-se recursos e tempo que deveriam ser aplicados (e não gastos) em
estudos de viabilidade, planejamento e desenvolvimento de projetos adequados, resultando em
inúmeros aditivos, na sua grande maioria onerosos, obras inacabadas e outras construções que
não atendem ao princípio fundamental do interesse público.
As legislações federal, estadual e municipal fixam normas próprias que devem ser
observadas na elaboração dos projetos de obras a serem executadas, bem como, adaptações
em construções existentes.
Fiscalização é uma atividade que deve ser exercida de modo sistemático pelo
Contratante e seus prepostos, objetivando a verificação do cumprimento das disposições
contratuais, técnicas e administrativas, em todos os seus aspectos.
Toda obra ou serviço de engenharia deve ter um fiscal especialmente designado para
acompanhar a execução do contrato.
Somente poderá atuar como fiscal um profissional que, além de habilitado deve estar
capacitado para o desempenho da tarefa e, para tanto, preencherá uma Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART.
O fiscal deverá recolher ART, específica para cada objeto da licitação, atestando sua
responsabilidade. Além disso, o órgão contratante deverá recolher ART de Cargo e Função de
seu fiscal sob pena de infração à norma legal, como determina o art. 12 da Lei nº 5.194, de 24
dez 1966.
2.5 DIÁRIO DE OBRAS (REGISTRO DE OCORRÊNCIAS)
serve para dirimir dúvidas a qualquer tempo, sobre as condições de execução das obras
contratadas, definindo inclusive responsabilidades;
para os contratos por preço global, com a liberação de pagamentos contra a conclusão
de etapas, deverão ser tecnicamente caracterizados de forma precisa e completa os
estágios de construção correspondentes a cada evento definido no edital e no
instrumento contratual, utilizando-se o Laudo.
Não existe hipótese possível para que seja realizado pagamento a maior com base em
uma medição com quantitativos que extrapolam aqueles efetivamente executados.
O laudo normalmente é utilizado para caracterização das etapas concluídas para efeito
de pagamentos nos casos de empreitada global e empreitada integral. Deve conter a
identificação completa da obra / serviço, sua localização, dimensões, observações e / ou
comentários relacionados aos serviços executados, descrição detalhada, registros e
comentários importantes da fiscalização, bem como, a identificação completa do fiscal ou da
comissão designada, com nome cargo / função e registro no CREA.
Sabe-se que a grande maioria das obras tem seus andamentos retardados como fruto de
um planejamento defeituoso (tanto econômico quanto técnico), do total descaso com o estudo
de viabilidade e com a elaboração deficiente dos projetos.
Para a paralisação de obras, deve haver comprovação dos fatos, por meio dos projetos
básico e executivo, análise técnica de engenharia, parecer conclusivo do setor jurídico e
despacho motivado da autoridade superior.
Observar que, na elaboração da planilha de serviços alterada, não possa ocorrer o “jogo
de preços” ou “jogo de planilha”.
Na alteração que implique em inclusão de itens novos, cuidar para a correta definição
dos preços.
O fiscal deverá atestar a execução integral do serviço (por meio de medição ou laudo)
que se pretende efetuar o pagamento, verificando de maneira inequívoca a entrega do material
ou a prestação efetiva do serviço.
A lei determina que executado o contrato de obras e serviços, o seu objeto será
recebido:
O prazo para emissão do Termo de Recebimento Definitivo não poderá ser superior a
90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no
edital.
Muitos profissionais, pelas mais diversas razões, prestam falso atestado sobre o
andamento dos serviços, permitindo: pagamento antecipado por serviços não executados,
aditamentos contratuais indevidos, substituições de materiais, obra com qualidade e segurança
inadequadas. Incorrem, dessa maneira, em crime de Falsidade Ideológica, previsto no Código
Penal:
REFERÊNCIAS
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. A nova dimensão do projeto básico nas licitações.
Revista do TCE/RS. Porto Alegrte. 1º Sem. 1998.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 15 jan. 2009
OLIVEIRA, Pedro Jorge Rocha. Curso licitação e contratos - Disciplina: Obras Públicas
Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí. Blumenau, 2008.