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Causas e Consequências
Causas e Consequências
A maior parte dos estudos sobre os prejuízos à saúde está relacionada ao que ocorreu
às pessoas que foram expostas após o derramamento de óleo resultante da explosão
na plataforma Deep Horizon, no Golfo do México, em 2010. “Uma das possíveis
razões para o pequeno número de estudos sobre o assunto é que acidentes com
extensos vazamentos, apesar de graves, não são comuns, principalmente no Brasil”,
explica Helena Ribeiro, geógrafa e professora do Departamento de Saúde Ambiental
da Universidade de São Paulo (USP).
Outro impacto de curto prazo são complicações que surgem após a ingestão de peixes
ou frutos do mar de áreas atingidas. A contaminação pode resultar em náuseas,
vômitos e gastroenterite (inflamação no estômago e intestino).
O Governo brasileiro diz ter comprovado que a origem do petróleo é venezuelano, mas ainda
falta esclarecer as circunstâncias do desastre. O almirante Alexandre Rabello de Faria, chefe do
Estado Maior do Comando de Operações Navais, informou nesta quinta em audiência pública
na Comissão de Meio Ambiente do Senado que as investigações ainda não avançaram em
relação ao que causou o derramamento do produto no mar. Até agora, disse ele, a única "certeza
é que o DNA do óleo bruto é venezuelano". Faria ressaltou, no entanto, que não é possível
afirmar como e nem por quem ele foi derramado.
Faria explicou que os investigadores consideram pelo menos quatro hipóteses da causa do
vazamento, incluindo um acidente na transferência de óleo de um navio para o outro —algo
que, segundo ressaltou, dificilmente ocorreria em alto mar—, e o naufrágio de um navio
petroleiro, possibilidade também considerada remota. A investigação trabalha também com as
hipóteses de derramamento acidental de navio por rompimento de casco e derramamento
intencional.
A Bahia foi o último Estado nordestino a registrar a presença das manchas de petróleo. A
substância chegou à região no dia 3 de outubro e atingiu nove cidades (Vera Cruz, Salvador,
Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra). No
município de Esplanada, o óleo atingiu os rios Inhambupe e Subaúma.
As sólidas e enormes manchas de petróleo que apareceram em mais de 160 praias em uma faixa
que vai do Maranhão até a Bahia, mostradas nas imagens da televisão, demoraram semanas para
se tornarem notícia nacional. Em Sergipe, o estado mais afetado, a instalação de barreiras de
proteção para conter óleo não tem dado resultado: as estruturas foram levadas pelo mar. Os
Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Estado da Bahia entraram, na última terça-feira
(15/10), com uma ação pública contra a a União e o Ibama pelos riscos ambientais relacionados
vazamento de óleo no litoral nordestino.