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All content following this page was uploaded by Antonio Mousinho de Oliveira Fernandes on 22 May 2018.
Resumo – Este trabalho objetiva mostrar, sucintamente, a construção de novas curvas Intensidade-
Duração-Frequência (IDF) para a cidade de João Pessoa, PB, considerando chuvas intensas de 1, 2,
3, 4 e 5 dias. Também pretende testar o ajuste da função cumulativa de probabilidade aos dados de
precipitação máxima diária anual, estimar os parâmetros da curva IDF pela fórmula de Montana e
avaliar as diferenças em relação às curvas IDF obtidas no início dos anos 1970. Para isso, foi
utilizado o método dos momentos, que consiste em igualar as características da distribuição
empírica das amostras às características teóricas (lei de Gumbel). Os resultados apontaram ajustes
de boa qualidade para durações entre 1 e 120 horas e tempos de retorno de 2, 5, 10, 20, 50 e 100
anos, podendo ser empregados em projetos hidrológicos e hidráulicos na cidade.
INTRODUÇÃO
A substituição de áreas verdes por áreas impermeáveis e a alteração da topografia em uma
bacia urbana têm efeitos no seu ciclo hidrológico, nomeadamente o aumento do volume de água
escoada e da vazão de pico, sobrecarga nos sistemas de drenagem existentes, diminuição do tempo
de concentração, da evapotranspiração, da taxa de infiltração e da recarga dos aquíferos. Outro
problema associado à expansão urbana são as alterações climáticas. Lombardo (2009) aponta o
aumento da assimetria das precipitações e da temperatura do ar como impactos causados pelas
alterações climáticas nas zonas urbanas, potencializando os riscos de inundações nessas áreas e o
aumento do nível do mar. Por isso, com o desenvolvimento intenso das zonas urbanas, é necessário
gerir e adaptar as suas estruturas hidráulicas às novas realidades e aos cenários climáticos futuros e,
1
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
2
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil
* Autor Correspondente: antonio.fernandes@student.dec.uc.pt.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados de precipitação diária utilizados neste trabalho referem-se à estação pluviométrica
de João Pessoa, código 82798, latitude -7,1º, longitude -34,86667º, altitude 7,43 metros. Os dados,
do período de 1961 a 2016, foram obtidos através do site do Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET). As alturas máximas de precipitação anual para os períodos de retorno T= 2, 5, 10, 20, 50,
100 anos foram estimadas a partir de chuvas de 1, 2, 3, 4 e 5 dias.
A análise da frequência de uma longa série de valores máximos permite estimar o tempo de
retorno de um valor particular. Essa predição é baseada na definição e na implementação de um
modelo de frequência, que consiste em uma equação descritiva do comportamento estatístico de um
processo. O teorema de Gnedenko (GNEDENKO, 1943) define que a função de distribuição do
máximo de amostras suficientemente grandes pode ser encontrada por uma função de distribuição
que apresenta uma das seguintes formas (MARTINS et al., 2010):
( ) . . / / (1)
( ) . . / / (2)
* ( ( )) ( ( ))+ (5)
Os dados evidenciam uma lei de Gumbel se o p-valor for igual ou superior a 0,05, caso
contrário utiliza-se as equações de Fréchet ou Weibull. Em nosso trabalho, o p-valor foi igual ou
superior a 0,05, portanto, foi utilizado o modelo de Gumbel.
Chamamos de variável reduzida de Gumbel , a equação 6 abaixo:
(6)
Com isso, reescrevemos a equação 3 da seguinte forma:
( ) ( ( )) (7)
Assim como:
( ( ( ))) (8)
A vantagem de utilizar a variável reduzida é que a expressão de um quantil é então linear:
(9)
Lembrando ainda, que o tempo de retorno ou o tempo de recorrência é o intervalo médio de
anos em que um dado evento pode ocorrer ou ser superado. Sendo ( ) a probabilidade de o valor
da variável aleatória contínua não ser ultrapassado, o período de retorno é definido, expresso
em anos, pela equação 10:
(10)
( )
Existem diferentes métodos para realizar uma análise empírica, baseada na ordenação das
observações. Nesse projeto utilizou-se a frequência empírica de Hazen, de não excedência com
valores classificados por ordem crescente:
( , -) (11)
Onde é a posição na série de dados classificadas de ordem crescente, é o tamanho da
amostra, , - é o valor da posição da série.
O método dos momentos consiste em igualar as características da distribuição (empírica) das
amostras com as características teóricas da lei de Gumbel. As características utilizadas para
descrever uma distribuição são os momentos. Os parâmetros e do método dos momentos são
calculados pelas fórmulas:
T= 2 anos T= 5 anos
Intensidade [mm/h]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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