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FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRABALHO PREVENIR, A


CHAVE PARA PRODUZIR E ECONOMIZAR

Thesis · May 2018


DOI: 10.13140/RG.2.2.15460.81281

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2 authors, including:

Arthur Andreetta
São Paulo State University
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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PÓS-GRADUAÇÃO EM ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA


DO TRABALHO

FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRABALHO

PREVENIR, A CHAVE PARA PRODUZIR E ECONOMIZAR

Arthur Bucciarelli Andreetta

Prof. ª Erika Gambeti Viana

Resumo

O investimento no profissional de segurança do trabalho e, consequentemente, em


medidas prevencionistas a partir do momento que se entende que todo incidente deve
ser considerado importante, pois não é possível prever se ele provocará ou não lesões
no trabalhador, é menor do que gastos para a resolução dos problemas ligados as
consequências devido aos acidentes do trabalho ocorridos com colaboradores (de
afastamentos temporários até óbitos). Sem contar que tais gastos, entendidos até
então como prejuízos para as empresas, poderiam estar sendo economizados e
reinvestidos, significando então melhoria das condições dos ambientes de trabalho,
acarretando reduzir os níveis de risco, protegendo mais os trabalhadores, causando
um aumento da produtividade e competitividade dentro das organizações, gerando
mais lucros para as próprias empresas, comprovando que “prevenir é melhor do que
remediar”.

Palavras Chave

Acidente de Trabalho – Ferramentas de Prevenção – Normas Regulamentadoras –


Trabalho Seguro – Segurança e Medicina do Trabalho
2

Abstract
The investment in the occupational safety professional and, consequently, preventive
measures from the moment it is understood that every incident should be considered
important, since it is not possible to predict whether or not it will cause injuries to the
worker, is less than expenses for the resolution of problems related to the
consequences due to work accidents with employees (from temporary removals to
deaths). Not to mention that such expenses, understood up until then as damages to
the companies, could be being saved and reinvested, meaning an improvement in the
conditions of work environments, reducing risk levels, protecting workers more,
causing an increase in productivity and competitiveness within organizations,
generating more profits for the companies themselves, proving that "prevention is
better than cure".

Keywords

Accidents at work – Prevention Tools – Regulatory Norms – Safe Job – Safety and
Occupational health
3

Introdução

O trabalho sempre existiu na vida do homem e é algo presente no dia-a-dia de todo


ser humano, pois tomos trabalhamos e/ou trabalharemos em nossas vidas, apesar do
significado da palavra provir de um instrumento de tortura (Tripalium) comum da
antiguidade na região europeia. E apesar de um assunto comum ao nosso cotidiano,
trata-se se um tema bastante discutido e recorrente nos tempos de hoje, e
principalmente no Brasil atualmente, com as questões das Reformas Trabalhista e da
Previdência, com as quais o tema de prevenção aos acidentes de trabalho estão bem
correlacionados.

Os acidentes de trabalho andam junto a existência do trabalho, logo, sempre


aconteceram, contudo, foi a partir das Revoluções Industriais que se intensificou a
observação de suas ocorrências devido ao prejuízo que causavam às indústrias, e
então promoveu uma série de estudos e elaboração de ferramentas de prevenção que
continuam a ser praticadas e atualizadas, nos moldes atuais de trabalho existentes,
as quais serão apresentadas algumas delas.

Quanto ao Brasil, o tema é tratado com ênfase nos últimos 50 anos, inclusive, sendo
comemorado no dia 27 de julho o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de
Trabalho, em alusão a implementação do Serviço Obrigatório de Segurança e
Medicina do Trabalho em empresas com mais de 100 funcionários, instituído em 1972
por iniciativa do Ministério do Trabalho.

Ainda há muito há se prevenir quando o assunto é trabalho, mas definitivamente, é


muito melhor “se prevenir do que se remediar”, afinal, os acidentes de trabalho
custaram cerca de R$26 bilhões à Previdência brasileira entre 2012 e 2017 segundo
o Ministério Público do Trabalho, dinheiro este que poderia estar reinvestido em vários
outros setores públicos e da economia em forma de melhorias (educação, saúde,
transporte, segurança, entre tantos outros), ao invés de estarem sendo aplicados
como remediações por conta de falta de ações preventivas no dia-a-dia do pró-labore
brasileiro, representando prejuízo aos cofres públicos e privados, e muitas
complicações a nós trabalhadores.
4

Desenvolvimento

Os acidentes de trabalho são bastante frequentes e geram enormes despesas para


as empresas, que têm de arcar com a perda completa ou o afastamento temporário
de colaboradores, além de demandas em juízo com as inúmeras indenizações e
tratamentos médicos de alta complexidade que tem de lidar devido as consequências
decorrentes dos acidentes, que podem ser desde pequenas lesões até a óbitos.

Conforme dispõe o art. 19 da Lei Federal nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que


ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho".

Ainda de acordo com a Lei, as doenças profissionais e/ou ocupacionais enquadram-


se a acidentes de trabalho típico.

Da mesma Lei Federal, o artigo 21 exemplifica e detalha de forma lúcida uma variada
possibilidade de ocorrências correlacionadas aos acidentes de trabalho. Resumindo,
pode-se reunir todas as possibilidades em quatro grupos fundamentais:

I. Acidente ligado ao trabalho que não seja causa única, mas contribua
diretamente para a morte, redução ou perda da capacidade para o trabalho,
ou produza lesão que exija cuidados médicos;
II. Acidente ocorrido no local e no horário do trabalho, consequência de uma
variedade de fatores;
III. A doença derivada de contaminação acidental no exercício da atividade
laboral;
IV. Acidente sofrido ainda que fora do local e horário de trabalho;
(Emerson Santiago – Acidentes de Trabalho, Infoescola)

O entendimento de acidente de trabalho para a lei brasileira é de qualquer evento


indesejável, inesperado, que tem como principal característica provocar lesão no
trabalhador. Que possa vir a provocar redução permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho ou até mesmo sua morte.
5

Sofrer alguma lesão fora do local e horário de trabalho também é reconhecido como
acidente de trabalho, desde que no ato do acontecimento, o colaborador estivesse
exercendo seu papel para com a sua empresa, através de suas ordens ou serviços.
Da mesma forma, há os acidentes sofridos em viagens a trabalho, no caso de a
viagem ter sido financiada por interesse do empregador.

Sendo assim, caracteriza-se três tipos de acidentes de trabalho:

 Acidente típico – ocorrido no próprio ambiente de trabalho;


 Acidente de trajeto – sofrido no percurso que o trabalhador faz diariamente
para sair de sua residência e chegar ao seu ambiente de trabalho e voltar;
 Doença profissional ou do trabalho – de acordo com a atividade exercida e as
condições em que o colaborador está exposto.

Segundo Emerson Santiago (acessado em 10 de março de 2018), “de acordo com


dados estatais, os acidentes típicos são responsáveis por cerca de 84% do total de
acidentes de trabalho, sendo que os acidentes de trajeto e as doenças profissionais
ou do trabalho somam as duas juntas 16%.”.

Os acidentes de trabalho não geram apenas conflitos judiciais, mas também muita dor
de cabeça e gastos ao empregador. Os acidentes considerados menos graves por
exemplo, onde o colaborador ainda tenha de se ausentar, mas por um curto espaço
de tempo, considerado de até 15 dias, o prejuízo fica a cargo direto da empresa, que
deixa de contar com o trabalhador por este período e ainda tem de arcar com as
despesas provenientes de seu tratamento. O acidente repercutirá ao empregador
também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP da empresa, nos termos
do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.

Outro lado que perde com os acidentes de trabalho é o Estado. É função do Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS administrar e fornecer a prestação dos benefícios
do acidentado, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e
reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte.

A constituição federal, em seu artigo 7º, inciso XXVIII, declara que é direito dos
trabalhadores o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
(BRASIL, 1988)
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É certo que a melhor maneira de evitar episódios de acidentes laborais é investindo


em segurança do trabalho. A prevenção é, sobretudo, uma ferramenta que atua a fim
de evitar problemas futuros. Portanto, seja como engenheiro ou técnico de segurança
do trabalho, sua missão é de fazer valer o investimento creditado a seu cargo,
promovendo assim a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Em busca da diminuição das estatísticas e economia com as consequências advindas


dos acidentes de trabalho, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Tribunal
Superior do Trabalho, em parceria com diversas instituições públicas e privadas,
elaboraram o Programa Trabalho Seguro – Programa Nacional de Prevenção de
Acidentes de Trabalho, visando à formulação e execução de projetos e ações
nacionais voltados à prevenção de acidentes de trabalho e ao fortalecimento da
Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.

A ideia central do Programa é de disseminar a importância do tema de prevenção de


acidentes, promovendo a conscientização e contribuindo para o desenvolvimento de
uma cultura prevencionista. Para isso, articula junto às instituições públicas federais,
estaduais e municipais a aproximar-se dos empregados, empregadores, sindicatos,
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs) e instituições de pesquisa e
ensino

Com o passar dos anos, é possível notar que as ações das instituições e as novas
medidas prevencionistas vêm colaborando com as reduções dos acidentes. O Dia
Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho por exemplo é comemorado no dia
27 de julho. A data representa a luta dos trabalhadores brasileiros por melhorias nas
condições de saúde e segurança no trabalho.

Em pleno período de expansão industrial nacional, com a realização das grandes


obras brasileiras, no começo da década de 70 houve uma iniciativa por parte do Banco
Mundial em cortar os financiamentos para o Brasil como retaliação, caso o quadro de
acidentes de trabalho não fosse revertido, vez aos números alarmantes resultado da
grande quantidade de empreendimentos surgindo, sem políticas de segurança:
segundo estimativas da época, 1,7 milhão de acidentes ocorriam anualmente e 40%
dos profissionais sofriam lesões. Tal ação resultou na publicação das portarias nº
3.236 e 3.237, que regulamentaram a formação técnica em Segurança e Medicina do
Trabalho e atualizaram o artigo 164 da CLT, em 27 de julho de 1972, por isso, tal data
é hoje comemorada. E o que ainda tornou o Brasil o primeiro país a ter um serviço
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obrigatório de Segurança e Medicina do Trabalho em empresas com mais de 100


funcionários.

Mas esse pioneirismo não tem sido suficiente para melhorar as estatísticas. O último
levantamento da Previdência Social (2007/2013) registrou nada menos do que cinco
milhões de acidentes. Em quase metade (45%), o resultado foi morte, invalidez
permanente ou afastamento temporário do emprego.

De acordo com estatísticas de abril de 2009 da OIT - Organização Internacional do


Trabalho, os acidentes do trabalho são a causa da morte de dois milhões de pessoas
por ano no mundo todo, e esses números simbolizam mais mortes do que as ocorridas
pelo uso de drogas e álcool somadas. Atrelado a isso há ainda o registro de quase
270 milhões de acidentes não fatais e 160 milhões de novos casos de doenças
ocupacionais em média no globo.

Nos dias de hoje, é cada vez mais raro se deparar com empresas que não se
preocupam com o bem-estar de seus colaboradores e com o ambiente de trabalho
que oferecem a eles e suas condições de segurança. Isso ocorre por conta das
diversas ações e programas prevencionistas existentes, além do que, financeiramente
também é vantajoso para a empresa o investimento na saúde e segurança dos
trabalhadores. Afinal, é melhor investir em treinamento e infraestrutura do que gastar
com processos, indenizações e tratamentos, ainda podendo representar em aumento
de produtividade.

Contudo, só pode haver segurança a partir da conscientização de seus colaboradores.


Não é algo a ser imposto. A empresa precisa conscientizar por meio de uma
linguagem clara na exposição dos riscos existentes e as possibilidades e
necessidades que todos estão fadados a cumprir para que nada ocorra.

Sendo assim, torna-se um dever da empresa de informar a seus trabalhadores da


maneira mais conveniente e sucinta de todo o perigo que possam causar acidentes
no ambiente de trabalho proposto, e apresentar todas as maneiras possíveis de
prevenção a tais perigos para que todos estejam protegidos e em segurança.

Uma gestão de segurança efetiva parte então da prática abusiva e contínua da


conscientização dos frequentadores expostos aos riscos de determinado ambiente de
trabalho.
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As fases da conscientização:

− Riscos e perigos

É necessário a divulgação da forma mais clara e sucinta possível as situações de risco


e condições de perigo que os colaboradores da empresa estão expostos em seu
ambiente de trabalho. Essa informação pode ser realizada por diversas maneiras,
sendo usual palestras do tipo DDS e/ou SIPAT (que inclusive é obrigatória) e também
por meio de sinalização e comunicação visual, como placas de avisos.

Por exemplo, temos o Mapa de Risco, que quando bem elaborado e com uma
linguagem clara é muito útil para conscientização dos níveis de risco e perigo do
ambiente de trabalho. Inclusive, conseguindo alcançar até os frequentadores
esporádicos daquele ambiente, que não participaram de demais ações de
conscientização, como por exemplo, visitantes.

− Medidas preventivas

As medidas preventivas mais conhecidas e usuais são os Equipamentos de Proteção.


Contudo, não basta apenas fornecer, como exige a lei, mas também deve se orientar
sobre o uso de tais equipamentos. Uma rápida explicação sobre o porquê de se utilizar
um EPI e/ou EPC, torna seu uso muito mais recorrente e eficiente que simplesmente
entrega-lo e obrigar seu uso.

Para diminuir ou dependendo até eliminar os riscos primários, os equipamentos de


proteção coletiva - EPC são a primeira opção a ser adotada, vez que atingem um
maior número de colaboradores com uma menor quantidade de equipamentos, pois
são inseridos direto no ambiente em sua maior parte.

Como medida cautelar segundo a NR-06, utiliza-se os equipamentos de proteção


individual - EPI também indicados em último caso para o dia-a-dia dos ambientes de
trabalho. Contudo, devido aos seus custos baixos e no intuito de camuflar o
cumprimento das leis, são muito usados convencionalmente e mais conhecidos na
maioria das empresas. Porém, também causam mais problemas e confusão quanto a
sua utilização, sendo um grande desafio para os Responsáveis pela Segurança do
Trabalho nas empresas. Mas nada que uma simples conversa na entrega do
equipamento e palestras de conscientização dos colaboradores não resolva, até
mesmo os mais resistentes.
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Ferramentas De Prevenção:

− DDS
Os Diálogos Diários de Segurança seriam como o cafezinho do intervalo de serviço,
umas das ferramentas de conscientização mais simples e práticas do dia-a-dia, que
pode ser facilmente aplicada, sem grandes custos e eficaz. Trata-se de palestras
curtas, que nem mesmo chegam a 15 minutos, apenas para relembrar diariamente a
todos da importância da prevenção no ambiente de trabalho.
Inclua tal ação em sua empresa, na entrada de seus colaboradores em seu ambiente
de trabalho, e além de tudo, aproxime-se mais deles, além de protegendo, melhorando
seu ambiente.
− Check-lists

Check-lists estão presentes em todas as atividades realizadas, por significar a


verificação das realizações de afazeres, sendo assim, por que não utilizar também
para a Segurança do Trabalho para averiguar se o ambiente de trabalho se encontra
nas condições satisfatórias de segurança e limpeza, assim como equipamentos,
maquinários, veículos, ferramentas, EPI’s e demais utensílios e situações com que se
trabalhará durante a labuta diária. Além de confirmarem o funcionamento de órgãos
essenciais como o SESMT e CIPA dentro das empresas, e a aplicação das NR’s
necessárias para cada segmento.

− Investigação de acidentes

A investigação de acidentes é um fator determinante para a tentativa de evitar que


novos acidentes semelhantes venham a ocorrer, com o intuito de descobrir todas as
causas e situações a que tal acidente ocorreu e assim, poder passar a preveni-lo
futuramente.

− PPRA

A NR-09 determina a execução do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais com


a finalidade de preservar a saúde e integridade dos trabalhadores, estabelecendo a
obrigatoriedade da elaboração e implementação de um programa de Higiene
Ocupacional, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente
controle das ocorrências de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho da empresa, estando presente em todas as instituições e
empregadores que venham a admitir trabalhadores como empregados.
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− Inspeções de segurança

As inspeções de segurança têm o objetivo de premeditar os possíveis acidentes e


doenças ocupacionais causadas pelo trabalho e por aquele ambiente, definindo os
riscos e perigos presentes e encontrando as formas de prevenção e controle mais
apropriadas para cada situação encontrada.

Existem alguns tipos de inspeção, sendo eles:

 Inspeção Geral: Engloba a empresa como um todo, todos seus setores,


segmentos e ambientes fracionados, sendo previamente agendada e
realizada por uma comissão inspecionadora, sendo um grande evento e
mobilização para a empresa.
 Inspeção Parcial: É realizada em áreas específicas, maquinários,
equipamentos ou partes necessárias, geralmente, quando necessário.
 Inspeções de rotina: Acontecem rotineiramente, com intervalos de tempo
curtos e pré-definidos, para se manter o funcionamento normal dos ambientes
e evitar surpresas.
 Inspeção periódica: Acontece com data e hora marcada, geralmente
programada junto ao cronograma de funcionamento de cada ambiente de
trabalho.
 Inspeção eventual: Realizada para se ter o fator surpresa a favor da empresa,
e poder manter tanto os colaboradores quanto o ambiente sempre aplicando
as ferramentas de prevenção.
 Inspeção oficial: São realizadas por terceiros a empresa, como órgãos
governamentais do Ministério do Trabalho, Corpo de Bombeiros e empresas
particulares como seguradoras e consultores, para averiguar possíveis
irregularidades ou então, fornece licenças e alvarás de funcionamento.
 Inspeção especial: Feitas por algum motivo específico, em que haverá
aprofundamento no ambiente, podendo requerer até mesmo equipamentos ou
aparelhos especiais, como de aferição e medição, por exemplo.

− PCMSO

A NR-07 regulamenta o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional e tem


como objetivo a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores dentro de uma
organização.
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É necessário um médico responsável pela execução do PCMSO, com obrigatoriedade


de elaboração e implantação por todos os trabalhadores que contratam trabalhadores
como empregados, e que avalia as condições do ambiente físico do trabalho
(iluminação, ventilação, temperatura, ruídos), condições do ambiente psicológico do
trabalho e aplicações dos princípios da ergonomia, também através de exames de
rotina, admissional, periódico e demissional.

− PT ou PTE
A Permissão de Trabalho ou Permissão de Trabalho Especial é um formulário utilizado
em trabalhos de risco elevado para registrar a liberação de um trabalho por um tempo
determinado, geralmente, que apresente índices elevados de insalubridade e
periculosidade. Uma de suas fases é a Análise Preliminar de Risco.
− APR

Pode-se dizer que a Análise Preliminar de Riscos é uma síntese da Segurança do


Trabalho sendo uma técnica que visa à prevenção de acidentes por meio da
antecipação dos possíveis riscos existentes em um ambiente de trabalho. Assim, é
possível se aplicar políticas de controle aos riscos encontrados administrando sua
segurança ou ainda extingui-los evitando possíveis problemas.

− Sinalização / placas de aviso

São utilizadas cores convencionadas nos locais de trabalho como forma de controle e
prevenção de acidentes, somadas a formas para placas de aviso. Assim, servem de
orientação para diversos fatores e ações a serem identificados, tomados e/ou
evitadas, como por exemplo, avisos, interdição, alerta, atenção, perigo, cuidado
obrigação e prevenção.

− Organização do ambiente

A OMS – Organização Mundial de Saúde define um ambiente de trabalho saudável


como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a
ausência da doença.”. Sendo assim a organização e limpeza do ambiente de trabalho
se fazem papel fundamental para a preservação do mesmo e prevenção aos
acidentes de trabalho, sem contar que permitem ter um dia-a-dia muito mais em paz
e com harmonia, de mais vontade de se estar em determinado local, do que imaginar
ter de frequentar algo sujo e bagunçado.
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− Improviso

A falta de conhecimento, treinamento e avisos sobre determinado ambiente e/ou


função é determinante para que aconteçam acidentes no ambiente de trabalho. Muitas
vezes, tende-se a improvisar para resolver algo, ou continuar a realizar tal função, na
ideia de que, parar para perguntar possa ser humilhante ou prejudicial a sua carreira
dentro da empresa. Contudo, é a porta de entrada para que as coisas saiam errado.

− Treinamentos

Os treinamentos tanto para com a parte operacional quanto para as questões de


segurança são de extrema importância dentro de uma empresa. O primeiro para a
questão da produtividade bruta, afinal o conhecimento leva a perfeição. O segundo
para a questão da prevenção, pois conhecendo seus riscos, fica muito mais fácil de
se evitá-los. Ambos devem ser ministrados por pessoas credenciadas e bem
comunicativas, tendo a participação de todos os membros da empresa, desde seus
colaboradores de menor expressão até os líderes, pois com segurança não se brinca
e ela se aplica a todos. Além de que essa diversidade dá o exemplo, dos líderes com
relação aos colaboradores e a credibilidade e motivação a se participar.

− Normas de segurança

A empresa é responsável pelo ambiente de trabalho que proporciona e pelos


colaboradores que contrata. É ela quem ganha com os ônus dos trabalhadores, mas
também quem perde nas consequências dos acidentes de trabalho ocorridos. Tido
tamanha responsabilidade, também é seu dever descobrir e assim exigir que se
previna aos riscos impossíveis de extinguir sobre seus domínios. Para isso, irá investir
em segurança do trabalho e na divulgação deste serviço para seus empregados, mas
também deve se fazer cumprir com o que for elaborado, e para isso, tem até mesmo
nesse momento diversas leis a que se basear. Assim, se cada um fizer sua parte
dentro da empresa, esta divulgando e conscientizando da prevenção, e o colaborador
participando e se prevenindo, fica tudo nos conformes e bom para ambos os lados.

− Imprudência

Assim como o improviso, a imprudência é um fator proveniente exclusivamente do


colaborador que causam muitos acidentes de trabalho. Por vezes, no receio de manter
suas carreiras dentro das empresas, acabam sendo imprudentes do que evitando e
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anunciando situações iminentes de risco e perigo. Ou então, na correria em busca da


realização dos serviços, acabam reforçando da pior maneira que “a pressa é inimiga
da perfeição”.

− Cuide de você e do seu amigo

A complacência também deve estar presente no ambiente de trabalho, afinal, “a união


faz a força” e é sempre melhor estar acompanhado do que sozinho. Uma pessoa ajuda
a outra, tanto na realização da tarefa, com maior qualidade, mais eficiência e até
agilidade, assim como auxilia na prudência de suas realizações, em se ter uma
segunda opinião, alguém para te dar um aviso ou até mesmo te salvar de algo
inesperado. Juntos, somos mais fortes.

− Comunique incidentes

A comunicação de incidentes certamente evita que estes se tornem em acidentes.


Existe uma padronização para tudo que ocorre dentro do ambiente de trabalho, e esta
padronização foi estudada e adotada, logo, significa que se algo não funciona
conforme o planejado não está certo, e se algo não está certo, não pode significar boa
coisa.

− CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é um grupo formado por funcionários


e um representante do empregador, que pode ser um profissional de Segurança do
Trabalho, que atua observando e relatando as condições de trabalho da empresa
reduzindo e eliminando os riscos. A NR5 é a Norma Regulamentadora que define a
existência da CIPA e todo o trabalho que deve ser realizado por ela.

Toda empresa com mais de 20 funcionários deve contar com essa comissão,
independentemente do tipo de risco que sua atividade possa vir a oferecer. A escolha
dos membros se dá por meio de uma eleição com as chapas dos interessados em
participar. A votação é secreta e todos os funcionários podem participar.
A missão da CIPA é investigar os acidentes que já aconteceram e encontrar formas
de evitar que eles se repitam; além de identificar qualquer acidente do trabalho em
potencial que possa ocorrer e orientar os funcionários sobre o uso dos EPIs
(equipamento de proteção individual).
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A SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes é um evento promovido pela


CIPA, que conta com atividades relacionadas à segurança na empresa, que pode
incluir palestras, cursos, dinâmicas, entre outras.

− Conforto

Um dos riscos que os colaboradores estão fadados dentro dos ambientes de trabalho
são os riscos ergonômicos, além de doenças ocupacionais, e estes não precisam de
grandes fábricas para ocorrer. Escritórios também estão condicionados a ocorrência
de lesões e problemas aos colaboradores. O conforto em qualquer ambiente de
trabalho, além de evitar lesões, torna a equipe muito mais satisfeita e produtiva, pois
ninguém é feliz com dores e incômodo. Ainda é possível se aplicar políticas como
ginástica laboral, implantação de vestiários que permitam ao trabalhador chegar ao
trabalho de bicicleta por exemplo, salas de descanso, entre outras várias práticas
bastante aplicadas hoje em dia, nos mais diversos segmentos empresarias para o
conforto e bem-estar de seus colaboradores.

− Kit de Primeiros Socorros

O kit de primeiros socorros é utensílio fundamental e essencial em todo ambiente, não


só para empresas, como para residências, comércios, escolas, centros e afins. Como
o próprio nome diz, trata-se dos primeiros socorros, tanto para pequenos acidentes,
que nem seja necessário se chamar a emergência, ou para grandes acidentes, mas
que se possa agir rapidamente para se conter ou amenizá-los de forma a dar tempo
de a emergência chegar e se salvar vidas. O kit deve possuir materiais básicos para
fazer curativos como: antissépticos, luvas, pinças, gases, esparadrapos entre outros.
E é importante que todos saibam manusear os materiais.
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Considerações Finais

Na correria da rotina do dia-a-dia, muitos comportamentos inseguros passam


despercebidos, assim como improvisos e imprudências. Às vezes, estamos tão
habituados a cometer deslizes e deixar algumas coisas passar despercebido, que é
praticamente impossível atentar que o mau uso de um EPI (Equipamento de Proteção
Individual), por exemplo, pode acarretar acidentes graves, ou que uma caixa e/ou
ferramenta deixada pelo caminho possam causar algum dano ao próximo, e que até
mesmo a falta de comunicação com o colega possa colocá-lo em perigo.

Talvez por isso seja tão difícil fazer com que as pessoas percebam o que estão
fazendo de errado, até mesmo pela comodidade e hábitos que estejam acostumados
a ter e fazer. Assim, é muito importante que o tema da segurança no trabalho seja
recorrente dentro da empresa e que sejam realizadas ações que sensibilizem os
colaboradores, principalmente quanto a prevenção de acidentes.

Ou seja, é fundamental destacar o fato de que, no fim das contas, estamos falando de
um cuidado com a vida. Mesmo que o acidente não seja gravíssimo, ele ainda pode
levar a problemas de saúde que impactarão muito na qualidade de vida do indivíduo
e de toda a sua família, além dos prejuízos para a empresa.

Algumas dicas para a prevenção no horário do trabalho:

1. Atenção - todo e qualquer trabalho deve ser feito com plena consciência;
2. Cuidado - não se expor à riscos e prestar atenção aos avisos, acidentes
acontecem muitas vezes por imprudência;
3. Manter o local de trabalho limpo e organizado pode parecer besteira, mas
também pode evitar escorregões e quedas por exemplo, além de ser muito
mais agradável para se trabalhar;
4. Usar corretamente os equipamentos de proteção (que devem ser,
obrigatoriamente, fornecidos pela empresa);
5. Sempre comunicar incidentes para que a solução não demore a aparecer,
assim como auxiliar em suas resoluções;
6. Participar ativamente da gestão de segurança fornecida pela empresa, seja
prestando atenção nas palestras, passando o conhecimento adiante exigindo
também a segurança de seu colega, pois a segurança dele também é a sua.
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Referências

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 7º, inciso XXVIII,
1988.
BRASIL, Lei Federal nº 8.213 de 24 de julho de 1991. Art. 19º, 1991.
BRASIL. Ministério Público do Trabalho. Fundacentro. Estatísticas de Acidentes do
Trabalho. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/estatisticas-de-acidentes-de-
trabalho/inicio. Acessado em 10 de março, às 19h.

BRASIL. Ministério Público do Trabalho. Segurança e Saúde do Trabalho. Disponível


em: http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho. Acessado em 10 de março,
às 20h.
CHECKLIST. Segurança no trabalho: 6 dicas para a prevenção de acidentes.
Disponível em: https://www.checklistfacil.com/blog/seguranca-no-trabalho-6-dicas-
para-a-prevencao-de-acidentes/. Acessado em 10 de março, às 19h45.
INBEP. 5 dicas para prevenção de acidentes de trabalho. Disponível em:
http://blog.inbep.com.br/dicas-valiosas-para-prevencao-de-acidentes-de-trabalho-
nas-empresas-2/. Acessado em 10 de março, às 20h30.
MARQUES, Marcus. 10 dicas para evitar acidentes de trabalho na sua empresa.
Disponível em: http://marcusmarques.com.br/pequenas-e-medias-empresas/dicas-
evitar-acidentes-de-trabalho-na-empresa/. Acessado em 10 de março, ás 20h15.

NETO, Nestor Waldhelm. Como evitar acidentes de trabalho. Disponível em:


https://segurancadotrabalhonwn.com/como-evitar-acidentes-de-trabalho/. Acessado
em 10 de março, às 21h15.

Portal do Trabalho Seguro - TST Revista nº 49 do TRT/RJ - Acidentes de Trabalho

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Disponível em: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro. Acessado em 10 de março,
às 19h30.

SANTIAGO, Emerson. Acidente de Trabalho. Disponível em:


https://www.infoescola.com/direito/acidente-de-trabalho/. Acessado em 10 de março
às 21h.

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