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Exercício sobre Língua, linguagem e fala

NÍVEIS DE LINGUAGEM

Em português, temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem, uma vez que não
falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e adequadamente, temos de levar em consideração
alguns elementos que garantem a eficiência de nossa mensagem.
Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo. Usa uma linguagem. Se
esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se esse mesmo
conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comunicação.
Portanto, você teve de usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem.
Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem, embora existam outros:

 o informal ou coloquial, usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos;
 o formal ou culto, usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas as normas
gramaticais.

Exemplos:
a) Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial)
b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)
c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal)
d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal)

Atividades
1. Reelabore o diálogo abaixo, usando o nível formal:

- O meu, vê se não me deixa numa furada. Essa de pagar mico toda hora já tá me azucrinando todo e mais, no
arrasta-pé das minas lá no morro, não vai aprontar pra cima de mim.
- Podes crer, irmão! Não vou deixar a peteca cair e nem dar mancada. O lance é o seguinte: a amizade aqui vai
sacar uma mina que é um estouro e você vai ficar babando!
2. Casamento de classe média.
Noivos: Suzana e Nestor.
Espaço: igreja repleta de convidados.
Cena: Encaminhamento normal da cerimônia até a hora do “sim”. Nestor diz sim. Todavia, quando chega a vez
de Suzana, esta se levanta, encara as pessoas e diz: “Gente, eu pensei e não vai dar. Não quero me casar.”
Pânico geral. Burburinhos, gestos descontrolados. Os convidados se agitam. A mãe do noivo desmaia...

Considerando o nível de linguagem, escreva o comentário que provavelmente elas fizeram.

 padre
 amiga fofoqueira
 jornalista - feminista radical
 casal de namorados adolescentes
 avô de Nestor - de moral intransigente
 Marli, sobrinha de Suzana - 10 anos
 Marcos, padrinho do noivo - político
 Dr. Pimentel, padrinho da noiva - advogado
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa, Só canto o buliço da vida apertada,
Trabaio na roça, de inverno e de estio. Da lida pesada, das roça e dos eito.
A minha chupana é tapada de barro, E às vez, recordando a feliz mocidade,
Só fumo cigarro de paia de mio. Canto uma sodade que mora em meu peito

Sou poeta das brenha, não faço o papé Eu canto o caboco com suas caçada,
De argum menestré, ou errante cantô Nas noite assombrada que tudo apavora,
Que veve vagando, com sua viola, Por dentro da mata, com tanta corage
Cantando, pachola, à percura de amô. Topando as visage chamada caipora.

Não tenho sabença, pois nunca estudei, Eu canto o vaquero vestido de coro,
Apenas eu sei o meu nome assiná. Brigando com o toro no mato fechado,
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre, Que pega na ponta do brabo novio,
E o fio do pobre não pode estudá. Ganhando lugio do dono do gado.

Meu verso rastero, singelo e sem graça, (ASSARÉ, Patativa do, Cante 1á que eu canto cá. 5. ed.
Não entra na praça, no rico salão, Petrópolis, Vozes, 1984. p. 20-1.)
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.

5 .Segundo o que estudamos, o que pode ser considerado erro em Língua Portuguesa?

6. Indique nas frases a presença dos níveis coloquial, culto, vulgar, gíria, regionalismo

a) Si oceis for ceis mi avisa, ta!!


b) Nois trupica mais num cai, pode bota fé que desse jeito vai!
c) XXXX – Desenvolvendo sistemas de acordo com a sua empresa
d) De repente os santos dizem “ toca Deus um som maneiro. E Deus diz,
agüenta vou rolar um som pesado.
e) Se for preciso eu sarto de banda
f) Nóis sabe qui o pobrema é a oropa

Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai

Cuitelinho A tua saudade corta


Como aço de navaia
Pena Branca e Xavantinho O coração fica aflito
Composição: Paulo Vanzolini / Antônio Xandó
Bate uma, a outra faia
Os óio se enche d`água
Cheguei na beira do porto
Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai
Onde as ondas se espáia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai
Aí quando eu vim de minha terra
Despedi da parentaia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
1. A forma de língua portuguesa apresentada no primeiro texto nos remete a que tipo de realidade?
Comente.
2. O primeiro texto é uma poética, ou seja, é um texto que expõe as propostas criativas de um poeta. Na sua
opinião, a forma de língua pela qual o artista optou e a temática de sua poesia se harmonizam? Por quê?
3. Observe, ainda no primeiro texto, as formas ''fio'', ''mio'', ''paioça'' (correspondentes, na língua culta, a
"filho", "milho" e "palhoça", respectivamente) ou os plurais "das mata", "das brenha", "das roça e dos
eito", "dos home" e outros. As diferenças entre essas formas e aquelas da língua culta têm sua lógica
própria ou os "erros" aí encontrados são aleatórios? Observe e comente.

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