Você está na página 1de 4

http://www.scielo.br/pdf/pab/v49n8/0100-204X-pab-49-08-00587.

pdf

Controle massal da broca-do-café com armadilhas de garrafa Pet vermelha em cafeeiro

Flávio Lemes Fernandes(1), Marcelo Coutinho Picanço(2), Ricardo Siqueira da Silva(2), Ítalo
Willian da Silva(1), Maria Elisa de Sena Fernandes(1) e Luan Humberto Ribeiro(1)

(1)Universidade Federal de Viçosa (UFV), Campus Rio Paranaíba, Instituto de Ciências Agrárias,
Caixa Postal 22, CEP 38810-000 Rio Paranaíba, MG, Brasil. E-mail: flaviofernandes@ufv.br,
italo.silva@ufv.br, maria.sena@ufv.br, luan.ribeiro@ufv.br (2)UFV, Departamento de
Entomologia, CEP 36570-000 Viçosa, MG, Brasil. E-mail: picanco@ufv.br,
ricardomipufv@gmail.com

Resumo  ‒  O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de armadilha de garrafa Pet
vermelha contendo compostos voláteis alcoólicos atrativos, no controle massal da
broca-do-café (Hypothenemus hampei). As avaliaçõesforam realizadas em quatro lavouras de
café, durante dois anos. Foram distribuídas 900 armadilhas de garrafa Pet, pintadas de
vermelho, em três das quatro lavouras; uma lavoura sem armadilhas foi usada como controle.
O broqueamento dos frutos (%) foi determinado nessas lavouras. Houve redução do
broqueamento de frutos nas lavouras com armadilhas, da safra 2007/2008 para a safra
2008/2009. As maiores densidades da broca-do-café nas armadilhas foram observadas nos
estádios de floração e de frutos chumbinho. A armadilha de garrafa Pet vermelha é eficaz no
controle massal da população da broca-do-café, por reduzir a percentagem de frutos
broqueados em 57%; entretanto, essa redução não é suficiente para manter as densidades da
broca abaixo do nível de controle. Termos para indexação: Coffea arabica, Coffea canephora,
Hypothenemus hampei, fenologia, semioquímicos.

Uma possibilidade é o controle por comportamento, baseado em conhecimentos sobre as


atividades dos insetos. Sabe-se que as fêmeas da broca-do-café são atraídas por compostos à
base de álcool (Silva et  al., 2006). Esses álcoois podem ser utilizados em armadilhas, para
atrair e matar fêmeas adultas. Vários modelos de armadilhas têm sido utilizados nos
experimentos de monitoramento da broca-do-café, com destaque para: garrafa Pet vermelha
(Fernandes et al., 2011), Ecoiapar (Silva et al., 2006; Dufour & Frérot, 2008), garrafa
transparente modificada (Uemura-Lima et  al., 2010) e Brocap (Dufour & Frérot, 2008).
Dos modelos apresentados, o de garrafa Pet é o mais simples, e a cor vermelha está entre as
mais atrativas. No Brasil, esse tipo de armadilha tem sido utilizado somente no monitoramento
de adultos, para o controle químico (Fernandes et  al., 2011). No  entanto, as armadilhas têm
sido adotadas com sucesso para o controle massal de insetos-praga em outras culturas, como
relatado por Sharifi et al. (2013) em Citrus sp.; Miranda & Silva (2005) em algodão (Gossypium
hirsutum  L.); e Azevedo et  al. (2012) em goiaba (Psidium guajava  L.). A  maioria dos estudos
com armadilhas no controle da broca foi realizada em outros países, e, no Brasil, não há
conhecimento sobre a possibilidade de controle massal com armadilhas, na cultura do café. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de armadilha de garrafa Pet vermelha, contendo
compostos voláteis alcoólicos atrativos, no controle massal.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

http://ppbio.museu-goeldi.br/?q=pt-br/protocolo-1-insetos-capturados-com-
armadilhas-atrativas

PROTOCOLO 1 - INSETOS CAPTURADOS COM ARMADILHAS ATRATIVAS


Coordenadora:
Dra. Marcia Motta Maués • Embrapa Amazônia Oriental (e-mail:
marcia.maues@embrapa.br)
Besouros das sub-famílias Scolytinae e Platypodinae (Curculionidae) são
tipicamente brocas de árvores e arbustos. Dentro destes grupos encontram-se
as espécies mais evoluídas da família Curculionidae, havendo várias que
cultivam o próprio alimento, com algumas outras ainda mostrando um cuidado
maternal.  Estas brocas são um grupo bastante grande, com mais de 7000
espécies descritas, e são encontradas tipicamente em ambiente florestal. Em
florestas naturais estes  besouros desempenham papel bastante importante na
reciclagem de nutrientes, ao atacarem e se desenvolverem em plantas
hospedeiras estressadas e/ou à morte. Já em florestas implantadas,
constituem-se em pragas muito sérias, podendo estar entre os maiores
causadores de danos de ordem biológica (Wood 2007). Além da importância
ecológica que estes besouros possuem em ambientes naturais e a importância
econômica principalmente em florestas implantadas, estes organismos
possuem ainda uma importância muito grande como bioindicadores de
preservação e degradação ambiental. Há várias espécies conhecidas como de
interior, e estas encontram-se geralmente presentes somente em áreas muito
bem preservadas. Em contrapartida, há espécies denominadas como de borda,
cuja presença indica áreas antropizadas ou perturbadas. Desta forma, estes
besouros prestam-se como excelentes indicadores do estado de conservação
de um habitat.
............
F) TÉCNICA 6 - ARMADILHA PARA SCOLYTINAE/PLATYPODINAE
(CURCULIONIDAE)
Para a coleta destas brocas, utiliza-se de armadilhas de impacto de vôo
(BERTI Filho & FLECHTMANN, 1986). Esta armadilha pode também ser
facilmente confeccionada utilizando-se de garrafas PET transparentes de
refrigerante de 2 litros (Figura 7).
Figura 6 - Armadilha de impacto de vôo ESALQ-84.

Figura 7 - Armadilha de impacto de vôo ESALQ-84 modificada, usando de


garrafa PET.

Estas armadilhas são iscadas com etanol comercial, que é o semioquímico


mais utilizado no Brasil (FLECHTMANN et al., 2001). O etanol é colocado em
frasco de penicilina cuja tampa é trespassada por um tubo para infusão venosa
de cerca de 3 mm de diâmetro. No interior do tubo passa-se uma corda, pelo
qual o etanol, por capilaridade, é volatilizado ao meio externo numa taxa
constante de liberação.

Figura 8 - Recipiente com etanol 95% como isca atrativa.

Cada armadilha é dependurada a 1,50 m do solo, tomando-se como referência


na armadilha o frasco contendo o atrativo, o etanol. O recipiente coletor deve
conter água com algumas gotas de detergente, para quebrar a tensão
superficial da água, e um pouco de sal, quando necessário para auxiliar na
conservação dos insetos capturados. A armadilha deve permanecer por 7 dias
no campo, após o qual os insetos capturados são removidos, o líquido do
recipiente coletor é substituído e o etanol é reposto quando necessário. Deve-
se ter o cuidado de se manter sempre o funil limpo em sua parte interna.

. Unidade amostral: o resultado de uma armadilha em um período de coleta (7


dias).
. Desenho amostral: para uma área homogênea, são suficientes 5 armadilhas,
distribuídas homogeneamente. Para áreas divididas em quadrantes, deve-se
agrupar aqueles com características similares de vegetação e altitude, e
colocar ao menos 5 armadilhas para cada agrupamento. Deve-se sempre
posicionar as armadilhas ao menos 20 m ao interior de cada área, para evitar
efeito de borda. A frequência de coleta é semanal. O ideal é que as coletas
sejam feitas por um ano, para se conhecer a variação sazonal dos insetos, mas
quando este não é o objetivo ou isto não é possível, fazer ao menos 15 coletas
na estação chuvosa, quando estes são geralmente mais abundantes.

Você também pode gostar