Você está na página 1de 18

Revista Diálogos Interdisciplinares

2017 VOL. 6 N° 1 - ISSN 2317-3793

Métodos de avaliação no processo ensino aprendizagem numa escola do interior do nordeste


Evaluation methods in the teaching learning process in a school from interior of the northeast
Gilberto Nunes Cordeiro1; Técia Maria Santos Carneiro e Cordeiro2

Resumo
Ensinar e aprender são duas habilidades passíveis ao ser humano, tanto nos ambientes de educação formal quanto
informal. Objetivou-se por meio de um estudo qualitativo descrever os métodos avaliativos e suas dificuldades no
processo ensino aprendizagem do ensino fundamental e médio de uma escola situada no interior da Bahia. Trata-se de
um estudo qualitativo de caráter descritivo, o qual foi desenvolvido em uma escola estadual de ensino fundamental e
médio no interior da Bahia no período de 2014 a 2015. Os dados foram analisados pelos discursos em temáticas
integradoras e estatística descritiva. Os métodos avaliativos utilizados pelos professores foram aqueles tradicionais
como provas, testes e seminários, poucos relataram a inserção de pesquisa e gincanas. E suas dificuldades foram a falta
de interesse, o compromisso e desempenho intelectual pelos alunos e, também, acerca da avaliação contínua qualitativa
que necessita de mensuração. A maioria dos professores está mudando suas formas de avaliação para se adequar a nova
era tecnológica da internet, educação à distância e comunidades virtuais. Percebe-se a necessidade de capacitações
pedagógicas sobre novos métodos de avaliação e de ensino, assim como a tomada de decisões dos professores em grupo
por meio do planejamento estratégico e uma pesquisa ampliada com todos os professores desta escola e de outras
escolas da Bahia e do Brasil para identificar a realidade e elaborar estratégias com os professores para o estímulo
professor-aluno no uso de métodos avaliativos inovadores.
Palavras-chave: Avaliação; Aprendizagem; Ensino.

Abstract
Teaching and learning are two skills amenable to human beings, both in formal and informal education environments.
The objective is through a qualitative study to describe the evaluation methods and difficulties in the learning process of
elementary and secondary education in a school located in Bahia. This is a descriptive qualitative study, which was
developed in a state school of primary and secondary education in the interior of Bahia in the period from 2014 to 2015.
Data were analyzed by the discourses in integrative themes and descriptive statistics. The evaluation methods used by
teachers were those traditional as proofs, tests and seminars, few reported the insertion of research and gincanas. And
his difficulties were lack of interest, the commitment and intellectual performance by students and, also, about the
qualitative continuous evaluation that requires measurement. Most teachers are changing their ways of assessing to suit
the new technology era of the internet, distance education and virtual communities. The need for pedagogical training
on new methods of evaluation and teaching, as well as the decision-making of the teachers in a group, through strategic
planning and an extended research with all the teachers of this school and of other schools of Bahia and of the Brazil to
identify reality and develop strategies with teachers to stimulate teacher-student in the use of innovative evaluation
methods.
Key words: Evaluation; Learning; Teaching.

Introdução
Ensinar e aprender são duas habilidades passíveis ao ser humano, tanto nos ambientes de
educação formal quanto informal. Em se tratando dos ambientes de educação formal – escolas do
ensino médio e fundamental – é premente que este processo ensino aprendizagem seja mediado por
professores dinâmicos, atualizados e motivadores e também por alunos interessados, flexíveis,
curiosos e responsáveis. Estas características farão com que o ensinar e o aprender se torne um
processo fácil, participativo, dialogado e motivador.

1 Graduado em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci.


2 Enfermeira. Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal da Bahia. Docente da Faculdade Santo
Antônio.
69

Todo processo de ensino aprendizagem precisa ser avaliado. Assim, a avaliação


é realizada entre os atores sociais (aluno e professor) que fazem parte deste processo.
Embora, na maioria dos ambientes escolares a avaliação seja apenas uma verificação de
notas, o ideal é que a avaliação seja uma construção processual durante um período
letivo. Sendo assim, a avaliação deve ser realizada entre aluno-aluno, professor-aluno e
aluno-professor e também a autoavaliação, tanto do aluno quanto do professor. Ao
considerar que a avaliação tem como principal objetivo a direcionalidade das práticas de
ensino favorecendo as mudanças e a atualização constantemente (LUCKESI, 2005;
2008).
Desta forma, a realização de apenas avaliações escritas, as conhecidas provas
não favorecem esta construção processual, além de ser uma forma de verificação de
notas, em que muitas vezes não retrata o aprendizado real do aluno, pois vários fatores
(pessoais, sociais, econômicos, ambientais) podem interferir nestes resultados em
determinados momentos e em diferentes alunos. Com isso, é necessário que o professor
deixe de lado o ensino tradicional e construa um ensino moderno com recursos e
métodos pedagógicos diferenciados, os quais motivem os alunos e promova a
aproximação entre os mesmos e com o próprio professor.
Vários autores (RAMAL, 2003; DEMO, 2007; LUCKESI, 2008; GOMES,
[2010?]) têm apontado reflexões e indicações acerca dos métodos avaliativos do
processo ensino-aprendizagem. Assim, os professores devem (re)construir saberes
pedagógicos e didáticos modernos para trabalhar o conteúdo proposto de forma que os
alunos compreendam, utilizando destes métodos para realizar as avaliações durante todo
o processo ensino aprendizagem e não apenas ao final de blocos ou unidades do ano
letivo.
Com base nestes pressupostos, motivou-se realizar este estudo diante da
realidade observada na comunicação de alunos do ensino fundamental e médio acerca
das avaliações tradicionais adotadas por professores desde a época de escola dos pais
destes alunos. Desta forma, precedeu o seguinte questionamento ou problema: Quais os
métodos avaliativos adotados pelos professores no processo ensino-aprendizagem do
ensino fundamental e médio de uma escola situada no interior da Bahia?
Justifica-se este tema por envolver um construto amplo relacionado a diversas
metodologias de ensino e com estratégias de verificação da aprendizagem variadas. Esta
temática é de grande relevância técnica e científica para a formação de professores, os
quais irão atuar num futuro próximo nas salas de aulas e, também para formação
70

continuada, pois os mesmos precisam de embasamento científico para conduzir da


melhor forma a avaliação do processo ensino aprendizagem tanto no ensino
fundamental quanto no ensino médio.
Com este estudo objetivou-se descrever os métodos avaliativos e suas
dificuldades no processo ensino aprendizagem do ensino fundamental e médio de uma
escola situada no interior da Bahia.

Fundamentação teórica
O processo ensino aprendizagem desenvolve-se em ambientes formais e
informais de ensino. Nesta perspectiva, o ensino pode ser compreendido como uma
especificidade humana que deve ser desenvolvida com segurança, “autoridade” e
competência profissional. Assim, no ambiente formal a didática contribui para redução
do fracasso escolar por meio de práticas pedagógicas (FREIRE, 1996).
No entanto, o professor não é proprietário do saber, por isso não pode
negligenciar a relação afetiva e amorosa, pois esta relação pode transformar as
dificuldades de aprendizagem em melhores resultados escolares. E também, ao
considerar que todos os seres humanos no mundo têm necessidade de ser valorizado e
amado (RIBEIRO, 2010). Segundo Paulo Freire (1996) o educador se move na
educação porque antes disso ele se move como gente. Desta forma, percebe-se que o
ensino é o objeto de trabalho da didática e o professor deve lançar mão de recursos
pedagógicos e didáticos para conduzir uma boa aprendizagem aos alunos. Além disso, o
professor deve, acima de tudo, gostar de sua profissão, realizar com amor e compaixão e
de forma ética com competência e segurança.
Então, para exercer a docência é preciso que o professor tenha domínio dos
assuntos trabalhados e criatividade para exercer a regência das disciplinas, pois pode
despertar a curiosidade dos alunos por refletir num conhecimento de mundo e de
universo. Desta forma, o processo ensino aprendizado deve ser pautado em aspectos
pedagógicos e didáticos que favoreçam o conhecimento existente do aluno, para, a partir
deste ponto conduzir os conhecimentos científicos.
Nas primeiras fases da vida são adotados pressupostos de aprendizagem em que
o ensino é central e o aprendiz é dependente, ao que denominou de pedagogia, uma área
do conhecimento que significa “a arte e ciência de ensinar crianças”. Na fase posterior
tem-se a andragogia, a qual significa “a arte e a ciência de ajudar adultos a aprender”, o
aprendiz nesta fase determina o que deseja aprender e o professor é apenas um monitor
71

ou facilitador que media o conhecimento e conduz uma aprendizagem significativa, ao


considerar que o adulto já tem uma construção do saber adquirido durante sua vida. Já
as crianças e adolescentes, necessitam de um professor que seja o centro da
aprendizagem, ao considerar que estes ainda vão construir o saber (OLIVEIRA, 1999;
CARVALHO et al., 2010).
Assim sendo, aprender é uma potencialidade do ser humano. Ensinar é propiciar
o desenvolvimento desta potencialidade, intelectual, psicológica e moral, favorecendo o
enfrentamento de vivências necessárias para produzir modificações de forma crescente
(SAVAREGO, 2012).
Com isso, para almejar uma boa aprendizagem é necessário organizar o trabalho
didático das aulas, tanto no espaço quanto no tempo, considerando: a seleção dos
objetivos educativos, os conteúdos, os métodos, o processo de avaliação, a relação
professor-aluno e a compreensão de que estas opções teóricas e metodológicas
expressam concepções de sociedade, educação e homem (SILVA, 2011).
O processo de ensino aprendizagem constitui entre seus componentes a
avaliação, a qual deve ser adotada e trabalhada da melhor forma possível com o objetivo
de verificar se o aluno está adquirindo o conhecimento necessário e proposto, além de
servir para o professor verificar se seus objetivos estão sendo alcançados. A aferição da
aprendizagem por meio da avaliação não busca a aprovação ou reprovação, e sim, o
direcionamento da aprendizagem e seu consequente desenvolvimento. Neste caso, seria
um mecanismo no qual o professor iria utilizar diariamente para detectar os níveis de
aprendizagem atingidos pelos educandos e trabalhar para atingir o ideal mínimo
necessário, que seria determinado previamente, e só passar para outro conteúdo quando
todos educandos atingir o nível mínimo (LUCKESI, 2008).
Com base nestes pressupostos, observa-se que a regência na sala de aula deve
ser avaliada constantemente, pois, não adianta o professor explanar o conteúdo, explicar
e explicar, sem ter um retorno, ou mesmo saber se os alunos estão aprendendo. Na
lógica, os alunos devem adquirir o conteúdo programático proposto no ano letivo, mas,
não há lógica mudar de um assunto para o outro sem as dúvidas serem sanadas e os
alunos compreenderem o assunto. Por isso, o processo de ensino-aprendizagem deve ser
participativo, dialogado e avaliado entre ambas as partes, aluno e professor.
Nesta perspectiva, a avaliação deve ser diferenciada da verificação, porque a
verificação seleciona, mensura, exclui e classifica em números a aprendizagem, já a
avaliação envolve diagnóstico e decisão devendo ser dinâmica, inclusiva, construtiva e
72

aplicada de forma intermediária e/ou final para direcionar as práticas de ensino do


docente (LUCKESI, 2008). Uma boa avaliação escrita deve ser elaborada com questões
objetivas e subjetivas, sendo que as subjetivas precisam de critérios predefinidos para o
atendimento às respostas. Existem várias tipos e formas de avaliação e o docente deve
estar adotando esta variedade para subsidiar o processo ensino aprendizagem, porque o
importante não são as notas dos alunos, mas sim, o aprendizado dos conteúdos.
Os principais tipos ou funções da avaliação são: a) diagnóstica: o professor
verifica os conhecimentos prévios do aluno sobre o assunto da aula, bem como
identifica possíveis dificuldades de aprendizagem; b) formativa: acontece
periodicamente, analisa o processo e aprendizado de cada aluno, dificuldades e com isso
o professor pode orientar o aluno sobre o que aprendeu e o que precisa aprender; c)
somativa: ocorre por meio de notas, é a verificação do nível de aprendizado do aluno.
Esta permite comparar os resultados obtidos entre os alunos e classificar os mesmos ao
final de cada ano letivo (GOMES, [2010?]). Com base nestes pressupostos, é importante
que o professor adote os três tipos de avaliação durante o ano letivo para que
desenvolva uma atuação efetiva e eficiente.
Além destes tipos de avaliação, existem formas de avaliar como a
heteroavaliação, avaliação interpares e a autoavaliação. A heteroavaliação é centrada na
avaliação realizada meramente pelo professor, já a avaliação interpares ocorre por
grupos de colegas, assim como, a autoavaliação é a própria avaliação do estudante
acerca do seu desempenho. Para Luckesi (2005) a autoavaliação é um recurso
fundamental de crescimento para todo ser humano. Um sujeito que não tenha autocrítica
sobre si mesmo e de suas ações, nunca mudará de posição. Todas as condutas dependem
da autocrítica.
Baseada nesta concepção a autoavaliação é uma ótima forma de avaliar
(LUCKESI, 2005). No entanto, emerge algumas dificuldades acerca da autoavaliação
por considerar que o aluno tem o objetivo apenas de se promover, mas, o professor pode
após o resultado tentar abordar com o aluno o seu “relatório” durante a disciplina, a
participação, o interesse para chegar a uma conclusão desta avaliação. Além desta, a
interpares, pode também apresentar dificuldades, mas pode ser mediada por um roteiro e
ser realizada de forma anônima para não interferir nos resultados.
Contanto, os métodos de avaliação também são amplos, mas comumente os
professores se restringem a provas, testes, seminários e trabalhos escritos. Com a nova
era tecnológica, vários métodos podem ser utilizados nas escolas, assim como, métodos
73

vão surgindo com a evolução do conhecimento. Podemos acrescentar a estes a pesquisa,


o webquest, o portfólio e os mapas conceituais. Que fazem parte de um arsenal
diferenciado que estimula a reflexão crítica do aluno, assim como a leitura, a escrita e a
capacidade de resumir e compreender o conteúdo.
O seminário, muito utilizado, é uma técnica didática para instaurar o diálogo
crítico e estimular a produção de conhecimento cooperativo com orientação aos alunos
de evitar a extrema divisão de partes do conteúdo (ALTHAUS, [ca. 2010]), em que o
objetivo é o processo de ensino aprendizagem em grupo. Sendo que atividades em
grupos estimulam a capacidade dos alunos em tomar decisões e aceitar opiniões.
A pesquisa é uma estratégia que deve ser inserida com urgência, onde o aluno
deixa de ser o objeto de ensino para se tornar parceiro do trabalho, como elenca Demo
(2007) educar pela pesquisa é uma forma de mudar a definição do professor como perito
em aula, já que a aula apenas ensina a copiar, é absoluta e imperícia. A política
emancipatória da educação exige pesquisa como seu método formativo, pela razão
principal de que um ambiente de sujeitos gesta sujeitos.
Com isso, a educação não é só ensinar, instruir, treinar e domesticar é, sobretudo,
formar autonomia crítica e criativa do sujeito histórico e competente. Mas, não adianta
uma pesquisa para copiar como uma receita de bolo. É preciso procurar vários
materiais, fomentar a iniciativa, estimular a interpretação própria, compreender a
elaborar textos próprios (DEMO, 2007).
Uma forma de pesquisar virtualmente é a webquest, uma nova ferramenta de
ensino, a qual se trata de uma metodologia de pesquisa orientada por páginas da internet
que pode ser desenvolvida e trabalhada a distância. Outras estratégias pedagógicas são
necessárias, pois, muitos alunos não conseguem visualizar os conteúdos ministrados,
assim esta ferramenta torna mais participativa e colaborativa e motivadora. Pode ser
utilizado por meio de pesquisas em sites com critérios e perguntas propostas de um tema
onde em grupos os alunos transformam a informação e compreende com ajuda do
professor orientando e incentivando (RITTER et al., 2012).
Não há dificuldades bastam saber acessar a internet, alguns professores ainda
são resistentes aos métodos modernos e insistem nos tradicionais por receio, medo de
não dominar as tecnologias e de perder a atenção. Várias são as disciplinas que podem
aderir ao webquest para tornar as aulas mais interessantes, motivadoras e
complementares do conteúdo.
74

O portfólio é realizado durante um período determinado, suscita reflexão do


percurso num período do curso e o autodiagnóstico de sua evolução. Pode consolidar os
diversos trabalhos, atividades, reflexões e resumos de cada aula, assim como os
rascunhos corrigidos pelo professor. A construção do portfólio permite uma auto-
reflexão pelos alunos, além de investigação, pesquisa, leituras e habilidades de auto-
avaliação e regulação das próprias aprendizagens. Por isso é uma ferramenta de ouro
para a avaliação ao permitir a análise processual do aluno através do que foi retratado e
arquivado no portfólio (ALVARENGA; ARAÚJO, 2006).
O mapa conceitual é um recurso didático flexível de representação esquemática
por meio de uma estrutura bidimensional de proposições, o qual favorece a
aprendizagem colaborativa pelo professor mediar esta aprendizagem entre os alunos,
podendo ser utilizado em várias áreas do ensino para reforço de compreensão, resolução
de problemas, planejamento de atividades pedagógicas, organização, comunicação,
entre outros (MOGRABI, 2007).
Dessa forma, percebe-se o quanto o professor necessita se atualizar
continuamente a fim de adequar seus conteúdos a realidade da contemporaneidade,
assim como suas formas de ministrar o conteúdo e avaliar. Outra forma de avaliação é a
adoção de técnicas didáticas que envolvem os alunos no conteúdo e em consequência no
aprendizado como o quiz, o painel integrado, o painel imagético, a nuvem de palavras e
a caixa de perguntas, os quais irão reforçar o que o aluno aprendeu, além de manter uma
interatividade durante as aulas (AGUIAR; CORDEIRO, 2015).
A utilização destas técnicas e instrumentos favorecerá a avaliação, não só para
contabilizar notas, mas para dinamizar o processo ensino aprendizagem. Ramal (2003)
apresenta algumas reflexões acerca da avaliação, como “as melhores avaliações não são
aquelas que valem nota” porque as notas raramente conseguem expressar e descrever
processos, remetendo apenas aos produtos. Assim como, a avaliação processual deverá
detectar acertos e deficiências nos processos de pesquisa e não apenas a assimilação de
conteúdos. Então, a aprendizagem seria mediada por competências, habilidades,
procedimento, visões de mundo, posturas de vida e de trabalho. Mas, estas estratégias
de avaliação só são possíveis quando os alunos gostam do que estão fazendo e
escolheram aquilo para fazer.
Considerando estas proposições apresentadas, percebe-se que os estudantes de
hoje não toleram mais os cursos que não tem relação com sua vida, distantes de seu
mundo; os alunos são críticos, atentos e perspicazes e já vem para escola com muitas
75

ideias. Sendo o maior desafio, o dos professores descobrirem juntos com os alunos,
como se pode viver na escola trabalhando juntos e felizes, o carpie diem que todos
buscam (RAMAL, 2003).
Diante desta perspectiva, é premente a relevância da avaliação no processo
ensino aprendizagem, mas não apenas para verificar notas e sim para corroborar na
concretização deste processo de forma eficiente, reflexiva e colaborativa.

Metodologia

Este é um estudo qualitativo de caráter descritivo, o qual foi desenvolvido em


uma escola estadual de ensino fundamental e médio no interior da Bahia durante a
realização dos três estágios supervisionados curriculares do curso de Ciências
Biológicas do primeiro autor no período de 2014 a 2015. Realizou-se também uma
pesquisa bibliográfica em livros e bases de dados online em busca de teóricos da área de
educação expertises em avaliação do processo ensino aprendizagem.
A escola era a única da rede estadual no município com ensino fundamental e
médio, funcionava em três turnos com média de dezenove turmas do 6º ano do ensino
fundamental II às séries finais do ensino médio e eixo IV a VII. A média de alunos por
turma era 35. Possuía espaço para os pais, biblioteca, laboratório de informática, salas
de aula, sala de professores, salas informatizadas, área de lazer, quadra de esportes e
espaço para socialização de trabalhos e informações da escola, além da estrutura
acessível a pessoas com necessidades especiais.
A população alvo deste estudo foram os professores que estavam em atuação no
momento dos estágios. A escola tinha um quadro de 22 professores, sendo que quatro
faziam parte da gestão escolar e todos atuavam em regime de 20 ou 40 horas semanais.
Fizeram parte deste estudo professores de diferentes disciplinas e nível de ensino. A
seleção foi realizada de forma aleatória em visitas na sala dos professores.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado. Este
questionário foi elaborado pelos próprios pesquisadores com base em outros estudos
realizados (LOPES [2010?]; SAVAREGO, 2012) e era formado por dois blocos de
questões: o primeiro - continha cinco questões acerca das características do professor
(sexo, tempo de trabalho, graduação, pós-graduação e disciplinas que leciona); e o
segundo – continha oito questões abertas sobre a avaliação no processo ensino
aprendizagem (1-Para você qual a função da avaliação para o processo ensino-
aprendizagem? 2-Quais os métodos de avaliação você utiliza (testes, provas,
76

seminários...)? 3-Com estes métodos, o que você pretende avaliar nos alunos durante o
ensino-aprendizado? 4-Na disciplina que você leciona quem é avaliado no processo
ensino-aprendizagem (aluno, aluno e professor...)? Por quê? 5-Quais as dificuldades
encontradas na avaliação do processo ensino-aprendizagem e como você faz para
superar cada uma? 6-Com esta nova era tecnológica (internet, EAD, comunidades
virtuais...) você mudou ou adaptou a forma de avaliação do processo ensino-
aprendizagem? Por quê? 7-Para você professor “ENSINAR” e “AVALIAR” são
conceitos distintos ou complementares? Por quê? 8-“O professor, na perspectiva
pedagógica, é um elo fundamental do processo ensino-aprendizagem. Ele deve se
preocupar com o que o aluno aprende e não com o que ele ensina”. Você concorda com
a frase acima? Por quê?).
A coleta dos dados foi realizada por um graduando, o qual entregava os
questionários aos professores e ficava a disposição para quaisquer esclarecimentos. O
número de professores que participaram deste estudo foi determinada pela saturação das
respostas, ou seja, ao perceber a regularidade das respostas para as mesmas questões
(MINAYO; DESLANDES; GOMES, 2011). Assim, quatro professores fizeram parte
deste estudo.
A análise e tratamento dos dados foram realizados em três etapas: ordenação dos
dados, classificação dos dados e análise propriamente dita ao identificar os núcleos
temáticos por meio dos discursos (MINAYO; DESLANDES; GOMES, 2011) que se
complementavam. Para integrar a análise foi utilizada na descrição das características
dos professores a estatística descritiva (frequência absoluta e média).
Foram respeitadas as questões éticas e legais, preservou-se o anonimato tanto do
nome do município em que se localiza a escola quanto dos professores. Nos discursos
de cada professor foram utilizados a identificação P1, P2, P3 e P4, a qual não se refere a
nomes próprios.

Resultados e discussão
Os professores entrevistados lecionavam no ensino fundamental II e no ensino
médio de uma escola do interior da Bahia, entre eles dois eram do sexo feminino e dois
do sexo masculino, tinham em média 28,3 anos de trabalho, todos tinham graduação
completa, apenas dois fizeram especialização e esta foi em cursos na área de atuação do
professor. Dois professores ministravam disciplinas da área de Ciências Biológicas e
dois da área de Matemática (Tabela 1).
77

Tabela 1: Características dos professores entrevistados da escola estadual do interior da


Bahia, 2015.
Características dos professores Número de respostas
Sexo
Feminino 2
Masculino 2
Tempo de trabalho 22-32 anos (média=28,3)
Graduação
Sim 4
Não -
Especialização
Sim 2
Não 2
A especialização na área de ensino
Sim 2
Não -
Área das disciplinas ministradas
Ciências Biológicas 2
Matemática 2
Fonte: Arquivo próprio.

Quanto à avaliação no processo ensino aprendizagem, os professores relataram


que a função da avaliação para o processo ensino aprendizagem era:

“[...] a maneira que o educador tem (arma) para testar o conhecimento do aluno
sobre o conteúdo trabalhado nesse percurso”. (P1)

“Analisar ou observar o nível de aprendizagem do aluno”. (P2)

“Diagnosticar os níveis de aprendizagem do aluno, para obter informações [...] que


assegure habilidades que [...] precisam em cada série/ano”. (P3)

“[...] analisar criticamente a minha prática e também a possibilidade de saber sobre


os avanços e dificuldades dos alunos”. (P4)

Percebe-se nestes relatos que a maioria dos professores ainda utiliza da avaliação
como uma mera verificação de notas, como foi explicito pelo professor P1 que
comparou com uma “arma”. Além disso, o professor P4 utiliza como uma forma de se
autoavaliar e perceber avanços e retrocessos dos alunos. Embora, Luckesi (2008)
desenvolva a ideia de que a avaliação pode ser utilizada como um diagnóstico
diariamente para direcionar as práticas educativas e seu desenvolvimento no processo
ensino aprendizagem.
No estudo realizado por Savarego (2012) em Itapevi, a maioria dos professores
respondeu que a função da avaliação era direcionar o processo ensino aprendizagem
78

rumo aos objetivos propostos. Esta pode ser a realidade deste local, mas também, os
professores responderam um formulário com opções de respostas e isso pode conduzir a
respostas coerentes e distantes da realidade.
Em relação aos métodos de avaliação utilizados e o que pretende avaliar com
estes métodos foram apresentados os seguintes pelos professores:

“Provas, seminários e outras atividades [para avaliar] a participação, assiduidade,


desempenho, pontualidade, criatividade”. (P1)

“Testes, provas, atividades em grupos, seminários, pesquisas etc. [para avaliar] o


desenvolvimento do aluno perante algum conteúdo [...]” (P2)

“[...] avaliação processual e contínua [...] no entanto, ainda se recorre as atividades


como testes, provas entre outras [para avaliar] conhecimentos construídos pelos
alunos ao longo das unidades [...]”. (P3)

“Testes, provas, exercícios em grupos, gincanas [para avaliar] o andamento do


processo ensino e aprendizagem e apontar caminhos que viabilizem a
aprendizagem significativa”. (P4)

Os métodos de avaliação utilizados pela maioria dos professores são aqueles


tradicionais estabelecidos há décadas nos espaços escolares. Assim, é preciso que os
professores insiram métodos atuais que auxiliem o aprendizado do aluno, estimulem e
motivem a participar e cumprir com as tarefas. Apenas, dois professores citaram
métodos diferentes como a pesquisa (P2) e gincanas (P4). A pesquisa é um método
inovador em que o aluno passa a ser parceiro no processo ensino aprendizagem, pois
permitirá interagir com vários materiais, fomenta a iniciativa, a interpretação própria e a
compreensão e elaboração de textos próprios (DEMO, 2007). Além destes métodos é
premente a inserção do webquest, do portfólio, dos mapas conceituais, além de técnicas
didáticas que estimulem a inovação e curiosidade como painel imagético, nuvem de
palavras, quiz e o painel integrado (AGUIAR; CORDEIRO, 2015).
Desta forma, diferentes métodos de avaliação devem ser inseridos no processo
ensino aprendizagem ao considerar que a avaliação está em toda prática pedagógica,
explícita no desenvolvimento do ensinar, aprender e avaliar por fazer parte de um
contínuo que se interagem. Pode-se acrescentar a estes métodos o trabalho de campo, as
sínteses de leituras, os resumos, os fichamentos, os diários de aula, os estudos de caso e
a situação-problema. Mas, os alunos devem conhecer os objetivos e critérios de cada
atividade de avaliação (GRILLO; LIMA, 2008).
79

Na questão referente a quem é avaliado na disciplina que o professor leciona,


relataram que:

“Aluno e professor. Porque é avaliando o outro que você procura se autoavaliar”.


(P1)

“Aluno e professor, pois a medida que observamos o rendimento do aluno,


podemos nos autoavaliar visando o crescimento do mesmo”. (P2)

“Aluno e professor. Porque no momento que existe uma avaliação acerca de um


trabalho que envolve ensinamento aprendente com certeza os dois são avaliados”.
(P3)

“Aluno e professor. Porque a avaliação tem a finalidade de mostrar informações


que possibilitem o ajuste tanto no que diz respeito ao aluno, quanto ao professor e o
seu planejamento”. (P4)

Os professores relataram que tanto o aluno quanto o professor são avaliados na


disciplina que lecionam para eles poderem se autoavaliar e para possibilitar as condutas
no planejamento das aulas. Um professor relatou que quando envolve ensinamento os
dois são avaliados, mas esta situação acontece se for planejada, se o professor tiver a
concepção de se autoavaliar e de ser avaliado pelo aluno. É importante que os
professores utilizem diversas formas de avaliação tanto do aluno quanto de si mesmo
para que adaptações e mudanças no seu planejamento sejam eficazes no processo
ensino-aprendizagem.
Gomes ([2010?]) cita três tipos de avaliação para o aluno, a diagnóstica, a
somativa e a formativa, as quais podem ser readequadas para que o professor também
seja avaliado. Além disso, pode-se inserir a heteroavaliação, a avaliação interpares e a
autoavaliação. Para Luckesi (2005) um sujeito que não tenha autocrítica consigo mesmo
e sobre suas ações, nunca mudará de posição, por isso a autovaliação é fundamental no
aprimoramento do processo ensino aprendizagem.
Professores de Itapevi (SAVAREGO, 2012) relataram uma visão mais ampliada
do que os professores do presente estudo, onde todos os atores envolvidos no processo
ensino aprendizagem que são avaliados. Percebe-se realmente que este olhar ampliado
favorece o planejamento das atividades, já que até o ambiente externo a sala de aula e
que compõe a escola pode também interferir nas avaliações.
Na figura 1 são apresentadas as dificuldades relatadas pelos professores na
avaliação do processo ensino aprendizagem e as atitudes desenvolvidas para
superá-las. Dois professores relataram dificuldades relativas ao aluno como a falta de
80

interesse, de compromisso, de autonomia intelectual e de participação nas aulas sendo


desenvolvidas atividades lúdicas e prazerosas para estimular o aluno, embora um dos
professores não relatasse suas atitudes de superação. Os outros dois professores
relataram a dificuldade da avaliação contínua e que muitas vezes são qualitativas e
precisam ser mensuradas sendo desenvolvidas atitudes como a comparação das
avaliações e entender cada aluno com sua especificidade.

Figura 1: Dificuldades encontradas na avaliação do processo ensino aprendizagem por


professores de uma escola do interior da Bahia, 2015.
Dificuldades encontradas na avaliação do Atitudes para superar as dificuldades
processo ensino aprendizagem relatadas
1-abstração dos conteúdos pelos alunos; Despertar o interesse dos alunos através
2-falta de interesse dos mesmos; de atividades prazerosas e lúdicas. (P1)
3-falta de compromissos do aluno e família. (P1)
1-a avaliação como processo contínuo. (P2) Comparar as avaliações para não cometer
erros. (P2)
1-avaliação processual contínua qualitativa e que Entender o aluno como ser único com sua
exige avaliação quantitativa. (P3) especificidade. (P3)
1-falta de participação, de interesse, de autonomia -------
intelectual do aluno. (P4)
Fonte: Arquivo próprio.

Observa que dois professores relatastes dificuldades acerca dos alunos e dois
acerca de si mesmo. O que é contradiz ao encontrado por Lopes ([2010?], p.18) “os
professores ainda apresentam resistência em falar de si, como se a maioria dos
problemas enfrentados em sala de aula tivesse algo a ver somente com os alunos”. Desta
forma, percebe-se a resistência em falar de si por parte de alguns professores deste
estudo, embora a humildade em relatar suas próprias dificuldades possa ser fruto de suas
reelaborações teóricas e práticas.
Mas, em se tratando das atitudes para superar estas dificuldades ainda são
necessárias maiores intervenções pelos professores tanto em relação ao aluno quanto as
suas formas de avaliar. Estratégias em relação ao aluno podem ser estabelecidas
considerando-o como o centro do processo ensino aprendizagem, fazendo-o participar
da construção do conhecimento e ser o ator principal do desenvolvimento das avaliações
utilizando dos métodos citados anteriormente. Estratégias em relação ao professor
podem ser aprimoradas a partir da educação permanente destes professores, assim
como, a própria atualização baseada em teóricos especialistas em avaliação, pois a
avaliação qualitativa que é mensurada ela deve ter critérios estabelecidos antes de ser
aplicada.
81

Em relação às mudanças ou adaptações realizadas pelos professores na forma


de avaliação diante da nova era tecnológica, apenas um professor relatou não ter
realizado mudanças ou adaptações devido a escola não oferecer condições para o uso de
tecnologias e muitos alunos não dispor destes recursos nas residências. A maioria referiu
ter e está adotando mudanças para acompanhar a nova era tecnológica e não ficarem
ultrapassados.
Embora os recursos da escola sejam escassos como relata um professor, a
maioria dos professores estão tentando acompanhar a nova era tecnológica que sobrepõe
a nossa realidade com a internet, educação a distância e as comunidades virtuais. Assim,
os professores precisam trabalhar também em grupos para diagnosticar os problemas da
escola e tentar elaborar planejamentos com propostas que viabilizem o processo ensino
aprendizagem moderno, deixando de lado aquele ultrapassado. Pode-se utilizar de
métodos avaliativos, citados anteriormente, em grupos de alunos com a mediação do
professor em locais que disponha destes recursos tecnológicos, até mesmo extramuros.
Quando foi perguntado se ensinar e avaliar são conceitos distintos ou
complementares, os professores relataram:

“São distintos e complementares. Porque são conceitos interligados e interagem


juntos [...] para se avaliar é necessário ensinar”. (P1)

“Complementares porque quando ensinamos queremos avaliar para conhecermos o


desempenho e o rendimento de quem recebe os ensinamentos”. (P2)

“[...] apesar de distintos, se complementam, um está intrinsecamente ligado ao


outro”. (P3)

“Complementares. Ensinar e avaliar são meios para nortear a prática pedagógica e


mediar o resultado dessa prática”. (P4)

Os professores do presente estudo relataram que ensinar e avaliar são conceitos


distintos e complementares. O que foi relato também pelos professores de Itapevi que
são conceitos faces da mesma moeda, um complementa o outro (SAVAREGO, 2012).
Estas afirmações corroboram com Haydt (2008, p. 7) “Ensinar e apender são dois
verbos indissociáveis, duas faces da mesma moeda. Ao avaliar seus alunos, o professor
está, também, avaliando seu próprio trabalho”. Desta forma, os verbos ensinar, aprender
e avaliar se coaduna no processo ensino aprendizagem. Ao avaliar é possível
diagnosticar, controlar e classificar, e com isso identificar se os objetivos propostos
foram alcançados para subsidiar a elaboração de novas propostas.
82

Os professores também relataram a concordância ou não a seguinte frase: “O


professor, na perspectiva pedagógica, é um elo fundamental do processo ensino
aprendizagem. Ele deve se preocupar com o que o aluno aprende e não com o que ele
ensina”.

“Não [concordo]. [...] tem de se acompanhar o novo. Primeiro que o aluno já traz o
conhecimento prévio, onde ele também conhece e o professor só ajuda a aprender e
para isso ele tem de se preocupar com o que vai ensinar”. (P1)

“Discordo, pois quando ensinamos queremos descobrir se o aluno aprendeu e o


nosso intuito é fazer com que ele aprenda o que nos propusemos a ensiná-los”. (P2)

“Sim com certeza o professor é um mediador no processo ensino-aprendizagem,


ele ajuda o aluno na construção do conhecimento ele ensina e aprende”. (P3)

“Concordo. Quando a preocupação é com a aprendizagem o professor está atento


para a necessidade de fazer mudanças e adequações ao seu planejamento para que a
aprendizagem esteja sempre acontecendo”. (P4)

Embora dois professores concordem com a frase e dois não tenham concordado,
as justificativas deles enfatizam que as duas coisas são passíveis de preocupação – o que
o aluno aprende e o que o professor ensina. Com isso, a interação social e a mediação
do outro é relevante quando se trata do processo de aprendizagem entre humanos, sendo
necessária esta interação na escola para almejar o sucesso no processo ensino
aprendizagem (LOPES [2010?]).
Na observação percebeu-se que os professores utilizam métodos tradicionais de
avaliação e ensino como os testes, provas e seminários, não houve uso de recursos
tecnológicos para mediar atividades avaliativas e nem métodos inovadores. Além disso,
percebeu-se que ainda existem professores com ensino superior que tem extremas
dificuldades em utilizar os recursos tecnológicos e este pode ser também um dos
motivos da não utilização. Assim sendo, é necessário capacitações, cursos de
aperfeiçoamento e de recursos didáticos para favorecer a educação permanente dos
professores e o incentivo de métodos de avaliação inovadores.
O processo formativo pode domesticar os professores fazendo com que eles se
afastem da pesquisa e da criatividade, colaborando para o “construtivismo” como
prática de uma hipocrisia. Desse modo, os professores devem buscar uma formação
continuada para não se caracterizar naquele “passador de informação” (LEMES et al.,
2011). Ou seja, o professor deve mediar o conhecimento e estimular que os alunos
83

participem de todo processo ensino aprendizagem com atores participantes e não apenas
atores ouvintes deste processo.

Conclusão

O presente estudo enfatizou a avaliação no processo ensino aprendizagem numa


escola do interior da Bahia. Os métodos avaliativos utilizados pelos professores foram
aqueles tradicionais como provas, testes, seminários, poucos relataram a inserção de
pesquisa e gincanas. As dificuldades referentes à avaliação foram acerca de
características dos alunos como falta de interesse, compromisso e desempenho
intelectual de abstrair o conteúdo, e também acerca da avaliação contínua qualitativa
que necessita de mensuração. A maioria dos professores está mudando suas formas de
avaliar para se adequar a nova era tecnológica da internet, educação a distância e
comunidades virtuais.
Estes resultados corroboram com a necessidade de capacitações pedagógicas
sobre novos métodos de avaliação e de ensino, assim como a tomada de decisões dos
professores em grupo por meio do planejamento estratégico em que eles podem levantar
os problemas e tentar alcançar as soluções. Ensinar é uma tarefa difícil, em que o
professor precisa ter paixão pelo que faz com o intuito de favorecer a construção de um
processo de ensino aprendizagem de qualidade, eficiente e efetivo.
A experiência em realizar este trabalho foi motivadora, pois foi possível
conhecer a realidade e tentar construir conceitos e ideias inovadoras para uma atuação
de forma qualificada. Com este estudo, percebe-se a necessidade de uma pesquisa
ampliada com todos os professores desta escola, assim como de outras escolas da Bahia
e do Brasil com o objetivo de identificar a realidade nesta atual conjuntura que vivemos
em meios aos variados recursos tecnológicos e tentar elaborar estratégias com os
professores estimulem aos alunos brasileiros a participar do processo ensino
aprendizagem.

Referências
AGUIAR, M.G.G.; CORDEIRO, T.M.S.C. Ensinar metodologia da pesquisa em saúde:
práticas inovadoras. In: Colóquio práticas inovadoras na universidade, 4. ed., Salvador,
p. 146-158, 2015. Anais... Salvador: DUFOP/UNEB, 2015. ISSN 2177-515X. CR-
ROM.
84

ALVARENGA, G. M.; ARAÚJO, Z. R. Portfólio: conceitos básicos e indicação para


utilização. Estudos em Avaliação Educacional, v. 17, n. 33, p. 137-148, jan./abr. 2006.

ALTHAUS, M. T. M. Gestão da aula universitária: técnicas de ensino. Ponta Grossa:


UEPG, [ca. 2010]. 34 diapositivos, color. Disponível em:
<http://www.uepg.br/prograd/semanapedagogica/T%C3%A9cnicas%20Ensino
%20MaiMa%20M%20Althaus.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2013.

CARVALHO, J. A. et al. Andragogia: considerações sobre a aprendizagem do adulto.


REMPEC – Ensino, Saúde e Ambiente, v. 3, n. 1, p. 78-90, abr. 2010.

DEMO, P. Educar pela pesquisa. 8. ed. Campinas-SP: Autores associados, 2007.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

GOMES, S. G. S. Avaliação da aprendizagem. Aula 10 e-Tec Brasil – Tópicos em


Educação a Distância. [2010?]. p. 132-150. Disponível em:
<http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos_m
odulo_I/topico_ead/Aula_10.pdf>. Acesso em: 28 set. 2014.

GRILLO, M. C.; LIMA, V. M. R. Dimensões conceituais e operacionais para avaliação.


In: GRILLO, M. C. et al. (Orgs.) A gestão da aula universitária na PUCRS. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2008.

HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino aprendizagem. 6. ed. São Paulo: Editora


Ática, 2008.

LEMES C. M. et al. A teoria e a prática na formação de professores: desafios e dilemas.


In: Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino, 14. ed., Goiânia, 6 p., 2011.
Anais... Goiânia:UEG, 2011. Disponível em: <
https://www.passeidireto.com/arquivo/4571044/a-teoria-e-a-pratica--desafios-e-
dilemas/1>. Acesso em: 25 set. 2014.

LOPES, R. C. S. A relação professor aluno e o processo ensino aprendizagem.


[2010?]. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1534-8.pdf>. Acesso em:
28 set. 2014.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem; uma visão geral. 2005. Website de


Cipriano Carlos Luckesi. Disponnível em: <www.luckesi.com.br>. Acesso em: 28 set.
2014.

LUCKESI, C. C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In: LUCKESI, C. C.


Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 19. ed. São Paulo: Cortez,
2008. p. 85-101.

MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. Pesquisa social: teoria, método


e criatividade. 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
85

MOGRABI, D. R. Mapa conceitual como recurso didático: um relato de experiência na


pós-graduação em psicopedagogia. In: CONGRESSO CIENTÍFICO EM
UNIVERCIDADE, 2. ed., 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UniverCidade,
5 p., 2007. Disponível em:
<http://www.univercidade.br/pesqcient/pdf/2007/educ_mapa.pdf>. Acesso em: 23 nov.
2013.

OLIVEIRA, A. B. A aprendizagem de adulto. In: Instituto Andragógico de


Desenvolvimento Humano – IAND. Série: Facilitação de aprendizagem, 1999.
Disponível em: <www.iand.com.br>. Acesso em: 18 nov. 2013.

POZO, J. I. As características de uma boa aprendizagem. In: POZO, J. I. Aprendizes e


mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

RAMAL, A. C. Avaliar na cibercultura. 6 p. Disponível em:


<http://www.miniwebcursos.com.br/artigos/PDF/Avaliar_na_Cibercultura.pdf >
[22/02/03]. Acesso em: 28 set. 2014.

RIBEIRO, M. L. A afetividade na relação educativa. Estud. psicol., Campinas, v. 27, n.


3, p. 403-412, set. 2010.

RITTER, N. S. et al. A webquest como instrumento facilitador do processo ensino-


aprendizagem na disciplina de ciências no ensino fundamental. In: Seminário
interinstitucional de ensino, pesquisa e extensão, 17. ed., 2012, Cruz Alta-RS. Anais...
Cruz Alta-RS: UNICRUZ, 2012. Disponível em:
<http://www.unicruz.edu.br/seminario/downloads/anais/ccs/a%20webquest%20como
%20instrumento%20facilitador%20do%20processo%20ensino-aprendizagem%20.pdf>.
Acesso em: 28 set. 2014.

SAVAREGO, E. A. A avaliação como uma poderosa aliada do processo ensino-


aprendizagem para séries iniciais do ensino fundamental. E-FACEQ: revista dos
discentes da Faculdade Eça de Queiros, Ano 1, n. 1, ago. 2012.

SILVA, E. F. A aula no contexto histórico. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Aula: gênese,


dimensões, princípios e práticas. 2. ed. Campinas: Papirus, 2011.

Você também pode gostar