Você está na página 1de 1

A estética:

A estética é a disciplina filosófica que reflecte sobre a arte e sobre a beleza. Esta disciplina centra-se na
problemática da beleza, assim como nos diversos aspectos a ela associados: a experiência, o juízo estético
e a criação artística. Muitos filósofos desenvolveram teorias estéticas, ou seja, perspectivas acerca da
beleza e da arte integrados na sua visão geral da realidade.
O objectivo da estética, actualmente, não consiste em ditar regras de como se deve ser a obra de arte para
alcançar a beleza (estética normativa), consiste antes em descrever e compreender o fenómeno estético
nas suas várias dimensões. Uma dessas dimensões refere-se à experiência estética. Neste conceito,
encontramos os elementos: o artista, o espectador, a obra de arte e a natureza, resultado da contemplação
da natureza ou da obra de arte em si, assim como da criação artística - a emoção estética - e o contexto
cultural.
A sensibilidade estética de cada pessoa depende da sua cultura, aprendizagem, dos seus interesses, do seu
grau de abertura à experiência do belo. A sensibilidade artística vai amadurecendo e vai-se tornando mais
rica através das experiências, da educação e da cultura.
A apreciação da beleza subjaz sempre uma dimensão intelectual que se traduz no juízo estético, isto é, o
juízo estético é um juízo de valor ou de apreciação relativamente ao belo ou às categorias que lhe são
afins. O juízo estético não deve ser confundido com juízos científicos nem práticos, pois o juízo estético
encontra-se associado à sensibilidade e ao sentimento.
As categorias estéticas diferentes níveis ou graus de beleza, alguns exemplos são: o sublime, o grandioso,
o feio, o horrível, entre outros. Aqueles que consideram o belo independente do sujeito são partidários do
objectivismo estético de Platão. Por sua vez, aqueles que consideram que a beleza depende do sujeito, são
defensores do subjectivismo estético de Kant.
Segundo Platão, podemos perguntar se a beleza, sendo independente do olhar humano, é uma propriedade
que faz parte integrante das coisas ou se existirá em si mesma de forma independente e absoluta. As
coisas são belas porque participam na beleza em si. Temos quatro graus de beleza: a beleza corporal,
moral, intelectual e absoluta, sempre em estreita relação com o amor.
Para Kant, o juízo estético diferencia-se ao juízo científico, relativo ao conhecimento universal e
necessário e do juízo moral, relativo ao dever. Assim, o juízo estético é um juízo subjectivo, refere-se à
satisfação que cada um sente perante a obra. Segundo Kant, o juízo estético também não se reduz a uma
simples inclinação pessoal relativa ao gostar ou não gostar. No ser humano existe o sentimento do belo e
é esse sentimento, comum a todos, que está na base da pretensão à universalidade dos juízos estéticos.
Concluindo, podemos dizer que as perspectivas de Platão e de Kant nos surgem como exemplos,
respectivamente, das estéticas tradicionais e das estéticas contemporâneas. As estéticas tradicionais são
tendencialmente normativas, partindo de uma concepção objectivista do belo. As estéticas
contemporâneas, na linha de pensamento Kantiano, não partem de uma definição priori da beleza, não
estabelecem cânones rígidos nem são normativas. O que fazem é tentar compreender as experiências
concretas da beleza, pelo que tem sempre em conta o sujeito e a maneira como ele vivencia essa
experiências.

Você também pode gostar