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ULRICO ZUÍNGLIO: O FUNDADOR DA TRADIÇÃO REFORMADA
Após obter o grau de mestre em 1506, foi ordenado ao sacerdócio e tornou-se pároco na
cidade de Glarus. As influências humanistas e as suas próprias experiências como capelão de
mercenários suíços na Itália o levaram a opor-se a esse sistema. Tal fato contribuiu para a sua
transferência para Einsiedeln em 1516 e dois anos mais tarde para Zurique, onde se tornou
sacerdote da principal igreja da cidade. Tendo lido recentemente a tradução do Novo
Testamento feita por Erasmo, começou em 1519 a pregar uma série de sermões bíblicos que
causaram forte impacto. A partir dessa época, defendeu um grande programa de reformas em
cooperação com os magistrados civis. Suas idéias sobre o culto público e os sacramentos
representaram uma ruptura mais radical com as antigas tradições do que fez o movimento
luterano.
O ano de 1522 foi decisivo. Zuínglio protestou contra o jejum da quaresma e o celibato
clerical, casou-se secretamente com Ana Reinhart, escreveu Apologeticus Archeteles (seu
testemunho de fé) e renunciou ao sacerdócio, sendo contratado pelo concílio municipal como
pastor evangélico. Nos dois anos seguintes, uma série de debates públicos levou à progressiva
implantação da reforma em Zurique, culminando com a substituição da missa pela Ceia do
Senhor em 1525. Infelizmente, alguns de seus primeiros colaboradores, tais como Conrado
Grebel e Félix Mantz, adotaram posturas radicais quanto ao batismo, dando início ao
movimento anabatista, que gerou fortes reações das autoridades.
Os últimos anos da vida de Zuínglio foram marcados por crescente atividade política. No
interesse da causa reformada, ele defendeu a luta contra o império alemão e também contra os
cantões católicos da Suíça. Buscando fazer uma aliança com os protestantes alemães,
encontrou-se com Lutero no célebre Colóquio de Marburg, convocado pelo príncipe Filipe de
Hesse em 1529. Embora concordassem em quase todos os pontos discutidos, os dois
reformadores não puderam chegar a um acordo com relação à Ceia do Senhor. No dia 11 de
outubro de 1531, quando acompanhava as tropas protestantes na segunda batalha de Kappel,
Zuínglio foi morto em combate. Segundo se afirma, suas últimas palavras foram: “Eles podem
matar o corpo, mas não a alma”.