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Capitulo 1

Substancia e Acidentes
 Neste universo só existe lugar para substancia e
acidentes.

Substância é inteligível e não sensível, existe em si


mesma.
Acidentes, aquilo que você pode contemplar pelos
sentidos, exemplo – homem, branco, magro, a altura
dele e etc.

 Um ser possui uma única substância mas vários


acidentes
A) Acidentes próprios da espécie, exemplo; a
inteligência, a vontade e a memória, somos capazes
de entender, querer e trazer ao presente fatos do
passado que ficam na memória, isso os animais não
conseguem fazer.

Substancia – é a realidade que existe em si mesma


Acidentes – realidades que existem em outro

B) Acidentes separáveis – aquilo que afeta de maneira


passageira.
C) Acidente inseparável; exemplo - nasci branco,
continuarei branco e morrerei branco.
D) Acidentes que procedem de um agente externo; o
acidente está em mim, mas veio de um agente fora
de mim, como um choque elétrico, partiu de fora, mas
atingiu a mim, por isso permanece em mim.

2. O ser, ato próprio da substância


Eu possuo apenas uma substancia, mas os
acidentes são múltiplos.
 O ser está na substancia, a substancia está em cada
ente que subsiste em si mesmo
 Os acidentes recebem o ser da substancia que inerem
Exemplo; Eu quero por causa da minha vontade, eu
vejo por causa dos olhos, eu lembro por causa da
memória.
Os acidentes: são detectados pelos sentidos
A substancia: é entendida pela inteligência

 O ato de ser é da substancia, próprio dela, e ela


subsiste em si mesmo
 Os acidentes que inerem na substancia
 Cada ente tem uma única substancia e diversos
acidentes.

 O ser dos acidentes é o ser da substancia


 Os acidentes – seres do ser da substancia
 A Presença de Jesus na Eucaristia é substancial e
não acidental
 O Ser puro é Deus, ele só pode criar seres limitados,
precários e contigentes, a questão nesse caso está
na essência, a qual Deus não possui.

O Ser, ato próprio da substância


- O Ser da substancia é diferente do Ser dos acidentes, a substância
contém o ser em si mesma, ao passo que os acidentes que inerem na
substância. A substância tem o ser participado dentro de uma essência e
recebe acidentes, esses acidentes não tem Ser próprio, são acidentes da
substancia.
Exemplo: tomemos um cavalo é uma substancia, o fato dele ser branco é
um acidente, mas não existe a brancura existe o cavalo branco, um cavalo
veloz é um cavalo, a velocidade com que ele anda é um acidente dele.
O ser dos acidentes que não tem Ser próprio é o ser da substancia na
qual estão inseridos. Não existe uma brancura, existe uma parede branca.
Substância é ente em sentido próprio, isto é, o ato de ser recai na
substância, ela é o verdadeiro ente, como não existe substância sem
acidentes, os acidentes inerem na substância e enquanto estiverem
ineridos na substancia são ou recebem o Ser da substancia.
3. O composto de substancia e acidentes
Distinção real, embora unidos e nunca separados, não se dão acidentes sem
substancia nem substancia sem acidentes, a distinção entre ambos é real, não
é apenas uma distinção mental. A diferença é perceptível com clareza ao
observar as mudanças acidentais, nas quais algumas perfeições secundárias
desaparecem para dar passagem a outras novas, sem que por isso a
substancia mude em si mesma.
Exemplo: à medida em que a maça amadurece ela vai mudando de cor, o
que mudou foi o acidente a cor, mas a maça é a mesma, desde o começo
até o seu fim. Isso se da em todos os entes, todos os entes tem
substancia e acidentes e os acidentes são distintos realmente.
Existe a Distinção mental e a distinção real, aqui que estã fora de mim, fora da
minha mente.
Unidade do composto: Se a distinção entre substancia e acidentes é uma
distinção real, Como pode o composto manter-se unidos e metafisicamente
unido? A ligação entre a substancia e os acidentes é de ordem metafisica,
portanto, não se trata de parafusar acidentes das substâncias, os acidentes
não vivem anteriormente fora da substância.
Como consequência, a unidade do composto também é real, o Ser,
fundamento real da substância acidente, o ente é um determinado todo,
composto de uma substância e de uns determinados acidentes, trata-se de
elementos que formam uma unidade e não se encontram separados na
realidade, não ocorrem acidentes substância nem vice-versa, não obstante a
essas realidades estão em nível distinto, porque os acidentes dependem do ser
da substância.
Assim, o composto, o todo é em virtude do ato de ser, que é próprio da
substância.
O tríplice modo de relação entre substância e os acidentes:
A) A substância é substrato = “estar de baixo” do acidente não só
enquanto é seu suporte, mas também porque lhe dá o ser. A substância
é e não deixa de ser uma espécie de base, na qual inerem os acidentes.

B) A substância é causa daqueles acidentes que derivam dela mesma: por


exemplo, a figura de um animal é um efeito de seus princípios
essenciais, e por isso a todos os indivíduos de uma espécie lhes
corresponde uma figura similar. Sem a substância os acidentes não
teriam onde inerir.

C) A substância tem uma capacidade passiva (potência) de receber o


aperfeiçoamento ulterior que os acidentes lhe conferem, portanto ela é
potência que recebe os acidentes que caibam ou que sejam aptos a
inerir nela.

4. O conhecimento da substancia e os acidentes: existem três


momentos:
A) Conhecimento confuso do composto - quando nos encontramos
com algo desconhecido, não sabemos o que é aquilo, ou pelo menos
temos um conhecimento confuso, sabemos que a cor não é
essência, sabemos que a localidade ou a localização daquele objeto
também não é essencial para ele, assim confusamente distinguimos
alguns acidentes da substancia.
B) Dos acidentes à substância – os acidentes são tomados ou
conhecidos através dos nossos sentidos, apalpar, cheirar, ver, usar o
paladar, o que primeiro nós vemos são os acidentes, seja maior ou
menor. Ao mesmo tempo em que os sentidos tomam ou recebem os
acidentes a inteligência vai dentro da coisa, a substância como tal
não é visível, não é palpável, o que se palpa e o que se vê são os
acidentes, através do conhecimento dos acidentes a inteligência
capta inteligentemente e não sensivelmente a sua substancialidade,
captada a sua substancialidade a partir dos acidentes.
C) Da substância aos acidentes - Então se chega ao terceiro passo,
da substancia se volta novamente aos acidentes e podemos
entendê-los melhor, porque aquilo tem determinada cor, determinada
forma, tamanho, localidade.

A substância é a base que recebe os acidentes que são compatíveis


com ela.
Exemplo: eu vejo um ser humano com os olhos, completo, em seu
tamanho, formato, nenhuma parte fora da proporção de outras, assim
concluo que é um homem, mas se eu concluir que é um homem,
então da substância eu vou aos acidentes, ele deve ter inteligênia,
vontade, memória, responsabilidade, esses são os acidentes da
substância na qual inerem.

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