Substancia e Acidentes Neste universo só existe lugar para substancia e acidentes.
Substância é inteligível e não sensível, existe em si
mesma. Acidentes, aquilo que você pode contemplar pelos sentidos, exemplo – homem, branco, magro, a altura dele e etc.
Um ser possui uma única substância mas vários
acidentes A) Acidentes próprios da espécie, exemplo; a inteligência, a vontade e a memória, somos capazes de entender, querer e trazer ao presente fatos do passado que ficam na memória, isso os animais não conseguem fazer.
Substancia – é a realidade que existe em si mesma
Acidentes – realidades que existem em outro
B) Acidentes separáveis – aquilo que afeta de maneira
passageira. C) Acidente inseparável; exemplo - nasci branco, continuarei branco e morrerei branco. D) Acidentes que procedem de um agente externo; o acidente está em mim, mas veio de um agente fora de mim, como um choque elétrico, partiu de fora, mas atingiu a mim, por isso permanece em mim.
2. O ser, ato próprio da substância
Eu possuo apenas uma substancia, mas os acidentes são múltiplos. O ser está na substancia, a substancia está em cada ente que subsiste em si mesmo Os acidentes recebem o ser da substancia que inerem Exemplo; Eu quero por causa da minha vontade, eu vejo por causa dos olhos, eu lembro por causa da memória. Os acidentes: são detectados pelos sentidos A substancia: é entendida pela inteligência
O ato de ser é da substancia, próprio dela, e ela
subsiste em si mesmo Os acidentes que inerem na substancia Cada ente tem uma única substancia e diversos acidentes.
O ser dos acidentes é o ser da substancia
Os acidentes – seres do ser da substancia A Presença de Jesus na Eucaristia é substancial e não acidental O Ser puro é Deus, ele só pode criar seres limitados, precários e contigentes, a questão nesse caso está na essência, a qual Deus não possui.
O Ser, ato próprio da substância
- O Ser da substancia é diferente do Ser dos acidentes, a substância contém o ser em si mesma, ao passo que os acidentes que inerem na substância. A substância tem o ser participado dentro de uma essência e recebe acidentes, esses acidentes não tem Ser próprio, são acidentes da substancia. Exemplo: tomemos um cavalo é uma substancia, o fato dele ser branco é um acidente, mas não existe a brancura existe o cavalo branco, um cavalo veloz é um cavalo, a velocidade com que ele anda é um acidente dele. O ser dos acidentes que não tem Ser próprio é o ser da substancia na qual estão inseridos. Não existe uma brancura, existe uma parede branca. Substância é ente em sentido próprio, isto é, o ato de ser recai na substância, ela é o verdadeiro ente, como não existe substância sem acidentes, os acidentes inerem na substância e enquanto estiverem ineridos na substancia são ou recebem o Ser da substancia. 3. O composto de substancia e acidentes Distinção real, embora unidos e nunca separados, não se dão acidentes sem substancia nem substancia sem acidentes, a distinção entre ambos é real, não é apenas uma distinção mental. A diferença é perceptível com clareza ao observar as mudanças acidentais, nas quais algumas perfeições secundárias desaparecem para dar passagem a outras novas, sem que por isso a substancia mude em si mesma. Exemplo: à medida em que a maça amadurece ela vai mudando de cor, o que mudou foi o acidente a cor, mas a maça é a mesma, desde o começo até o seu fim. Isso se da em todos os entes, todos os entes tem substancia e acidentes e os acidentes são distintos realmente. Existe a Distinção mental e a distinção real, aqui que estã fora de mim, fora da minha mente. Unidade do composto: Se a distinção entre substancia e acidentes é uma distinção real, Como pode o composto manter-se unidos e metafisicamente unido? A ligação entre a substancia e os acidentes é de ordem metafisica, portanto, não se trata de parafusar acidentes das substâncias, os acidentes não vivem anteriormente fora da substância. Como consequência, a unidade do composto também é real, o Ser, fundamento real da substância acidente, o ente é um determinado todo, composto de uma substância e de uns determinados acidentes, trata-se de elementos que formam uma unidade e não se encontram separados na realidade, não ocorrem acidentes substância nem vice-versa, não obstante a essas realidades estão em nível distinto, porque os acidentes dependem do ser da substância. Assim, o composto, o todo é em virtude do ato de ser, que é próprio da substância. O tríplice modo de relação entre substância e os acidentes: A) A substância é substrato = “estar de baixo” do acidente não só enquanto é seu suporte, mas também porque lhe dá o ser. A substância é e não deixa de ser uma espécie de base, na qual inerem os acidentes.
B) A substância é causa daqueles acidentes que derivam dela mesma: por
exemplo, a figura de um animal é um efeito de seus princípios essenciais, e por isso a todos os indivíduos de uma espécie lhes corresponde uma figura similar. Sem a substância os acidentes não teriam onde inerir.
C) A substância tem uma capacidade passiva (potência) de receber o
aperfeiçoamento ulterior que os acidentes lhe conferem, portanto ela é potência que recebe os acidentes que caibam ou que sejam aptos a inerir nela.
4. O conhecimento da substancia e os acidentes: existem três
momentos: A) Conhecimento confuso do composto - quando nos encontramos com algo desconhecido, não sabemos o que é aquilo, ou pelo menos temos um conhecimento confuso, sabemos que a cor não é essência, sabemos que a localidade ou a localização daquele objeto também não é essencial para ele, assim confusamente distinguimos alguns acidentes da substancia. B) Dos acidentes à substância – os acidentes são tomados ou conhecidos através dos nossos sentidos, apalpar, cheirar, ver, usar o paladar, o que primeiro nós vemos são os acidentes, seja maior ou menor. Ao mesmo tempo em que os sentidos tomam ou recebem os acidentes a inteligência vai dentro da coisa, a substância como tal não é visível, não é palpável, o que se palpa e o que se vê são os acidentes, através do conhecimento dos acidentes a inteligência capta inteligentemente e não sensivelmente a sua substancialidade, captada a sua substancialidade a partir dos acidentes. C) Da substância aos acidentes - Então se chega ao terceiro passo, da substancia se volta novamente aos acidentes e podemos entendê-los melhor, porque aquilo tem determinada cor, determinada forma, tamanho, localidade.
A substância é a base que recebe os acidentes que são compatíveis
com ela. Exemplo: eu vejo um ser humano com os olhos, completo, em seu tamanho, formato, nenhuma parte fora da proporção de outras, assim concluo que é um homem, mas se eu concluir que é um homem, então da substância eu vou aos acidentes, ele deve ter inteligênia, vontade, memória, responsabilidade, esses são os acidentes da substância na qual inerem.