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Qual a causa mais comum de hiponatremia em pacientes hospitalizados? SIADH
è Responde por 40% dos casos de hiponatremia.
è Representa a causa mais comum de hiponatremia normovolêmica.
POR QUE SIADH LEVA Pode resultar da persistente liberação do ADH ou de peptídeos semelhantes ao
A HIPONATREMIA? ADH na ausência de estímulos osmóticos e não osmóticos, que levam a retenção
de água no LEC e como consequência a hiponatremia dilucional.
QUAIS SÃO OS TIPO A à Secreção do ADH é completamente independente do controle osmótico
PADRÕES DE >> É o mais importante!
SECREÇÃO DO ADH TIPO B à Reset osmostat. 1/3 dos pacientes libera ADH de acordo com a
NO PACIENTE COM concentração de sódio, porém inicia a secreção com limiar anormalmente baixo –
SIADH? os pacientes suficientemente hiponatrêmicos podem produzir uma urina diluída ao
máximo.
TIPO C à ADH leak pattern. Manutenção na produção de ADH com valores de
Posm <278 mOsm/kg e liberação normal do ADH em resposta a estímulos
osmóticos.
TIPO D à Antidiurese dissociada do ADH ( os níveis de ADH são normais, mas por
motivo desconehecido, não consegue diluir a urina ao máximo, em alguns
pacientes estão presente mutações no receptor V2 – resultando em urina
concentrada sem alterações do ADH).
ETIOLOGIA
NEOPLASIAS Representam a causa mais comum de SIADH. As neoplasias podem levar a SIADH
por sintetizarem e secretarem ADH, seu peptídeo precursor (pré pró vasopressina)
ou algum peptídeo semelhante ao ADH.
A principal neoplasia é o Carcinoma pulmonar de pequenas células, podendo até
mesmo ter a SIADH como manifestação inicial. Menos frequentemente outros
tumores pulmonares podem estar envolvidos como o adenocarcinoma, carcinoma
de células escamosas ou células gigantes. Esta neoplasia deve ser pesquisada em
todos os pacientes com SIADH.
Pode estar associada em até 3% dos canceres de cabeça e pescoço, e diversas
outras neoplasias. Raramente associado a adenomas da hipófise anterior,
tumores da neuro-‐hipófise e a craniofaringiomas.
DISTÚRBIOS DO SNC Qualquer distúrbio do SNC pode levar a SIADH:
-‐ neoplasias (tumores primários ou metastáticos)
-‐ vascular (hemorragia subaracnóidea, hematoma subdural, aneurismas, AVCi/h..)
-‐ traumático (TCE, secção da haste hipofisária..)
-‐ infeccioso (Meningite viral, bacteriana, tuberculosa ou fúngica, encefalite viral..)
-‐ diversos ( Esclerose sistêmica, LES, cisto na bolsa de rathke, hidrocefalia, atrofia
cerebral..)
DOENÇAS A hipoxemia e a hipercapnia podem elevar as concentrações plasmáticas de ADH
PULMONARES (presumivelmente por estimularem os quimio e barorreceptores periféricos).
BENIGNAS Sendo ainda que diversas patologias pulmonares benignas também podem levar a
SIADH como: PNM, bronquiolite, Asma.. Sendo comum em pacientes que estão
em ventilação mecânica com pressão positiva, supostamente por reduzir do
retorno venoso.
MEDICAMENTOS Várias substâncias podem levar a SIADH por estimularem a secreção do ADH ou
por potencializarem a sua ação sobre os túbulos coletores renais ( clorpropamida,
carbamazepina e ciclofosfamida). Podem também estar envolvidos: AINES,
morfina, barbitúricos, quimioterápicos, imunossupressores, inibidores da
recaptação de serotonina, IECA, amiodarona, inibidores da bomba de prótons,
ciprofloxacina, uso de cocaína, sibutramina...
OUTROS FATORES 30 a 38% dos pacientes com AIDS – associado frequentemente a malignidades,
infecção do SNC, PNM por Pneumocystis carinii.
Cirurgias abdominais ou torácicas de grande porte comumente associam a SIADH.
Causas transitórias de SIADH incluem dor, náuseas, estresse, atividade física
excessiva e anestesia geral...
IDIOPÁTICA Em cerca de 50 a 60% o fator etiológico não pode ser encontrado, particularmente
comum em idosos. Contudo a etiologia mais provável é um tumor oculto,
sobretudo carcinoma pulmonar de pqns células ou neuroblastoma olfatório e em
idosos arterite de células gigantes.
HEREDITÁRIA Sd. Nefrogênica -‐ mutação com ganho de função do receptor V2, que está
localizado no cromossomo X, leva a persistente ativação do receptor.
Sd. Hipotalâmica – Há perda da sensibilidade a hipoosmolalidade, por mutação no
gene osmorregulatório TRPV4, o que compromete a supressão da liberação de
ADH.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
AGUDOS Relacionados à hiponatremia aguda. A velocidade do surgimento da hiponatremia
é mais importante do que a sua magnitude no aparecimento dos sintomas
neurológicos. Os sintomas refletem disfunções neurológicas secundárias a edema
cerebral, favorecido pelo gradiente osmótico criado pela redução na osmolalidade
plasmática (Posm).
A sintomatologia e mortalidade são maiores na hiponatremia aguda.
Pacientes com concentrações entre 125 -‐135 geralmente são assintomáticos.
Níveis menores que 125 levam ao aparecimento de sintomas agudos como:
confusão mental, alucinações, paralisia pseudobulbar, alterações reflexas, sinal de
babinski e sinais extrapiramidais. Se os valores de NA são menores que 120, o
risco de convulsões, coma e parada cardiorrespiratória se acentua muito. Atentar-‐
se aos pacientes com lesão cerebral prévia, acidose, hipóxia ou hipercalcemia que
podem ter sintomas com níveis mais elevados de sódio.
CRÔNICOS Apresentam ganho de peso em função da retenção hídrica >> neste aspecto
diferem daqueles pacientes com hiponatremia secundária a depleção de sal,
Doença de Addison ou terapia diurética, que apresentam contração volumétrica.
Não desenvolvem edema, a despeito da expansão volumétrica.
Sintomas moderados de hiponatremia são: cefaléia, fraqueza, dificuldade para
concentrar, memória prejudicada e câimbras.
PASSO A PASSO PARA O DIAGNÓSTICO
1. Confirmar a hiponatremia
2. Determinar a osmolalidade sérica efetiva à Descartando desta forma pseudo-‐hiponatremia
(artefato laboratorial que ocorre quando os níveis de lipídios ou proteína encontram-‐se altos).
3. Determinar o status volêmico à Principal diferença com a Síndrome perdedora de sal que é
hipovolêmica. Estados edematosos (cirrose com ascite, ICC podem estimular a produção de ADH e
levar a hiponatremia).
4. Medida do sódio urinário.
5. Excluir outras patologias:
Deficiência de glicocorticoides
Uso de fármacos retentores de sódio
Perda excessiva de líquidos, sudorese excessiva, uso de diuréticos e psudohipernatremia
(hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hiperproteinemia..)
6. Após confirmação diagnóstica iniciar propedêutica etiológica: considerar TC ou RNM
DIAGNÓSTICO
ü Concentrações de ADH inapropriadamente alta
ü Hiponatremia (Na < 135)
ü Redução da osmolalidade plasmática efetiva (< 275 mOsm/kg)
ü Aumento da excreção do sódio urinário (NAUR > 40 mEq/ L)
ü Ácido úrico menor que 4mg/dl – resultante da expansão volumétrica e da ação do ADH sobre V1.
ü Na ausência de sinais de depleção – hipotensão ortostática, desidratação, taquicardia -‐ ou excesso –
edema, ascite, anasarca – Com funções tireoidiana, adrenal e renal normais, sem uso recente de
diuréticos.
ü Deve ser lembrada ainda nos pacientes com ganho ponderal sem causa aparente.
TRATAMENTO
CONSIDERAÇÕES O tratamento definitivo é a eliminação da sua causa básica. Sendo assim o seu
GERAIS fator etiológico deve ser identificado e corrigido o mais precocemente possível.
A restrição da ingesta hídrica é o principal elemento no tratamento do SIADH à
Pode ser calculada de acordo com a diurese menos 500ml, ou pela ingestão
inferior a 1000ml.
De acordo com o SÓDIO:
>130: Restringir líquidos a 1200ml/dia
126-‐130: Restrição a 800ml/dia
< 125: Restrição a 600ml/dia
HIPONATREMIA Duração de até 48 horas ou que se acompanhe de sérias complicações
AGUDA neurológicas como coma e convulsões, devem ter o tratamento rapidamente
instituído.
à Está indicada a reposição com salina a 3% (15 ampolas de cloreto de sódio a
10% em 350ml de SG5%). A meta é a elevação de 1 a 2 meq/L/h, sem ultrapassar a
variação de 8 a 12 meq/L nas primeiras 24 horas. Pode ser feito associado a 01
ampola de furosemida EV.
àAvaliar NA de 2/2h e parar quando os sintomas melhorarem.
HIPONATREMIA DE A maioria das hiponatremias que ocorrem fora do hospital são crônicas e
DURAÇÃO minimamente sintomáticas.
DESCONHECIDA Iniciar correção com SF0,9% ( Meta > 0,5 – 2 meq/L/h) + furosemida 01 ampola
EV. Parar quando o sódio aumentar de 8 -‐10 meq/l em 24h. Avaliar NA 4/4h e
ajustar a infusão.
QUAL O RISCO DE Diferentemente dos pacientes com hiponatremia guda os com hiponatremia
MIELINÓLISE PONTINA crônica tem risco significativo para Síndrome de Desmielinização Osmótica: que
NA CORREÇÃO DO inclui a mielinólise pontina e extrapontina centrais, e resulta da perda seletiva de
SÓDIO?? mielina (são poupados os neurônios e os cilindros axiais).
Os fatores de risco são: concentração do sódio sérico na apresentação –
raramente ocorre com NA <120, duração da hiponatremia, alcoolismo,
desnutrição, doenças hepáticas e hipocalemia, sendo o maior risco se a
concentração do sódio é corrigida em mais de 12 meq/L durante 24h.
Os sintomas surgem vários dias após a correção: quadriplegia flácida ou
paraplegia, fraqueza facial, disfagia, disartria, ataxia, flutuações no nível de
consciência e coma.
Imagens na RNM somente após 4 semanas.
MANEJO DA SIADH O ponto mais importante é a restrição de líquidos, associada ao aumento na
CRÔNICA ingesta de sal e a utilização de diuréticos de alça (por ex. Furosemida 20mg MID
ou BID).
Na falha terapêutica uso de medicações que diminuam a resposta dos túbulos
coletores ao ADH, aumentando a excreção de água livre:
• Demeclociclina – derivado da tetraciclina, droga mais potente, pode ser
útil para o tto crônico, dificuldade no uso é devido nefrotoixicidade,
superinfecção bacteriana ou perda excessiva de água
• Carbonato de lítio – menos eficaz, com muitos efeitos colaterais,
atualmente com mínimas indicações clínicas.
• Ureia – possibilita a excreção de água por aumento na excreção de
solutos. Dose de 15 a 60g/dia.
• Fludrocortisona – doses de 0,1 a 0,3mg 2x/dia promove retenção de sódio
e parece inibir parcialmente a sede e a ingestão de líquidos. Os principais
efeitos colaterais são hipercalemia e hipertensão.
• Furosemida – experiência do Vilar é de 40mg/dia ou em dias alternados,
na hiponatremia secundária ao uso de medicamentos que não podem ser
retirados. O monitoramento do nível de sódio é mandatório.
• Antagonistas do ADH – Vaptans (oral – seletivos do receptor v2 >
tolvaptan, lixivaptan, satavaptan,mozavaptan ou EV – ação nos receptores
v1 e v2 > conivaptan); Atuam eliminando grande quantidade de água sem
eliminar solutos, eficazes na hiponatremia crônica. Particularmente úteis
na hiponatremia hipervolêmica relacionados à ICC ou cirrose hepática.