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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
JOEMAR JOSÉ SCHMITT

ANÁLISE DE CRÉDITO UMA IMPORTANTE


FERRAMENTA PARA CONTENÇÃO DE
RISCOS

ITAJAÍ – SC
2011
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JOEMAR JOSÉ SCHMITT

ANÁLISE DE CRÉDITO UMA IMPORTANTE


FERRAMENTA PARA CONTENÇÃO DE
RISCOS

Projeto desenvolvido para a disciplina Estagio


do Curso de Administração do Centro de
Ciências Sociais Aplicadas da Universidade
do Vale do Itajaí.

Prof. Orientador: Ivanir Schroeder

ITAJAÍ - SC, 2011


3

Agradeço a Deus pela saúde e força ao longo desta


caminhada e por ter me ajudado a enfrentar as
dificuldades.
A todos os meus familiares pelo incentivo à busca de
um novo mundo de conhecimento, em especial a
minha mãe Claudia Regina dos Santos Schmitt que
sempre me incentivou.
Ao Profº Ivanir Schroeder e a meu supervisor de
campo Jailson Paulo Hess pela dedicação, apoio e
companheirismo
Aos meus colegas e em especial a minha namorada
Edineia Cristina Moser pela importante troca de
informações, fazendo crescer a cada dia mais o meu
conhecimento.
4

“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas


nada pode ser modificado até que seja enfrentado.”
(ALBERT EINSTEIN)
5

EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário
Joemar José Schmitt

b) Área de estágio
Administração financeira

c) Supervisor de campo
Jailson Paulo Hess

d) Orientador de estágio
Prof. Ivanir Schroeder

f) Professor responsável pelo estágio


Prof. Eduardo Krieger da Silva
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social
Cooperativa de crédito rural com interação solidária, CREDIALVES

b) Endereço
Rua, José Kraich, 180 - Vila do salto - Luís Alves

c) Setor de desenvolvimento do estágio


Comitê de análise de crédito

d) Duração do estágio
240 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo


Coordenador da carteira de crédito

f) Carimbo e visto da empresa


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RESUMO

A pesquisa apresenta o tema “Análise de crédito uma importante ferramenta para


contenção de risco” e tem como objetivo identificar as vantagens de uma boa análise
de. A CREDIALVES é uma cooperativa de crédito, sediada na cidade de Luís
Alves/SC, ela também conta com postos de atendimentos em nove municípios da
região, nas cidades de: Corupá Gaspar Guaramirim Ilhota Imbituba Joinville
Laurentino Massaranduba e Rio do Oeste. Presta serviços à classe rural, tendo um
relacionamento direto com seus associados. A Credialves também se preocupa com o
desenvolvimento local e é por esta razão que todo o dinheiro que entra na cooperativa
permanece no município. Os recursos investidos retornam aos agricultores na forma
de crédito, fortalecendo o comércio local e trazendo progresso para as cidades onde a
Credialves atua.O trabalho busca mostrar a importância da análise de crédito para
conter os riscos da inadimplência com base em pesquisas bibliográfica. E ao final
podemos concluir que é possível implantar melhorias no método de análise de crédito
da cooperativa Credialves.

Palavras-Chave: Credialves; crédito; Análise.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................... Erro! Indicador não definido.


1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 10
1.2 Objetivos específicos...................................................................................... 10
1.3 Justificativa da realização do estudo .............................................................. 11
1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................. 12
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 14
2.1 Aspectos gerais da administração .................................................................. 14
2.2 História do cooperativismo ............................................................................. 15
2.3 Economia solidaria ......................................................................................... 18
2.4 Capacidade e habilidade de pagar...................................................................20
2.5 Evolução histórica e conceituação de análise de crédito.................................21
2.5.1 Conceituação de análise de crédito.................................................................22
2.5.2 Objetivo da análise de concessão de crédito...................................................23
2.5.3 Técnicas de análise de crédito.........................................................................23
2.5.4 Técnicas subjetivas de análise de crédito........................................................24
2.5.5 Técnicas objetivas de análise de crédito..........................................................25
2.6 Principais linhas de crédito a pessoas físicas..................................................26
2.6.1 Linhas de crédito rotativas................................................................................27
2.6.2 Linha de crédito pontuais..................................................................................27
2.7 Risco e garantias..............................................................................................29
2.7.1 Classificação de risco de crédito......................................................................30
2.7.2 Garantias...........................................................................................................31
2.7.3 Garantias pessoais...........................................................................................32
2.7.4 Garantias reais..................................................................................................33
2.8 Recuperação de crédito....................................................................................34
3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ......................................................... 36
3.1 Histórico ......................................................................................................... 36
3.2 Organograma ................................................................................................. 38
3.3 Servisos oferecidos aos cooperados da credialves ........................................ 41
4 RESULTADOS DA PESQUISA.......................................................................... 43
4.1 Principais linhas de crédito da Credialves ...................................................... 44
4.2 Processos de análise de crédito na cooperativa Credialves .......................... 63
5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO ........................................................... 65
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68
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1 INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais remotos o homem busca se organizar em grupos com


os objetivos e propósitos comuns que venham facilitar sua vida em sociedade. Esses
agrupamentos deram origem às organizações em geral, particularmente a partir da
Revolução Industrial passaram a sofrer um crescimento desordenado tornando-se
mais complexas, dificultando administradores a realização de atividades, como
produção e comercialização.
A concessão de crédito das cooperativas é um importante instrumento para o
desenvolvimento econômico, sociedades cooperativas são sociedades de pessoas
constituídas para prestar serviço aos associados, cujo regime jurídico, atualmente e
instituído pela Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971.
A análise de crédito feita nas instituições financeiras tem papel crucial para sua
sobrevivência, visto que, uma vez que o crédito é concedido e não retorna à
concedente compromete a renda de várias outras operações. São os empréstimos
problemáticos que afetam consideravelmente a liquidez das instituições financeiras,
podendo dessa forma comprometer até mesmo o bom atendimento ao cliente. A
finalidade do crédito deve estar diretamente vinculada com a necessidade do cliente.
Por isso, é preciso conhecê-lo detalhadamente quanto a situação financeira e
patrimonial, para oferecer-lhe uma linha de crédito compatível com a sua capacidade
de pagamento.
A entidade onde foi realizado o estudo é uma empresa do terceiro setor,
conhecida como CREDIALVES a Cooperativa de Crédito Com Interação Solidaria
Credialves Luis Alves. A Credialves atua como cooperativa de crédito, e vem sofrendo
alguns problemas na recuperação de ativo de crédito, os sintomas podem ser
observados no aumento da provisão e da inadimplência.
O estudo busca fazer um estudo das atuais análises para a concessão de
crédito praticadas na cooperativa, e compará-las com métodos de análises
recomendado pela literatura, buscando evidenciar falhas e propor formas mais
seguras de análise que possam diminuir o índice de inadimplência da cooperativa.
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1.1 Objetivo geral

Analisar o processo de análise e concessão do crédito na CREDIALVES, de


modo a propor melhorias no referido processo contribuindo para a eficiência e eficácia
da cooperativa. Segundo Santos (2000, p.15) “crédito refere-se à troca de um valor
presente por uma promessa de reembolso futuro, não necessariamente certa”.
A cooperativa de crédito rural com interação solidária, CREDIALVES é uma
instituição que promove intermediação financeira, porém com características
democráticas que enfatizam desenvolvimento social da parcela mais pobre da
população. Presta serviços à classe rural, tendo um relacionamento direto com seus
associados.
Busca aprimoramento constante em sua atuação, visto que a agricultura é hoje,
a atividade que mais se destaca nessa região e está sempre a mercê de novos
preços em cada safra.

1.2 Objetivos específicos

De acordo com Roesch (2009, p. 97) “Os objetivos específicos operacionalizam –


especificam o modo como se pretende atingir um objetivo geral”. A idéia é melhorar a
efetividade da análise de crédito identificando eventuais falhas no processo de
análise.

• Conhecer evolução histórica e a conceituação de análise de crédito.


• Relacionar o risco de crédito e garantias na concessão de crédito.
• Apontar as principais linhas de crédito da Credialves.
• Estudar o processo de análise de crédito na cooperativa Credialves.
• Propor melhorias na concessão de crédito da cooperativa Credialves.
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1.3 Justificativa

Desde sua criação a Credialves Luís Alves, sempre buscou novas alternativas
de financiamento para o setor agrícola, visando sempre a melhoria nas propriedades
rurais. Sua preocupação é atender as necessidades dos agricultores, pois é quem
necessita de apoio e recursos financeiros para ampliar e melhorar suas propriedades.
Com seu crescimento rápido, logo se tornou uma cooperativa respeitável, e
hoje a Credialves, Luis Alves é a maior do sistema Credialves (Dados obtidos em
documentos fornecidos pela empresa). Procura cada vez mais oferecer novas linhas
de financiamentos diferenciados e específicos para a realidade de cada cooperado.
Para Ross (1995, p.582) “Os componentes da política de crédito de uma
empresa são os termos de venda, a análise de crédito e a política de cobrança.” E é
no componente análise de crédito que o trabalho busca identificar falha e propor
melhorias, com o intuito de evitar o crédito a possíveis inadimplentes.
A agricultura, maior renda do município ganha espaço e os agricultores
sentem-se mais seguros, tem agora apoio para o preparo da terra e plantio dos
produtos agrícola, pois com todas as linhas de financiamentos que a Credialves
oferece para o município, seus cooperados têm muitas opções de financiamentos
para investir em técnicas e aperfeiçoamento de sua produção agrícola.
E por essa razão devemos salientar a importância de uma análise criteriosa
para a concessão de crédito, visto que os produtores normalmente não são dotados
de muito estudo para que eles próprios possam estar definindo a própria capacidade
de endividamento. Outro ponto relevante é que, os agricultores para o pagamento de
algum crédito esta sempre a mercê de adversidades climáticas que podem influenciar
diretamente sua produção.
Como acadêmico busco um entendimento melhor sobre análise de crédito
através de um maior conhecimento da literatura disponível, normas regulamentadoras
e a situação atual da Cooperativa Credialves Luís Alves e o ambiente em que ela está
inserida.
12

1.4 Aspectos Metodológicos

O presente trabalho trata-se de uma avaliação formativa que segundo Roesch


(2009, p70) “Neste tipo de projeto, o propósito e melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou
processos”. O trabalho busca conhecer e identificar oportunidades de melhorias no
processo de análise de crédito, apresenta características tanto quantitativas quanto
qualitativa, refere – se a quantitativa quando utilizado relatórios que possam mensurar
resultados obtidos por meio de relatórios ou indicadores, segundo Roesch (2009,
p.149) “A própria existência de indicadores de desempenho organizacional já
demonstra o nível de preocupação da gerencia com a questão”. As características
qualitativas podem ser observadas de forma explícita na forma de avaliar
procedimentos de análise de crédito que apresentam um bom resultado e
procedimentos que devem ser revistos.

Na pesquisa de caráter qualitativo, o pesquisador ao encerrar sua coleta de


dados, se depara com uma quantidade imensa de notas de pesquisa ou de
depoimentos, que se materializam na forma de textos, os quais terá de
organizar para depois interpretar; (ROESCH, 2009, p.169).

Segundo os objetivos do trabalho, este pode ser classificado como pesquisa


exploratória, a pesquisa devera ser baseada em relatórios fornecidos na organização
e na literatura disponível sobre a problemática, segundo Roesch(2009, p171) “O
pesquisador forma uma versão teórica da realidade. Esta formulação teórica não
apenas pode ser usada para explicar a realidade, mas também prove um esquema de
referencia para a ação.
Foi realizado também um resgate documental de dados da empresa, que
possibilite visualizar um histórico para apresentar possíveis falhas na análise de
crédito.
Para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizado metodologia da pesquisa
bibliográfica, consulta de autores que abordam o tema por meio de livros da área.
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1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados

Para a coleta de dados foi usado a descrição das linhas de crédito, um dado
secundário extraído do manual de crédito de forma que possa ser criado um relatório
com as atuais formas de análise de crédito.
Outro item a ser considerado foi o levantamento do perfil dos cooperados
tomadores de empréstimo, um dado que pode ser extraído de forma secundaria já
que o sistema pode gerar relatórios para ajudar na criação do perfil dos tomadores de
empréstimo em forma de relatório descritivo.
Após já ter informações como linhas de crédito e perfil dos tomadores, foi
levantado as atuais formas de análise para concessão de crédito, um dado primário
que o acadêmico poderá extrair com a participação em reuniões juto ao comitê de
crédito, onde o acadêmico poderá construir um relatório que possa apontar os
procedimentos de análise de crédito.
Foi levantado também o perfil do dos inadimplentes, este dado pode ser
extraído do sistema operacional em forma de relatório e filtrado de forma que seja
identificados pontos em comum entre os inadimplentes. Para tornar mais claro os
pontos em comum entre os inadimplentes com utilização gráficos.
Com essas informações e com ajuda da bibliografia disponível foi possível
sugerir formas de análise para concessão de crédito de forma mais segura, com uma
probabilidade menor de apresentar inadimplência do tomador do empréstimo.
14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica que se apresenta, fornece subsídios teóricos a


pesquisa. Apresenta teorias e idéias sobre os aspectos da administração, a história
do cooperativismo e a economia solidaria.

2.1 Aspectos gerais da administração

A administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de


recursos a fim de alcançar objetivos. Segundo Chiavenato (1999, p. 31), "A palavra
administrar vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou
obediência)".
A administração é a ação de trabalhar com pessoas para realizar os objetivos
tanto da organização quanto de seus membros. Todas as atividades voltadas para a
produção ou para a prestação de serviços, devem ser planejadas, coordenadas,
dirigidas e controladas dentro das organizações. Isto pressupõe a existência de
papéis dentro da organização e de tipos de autoridade. (CHIAVENATO, 1999).
Para Chiavenato (1999, p.48), planejar é definir os objetivos e escolher
antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los.
Chiavenato (1999) considera direção a função administrativa que se refere às
relações interpessoais dos administradores em todos os níveis da organização e os
seus respectivos subordinados.
Ressalta-se que as empresas, de forma geral, são divididas em partes,
denominados setores, departamentos ou seções, a fim de poder praticar as funções.
Cada uma dessas partes tem características específicas em suas atividades, de cujas
principais trataremos a seguir:
A administração financeira procura maximizar os recursos financeiros da
empresa, gerindo-os de tal forma que se evitem custos inadequados, fluxo de caixa
inconveniente e perdas. Conforme Silva (2002) Este setor cuida de aumentar os
recursos financeiros da empresa para que ela tenha maior poder de compra (com
15

negociações mais vantajosas para a organização) ou poder de venda (com prazos e


preços melhores para o cliente ou consumidor).
Para Martins (2002), o desenvolvimento de vários modelos de Administração
Financeira, requer previamente o conhecimento básico de cálculo financeiro como um
instrumento de apoio ao processo empresarial de tomada de decisões.

2.2 História do cooperativismo

O movimento cooperativista nasceu em 28/10/1844, em Rochdale, uma cidade


da Inglaterra, com a criação da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, que iria
se transformar, em 1852, na Cooperativa de Rochdale, considerada, historicamente,
como a primeira cooperativa formal do mundo. (PINHO, 2004).
O empreendimento ocorreu conforme nos diz Pinho (2004) porque 28 tecelões
que trabalhavam em uma fábrica de algodão, que passava por sérias dificuldades
financeiras, encontraram a solução de se juntar para recuperar a empresa e promover
o seu sustento.
O dia 21 de outubro de 1844 ficou caracterizado como o marco do início do
cooperativismo, um movimento que vem se expandindo até e que está presente em
todos os continentes e na maior parte dos países do mundo.
No Brasil a primeira cooperativa foi fundada em 1891, na cidade de Limeira, no
interior do estado de São Paulo, denominada Associação Cooperativa dos
Empregados da Companhia Telefônica de Limeira. Segundo Ricciardi (2000, p.58), "a
idéia do cooperativismo veio da constatação de que a cooperação – fazer coisas junto
com outras pessoas - era a melhor maneira para encontrar soluções que
interessavam a determinado grupo de indivíduos".
O ser humano por si só procura uma forma de se associar a outro ser,
conjuntamente possibilitando o processo de desenvolvimento social, econômico e
cultural com os demais semelhantes.

É, portanto uma forma alternativa de pensar e realizar o trabalho e coordenar


a economia. A economia solidária utiliza o poder de articulação coletiva dos
indivíduos a partir de sua trajetória mais ou menos compartilhada; parte de
um referencial teórico e pratico longamente acumulado na histórias das
classes trabalhadoras; reconhece que sua força esta na participação e na
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comunicação; necessita estar integrada ao território e as redes de


informações; usa pressão coletiva para organizar apoio político e para
barganhar no mercado; e necessita ter a capacidade de articular potenciais
humanos e sociais como uma competente estratégia de transformação e
realização de seus objetivos. (VEIGA; FONSECA, 2002, p.18).

Embora o valor do trabalho em equipe seja muito difundido dentro das


organizações e o espírito de colaboração entre as pessoas seja incentivado, o
cooperativismo como organização não atingiu os níveis que os seus ideais
preconizam.
Considerando-se que se trata de uma idéia simples, em que as pessoas se
juntam para realizar objetivos, elas deveriam ser muito mais expressivas no cenário
econômico mundial
A cooperativa não é um sonho. Trata-se de uma empresa como outra qualquer,
na qual as pessoas se reúnem para produzir bens ou serviços com o propósito de
receber a retribuição monetária pelo seu trabalho. Pode-se dizer que o trabalho em
cooperação tende a resultar em uma economia humanizada, cujo valor maior está no
individuo, acima do capital, pois o resultado final da ação conjunta reverterá em
desenvolvimento integral daquele grupo humano.
Conforme assinala Cruz (2002, p. 49):

Cooperativismo é um sistema econômico social, autogerido em bases


democráticas, operacionalizando através de ajuda mútua, que se destina à
satisfação das necessidades econômicas e à promoção moral dos membros
a ele integrados.

Como a ideologia cooperativista precisa de um instrumento prático para


realizar-se, ela se materializa na cooperativa, que, conforme Cruz (2002, p. 49):

É uma associação autônoma de pessoas, que se reúne voluntariamente, para


satisfazer as suas aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais
comuns, por meio da formação de uma empresa de propriedade comum e
democrática gerida por todos.

Sabe-se que o planejamento de uma empresa depende de suas


características, decorrente dos seus participantes e dos seus objetivos. As
cooperativas são diferentes exatamente por se constituírem de um grupo de pessoas
para prestar serviços a si mesmo. Para Pinho (2004, p. 65), "planejar uma cooperativa
é buscar para os que formam as melhores alternativas possíveis, cujos resultados
sejam alcançados dentro do menor prazo e com a eficiência mais adequada".
17

As cooperativas de crédito são aquelas formadas com base na solidariedade


financeira e destinadas a promover poupança e podem de forma mais adequada,
financiar as necessidades de consumo ou empreendimento dos seus associados.
Logo após a criação da primeira cooperativa em 1844, na cidade inglesa de
Rochdale, teve-se indícios da primeira cooperativa de crédito. Segundo Pinho (2004),
três anos depois em 1847, Friedrich W. Raiffeisen, criou a primeira associação de
apoio para a população rural que, embora não fosse ainda um cooperativa, serviria de
modelo para futura atividade cooperativa. A primeira cooperativa fundada por ele no
ano de 1864 chamava-se: Associação de Caixas Rurais de Heddesdorf.
Cooperativas fundadas por Raiffeisen, tipicamente rurais tinham como destino
a financiar a produção rural, e umas das suas principais características eram a
responsabilidade ilimitada dos associados, a singularidade de votos dos sócios eram
independentemente do número de quotas partes, a área de atuação restrita, ausência
de capital e a não distribuição de sobras excedentes ou dividendos.
No Brasil a cooperativa criada com essa denominação, bastante popular nas
décadas de 40 a 60 tinha como principais características a não exigência de vinculo
para a associação, exceto algum limite geográfico (bairro, municípios...), cotas de
capital de pequeno valor, concessão de crédito de pequeno valor sem garantias reais,
não remuneradas dos dirigentes e responsabilidade limitada ao valor capital subscrito.
O sistema cooperativo de crédito no Brasil se encontrava estruturado em
Fevereiro de 2005 com dois bancos cooperativos, 4 confederações, uma federação,
39 cooperativas centrais, 1395 cooperativas singulares, somando mais de 2 milhões
de associados. Dentre as singulares, 35 eram de livre admissão de associados, 7
eram de empresários vinculados a entidades patronal e 14 eram de pequenos
empresários, microempresários e micro empreendedores. Das demais singulares, 599
empregados ou servidores de determinada entidade publica ou privada, 465 eram
crédito rural e 275 eram de profissionais de determinada área.
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2.3 Economia solidária

Conforme Singer e Souza (2003), economia solidária surge como modo de


produção e distribuição alternativo ao capitalismo, pelos que se encontram à margem
do mercado de trabalho. A economia solidária junta o principio da posse e do uso dos
meios de produção e distribuição (da produção simples de mercadorias) com o da
socialização destes meios só operáveis por grande número de pessoas, cooperando
entre si.
Ainda para Singer e Souza (2003, p.13):

O modo solidário de produção e distribuição parece, à primeira vista, um


híbrido entre o capitalismo e a pequena produção de mercadorias, mas, na
realidade, ele constitui uma síntese que supera ambos. [...] A cota básica do
capital de cada cooperador não é remunerada, somas adicionais
emprestadas à cooperativa proporcionam a menor taxa de juros do mercado.

Considera-se que a auto-gestão de uma empresa solidária é, ou deveria ser


totalmente diferente da gestão capitalista, em primeiro lugar porque os conflitos entre
interesses seccionais devem ser muito menores, e em segundo, porque podem ser
travados abertamente e resolvidos por negociações em que todos tomam parte.
Numa empresa solidária todas as informações relevantes estão disponíveis aos
interessados.
Segundo enfatiza Singer e Souza (2003), a economia solidária começou a
ressurgir, no Brasil de forma esparsa na década de 1980 e tomou impulso crescente a
partir da segunda metade dos anos 1990. Ela resulta de movimentos sociais que
reagem à crise de desemprego em massa, que teve seu inicio em 1981 e se agrava
com a abertura do mercado interno às importações, a partir de 1990.
Em 1991, tem inicio o apoio de assessores sindicais a operários que
conseguem se apossar da massa falida da empresa que antes os empregava,
formando uma cooperativa de produção, que retoma as operações e assim “salva” os
postos de trabalho até então ameaçados de fechamento. Três anos depois, diversas
empresas autogestionárias com esta origem fundam a Associação Nacional de
Trabalhadores em Empresas Autogestionárias e de Participação Acionária
(ANTEAG). (SINGER; SOUZA, 2003).
19

Segundo Singer e Souza (2003, p.27),

Economicamente, a situação de cooperativas e grupos de produção


associada é muito variada, desafiando generalizações, mesmo porque há
apenas levantamentos parciais em alguns estados. Mas duas tendências
podem ser apontadas como prováveis:
• A maioria das cooperativas sobrevive por anos, apesar da extrema
debilidade do que chamamos bases de sustentação;
• A maioria das cooperativas ainda depende muito do apoio das entidades
que as gestaram e continuam as acompanhando.

Em todos esses sentidos, é possível considerar a organização de


empreendimentos solidários o inicio de revoluções locais, que mudam o
relacionamento entre os cooperadores e destes com a família, vizinhos, autoridades
públicas, religiosas, intelectuais etc.

O caráter revolucionário da economia solidária abre-lhe a perspectiva de


superar a condição de mero paliativo contra o desemprego e a exclusão.
Para os que desconhecem este caráter, as cooperativas são meros
substitutos dos empregos com carteira assinada, que as recessões vêm
aniquilando. Se a retomada do crescimento fizer o número de empregos
formais voltar a crescer, os que têm este ponto de vista esperam que as
cooperativas deixem de ser necessárias e entrem num processo de
definhamento.(SINGER; SOUZA, 2003 p.28).

Trata-se de revoluções tanto no nível individual como no social. A cooperativa


passa a ser um modelo de organização democrática e igualitária.

2.4 Capacidade e habilidade de pagar

A capacidade de pagamento está diretamente relacionada ao risco de crédito,


segundo Santi Filho (1997,p.29) “Capacidade refere-se à competência empresarial do
cliente e constitui-se num dos aspectos mais difíceis de avaliação de risco.” Toda
concessão de crédito tem um certo risco relacionado que podem ser evidenciados por
fatores como:

• Aparecimento de apontamentos restritivo no mercado de


crédito;
• Deterioração de índice financeiro;
• Vencimentos de dividas de curto prazo descartadas das
realizações a curto prazo (capital de giro negativo); [...]
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• Descumprimento ou violação de clausulas contratuais;


• Pedido de prorrogação nos prazos de vencimento do
empréstimos ou outras obrigações (exemplo: impostos);
• Freqüentes saldos devedores em contas correntes;
• Constantes renovações de principal e encargos; [...]
• Aceitação de taxas ou condições contratuais diferente das
habituais;
• Significativa variação entre projeção e dados reais;
• Diminuição nas vendas e nos pedidos;
• Redução dos padrões de créditos para aumentar as vendas;
• Vendas de ativos;(Santos, 2000 p.145).

Santi filho (1997) diz que a base para uma análise de crédito que possa
demonstrar a real capacidade e o relatório de visitas ou, mais propriamente, a
constatação in loco das condições do tomador.
Apesar de todos os subsídios técnicos para a análise de crédito não podemos
descartar a análise subjetiva, segundo Santos (2000,p.45) “As informações que são
necessárias dos tomadores são tradicionalmente conhecidas como “C’s do Crédito”:
Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições.
Outros fatores de risco que devem ser levados em consideração e a falta de
experiência e a incompetência.

A competência do proprietário, aliada a idade do negócio, representa uma


importante informação no processo de análise de crédito. Em estudos
desenvolvidos com esse fim, chegou a constatação de que a maioria das
insolvências ocorrem na faixa de três a seis anos da data de fundação. Um
estudo apresentado por Barrickman (1995) concluiu que 50% das empresas
americanas quebram nos primeiros cinco anos de atividade e que 80% das
empresas quebram nos primeiros dez anos. (SILVA, 1983 apud SANTOS,
2000).

Para uma boa análise de crédito, faz-se necessário alem do profundo


conhecimento do tomador, estar ciente dos fatores externos de riscos, segundo
Santos (2000, p.66) Entende-se por fatores externo de risco os eventos não
controláveis por uma empresa, os quais afetam o sistema econômico em sua
totalidade.
Dessa forma quanto mais eficaz for a forma de análise de crédito menor a
probabilidade de do quadro social da cooperativa apresentar inadimplência, porque
parte da responsabilidade da inadimplência também é da credora, já que com base na
análise ela poderia ter evitado a inadimplência não dando crédito a pessoas que
apresente capacidade de pagamento duvidosa.
21

2.5 Evolução histórica e conceituação de análise de crédito

Crédito é todo ato de disposição de alguém de ceder temporariamente parte do


seu patrimônio, a um terceiro, com o intuito de que esta prcela volte a sua posse
integralmente, após decorrido o tempo estipulado.(SCHRICKEL 1997).
A história do crédito está diretamente ligada a evolução dos povos, e à criação
da moeda como instrumento de trocas, Lopes-Rosset (1983, apud SILVA 2003)
afirma que, basta lembrar rapidamente a evolução inicial das trocas entre produtos
até a troca pelas moedas em ouro ou outros metais nobres. O crédito foi, em seu
primeiro estágio, utilizado até mesmo como forma minimizadora de riscos, quando se
evitava a transferência física de moeda obtida na troca por mercadorias.
Com o aumento dos negócios entre a população mundial, grande quantidade
de metais preciosos eram transferidos, principalmente, nos países da Europa,
desenvolvendo-se uma nova economia em que se acumulavam estoques de ouro
como base ou lastro de capital.
Como menciona Silva (2003, p. 66). Foi nos séculos XVI e XVII que os homens
de negócios criariam novos métodos. Neste período houve a criação notas
promissórias, não somente para facilitar as trocas, mas também para minimizar os
riscos decorrentes de grandes transferências de metais preciosos. A crescente
expansão das atividades comerciais e industriais nos períodos mais recentes tem
criado a necessidade de desenvolvimento de novas especializações de crédito.
A utilização do crédito tem-se tornado cada vez mais importante quando
considerada a necessidade de consumo em massa, (SILVA, 2003, p. 66) destaca
ainda o período de prosperidade dado o maior consumo de bens duráveis, de
produção ou de capital e serviços. Com o aumento das facilidades de acesso a bens
e serviços por grande parcela da população, a atuação de bancos, financeiras e
cooperativas passaram a ser fundamental para o pleno desenvolvimento do acesso
ao crédito. Assim, a organização de um sistema de crédito constitui elemento vital ao
desenvolvimento de qualquer nação, figurando como a ligação entre a produção e o
consumo.
22

2.5.1 Conceituação de análise de crédito

Para conceituar análise de crédito, e estabelecer objetivos para este sistema, é


indispensável conhecer a definição de crédito, que pode ser entendido como à troca
de um valor presente por uma promessa de reembolso futuro, não necessariamente
certo, em virtude do fator risco (SANTOS, 2000, p. 15). Schrickel (1997)
complementa: Pelo fato de esta cessão patrimonial envolver expectativas quanto ao
recebimento da parte cedida, é imprescindível reconhecer que a qualquer crédito esta
associado a noção de risco. Assim, pode-se perceber duas características
fundamentais no conceito de crédito, confiança, expressa na promessa de pagamento
e tempo, que é o período fixado entre a concessão e a liquidação da dívida. O crédito
atende a múltiplas necessidades econômicas e pode estar presente em todo tipo de
atividade, financiamento às pessoas físicas, como a compra de bens imóveis,
veículos, máquinas e equipamentos, reforma de imóveis, gastos com saúde,
educação e lazer e financiamento às empresas, tais como a compra de matéria-prima,
compra de máquinas e equipamentos, ampliação de fábricas, financiamentos aos
clientes.
A análise de crédito é uma das ferramentas indispensáveis para uma boa
decisão de crédito. “A análise de crédito consiste em um estudo da situação global de
um devedor em perspectiva, visando a elaboração de um parecer que retrate, de
forma clara e objetiva, o desempenho econômico-financeiro do mesmo” (BLATT, 1999
apud SILVA, 2003). No entanto, deve-se ficar atento para o fato de ser difícil
mensurar a confiança e o risco de crédito, o credor deve ter subsídios para traduzir o
risco em valores numéricos, podendo dividir o crédito em linhas de crédito, o risco
pode ser traduzido em valores, porém a confiança por ser um conceito subjetivo, não,
portanto, sempre sujeito a interpretação pessoal do analista. A análise de crédito
envolve a habilidade de construir uma decisão de crédito, dentro de um cenário de
incertezas e constantes mutações e informações incompletas. Esta habilidade
depende da capacidade de analisar situações. Schickel (1995 apud SILVA 2003).
Portanto, a análise de crédito consiste em atribuir valores à um conjunto de
fatores que permitam a emissão de um parecer sobre determinada operação de
crédito.
23

2.5.2 Objetivos da análise de concessão de crédito

Inicialmente tem-se a observação de Santos (2000), ressaltando que o objetivo


do processo de análise de crédito é o de averiguar a compatibilidade do crédito
solicitado com a capacidade financeira do cliente. A análise de crédito é decisiva para
a atividade financeira, ao possibilitar a redução do risco de crédito, após a
identificação dos pontos fortes e pontos fracos de clientes. O objetivo da análise de
crédito é o de identificar os riscos nas situações de empréstimo, evidenciar
conclusões quanto à capacidade de pagamento do tomador e fazer recomendações
relativas à melhor estruturação e tipo de empréstimo a conceder. Schrickei (1995
apud SILVA 2003) Importante destacar que diante da concessão de um crédito,
existem duas etapas a percorrer, análise retrospectiva, que objetiva principalmente a
avaliação do desempenho histórico do potencial tomador com relação à empréstimos
obtidos anteriormente, análise de tendências, que tem como foco principal a
efetivação de uma projeção da condição financeira futura do tomador, isto é, que o
empréstimo concedido esteja compatível com o fluxo de caixa futuro.
Dentre os objetivos da análise de concessão de crédito, uma das principais
preocupações é a determinação do risco de inadimplência do empréstimo concedido.
Wesley (1993 apud SANTOS, 2000), aborda o assunto destacando dois principais
fatores que tendem a ser determinantes dos riscos de inadimplência, a fraca
qualidade no processo de análise de crédito e o agravamento da situação econômica
que pode resultar na escassez de tomadores saudáveis que são os tomadores com
grande capacidade de pagamento.

2.5.3 Técnicas de Análise de Crédito

Os bancos, de maneira geral, apelam a duas técnicas de análise de crédito


para avaliar pessoas físicas em suas demandas por empréstimos, quais sejam:
Técnica subjetiva; que envolve decisões individuais baseadas na experiência
do analista, disponibilidade de informações e sensibilidade do decisor;
24

Técnica objetiva; que é um instrumento estatístico desenvolvido para que o


analista avalie, via sistema informatizado, a probabilidade de que um determinado
tomador venha tornar-se inadimplente (SANTOS, 2000).

2.5.4 Técnica subjetiva de análise de crédito

Na técnica subjetiva, também conhecida como “análise tradicional” de crédito,


aplicada a pleitos de crédito por pessoas físicas e que objetiva avaliar o risco do
negócio, o analista concessor utiliza como referencial um conjunto de fatores
denominados de “C's do Crédito” que são cinco palavras que se iniciam com a letra
C (ver SCHRICKEL, 1995):
Caráter; refere-se à intenção, a determinação, a vontade que o tomador tem
em honrar uma operação. É o elemento básico para a decisão e concessão do crédito
e é um dos critérios mais difíceis de serem analisados. Nesta fase busca-se avaliar,
através de comportamentos/posturas evidenciados na vida pessoal e/ou profissional,
a imagem que o cliente desfruta junto às pessoas com as quais convive e/ou negocia.
A perspectiva é de que o comportamento pessoal se repita na administração do
crédito. A busca de informações em empresas especializadas e contatos com outras
instituições credoras, constituem-se importantes fontes de informações externas que
contribuem fortemente com informações sobre a idoneidade do postulante ao crédito;
Capacidade; pode ser definido como a capacidade de pagamento de um cliente
de honrar suas dívidas e obrigações, bem como a habilidade e/ou a competência de
administrar seu patrimônio. Compreende a avaliação quantitativa do negócio, com
vistas a analisar o grau de risco da operação de crédito, sob o ponto de vista
econômico- financeiro do cliente. Este "C" deve fornecer informações que possibilitem
avaliar a necessidade do crédito e se as receitas e despesas permitem o cumprimento
das obrigações assumidas. Busca-se informações quanto à habilidade do cliente na
sua capacidade de geração de receitas para fazer frente ao encargo assumido;
Capital; fator importantíssimo em um análise de crédito, pois refere-se a
situação econômica, financeira e patrimonial do cliente. Analisa-se sua fonte de
recursos e bens que podem ser utilizados para honrar suas dívidas. Para este “C”, a
principal fonte de
25

informações é a declaração do imposto de renda;


Colateral; são as garantias, ou seja, é uma segurança adicional à operação de
crédito dada pelo tomador para aumentar o grau de segurança do negócio e muitas
vezes para fortalecer algum dos outros fatores da análise. Contudo, não é salutar
utilizar garantias para fortalecer uma proposta de um tomador que apresente
restrições em relação seu caráter e possua uma capacidade de pagamento inferior a
desejada pelo credor. Este “C” está associado com a análise de riqueza patrimonial e
contribuirá para um maior comprometimento do cliente para honrar com os
compromissos assumidos;
Condições; na análise de crédito são os fatores externos e macroeconômicos,
que, muitas vezes imprevisíveis, não são controláveis pelo cliente. Mudanças no
ambiente macroeconômico podem afetar positivamente ou negativamente a situação
em que se encontra. Busca-se analisar o impacto destes fatores sobre a fonte de
recursos do cliente, procurando identificar e medir como isso influenciará no retorno
do negócio efetuado.

2.5.5 Técnica Objetiva de análise de crédito

A análise objetiva busca apoiar-se nas metodologias estatísticas, com a


finalidade de apurar resultados matemáticos que atestem a capacidade de pagamento
dos tomadores. Essa análise está sustentada em pontuações estatísticas de riscos, a
pontuação de crédito é um instrumento estatístico desenvolvido para que o analista
avalie a possibilidade de que determinado cliente venha a tornar-se inadimplente no
futuro. Dentre as técnicas objetivas de gestão do risco de crédito, destacamos o credit
scoring.
O Credit Scoring, permite prever o risco de um potencial cliente atrasar as
prestações ou não pagar um empréstimo. Este sistema é utilizado desde o século
passado, tendo sido inicialmente aplicado pelas companhias seguradoras dos
Estados Unidos. Há bastante tempo o sistema é utilizado no Brasil por financeiras,
bancos e empresas de cartão de crédito, na avaliação de crédito, com base nos
quesitos ponderados e toda e qualquer outra variável que a instituição criar e julgar
relevante.
26

Esse sistema utiliza técnicas matemáticas e estatísticas para tratar um conjunto


de informações e fornecer uma pontuação a o candidato ao crédito. Pela ponderação
de diversos fatores (idade, profissão, renda, atividade profissional, patrimônio, tipo de
residência, CEP, histórico de crédito, hábitos de consumo etc.), o sistema classifica as
pessoas físicas em duas categorias principais: As que, potencialmente têm condições
para honrar o empréstimo concedido e as que, potencialmente, não têm condição.
Uma outra técnica objetiva, também muito utilizada em bancos, é o Risk
Rating, que significa “classificação de risco”, e que é basicamente uma técnica que
avalia uma série de fatores, atribuindo nota a cada quesito e uma nota final. Com
base na nota final é atribuído um Risk Rating.

2.6 Principais linhas de crédito a pessoas físicas

Como uma das finalidades do crédito é atender as necessidades do tomador,


os bancos procuram adaptar-se a estes perfis, e lançam seus produtos de créditos
alinhados ao que o mercado procura. Assim, as linhas de crédito podem atender a
três necessidades básicas (SANTOS, 2000):
Empréstimos emergenciais, destinados basicamente ao atendimento de
necessidades imediatas do cliente, principalmente em situações de desequilíbrios
orçamentários. Estes créditos são de curtíssimo prazo na maior parte inferior a um
mês, sendo amortizado em data concentrada no vencimento; Financiamentos de
compras, são linhas de crédito que permitem ao cliente, principalmente, a atender
suas necessidade de aquisição de produtos e serviços para consumo e bem estar.
São operações de curto prazo na maior parte inferior a doze meses, sendo que a
amortização é efetuada mensalmente, ou com data concentrada na data de
vencimento; Investimentos, são operações de maior valor, que permitem ao cliente
adquirir bens ou mesmo para o desenvolvimento de suas atividades profissionais.
Estas linhas, geralmente são longo prazo superior a doze meses, com amortização
parcelada.
27

2.6.1 Linhas de créditos rotativas

Dentre os produtos de créditos bancários, os créditos rotativos, são linhas que


permanecem a disposição do cliente, mediante prévia aprovação dos valores, prazos
e garantias. Neste tipo de modalidade de crédito, o cliente poderá utilizá- lo quantas
vezes assim desejar. A seguir são destacadas as principais linhas de crédito rotativas:
Cheque especial: fica estabelecido um “limite” onde o cliente poderá utilizá-lo
sem qualquer comunicação prévia ao banco concessor. Esta modalidade funciona
como uma “cobertura” da conta corrente quando o saldo não for suficiente para os
débitos existentes. Sua liquidação dar-se-á pelo depósito na conta corrente pelo total
utilizado do limite concedido.
Cartão de crédito: É a modalidade que permite, através de um cartão
fornecido ao cliente, sua utilização até o limite de crédito estabelecido. Funciona sem
qualquer comunicação prévia ao concessor e sua utilidade está em permitir realizar
operações de saques e compras de bens e serviços.

2.6.2 Linhas de créditos pontuais

São linhas de créditos bancários que se destinam a financiar necessidades de


crédito previamente definidas com relação a finalidade, valor, prazo e garantia
(SANTOS, 2000). Este tipo de concessão de crédito caracteriza-se pela não
repetitividade deve ser solicitado um novo crédito quando for o caso, ao contrário dos
créditos rotativos anteriormente definidos. A seguir são destacadas as principais
linhas de crédito pontuais:

Contrato de crédito: É o chamado “empréstimo pessoal”. Modalidade de


crédito onde o banco concessor tem o conhecimento prévio do direcionamento dos
recursos tomados. Sua liquidação dar-se pela amortização do contrato em parcelas
mensais através de débito em conta corrente.
28

Crédito imobiliário: Trata-se da modalidade de financiamento destinada a


aquisição, construção, reforma/ampliação de imóvel. São créditos que têm um perfil
de longo prazo geralmente superior a cinco anos. Sua liquidação dar-se pela
amortização do contrato em parcelas mensais através de débito em conta corrente ou
documento de arrecadação chamado de Boleto Bancário previamente enviado ao
cliente.

Crédito direto ao consumidor (CDC): É a modalidade de crédito, que


mediante a prévia aprovação de um contrato “mãe”, dá a oportunidade ao cliente de
efetuar quantos contratos desejar via terminais bancários sem a presença do gerente,
até um limite pré-estabelecido. Diferentemente do Crédito Rotativo, aqui, para cada
operação realizada, configura-se um novo contrato. A liquidação do contrato ou
contratos, dar-se pela sua amortização em parcelas mensais através de débito em
conta corrente.

Leasing: Trata-se de uma operação de arrendamento ou aluguel, objetivando a


aquisição de um bem móvel, geralmente automóvel e que ao final do contrato o
cliente arrendatário poderá optar por: comprar o bem pelo valor residual; ou devolver
o bem à arrendadora. A liquidação da operação, dar-se pela sua amortização em
parcelas mensais.

Crédito rural: Trata-se de uma linha de crédito que tem como objetivo
estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas
cooperativas, favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a
comercialização de produtos agropecuários, fortalecer o setor rural, incentivar a
introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de
produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada
utilização dos recursos naturais, propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e
regularização de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e
trabalhadores rurais; desenvolver atividades florestais e pesqueiras, estimular a
geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura familiar. A liquidação
da operação, dar-se em sua maioria por amortização parcial ou total anual. (BANCO
CENTRAL DO BRASIL, 2010).
29

2.7 Riscos e Garantias

Risco é algo que está ligado ao futuro, ou seja, só existe risco em decisões que
ainda vamos tomar, nas decisões já tomadas, o risco virou histórico (SCHRICKEL,
1995 apud SILVA 2003). Borges et al., (2001) salientam que o risco é constituído pela
ocorrência de qualquer fato adverso para uma dada situação esperada. Salientam,
também, que no ambiente mais específico da concessão de crédito, o risco se
caracteriza pela ocorrência de perdas por inadimplência com relação a uma situação
esperada, que é o retorno integral dos créditos.
Destacam, também, a importância da diferenciação entre risco e incerteza:
Risco deve ser diferenciado de incerteza, embora ambos os termos definam possíveis
eventos que possam ocorrer no futuro, em função de o primeiro referir-se a fatos
recorrentes ou repetitivos, o que permite a sua medição com base em uma
distribuição de probabilidades e, em decorrência, a sua estimação com razoável grau
de precisão. A incerteza, pelo contrário, tem uma incidência aleatória por envolver
fatos não recorrentes, o que impede a mensuração da probabilidade de sua
ocorrência, ou pelo menos a sua estimação com utilidade para tomada de decisão.
(BORGES et al., 2001, p. 02)
A importância destas definições, está intimamente relacionada com a definição
das garantias mais adequadas e que devem ser utilizadas para proteção contratual.
Bernstein (2000 apud BORGES, 2001) comenta sobre a avaliação do risco de crédito
realizados por bancos: “compreende o levantamento de riscos associados a
concessão de crédito e, à luz de sua política de crédito, ao fato de assumi-los ou não,
pois o risco é uma opção, e não um destino”. Fica evidente a importância de uma
classificação de riscos de crédito, objetivando uma melhor distinção entre as diversas
possibilidades de situações em que um gerente concessor pode se defrontar em sua
atividade.
30

2.7.1 Classificação de riscos de crédito

Classificação de risco de crédito segundo Roetz (2000 apud SILVA 2003).


Perfeito: empréstimos sem garantia de tomadores de crédito, porém de alta
qualidade e solidez financeira. Programa de pagamento definido e histórico de crédito
superior.
Excelente: empréstimos não garantidos com excelente qualidade de crédito e
solidez financeira. Programa de pagamento definido e real, conforme acordo.
Satisfatório: empréstimos não segurados a tomadores com qualidade
satisfatória de crédito, pagando conforme contratado.
Considerável por Méritos: empréstimos sendo pagos conforme contratado,
porém fora dos padrões. Apresenta sinais de debilidade, falta de informação, valor
com garantia questionável. Pode incluir um tomador individual fraco com um forte
avalista. São empréstimos de fácil resgate, mas carecem de um contrato de
pagamento aceitável.
Registro Especial : empréstimos com bom desempenho atual, mas
potencialmente fraco, incluindo tendências adversas nas operações do tomador e em
sua solidez financeira.
Abaixo do padrão: empréstimos protegidos inadequadamente pela
capacidade de pagamento ou garantia. É provável haver alguma perda se as falhas
não forem corrigidas.
Duvidoso: Falhas tornam improvável o recebimento total, mas há fatores
razoáveis suficientes para adiar a condição da perda.
Prejudicial : a duração como um ativo bancário não é garantida, contudo, isso
não impede futuras tentativas de recuperação parcial.
Blatt, (1999 apud SILVA 2003) estabelece os vários fatores de riscos de crédito
que devem ser observados com vistas a diminuição da probabilidade de que o
tomador venha tornar-se inadimplente, riscos inerentes a atividade profissionais
(empregados) ligados a empresas que passam por dificuldades ou até mesmo
profissionais liberais (autônomos) ligados a setores econômicos que manifestam
sinais de deterioração ou profissões, que com o avanço tecnológico, passem a
representar riscos relacionados permanência do profissional no mercado. Riscos
inerentes ao nível de endividamento manifesta-se quando o tomador busca recursos
31

novos para quitar compromissos financeiros assumidos anteriormente, riscos


inerentes a competição principalmente sócios ou proprietários de empresas em
momentos de disputa por maiores parcelas de mercado.

2.7.2 Garantias

Em uma operação de crédito, as garantias tem como objetivo dar segurança a


concessão e devem ser examinadas em conjunto com outras informações
necessárias ao bom desempenho da operação. Em seu aspecto de risco, a garantia é
definida “como a vinculação de um bem ou de uma responsabilidade conversível em
numerários que assegure a liquidez de empréstimo” (SANTOS, 2000, p. 33). Salienta
ainda, este autor, que a finalidade básica da garantia é evitar que situações
imprevisíveis, ocorridas após o ato da concessão, inviabilizem a integral liquidação do
empréstimo.
Blatt (1999 apud SILVA 2003) estabelece que a mais eficaz garantia é a
análise de crédito conduzida de maneira adequada, com forte ênfase na capacidade
de pagamento do devedor. Salienta, porém, que além do componente técnico na
análise, existe o fator subjetivo, e que desta maneira sempre é razoável proteção
adicional através de garantias vinculadas.
As garantias normalmente exigidas são as pessoais ou reais. Importante
salientar que os avalistas e fiadores devem receber a mesma atenção da análise
creditícia que o proponente, pois caso o cliente não honre seus compromissos, o
avalista ou fiador terá que fazê- lo, portanto é necessário que ele tenha condições
econômicas e financeiras para isto. Da mesma forma, quando o aval ou fiança for
dado por pessoa jurídica, necessária de faz a verificação se no contrato ou estatuto
social da empresa existe ésta possibilidade expressa, pois caso não haja, o aval ou a
fiança não terá validade jurídica. Quando da análise de crédito, o gerente concessor
deve ter em mente e considerar que nenhum empréstimo deve ser concedido
exclusivamente em função das garantias, por melhor que seja. Ao contrário, ele deve
ter a convicção de que a operação foi bem concedida e está baseada na capacidade
de pagamento do tomador, e que, portanto a garantia não vai ser utilizada.
32

Assim, entende-se que a decisão de conceder crédito deve ser baseada na


capacidade de reembolso do cliente e não sobre as garantias concedidas.

2.7.3 Garantias pessoais

As garantias pessoais são garantias nas quais as pessoas físicas ou jurídicas


assumem, como avalistas ou fiadores, a obrigação de honrar os compromissos
referentes a operação de crédito, são elas (SANTOS, 2000):
Aval - é a promessa que alguém faz de cumprir obrigação de terceiros
realizada através de um título de crédito, se o obrigado não vier a cumprir. O avalista
é quem concede o aval, sendo que o avalizado é a pessoa que recebe o aval.
Importante destacar que não existe aval em contrato, somente em títulos de crédito.
Sendo o aval uma garantia pessoal, deve ser aceita, como já frisado anteriormente,
desde que se possa constatar sua capacidade econômica e financeira e sua
idoneidade moral, além de capacidade jurídica, pois o avalista responde pelo título
como um todo. No caso de operação garantida por aval é importante observar que,
quando prestado por pessoas casadas compromete o patrimônio do casal até o limite
da meação do cônjuge, que é a metade do patrimônio do casal, portanto é
recomendável que se tome também o aval do cônjuge;
Fiança - é uma garantia cujo fiador, seja pessoa física ou pessoa jurídica, se
constitui como principal responsável pelo pagamento das obrigações assumidas pelo
afiançado, pessoa física ou pessoa jurídica, caso esta não cumpra as obrigações
contratadas. À semelhança do aval, na fiança prestada por pessoa física, é importante
a outorga uxória, isto é, a assinatura do cônjuge do contratante, a fim de coobrigar a
responsabilidade pelo contrato. A fiança é uma garantia contratual e não cambial, o
que significa que é uma garantia sempre dada em contratos.
33

2.7.4 Garantias reais

As garantias reais, são bens ou direitos de recebimentos dados em garantia de


obrigações relativas à operações de crédito, conforme a seguir (SANTOS, 2000):
Alienação fiduciária; é o contrato no qual o devedor transfere ao credor a propriedade
de bens móveis para garantir pagamento de dívida com a condição de tornar a ter a
propriedade do bem, quando liquidar a dívida. A principal característica desse tipo de
garantia, é que a instituição financeira passa a ter o domínio e a posse indireta do
bem alienado fiduciariamente, enquanto que o cliente mantém a posse direta, porém
não podendo se desfazer do bem. Cabe destacar para o fato que existem bens que
necessitam de algum tipo de registro em órgão, cartório, etc. No caso de veículos
automotores, a alienação deve constar na documentação do veículo e a informação
deve ser prestada ao órgão de trânsito competente. Para outros tipos de bem, como
máquinas e equipamentos, deverá constar no original da nota fiscal ou recibo de
compra e venda a expressão: "Bem alienado fiduciariamente ao Banco". Uma
segurança maior em relação a esta garantia pode ser obtida se o bem estiver
segurado;
Caução; depósito de títulos ou valores efetuados para o credor, visando
garantir o cumprimento de obrigação assumida, é essencial que haja a entrega dos
títulos para caracterizar este tipo de garantia. Os direitos cedidos podem ser: penhor,
hipoteca, depósito em dinheiro, valores e títulos;
Hipoteca; garantia baseada no direito real sobre bens imóveis, embarcações ou
aeronaves, de forma a assegurar o pagamento da dívida, sem que exista a
transferência da posse do bem ao credor. É uma garantia normalmente utilizada para
operações de longo prazo, tendo como objetivo dar segurança ao banco ao ter bens
imóveis garantindo a operação de crédito. Importante destacar o cuidado com a
formalização desta garantia, pois sua característica principal é estar registrada em
cartório de registro de imóveis, em primeiro grau e sem concorrência de terceiros,
pois se não houver o registro, não existe a hipoteca. Após a liquidação da dívida, a
hipoteca será liberada e deve ocorrer o cancelamento junto ao cartório. Cabe
considerar a liquidez do bem recebido em hipoteca, pois em caso de inadimplência e
no caso da venda desta garantia, este bem somente atrairá interessados se
apresentar valor econômico. Assim, o valor do bem deve ser compatível com o risco
34

assumido, principal somado aos encargos, que ele garante hipotecariamente, durante
o período integral da operação.

2.8 Recuperação de Crédito

A atividade de concessão de crédito sempre estará exposta ao risco de


inadimplência dos tomadores (SANTOS, 2000). Uma forma de minimizar esta
exposição é o monitoramento contínuo das operações realizadas. Porém, situações
imprevistas, podem ocorrer e, conseqüentemente, transformar o bom pagador num
tomador inadimplente. Para Santos (2000), existe uma série de fatores que auxiliam
na prevenção e redução da inadimplência que devem ser considerados na análise de
crédito:
• Surgimento de apontamentos restritivos no mercado de crédito;
• Deterioração da situação financeira;
• Descumprimento ou violação de cláusulas contratuais;
• Freqüentes saldos devedores em conta corrente;
• Constantes renovações de principal e encargos;
• Aceitação de taxas ou condições contratuais diferentes das habituais.

Medidas Preventivas; quando detectado pelo concessor que o tomador do


empréstimo esteja enfrentando dificuldades financeiras, esta situação deve ser
cuidadosamente examinada, e se for o caso, deve ser efetuada a renegociação da
divida. A renegociação deve ser realizada em condições mais favoráveis para que a
inadimplência não ocorra, para tanto, é essencial que a nova análise de crédito esteja
alinhada com a situação sócio-econômica real do cliente.
Processo de Cobrança; se após todos os esforços para evitar a inadimplência
não forem suficientes, é necessário que medidas urgentes sejam tomadas para
reversão do quadro. A seguir, são recomendados os seguintes procedimentos:
• Cartas – é o primeiro procedimento para reversão de empréstimos atrasados;
• Telefonemas – é o segundo procedimento utilizado, caso as cartas não surtam
os efeitos desejados;
35

• Visitas pessoais – este procedimento deverá ser efetuado quando não


causarconstrangimento ao clientes e quando é possível localizá- lo;
• Terceirização da cobrança – procedimento utilizado quando o volume de
créditos atrasados for muito grande, gerando dificuldades de cobrança
diretamente pelo banco;
• Protesto judicial e execução – este é o procedimento mais severo com
relação ao cliente devedor. Deve ser utilizado quando todos os esforços
anteriores não forem suficientes para reversão da situação.
36

3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A cooperativa CREDIALVES caracteriza-se por ter a associação autônoma de


pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer necessidades econômicas,
sociais e culturais comuns. É uma instituição que promove intermediação financeira,
porém com características democráticas que enfatizam desenvolvimento social da
parcela mais pobre da população. Presta serviços à classe rural, tendo um
relacionamento direto com seus associados.
Busca aprimoramento constante em sua atuação, visto que a agricultura é hoje,
a atividade que mais se destaca nessa região e está sempre a mercê de novos
preços em cada safra.

3.1 Histórico

A cooperativa foi criada e composta por agricultores familiares, sendo


fortalecidas por sindicatos, associações e outras formas de organização dos
agricultores. Funciona com uma diretoria eleita pelos seus associados, com estatuto e
regimento próprio.
É função da cooperativa: organizar os associados; efetuar um levantamento
socioeconômico da propriedade de cada um; buscar recursos dos próprios
associados e de outras fontes, além de fazer o atendimento na agencia e nos seus
postos de serviços.
A cooperativa é representada e dirigida pelos seguintes órgãos: assembléia
geral; pré-assembléias; conselho de administração; conselho fiscal.
O Conselho de Administração é responsável pelo gerenciamento da
cooperativa e a Comissão de Crédito, composta por delegados eleitos e designados
pelo Conselho de Administração, tem a finalidade de acompanhar, auxiliar no controle
e na boa aplicação dos créditos aos associados.
37

O Banco do Brasil atua com a CREDIALVES na forma de


parceiro/intermediário operacional, pois a cooperativa não podem fazer a
compensação de cheques e outros papeis.
Também atua como intermediário de recursos oficiais de crédito destinadas
aos programas PRONAF e PROGER (programa de geração de emprego e renda),
ambos exclusivamente para crédito de custeio e investimento agrícolas.
A Credialves foi constituída em 16 de fevereiro de 2001, por 25 cooperados
fundadores, tendo iniciado as suas atividades, efetivamente, em 9 de junho daquele
mesmo ano.
A idéia surgiu da necessidade de agricultores terem acesso ao crédito rural,
pois a realidade de crédito rural para os mesmos era muito difícil. Para os agricultores
que quisessem obter crédito específico para o meio rural na área de agricultura
familiar, precisavam procurar em municípios vizinhos a uma distância superior a 40
km.
A iniciativa da entidade coube à organização de um grupo de agricultores, ao
sindicato local, a Sra. Claudirene Costa Mittelmann e o Sr. Jacson José Hess, Nessa
organização nasceu a discussão de uma cooperativa de crédito rural.
Para consolidar a idéia, eles foram à cidade de Francisco Beltrão (PR),
conhecer a Central do Sistema Cresol. Entusiasmados com o resultado da visita,
convidaram outros interessados e implantaram a Cooperativa de Crédito Rural de
Luís Alves inicialmente com 25 cooperados.
No início de suas atividades a cooperativa dividia o espaço de operação com o
Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, situado à Rua Professor Simão Hess.
Isto ocorreu até junho de 2010 quando, com o crescimento dos negócios, houve a
necessidade de aquisição de uma sede própria, hoje localizada no bairro Vila do
Salto, à Rua José Kraish, 180 em prédio de Três andares e 580 m2.
Por ser uma cooperativa de crédito rural, a Credialves precisa estar vinculada
diretamente à agricultura. Seu quadro atual é composta por 65 funcionários. A
cooperativa tem estrutura própria de informática, buscando um diferencial no
atendimento personalizado e as facilidades e segurança em suas transações de uma
instituição financeira de ponta.
Podem se associar a Credialves todos os agricultores(as) familiares, maiores
de 18 anos emancipados, que desenvolvem suas atividades agropecuárias e/ou agro-
industriais, que residam na propriedade ou em vila/cidade próxima; que explorem sua
38

unidade produtiva com mão-de-obra familiar, podendo ter mão-de-obra contratada de


forma permanente e que atendam a, no mínimo, dois dos quatros critérios seguintes:
1) possua vínculo associativo local;
2) possua qualquer título de imóvel rural;
3) possua renda líquida agrícola
4) tenha vinculo com o cooperado, mesmo não sendo agricultor, ou seja, pais,
filhos e cônjuges, desde que residam na área de atuação da cooperativa.

3.1 Organograma

O organograma identifica, nas empresas, o seu formato de hierarquia. Na


Credialves ele está assim definido, conforme mostra a Figura 1:

Fonte: Manual operacional


39

Conforme registros em arquivos da cooperativa, dentro do organograma


definido na Figura 1, a Assembléia Geral é o órgão supremo da cooperativa.
Baseada nos limites legais e do Estatuto da empresa pode tomar toda e
qualquer decisão de interesse da sociedade e suas deliberações vinculam todos os
cooperados, mesmo os ausentes ou discordantes. A sua convocação, normalmente, é
feita pelo presidente da Cooperativa, que também dirige a reunião.
O AGO (assembléia geral ordinária) é realizada, obrigatoriamente, uma vez por
ano, no decorrer dos quatro primeiros meses após o término do exercício social.
Delibera, principalmente, sobre os seguintes assuntos: prestação de contas;
destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas; eleição dos membros dos
conselhos de Administração e Fiscal; fixação dos honorários, gratificações e cédulas
de presença dos conselheiros, além de quaisquer outros assuntos de interesse social,
desde que mencionados no Edital de Convocação.
O Presidente também pode convocar uma assembléia geral extraordinária
(AGE) (assembléia geral extraordinária) sempre que necessário, é possível deliberar
sobre qualquer assunto de interesse social, desde que mencionado no Edital de
Convocação.
O Conselho de Administração é formado por um presidente, um vice-
presidente, um secretário e quatro conselheiros, que, em conjunto, administram a
Cooperativa por um período de três anos. Por decisão estatutária, é obrigatória, ao
término de cada período de mandato, a renovação de, no mínimo, um terço de seus
componentes. É de sua competência a decisão sobre qualquer assunto de interesse
da Cooperativa e de seus cooperados nos termos da legislação, do Estatuto Social e
das determinações da AGO e, eventualmente, da AGE.
O Conselho Fiscal é um órgão independente da Administração da cooperativa,
que tem por dever fiscalizar, assídua e minuciosamente, as atividades e as operações
da Cooperativa, examinando livros e documentos, dentre outras atribuições. É
constituído por três membros efetivos e três suplentes, eleitos anualmente pela AGO,
sendo permitida a reeleição, como efetivo ou suplente, de apenas um terço dos
membros efetivos e um terço dos membros suplentes.
O Comitê de Crédito é formado por membros dos Conselhos de Administração
e Fiscal e por Agentes de Desenvolvimento de Crédito. Todos os empréstimos
concedidos com recursos próprios da Cooperativa devem ser aprovados por este
40

comitê, bem como todos os créditos de longo prazo (investimento) e custeios


agrícolas provenientes de repasses, via convênios com outros agentes financeiros.
Os Diretores Executivos Liberados podem ser: O presidente, o vice-presidente,
o secretário, ou outro membro eleito em assembléia para compor o Conselho de
Administração. Cabe ao Conselho de Administração aprovar a liberação dos diretores
executivos. Cabe ao Conselho de Administração elaborar um Planejamento anual
para a cooperativa.
O Coordenador geral é responsável por todo o setor operacional da
Cooperativa, na ausência do presidente ou do vice-presidente da cooperativa.
A contabilidade tem a função de conciliar as contas da Cooperativa e certificar
que os valores lançados condizem com a realidade da cooperativa. Elabora o
balancete mensal, com informações de gerenciais para análise da diretoria.
Apresentação de contas ao conselho fiscal. Coordenação do planejamento
estratégico. Implantação e acompanhamento do Orçamento da Cooperativa,
Alimentação das informações e acompanhamento de orçado X realizado.
Como órgão auxiliar da carteira de crédito, e como espaço de participação
democrática para o desenvolvimento local sustentável, uma Equipe de Carteira de
crédito, cuja constituição será referendada em reunião do Conselho de Administração
e registrado em livro ata. A equipe de carteira de crédito, além de estabelecer o elo da
Cooperativa com o cooperado.
Compete à tesouraria, guardar, reservar e enviar para o banco o dinheiro
movimentado durante o dia, controlar o saldo das contas da cooperativa e também o
fornecimento e liberação para os caixas.
O Coordenador de Carteira tem como função coordenar a liberação de
créditos, controlar o atendimento ao cliente, liberações de crédito com recurso próprio
após o aprovação do comitê de crédito, liberações de crédito com recursos do
governo, autorizar os desconto de cheques, abertura conta para novos sócios,
cadastrar solicitação de empréstimos com recursos próprios para levar a apreciação
do comitê e crédito, cadastrar novos sócios para levar a apreciação do comitê e
crédito, monitorar impressão de cheques e o cumprimento das exigências do comitê
de crédito.
O Coordenador de Caixas é responsável pela captura de cheques, conciliação
dos lançamentos de extrato para o sistema com a identificação de 100% dos
lançamentos, virar a rotina do Sistema, lançamentos de documentos, atendimento ao
41

cliente, pagamento de títulos, pagamento de gastos da cooperativa com interpretação


contábil pra que lance os documentos nas suas respectivas contas, pagamentos de
impostos e tributos com a devida análise contábil, se uma retenção ou se é uma
despesa, fechamento de caixa, auxilio ao sócio na máquina de extrato, conciliação do
extrato bancário, conciliação de Depósito on line.

3.2 Serviços oferecidos aos cooperados da Credialves

A Credialves oferece aos seus cooperados um atendimento personalizado e


ampla linha de produtos e serviços. Além disso, por não visar lucro, toda a
movimentação é revertida em benefício do cooperado.
A Cooperativa não cobra taxa de manutenção de conta corrente e propicia
crédito rápido, com juros inferiores aos praticados no mercado, em empréstimos e
cheque especial.
Visando atender às necessidades e expectativas dos cooperados, a Credialves
promove, a cada semestre, reuniões em várias localidades, para que os sócios
possam expressar sua opinião no que se refere à gestão da Cooperativa e à linha de
produtos e serviços oferecidos.
Conforme investigação documental de dados fornecidos pela empresa as
vantagens que a Credialves oferece a seus associados trazendo contribuições para o
desenvolvimento do Município de Luis Alves e região apresenta-se a seguir:
Conta Corrente, Talão de Cheques e Cheque Especial: A fixação dos limites
individuais para cheque especial tem como base a participação do Cooperado na
Cooperativa, ou seja, a média de depósitos em conta corrente e o seu capital social
integralizado. A participação no capital da Cooperativa se dá por cotas de capital. Ao
ingressar na Cooperativa, o Cooperado se obriga a subscrever, no mínimo 200 cotas
de R$ 1,00 cada uma que pode ser aumentado de acordo com o interesse do
cooperado.
Empréstimos, Descontos de Cheques, Adiantamento a Depositantes,
Antecipação de Produção e Repasses de Recursos de Instituições Financeiras: Para
a consecução de seu objetivo social, propiciar efetiva assistência financeira aos
cooperados, a Cooperativa possibilita as diversas operações mencionadas,
42

rigorosamente dentro dos preceitos regulamentares baixados pelas autoridades


monetárias. A entidade também capta recursos junto às instituições de crédito oficiais
e particulares, por meio do sistema de repasse e refinanciamento a fim de permitir
outras linhas de financiamento aos seus associados.
Aplicação, Poupança e Capitalização: A Credialves oferece varias opções
aos cooperados que desejam investir com segurança e ter uma rentabilidade superior
às aplicações oferecidas no mercado financeiro. Alem disso, periodicamente promove
campanhas de captação, onde os cooperados concorrem a diversos prêmios.
Recursos Oficiais e de Instituições Privadas Pronaf e Proger: O Pronaf tem
como objetivo viabilizar a produção, a industrialização e a comercialização de
produtos gerados na agricultura familiar, bem como a implantação, ampliação,
modernização e racionalização da infra-estrutura produtiva e social no meio rural.
Trata-se de um programa de apoio ao desenvolvimento rural, a partir do
fortalecimento da agricultura familiar, como segmento gerador de postos de trabalho e
de renda, ao qual a Credialves está agregada.
O Proger tem a finalidade de permitir o acesso ao crédito para quem tem
espírito empreendedor e acredita na força do trabalho, para a montagem, ampliação
ou modernização de pequenos negócios, na cidade e no campo, prevendo, ainda, a
capacitação gerencial do beneficiário, acompanhamento a assistência técnica.
43

4. RESULTADO DA PESQUISA

É importante destacar que nesta fase inicial que é a fase em que a


estruturação do problema é realizada, requer uma atenção especial, isto mostra-se
necessário, pois é a partir da estruturação que as fases seguintes da metodologia vão
encontrar o alicerce necessário para o seu desenvolvimento.
Inicialmente a pesquisa busca apresentar os principais serviços de crédito da
cooperativa Credialves.
Instrumentos Contratuais: As linhas financiáveis, seja de recurso próprio ou
recurso repassado, indicará qual é o instrumento utilizado. A formalística das cédulas
de crédito muda de acordo com a garantia. Apenas uma via pode ser negociada, por
este motivo nas demais vias carimba-se como via não negociável.
Os instrumentos contratuais são os documentos que formalizam o empréstimo
que foi concedido aos associados. Com esses instrumentos pode-se comprovar o
empréstimo e o direito de recebê-lo no prazo estipulado, e com os juros pactuados.
Dependendo do crédito concedido ocorrerá variação do instrumento contratual,
que poderá ser contrato de crédito ou cédula de crédito. Cada um deles apresenta
forma própria, que a lei lhes atribuiu para que possam ter validade jurídica.

Contrato de Crédito: O contrato de crédito é um instrumento firmado entre


as partes, no qual uma se torna credora e a outra devedora de um valor expresso no
contrato. Uma vez assinado, o contrato liga as partes concordantes, estabelecendo
um vínculo obrigacional entre elas.
O contrato de crédito deve ser assinado por ambas as partes: credor e
devedor. No momento de assinatura do contrato, é necessário que duas testemunhas
lancem assinatura no contrato.
Cédula de Crédito Rural: A Cédula de Crédito Rural é definida por lei
especial como um título de crédito, o qual é uma confissão de dívida. O devedor
declara que deve um certo valor ao credor, e que efetuará o pagamento da forma
expressa na cédula.
Somente os devedores assinam as cédulas de crédito rural, e dependendo da
garantia cedular também assinará o cônjuge ou o companheiro e o garantidor pessoal
(avalista).
44

Não será colhida assinatura do Credor e nem mesmo de testemunhas.


Apenas aquele que confessa a dívida é que assina a Cédula de Crédito.
Todas as linhas de crédito de Custeio e Pré-Custeio oriundos de repasses do
Governo Federal possuem regras próprias, as quais estão dispostas em material
especifico por linha de crédito.
Em cada implantação ou repasse de novas linhas de crédito oriundos de
repasses, a carteira, encaminhara junto a resolução as regras de funcionamento.

4.1 As principais linhas de crédito da Credialves

A cooperativa tem como principais linhas de crédito de recurso próprio os modelos


relacionados a segui. Para organizar essas linhas de crédito a cooperativa trabalha
cada modelo com um código de modelo, para tornar esses modelos mais didáticos na
descrição dos modelos esta relacionado primeiro o código de modelo e a seguir a
denomina;cão do modelo.

201. Pré-custeio
• Objetivo
Antecipar créditos das linhas oficiais de custeio para a produção vegetal ou
animal, auxiliando os agricultores na aquisição de produtos e/ou serviços com
melhores preços e implantação da atividade agropecuária no período adequado.
O crédito para pré-custeio deverá obrigatoriamente ser transformado em crédito
de custeio ao final de 90 dias, seja custeio de recursos oficiais ou custeio de recursos
próprios.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
45

Produtos e serviços necessários ao custeio do ciclo produtivo da produção


vegetal e animal, de acordo com proposta técnica simplificada apresentada junto a
cooperativa e com disposições regulamentares do crédito oficial quando do caso da
transformação do pré-custeio em custeio com recursos governamentais. Também é
passível de financiamento nesta linha cota capital a ser integralizada junto a
cooperativa no valor de até 10% do valor financiado.
• Valores limite do crédito
Até 100 % da proposta técnica simplificada.
• Juros:
24,7% ao ano.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este produto.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto
Carência: de acordo com necessidade do agricultor ou demanda da safra.

• Forma de Amortização do crédito


Amortização obrigatória e em parcela única no vencimento do contrato ou
antecipada quando da liberação do custeio oficial ou recursos próprios.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Até 70% da renda bruta da atividade a ser desenvolvida, conforme proposta
técnica simplificada.
• Fiscalização
Facultativa, ficando a critério de cada cooperativa singular.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ Proposta técnica simplificada assinada pelo (s) proponente (s);
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
46

➔ Consulta ao SPC e Serasa.


➔ Consulta ao SCR-BACEN;
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
➔ Comprovante da aquisição de produtos e/ou serviços, quando a cooperativa julgar
necessário.

202. Custeio Agrícola


• Objetivo
Créditos para custeio de atividades agrícolas, visando a complementação dos
recursos oficiais de custeio, bem como amparar propostas não enquadradas no
crédito oficial.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
Itens Financiáveis e seus padrões
Produtos e serviços necessários ao custeio de um ciclo produtivo de culturas
vegetais, de acordo com proposta técnica simplificada solicitada junto à cooperativa.
Também é passível de financiamento nesta linha cota capital a ser integralizada junto
a cooperativa no valor de até 10% do valor financiado.
Valores limite do crédito
Até 100 % da proposta técnica simplificada.
Juros:
16,65% ao ano.
Comissão de Permanência
0% ao ano.
Indexador Financeiro
1 TJLP ao ano.
Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
Prazo do crédito
47

Total: Não se aplica a este produto


Carência: Não se aplica a este produto.

Forma de Amortização do crédito


Mensal, trimestral, semestral ou parcela única, conforme retorno econômico da
exploração..
Comprometimento da renda da atividade financiada
Até 70% da renda bruta da atividade a ser desenvolvida, conforme proposta
técnica simplificada.
Fiscalização
Deverá ser feito uma amostragem de 10% dos custeios com valores superiores a
R$ 10.000,00.
Documentos exigidos para liberação do créditos
Proposta técnica simplificada assinada pelo (s) proponente (s);
CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
Consulta ao SPC e Serasa.
Consulta ao SCR-BACEN;
Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
Comprovante da aquisição de produtos e/ou serviços, quando a cooperativa julgar
necessário.

301. Pré-investimento
• Objetivo
Antecipar créditos das linhas oficiais de investimento para a produção vegetal ou
animal, a fim de auxiliar os agricultores na obtenção de melhores preços dos
produtos e a implantação da atividade agropecuária no período adequado ou
oportuno.
O crédito para pré-investimento deverá obrigatoriamente ser transformado em
crédito de investimento ao final de 90 dias, seja investimento de recursos oficiais ou
investimento de recursos próprios.
48

• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
Produtos, serviços, máquinas/equipamentos (compra/reformas) e infra-estrutura
necessária para implantação ou consolidação da produção vegetal e animal para mais
de um ciclo produtivo, de acordo com proposta técnica simplificada apresentada junto
a cooperativa e proposta de acesso aos recursos oficiais, de acordo com disposições
regulamentares do crédito oficial. Também é passível de financiamento nesta linha
cota capital a ser integralizada junto a cooperativa no valor de até 10% do valor
financiado.
• Valores limite do crédito
Até 100 % da proposta técnica simplificada.
• Juros:
21% ao ano.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este produto.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.

• Forma de Amortização do crédito


Amortização obrigatória e em parcela única no vencimento do contrato ou
antecipada quando da liberação do investimento oficial ou recursos próprios.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Até 40% da renda líquida da unidade de produção familiar, conforme capacidade
de pagamento.
49

• Fiscalização
Facultativa, ficando a critério de cada cooperativa singular.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ Proposta técnica simplificada assinada pelo (s) proponente (s);
➔ Pré-laudo de capacidade de investimento, quando a cooperativa julgar necessário;
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Consulta ao SCR-BACEN;
➔ Laudo de avaliação de máquinas e equipamentos usados a serem adquiridos,
quando a cooperativa julgar necessário;
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
➔ Comprovante da aquisição de produtos e/ou serviços, quando a cooperativa julgar
necessário.

302. Investimento Agrícola


• Objetivo
Créditos para complementação dos recursos oficiais de investimento , bem como
amparar propostas não enquadradas no crédito oficial, de forma a auxiliar na
implantação, melhoria ou expansão de atividades agrícolas (anuais ou perenes).
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
50

Produtos, serviços, máquinas/equipamentos (aquisição ou reforma) e infra-


estrutura necessária para implantação ou consolidação da produção vegetal para
mais de um ciclo produtivo, de acordo com proposta técnica simplificada apresentada
junto a cooperativa e proposta de acesso aos recursos oficiais. Também é passível de
financiamento nesta linha cota capital a ser integralizada junto a cooperativa no valor
de até 10% do valor financiado.
• Valores limite do crédito
Até 100 % da proposta técnica simplificada.
• Juros:
14,25% a. a.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
1 TJLP ao ano.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.

• Forma de Amortização do crédito


Mensal, trimestral, semestral ou parcela única, conforme retorno econômico da
exploração..
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Até 40% da renda líquida da unidade de produção familiar.
• Fiscalização
Deverá ser feito uma amostragem de 10% dos investimentos com valores
superiores a R$ 10.000,00.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ Proposta técnica simplificada assinada pelo (s) proponente (s);
➔ Pré-laudo de capacidade de investimento, quando julgar necessário;
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
51

➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais


pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Consulta ao SCR-BACEN;
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
➔ Comprovante da aquisição de produtos e/ou serviços, quando a cooperativa julgar
necessário.

305. Agroindústria Familiar


• Objetivo
Créditos de apoio a investimentos que visem ao beneficiamento, processamento
e comercialização da produção agropecuária, florestais e extrativistas e produtos
artesanais, visando a agregação de valor.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados de forma individual, coletiva ou grupal.
• Itens Financiáveis e seus padrões
Infra-estrutura para pequenas e médias agroindústrias, isoladas ou em rede,
aquisição de máquinas e equipamentos novos e usados, formação e capacitação
tecnológica e capital de giro de até 35 % sobre o projeto. Também é passível de
financiamento nesta linha destinar até 10% para cotas capital a serem integralizadas
na cooperativa.
• Valores limite do crédito
Crédito individual: valor máximo de R$ 18.000,00
Crédito Coletivo ou Grupal: de acordo com o projeto técnico e o estudo de viabilidade
técnica, econômica e financeira do empreendimento, observado o limite de R$
18.000,00 por beneficiário.
Em ambos os casos deve-se exigir uma contrapartida de 20% sobre o projeto.
• Juros:
14,25% ao ano.
52

• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
1 TJLP ao ano.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.

• Forma de Amortização do crédito


Mensal, trimestral, semestral ou parcela única, conforme retorno econômico da
exploração.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Até 40% da renda líquida da atividade financiada.
• Fiscalização
A fiscalização se dará através de um técnico agrícola ou diretor da cooperativa,
de forma obrigatória.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ Proposta técnica simplificada assinada pelo (s) proponente (s);
➔ Pré-laudo de capacidade de investimento, quando julgar necessário;
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Elaboração de plano técnico com análise de viabilidade econômica (produção de
matéria prima, capacidade de transformação, acesso a mercados, rentabilidade) e
planta agroindustrial e proposta de transformação dos produtos;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Consulta ao SCR-BACEN;
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
➔ Comprovante da aquisição de produtos e/ou serviços, quando a cooperativa julgar
necessário.
53

400. Contrato de Abertura de Crédito Fixo


• Objetivo
Empréstimo individual que visa atender necessidades diversas que dispensam
comprovação de destinação específica do recurso.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
É dispensada a comprovação de destinação do crédito.
• Valores limite do crédito
Sem limite específico, porém deve ser observado a finalidade do empréstimo e a
alçada de liberação da cooperativa.
• Juros:
36% ao ano - Fixo.
• Comissão de Permanência
0% ao ano - Fixo.
• Indexador Financeiro
não se aplica a este produto.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.

• Forma de Amortização do crédito


Mensal, trimestral, semestral ou parcela única.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Não poderá comprometer mais que 30% da renda liquida familiar.
• Fiscalização
Não se aplica a este produto.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
54

➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,


quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;

401. Contrato de Abertura de Crédito


• Objetivo
Empréstimo individual que visa atender necessidades diversas que dispensam
comprovação de destinação específica do recurso.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
É dispensada a comprovação de destinação do crédito.
• Valores limite do crédito
Sem limite específico, porém deve ser observado a finalidade do empréstimo e a
alçada de liberação da cooperativa.
• Juros:
36% ao ano.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
não se aplica a este produto.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.
55

• Forma de Amortização do crédito


Mensal, trimestral, semestral ou parcela única.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Não poderá comprometer mais que 30% da renda liquida familiar.
• Fiscalização
Não se aplica a este produto.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;

402. Bem Estar Familiar


• Objetivo
Crédito individual que visam atender produtos de primeira necessidades do
associado: saúde, lazer, educação, etc.), exigindo comprovação de destinação
específica do recurso.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
➔ Aquisição de moveis, utensílios e eletrônicos em geral para uso doméstico da
família;
➔ Aquisição de produtos do gênero cama, mesa e banho;
➔ Tratamento de saúde (consultas, medicamentos e cirurgias);
➔ Objetivos educacionais (materiais e mensalidades);
➔ Viagens turísticas e a lazer;
56

➔ Também é passível de financiamento nesta linha destinar até 10% para cotas
capital a serem integralizadas na cooperativa.
• Valores limite do crédito
Sem limite específico, porém deve ser observado a finalidade do empréstimo e a
alçada de liberação da cooperativa.
• Juros:
12% a. a.
• Comissão de Permanência
12% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este modelo.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.
• Forma de Amortização do crédito
Mensal, com parcelamento fixo.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Não poderá comprometer mais que 30% da renda liquida familiar.
• Fiscalização
Não se aplica a este produto.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Comprovante de aquisição de produtos ou serviços;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
57

403. Aquisição e Reforma de automóveis


• Objetivo
Crédito individual para aquisição ou reforma de veículo automotor de passeio e
utilitário (carros ou motos), exigindo comprovação de destinação específica do
recurso.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
Aquisição e reforma de veiculo automotor. Nos casos de aquisição de veículos
com mais de 10 anos de uso, o mesmo precisa de um laudo de vistoria que garanta o
seu bom estado de conservação e funcionamento.
• Valores limite do crédito
Sem limite específico, porém deve ser observado a finalidade do empréstimo, a
alçada de liberação da cooperativa e o proponente deverá ter uma participação de no
mínimo 30% de contrapartida.
• Juros:
27,6% a. a.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este modelo.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.
• Forma de Amortização do crédito
Mensal, com parcelamento fixo.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Não poderá comprometer mais que 30% da renda liquida familiar.
58

• Garantias
Alienação fiduciária do automóvel, nos casos de aquisição.
• Fiscalização
Não se aplica a este produto.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Avaliação pelo preço de tabela de mercado, nos casos de aquisição;
➔ Negativas do DETRAN, nos casos de aquisição;
➔ Cópia do recibo de transferência autenticado, datado, nos casos de aquisição;
➔ Carta de alienação devidamente assinada pelo associado, quando da aquisição;
➔ Seguro do veículo, quando aquisição;
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Comprovante de serviço, nos casos de reforma ou conserto do automóvel;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;

404. Cheque especial


• Objetivo
Empréstimo vinculado a conta corrente do associado, destinado a reforço de
conta corrente e/ou despesas extras emergências com montante e vencimento pré
determinado, que não poderá ser usado com habitualidade.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
Reforço de saldo em conta corrente, como também outras despesas
emergências, sem a necessidade de comprovação da destinação do crédito.
• Valores limite do crédito
59

O crédito poderá ser de no máximo 1 vez o seu capital social do associado junto
a Cooperativa Singular quando “limite básico”, e de no máximo 3 vezes seu capital
social quando “limite concedido”.
• Juros:
78% ao ano.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este produto.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.
• Forma de Amortização do crédito
Em parcela única no vencimento do contrato. Em casos de utilização habitual do
mesmo, poderá ser amortizado antecipadamente ou até mesmo cancelado o contrato,
dependendo da decisão do comitê de Crédito.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Não poderá comprometer mais que 30% da renda liquida familiar.
• Fiscalização
Não se aplica a este produto.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa.
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;
60

405. Desconto de títulos


• Objetivo
Crédito individual que visam atender o associado em desconto de títulos
(cheques), que obrigatoriamente deverão ser descontados na CREDIALVES.
Observando que:
➔ títulos não poderão vir da mesma unidade familiar;
➔ não poderá ser do mesmo titular.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Agricultores familiares associados.
• Itens Financiáveis e seus padrões
Desconto de cheques e outros títulos.
• Valores limite do crédito
Sem limite específico, porém deve ser observado a finalidade do empréstimo e a
alçada de liberação da cooperativa.
• Juros:
36% ao ano.
• Comissão de Permanência
0% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este produto.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: Não se aplica a este produto.
Carência: Não se aplica a este produto.
• Forma de Amortização do crédito
Conforme o vencimento de cada título.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Não poderá comprometer mais que 30% da renda liquida familiar.
• Fiscalização
61

A fiscalização se dará através do contato prévio com o emitente do cheque, a


fins de verificação da ocorrência da negociação, feita por diretores e funcionários da
Credialves.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ CAD atualizado da unidade de produção familiar do (s) proponente (s) e avalistas,
quando for o caso;
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Consulta ao SPC e Serasa;
➔ Original dos títulos descontados;
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias assinadas do contrato, sendo uma para arquivamento na cooperativa;

411. Crédito antecipação – Consignação salário.


• Objetivo
Crédito individual para antecipação de salários, décimo terceiro ou antecipação
de Imposto de Renda.
• Fontes de Recursos
Recursos Próprios
• Prazos para devolução ao agente financiador
Não há
• Beneficiários
Empregados de empresas parceiras ou associadas as singulares.
• Itens Financiáveis e seus padrões
Antecipação de salários, décimo terceiro salário, e restituições de imposto de
renda.
• Valores limite do crédito
Até 50% do salário mensal do associado registrado;
Até 80% do décimo terceiro salário do associado;
Até 100% da restituição do Imposto de Renda do associado.
• Juros:
Até 6 meses 18% a.a
De 7 a 12 meses 24% a. a.
• Comissão de Permanência
62

0% ao ano.
• Indexador Financeiro
Não se aplica a este modelo.
• Multa por atraso
2% sobre o saldo devedor a ser cobrado no primeiro dia útil após o vencimento.
• Prazo do crédito
Total: até 12 meses.
• Forma de Amortização do crédito
Parcela única, mensal ou trimestral, com parcelamento fixo.
• Comprometimento da renda da atividade financiada
Até 50% do salário mensal do associado registrado;
Até 80% do décimo terceiro salário do associado;
Até 100% da restituição do Imposto de Renda do associado.
• Garantias
Convenio assinado com a empresa empregadora para o desconto em folha e o
efetivo repasse para a cooperativa no caso de salário e décimo terceiro e;
Entrega de declaração de Imposto de Renda com a conta corrente de retorno da
restituição com o código de integração da cooperativa.
• Fiscalização
Não se aplica a este produto.
• Documentos exigidos para liberação do créditos
➔ Comprovante de vinculo empregatício com empresa parceira.
➔ Assinatura de convenio com a empresa empregadora para o desconto em folha.
➔ Relatório da situação individual do proponente junto a cooperativa (créditos e avais
pendentes);
➔ Aprovação e liberação do crédito, com base nas alçadas de liberações;
➔ Duas vias
63

4.2 Processo de análise de crédito na cooperativa Credialves.

A análise de crédito inicia no atendimento ao cooperado quando ele chega ao


analista de crédito para solicitar um crédito. Os passos da análise de crédito são:
Atualizar cadastro conforme procedimento operacional, imprimir e coletar assinatura.
Coletar informações a respeito das garantias, dos bens disponibilizados ou nome dos
possíveis avalistas. A proposta deve conter um parecer do analista de crédito que
está atendendo ao pedido, informações como finalidade do empréstimo e as garantias
disponíveis, no caso de avalista os nomes dos avais. Colher o maior número de
informações com o cooperado neste momento. Todas essas informações serão úteis
para a liberação do empréstimo. Avaliar restrições dos devedores e avalistas em
órgãos de proteção ao crédito. Consulta saldo devedor do grupo familiar internamente
acessando ao sistema da cooperativa.
O analista também é responsável por coletar assinatura na autorização para
consulta do endividamento junto ao banco central de todos os integrantes do grupo
familiar. Deve ser feito ainda uma simulação de empréstimo.
Para tornar o processo de análise de crédito mais técnico foi desenvolvido uma
planilha em Excel que deve ser alimentada pelo analista de crédito, possibilitando
assim que o comitê tenha embasamento em suas decisões, no primeiro momento a
planilha requer dados sobre o proponente da operação de empréstimo.
Em um segundo momento a planilha deve ser alimentada com informações do
avalista da operação de empréstimo para que seja possível avaliar a capacidade de
pagamento caso seja necessário executar a cobrança ao avalista.
Após efetuar os lançamentos na planilha o analista de crédito deve aguardar o
resultado das aprovações que são disponibilizados após a análise do comitê de
crédito. O comitê de crédito é formado por dois integrantes do conselho administrativo
e dois analistas de crédito, que além das informações fornecidas com a planilha
utilizam o conhecimento pessoal a respeito de cada proposta.
O comitê de crédito tem como a informação mais relevante fornecida pela
planilha utilização da renda que já está comprometida com pagamento de dividas, que
podem ter sido contraídas na própria cooperativa ou em outras instituições
financeiras. Essa informação pode ser obtida por meio de consulta do endividamento
64

que é fornecida no site do Banco Central do Brasil, toda instituição financeira tem a
obrigação de informar ao Banco Central todas as dividas superiores a cinco mil reais.
Para que a cooperativa tenha acesso a essa informação é preciso que tenha
autorização por escrito, para os cooperados, essa autorização já esta descrita no
contrato de abertura de conta, para consultar o endividamento dos demais integrantes
do grupo família tem-se um modelo de autorização ao qual deve ter a assinatura
coletada, para posterior consulta do endividamento.
O comitê de crédito entende como grupo familiar todas as pessoas compõem
as receitas e despesa de uma família, tendo em vista que a cooperativa é formada por
produtores rurais. Com base nas informações obtidas o comitê julga um
endividamento seguro quando o valor não ultrapassa a trinta por cento da renda
bruta.
A liberação do crédito é imediatamente após o contrato estar devidamente
assinado e registrado caso haja a necessidade.
65

5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO

No contexto do mercado financeiro, a análise de crédito nas instituições


financeiras, passaram a ser uma importante ferramenta e a desempenhar papel
decisivo na rentabilidade. Assim, surge a necessidade de buscar instrumentos que
auxiliem o concessor de crédito a melhor desempenhar seu papel. A exigência cada
vez maior da qualidade no processo de concessão de crédito faz com que os
analistas de crédito busquem elaborar um modelo que possa ajudá-lo a tomar a
melhor decisão no processo de análise de concessão de crédito.
O trabalho apresenta pontos falhos na ferramenta mais importante da análise
de crédito da cooperativa, é possível observar que a planilha considera um
endividamento aceitável até 30% da renda do cooperado, no entanto ele não
considera o valor que está sendo liberado deixando uma lacuna onde o cooperado
pode com o crédito que está sendo aprovado se endividar muito alem do que a
cooperativa considera uma margem segura para garantir o retorno do crédito
concedido. Para que a análise tivesse maior chance de sucesso a proposição do
trabalho seria que a planilha fosse readequada de forma que pudesse considerar o
crédito que está sendo almejado.
Outro item que pode tornar a análise com base fixa em trinta por cento do
endividamento arriscada, é o comprometimento da renda bruta com a produção
agrícola. Levando em consideração que 37,98% dos associados são produtores de
Banana, 25,28% são produtores de arroz, 17% são aposentados, assalariados e
donos de empresas, e 19,74% dos associados trabalham com outras atividades
agropecuárias. Dados obtidos em relatórios do cadastro de sócios da cooperativa
Credialves. Fazendo um comparativo que será demonstrado em forma de Gráfico
pode ser observada a diferença entre a renda liquida de um produtor de arroz para os
demais produtores, isso deixa explicito que a análise de crédito deve considerar
particularidades.
66

Grafico 1 – Resultado das dimensões de renda Liquida

Fonte: Dados primários

Os dados foram obtidos por meio de relatórios do cadastro sócio econômico


dos cooperados. A sugestão para que não haja distorção na interpretação da planilha
de análise de crédito é que seja criados níveis de endividamento com limites por
cultura, buscando diminuir as chances de que o cooperado se endivide alem do que
ele terá condições de pagar por sua renda estar comprometida com os custos de
produção.
Foi possível identificar ainda outro ponto frágil na análise de crédito, que está
ligado ao cadastro do cooperado, devido a não comprovação das rendas e dos bens
declarados no cadastro, não se pode afirmar com certeza que aquele valor que está
sendo levado em conta realmente condiz com a real situação do cooperado.
Visto que o cooperado tem total autonomia para declarar sua renda e seus
bens de forma que lhe seja mais conveniente. Para tornar o método de avaliação
mais confiável a proposição seria que fosse exigida comprovação com apresentação
de documentos no momento em que fosse criado o cadastro.
67

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho busca avaliar o modelo atual de análise de crédito. É importante


observar que o aperfeiçoamento e a utilização deste modelo de análise de crédito não
são garantia de que a cooperativa não sofrera mais com a inadimplência. Problemas
desta natureza continuarão a existir, incertezas geradas principalmente pelo ambiente
macroeconômico, podem gerar dificuldades financeiras para qualquer tomador de
crédito, ainda mais presentes no setor agrícola onde os agricultores estão sempre
vulneráveis a qualquer eventualidade da natureza.
O objetivo do processo de análise de crédito é o de averiguar a compatibilidade
do crédito solicitado com a capacidade financeira do cliente. A análise de crédito é
decisiva para a atividade financeira, ao possibilitar a redução do risco de crédito, após
a identificação dos pontos fortes e pontos fracos de clientes. O objetivo da análise de
crédito é o de identificar os riscos nas situações de empréstimo, evidenciar
conclusões quanto à capacidade de pagamento do tomador e fazer recomendações
relativas à melhor estruturação e tipo de empréstimo a conceder.
Pode-se destacar que num cenário econômico financeiro, que é marcado por
rápidas mudanças, as incertezas e riscos aumentam, principalmente na área de
concessão de crédito. Dessa forma o conhecimento torna-se obsoleto em pouco
tempo, exigindo rapidamente adaptação. A possibilidade de dispor de uma ferramenta
que possibilite esta adaptação, passa a ser um diferencial competitivo para qualquer
profissional na tomada de decisão para concessão de crédito
A agricultura, maior renda do município ganha espaço e os agricultores
sentem-se mais seguros, tem agora apoio para o preparo da terra e plantio dos
produtos agrícola, pois com todas as linhas de financiamentos que a Credialves
oferece para o município, seus cooperados têm muitas opções de financiamentos
para investir em técnicas e aperfeiçoamento de sua produção agrícola.
O estudo confirma que o método de análise de crédito da cooperativa pode ser
melhorado, a Credialves participa de forma significativa com seu desenvolvimento
social e econômico, visto que hoje é possível dizer que há esperança para aqueles
que preferem a vida do campo, mas é imprescindível para saúde econômica da
cooperativa que ala esteja constantemente na buscar por métodos de análises de
crédito mais seguros.
68

REFERÊNCIAS

BANCO CENTRAL DO BRASIL. F A Q crédito rural. 2010. Disponível em:


<http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/rural.asp#2>. Acesso em: 28 maio 2011.

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Janeiro, v. 8, Dez 2001.

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Brasil e no mundo. Cop. Editora. Rio de Janeiro: 2002.

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Brasil: da vertente pioneira à vertente solidária. São Paulo: Saraiva, 2004.

RICCIARDI, Luiz. Cooperativa, a empresa do século XXI: como os países em


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ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágios e de pesquisa em


administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos
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ROSS, Stephen A.; WESTERFFIELD Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração


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crédito para pessoas físicas em um banco: Florianópolis: Março 2003

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SINGER, Paul. SOUZA, André R. A economia solidária no Brasil: a autogestão


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69

VEIGA, Sandra M.; FONSECA, Isaque. Cooperativismo: uma revolução pacífica em


ação. Rio de Janeiro: Fase, 2002.

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