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Demanda do Consumidor e
Elasticidade
Elasticidades
Para fazer com que a oferta e a demanda sejam ferramentas verdadeiramente úteis, é necessário
saber quanto que a oferta e a demanda respondem às alterações de preços.
É a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra, coeteris paribus.
Reflete a reação de uma variável dependente, por exemplo, a quantidade ofertada ou a quantidade
demandada, em face de mudanças em uma ou mais variáveis que a determinam, por exemplo, o
preço do bem, o preço de outros bens etc.
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores quando ocorre
uma variação no preço de um bem ou serviço.
Por essa razão, seu valor é usualmente expresso em módulo (valor absoluto).
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
Em que:
média do valor
( valor final + valor inicial
2 )
A elasticidade-preço da demanda, a elasticidade-preço cruzada da demanda e a elasticidade-renda
da demanda são conceitos relacionados à demanda.
A elasticidade-preço da oferta, por sua vez, é um conceito associado à oferta do bem pela firma.
—— Demanda elástica: l ED l > 1: uma elevação percentual no preço leva a uma queda
percentual mais do que proporcional na quantidade demandada.
—— Demanda inelástica: l ED l < 1: uma elevação percentual no preço leva a uma queda
percentual menos do que proporcional na quantidade demandada.
2
Demanda do Consumidor e Elasticidade
Resposta:
92.500
2,10
0,095238
É importante notar que a elasticidade-preço da demanda muda de acordo com a região da curva de
demanda linear, conforme a figura.
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
O ponto que maximiza a receita total da firma é o ponto em que a elasticidade é unitária.
Assim, pode-se usar o teste da receita total para estimar a elasticidade da demanda.
Se a receita total se move inversamente em relação ao preço, isto é, diminui com um aumento no
preço ou aumenta com a diminuição no preço, a demanda é elástica ao preço corrente.
Quanto mais essencial o bem, mais inelástica a sua demanda, não tendo o consumidor muitas opções
para fugir do aumento de preços.
Elasticidade-preço da oferta
A elasticidade-preço da oferta possui similaridade com a elasticidade-preço da demanda.
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
média do valor
( valor final + valor inicial
2 )
Elasticidade da Oferta
= Δ% na quantidade ofertada
Δ% no preço
De acordo com a elasticidade-preço da oferta, a oferta do bem pode ser classificada como:
De forma similar a demanda, a oferta também pode ser classificada como perfeitamente inelástica e
perfeitamente elástica.
Suponha que a curva de demanda do café se desloque para cima e para a direita e
que o preço de equilíbrio para um quilo de café aumente de R$ 8,00 para R$ 10,00
por quilo.
Ao novo preço, a quantidade ofertada aumenta de 100 mil quilos para 120 mil quilos
por mês.
Resposta:
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
Elasticidade da Oferta
2
( 120.000 + 100.000
)
Δ% no preço = 10 - 8 = 22,2%
10 + 8
Δ% no preço 22,2%
Quando um bem ou serviço pode ser produzido somente com matérias-primas exclusivas ou raras,
a elasticidade da oferta será baixa.
Neste caso, a curva de oferta de curto prazo é quase vertical para estes bens. Por outro lado,
considerando produtos agrícolas, como o açúcar e o arroz, que podem ser cultivados utilizando uma
mesma área (custo de oportunidade de substituir um pelo outro quase constante), as curvas de
oferta de ambos os produtos são bastante elásticas e quase horizontais.
São eles:
Quando produtores não podem mudar a matéria-prima imediatamente, a curva de oferta momentânea
é vertical ou próxima a vertical, e o produto é bastante inelástico. Uvas e laranjas são exemplos
de produtos em que a quantidade produzida não pode ser alterada imediatamente em função de
alteração no preço.
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
Por outro lado, bens como a eletricidade possuem quase que uma curva de oferta perfeitamente
elástica. Independente da demanda por eletricidade, a quantidade ofertada pode ser alterada sem
uma mudança significativa no preço.
—— Oferta de curto prazo diz respeito ao formato da curva de oferta que segue os
ajustes de longo prazo que são realizados no processo de produção.
Por exemplo, de acordo com a alteração no preço do produto, as firmas ajustam a quantidade de
trabalhadores alocados para a produção do bem. Eventual aumento ou diminuição no custo da
mão-de-obra alterará o formato da curva de oferta e com o passar do tempo, novos ajustes são
feitos, em função de inovações tecnológicas e de treinamento de novos trabalhadores, variáveis que
contribuirão para alterar o formato da curva de oferta, tornando-a mais elástica de acordo com o
período de ajuste.
—— Oferta de longo prazo se refere ao formato da curva de oferta depois que todas as
possibilidades de ajustes da oferta terem sido empregadas.
Elasticidade-preço cruzada
Elasticidade Cruzada
média do valor
( valor final + valor inicial
2 )
De acordo com a elasticidade-preço cruzada da demanda, podemos classificar os bens X e Y como:
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
Suponha que o preço do sorvete de massa em seu bairro seja R$ 1,50 por bola e
que 600 bolas sejam vendidas diariamente. Imagine que na mesma sorveteria, o
preço do frozen yogurt aumente de R$ 1,25 para R$ 1,75 por porção.
Considerando que nenhuma outra variável tenha sido alterada, mudança esta que
poderia afetar os padrões de compra do consumidor, a venda de sorvete de massa
aumentou de 600 para 750 bolas por dia.
Resposta:
Elasticidade Cruzada
2 ( 750 + 600
)
Δ% no preço do bem substituto = 1,75 - 1,25 = 33,3%
1,25 + 1,75
Elasticidade-renda da demanda
—— Normal: ERD > 0: o consumo aumenta (diminui) quando a renda aumenta (diminui).
Arroz e feijão são geralmente considerados bens normais.
• Necessidade ou necessário: 0 < ERD < 1
• Superior ou de luxo: ERD > 1
—— Inferior: ERD < 0: o consumo diminui (aumenta) quando a renda aumenta (diminui).
Por exemplo, passagem de ônibus e carne de segunda.
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Elasticidade de Renda
= %Δ quantidade demandada
%Δ na renda
média do valor
( valor final + valor inicial
2 )
Suponha que sua renda do consumidor aumentou R$ 10.000,00 a partir de uma
renda inicial de R$ 50.000,00. Além disso, o consumo de pão aumentou de 100
unidades para 110 unidades por ano.
Resposta:
Elasticidade de Renda
2 ( 100 + 110
)
Δ% na renda = 60.000 - 50.000 = 18,2%
50.000 + 60.000
Δ% na renda 18,2%
Demanda do Consumidor
Restrição orçamentária
A teoria microeconômica procura modelar o consumidor, com o intuito de tentar prever o que cada
consumidor escolheria como sua cesta ótima de bens.
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
Sempre que pedirmos a um consumidor para escolher entre dois bens estamos
assumindo três princípios:
Se o princípio do “mais é preferível a menos” é verdade, um agente deveria escolher infinitos bens
(um bilhão de sorvetes, 50 mil pares de sapatos). Por que isso não ocorre?
Bem, um agente pode querer muitos bens, mas querer não é poder. A escolha é limitada pelo
orçamento desse agente.
Imagine que um agente ganha, por exemplo, $ 4.000 e tem que escolher entre dois bens que custam
$100 e $200. Se ele gastar todo seu orçamento no primeiro bem, consumiria 4000/100 = 40 unidades
e se gastar tudo no segundo bem, consumiria 20 unidades. Note que sua restrição orçamentaria teria
esse formato, 40 unidades de A, 20 de B ou alguma combinação intermediária.
Bem A
40
Bem B
20
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Funções de utilidade
Agora que conhecemos os pressupostos para a escolha do agente e que ele está limitado por seu
orçamento, queremos saber quantos bens A e quanto de B ele vai escolher.
Mostramos várias combinações de bens ao consumidor e pedimos que ele avalie qual combinação
lhe traz mais satisfação, mais utilidade. Sempre que uma nota for maior que a outra, saberemos que
determinada cesta de bens é melhor que outra.
Eventualmente algumas cestas de bens lhe serão indiferentes. Da combinação de todas essas
utilidades conseguiremos dizer quais são as cestas de bens que trazem mais satisfação ao agente
econômico.
Esperamos várias combinações e é importante ressaltar que a função utilidade é apenas um ranking
de cestas de bens, não podemos dizer que a cesta de bens 1 traz duas vezes mais utilidade do que a
cesta de bens 2, etc. Em outras palavras, a função utilidade é ordinal, não é cardinal.
Curvas de indiferença
O consumidor tem como objetivo maximizar sua satisfação, por meio de diversas escolhas de
consumo entre os bens ou serviços disponíveis na economia.
Sua satisfação é uma função crescente das quantidades consumidas dos bens.
Podemos identificar inúmeras combinações que atinjam o mesmo nível de satisfação, que podemos
expressar pelo conceito de curva de indiferença (ou curva de utilidade).
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
—— Não se interceptam entre si, sendo que curvas de indiferença mais afastadas da
origem representam níveis maiores de satisfação (u2 é preferível a u1);
Por exemplo, dado um consumidor com duas opções de bens, pizza e Coca-Cola, após 10 pizzas a
satisfação da pizza adicional será decrescente e da Coca-Cola crescente.
Na figura anterior, os pontos de interseção desta linha com os eixos representam as quantidades
máximas que o orçamento do indivíduo permite consumir de cada bem, conhecidos os preços destes
(PX e PY) e sua renda (R).
Para um consumidor com renda fixa (R) quanto maior o preço do bem X, menor será a quantidade
que o consumidor irá adquirir, portanto mais próximo ao ponto (R/PX) estará da origem, o caso oposto
ocorre se o preço do bem for baixo, a relação (R/PX) terá um valor alto e assim o ponto estará mais
longe da origem. A mesma análise se aplica para o bem Y.
Observe que este ponto de tangência está intimamente ligado à restrição orçamentária do consumidor
e dos preços dos bens.
O próximo gráfico sintetiza esta relação; o ponto de tangência B (na curva de utilidade U1) representa
a satisfação para uma renda menor, portanto, para um preço XB menor do que o preço X* que ocorre
na tangência do ponto A (curva de utilidade U2).
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Como alternativa ao consumo imediato e visando o maior consumo em períodos futuros, um indivíduo
pode investir sua renda no mercado financeiro ou em ativos reais (por exemplo, transferindo recursos
para empresas do setor produtivo que, por sua vez, ampliarão sua infraestrutura com o objetivo
de gerar mais riqueza), estabelecendo-se dois tipos de restrições quando analisamos as curvas
de preferência de consumo: a Linha de Mercado e a Curva de Oportunidade de Investimento,
respectivamente.
É esperado que ele possa (e queira) consumir mais. Será que isso é verdade para todos os bens?
Se pensarmos em bens de primeira necessidade, como arroz, farinha, sal, etc. isso seria verdade.
Quanto mais renda um agente obtiver, mais desses bens ele desejará em sua cesta de bens.
Esses bens são chamados normais, porque a relação mais renda mais consumo prevalece.
Entretanto, com alguns outros bens ocorre o oposto. Mais renda significa menos desejo de consumir.
Pense em viagens de ônibus ou carnes de segunda.
Quanto mais a renda de um agente aumenta, menos viagens de ônibus ele quer, porque
provavelmente comprará seu carro ou passará a usar taxi. Esses tipos de bens são
chamados bens inferiores.
Esta é a relação entre renda e consumo. Mas para enquadrar com precisão o que é um bem normal
e o que é um bem inferior, é preciso enquadrar também o que se passa com a substituição de um
bem por outros.
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Demanda do Consumidor e Elasticidade
Se os dois bens que oferecemos ao agente econômico forem substitutos, a inclinação da curva de
indiferença vai mudar à medida que um bem fica mais barato e o consumidor migra consumo para
o outro.
Sabemos que a demanda de um agente por um aparelho de DVD não faria muito sentido se não
demandasse também uma televisão para assistir.
Então se o preço do DVD aumenta provavelmente o consumo de televisores vai cair, porque não
comprar um bem implica em não comprar o outro.
A curva de indiferença do agente, nesse caso, teria um deslocamento paralelo, mantendo a inclinação
igual.
Enquanto isso for verdade, implicará em dois aspectos: primeiro, sempre que um agente
ganhar mais renda, terá uma restrição orçamentaria mais alta e, portanto, poderá
comprar mais dos dois bens. Isso é que o que chamamos de efeito renda.
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Imagine por exemplo que um agente econômico consome café e bolo com a restrição orçamentaria
1. Se ele tiver um aumento de salário, terá uma renda mais alta e poderá consumir mais dos dois
bens. Isso pode ser visto no gráfico a seguir.
Café
40
40 Restrição
O
rç Res Orçamentaria 2
am tr
en ição
ta
ria
1
Bolo
10 20
O outro aspecto importante é que, se o princípio do “mais é preferível a menos” é verdade, se o preço
de um dos dois bens cair, o agente vai poder consumir mais dele independentemente de ter aumento
de renda, ou mesmo que o outro bem mude seu preço.
Imagine que um agente consome hoje canetas e cadernos. Se o preço da caneta cair, mesmo que não
ganhe melhor ou que o caderno mude de preço, ele poderá mudar sua cesta de bens e, portanto,
melhorar seu padrão de consumo.
Enquanto essa redução de preço realmente virar mais consumo, saberemos que o efeito substituição
foi positivo, ou seja, o agente trocou uma redução de preço por mais consumo (lembre-se que ele
poderia ter poupado uma parte, mas não o fez).
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Externalidade
Externalidades ocorrem quando uma ação ou atividade econômica produz consequências a um outro
agente (na sociedade, na natureza, nas relações humanas, etc.), que não se encontra diretamente
relacionado à ela.
—— positivos (externalidades positivas); por exemplo, uma fábrica que se instala numa
pequena comunidade para produzir um bem gera novos empregos ou melhora o
padrão de vida da população.
—— negativos (externalidades negativas); por exemplo, uma fábrica que se instala numa
pequena comunidade para produzir um bem provoca poluição do ar ou contamina
rios.
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