Inovações em Técnicas de Soldagem

ALMEIDA, G.S.1; SILVEIRA, G.G.²; PIRES, L.S. 3, MATOS, M.F.L.4; AVELAR, M.M.5

Departamento de Engenharia Mecânica, Multivix, Serra, ES, Brasil.

1 e-mail: guilherme-s-almeida@hotmail.com

2 e-mail: gustavogaruzze@gmail.com

3 e-mail: luis.pires@hotmail.com

4 e-mail: marcosflm93@gmail.com

5 e-mail: matheus.mirandaavelar@hotmail.com ]

Resumo

Naturalmente a necessidade de unir materiais se tornou um ponto de alta relevância na indústria de modo
geral, é fácil perceber que de alguma maneira existe soldas em diversos produtos. Nesses processos
identificamos inovações em uma variedade de técnicas como Soldagem a Plasma substituindo o bem
consolidado TIG, a soldagem automatizada que traz muito mais precisão e qualidade no processo e a
soldagem subaquática que leva mais praticidade na união de peças submersas.

Palavras-chave: Soldagem, Industria, Inovação.

Abstract
Naturally, the need to unite materials has become a point of high quality in the industry in general, it is
easy to see that somehow there is sales in several products. In these processes we identify innovations in
a variety of techniques such as Plasma Welding replacing the well consolidated TIG, automated welding
that brings much more precision and quality in the process and underwater welding that takes more
practicality in joining submerged parts.

Keywords: Welding, Industry, Innovation.Keywords

1. Introdução região América do Sul, Brasil, sempre temos um delay/

Com o avanço da tecnologia é importante a gente
entender um pouco da cadeia evolutiva, nos anos de
1870 tivemos a primeira evolução industrial, as primeiras
maquinas a vapor, muito esforço físico e alavancas, em
1900 tivemos a segunda evolução aonde tivemos o
início de uma produção em série com base na divisão de
trabalho e com isso a eletricidade ajudando nas tarefas
da indústria. Já nos anos de 1950, veio a terceira
evolução industrial aonde já se implementa a utilização
da eletrônica junto com a tecnologia da informação, e
daí, surge o primeiro TLC e com isso foi dado o primeiro
pontapé/passo para os robôs, entrando assim no
cenário mundial e ganhando a presença que tem hoje. A
partir de 2012 em diante, houve a necessidade de
aquisição de dados um pouco mais integrados, e hoje é
dominada a indústria 4.0. Tomando como base que a
atraso ação a essa evolução, hoje acreditamos que o
Brasil está entre terceira e a quarta que mais demanda
de tecnologia e em relação a soldagem estamos entre a
segunda e a terceira evolução, ainda há pouco
mecanização e robotização no Brasil.
2. Soldagem Automatizada
Sustentando um pouco a indústria automotiva brasileira
em alavancar este tipo de inovação robótica, podemos
perceber que no início de 2018 muitas das fabricas
tiverem uma alavancagem, e percebemos também que,
depois da indústria automotiva vem a de eletrônicos com
uma demanda de manipulação para inserir, fazerem as
soldas nas placas e circuitos. A indústria metal mecânica
vem em terceiro lugar, entre outros ramos também
importantes no mercado brasileiro. Na robotização
podemos entender que, há uma montagem mais precisa
do que a feita manualmente, garantir a repetividade do
sistema sem perder a qualidade, tendo acidentes
praticamente nulos e principalmente não tendo tempo do
maquinário parado.
Figura 1: Soldagem automatizada.
Os principais benefícios da robotização no processo de
soldagem:
✓ Aumento de produtividade;
✓ Flexibilidade;
✓ Redução de custo de fabricação;
✓ Garantia de qualidade.
Como vimos acima, os benefícios que temos com a
produtividade, o robô tem um ciclo de trabalho bastante
alto, foi citado também que, independentemente da
posição ou complexidade do tipo de solda, com a
inovação robótica podemos ver que neste tipo de
soldagem pode ser feita em posições complexas,
sempre com a mesma velocidade e precisão (ex.: sobre
cabeça ou outra que talvez exija mais de um ser
humano). Também podemos perceber que dependendo
do fluxo de trabalho, ou quantidade a serem produzidas
com a robotização o mesmo pode ser programado para
acessar mais com agilidade e destreza as juntas de
soldagem e sendo bastante eficiente, além do mais, se
temos um baixo índice de manutenção proporcionado
pelo robô, temos um maior grau de eficiência, maior
produtividade e menos custo pois, se seguindo
conforme um plano de manutenção ideal para ele,
somente haverá manutenção programadas e menos
manutenção corretivas.
3. Soldagem Arco Plasma
O processo de soldagem arco plasma difere do processo
TIG pelo fato do arco estar restringido por um bocal que
limita o diâmetro do arco e aumenta a intensidade da
fonte de calor. Utilizam-se dois fluxos de gases. 30 O
primeiro é de gás inerte que circunda o eletrodo, e deixa-
o por um orifício no bocal constritor, na forma de um jato
de gás aquecido, chamado gás de plasma. O segundo
fluxo serve para a proteção e passa por um bocal
externo, concêntrico ao bocal constritor. Este gás pode
ser inerte ou uma mistura de gases. O plasma é formado
através da ionização dos gases, (SANTANA,2020).
Figura 2: Processo de soldagem a plasma, evidenciando o eletrodo e os
gases de proteção e de plasma – Fonte: Richetti et al., 2003
A soldagem a arco plasma pode ser feita por fusão e
“keyhole” ou furo (soldagem mecanizada). No modo de
processamento de “keyhole” ou furo, a potência do arco
é maior que no processo TIG, MIG/MAG e plasma por
fusão, e a qualidade da solda depende da estabilidade
do furo que deve ser mantido juntamente com a fusão
do metal. O arco na soldagem a arco plasma é estável,
de alta intensidade, e o cordão de solda é pouco afetado
pela distância da tocha de soldagem à peça. O
equipamento de soldagem a arco plasma exige
cuidados especiais, com manutenção difícil, custo
elevado o que pode, às vezes, inviabilizar o uso do
processo em algumas aplicações, (SANTANA,2020).
3.1 Fontes de energia
A fonte de energia utilizada é de corrente constante,
podendo ser retificador, gerador ou inversores,
utilizando-se corrente contínua, polaridade direta. As
fontes para soldagem plasmam diferem das de corte,
porque no corte a tensão em vazio do equipamento deve
ser superior a 200V. Fontes com tensão em vazio entre
65V e 80 V podem ser adaptadas para soldagem
colocando-se sistemas de abertura de arco piloto, pré e
pós vazão, (GIMENES,2020).
3.2 Tocha de Soldagem
As tochas são providas de um punho para o manuseio
do soldador; um conjunto de pinças para a fixação do
eletrodo, condutos para passagem de gás e água de
refrigeração, um bico de cobre com o orifício para a
construção do arco elétrico e um bocal de cerâmica para
isolação e proteção do operador, (GIMENES,2020).
Algumas tochas têm somente um orifício central para a
passagem do gás e arco, outras possuem outros
orifícios para a passagem do gás auxiliar, permitindo
maiores velocidades de soldagem, (GIMENES,2020).
Figura 3: Orifício de tocha plasma
As principais variáveis da soldagem a arco plasmam são
a corrente, o diâmetro do orifício do bocal constritor, a
vazão de gás de plasma e a velocidade de soldagem. O
diâmetro do orifício do bocal constritor influi diretamente
na concentração e intensidade do arco, e aumenta com
a espessura das peças. A penetração do cordão de
solda aumenta diretamente com a vazão de gás de
plasma ou do orifício. A sequência de operação de
soldagem a arco plasma é semelhante ao processo de
soldagem TIG e pode sofrer ligeiras modificações,
dependendo do tipo de equipamento usado,
particularmente do tipo de ignição do arco. A soldagem
a plasma pode ser feita em qualquer posição, com
velocidade elevada e, em geral, com menor energia de
soldagem e maior razão penetração/largura do cordão.
Isso pode resultar em vantagens significativas na
soldagem de materiais de difícil soldabilidade ou em
aplicações em que se deseja produtividade ou maior
precisão dimensional da peça soldada, como, por
exemplo, na fabricação de tubos com costura de parede
fina de alumínio, titânio ou aço inoxidável até espessuras
de 12mm em passe único, (MARQUES,2020).
3.3 Vantagens
A soldagem plasma permite a supressão do uso de
arame (metal de adição). É possível soldar chapas de
até 10 mm de espessura em um único passe. O
processo plasma também oferece tolerância à variação
do comprimento de arco e eficiência térmica de fusão,
apresentando como resultado soldas de menor volume
e com menores níveis de tensões ou distorções
residuais.
Tais características colocam o processo de soldagem a
plasma em concorrência direta em outros processos
como o TIG e MIG/MAG. A maior aplicação do processo
de soldagem é industrial e em chapas que requerem
cordões longos, como é o caso de tanques e reatores
para a indústria química e de bebidas (GIMENES,2020).
Se comparado com o processo TIG, a máquina de
plasma oferece maior concentração de energia e
densidade corrente, causando menor estabilidade do
arco em baixos níveis de corrente – o que permite
soldagem de espessuras finas, a partir de 0,05 mm
(GIMENES,2020).
4. O processo da Soldagem a plasma
Aços inoxidáveis constituem um grupo de aço de alta
liga baseado no sistema Fe-Cr, Fe-Ni-Cr e Fe-Cr-C, que
contém percentual de cromo em peso superior a 10,5%.
Os aços inoxidáveis apresentam boa resistência à
corrosão e mecânica em temperaturas elevadas e em
diferentes ambientes. São utilizados em uma variedade
de aplicações na indústria química, indústria alimentícia,
na fabricação de bens duráveis, indústria farmacêutica,
automobilística e em muitas outras aplicações. Os aços
inoxidáveis podem ser classificados em martensíticos,
ferríticos, austeníticos, duplex e endurecíveis por
precipitação, (FISHER, 2005).
A soldagem é o fator principal do processo de união
dessas peças metálicas em todos os níveis da indústria
por isso vemos a enorme necessidade de seu
aperfeiçoamento e evolução no sentido de técnica e
tecnologia, com a intenção de aumentar produtividade e
rendimentos, realizando procedimentos com alta
característica de qualidade e em tempos cada vez
menores.
A soldagem a arco plasma - PAW é um processo que
produz a união por fusão das partes através de um arco
elétrico estabelecido entre um eletrodo de tungstênio,
não consumível, e a peça ou entre o eletrodo de
tungstênio e o bocal constritor, (MARQUES,2007).
4.1 O plasma
Usualmente a definição de plasma é tida como sendo o
quarto estado da matéria. Costuma-se pensar
normalmente em três estados da matéria sendo eles o
sólido, líquido e gasoso. Considerando o elemento mais
conhecido, a água, existem três estados, sendo o gelo,
água e vapor. A diferença básica entre estes três
estados é o nível de energia em que eles se encontram.
Se adicionarmos energia sob forma de calor ao gelo,
este transformar-se-á em água, que sendo submetida a
mais calor e vaporizará, (GIMENES,2020).
4.2 O plasma
Porém se adicionarmos mais energia, algumas de suas
propriedades são modificadas substancialmente tais
como a temperatura e características elétricas. Este
processo é chamado de ionização, ou seja, a criação de
elétrons livres e íons entre os átomos do gás. Quando
isto acontece, o gás torna-se um "plasma", sendo
eletricamente condutor, pelo fato de os elétrons livres
transmitirem a corrente elétrica. Alguns dos princípios
aplicados à condução da corrente através de um
condutor metálico também são aplicados ao plasma
(GIMENES,2020).
Por exemplo, quando a secção de um condutor metálico
submetido a uma corrente elétrica é reduzida, a
resistência aumenta e torna-se necessário aumentar-se
a tensão para se obter o mesmo número de elétrons
atravessando esta secção, e consequentemente a
temperatura do metal aumenta. O mesmo fato pode ser
observado no gás plasma; quanto mais reduzida for a
secção tanto maior será a temperatura
(GIMENES,2020).
Figura 4; Plasma como o quarto estado da matéria.
5. Soldagem Subaquática
Devido a necessidade de realizar manutenções com
caráter emergencial em cascos de navios que não
podiam parar seu trabalho, foram realizadas as
primeiras soldas subaquáticas. Mesmo diante do fato de
ser um processo extremamente perigoso, devido ao
simples fato de combinar água com eletricidade, este
processo vem evoluindo para atender a demanda do
mercado, principalmente a indústria de extração de
petróleo e gás.
Para realizar uma solda subaquática é
necessário além de um bom soldador, equipamentos de
segurança adequados, máquina de solda com
equipamentos e consumíveis adequados, além do
soldador ter que ser um profissional de mergulho
também. Neste caso, é necessário que o soldador seja
certificado pela AWS (American Welding Society), assim
como seus equipamentos de proteção, sua máquina de
solda seja inversora com eletrodo a prova d’água, e seu
treinamento de mergulho e atestado de aptidão física
esteja em dia.
O processo pode ser realizado de duas maneiras, sendo
elas denominadas por solda subaquática molhada e a
seco. Na solda molhada é aquela onde o processo é
realizado diretamente em contato com a água e a única
coisa que protege o arco elétrico é o revestimento do
eletrodo. Já na solda a seco, chamada de soldagem
hiperbárica, é utilizada uma câmara pressurizada acima
da pressão atmosférica e que tem gases como Hélio,
argônio e oxigênio sendo assoprados para dentro dela
retirando toda a água para que o soldador realize a
soldagem com o arco livre do contato com a água. Este
método é menos utilizado pois seu custo é bem maior e
é um processo mais demorado.
Entretanto, levando em consideração os riscos durante
o processo e todo o preparo que o processo exige, seu
custo se torna muito elevado assim como
remuneração do operador. Mesmo sendo uma profissão
de bom salário, ainda assim é difícil se encontrar um
profissional que atenda as exigências mínimas pelo
órgão normatizador.
6. Conclusão
É importante compreender as implicações que a
tecnologia tem nos processos industriais, o mundo
avançou e hoje temos a certeza da cada vez maior
qualidade e minuciosidade do processo de soldagem.
7. Agradecimentos
Um agradecimento especial para o professor Marllon
Fraga da Silva que nos orientou na produção desse
artigo.
8. Referências
[1] FISHER, L.W.; Selection of Engineering Materials
and Adhesives - ISBN 0824740475- CRC Press- 2005.
[2] MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J. Introdução à
Física do Arco Elétrico e suas Aplicações na Soldagem
dos Metais. Belo Horizonte/MG: UFMG, 2007.
a [3] MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; SANTOS, D. B.
Introdução a Metalurgia da Soldagem. Belo
Horizonte/MG: UFMG, 2006.
[4] “Soldagem a Plasma”, Roberto Joaquim e Luís
Gimenes. Disponível em >
http://www.asmtreinamentos.com.br/downloads/soldado
r/arquivo98.pdf <Acesso em: 02/11/2020.
[5] “ESTUDO DA GEOMETRIA E MICRODUREZA DO
CORDÃO DE SOLDA EM PROCESSO DE SOLDAGEM
A PLASMA DO AÇO ABNT304 SEM E COM FLUXO
ATIVO/CAMINHO PREPARADO”, Frederico Henrique
Santana. Disponível em>
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EME733/Semin%C3
%A1rios%20Inox/ESTUDO%20DA%20GEOMETRIA%
20E%20MICRODUREZA%20DO%20CORD%C3%83O
%20DE.pdf <Acesso em: 02/11/2020.
[6] “VEJA O PORQUE SOLDAGEM SUBAQUATICA É
PERIGOSA”. Disponível em>
https://opetroleo.com.br/veja-porque-a-soldagem-
subaquatica-profissao-mais-perigosa-do-mundo/
<Acesso em: 13/11/2020.