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Ondas Polar Iza Cao
Ondas Polar Iza Cao
1 Ondas Mecânicas
As ondas mecânicas são perturbações que se propagam devido à continuidade de
um determinado meio material. A Figura 3.1. mostra alguns exemplos de ondas mecânicas:
a) numa mola, b) numa corda , c) num lago. O próprio som é um exemplo de um uma onda
mecânica de pressão que se propaga no ar ou nos sólidos. Quando a perturbação se propaga
através de um meio, a energia cinética da porção do meio excitada é transmitida às regiões
seguintes do meio, resultando na transmissão de energia através do meio. Se ao invés de um
simples pulso, tivermos um movimento periódico com uma frequência bem definida,
dizemos que tempos uma onda.
A frequência de uma onda (f) é sempre determinada pela fonte que a produz
(gerador). O comprimento da onda que se propaga no meio vai depender desta freqüência e
da velocidade de propagação no meio (v).
Por exemplo, se supusermos, um gerador produzindo uma oscilação senoidal na
ponta de uma corda, o deslocamento vertical (y) de cada elemento de corda, localizado
numa terminada posição (x) da corda, variará com o tempo (t) segundo uma função:
y = y 0 cos(kx − ωt ) [1]
Um gráfico da posição dos pontos da corda num dado instante t=0 é mostrado na
Figura 3.2a. Isto corresponde a tirar uma fotografia da corda. Por outro lado podemos nos
fixar numa dada posição x=x0 e observarmos o comportamento temporal deste elemento de
corda, o resultado será a curva mostrada na Figura 3.2b.
2π
k= [3.2]
λ
2π
ω= = 2πf [3.3]
T
A velocidade de propagação está relacionada com estas grandezas por:
ω λ
v= = [3.4]
k T
As ondas na corda são chamadas de ondas transversais porque o deslocamento dos
elementos de corda ocorre na direção (y), perpendicular à direção de propagação da corda
(x). Existem, entretanto, ondas em que o deslocamento ocorre na mesma direção da
propagação, neste caso as ondas são chamadas de longitudinais. São exemplos de ondas
longitudinais as ondas numa mola, as ondas sonoras, etc.
3.2 Ondas Eletromagnéticas no Vácuo
As ondas eletromagnéticas são ondas de campos elétricos e magnéticos acoplados.
Como os campos elétricos e magnéticos são grandezas vetoriais, durante a propagação eles
podem variar periodicamente em módulo, direção e sentido, porém sua direção é sempre
perpendicular à direção de propagação da onda. Por este motivo as ondas eletromagnéticas
são ondas transversais.
O acoplamento entre os campos elétricos e magnéticos vem do fato da variação do
campo magnético induzir a geração de campo elétrico (Lei de Faraday) e vice-versa. Além
disso, como os campos elétricos e magnéticos existem mesmo no vácuo, as ondas
eletromagnéticas, diferentemente das ondas mecânicas, não precisam de um meio material
para se propagar. A velocidade de propagação da luz no vácuo é uma constante universal e
é definida como:
1
c= = 3X108m/s [3.5]
µ 0ε 0
A medida da velocidade da luz no vácuo e sua comparação com 1 µ 0ε 0 , com µ 0
(permeabilidade magnética no vácuo) e ε 0 (permissividade elétrica no vácuo) medidos
independentemente em experimentos de eletricidade e magnetismo se constituiu na prova
definitiva de que a luz era uma onda eletromagnética.
Como os campos elétricos e magnéticos estão acoplados, para descrever a
propagação de uma onda eletromagnética basta escrever um deles, que o outro fica
automaticamente determinado pelas leis indução eletromagnética. A onda de campos
elétricos pode ser descrita na forma real ou complexa (fasores) por:
r r r i (kx − wt )
E = E 0 cos(kx − ωt ) = E 0 e [3.7]
As definições de k, ω, T e λ são as mesmas que para ondas mecânicas e as
relações entre das são dadas também pelas Equações 3.2 e 3.3.
{} { }
r r r
S = Re E × Re H [3.10]
Esta grandeza é chamada de vetor de Poynting e tem unidade de energia por unidade de
tempo por unidade de área. A média temporal deste vetor é chamada de Irradiança de uma
onda eletromagnética.
Para uma onda descrita matematicamente pela Equação 3.7 esta Irradiança vale:
r 1 r2
I= S = E [3.11]
2Z 0
com
Z 0 = µ 0 ε 0 = 377Ω [3.12]
Da mesma forma como a energia, o momento é uma grandeza real e devemos então
tomar a representação real dos campos:
{} {}
v v v
p em = µ0ε 0 Re E × Re H [3.14]
Quando a luz incide numa superfície, a pressão eletromagnética exercida sobre esta
superfície pode ser calculada como:
F ∆p 1
p= = [3.15]
A ∆t A
∆p = p em Ac∆t [3.16]
µ 0ε 0 r 2
p em = E [3.17]
2Z 0
ω2
k = ω µ 0ε =
2 2
2
N2 [3.20]
c
Onde podemos também, alternativamente, representar esta permissividade complexa
através de um índice de refração complexo para o meio:
N = n + iκ [3.21]
Como consequência do fato de ε e N serem complexos, o número de onda k também
será complexo:
k = kr + ki [3.22]
com
1
2 2
µ 0ω ε r
2
εi
kr = 1 + + 1 [3.23]
2
εr
1
2 2
µ 0ω ε r
2
εi
ki = 1 + − 1 [3.24]
2
εr
λ = λ0 n [3.27]
σ
εi = [3.28]
ω
ki
tgφ = [3.31]
kr
A Figura 3.5 mostra um esquema da propagação num meio condutor para uma onda
linearmente polarizada.
Note que para a propagação num material birrefringente, o vetor campo elétrico não
ér mais perpendicular à direção de propagação da onda e a direção de propagação de energia
S não é mais a direção de propagação da fase da onda.
3.4.1 Dicroismo
3.4.2 Birrefringência
Uma outra forma de polarizar a luz é utilizar a dupla refração descrita na seção
3.3.3. Como o índice de refração é diferente para cada uma das polarizações ortogonais, o
ângulo crítico (ângulo de reflexão total) também será diferente para cada polarização. Desta
forma, se construírmos um prisma com o material birrefringente de forma a obter reflexão
total para uma das polarizações, teremos tanto a luz refletida como a transmitida
linearmente polarizadas (conforme mostrado no esquema da Figura 3.8). Com
polarizadores deste tipo (também chamados tipo Glan), é possível se obter razões de
atenuação de até 1:1000.
Por outro lado, não basta obter luz linearmente polarizada a partir de luz
despolarizada, as vezes é necessário se alterar o estado de polarização da luz: transformar
luz linearmente polarizada em circularmente polarizada e vice-versa. Girar a polarização de
90o, etc. Para isto se utilizam elementos ópticos chamados de lâminas de onda.
Se tomarmos a lâmina birrefringente descrito na seção 3.3.3, e incidirmos a luz
perpendicularmente sobre esta lâmina, não haverá dupla refração, mas cada polarização se
propagará dentro do material com velocidade diferente, resultando num atraso de fase ∆φ
dado por:
2π
∆φ = (n − n l ) [3.32]
λ r
onde nr= índice de refração para a direção de polarização que caminha mais rapidamente e
nl=índice de refração para a direção de polarização que caminha mais lentamente.
Este atraso de fase ∆φ altera o estado de polarização da luz incidente. Se esta lâmina
for cortada com uma espessura tal de forma a produzir um atraso de fase entre as duas
polarizações ortogonais de exatamente π/2 para um determinado comprimento de onda, e se
incidirmos na lâmina uma onda linearmente polarizada a 45o em relação aos eixos rápido e
lento do cristal, teremos na saída uma onda circurlarmente polarizada. Neste caso esta
lâmina é chamada de lâmina de quarto de onda (λ/4).
Por outro lado se cortarmos a lâmina de forma a obtermos um atraso de fase ∆φ de
π e incidirmos, também com luz linearmente polarizada a 45o em relação aos eixos rápido e
lento da lâmina, na saída a polarização estará girada de 90o para este comprimento de onda.
A birrefringência pode também ser induzida pela aplicação de campos elétricos ou
por campos magnéticos em determinadas direções de um cristal. Quando a birrefringência é
induzida num material sólido ou líquido (antes isotrópico) pela aplicação de um campo
elétrico recebe o nome de efeito eletro-óptico ou efeito Kerr. Este efeito pode ser utilizado
juntamente com dois polarizadores para se produzir moduladores de luz, que recebem o
nome de célula de Kerr. A birrefringência induzida é proporcional ao quadrado do campo
elétrico aplicado:
n r − n l = KE 2λ0 [3.33]
com K= constante de Kerr e λ0 é o comprimento de onda no vácuo.
com nR o índice de refração para luz circularmente polarizada girando para a direita e nL o
índice de refração para luz circularmente polarizada girando para a esquerda. Podemos
definir para estes materiais o poder de rotação σ como:
θ
σ= [3.35]
l